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Questão 01 - XX Exame:
Rafael e Paulo, maiores e capazes, devidamente representados por seus
advogados, celebraram um contrato, no qual, dentre outras obrigações, havia a previsão de
que, em eventual ação judicial, os prazos processuais relativamente aos atos a serem
praticados por ambos seriam, em todas as hipóteses, dobrados. Por conta de desavenças
surgidas um ano após a celebração da avença, Rafael ajuizou uma demanda com o objetivo
de rescindir o contrato e, ainda, receber indenização por dano material. Regularmente
distribuída para o juízo da 10ª Vara Cível da comarca de Porto Alegre/RS, o magistrado
houve por reconhecer, de ofício, a nulidade da cláusula que previa a dobra do prazo. Sobre
os fatos, assinale a afirmativa correta.
A) O magistrado agiu corretamente, uma vez que as regras processuais não podem ser
alteradas pela vontade das partes.
B) Se o magistrado tivesse ouvido as partes antes de reconhecer a nulidade, sua decisão
estaria correta, uma vez que, embora a cláusula fosse realmente nula, o princípio do
contraditório deveria ter sido observado.
C) O magistrado agiu incorretamente, uma vez que, tratando-se de objeto disponível,
realizado por partes capazes, eventual negócio processual, que ajuste o procedimento às
especificidades da causa, deve ser respeitado.
D) O juiz não poderia ter reconhecido a nulidade do negócio processual, ainda que se
tratasse de contrato de adesão realizado por partes em situações manifestamente
desproporcionais, uma vez que deve ser respeitada a autonomia da vontade.
1.1 Nulidades
A nulidade absoluta poderá ser decretada de ofício ou por qualquer uma das
partes (exceto em alguns casos), já a relativa só poderá ser alegada pela parte
interessada/prejudicada.
De acordo com o artigo 277 do NCPC, o ato será considerado válido pelo juiz,
desde que tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha
sido realizado de forma contrária a lei. Isso porque adota-se o princípio da
instrumentalidade das formas, que diz que a forma é necessária apenas para que o
ato alcance o seu objetivo, sendo que se atingir o objetivo por outro meio não existirá
o vício. Exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece à audiência e se
defende. O ato que inicialmente era nulo se tornará válido.
Questão 02 - XX Exame (Salvador):
No decorrer da tramitação de uma ação, em que se discutiam as declarações de
última vontade contidas em um testamento, foi alegada, pela parte interessada, a ausência
de intervenção obrigatória do Ministério Público, requerendo, como consequência, a
anulação de todo o procedimento. Com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta.
A) A alegação está correta, uma vez que compete ao Ministério Público intervir nas causas
concernentes a disposições de última vontade, sob pena de nulidade.
B) O advogado da parte contrária pode arguir a inexistência de obrigatoriedade de
intervenção, uma vez que, nesse caso, cabe ao parquet avaliar a presença do interesse
público ou social, decidindo ou não pela intervenção.
C) Não há nulidade na situação narrada, pois a obrigatoriedade de intervenção do Ministério
Público se limita às ações em que haja interesse de incapaz ou participação da Fazenda
Pública.
D) A alegação de nulidade está correta, de modo que o juiz deverá invalidar todo o
processo, desde a distribuição.
1.2 Ineficácia
03 PETIÇÃO INICIAL
O juiz não age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessário a iniciativa
da parte (ou do Ministério Público, arts. 177 e 720) a partir da formulação do pedido,
a petição inicial é a peça exordial para a inauguração do processo civil,
independente do rito. Será a responsável pela instauração da demanda e da tutela
pública ou privada.
Conforme artigos 319 e 320 do CPC, a petição inicial deverá conter alguns
requisitos:
Para as pessoas jurídicas deve ser indicado: nome da empresa, sede, número
de inscrição no CNPJ, endereço eletrônico, representante da pessoa jurídica
(colocar a qualificação do representante). Se o autor for absolutamente ou
relativamente incapaz, deverá ser indicado a pessoa que o representa ou assiste.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.
Assim, se o juiz verificar que petição inicial não preenche os requisitos dos
artigos 319 e 320 do CPC, ou apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento, determinará que o autor emende ou a complete, no prazo de
15 dias. Observe que o juiz precisa indicar o que deve ser emendado, sendo vedado
ordem genérica.
Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a inicial. Já, do não
recebimento da inicial, o autor poderá apelar da decisão no prazo de 15 dias (art.
331).
O prazo para emendar a petição inicial não é preclusivo, “se o autor a
emendar depois de quinze dias, o juiz receberá a emenda, salvo se tiver proferido a
sentença de indeferimento” (GONÇALVES, 2016, p. 423).
A petição inicial pode conter vícios que são insanáveis, como por exemplo,
ilegitimidade de parte, neste caso, como o vício não pode ser regularizado, ocorrerá
o indeferimento liminar, julgando extinto o processo, sem resolução do mérito
(através da sentença), portanto o recurso cabível é a apelação, no prazo de 15 dias,
sendo que o juiz poderá retratar-se da decisão no prazo de 05 dias.
As hipóteses de indeferimento estão dispostas no artigo 330:
A chamada citação por hora certa, nada mais é do que após duas tentativas
de citação pelo oficial de justiça, poderá o réu ser citado por hora certa, desde que
seja suspeito de ocultação.
A citação por edital antes, no antigo CPC, ocorria no diário oficial e no jornal
local, agora ela ocorrerá em duas plataformas digitais, no site do Tribunal de
Justiça (se em âmbito estadual) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), sendo
FACULTATIVA a publicação em jornal local.
“Despacho que ordena a citação interrompe a prescrição, ainda que ordenado
por juízo incompetente. Ao proferi-lo, o juiz, implicitamente, está recebendo a petição
inicial, o que pressupõe que ela esteja em ordem” (GONÇALVES, 2016, p. 397). Os
efeitos da citação estão elencados no artigo 240 do CPC:
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o
devedor, ressalvado o disposto nos
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a
citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de
propositura da ação.
§ 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto
no § 1o.
§ 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao
serviço judiciário.
§ 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1o aplica-se à decadência e aos
demais prazos extintivos previstos em lei.
Como regra geral, cabe apenas ao Poder Judiciário intervir nas relações
jurisdicionais, porém de acordo com o artigo 3º, § 2º, do NCPC, admite-se também
que os conflitos sejam solucionados de forma consensual, sempre que possível,
através dos meios que serão estudados a seguir.
07.1 Negociação
7.2 Conciliação
A) Romero deverá ser citado para apresentar defesa com, pelo menos, 15 (quinze) dias de
antecedência.
B) A audiência não será realizada, uma vez que Antônia manifestou expressamente seu
desinteresse pela conciliação.
C) Ainda que ambas as partes manifestem desinteresse na conciliação, quando a matéria
não admitir autocomposição, a audiência de conciliação ocorrerá normalmente.
D) Antônia deve ser informada que o seu não comparecimento é considerado ato atentatório
à dignidade da justiça, sob pena de multa.
8.3 Mediação
I - Imparcialidade do mediador;
II - Isonomia entre as partes;
III - Oralidade; IV - Informalidade;
V - Autonomia da vontade das partes;
VI - Busca do consenso;
VII - Confidencialidade;
VIII - Boa-fé.
A) O fiador se compromete com a dívida do afiançado, de modo que não pode exigir a sua
participação na ação de cobrança promovