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2016/2017

História A

GLOSSÁRIO

Professora: Ana Manteigas


Inês Ferreira 12ºLH1 nº12

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MÓDULO 8- Portugal e o Mundo da Segunda
Guerra Mundial ao início da década de 80 –
opções internas e contexto internacional

1945 – Fundação da ONU; Fundação do MUD


1947 – Doutrina Truman
1948-49 – Bloqueio de Berlim
1951 – Revogação do Ato Colonial
1953 – Estrutura do ADN
1955 – Conferência de Bandung; Pacto de
Varsóvia
1957- Tratado de Roma
1959 – Invenção do chip
1961 – Muro de Berlim; Início da Guerra Colonial
em Angola
1962 – Agitação estudantil em Portugal
1964 – Andy Warhol, Marilyn
1968 – “Maio de 68” em França; Marcello Caetano
substitui Salazar
1969 – Chegada a Lua
1970 – Festival pop da ilha de Wight
1974 – Golpe de Estado militar em Portugal
1975 – Independência de Angola e Moçambique
1976 – Constituição da Republica Portuguesa
1979 – Tropas soviéticas no Afeganistão
1982- Revisão Constitucional em Portugal

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Unidade 1 – Nascimento e afirmação de um novo
quadro geopolítico

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MAPAS

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CRONOLOGIA
1903 – E. Pankhurst: União Social e Política das Mulheres, Inglaterra
1905 – Einstein: Teoria da Relatividade
1907 – Picasso: Demoiselles d’Avignon
1910 – República em Portugal
1914 – Início da Primeira Guerra Mundial
1915 – Revista Orpheu, n.os 1 e 2
1916 – Freud: Introdução à Psicanálise
1917 – Revoluções de fevereiro e de outubro na Rússia
1918 – Armistício
1919 – Tratado de Versalhes; III Internacional
1920 – Sociedade das Nações
1922 – Marcha dos fascistas sobre Roma

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1923 – Putsch de Hitler em Munique
1924 – Morte de Lenine
1926 – Ditadura militar em Portugal
1927 – 1º Filme sonoro
1929 – Crash bolsista em Nova Iorque
1930 – Ortega y Gasset: A Rebelião das Massas
1933 – Hitler, chanceler do Reich; Estado Novo em Portugal
1936 – Frente Popular na França; Guerra Civil em Espanha
1939 – Início da Segunda Guerra Mundial
1940 – Ocupação de Paris pelos Alemães
1941 – Ataque da Alemanha à URSS e do Japão a Pearl Harbor
1944 – Dia D: Desembarque aliado na Normandia
1945 – Rendição da Alemanha e do Japão; Fundação da ONU

CONCEITOS
Descolonização: Processo de involução do imperialismo europeu. O termo
aplica-se, sobretudo, ao período subsequente à Segunda da Guerra Mundial,
altura em que, num curto espaço de tempo, se tornaram independentes as
colónias da Ásia e da África.
Guerra fria: Expressão que designa o clima de tensão e antagonismo entre o
bloco soviético e o bloco americano (1947 – 1985, aprox.). Numa aceção mais
restrita, a Guerra Fria corresponde à primeira fase desse mesmo afrontamento
(de 1947 a 1955, aprox.). São características salientes da Guerra Fria a corrida
aos armamentos , com particular relevância para o nuclear, a proliferação de
conflitos localizados e crises militares nas mais diversas zonas do Mundo, bem
como uma visão simplista e extremada do bloco contrário.
Social-democracia: Corrente do socialismo que teve origem nas conceções
definidas por Eduard Bernstein, na II Internacional (1899). A social-democracia
rejeita a via revolucionária proposta por Marx, opondo-lhe a participação no jogo
democrático, como forma de atingir o poder, e a implementação de reformas
socializantes, como meio de melhorar as condições de vida das classes
trabalhadores.
Democracia cristã: Corrente politica inspirada pela doutrina social da Igreja.
Pretende aplicar à vida política os princípios de justiça, entreajuda e valorização

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da pessoa humana que estiveram na base do cristianismo. Deste modo, embora
de índole conservadora, esta ideologia defende que a democracia não se limita
à aplicação das regras do sufrágio universal e da alternância política, mas tem
por função assegurar o bem-estar dos cidadãos.
Maoismo: Forma particular de marxismo aplicada na China por Mao Tsé-Tung.
Defende a viabilidade de uma revolução comunista liderada pelos camponese,
sem o concurso do operariado.
Movimentos nacionalistas: Movimentos que visam a recuperação da
identidade cultural e nacional dos povos colonizados.
Sociedade de consumo: Sociedade de abundância característica da segunda
metade do século XX. Identifica-se pelo consumo em massa de bens supérfluos,
que passam a ser encarados como essenciais à qualidade de vida.
A sociedade de consumo é também identificada com a sociedade do desperdício,
já que a vida útil dos bens é artificialmente reduzida pela vontade da sua
renovação.
Democracia popular: Designação atribuída aos regimes em que o Partido
Comunista, afirmando representar os interesses dos trabalhadores, se impõe
como partido único, controlando as instituições do Estado, a economia, a
sociedade e a cultura.
Neocolonialismo: Forma de dominação que sucede ao colonialismo e se exerce
de forma indireta, através da supremacia técnica, financeira e económica das
nações mais desenvolvidas. Embora de carácter essencialmente económico, o
neocolonialismo pode também manifestar-se no campo político e cultural.
Terceiro Mundo: Conceito elaborado em 1952, pelos economistas franceses A.
Sauvy e G. Balandier, para designar os países excluídos do desenvolvimento
económico. Geograficamente, o Terceiro Mundo estendia-se pelo Sul do Globo,
abrangendo a América Latina, a África e a Ásia de Sul e Sudeste (com exceção
do Japão). Porém, nas últimas décadas, a emergência dos NPI (Novos Países
Industrializados) tem reconfigurado, de forma significativa, a área geográfica do
Terceiro Mundo.

1.1 A reconstrução do pós-guerra

Em 1945, o mundo vê erguer-se uma nova ordem política e económica:


 Os Estados Unidos e a URSS tornam-se superpotências, prontas a
desempenhar um papel maior na cena internacional;
 A URSS força a extensão do regime comunista aos países da Europa de
Leste, quebrando o isolamento a que a Revolução de Outubro a havia
condenado;
 Uma nova organização internacional, a ONU, puxa a si a tarefa de velar
pela paz e pela cooperação económicas entre os países do Mundo;

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 Os velhos impérios coloniais europeus começam a desmoronar-se.
Partindo da Asia, a vaga de descolonização dará origem a numerosas
nações independentes;
 A economia mundial reestrutura-se sob o signo da cooperação
económica, fazendo nascer um conjunto de novos organismos: FMI,
GATT, Banco Mundial.

1.2 O tempo da Guerra Fria- consolidação de um mundo bipolar

A extensão do comunismo na Europa dá origem a uma grave rutura nas


relações internacionais. Em torno dos Estados Unidos e da União Soviética
estruturam-se dois blocos antagónicos: o bloco capitalista, assente na
democracia liberal e na economia de mercado; e o bloco comunista, defensor
da ditadura do proletariado e da economia planificada.

O primeiro braço de ferro entre os antigos aliados surge, em 1948, na


capital da Alemanha, Berlim, então ocupada pela URSS, EUA, Reino Unidos
e França (Bloqueio de Berlim).

Com o Bloqueio de Berlim inaugura-se um período marcado por uma forte


tensão político-militar entre dois blocos, que se acusam mutuamente das
mais pérfidas intenções. Este afrontamento é conhecido como Guerra Fria.

Assumindo a liderança do mundo ocidental e decididos a deter o avanço


do comunismo, os EUA empenham-se na reconstrução económica da
Europa (Plano de Marshall) e estabelecem numerosas alianças a nível
mundial. A mais importante, a OTAN, nas cem 1949.

Nas décadas posteriores á segunda Guerra Mundial, o mundo capitalista


conheceu em período de pujança económica- os Trinta Gloriosos-, durante o
qual o nível de vida das populações se elevou significativamente. Nasce,
então, a sociedade de consumo, que marca ainda os nossos dias.

Inspirados pelos ideais da Socia Democracia e da Democracia Crista, os


governos implementaram um conjunto vasto de medidas sociais, dando
origem ao Estado- Providencia.

A evolução política do mundo comunista ficou marcada pelo


expansionismo soviético. Assumindo a liderança do comunismo internacional,
a URSS favoreceu de regimes irmãos na Europa de Leste, na Asia, na
América Latina e na Africa.

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1.3 A afirmação de novas potências; o termo prosperidade
económica

Sínteses
Woodrow Wilson e o projeto de uma nova ordem mundial sem guerra

Em janeiro 1919, no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, o presidente


americano Woodrow Wilson propôs em Paris os princípios que deveriam nortear
uma convivência internacional pacifica.
Segundo o Doc. A, Thomas Woodrow Wilson era um advogado de
formação que governou o estado de Nova Jersey antes de ser eleito presidente
dos EUA em 1912. Reeleito em 1916 com o seu programa de neutralidade,
Woodrow concluiu a inevitabilidade da participação dos Estados Unidos na
guerra. Wilson depois do armistício desempenhou um papel relevante na
Conferencia de Paz, onde defendeu o Direito com base das relações
internacionais. Os seus esforços valeram-lhe a conquista do Premio Nobel da
Paz, em 1920.
No Doc. B encontram-se os “14 pontos” propostos pelo presidente Wilson
para a criação de um programa de paz no mundo. Algumas destas propostas
foram por exemplo a criação de “convenções de paz”, a “liberdade absoluta de
navegação nos mares” e “que uma organização geral das nações seja
constituída tendo com objetivo assegurar as garantias mútuas de independência
política e integridade territorial tanto aos pequenos como aos grandes estados.”
No discurso de Henry Cabot Lodge presente no Doc. C, onde dá a sua
opinião sobre a participação dos EUA na SDN, Henry afirma que a Sociedade
das Nações “implica um problema que ultrapassa todos os outros”, pois pede-se
“para abandonar pela primeira vez a política internacional de Washington” e
“para substituir nos Estados Unidos o governo do povo, para o povo e pelo povo,
que é o governo de Lincoln, por um governo de, para e por outros povos”.
Segundo o Doc. E, Jean Monnet, secretário-geral adjunto de SDN e um
dos obreiros da União Europeia refere que “Wilson não alimentava nenhuma
ambição interesseira pelo seu pais e procurava sinceramente criar as condições
para que fosse impossível uma nova guerra” e que “a ausência da Alemanha
viciava pela base o princípio de uma verdadeira Sociedade das Nações “.
Jean-Yves Haine, historiador francês apresenta o legado de Wilson no
Doc. F, afirmando que “os princípios de Wilson traçaram a via do sistema
internacional” sendo que no fim da Guerra Fria, os paradigmas wilsonianos
fossem novamente retomados pelo presidente Bush á qual se inspirou para
proclamar uma nova ordem mundial baseada no Direito.

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Concluindo, Thomas Woodrow Wilson foi uma figura bastante importante
para a Sociedade das Nações contribuindo para que existisse paz no mundo
tendo os seus princípios traçado a via do sistema internacional tal como hoje se
desenvolve.

Carolina Beatriz Ângelo


Aluna brilhante e médica de reconhecido valor, Carolina Beatriz Ângelo
dedicou a sua curta vida á luta pelos ideais em que acreditava.
Segundo a cronologia do Doc.A , Carolina nasceu na freguesia de S.
Vicente, Guarda, a 16 de abril de 1878. A 1891 entra, com distinção, no Liceu da
Guarda e em 1902 conclui a Escola Médico-cirúrgica de Lisboa com louvores e
distinção. Entre 1906 e 1908 Carolina Beatriz torna-se co-fundadora do Comité
Português da associação Paz e Desarmamento pelas Mulheres, do Grupo
Português de Estudos Feministas e da Liga Republicana das Mulheres
Portuguesas e entra para a Maçonaria. No ano da sua morte, 1911, requer a
Comissão de Recenseamento a sua inclusão nos cadernos eleitorais em abril e
vota nas eleições para constituintes, em 28 de maio.
No Doc. C encontra-se a sentença do tribunal referente ao pedido de
Carolina de incluir as mulheres nos cadernos eleitorais. Nesta sentença,
proferida pelo juiz João Batista de Castro, é afirmado que “ excluir a mulher (…)
de ser eleitora e ter intervenção nos assuntos políticos (…) é simplesmente
absurdo e iníquo em oposição com as próprias ideias de democracia e justiça
proclamadas pelo Partido Republicano”.
Concluindo, aproveitando uma falha na Lei Eleitoral republicana, Carolina Beatriz
Ângelo exigiu votar, recorrendo, para isso, aos tribunais. Foi a primeira mulher
na Europa do Sul e fazê-lo, o que, só por si, lhe garante um lugar destacado na
história do sufragismo.
Picasso
Figura-símbolo da arte vanguardista, Pablo Ruiz Picasso (1881-1973) foi
um artista inquieto que explorou todos os caminhos, renovando constantemente
a sua própria linguagem formal.
No Doc. A, Picasso afirma-se como um pintor sem estilo. Segundo este o
estilo é algo que obriga o artista á mesma forma de ver, á mesma técnica, as
mesmas maneiras de formular”. Pablo Picasso considera-se um pintor sem um
estilo definido na medida em que é “demasiado inquieto” e que nunca se fixa e
por essa razão não tem um estilo.
As suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a
valorização de certas cores. A fase Azul (1901-1904) foi o período onde
predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial
aos elementos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907),
predomina as cores rosa e vermelho onde as obras ganham uma conotação lírica
(Doc.C). Fortemente influenciado pelo artista Cézanne desenvolve o movimento
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artístico conhecido como cubismo que rejeita a representação do objeto em
função da perceção ótica e a substitui por uma visão intelectualizada globalizante
de tipo geométrico (Doc.D). O marco inicial deste período é a obra Les
Demoiselles d'Avignon (1907), cuja característica principal é a decomposição da
realidade humana.

Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola pinta o seu mural mais


conhecido: Guernica. Esta obra já pertence ao expressionismo e mostra a
violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica. Além de
pinturas, Pablo Picasso também trabalhou em centenas de litografias, cerâmicas
e esculturas.

Concluindo, Pablo Ruiz Picasso tornou-se quase uma lenda e influenciou,


como ninguém, a revolução artística do século XX.

Orpheu
Em 1915, o panorama cultural português foi agitado pelos ventos da
modernidade literária e plástica que preencheram as páginas da revista Orpheu.
No Doc. A está representada a capa do primeiro número, o frontispício do
primeiro número e a capa do segundo número. As revistas viram “a luz do dia”
graças ao financiamento do poeta modernista Mário de Sá- Carneiro sendo que
a sua morte trágica, em 1916, inviabilizou a edição de um terceiro número.
A opinião de Júlio Dantas à saída do número 1 de Orpheu encontra-se no
Doc. B. Segundo este “ alguns rapazes com muita mocidade e muito bom humor,
publicaram há dias uma revista literária em Lisboa” que “tinha apenas de notável
a extravagância e a incoerência de algumas, senão de todas as suas
composições”. Dantes refere ainda que “ os loucos não são precisamente os
poetas” mas sim “ quem não tem juízo é quem lê, quem os discute e quem os
compra”
No Doc. C está presente o Manifesto Anti-Dantas e por Extenso da autoria
de José de Almada-Negreiros. Face às críticas indignadas do escritor e
académico Júlio Dantas os futuristas explodiram de raiva, á qual resposta pronta,
o Manifesto atacou violentamente o escritor, associando-o a uma cultura
retrógrada que urgia abater. Almada-Negreiros marcou por várias décadas o
panorama artístico e intelectual nacional e foi um dos vultos mais paradigmáticos
da geração modernista.
Sarah Afonso, mulher de Almada-Negreiros conta no Doc. D a polémica
da revista Orpheu. Segundo Sarah “ o Orpheu foi o aparecimento da Arte
Moderna em Portugal. Todos os que faziam parte desse movimento, todos
traziam novidade, uma conceção nova de tudo, todos tinham personalidade,

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todos eles eram bons. Cada um tinha a sua vida, a sua obra, mas estavam todos
ligados pela mesma ideia, que era “Arte”.
Concluindo, com a publicação da revista Orpheu, o modernismo
português revelou a sua faceta mais inovadora, polémica e emblemática: a do
futurismo. A revista que “fez o encontro das letras e da pintura”.

Biografias
Nicolau II da Rússia
Foi o último imperador da Rússia, rei da Polónia e
grão-príncipe da Finlândia. Nasceu no Palácio de
Catarina, em Tsarskoye Selo, próximo de São
Petersburgo, em 18 de maio (6 de maio no calendário
juliano) de 1868. É também conhecido como São Nicolau
o Portador da Paixão pela Igreja Ortodoxa Russa.
Oficialmente, era chamado Nicolau II, Imperador e
Autocrata de Todas as Rússias.
Filho de Alexandre III, governou desde a morte do
pai, em 1 de novembro de 1894, até sua abdicação em
15 de março de 1917, quando renunciou em seu nome e
no nome de seu herdeiro, passando o trono para seu
irmão, o grão-príncipe Miguel Alexandrovich Romanov. Durante seu reinado viu
a Rússia decair de uma potência do mundo para um desastre econômico e militar.
Nicolau foi apelidado pelos críticos de "o Sanguinário" por causa da Tragédia de
Khodynka, pelo Domingo Sangrento e pelos fatais programas antissemitas que
aconteceram na época de seu reinado. Como Chefe de Estado, aprovou a

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mobilização de agosto de 1914 que marcou o primeiro passo fatal em direção à
Primeira Guerra Mundial, a revolução e consequente queda da dinastia
Romanov.
O seu reinado terminou com a Revolução Russa de 1917, quando,
tentando retornar do quartel-general para a capital, seu trem foi detido em Pskov
e ele foi obrigado a abdicar. A partir daí, o czar e sua família foram aprisionados,
primeiro no Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo, depois na Casa do
Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatiev em Ecaterimburgo. Nicolau
II, sua mulher, seu filho, suas quatro filhas, o médico da família imperial, um
servo pessoal, a camareira da imperatriz e o cozinheiro da família foram
executados no porão da casa pelos bolcheviques na madrugada de 16 para 17
de julho de 1918. É conhecido que esse evento foi ordenado de Moscou por
Lenin e pelo também líder bolchevique Yakov Sverdlov. Mais tarde Nicolau II,
sua mulher e seus filhos foram canonizados como neomártires por grupos
ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio.

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Emmeline Pankhurst
Nasceu em Manchester, 14 de julho de 1858 e
morreu em Londres, 14 de junho de 1928) foi uma das
fundadoras do movimento britânico do sufragismo. O
nome da "Sra. Pankhurst", mais do que qualquer outro,
está associado com a luta pelo direito de voto para
mulheres no período imediatamente antes da primeira
guerra mundial.
Em 1879 casou com Richard Marsden Pankhurst,
um advogado. O Sr. Pankhurst era já um apoiante do
movimento das sufragistas, e tinha sido o autor da
legislação Married Women's Property Acts (Lei da
propriedade da mulher casada), de 1870 e 1882. Em
1889, a Sra. Pankhurst fundou a Liga do Franchise das
mulheres. A campanha não seria interrompida pela morte do marido em 1898.
Em 1903 fundou a melhor conhecida união social e política da mulher (WSPU),
um movimento militante cujos membros incluíram a famosa Annie Kenney, a
"mártir" do sufragismo;
As táticas da Sra. Pankhurst para atrair a atenção ao movimento tiveram
como resultado o aprisionamento por diversas vezes, mas por causa de seu perfil
elevado, não passou as mesmas privações como outras colegas sufragistas
(embora experimentasse alimentação forçada após greve de fome). A liderança
da campanha não agradou a todos, e houve separatismo dentro do movimento
em consequência. A autobiografia, Minha própria história, foi publicada em 1914.
Morreu em 1928, tendo atingido a maior de seus objetivos: o direito de voto para
as mulheres no Reino Unido.

Albert Eistein
Albert Einstein nasceu em Ulm, 14 de março de
1879 e morreu em Princeton, 18 de abril de 1955. Foi
um físico teórico alemão. Entre suas principais obras
desenvolveu a teoria da relatividade geral, ao lado da
mecânica quântica, um dos dois pilares da física
moderna. Embora mais conhecido por sua fórmula de
equivalência massa-energia, E=mc² — que foi chamada
de "a equação mais famosa do mundo" —, foi laureado
com o Prémio Nobel de Física de 1921 "por suas
contribuições à física teórica e, especialmente, por sua
descoberta da lei do efeito fotoelétrico", que foi
fundamental no estabelecimento da teoria quântica.
No início de sua carreira acreditava que a mecânica newtoniana não era
mais suficiente para reconciliar as leis da mecânica clássica com as leis do

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campo eletromagnético. Isto o levou ao desenvolvimento da teoria da
relatividade especial. Percebeu, no entanto, que o princípio da relatividade
também poderia ser estendido para campos gravitacionais, e com a sua posterior
teoria da gravitação, de 1916, publicou um artigo sobre a teoria da relatividade
geral. Continuou a lidar com problemas da mecânica estatística e teoria quântica,
o que levou às suas explicações sobre a teoria das partículas e o movimento
browniano. Também investigou as propriedades térmicas da luz, o que lançou
as bases da teoria dos fótons de luz. Em 1917, aplicou a teoria da relatividade
geral para modelar a estrutura do universo como um todo.
Einstein estava nos Estados Unidos quando Adolf Hitler chegou ao poder
na Alemanha, em 1933, e não voltou para o seu país de origem, onde tinha sido
professor da Academia de Ciências de Berlim. Estabeleceu-se então nos
Estados Unidos, onde naturalizou-se em 1940. Na véspera da Segunda Guerra
Mundial, ajudou a alertar o presidente Franklin Delano Roosevelt que a
Alemanha poderia estar desenvolvendo uma arma atómica, recomendando aos
Estados Unidos começar uma pesquisa semelhante, o que levou ao que se
tornaria o Projeto Manhattan. Apoiou as forças aliadas, denunciando no entanto
a utilização da fissão nuclear como uma arma. Mais tarde, com o filósofo
britânico Bertrand Russell, assinou o Manifesto Russell-Einstein, que destacou
o perigo das armas nucleares. Foi afiliado ao Instituto de Estudos Avançados de
Princeton até sua morte em 1955.

Niels Bohr
Niels Bohr (1885-1962) foi um físico
dinamarquês. Suas pesquisas foram fundamentais
para compreensão da estrutura dos átomos e da
Física Quântica. Foi professor de Física na
Universidade de Copenhague e em 1916 foi nomeado
diretor do Instituto de Física Teórica. Ganhou o
Prêmio Nobel de Física, em 1922, por seu trabalho
sobre a estrutura do átomo.
Niels Bohr (1885-1962) nasceu em Copenhague, na
Dinamarca, no dia 7 de outubro de 1885. Filho de
Christian Bohr, professor de Fisiologia na
Universidade de Copenhague e de Elem Bohr,
descendente de ilustre família judia. Aos 12 anos
entrou para o Sortedam Gymnasium onde estudou Humanidades e Ciências.
Ingressou na Universidade de Copenhague. Com 22 anos recebeu a medalha
de ouro da Sociedade Científica Dinamarquesa por seus estudos sobre tensão
superficial. Em 1911 completou seu doutorado em Física.
Em 1912 partiu para o laboratório Cavendish em Cambridge, na Inglaterra, a fim
de estudar com o pai do eléctron, J. J. Thomson. Estudou na Universidade

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Victoria, em Manchester na Inglaterra, com o físico neozelandês, Ernest
Rutherford, Prêmio Nobel de Química, precursor das descobertas sobre Física
Atômica, de quem se tornou grande amigo.
Bohr ampliou a teoria de Ernest Rutherford que afirmava que o átomo era
formado por um núcleo de carga positiva, com elétrons de carga negativa, em
órbita, em torno dele mesmo. Bohr afirmou que os elétrons viajavam apenas em
órbitas sucessivamente maiores e que as órbitas exteriores poderiam conter
mais elétrons do que as interiores. Em 1913 Niels Bohr publicou sua teoria básica
sobre a estrutura do átomo, que conduziu posteriormente ao desenvolvimento
da energia atônica.
Niels Bohr foi professor de Física na Universidade de Copenhague e em 1920
foi nomeado diretor do Instituto de Física Teórica da mesma universidade. Em
1922 recebeu o Prêmio Nobel de Física, por seu trabalho sobre a estrutura do
átomo. Entre os anos de 1933 e 1962 trabalhou no Instituto, desenvolvendo suas
pesquisas.
Durante a Segunda Guerra Mundial interrompeu suas pesquisas e junto com a
mãe judia, e sua esposa procuraram escapar dos nazistas. Foram para a suécia,
a bordo do Sea Star, pequeno navio de pesca. Da Suécia, Bohr foi para os
Estados Unidos e para o projeto atômico de Los Alamos, no Novo México e só
retornou com o fim da Guerra.
Seus interesses sempre foram ciência e paz. Assim que a bomba atômica se
revelou devastadora, Bohr pediu imediato controle internacional, sem êxito.
Nomeado presidente da Comissão de Energia Atômica da Dinamarca, no ano de
1955, em Genebra, Niels Bohr recebeu o Prêmio Ford “Átomos para a Paz”.
Niels Bohr faleceu em Copenhague, na Dinamarca, no dia 18 de novembro de
1962.
Rosa Luxemburgo
Nasceu em Zamość, 5 de março de 1871 e
morreu em Berlim, 15 de janeiro de 1919. Foi uma
filósofa e economista marxista, polaco-germana.
Tornou-se mundialmente conhecida pela militância
revolucionária ligada à Social-Democracia da Polónia
(SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha
(SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da
Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de
tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais
tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD). Seu
nome em polaco é Róża Luksemburg e em alemão Rosa
Luxemburg.
Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra
Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista.
Em 1° de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918,

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durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A
Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levante espartaquista de janeiro de 1919 em
Berlim como um grande erro. Entretanto, ela apoiaria a insurreição que
Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas
Freikorps, milícias patriotas compostas por veteranos da Primeira Guerra que
estavam desiludidos com a República de Weimar, mas que rejeitavam
igualmente o marxismo e o avanço comunista, não esquecendo as traições
destes ao povo alemão, bem como as perseguições sangrentas que muitos
comunistas faziam aos ex-combatentes, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de
seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e
seu corpo jogado no Landwehr Canal, em Berlim.
Em consequência de suas críticas às escolas Marxista-Leninista e
correntes mais moderadas da escola social-democrática do socialismo,
Luxemburgo tem conceito algo ambíguo por parte de estudiosos e teóricos da
esquerda política. Apesar disso, Luxemburgo e Liebknecht são considerados
mártires por alguns marxistas. De acordo com o Gabinete Federal para a
Proteção da Constituição, a comemoração em memória de Rosa Luxemburgo e
Karl Liebknecht continua a desempenhar uma função importante entre a
esquerda política alemã.
Em 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck,
líderes do Partido Comunista da Alemanha, foram presos e levados para
interrogatório no Hotel Eden em Berlim. Enquanto que os detalhes das mortes
de Luxemburgo e Liebknecht são desconhecidos, a versão mais aceita é de que
foram retirados do hotel por paramilitares do grupo de direita Freikorps, que mais
tarde iriam apoiar os Nazis. Enquanto Luxemburgo e Liebknecht eram
escoltados para fora do prédio, foram espancados até ficarem inconscientes.
Pieck conseguiu fugir, enquanto Luxemburgo e Liebknecht foram levados, cada
um, num jipe militar. O primeiro jipe, com Rosa Luxemburgo, virou antes da ponte
Corneliusbrücke em uma pequena rua paralela ao curso d'água conhecido como
Canal do Exército (Landwehrkanal). Ela foi baleada e jogada semi-morta nas
águas geladas de janeiro do Landwerkanal. Seu companheiro de luta, Karl,
seguiu no outro jipe, que cruzou a Corneliusbrücke e entrou em uma das ruas
desertas do parque Tiergarten. Ele foi baleado pelas costas, enquanto foi
induzido a caminhar. Morto, foi entregue como indigente em um posto policial.
Dois meses mais tarde, Jogiches foi morto pelo mesmo grupo. O corpo de
Luxemburgo só foi encontrado no final de junho. Seus assassinos jamais foram
condenados. Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu
que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes
social-democratas para matar Luxemburgo e Liebknecht.
Os corpos de Luxemburgo e Liebknecht foram enterrados no Cemitério
Central de Freidrichsfelde em Berlim. Todos os anos, socialistas e comunistas
se reúnem no local na segunda segunda-feira de janeiro para homenageá-los.

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Leon Trotsky
Nasceu em Ianovka, 7 de novembro de 1879 e
morreu Coyoacán, 21 de agosto de 1940. Foi um
intelectual marxista e revolucionário bolchevique,
organizador do Exército Vermelho e rival de Stalin na
tomada do PCUS à morte de Lenin.
Nos primeiros tempos da União Soviética
desempenhou um importante papel político, primeiro
como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios
Estrangeiros; posteriormente como organizador e
comandante do Exército Vermelho, e fundador e
membro do Politburo do Partido Comunista da União
Soviética.
Afastado por Stalin (ou Estaline) do controle do partido, Trótski foi expulso
deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser
assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia de Stalin. As suas ideias
políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao
trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
No decurso da revolução, Trotsky deixa de acreditar na unificação de
todas as facções social-democratas, abandona a sua trajectória anterior de
socialista independente e junta-se ao partido bolchevique de Lenin. Destacando-
se pelo seu talento como organizador e agitador, é eleito presidente do soviete
de Petrogrado, participa activamente na luta para derrubar o Governo Provisório
de Alexander Kerenski, e lidera o Comité Militar Revolucionário que planeja e
concretiza o assalto ao Palácio de Inverno, consumando a Revolução de Outubro.
Após a conquista do poder pelos bolcheviques, Trotsky torna-se
Comissário do Povo para os Negócios Estrangeiros, com a missão de negociar
o armistício militar com a Alemanha e seus aliados. A posição de Trotsky nas
negociações do armistício foi oposta a de Lenin - que achava que um tratado
deveria ser assinado com a Alemanha em quaisquer condições - mas também
oposta a dos comunistas de esquerda, que propunham a guerra revolucionária;
para ele, a posição a tomar seria de "nem paz, nem guerra"; o governo soviético
deveria retirar-se das conversações e esperar pela agitação revolucionária no
exército alemão. Através de uma combinação prévia com Lenin, que havia
aceitado testar sua proposta ("para estar de bem com Trotsky, vale a pena até
perder a Letónia e a Estónia", teria dito Lenin), Trótski acaba por retirar-se de
facto das conversações a 10 de fevereiro de 1918, respondendo a Alemanha
com um novo ataque, que obrigou o governo soviético a assinar por fim a 3 de
março o desvantajoso Tratado de Brest-Litovsk.
Trótski abandona subsequentemente o cargo, mas ainda no mesmo mês
é nomeado Comissário do Povo para os Assuntos Militares (até 1925) e, em
setembro, líder do Comité Militar Revolucionário do regime soviético. É neste
contexto que lidera de forma decisiva a criação e organização do Exército

21
Vermelho, que acaba por vencer a longa e violenta Guerra Civil Russa (1918-
1920) contra o Exército Branco, garantindo a sobrevivência do regime soviético.
Após a deportação, Trótski passou pela Turquia, França (julho de 1933 a
junho de 1935) e Noruega (junho de 1935 a setembro de 1936), fixando-se
finalmente no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente
em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo.
A medida que aumenta a repressão stalinista, multiplicam-se os lutos familiares.
Além da morte dos seus quatro filhos, os genros, noras, netos, e outros parentes
próximos de Trotsky são igualmente vítimas da repressão por sua ligação com
um "inimigo do povo" e desaparecem nos sucessivos expurgos da década de
1930, com exceção do único filho que Zina pôde levar consigo ao exterior, e que
acabou por reunir-se ao avô no México, após complicadas negociações com a
mulher francesa de Leon Sedov - que se havia responsabilizado pelo sobrinho
até a sua própria morte num hospital parisiense.
A 3 de setembro de 1938, numa reunião com 25 delegados de 11 países,
Trótski e seus seguidores fundam a Quarta Internacional, como alternativa à
Terceira Internacional estalinista. Trótski tinha entrado entretanto em conflito
com Diego Rivera - numa disputa que tinha tanto a ver com as pretensões
políticas de Rivera no movimento trotskista, que Trótski desfavorecia, quanto
com a breve ligação de Trótski com Frida Kahlo - e mudara-se em 1939 para
uma casa própria no bairro de Coyoacán, na Cidade do México. A 24 de maio de
1940 sobrevive a um ataque à sua casa por assassinos alegadamente a mando
de Stalin. Não sobreviverá, no entanto, ao segundo ataque de Stalin: a 20 de
agosto] de 1940, o agente Ramón Mercader consegue sob disfarce entrar
pacificamente na sua sala para um encontro, e, aproveitando um momento de
distracção, aplica com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o
ruído, os guarda-costas de Trótski precipitam-se para a sala e quase matam
Mercader, mas Trótski detém-nos.

Sigmund Freud
Nasceu em Freiberg in Mähren, 6 de maio de 1856 e morreu em Londres,
23 de setembro de 1939, foi um médico neurologista e criador da Psicanálise.
Freud nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, na época
pertencente ao Império Austríaco. Atualmente a localidade é denominada Příbor,
na República Tcheca.
Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose como
forma de acesso aos conteúdos mentais no tratamento de pacientes com histeria.
Ao observar a melhoria de pacientes de Charcot, elaborou a hipótese de que a
causa da doença era psicológica, não orgânica. Essa hipótese serviu de base
para seus outros conceitos , como o do inconsciente. Freud também é conhecido
por suas teorias dos mecanismos de defesa, repressão psicológica e por criar a
utilização clínica da psicanálise como tratamento da psicopatologia, através do
diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava que o desejo sexual
era a energia motivacional primária da vida humana, conhecida como libido,

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assim como suas técnicas terapêuticas. Sua obra fez surgir uma nova
compreensão do ser humano: um animal dotado de razão imperfeita influenciado
por seus desejos e sentimentos que cria na mente destes um tormento pela
contradição entre esses impulsos e a vida em sociedade tinha uma visão
biopsicossocial do ser humano. Fatos como a descrição de pacientes curados
através do diálogo por Josef Breuer e a morte do colega Ernst von Fleischl-
Marxow por overdose do antidepressivo da época, a cocaína, levou-o ao
abandono das técnicas de hipnose e drogas para utilizar uma nova metodologia:
a cura pela conversa, a Psicanálise, em favor da interpretação de sonhos e da
livre associação, como vias de acesso ao inconsciente.
Suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na
Viena do século XIX, e continuam a ser muito
debatidos hoje. Suas ideias são frequentemente
discutidas e analisadas como obras de literatura e
cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor
delas no uso como tratamento científico e médico. No
entanto sua teoria é de grande influência para
psicologia atual.
Nascido Sigmund Schlomo Freud, em 1856.
Aos quatro anos de idade sua família transferiu-se
para Viena por problemas financeiros e problemas de
saúde. Morou em Viena até 1938 quando, após o
Anschluss (em razão de sua etnia judaica), refugia-se
na Inglaterra, onde já se encontrava parte de sua
família.
Freud ingressou na Universidade de Viena aos 17 anos. Ele planejava
estudar direito mas, ao invés disso, entrou para a faculdade de medicina, onde
seus estudos incluíram filosofia, com o professor Franz Brentano, fisiologia, com
o professor Ernst Brücke e zoologia, com o professor Darwinista Carl Friedrich
Claus. Em 1876, Freud passou quatro semanas na estação zoológica de Claus
em Trieste, dissecando o sistema reprodutor masculino de centenas de enguias,
num estudo que se revelou inconclusivo. Graduou-se em medicina em 1881.
Sigmund Freud é filho de Jacob Freud e de sua terceira mulher Amalie
Nathanson (1835-1930). Jacob, um judeu proveniente da Galícia e comerciante
de lã, muda-se para Viena em 1860.
Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruiu
seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em
1894. Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente
nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones (seu
biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de
Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto.
Em 14 de Setembro de 1886, em Hamburgo, Freud casou-se com Martha
Bernays.

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Freud e Martha tiveram seis filhos: Mathilde, nascida em 1887, Jean-
Martin, nascido em 1889, Olivier, nascido em 1891, Ernst, nascido em 1892,
Sophie, nascida em 1893 e Anna, nascida em 1895. Um deles, Martin Freud,
escreveu uma memória intitulada Freud: Homem e Pai, na qual descreve o pai
como um homem que trabalhava extremamente, por longas horas, mas que
adorava ficar com suas crianças durante as férias de verão.
Anna Freud, filha de Freud, foi também uma psicanalista destacada,
particularmente no campo do tratamento de crianças e do desenvolvimento
psicológico. Sigmund Freud foi avô do pintor Lucian Freud e do ator e escritor
Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma Freud, da desenhista de moda Bella
Freud e do relacionador público Matthew Freud.
Por sua vida inteira Freud teve uma posição financeira modesta. Josef
Breuer foi no início um aliado de Freud em suas ideias e também um aliado
financeiro.
Freud criou o termo "psicanálise" para designar um método para investigar
os processos inconscientes e de outro modo inacessíveis do psiquismo.
Nos tempos do nazismo, Freud perdeu quatro das cinco irmãs nos
campos de concentração: Regine (Rosa) em Auschwitz, Mitzi (Marie) em
Theresienstadt, Dolfi (Esther Adolfine) e Paula (Pauline) em Treblinka. Embora
Marie Bonaparte tenha tentado tirá-las do país, elas foram impedidas de sair de
Viena pelas autoridades nazistas.
Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras A
Interpretação dos Sonhos e A psicopatologia da vida cotidiana. Nesta época,
Freud já não mantinha mais contato nem com Josef Breuer, nem com Wilhelm
Fliess. No início, as tiragens das obras não animavam Freud, mas logo médicos
de vários lugares — Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abrahams, Ernest Jones,
Sandor Ferenczi — mostram respaldo às suas ideias e passam a compor o
Movimento Psicanalítico.
Freud morre de cancro no palato aos 83 anos de idade (passou por trinta
e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina.
Freud sentia muita dor, e segundo a história contada, ele teria dito ao médico
que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento,
o que seria eutanásia.
Encontra-se sepultado no Golders Green Crematório, Golders Green,
Grande Londres na Inglaterra.

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Charlie Chaplin
Nasceu em Londres, 16 de abril de 1889 e
morreu em Corsier-sur-Vevey, 25 de dezembro de
1977, foi um ator, diretor, produtor, humorista,
empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista
e músico britânico. Chaplin foi um dos atores mais
famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo
uso de mímica e da comédia pastelão. É bastante
conhecido pelos seus filmes O Imigrante, O Garoto,
Em Busca do Ouro (este considerado por ele seu
melhor filme), O Circo, Luzes da Cidade, Tempos
Modernos, O Grande Ditador, Luzes da Ribalta, Um
Rei em Nova Iorque e A Condessa de Hong Kong.
Influenciado pelo trabalho dos antecessores - o comediante francês Max
Linder, Georges Méliès, D. W. Griffith Luís e Auguste Lumière - e compartilhando
o trabalho com Douglas Fairbanks e Mary Pickford, foi influenciado pela mímica,
pantomima e o género pastelão e influenciou uma enorme equipa de
comediantes e cineastas como Federico Fellini, Os Três Patetas, Peter Sellers,
Milton Berle, Marcel Marceau, Jacques Tati, Rowan Atkinson, Johnny Depp,
Michael Jackson, Sacha Baron Cohen, Harold Lloyd, Buster Keaton e outros
diretores e comediantes. É considerado por alguns críticos o maior artista
cinematográfico de todos os tempos, e um dos "pais do cinema", junto com os
Irmãos Lumière, Georges Méliès e D.W. Griffith.
Charlie Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus
próprios filmes, sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante
francês Max Linder, a quem dedicou um de seus filmes. Sua carreira no ramo do
entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando
ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até
sua morte aos 88 anos de idade. Sua vida pública e privada abrangia adulação
e controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W.
Griffith, Chaplin fundaram a United Artists em 1919.
Seu principal e mais famoso personagem foi The Tramp, conhecido como
Charlot na Europa e igualmente conhecido como Carlitos ou "O Vagabundo" no
Brasil. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras
refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto
esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um
chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um
pequeno bigode-de-broxa.
Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o
campeão estadunidense Samuel Reshevsky.
Em 2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve:
"Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele estourou um
mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e alívio
enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial.

25
Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de
Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É
duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e
alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."
Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte,
Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em
vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e
francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa)
e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos
(Oscar especial pelo conjunto da obra, em 1972).
Foi no estúdio Keystone onde
Chaplin desenvolveu seu principal e
mais conhecido personagem: O
Vagabundo (conhecido como Charlot
na França e no mundo francófono, na
Itália, Espanha, Portugal, Grécia,
Roménia e Turquia, Carlitos no Brasil e
na Argentina, e Der Vagabund na
Alemanha). O Vagabundo é um
andarilho pobretão que possui todas as
maneiras refinadas e a dignidade de um
cavalheiro; aparece sempre vestindo
um paletó apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu
número, e um chapéu-coco; carrega uma bengala de bambu; e possui um
pequeno bigode-de-broxa. O público viu o personagem pela primeira vez no
segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at Venice, lançado em 7 de fevereiro
de 1914. No entanto, ele já havia criado o visual do personagem para o filme
Mabel's Strange Predicament, produzido alguns dias antes, porém lançado mais
tarde, em 9 de fevereiro de 1914.
Em 1915, Chaplin assinou um contrato muito mais favorável com a
Essanay Studios, e desenvolveu suas habilidades cinematográficas,
adicionando novos níveis de sentimentalismo e pathos em seus filmes. A maioria
dos filmes produzidos na Essanay foram mais ambiciosos, com uma duração
duas vezes maior do que as curtas da Keystone. Chaplin também desenvolveu
o seu próprio elenco estático, no qual estava incluído a heroína Edna Purviance
e os vilões cómicos Leo White e Bud Jamison.
Visto que grupos de imigrantes chegavam constantemente na América,
os filmes mudos foram capazes de atravessar todas as barreiras de linguagem,
sendo compreendidos por todos os níveis da Torre de Babel americana,
simplesmente devido ao fato de serem mudos. Nesse contexto, Chaplin foi
emergindo e tornando-se o exponente máximo do cinema mudo.
Em 1916, a Mutual Film Corporation pagou a Chaplin 670 000 00 dólares
para produzir uma dúzia de comédias com duração de duas bobinas. Foi dado a
ele controle artístico quase total, produzindo doze filmes durante um período de

26
dezoito meses, notando que estes estão entre os filmes de comédia mais
influentes da história do cinema. Praticamente todos os filmes de Chaplin
produzidos na Mutual são clássicos: Easy Street, One A.M., The Pawnshop e
The Adventurer são provavelmente os mais conhecidos. Edna Purviance
continuou sendo a protagonista, e Chaplin adicionou Eric Campbell, Henry
Bergman e Albert Austin ao seu elenco estático; Campbell, um veterano nas
óperas de Gilbert e Sullivan, interpretou vilões soberbos, e os atores
coadjuvantes Bergman e Austin permaneceram no elenco de Chaplin durante
décadas. Chaplin considera o período em que esteve na Mutual como o mais
feliz de sua carreira. Após a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra
Mundial, Chaplin tornou-se um garoto-propaganda para a venda de "bónus da
liberdade" junto com Mary Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.
Em 1972, Chaplin ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme
Luzes da Ribalta, de 1952, que também foi um grande sucesso. O filme foi co-
estrelado por Claire Bloom e também contou com a participação de Buster
Keaton, sendo esta a única vez em que os dois grandes comediantes
apareceram juntos. Devido às perseguições políticas contra Chaplin, o filme não
chegou a ser exibido durante uma única semana em Los Angeles quando foi
originalmente lançado. Este critério de nomeação era desconsiderado até 1972.
Chaplin também foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor
Ator em O Grande Ditador em 1940, e novamente por Melhor Roteiro Original
em Monsieur Verdoux em 1948. Durante seus anos ativos como cineasta,
Chaplin expressava desprezo pelos Oscars; seu filho descreve que ele provocou
a ira da Academia ao deixar seu Oscar de 1929 ao lado da porta, para não deixá-
la bater. Isto talvez explique porque Luzes da Cidade e Tempos Modernos,
considerados por várias enquetes como dois dos melhores filmes de todos os
tempos, nunca foram indicados a um único Oscar.
Na 1ª Entrega dos Prémios da Academia em 16 de maio de 1929, os
procedimentos de votação da auditoria ainda não tinham sido postos em prática,
e as categorias eram ainda muito fluidas.
A saúde de Chaplin começou a declinar lentamente no final da década de
1960, após a conclusão do filme A Countess from Hong Kong, e mais
rapidamente após receber seu Oscar Honorário em 1972. Por volta de 1977, já
tinha dificuldade para falar, e começou a usar uma cadeira de rodas. Chaplin
morreu dormindo aos 88 anos de idade em consequência de um derrame
cerebral, no Dia de Natal de 1977 em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça , fez-se
um pequeno funeral anglicano privativo dois dias depois, como era de seus
desejos, e foi enterrado no cemitério comunal.
No dia 1 de março de 1978, seu cadáver foi roubado da sepultura, com
caixão e tudo, por dois imigrantes desempregados - o polonês Roman Wardas e
o búlgaro Gantcho Ganev - na tentativa de extorquir dinheiro de sua viúva Oona
O'Neill. Dois meses depois, uma grande operação policial capturou os dois
criminosos, o caixão foi encontrado enterrado num campo em Noville, um vilarejo
próximo, perto do Lago Léman, e novamente enterrado em Corsier-sur-Vevey,

27
mas desta vez a família mandou fazer um tampão de concreto de 6 pés (1,80
metro) de espessura protegendo o caixão do cineasta, para evitar novos
problemas. No mesmo cemitério, há uma estátua de Chaplin em sua
homenagem.

Wassily Kandinsky
Nascido na cidade de Moscovo, em 16 de
dezembro de 1866,Wassily Kandinsky passou grande
parte da infância em Odessa. Filho de pais divorciados,
ele foi educado pela tia. De volta à capital russa, estudou
Direito e Economia na Universidade de Moscou,
chegando a diplomar-se em Direito aos 30 anos, porém
desistiu dessa carreira.
Kandinsky se casou em 1892 com a sua prima
Anya Chimiakin, que o acompanhou, em 1896, quando
ele se transferiu para Munique, iniciando os seus
estudos em pintura.
O estilo da escola de Ažbè desiludiu Kandinsky,
que preferia pintar paisagens coloridas ao ar livre, em vez de modelos "mal
cheirosos, apáticos, inexpressivos, geralmente destituídos de caráter".
Após vinte anos, o pintor tentou, sem sucesso, inscrever-se num curso
ministrado por Franz von Stuck. Um ano depois, ingressou finalmente no curso,
que frequentou até 1900. Em maio de 1901, Kandinsky foi um dos fundadores
da Sociedade Artística Phalanx e lecionou na escola fundada pouco tempo
depois pela sociedade. Uma das suas alunas foi Gabriele Münter, que viria a ser
sua companheira até 1917. Kandinsky separou-se de Anya Chimiakin em 1916.
Na década de 1910, Kandinsky desenvolveu seus primeiros estudos não
figurativos - sendo por isso considerado o primeiro pintor ocidental a produzir
uma tela abstrata. Algumas das suas obras dessa época, a exemplo de "Murnau
- Jardim 1" (1910) e "Grüngasse em Murnau" (1909), mostram a influência dos
verões que Kandinsky passava em Murnau, notando-se um crescente
abstracionismo nas suas paisagens.
Outra influência nas suas pinturas foi a música do compositor Arnold
Schönberg, com quem Kandinsky manteve correspondência entre 1911 e 1914.
Quando explode a Primeira Guerra Mundial, Kandinsky é forçado a
abandonar a Alemanha, partindo para a Suíça, acompanhado por Gabriele
Münter em 3 de agosto de 1914, esperando que conflito terminasse rapidamente.
Quando isso não se concretizou, o artista voltou à Rússia, separando-se de
Münter, a 16 de novembro do mesmo ano. Aproveitando uma exposição em
Estocolmo em 1916, Kandinsky permanece na Suécia, onde conhece a sua
terceira companheira, a russa Nina de Andreewsky. Com o advento da
Revolução Russa, em 1917, volta à Rússia, interessado e esperançoso nos

28
rumos do país. Porém, por discordar da política cultural oficial que passa a
orientar a produção artística russa, o pintor retorna à Alemanha em 1921.
Em constante contato com as vanguardas artísticas, Kandinsky leciona na
Bauhaus até 1933, quando a escola é fechada pelo governo nazista. O artista
decide então transferir-se para Paris, onde permanecerá até o fim de sua vida,
em 1944. Encontra-se sepultado no Cimetière ancien de Neuilly-sur-Seine.
Desenvolveu a arte abstrata até o final de sua vida. Com Piet Mondrian e
Kasimir Malevich, Wassily Kandinsky faz parte do "trio sagrado" da abstracção.
A criação de Kandinsky de trabalhos puramente abstratos seguiu um
longo período de intenso desenvolvimento e amadurecimento do pensamento
teórico baseado nas suas experiências pessoais artísticas. Chamou a esta
devoção como beleza interior, fervor de espírito e uma necessidade funda de
desejo espiritual, que foi o aspecto principal da sua arte.
Kandinsky aprendeu através de diversos recursos durante a sua
juventude em Moscovo. Mais tarde na sua vida ele seria lembrado como sendo
fascinado e estimulado pela cor como uma criança. O fascínio pelo simbolismo
e psicologia da cor continuaram durante o seu crescimento, apesar de parecer
nunca ter estudado arte. Em “Looks on the Past” ele relata que as casas e as
igrejas eram decoradas com cores tão brilhantes que, uma vez lá dentro, teve a
impressão de se estar a mover dentro de uma tela pintada. A experiência e o seu
estudo sobre a arte do povo na região, em particular o uso de cores brilhantes
sobre fundo negro, refletiu-se nos seus trabalhos mais recentes. Anos mais tarde,
ele relacionou o ato de pintar para criar música na maneira que mais tarde viesse
a ser mais reconhecido e escreveu “As cores são a chave, os olhos o machado,
a alma é o piano com as cordas”.
Ele foi similarmente influenciado durante este período pela ópera de
Richard Wagner Lohengrin com a qual ele sentiu que quebrou os limites da
música e da melodia além do lirismo tradicional.
Kandinsky foi igualmente espiritualmente influenciado por Helena
Petrovna Blavatsky (1831- 1891), o mais importante exponente da Teosofia nos
tempos modernos. A teoria teosófica solicitou que a criação é uma proporção
geométrica, começando num único ponto. O aspecto criativo das formas é
expressado por uma série descendente de círculos, triângulos e quadrados. Os
livros de Kandinsky ecoam estes princípios básicos teosóficos.
As pinturas de Kandinsky do período em que fez parte do grupo Der Blaue
Reiter ("O cavaleiro Azul") (1911-1914), foram compostas por massas coloridas
largas e bastante expressivas, avaliadas independentemente a partir de formas
e linhas que já não serviam para delimitá-las. Estas seriam sobrepostas numa
forma bastante livre para formar pinturas duma força extraordinária.
A influência da música foi bastante importante no nascimento da arte
abstrata, como sendo abstrata por natureza, este não tenta representar o mundo
exterior mas antes para expressar, numa maneira imediata, os sentimentos
interiores da alma humana. Kandinsky às vezes usava termos musicais para

29
designar o seu trabalho; ele chamou a muitas das suas pinturas espontâneas
“Improvisações”, e “Composições” a outras muito mais elaboradas e trabalhadas
em comprimento, um termo que ressoou nele como um orador.
Além da pintura Kandinsky desenvolveu a sua opinião como um teórico
da arte. De facto, a influência de Kandinsky na história da arte do ocidente talvez
resulte mais dos seus trabalhos teóricos do que propriamente das suas pinturas.
Ao mesmo tempo que escrevia “Do espiritual na Arte”, Kandinsky
escreveu o Almanaque do Cavaleiro Azul, que serviram tanto como defesa e
promoção da arte abstracta, assim como uma prova de que todas as formas de
arte eram igualmente capazes de alcançar o nível da espiritualidade. Ele
acreditava que a cor podia ser usada numa pintura como uma coisa autónoma e
distanciada de uma discrição visual de um objecto ou de uma qualquer forma.
Kandinsky também escreveu poemas brilhantes, abstratos, que fazem
referência a cores e linhas, tais quais surgiam na percepção do artista. Sendo
eminentemente vanguardistas, no entanto, seus poemas diferem de tudo quanto
foi produzido por qualquer "ismo" em literatura ou poeta vanguardista conhecido,
inclusive do trabalho poético de outros artistas predominantemente plásticos, tais
como Picasso e Hans Arp, que tenderam a aderir, na escrita, a alguma
vanguarda poética conhecida, como o Surrealismo.

Amadeo de Souza-Cardoso
Nasceu em Manhufe, freguesia de Mancelos,
Amarante, 14 de novembro de 1887 e morreu em
Espinho, 25 de outubro de 1918) foi um pintor
português.
Pertencente à primeira geração de pintores
modernistas portugueses, Amadeo de Souza-
Cardoso destaca-se entre todos eles pela qualidade
excecional da sua obra e pelo diálogo que
estabeleceu com as vanguardas históricas do início
do século XX. "O artista desenvolveu, entre Paris e
Manhufe, a mais séria possibilidade de arte moderna
em Portugal num diálogo internacional, intenso mas
pouco conhecido, com os artistas do seu tempo". A sua pintura articula-se de
modo aberto com movimentos como o cubismo o futurismo ou o expressionismo,
atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos
anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional
sua contemporânea.
A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica
em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora mas ainda em
fase de afirmação. Amadeo ficaria longamente esquecido, dentro e, sobretudo,
fora de Portugal: "O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso
manto a visibilidade interpretativa da sua obra […], e que foi também o silêncio

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de Portugal como país, não permitiu a atualização histórica internacional do
artista"; e "só muito recentemente Amadeo de Souza-Cardoso começou o seu
caminho de reconhecimento historiográfico".
O ano seguinte à sua partida para Paris "terá sido um ano de choque", um
ano de revelação, marcando o início da sua atividade como pintor, embora as
suas primeiras pinturas conhecidas datem dos anos imediatos; trata-se ainda de
exercícios, de escala reduzida, "pequenas «pochades» de impressão, como toda
a gente fazia", onde representa interiores de cafés ou paisagens de forma mais
ou menos convencional. Se muitas destas obras revelam hesitação, a lição de
Cézanne informa já algumas das paisagens mais bem-sucedidas.
Regressa a Portugal após tomar conhecimento da eclosão da 1ª Guerra
Mundial (1914-1918): "este virar de página vai transtornar definitivamente os
seus projetos e fechar para sempre o seu livro de viagens". Isolado no norte do
país, remetido para uma zona periférica de um país já de si periférico, esse
isolamento é apenas mitigado pelo intercâmbio com Eduardo Viana, com Sonia
e Robert Delaunay (então a residir em Portugal), e por brevíssimos contactos
com elementos do chamado grupo futurista português. Vive esses últimos anos
– o seu período de "maior energia e criatividade individual" –, num frenesim
criativo, sonhando com a participação em mostras internacionais (que nunca se
concretizam) e com o regresso, sempre adiado, a Paris. "Neste trabalho,
sabiamente manipulador de uma memória seletiva, estão presentes os sinais de
maturidade do artista na escolha do seu caminho. Mas é um caminho solitário e
desamparado". E essas obras notáveis, onde desenvolve pesquisas
consonantes com a de autores máximos das vanguardas da época – dos
cubistas aos membros da vanguarda russa –, ficarão praticamente esquecidas
da historiografia internacional da arte.
Os últimos trabalhos de Amadeo, datáveis de 1917, "são o núcleo mais
consistente e poderoso da sua afirmação como artista". Nestas obras reforçam-
se as associações inesperadas, alógicas, "ao mesmo tempo que se adensam e
complexificam os processos técnicos, na espessura e materialidade das tintas
misturadas com areias e outros agregantes, nas colagens, nos trompe-l’oeils e
suas simulações". Partindo de um princípio gerador baseado na fragmentação
cubista, irá integrar na pintura elementos iconográficos típicos desse movimento
(dos instrumentos musicais à palavra escrita), fragmentos apropriados da vida
real (madeira, espelhos, ganchos de cabelo, etc.), representações de partes do
corpo ou de produtos contemporâneos produzidos industrialmente (como uma
máquina registadora), e formas totalmente abstratas… Essa diversidade
aparentemente incongruente é gerida de forma magistral, "num jogo
combinatório poderoso e de uma energia plástica rara" que coloca essas obras
a par das pinturas mais notáveis suas contemporâneas.
Embora a "notoriedade do seu percurso expositivo e […] integração no
contexto internacional dos diálogos de vanguarda" o coloquem no centro da
revolução que atravessou o mundo das artes nas primeiras décadas do século
XX, a origem de Amadeo num país pequeno e periférico, a sua morte prematura
e inconstância estilística, "camaleónica", criaram sérias dificuldades ao seu

31
reconhecimento. Mesmo em Portugal, depois da sua morte ocorreu um longo
hiato até que a sua obra merecesse a devida atenção; e apenas em 1983, com
a inauguração do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian,
se tornou finalmente possível um acesso real e permanente a obras de referência
como Título desconhecido (Entrada), ou Título desconhecido (Coty), 1917.

Fernando Pessoa
Nasceu em Lisboa, 13 de junho de 1888 e
morreu em Lisboa, 30 de novembro de 1935, foi
um poeta, escritor, crítico e tradutor português.
Fernando Pessoa é o mais universal poeta
português. Por ter sido educado na África do Sul,
numa escola católica irlandesa, chegou a ter
maior familiaridade com o idioma inglês do que
com o português ao escrever os seus primeiros
poemas nesse idioma. O crítico literário Harold
Bloom considerou Pessoa como "Whitman
renascido", e o incluiu no seu cânone entre os 26
melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa
mas também da inglesa.
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa.
Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar
Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e
Almada Negreiros) para o inglês.
Enquanto poeta, escreveu sobre múltiplas personalidades – heterónimos,
como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos
objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta
americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram
máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas
inteiros."
A 13 de Junho de 1888, pelas 15h20, nasceu Fernando Pessoa. O parto
ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à
ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos), freguesia dos Mártires. De famílias da
pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra
Pessoa, natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e
crítico musical do «Diário de Notícias». A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro
Nogueira Pessoa, era natural dos Açores (mais propriamente, da Ilha Terceira).
Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e
Emília.
O poeta, pelo lado paterno, tem as suas raízes familiares no concelho de
Arouca, nas freguesias do denominado «Fundo do Concelho» de Arouca.

32
Fernando António foi baptizado em 21 de Julho na Basílica dos Mártires,
ao Chiado, tendo por padrinhos a Tia Anica (D. Ana Luísa Pinheiro Nogueira, tia
materna) e o General Chaby. A escolha do nome homenageia Santo António: a
família reclamava uma ligação genealógica com Fernando de Bulhões, nome de
baptismo de Santo António, tradicionalmente festejado em Lisboa a 13 de Junho,
dia em que Fernando Pessoa nasceu.
A sua infância e adolescência foram marcadas por factos que o
influenciariam posteriormente. Às cinco horas da manhã de 13 de Julho de 1893,
o pai morreu, com 43 anos, vítima de tuberculose. A morte foi anunciada no
Diário de Notícias do dia. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria
a falecer no ano seguinte, sem completar um ano, a 2 de Janeiro de 1894. A mãe
vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta,
o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi também neste período
que surgiu o primeiro heterónimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, facto
relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala
extensamente sobre a origem dos heterónimos. Ainda no mesmo ano, escreve
o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida
Mamã. A mãe casa-se pela segunda vez em 1895 por procuração, na Igreja de
São Mamede, em Lisboa, com o comandante João Miguel Rosa (1857-1919),
cônsul de Portugal em Durban (África do Sul), que havia conhecido um ano antes.
Em África, onde passa a maior parte da juventude e recebe educação inglesa,
Pessoa viria a demonstrar desde cedo talento para a literatura.
Deixando a família em Durban, regressa definitivamente à capital
portuguesa, sozinho, em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia e as duas tias
na Rua da Bela Vista, n.º 17. A mãe e o padrasto regressam também a Lisboa,
durante um período de férias de um ano em que Pessoa volta a morar com eles.
Continua a produção de poemas em inglês e, em 1906, matricula-se no Curso
Superior de Letras (actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que
abandona sem sequer completar o primeiro ano. É nesta época que entra em
contacto com importantes escritores portugueses. Interessa-se pela obra de
Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira.
Em Agosto de 1907, morre a sua avó Dionísia, deixando-lhe uma pequena
herança, com a qual monta uma pequena
tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º,
sob o nome de «Empreza Ibis — Typographica e
Editora — Officinas a Vapor», que rapidamente
vai à falência. A partir de 1908, dedica-se à
tradução de correspondência comercial, uma
ocupação a que poderíamos dar o nome de
"correspondente estrangeiro". Nessa actividade
trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida
pública.
Inicia a sua atividade de ensaísta e crítico
literário com o artigo «A Nova Poesia Portuguesa
Sociologicamente Considerada», a que se

33
seguiriam «Reincidindo…» e «A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto
Psicológico» publicados em 1912 pela revista A Águia, órgão da Renascença
Portuguesa. Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio
adoptivo, o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café A Brasileira, no
Largo do Chiado em Lisboa. Mais tarde, já nos anos vinte, o seu café preferido
seria o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, onde escrevia e se
encontrava com amigos e escritores.
Em 1915 participou na revista literária Orpheu, a qual lançou o movimento
modernista em Portugal, causando algum escândalo e muita controvérsia. Esta
revista publicou apenas dois números, nos quais Pessoa publicou em seu nome,
bem como com o heterónimo Álvaro de Campos. No segundo número da Orpheu,
Pessoa assume a direcção da revista, juntamente com Mário de Sá-Carneiro.
Em Outubro de 1924, juntamente com o artista plástico Ruy Vaz,
Fernando Pessoa lançou a revista Athena, na qual fixou o «drama em gente»
dos seus heterónimos, publicando poesias de Ricardo Reis, Álvaro de Campos
e Alberto Caeiro, bem como do ortónimo Fernando Pessoa.
No número três da revista Sudoeste: cadernos de Almada Negreiros de
Novembro de 1935 (mês da sua morte) encontra-se um breve artigo da sua
autoria intitulado "Nós os de Orpheu" e o poema "Concelho".
Morreu no dia 30 de Novembro, pelas 20h00, com 47 anos de idade. No dia
anterior, tinha escrito a sua última frase, em inglês: "I know not what tomorrow
will bring" ("Não sei o que o amanhã trará"). O funeral realizou-se a 2 de
Dezembro no Cemitério dos Prazeres.

34
2- O agudizar das tensões políticas e sociais a
partir dos anos 30

35
Mapas

36
CRONOLOGIA
1927 – Primeiro filme sonoro
1928 – Salazar, ministro das Finanças; Estaline, chefe da URSS; 1º Plano
Quinquenal
1929 – Crash bolsista em Nova Iorque; Colectivização na URSS
1930 – Bases da União Nacional; Interrupção dos empréstimos americanos
à Europa
1931 – O Japão ocupa a Manchúria
1932 – Salazar, chefe do Governo; Marcas da fome na Grã-Bretanha;
Roosevelt ganha as eleições presidenciais americanas
1933 – Hitler, chanceler do Reich; Estado Novo em Portugal; Primeira fase
do New Deal; A. Malraux: A Condição Humana; Carta de Atenas
1934 – Autarcia na Itália; 1ª Exposição Colonial no Porto
1935 – Guerra na Etiópia; Leis de Nuremberga; 2ª fase do New Deal

37
1936 – Frentes Populares na Espanha e na França; Eixo Roma-Berlim; Jogos
Olímpicos de Berlim; Início da Guerra Civil espanhola e dos processos de
Moscovo; Mocidade Portuguesa e Legião Portuguesa; V. Mukhina, O
operário e a kolkhosiana
1937 – Eixo Berlim-Tóquio-Roma
1938 – “Noite de Cristal”; Ocupação da Áustria; Câmara dos Fasci e das
corporações na Itália
1939 – Inscrição obrigatória na Juventude Hitleriana; Ocupação da Albânia e
da Checoslováquia; Pacto germano-soviético; Invasão da Polónia; Início da
2ª Guerra Mundial
1940 – Invasão da Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e
França pela Alemanha; Exposição do Mundo Português em Lisboa

CONCEITOS
Crash (craque) bolsista: Termo empregue nas operações financeiras de bolsas
de ações para caracterizar a quebra dos valores dos papéis e títulos postos à
venda. O maior crash conhecido foi o ocorrido em outubro de 1929, nos Estados
Unidos.

Deflação: Situação económica, geralmente de crise, caracterizada por uma


diminuição dos preços, do investimento e da procura, acompanhada de uma
progressão do desemprego. Frequentemente, são os Estados que originam essa
situação no intuito de combater a inflação dos meios de pagamento, a
especulação e a alta de preços. Para o efeito, diminuem a quantidade de papel-
moeda, restringem o crédito e reduzem os gastos do Estado.

Totalitarismo: Sistema político, no qual o poder se concentra numa só pessoa


ou no partido único, cabendo ao Estado o controlo da vida social e individual.

Fascismo: Sistema político instaurado por Mussolini na Itália, a partir de 1922.


Profundamente ditatorial, totalitário e repressivo, o fascismo suprimiu as
liberdades individuais e coletivas, defendeu a supremacia do Estado, o culto do
chefe, o nacionalismo, o corporativismo, o militarismo e o imperialismo. Por
extensão, o termo fascismo designa também todos os regimes totalitários de
direita e até mesmo simples regimes autoritários.

Nazismo: Sistema político instaurado por Hitler na Alemanha a partir de 1933.


Para além de perfilhar os princípios ideológicos do fascismo, distinguiu-se pelo
racismo violento, fundamentando-o numa suposta superioridade biológica e
espiritual do povo ariano, ao qual pertenceriam os alemães. Ao Estado nazi –
erigido em Estado racial – incumbiria não só a preservação da raça superior,
libertando-a do contacto com os elementos impuros – daí as perseguições aos
judeus –, mas também a sua expansão – do que resultou a teoria do “espaço
vital” e o imperialismo alemão.
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Corporativismo: Forma de organização socioeconómica que defende a
constituição de corpos profissionais (corporações) de trabalhadores, patrões e
serviços, que conciliam os seus interesses de modo a promoverem a ordem, a
paz e a prosperidade, ou seja, o bem-estar geral.

Propaganda: Conjunto de meios destinados a influenciar a opinião pública. Nos


Estados totalitários, a propaganda procura inculcar nas massas a sua ideologia
e os seus valores culturais e morais. Entre os meios utilizados, citam-se os
discursos, a imprensa, panfletos, cartazes, a rádio, o cinema, a tele- visão,
marchas, canções, uniformes, emblemas, manifestações.

Antissemitismo: O mesmo que hostilidade aos Judeus. As perseguições aos


Judeus, na Europa, relacionaram-se com motivos religiosos e adensaram-se
depois que o cristianismo triunfou como religião oficial do Império Romano (séc.
IV), lembrando que os Judeus não reconheceram Cristo e pediram a Pilatos a
sua morte. Invejados pelos seus negócios e, em especial, pela prática da usura,
os Judeus sofreram perseguições recorrentes a partir da Idade Média, sendo-
lhes imputada a origem da Peste Negra. Na Península Ibérica, os judeus
convertidos (“cristãos-novos”) foram as grandes vítimas da Inquisição nos
séculos XVI a XVIII. No século XIX, o antissemitismo assumiu, em alguns países
europeus, o caráter de racismo, ao identificar o povo judeu com uma raça inferior
e destruidora. Esta forma de antissemitismo atingiu o auge em pleno século XX,
na Alemanha nazi, originando a morte de milhões de judeus.

Genocídio: Política praticada por um governo visando a eliminação em massa


de grupos étnicos, religiosos, económicos ou políticos. Embora a História registe
múltiplos genocídios, foram os regimes totalitários que levaram a extremos a
prática do genocídio. O genocídio judaico durante a Segunda Guerra Mundial é
também apelidado de Holocausto ou, em hebreu, de Shoah (catástrofe).

Intervencionismo: Papel ativo desempenhado pelo Estado no conjunto das


atividades económicas a fim de corrigir os danos ou os inconvenientes sociais
derivados da aplicação estrita do liberalismo económico. Concretizou-se no
controlo dos preços, em leis sobre os salários, na legislação do trabalho e de
caráter social. O intervencionismo esteve também na origem da participação do
Estado como empresário e produtor de serviços públicos. Entre estes, contam-
se a produção e a distribuição de energia, os caminhos de ferro, os correios, os
telefones.

New Deal: Literalmente, significa nova distribuição e é a expressão pela qual


ficaram conhecidas as reformas e iniciativas económicas e sociais
implementadas pelo presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, a partir de
1933, para ultrapassar a Grande Depressão. O New Deal assentou numa forte
intervenção na Banca e nos créditos, que foram incentivados, na atribuição de
prémios de produção, no reajustamento entre o nível salarial e o dos preços, na
desvalorização do dólar e numa política intensiva do comércio externo.

39
Cultura de Massas: Conjunto de manifestações culturais partilhado pela maioria
da população. A cultura de massas é difundida pelos mass media e típica das
sociedades industriais do século XX.

Media: Palavra inglesa que designa os meios de comunicação de grande


impacto. Os mass media (meios de comunicação de massas) dirigem-se a um
público vasto, heterogéneo e disperso.

Estandardização de comportamentos: Uniformização das condutas


individuais segundo um padrão socialmente aceite. Em termos sociológicos, este
fenómeno é visto como um corolário da massificação social e cultural que
caracteriza o século XX.

Funcionalismo: Conjunto de soluções arquitetónicas inovadoras que marca o


início de uma arquitetura verdadeiramente moderna. O funcionalismo une
estreitamente a forma e a função numa economia de custos e racionalidade de
linhas, pondo em evidência a estrutura volumétrica dos edifícios.

Realismo Socialista: “Arte oficial” da União Soviética, estabelecida no período


estalinista. Definida por Andrei Jdanov, em 1934, como a “descrição da realidade
na sua dinâmica revolucionária”, o realismo socialista dirige-se às massas, tendo
como objetivo suscitar a sua adesão ao regime. Os temas remetem geral mente
para o mundo proletário e a vida feliz dos trabalhadores na sociedade socialista.

Carta de Atenas: um documento de compromisso, datado de 1933, redigido e


assinado por grandes arquitetos e urbanistas internacionais do início do século
XX, entre os quais se destaca Le Corbusier. A Carta foi redigida como conclusão
do Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos
que teve lugar em Atenas, na Grécia, em outubro de 1931. Ao dar linhas de
orientação sobre o exercício e o papel do urbanismo dentro da sociedade, serviu
de inspiração à arquitetura contemporânea.

40
2.1. A Grande Depressão e o seu impacto social

A Grande Depressão iniciou-se nos


Estados Unidos da América, com o crash na
Bolsa de Wall Street, em outubro de 1929.
As ações perderam o seu valor, bancos e
empresas faliram e o desemprego atingiu
mais de 12 milhões de pessoas.

A retração do consumo originou a acumulação de stocks e a queda dos


preços e lucros industriais e agrícolas (deflação. Os empresários não dispunham
de capitais nem de estímulos para investirem. A estagnação e o declínio da
economia repercutiram-se numa onda desconhecida de pobreza e delinquências
nas cidades e campos da América.

Dos Estados Unidos a crise estendeu-se á Europa e a todos os continentes que


com eles mantinham laços económicos e financeiros. Em dificuldades, os
bancos americanos repatriaram os capitais investidos. Os empréstimos
americanos, de que dependia a reconstrução europeia, cessaram. Os
fornecedores de matérias-primas e alimentos, na América do sul, na Africa e na
Asia, deixaram de ter compradores. A crise tornou-se mundial e abalou a
confiança no capitalismo liberal, assenta na livre produção, na livre concorrência,
na ausência de regulação e na ansia de enriquecimento fácil que propiciaram os
negócios especulativos e a ruina da economia.

2.2 O totalitarismo fascista e nazi


A crise dos anos 30 foi também uma crise politica que fragilizou as
democracias. Os governos autoritários prosseguiram a sua escalada e atingiram

41
o expoente com o totalitarismo que se consolidou na Itália fascista e na
Alemanha nazi. Na Alemanha,em particular,o elevado desemprego causado
pela Grande Depressão descredibilizou a República de Weimar e forneceu ao
Partido Nazi um motivo forte para se impor eleitoralmente.

Do ponto de vista ideológico, quer o fascismo quer o nazismo


apresentaram-se ferozmente antiliberais e antidemocráticos. Repudiaram a
representatividade multipartidária e os elevados poderes concedidos aos
Parlamentos. Proibiram partidos, apenas consentindo o fascista, na Itália, e o
nazi, na Alemanha. Exploraram o nacionalismo, de forma agressiva, até e,
racista no caso da Alemanha; criticaram o socialismo assente na luta de classes
e no internacionalismo proletário. O sindicalismo livre foi proibido. A Itália
encontrou no corporativismo a fórmula ideal para controlar as forças laborais e
as submeter ao patronato.
Mussolini e Hitler, quais líderes providenciais, encarnaram a supremacia
do poder executivo ao qual o poder legislativo se submete. Um e outro
mereceram o culto ao chefe, que a propaganda habilmente encenou em
grandiosas manifestações e paradas. Sem liberdade de escolha e
arregimentadas, as massas integraram-se nas juventudes, nas milícias armadas,
no partido único, nos organismos sindicais afetos ao regime, nas organizações
oficiais de ume ocupação dos tempos livres.
O totalitarismo fascista e nazi distinguiu-se pelo aparelho repressivo
montado e pela violência institucionalizada. A censura impediu a liberdade de

42
criação e condicionou o pensamento. Criticou-se a paz que amolecia os homens,
cantando-se as virtudes da guerra. As milícias e a polícia política intimidaram,
espancaram, prenderam, torturaram e mataram. Os opositores políticos foram
encerrados em campos de concentração Na Alemanha, a violência racista
conduziu ao extermínio de judeus ciganos e eslavos considerados povos
inferiores.

O dirigismo fascista e nazi atingiu, igualmente, as atividades económicas,


que sofreram a intervenção do Estado, visando a autossuficiência e o
crescimento.

2.3 O totalitarismo estalinista


A Rússia soviética viveu, nos anos 30, sob o signo do totalitarismo
estalinista. Enquanto os fascismos privilegiaram as elites e o capitalismo o
estalinismo impos a submissão dos indivíduos ao Estado e ao chefe em nome
da sociedade igualitária e da abolição da propriedade privada.
A NEP lançada por Lenine, terminou e, com ela, a prosperidade de
pequenos proprietários agrícolas -os kulaks- e de homens de negócio que
haviam beneficiado da liberalização do comércio. Doravante, a economia foi
organizada pelo Estado na base da coletivização agrícola, através dos kolkhares,
e da planificação industrial. As produções cerealíferas e de gado, as industrias
extrativas de petróleo e carvão, a siderurgia e a eletricidade registaram notáveis
progressos.

43
Do ponto de vista politico, social e cultural o estalinismo ficou associado
ao totalitarismo repressivo do Estado. O Partido Comunista, o único autorizado,
detinha a hegemonia sobre os órgãos governativos. A sociedade, a começar
pelos jovens vivia enquadrada nas organizações do regime. As manifestações
culturais serviam a causa do socialismo. A propaganda condicionava as mentes
e impunha o culto do chefe em torno de Estaline. E para os que ousavam por em
causa, a verdade oficial e os interesses do regime, restava a repressão da polícia
política que a todos atingia, desde os velhos bolcheviques, aos membros do
Partido, aos oficiais do exército, aos camponeses e intelectuais. As execuções e
os campos de concentração foram a face mais dramática da ditadura estalinista.

2.4 A resistência das democracias liberais


Para preservar as suas instituições democráticas, alguns países
ensaiaram novas soluções económicas, sociais e, até, políticas. Nos Estados
Unidos da América, o presidente Roosevelt pôs em prática, a partir de 1933,
um programa de recuperação pautado por um maior intervencionismo do
Estado nas atividades económicas. Chamou-se New Deal e promoveu o
combate ao desemprego – através de grandes trabalhos em obras públicas-,
a recuperação financeira, agrícola e industrial. Ao New Deal se ficou a dever,
também, os primórdios da Segurança Social nos EUA, com a concessão de
reformas e de subsídios.

Na França e na Espanha, a braços com a radicalização entre forças de


direita e de esquerda, tiveram lugar, em 1936, as experiências políticas das
Frentes Populares. Levaram ao poder coligações de socialistas e comunistas,
apoiadas por uma larga mobilização de cidadãos. Entre aumentos de salários,
direitos sindicais e regalias sociais, como a concessão das férias pagas em
França, as Frentes Populares suscitaram a oposição de empresários e das
forças conservadoras. Na Espanha, estas últimas acabaram por triunfar numa
guerra civil que pôs fim à república democrática.

44
2.5 A dimensão social e política da cultura
O desenvolvimento de meios de comunicação capazes de atingir um
público muito vasto – mass media – fez nascer a cultura de massas.
A imprensa, a rádio e o cinema foram os mais importantes mass media
dos anos 30. Em conjunto, difundiram grandes quantidades de bens culturais
– jornais, revistas, livros, filmes, trechos musicais – que homogeneizaram
gostos, incutiram valores e estandardizaram comportamentos.
Proporcionaram, ainda, uma via de evasão da rotina diária, tantas vezes dura
e desgastante.
As dificuldades do pós-guerra e o desencadear da Grande Depressão
imbuíram a literatura e as artes plásticas de preocupações sociais. Posta ao
serviço da coletividade, a criação artística e literária adotou uma linguagem
mais realista e, por isso, mais acessível à maioria da população. Estas
preocupações sociais foram igualmente sentidas na arquitetura, dando origem
a um novo estilo, o funcionalismo, que marcou fortemente as construções do
século XX.

45
O poder de divulgação dos media favoreceu a utilização das
manifestações culturais e desportivas para fins políticos. As ditaduras que,
nesta época, proliferaram pela Europa fizeram da arte, literatura e das glórias
do desporto instrumentos de propaganda, que exaltavam as virtudes e os
líderes do regime.

2.6 O Estado Novo


Em Portugal, o autoritarismo concretizou-se no regime do Estado Novo,
instalado em 1933 e personificado na figura de Salazar. O Estado Novo
manifestou-se profundamente conservador, antiliberal, antidemocrático e
antiparlamentar, contrapondo a estes sistemas a defesa de um Estado forte,
em que o poder executivo se sobrepunha ao legislativo. A ditadura salazarista
demarcava-se, porém do totalitarismo fascista, invocando os valores da moral
cristã.
O Estado Novo afirmava que os indivíduos e os grupos não valiam por si,
mas enquanto partes complementares e solidárias de um todo orgânico que
era a Nação. Tudo na Nação, nada contra a Nação foi a sua palavra de ordem.
Aquela conceção, que se opunha tanto ao individualismo liberal como à luta
de classes socialista, originou o corporativismo. Ainda em nome do interesse
nacional, o Estado Novo enquadrou os indivíduos e os grupos em
organizações como a Mocidade Portuguesa, a União Nacional e a Legião
Portuguesa. Patrões e trabalhadores, através dos Grémios, Sindicatos

46
Nacionais, Casas do Povo e Casas dos Pescadores, foram obrigados ao
entendimento. Para impregnar as massas com os princípios do Estado Novo,
o Secretariado de Propaganda Nacional encenou manifestações culturais de
pendor histórico e nacionalista, que habilmente promoviam o culto a Salazar.

Um aparelho repressivo, escudado na censura e na polícia política,


impedia a disseminação de valores que contrariassem os ideais do Estado
Novo e castigava os seus opositores.

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Para consolidação do Estado Novo, na década de 30, muito contribuiu o
êxito das medidas financeiras e económicas marcadas pelo forte
intervencionismo e pela autarcia. Num mundo a braços com a Grande
Depressão, Salazar vangloriava-se dos orçamentos equilibrados, da moeda
fortalecida, do crescimento da produção cerealífera, das obras públicas
implementadas, da ausência de conflitos laborais favorecida pelo
corporativismo. A própria indústria viu o seu crescimento condicionado, para
que não houvesse excesso de produção, crises e desemprego.

Sínteses
Repressão e Violência no Estado Novo
Desde a sua implantação, o Estado Novo tratou de prevenir e castigar os
atos considerados subversivos dos que se lhe opunham. Inspirado nas ditaduras
fascistas, o regime português instituiu, igualmente, a repressão e a violência.
No Doc.A está presente a entrevista de António Ferro a Salazar, em
dezembro de 1932 onde Salazar afirmou que “E eu pergunto a mim próprio,
continuando a reprimir tais abusos, se a vida de algumas crianças e de algumas
pessoas indefesas não vale bem, não justifica largamente, meia dúzia de
safanões a tempo nessas criaturas sinistras”
No Doc. B podemos observar operários detidos na Marinha Grande, após
o fracasso de revolta contra a interdição dos sindicatos livre em 18 de janeiro de
1934 e trabalhadores rurais detidos em Montemor-o-Novo pela GNR, estas
reivindicações laborais dos camponeses alentejanos origina ondas de repressão
a cargo da GNR, que colabora com a polícia politica.
Segundo o Doc. C, os detidos podiam ser conservados incomunicáveis
nas “averiguações” e “interrogatórios”, que era, inicialmente secreta e estava a
cargo da polícia política. A PIDE permitia-se exercer sobre os detidos, sem
pressas, uma larga panóplia de violências e torturas físicas e psicológicas como
forma de lhes extorquir “confissões” ou de simplesmente os intimidar. Para além
dos carceres privativos nos edifícios da PVDE/PIDE, as prisões do Aljube, de
Peniche, de Caxias e o campo do Tarrafal foram outros locais de detenção pela
polícia politica. O Aljube funcionou de 1933 a 1966; o forte de Peniche de 1934
a 1974; o campo do Tarrafal de 1936 a 1954 e Caxias de 1936 a 1974.
No Doc. D encontra-se um depoimento de um prisoneiro referente ao
campo do Tarrafal que era considerado o “Campo da Morte Lenta”. O campo
instalado na ilha de Santiago, em Cabo Verde, entrou em funcionamento em 29
de outubro de 1936, nele encontravam-se os marinheiros detidos um mês antes
na revolta dos navios de guerra Dão e Afonso de Albuquerque, bem como os
operários sindicalistas, comunistas e anarquistas envolvidos no movimento
insurrecional de 18 de janeiro de 1934. O clima, a água inquinada, a má
alimentação, a malária, os trabalhos forçados, os maus-tratos e as torturas, como

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a da “frigideira” que consistia em, sempre que os presos incorriam em atos que
desagradavam ao comandante do campo, eram enviados para a “frigideira”, um
pequeno cubo de cimento armado, sem janelas nem luz interior, onde a
temperatura oscilava entre os 40ºC e os 60ºC, conduziram à morte de um
elevado número de presos.
Concluindo o Estado-Novo rodeou-se de um aparelho repressivo e de
violência que amparava e perpetuava a sua ação e que consequentemente
conduziu a um elevado número de detenções, perseguições, torturas e mortes
devido às suas medidas ditatoriais.

O mito de Salazar
Nos 48 anos de ditadura que Portugal viveu no século XX, 40 ficaram
indelevelmente marcados pela figura de Oliveira Salazar.
No Doc.A, António Ferro refere que Salazar não fazia declarações,
concedeu poucas audiências, não falou em público e sentou-se, tranquilamente,
à sua secretária, diante das contas do Estado como se sentava na sua cadeira
de professor. Afirma ainda que “Salazar. Esse nome, com essas letras, quase
deixou de pertencer a um homem para significar o estado de espírito de um país,
na sua ânsia de regeneração, na sua aspiração legítima duma política sem
política, duma política de verdade”.
No Doc. A3 está presente a capa da revista Notícias Ilustrado, esta era
dirigida por Leitão de Barros, um cineasta amigo de António Ferro, que no
editorial pedias aos leitores para comprovarem a “sensacional descoberta” da
semelhança entre Salazar e uma das personagens dos Painéis atribuídos a
Nuno Gonçalves. A semelhança respeitava à fisionomia e à ocupação dos dois
homens: as finanças. No caso de Salazar, tratava-se das finanças do Estado,
que ele recuperara; quanto à figura quatrocentista, dizia-se representar um
burguês que financiara as Descobertas marítimas, contribuindo para a
prosperidade do reino.
No Doc. B1 podemos observar a comemoração do seu 46º aniversário,
na Junta de Freguesia de Camões, em Lisboa (1935); no Doc. B2 encontra-se o
cortejo folclórico realizado em Lisboa (1937). Foram inúmeros cortejos e festas
que o Estado Novo apadrinhou para se glorificar. Tinham como tema as tradições,
as profissões, as atividades económicas e as comemorações históricas. Por fim,
no documento B4 podemos observar uma oração em que se agradece a
intercessão divina no atentado bombista contra Salazar, em Lisboa, (julho de
1937), do qual escapou ileso.
Concluindo, o estadista foi o rosto e a essência da ditadura, a ponto de o
Estado Novo ser comummente apelidado de salazarismo.

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Biografias
Mussolini
Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu em
Predappio a 29 de julho de 1883 e morreu em Mezzegra
a 28 de abril de 1945. Foi um político italiano que liderou
o Partido Nacional-Fascista e é considerado uma das
figuras-chave na criação do fascismo.
Tornou-se primeiro-ministro da Itália em 1922 e
começou a usar o título de Il Duce desde 1925. Mussolini
também criou e sustentou a patente militar suprema de
Primeiro Marechal do Império juntamente com o rei Vítor
Emanuel III da Itália, que lhe deu o título, tendo controlo
supremo sobre as forças armadas da Itália. Mussolini
permaneceu no poder até ser substituído, em 1943.
Até à sua morte, foi o líder da República Social Italiana.
Mussolini foi um dos fundadores do fascismo, que incluía elementos de
nacionalismo, corporativismo, sindicalismo nacional, expansionismo, progresso
social e anticomunismo, combinado com a censura de subversivos e a
propaganda do Estado. Nos anos seguintes à criação da ideologia fascista,
Mussolini conquistou a admiração de várias figuras políticas.
Mussolini foi preso mas resgatado pelas forças especiais alemãs. Após o
seu resgate, chefiou a República Social Italiana nas partes da Itália que não
tinham sido ocupadas pelas forças aliadas. No fim de abril de 1945, com a
derrota aparente, tentou fugir para a Suíça, contudo, foi capturado e executado
perto do lago de Como, o seu corpo foi trazido para Milão, onde se diz que foi
pendurado de cabeça para baixo numa estação petrolífera para a exibição
pública e a confirmação da sua morte.

Adolf Hitler
Nasceu em Braunau am Inn, a 20 de abril de
1889 e faleceu em Berlim, a 30 de abril de 1945). Foi
um militar e político, líder do Partido Nacional
Socialista dos Trabalhadores Alemães, também
conhecido por Partido Nazi, uma abreviatura do nome
em alemão (Nationalsozialistische), sendo ainda
oposição aos sociais-democratas, os Sozi Hitler
tornou-se chanceler e, posteriormente, ditador
alemão. Era filho de um funcionário de alfândega de
uma pequena cidade fronteiriça da Áustria com a
Alemanha.
Em 1923, tentou realizar um golpe de Estado
em Munique junto com outros líderes do Partido
Nazista. O fracasso desse acontecimento levou-o à
cadeia, onde escreveu o livro Mein Kampf (Minha Luta,
1924), autobiografia e programa ideológico para a Alemanha com as suas teses
racistas e anti-semitas. Em 1933 tornou-se chanceler da Alemanha; o seu projeto
nacionalista rearmou o país, recuperou a economia e fez várias obras públicas.
Em setembro de 1939, invadiu a Polónia, iniciando a Segunda Guerra Mundial.
A Alemanha nazista, juntamente com a Itália fascista e com o Império do Japão,

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formavam o Eixo. O Eixo seria derrotado pela intervenção externa do grupo de
países que se denominavam os "Aliados". Tal grupo fez-se notável por ter sido
constituído pelos principais representantes dos sistemas capitalista e socialista,
entre os quais a União Soviética e os Estados Unidos, união esta que se
converteu em oposição no período pós-guerra, conhecido como a Guerra Fria.
A Segunda Guerra Mundial acarretou a morte de um total estimado em 50 a 70
milhões de pessoas.
Documentos apresentados durante o Julgamento de Nuremberg indicam
que, no período em que Adolf Hitler esteve no poder, grupos minoritários
considerados indesejados — tais como Testemunhas de Jeová, eslavos,
poloneses, ciganos, homossexuais, deficientes físicos e mentais, e judeus —
foram perseguidos no que se tornou conhecido como Holocausto, no qual
estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas foram mortas. A maioria dos
historiadores admite que a maior parte dos perseguidos foi submetida a Solução
Final, enquanto certos seres humanos foram usados em experimentos médicos
ou militares.
Hitler sobreviveu sem ferimentos graves a 42 atentados contra a sua vida.
Devido a isso, ao que tudo indica, Hitler teria chegado a acreditar que a
"Providência" estava a intervir a seu favor. A última tentativa de assassiná-lo foi
o atentado de 20 de julho de 1944, onde uma bomba, preparada para simular o
efeito de um explosivo britânico, explodiu a apenas dois metros do Führer. O
atentado foi liderado e executado por von Stauffenberg, coronel alemão.
Adolf Hitler cometeu suicídio no seu quartel-general (o Führerbunker), em
Berlim, a 30 de abril de 1945, quando o exército soviético combatia as suas
tropas que defendiam a capital alemã.

Francisco Franco
Nasceu em Ferrol, a 4 de dezembro de 1892 e faleceu em Madrid, a 20
de novembro de 1975. Foi um militar, chefe de Estado e ditador espanhol.
Conhecido como "Generalíssimo", Francisco Franco
ou simplesmente Franco, integrou o Contra Golpe de
Estado na Espanha em julho de 1936 contra o
governo Democrático da Segunda República, que
desembocou na Guerra Civil Espanhola. Foi
nomeado como chefe supremo da tropa sublevada
em 10 de outubro de 1936, exercendo como chefe
de Estado da Espanha desde o final do conflito até
seu falecimento em 1975, e como chefe de Governo
entre 1938 e 1973.
Foi líder do partido único Falange Espanhola
e das JONS (Juntas Ofensivas Nacional
Sindicalistas), nos quais se apoiou para estabelecer
um regime fascista no começo de seu governo, que
mais tarde derivaria em uma ditadura, conhecida como franquismo, de tipo
conservador, católico e anti comunista. A mudança de seu regime se deveu à
derrota do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Aglutinou em torno ao culto a
sua imagem, diferentes tendências do conservadorismo, nacionalismo e
catolicismo, opostas à esquerda política e ao desenvolvimento de formas
democráticas de governo.

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Durante o seu mandato à frente do Exército e da Chefia do Estado,
especialmente durante a Guerra Civil e os primeiros anos do regime, tiveram
lugar múltiplas violações dos direitos humanos, segundo assinalam numerosas
pesquisas históricas e denúncias de pessoas. A cifra total de vítimas mortais
varia em torno de centenas de milhares de pessoas que morreram, na maioria
em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou em prisão.
Ao contrário de Hitler e Mussolini, o governo Franco, devido à teórica
neutralidade na Segunda Guerra Mundial, resistiu ao fim da Segunda Guerra.
Mas o líder fascista liderava um país industrialmente atrasado, bem mais pobre
que outras nações europeias. E, apesar de não gostar particularmente de futebol,
viu no desporto uma forma da Espanha passar a ser conhecida positivamente
no exterior. Depois de um governo de quase quarenta anos, Franco restaurou a
monarquia e deixou o Rei Juan Carlos I como seu sucessor.

Josef Vissarionovitch Stalin

Nasceu em Gori, a 18 de dezembro de 1878 e morreu em Moscovo, a 5


de março de 1953. Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética
e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte em 1953, sendo assim o
líder da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética
desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha
nazista na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e
passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida
industrialização e melhoras nas condições sociais do povo
soviético. Durante esse período, o país também expandiu
seu território para um tamanho semelhante ao do antigo
Império Russo. O regime de Estaline também foi marcado
por violações constantes de direitos humanos, massacres
e execuções extra-judiciais de milhares de pessoas.
Estima-se que entre 20 e 60 milhões de pessoas tenham
morrido durante seus trinta anos de governo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em
1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso
secreto oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências",
a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética.

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António de Oliveira Salazar

Nasceu em Vimieiro, Santa Comba Dão, a 28


de abril de 1889 e faleceu em Lisboa, a 27 de julho de
1970. Foi um estadista nacionalista português que,
além de chefiar diversos ministérios, foi presidente do
Conselho de Ministros e professor catedrático de
Economia Politica, Ciência das Finanças e Economia
Social da Universidade de Coimbra.
Nascido no seio de uma família humilde de
pequenos proprietários agrícolas, o seu percurso no
Estado português iniciou-se quando foi escolhido
pelos militares para Ministro das Finanças durante um
curto período de duas semanas, na sequência da
Revolução de 28 de Maio de 1926. Posteriormente,
foi de novo Ministro das Finanças entre 1928 e 1932, procedendo ao
saneamento das finanças públicas portuguesas. Ficou também para a história
como o estadista que mais tempo governou Portugal, desempenhando funções
em ditadura entre 1932 e 1933, e de forma autoritária, desde o início da segunda
república até ser destituído em 1968.
Figura de destaque e promotor do Estado Novo (1933–1974) e da sua
organização política, a União Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal
como presidente do Ministério de forma ditatorial entre 1932 e 1933 e, como
Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968. Os autoritarismos e
nacionalismos que surgiam na Europa foram uma fonte de inspiração para
Salazar em duas frentes complementares: a da propaganda e a da repressão.
Com a criação da Censura, da organização de tempos livres dos trabalhadores
FNAT e da Mocidade Portuguesa, o Estado Novo procurava assegurar a
doutrinação de largas massas da população portuguesa ao estilo do fascismo,
enquanto que a sua polícia política (PVDE, posteriormente PIDE e mais tarde
ainda DGS), em conjunto com a Legião Portuguesa, combatiam os opositores
do regime que, eram julgados em tribunais especiais.
Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica,
Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de acção
económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo
económico levou-o a tomar medidas de proteccionismo e isolacionismo de
natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram
grandes impactos positivos e negativos durante todo o período em que exerceu
funções.

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Léon Blum

Nasceu em Paris, a 9 de abril de 1872 e faleceu


a 30 de março de 1950. Foi um líder político socialista
francês. Ocupou o cargo de primeiro-ministro da
França.
Dirigente da Secção Francesa da Internacional
Operária (SFIO, partido socialista), presidente do
Conselho de Ministros francês por 3 vezes: em 1936-
1937, em 1938 e em 1946. Marcou a história política
francesa por ter recusado a adesão à III Internacional
comunista em 1920 e por ter presidido ao governo da
Frente Popular em 1936. As reformas levadas a cabo
no seu segundo primeiro governo marcaram
socialmente a Europa, nomeadamente a atribuição do direito a férias pagas, as
primeiras mulheres a exercerem funções governamentais, fixação da jornada de
trabalho, etc. Foi o primeiro judeu e o primeiro socialista em França a ocupar o
cargo de primeiro-ministro.
Em 1935, a assinatura da aliança Franco-soviética, acentuou ainda mais
a divisão entre os que pretendiam uma guerra antifascista e os que advogavam
a paz.
Foi o dirigente comunista Maurice Thorez, que, por intermédio de vários
artigos publicados no L'Humanité, apelou à formação de uma «Frente Popular»,
entre comunistas, socialistas e radicais. A vitória alcançada nas eleições
legislativas de 1936 permitiu a formação do primeiro governo liderado por um
socialista - Léon Blum - em Julho desse ano. O governo tinha apenas membros
socialistas e radicais.
As razões da vitória da Frente Popular foram várias: crise económica,
ascensão de Hitler ao poder, escândalos financeiros, instabilidade do governo
na legislatura anterior, a existência de vários grupos de extrema-direita, entre
outros factores. A vitória deu grandes esperanças ao proletariado, que de
imediato protagonizou uma greve geral espontânea. Incitado a tomar
imediatamente o poder, Leon Blum entendeu aguardar a passagem de poder
oficial. Essas greves obrigaram o patronato a negociar férias pagas e descida do
tempo de trabalho.
Léon Blum demite-se em Junho de 1937 e é substituído por membro do
partido radical. Regressa em Março de 1938 com Pierre Mendès France como
Secretário de Estado do Tesouro, mas foi derrubado pelo Senado apenas 3
semanas depois.
Blum condena a atitude do Partido Comunista Francês face ao Pacto Germano-
Soviético, atitude que leva muitos militantes comunistas a ingressarem no seio
do partido socialista.
Recusando um lugar de ministro, proposto por De Gaulle, retorna aos seus
artigos no jornal Le Populaire. Foi chefe da delegação francesa, e depois
presidente da UNESCO, após ter negociado o perdão de dívidas francesas aos
EUA.

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Léon Blum dirige, de 16 de Dezembro de 1946 a 16 de Janeiro de 1947 o
último governo provisório da República francesa, antes da instauração da IV
República. Durante esse breve período, ele exerce uma função equivalente à de
Chefe de Estado.

Charles-Edouard Jeanneret-Gris (Le Corbusier)

Nasceu em La Chaux-de-Fonds, a 6 de Outubro de1887 e faleceu em


Roquebrune-Cap-Martin, a 27 de Agosto de 1965. Foi um arquiteto, urbanista,
escultor e pintor de origem suíça e naturalizado francês
em 1930. Conhecido por ter sido o criador da Unité
d'Habitation, conceito sobre o qual começou a trabalhar
na década de 1920.
Le Corbusier lançou, no seu livro Vers une
architecture (Por uma arquitetura, em português), as
bases do movimento moderno de características
funcionalistas. A pesquisa que realizou envolvendo uma
nova forma de enxergar a forma arquitetónica baseado
nas necessidades humanas
revolucionou (juntamente com a atuação da Bauhaus na
Alemanha) a cultura arquitetónica do mundo inteiro.
A sua influência estendeu-se principalmente ao urbanismo. Foi um dos
primeiros a compreender as transformações que o automóvel exigiria no
planeamento urbano. A cidade do futuro, na sua perspetiva, deveria consistir em
grandes blocos de apartamentos assentes em pilotis, deixando o terreno fluir
debaixo da construção, o que formaria algo semelhante a parques de
estacionamento. Grande parte das teorias arquitetónicas de Le Corbusier foram
adaptadas pelos construtores de apartamentos nos Estados Unidos.
Le Corbusier defendia, que, "por lei, todos os edifícios deviam ser
brancos", criticando qualquer esforço artificial de ornamentação. As estruturas
por ele idealizadas, de uma simplicidade e austeridade espartanas, nas cidades,
foram largamente criticadas por serem monótonas e desagradáveis para os
peões. A cidade de Brasília foi concebida segundo as suas teorias.

Frank Lloyd Wright


Nasceu em Richland Center, a 8 de junho de 1867 e faleceu em Phoenix, a 9 de
abril de 1959. Foi um arquiteto, escritor e educador estadunidense. Um dos
conceito os centrais em sua obra é o de que o projeto deve ser individual, de
acordo com sua localização e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com
Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-céus da Escola de Chicago.
Responsável por mais de mil projetos, dos quais mais de quinhentos construídos,
Wright influenciou os rumos da arquitetura moderna com suas ideias e obras e
é considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX.

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Antes de se tornar um dos maiores arquitetos de
todos os tempos, estudou engenharia e, faltando poucas
semanas para sua graduação, abandonou o curso e foi
trabalhar em Chicago como desenhista no escritório de
Silsbee. Tornou-se a figura chave da arquitetura orgânica,
exemplificada pela Casa da Cascata, um desdobramento
da arquitetura moderna que se contrapunha ao
International style europeu. Foi o líder da Prairie School,
movimento da arquitetura ao qual pertencem os projetos
da Robie House e a Westcott House, e também
desenvolveu o conceito de Usonian home, do qual
aRosenbaum House é um exemplo. Sua obra inclui
exemplos originais e inovativos de edifícios dos mais
diferentes tipos, incluindo escritórios, templos, escolas,
hotéis e museus. Frequentemente detalhava também os elementos a serem
empregados no interior de suas construções, tais como mobília e vitrais.

Walter Gropius
Nasceu em Berlim, a 18 de maio de 1883 e faleceu em Boston, a 5 de
julho de 1969. Foi um arquiteto alemão.
É considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, tendo sido
fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design, arquitetura e arte
moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. Gropius
iniciou sua carreira na Alemanha, seu país natal, mas com a ascensão do
nazismo na década de 1930, emigrou para os Estados Unidos e lá desenvolveu
a maior parte de sua obra.
Após a Primeira Guerra Mundial, em 1919,
Gropius sucedeu Henry van de Velde na direção da
Escola de Artes Aplicadas de Weimar. É esta escola que
Gropius vai transformar na Bauhaus.
Segundo a visão dominante das artes, no início do
século XX, as artes aplicadas e as atividades artesanais
eram consideradas de nível inferior, enquanto que as
belas artes eram consideradas atividades de nível
superior. Gropius unificou as duas visões e, com o apoio
de colegas arquitetos e de um grupo de artistas de
vanguarda, fundou Das Staatliche Bauhaus (casa estatal
de construção), com uma proposta e um método de
ensino revolucionários. A Bauhaus procurou enfrentar o problema artes
aplicadas x belas artes e desse conflito surgiu o moderno design. Os alunos
aprenderão a utilizar materiais modernos e inovadores e a refletir sobre a
produção e o design, no contexto da industrialização. A escola terá um impacto
decisivo sobre a estética moderna e funcionalista e, mais tarde, sobre o estilo
internacional.
Negando as características nacional-históricas na arquitetura e nas artes,
a Bauhaus lança as bases do modernismo, tendo em Gropius um de seus
fundadores.
Em vez da "catedral do futuro", lema inicial da Bauhaus, a escola passou
a defender a integração da arte com a técnica.

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A política não deixou de marcar tanto o início quanto o fim da escola, fechada
pelos nazistas em 1933, que consideravam o modernismo "coisa de comunista",
obrigando Gropius a deixar o país.

Diego Rivera
Desde sempre quis ser pintor e todos percebiam ter talento para isso. Ao
ficar adulto, após estudar pintura na adolescência, participou da Academia de
San Pedro Alvez, na Cidade do México, partindo para a Europa, beneficiado por
uma bolsa de estudos, onde ficou de 1907 até 1921. Esta experiência
enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contacto com vários pintores
da época, como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão
Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra. Nesta época começou a trabalhar
num ateliê em Madrid, Espanha.
Acreditava que somente o mural poderia
redimir artisticamente um povo que esquecera a
grandeza de sua civilização pré-colombiana durante
séculos de opressão estrangeira e de espoliação por
parte das oligarquias nacionais, culturalmente
voltadas para a metrópole espanhola. Assim como os
outros muralistas, considerava a pintura de cavalete
burguesa, pois na maior parte dos casos as telas
ficavam confinadas em coleções particulares. Dentro
deste conceito, realizou gigantescos murais que
contavam a história política e social do México,
mostrando a vida e o trabalho do povo mexicano, seus heróis, a terra, as lutas
contra as injustiças, as inspirações e aspirações.
Em 1930 Rivera foi para os Estados Unidos, onde permaneceu por 4 anos,
pintando vários murais, inclusive no Rockfeller Center, em Nova Iorque.
Rivera era ateu e enfrentou grandes problemas por isso, sofrendo muitos
preconceitos. O seu mural "Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central"
retratava Ignacio Ramírez segurando um cartaz que dizia: "Deus não existe".
Este trabalho causou indignação, mas Rivera recusou-se a retirar a inscrição. A
pintura não foi exposta por nove anos. Depois de Rivera concordar em retirar a
inscrição, ele declarou: "Para afirmar 'Deus não existe', eu não tenho que me
esconder atrás de Don Ignacio Ramírez; eu sou ateu e considero as religiões
uma forma de neurose coletiva".
Depois da morte de Frida Kahlo, em junho de 1954, casou-se em 1955
com Emma Hurtado e viajou com ela para a União Soviética, para ser operado.
Faleceu a 24 de novembro de 1957 em San Ángel, Cidade do México, na sua
casa estúdio, atualmente conhecida como Museu Casa Estúdio Diego Rivera e
Frida Kahlo e os seus restos mortais foram colocados na Rotunda das Pessoas
Ilustres, contrariando a sua última vontade.

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Frida Kahlo
Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 na
casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A
Casa Azul), em Coyoacán, na época uma pequena
cidade nos arredores da Cidade do México e hoje um
distrito.
Seu pai, Guillermo Kahlo (1871-1941), nasceu
Carl Wilhelm Kahlo, em Pforzheim Alemanha, filho de
Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. A própria
Frida afirmava que seu pai era de ascendência judaico-
húngara, mas pesquisadores demonstraram que os
pais dela não eram judeus, mas luteranos alemães.
Guillermo Kahlo chegou ao México em 1891, aos 19
anos de idade, e logo mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em
espanhol, "Guillermo".
A mãe de Frida, Matilde Gonzalez y Calderón, era uma católica devota de
origem indígena e espanhola. Os pais de Frida se casaram logo após a morte da
primeira esposa de Guillermo, durante o nascimento do seu segundo filho.
Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro
filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meio-irmãs mais velhas. Frida
ressaltava que cresceu em um mundo cheio de mulheres. Durante a maior parte
de sua vida, no entanto, Frida se manteve próxima do pai.
Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma
série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A
poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que ganhou o apelido de
Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Passou a usar calças, depois
longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora
o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava
particularmente interessada na arte como uma carreira.
Entre 1922 e 1925 frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito
Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelagem.
Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando
Fernandez. Então sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-
se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas,
atravessou a sua pélvis e saiu pela vagina, causando uma grave hemorragia.
Frida ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar
diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado.
Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela
chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna
Partida').
Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o muralista
Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do

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marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo
propositadamente reconhecido como ingénuo. Procurou na sua arte afirmar a
identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do
folclore e da arte popular do México.
Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido
de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927)
e Retrato de minha irmã Cristina (1928).
Casa-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento
tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos
extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, teve um caso com Leon Trotski depois
de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de
Kahlo com mulheres, mesmo elas sendo casadas, mas não aceitava os casos
da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um
relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.
Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma forte
pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia
pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta a hipótese de que tenha
morrido de overdose (acidental ou não), devido ao grande número de remédios
que tomava. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida
seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite a hipótese de suicídio.
Seu corpo foi cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma urna
em sua antiga casa, hoje Museu Frida Kahlo.

Edward Hopper
Nascido no estado de Nova Iorque, Hopper estudou design gráfico,
ilustração e pintura na cidade de Nova Iorque. Um dos seus professores, o artista
Robert Henri, encorajava os seus estudantes a usar as suas artes para "fazer
um movimento no mundo". Henri, uma influência para Hopper, motivou
estudantes a fazerem descrições realistas da vida urbana. Os estudantes de
Henri, muitos dos quais desenvolveram-se artistas importantes, tornaram-se
conhecidos como Escola Ashcan de arte norte-americana.
Ao completar a sua educação formal, Hopper fez três viagens pela Europa
para estudar a cena emergente de arte europeia, mas diferente de muitos dos
seus contemporâneos que imitavam as experiências abstratas do cubismo, o
idealismo dos pintores realistas ressonou com Hopper, logo projetou os reflexos
da influência realista.

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Enquanto trabalhava, por vários anos, como artista comercial, Hopper
continuou pintando. Em 1925 produziu Casa ao lado da ferrovia, um trabalho
clássico que marcou sua maturidade artística. A obra é a primeira de uma série
da cena totalmente urbana e rural de linhas finas e formas largas, feita com uma
iluminação incomum para capturar a solidão que marca sua obra. Ele trouxe o
seu tema das características comuns da vida Norte-americana - estações de
gasolina, hotéis, ferrovia, ou uma rua vazia.
Hopper continuou pintando na sua velhice,
dividindo o seu tempo entre a Cidade de Nova
Iorque e Truro, Massachusetts. Morreu em 1967,
no seu estúdio próximo ao Washington Square
Park, na Cidade de Nova Iorque. Sua esposa, a
pintora Josephine Nivison, que morreu dez meses
depois que Hopper, doou o seu trabalho ao
Whitney Museum of American Art. Outros
trabalhos importantes de Hopper estão no Museu
de Arte Moderna de Nova Iorque, no The Des
Moines Art Center, e no Instituto de Arte de
Chicago.
Realista imaginativo, esse artista retratou
com subjetividade a solidão urbana e a estagnação do homem causando ao
observador um impacto psicológico. A obra de Hopper sofreu forte influência dos
estudos psicológicos de Freud e da teoria intuicionista de Bergson, que
buscavam uma compreensão subjetiva do homem e de seus problemas. O tema
das pinturas de Hopper são as paisagens urbanas, porém, desertas,
melancólicas e iluminadas por uma luz estranha. "Os edifícios, geralmente
enormes e vazios, assumem um aspecto inquietante e a cena parece ser
dominada por um silêncio perturbador". Obras de estilo realista imaginativo. Arte
individualista, embora com temas identificados aos da Ashcan School.
Expressão de solidão, vazio, desolação e estagnação da vida humana, expresso
pelas figuras anónimas que jamais se comunicam. Pinturas que evocam silêncio,
reserva, com um tratamento suave, exercendo frequentemente forte impacto
psicológico. Semelhança com a pintura metafísica.
Em 2004 o guitarrista britânico John Squire lançou um álbum conceitual
baseado no trabalho de Hopper intitulado Marshall's House. Cada música do
álbum foi inspirada por, e compartilhado o título, com uma pintura de Hopper.
A influência de Hopper alcançou até mesmo as animações japonesas na
série Texhnolyze, sendo usado como base do mundo superficial da série.

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John Steinbeck
Nasceu em Salinas, 27 de fevereiro de 1902 e morreu em Nova Iorque,
20 de dezembro de 1968, foi um escritor estadunidense.
As suas obras principais são A Leste do Paraíso (East of Eden, 1952) e
As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1939). Foi membro da Ordem DeMolay.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.
Ainda muito jovem, por influência dos pais, leu
Dostoiévski, Milton, Flaubert e George Eliot. Terminou o
curso secundário no Salinas High School, em 1919. No
ano seguinte, ingressou na Universidade de Stanford,
exercendo várias profissões para custear os estudos.
Em 1925, empregou-se no jornal American de Nova
Iorque, e vasculhou a cidade em busca de um editor para
seus livros ainda não escritos. Estreou na literatura com
A Taça de Ouro (1929), biografia romanceada do
bucaneiro Henry Morgan, já marcada por seu
característico estilo alegórico.
Publicou em seguida Pastagens do céu (1932) e A Um Deus
Desconhecido (1933). Esses primeiros livros não lhe asseguraram a
profissionalização como escritor. Em 1935 firmou-se como autor de prestígio
com Boémios Errantes, que recebeu a medalha de ouro da Commonwealth Club
de São Francisco como melhor livro californiano do ano. Os três mais
importantes romances de Steinbeck foram escritos entre 1936 e 1938: Luta
Incerta (1936), descreve uma greve de trabalhadores agrícolas na Califórnia;
Ratos e Homens (1937), que seria transportado para o cinema e para o teatro,
analisam as complexas relações entre dois trabalhadores migrantes; As Vinhas
da Ira (1939), considerado sua obra-prima, conta a exploração a que são
submetidos os trabalhadores itinerantes e sazonais, através da história da
família Joad, que migra para a Califórnia, atraída pela ilusória fartura da região.
Essa trágica odisseia recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção e foi levada à tela por
John Ford em 1940.
A obra de Steinbeck inclui ainda Caravana de Destinos (1944), A Pérola
(1945/47), O Destino Viaja de Ônibus (1947), Doce Quinta-feira (1954), O
Inverno de Nossa Desesperança (1961), Viagens com Charley (1962).
Steinbeck teve 17 de suas obras adaptadas para filme por Hollywood.
Alcançou também grande sucesso como escritor para filmes, tendo sido indicado
em 1944 ao Óscar de melhor história* pelo filme Um Barco e Nove Destinos
(Lifeboat) de Alfred Hitchcock.

61
Jesse Owens
Nasceu em Oakville, 12 de setembro de
1913 e morreu em Tucson, 31 de março de 1980,
foi um atleta e líder civil norte-americano. Ele
participou nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936
em Berlim, Alemanha, onde se tornou conhecido
mundialmente por ganhar quatro medalhas de
ouro nos 100 e 200 m rasos, no salto em distância
e no revezamento 4x100 m. Em 2012, foi
imortalizado no IAAF Hall of Fame, criado no
mesmo ano como parte das celebrações pelo
centenário da Associação Internacional de
Federações de Atletismo (IAAF).
Owens foi o mais novo de dez filhos, três
meninas e sete meninos, nascidos de Henry
Cleveland Owens e Emma Mary Fitzgerald em
Oakville, Alabama em 12 de setembro de 1913. JC, como era chamado, tinha
nove anos quando a família se mudou para Cleveland, Ohio em busca de
melhores oportunidades, como parte da grande migração, quando 1,5 milhão de
afro-americanos deixaram o segregado sul. Quando seu novo professor
perguntou o seu nome (para entrar em seu livro de anotações), ele disse que JC,
mas por causa de seu forte sotaque do sul, ele pensou que ele disse "Jesse". O
nome pegou, e ele ficou conhecido como Jesse Owens o resto de sua vida.
A notória propaganda pan-germanista não ficou de fora dos Jogos
Olímpicos de Berlim, tanto que o incentivo aos atletas germânicos (não judeus)
foi tão grande que estes conseguiram colocar a Alemanha no topo do ranking
com 33 medalhas de ouro seguidos do segundo colocado, os EUA com 24
medalhas de ouro.
A maior conquista de Owens foi não se contrapor ao regime hitlerista, mas
sim abalar a noção racista da nação americana no século XX, como ele mesmo
deixou bem claro em sua biografia. Ele declarou que o que mais o magoou não
foram as atitudes de Hitler, mas o fato do presidente norte-americano Franklin
Delano Roosevelt não lhe ter mandado sequer um telegrama felicitando-o por
suas conquistas na olimpíada. Owens teria dito mais tarde: "Não foi Hitler que
me ignorou, quem o fez foi Franklin Delano Roosevelt. O presidente nem sequer
me mandou um telegrama."

62
António Ferro
António Joaquim Tavares Ferro nasceu em
Lisboa, 17 de Agosto de 1895 e morreu a 11 de
Novembro de 1956, conhecido por António Ferro, foi um
escritor, jornalista e político português.
Com apenas 19 anos, foi oficialmente o editor da
Revista Orpheu, para o que foi escolhido pelo seu amigo
Mário de Sá Carneiro, precisamente por ser ainda
menor. Foi redactor-principal do diário O Jornal 1919
(órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista
de O Século e do Diário de Lisboa, director durante
alguns meses da revista Illustração Portugueza e
repórter internacional do Diário de Notícias, para o qual
entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras. Teve colaboração,
em prosa e em verso, na II série da revista Alma nova (1915-1918), Exílio (1915)
e na segunda série de Contemporânea (1922-1924). Em 1921 publicou o
manifesto modernista Nós. Em livro, publicou conferências, reportagens,
entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos Teoria da Indiferença (1920)
e o "romance fragmentário" Leviana (1921). Também se encontra colaboração
da sua autoria na revista Ilustração iniciada em 1926.
Tendo começado como simpatizante do Partido Republicano, António
Ferro evoluiu para sidonista, republicano conservador (próximo de Filomeno da
Câmara) e simpatizante do fascismo e dos regimes autoritários da época, como
também ficou patente na sua colectânea de entrevistas Viagem à Volta das
Ditaduras (1927). Foi um admirador, em especial, de Benito Mussolini, que
entrevistou três vezes em Roma (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro
dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a Salazar, que o colocou
emoldurado sobre a sua secretária). Também Hitler concedeu uma breve
entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol Primo de Rivera.
Como homem de cultura desde sempre muito ligado aos meios artísticos,
Ferro serviu-se do organismo que dirigiu para defender e divulgar alguns dos
artistas mais arrojados do seu tempo. Travou lutas com os conservadores do
regime em defesa da arte moderna, mas pessoalmente renegou o "modernismo"
literário da sua juventude.
A 5 de Outubro de 1930 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 23
de Setembro de 1931 foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da
Espada, a 4 de Março de 1941 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de
Sant'Iago da Espada e a 29 de Outubro de 1943 foi elevado a Grande-Oficial da
Ordem Militar de Cristo.
António Ferro foi casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do
escritor António Quadros e avô da escritora Rita Ferro.

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Óscar Carmona
António Óscar Fragoso Carmona nasceu em Lisboa, 24 de Novembro de
1869 e morreu em Lisboa, 18 de Abril de 1951, foi um militar e governante
português, como presidente do Ministério e presidente da República Portuguesa
(terceiro da Ditadura e primeiro do Estado Novo).
Estudou no Colégio Militar em Lisboa entre
1882 e 1888 e na Escola do Exército entre 1889 e
1892, de onde saiu como oficial de Cavalaria.
Republicano, iniciado na Maçonaria, foi
nomeado pelo governo revolucionário republicano,
a 15 de Outubro de 1910, membro da Comissão de
Reestruturação do Exército.
Foi instrutor da Escola Central de Oficiais
(1913–1914); Director da Escola Prática de
Cavalaria de Torres Novas (1918–1922);
Comendador da Ordem Militar de Avis (15 de
Fevereiro de 1919); Comendador da Ordem Militar
de Sant'Iago da Espada (28 de Fevereiro de 1919); Comendador da Ordem
Militar de Cristo (28 de Junho de 1919);[2] Comandante da IVª Divisão situada
em Évora (1922–1925); ministro da Guerra no governo de Ginestal Machado
entre 15 de Novembro e 18 de Dezembro de 1923; Grã-Cruz da Ordem Militar
de Avis (5 de Outubro de 1925).
Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926 — de que foi um
dos líderes — foi ministro da Guerra entre 9 de Julho e 29 de Novembro, ministro
dos Negócios Estrangeiros entre 3 de Junho a 6 de Julho de 1926, pasta que
acumulou com a de presidente do Ministério — após o derrube do general
Gomes da Costa — a partir de 9 de julho de 1926. Foi nomeado presidente da
República interino em 26 de Novembro de 1926. Eleito em 1928, ainda durante
a Ditadura Militar, dando início ao período denominado Ditadura Nacional e, já
na vigência da Constituição de 1933, em 1935, 1942 e 1949, não concluindo o
último mandato por ter falecido no decurso do mesmo. Tendo atingido o posto
de General em 1922, foi-lhe atribuído o título honorífico de marechal do exército
em 1947.
A 25 de Abril de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem dos Santos
Maurício e Lázaro de Itália.
Faleceu a 18 de abril de 1951 e ficou no jazigo familiar do cemitério da
Ajuda. Em 1966 o seu corpo fora solenemente trasladado da Sala do Capítulo
do Mosteiro dos Jerónimos para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia,
Lisboa, por ocasião da sua inauguração. A cerimónia ocorreu no dia 5 de
dezembro, conjuntamente com a trasladação de outras ilustres figuras
portuguesas.

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3- A degradação do ambiente internacional

65
Mapas

CRONOLOGIA
1931 – Ocupação da Manchúria pelo Japão
1933 – Nazismo na Alemanha; Estado Novo em Portugal
1934 – Tentativa de golpe de Estado nazi na Áustria
1935 – Integração do Sarre na Alemanha; Invasão da Etiópia pela Itália
1936 – Militarização da Renânia pela Alemanha; Início da Guerra Civil de
Espanha; Eixo Berlim-Tóquio ou Pacto Anti-Komintern
1937 – Estado Novo no Brasil; Eixo Berlim-Tóquio-Roma

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1938 – Ocupação da Áustria pela Alemanha; Acordos de Munique; Anexação
dos Sudetas pela Alemanha
1939 – Ocupação da Albânia pela Itália e da restante Checoslováquia pela
Alemanha; Pacto de Aço entre a Alemanha e a Itália; Pacto germano-
soviético; Invasão da Polónia pela Alemanha (1 de Setembro); Início da
Segunda Guerra Mundial
1940 – Invasão da Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e
França pela Alemanha (10 de maio); Bombardeamentos aéreos sobre
Londres (agosto-outubro)
1941 – Ataques alemães à Jugoslávia e a Creta; Invasão da URSS pela
Alemanha (22 de junho); Ataque japonês a Pearl Harbor (7 de dezembro);
Entrada dos Estados Unidos na Guerra
1942 – Batalhas de Estalinegrado, Midway, Guadalcanal e El Alamein
1943 – Capitulação alemã em Estalinegrado e capitulação da Itália
(Setembro); Bombardeamentos da RAF sobre Berlim; Rendição do exército
alemão (maio); Americanos na Nova Guiné (junho)
1944 – Desembarque dos Aliados na Normandia (6 de junho); Libertação de
Paris
1945 – Capitulação da Alemanha (8 de maio) e do Japão (2 de Setembro);
Vitória dos Aliados; Bombardeamento de Hiroxima (6 de agosto)

3.1 Reações á irradiação do fascismo e ao imperialismo fascista


As dificuldades dos anos 30 favoreceram a irradiação do fascismo na
Europa e no Mundo. Nem sempre, porém, as potências democráticas tiveram
um comportamento clarividente para com o imperialismo das forças totalitárias.
Desejosas, por um lado, de preservar a todo o custo um equilíbrio que haviam
construído com o Tratado de Versalhes e, por outro, mantendo-se na defensiva
perante a URSS não ofereceram uma resistência séria às primeiras investidas
do Japão, da Itália fascista e da Alemanha nazi. A política de não intervenção na
Guerra Civil de Espanha ajudou ao triunfo de mais um regime de pendor fascista
na Europa
As agressões territoriais de Hitler, a partir de 1939, levaram, todavia, os
países democráticos a infletirem a sua política e a constituírem uma frente
decidida a lutar pela causa da democracia e da liberdade. Contra as potências
do Eixo se ergueram, efetivamente, os Aliados naquele que constitui o maior
conflito á escala mundial (1939-1945).

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Biografias
Getúlio Vargas
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja,
19 de abril de 1882 e morreu no Rio de Janeiro, 24 de
agosto de 1954, foi um advogado e político brasileiro,
líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à
República Velha, depondo seu 13º e último presidente,
Washington Luís, e, impedindo a posse do presidente
eleito em 1 de março de 1930, Júlio Prestes.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O
primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930
até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934,
como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937
como presidente da república do Governo
Constitucional, tendo sido eleito presidente da
república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945,

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como presidente-ditador, durante o Estado Novo implantado após um golpe de
estado.
No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o
Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951
até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou. Getúlio era chamado pelos seus
simpatizantes de "o pai dos pobres", frase bíblica (livro de Jó-29:16) e um dos
títulos de São Vicente de Paula, e, título criado pelo seu Departamento de
Imprensa e Propaganda, o DIP, enfatizando o fato de Getúlio ter criado muitas
das leis sociais e trabalhistas brasileiras. A sua doutrina e seu estilo político
foram denominados de "getulismo" ou "varguismo". Os seus seguidores, até hoje
existentes, são denominados "getulistas". As pessoas próximas o tratavam por
"Doutor Getúlio", e as pessoas do povo o chamavam de "O Getúlio", e não de
"Vargas".
Cometeu suicídio no ano de 1954, com um tiro no coração, em seu quarto,
no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio
Vargas foi considerado o mais importante presidente da história do Brasil. Sua
influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por pelo menos
dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Getúlio Vargas foi inscrito no Livro dos
Heróis da Pátria, em 15 de setembro de 2010, pela lei nº 12.326.

Hirohito
Também conhecido como Imperador
Showa ou O Imperador Shōwa, nasceu a 29 de
abril de 1901 e morreu a 7 de janeiro de 1989, foi
o 124º imperador do Japão, de acordo com a
ordem tradicional de sucessão, reinando de 25
de dezembro de 1926 até sua morte, em 1989.
Apesar de ser muito conhecido fora do Japão por
seu nome pessoal, Hirohito, no Japão ele é
atualmente referido pelo seu nome póstumo,
Imperador Shōwa.
No seu reinado, o Japão era uma das
maiores potências - a nona maior economia
mundial, o terceiro maior país naval e um dos
cinco países permanentes do conselho da Liga
das Nações. Ele foi o chefe de Estado sob a

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limitação da Constituição do Império do Japão, durante a militarização japonesa
e envolvimento na Segunda Guerra Mundial. Ele foi o símbolo do novo estado.
Seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, e
coincidiu com um período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade
japonesa. Foi sucedido por seu filho, o imperador Akihito.
Nasceu no Palácio Aoyama em Tóquio, Príncipe Hirohito foi o primeiro
filho do Príncipe Herdeiro Yoshihito (o futuro Imperador Taishō) e a Princesa
Herdeira Sadako (a futura Imperatriz Teimei). Na sua infância ele recebeu o título
de Príncipe Michi. Em 1908, ele foi estudar em Gakushuin, na Escola de Pares
do Reino.
Após a morte de seu avô, Imperador Meiji, em 30 de julho de 1912, ele foi
nomeado herdeiro aparente do trono. Ao mesmo tempo, ele foi formalmente
alistado no exército e marinha, como Segundo Tenente e também foi
condecorado com o Grande Cordão da Ordem de Chrysanthemum. Em 1914,
ele foi promovido para o posto de Tenente do Exército e Sub-Tenente da Marinha,
sem seguida Capitão e Tenente, respectivamente em 1916. Ele foi oficialmente
proclamado Príncipe Herdeiro em 2 de novembro de 1916.
O príncipe ingressou no ginásio da Gakushuin de 1908 a 1914 e em um
instituto especial para príncipes herdeiros, de 1914 a 1921.
Em 1920, o príncipe Hirohito foi promovido ao cargo de Major no exército
e marinha. Em 1921, o príncipe Hirohito passou seis meses na Europa, em uma
turnê, que incluiu visitas ao Reino Unido, França, Itália, Países Baixos e Bélgica,
tornando-se o primeiro Príncipe a viajar ao exterior. Após sua volta ao Japão, ele
tornou-se Regente do Japão em 29 de novembro de 1921, no lugar de seu pai
que estava incapacitado.
Durante a ópera de regência do príncipe, um número de eventos
importantes aconteceram: O Tratado das Quatro Potências, assinado em 13 de
dezembro de 1921, com Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. O
Tratado Naval de Washington assinado em 6 de fevereiro de 1922. O Japão
retirou suas tropas da Intervenção Siberiana, em 28 de agosto de 1922. O
Grande sismo de Kantō devastou Tóquio em 1 de setembro de 1923. A Lei de
Eleição Geral foi feita em 5 de maio de 1925, dando direto a todos os homens
com mais de 25 a votar.
Em 1923 ele foi promovido ao posto de Tenente-Coronel do exército e
marinha e Coronel em 1925.
Em 25 de dezembro de 1926, Hirohito assumiu o trono, após a morte de
seu pai, o Imperador Taishō. Em novembro de 1928, a ascensão do Imperador
foi confirmada em cerimônias (sokui), sendo convencionalmente identificada
como "entronamento" ou "coroação”.
Antes da Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu a Manchúria em 1931
e o resto da China em 1937 (sendo a Segunda Guerra Sino-Japonesa). As fontes
primárias revelam que o Imperador Hirohito realmente nunca teve objeção à

70
invasão da China em 1937. Sua principal preocupação parece ter sido a
possibilidade de um ataque Soviético, ao norte. Suas perguntas aos chefes de
gabinete, Príncipe Kan'in Kotohito e o Ministro do Exército, Hajime Sugiyama,
era principalmente sobre o tempo que eles levariam para esmagar a resistência
chinesa.
O professor Yoshiaki Yoshimi publicou uma série de obras importantes
onde estudou os crimes de guerra japoneses perpetrados pelo Exército e pela
Marinha durante a parte inicial do Período Showa, tal como o uso pelo exército
de armas químicas por ordem do próprio Hirohito.
De acordo com o historiador Akira Fujiwara, Hirohito teria ratificado
pessoalmente a decisão de remover as restrições do direito internacional
(Convenção da Haia) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses pela
diretriz de 5 de agosto de 1937. Esta notificação também alertava aos oficiais do
estado-maior para que parassem de usar a expressão "prisioneiros de guerra".
O governo do primeiro-ministro e general Hideki Tojo era dominado pelos
militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu
consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra,
mas, finalmente, deu seu consentimento para os ataques que desembocaram na
Guerra do Pacífico.
Participaram do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial (Pacto Tripartite,
1940), inicialmente ratificaram com a Alemanha Nazista um pacto anticomunista
(Pacto Anticomintern), e depois foi realizada uma visita de oficiais japoneses ao
novo aliado. Em um discurso do próprio Führer, Hitler, os japoneses são
definidos como "tendo grande capacidade"; neste momento o Japão também
criaria seu próprio partido nazista.
Na Segunda Guerra, os japoneses atacam a
base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em
1941, o que faz os Estados Unidos entrarem no
conflito. Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto
ou mais baixo (os historiadores divergem nesse
ponto). O Japão na realidade, já havia perdido a
guerra antes dos ataques com bombas atómicas ao
Japão em agosto de 1945, porém se recusava a
aceitar a rendição, então os Aliados fizeram os
bombardeamentos com bombas atómicas, primeiro
à Hiroshima, mesmo assim o Japão insistia em não
aceitar a rendição, três dias depois à Nagasaki,
então o Japão se rende e Hirohito anuncia o fato em
cadeia nacional de rádio. Neste discurso radiofónico,
ao povo japonês, em nenhum momento ele usa a
palavra "rendição", optando pela expressão "cessar
fogo".
Muitos consideravam Hirohito um criminoso de guerra, um oficial dos
Aliados chegou à discursar dizendo que Hirohito "havia levado o Japão à Guerra

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de forma ainda mais ditatorial que o próprio Hitler", porém o povo apelou, uma
vez que consideravam o imperador um deus, seria inadmissível para eles que
Hirohito fosse julgado por crimes de guerra, chegando até em mencionarem uma
revolta caso isso ocorresse, então, os governos aliados permitiram que ele
permanecesse no trono após a guerra.
Por imposição dos Aliados, que ficam no Japão até 1950, toma medidas
democratizantes, entre elas a negação do caráter divino de seu cargo, que
transforma em monarquia constitucional. Economicamente destruída pela guerra,
a nação se transforma em potência industrial no período seguinte. Hirohito
abandona os rituais da corte, deixa de usar o quimono, permite a publicação de
fotos da família imperial e assume publicamente sofrer de câncer. Morre em
Tóquio, depois de reinar por 63 anos. É sucedido por seu filho Akihito.
Como o Imperador escolheu seu tio, Príncipe Higashikuni Naruhiko como
Primeiro-ministro para assistir a ocupação, houve tentativas por numerosos
líderos de vê-los em julgamento por crimes de guerra. Muitos membros da família
imperial pressionaram o Imperador a abdicar ao trono, de modo que um dos
Príncipes poderia servir como regente, até que o Príncipe Herdeiro Akihito
tivesse idade para assumir o trono. Em 27 de fevereiro de 1946, o irmão mais
novo do Imperador, Príncipe Takahito levantou-se no Conselho Privado e,
indiretamente, pediu ao Imperador para renunciar e aceitar a responsabilidade
pela derrota do Japão.
O General dos Estados Unidos, Douglas MacArthur insistiu que o
Imperador se mantivesse no trono. MacArthur viu o Imperador como um símbolo
da continuidade e coesão do povo japonês. Muitos historiadores criticam a
decisão de exonerar o Imperador e todos os membros da família imperial que
estavam diretamente ligados a guerra, como o Príncipe Asaka Yasuhiko e
Príncipe Yasuhito, pelos crimes.
No dia 22 de setembro de 1987, o Imperador foi submetido a uma cirurgia
no pâncreas, após ter problemas digestivos por vários meses. Os médicos
descobriram que ele tinha um câncer. O Imperador parecia estar fazendo uma
boa recuperação completa por vários meses, após a cirurgia. Cerca de um ano
depois, em 19 de setembro de 1988, ele entrou em um colapso em seu palácio
e sua saúde piorou nos meses seguintes, enquanto ele sofria de hemorragia
interna contínua. Faleceu em 7 de janeiro de 1989, às 7h55 da manhã. O
Imperador foi sucedido por seu filho mais velho, Akihito.
No dia 24 de fevereiro, foi realizado o funeral do Imperador. Um grande
número de chefes de estado estavam na cerimónia, incluindo o Presidente dos
Estados Unidos, George H. W. Bush, o Presidente da França François Mitterrand,
o Filipe, Duque de Edimburgo. O Imperador foi enterrado ao lado de seu pai,
Imperador Taishō.

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BIBLIOGRAFIA/SITOGRAFIA

COUTO, Célia Pinto do, ROSAS, Maria Antónia Monterroso, Um novo


Tempo da História: Parte 1 – História A, 12º Ano
AGEL, Henri, 1972 – O Cinema, Porto, Liv. Civilização
BLINKHORN, Martin, s/d – Mussolini e a Itália Fascista, Lisboa, Ed.
Estampa
MENESES, Filipe Ribeiro, 2010 – Salazar, Lisboa, Ed. Dom Quixote
NOUSCHI, Marc, 1996 – O século XX, Lisboa, Instituto Piaget
FELICE, Renzo de, 1978 – Explicar o Fascismo, Lisboa, Edição 70

Sitografia
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/Emmeline_Pankhurst
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Blum
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Rivera
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/Frida_Kahlo
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Hopper
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 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesse_Owens
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 //www.infopedia.pt/$oscar-carmona
 http://www.infopedia.pt/$getulio-vargas
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hirohito

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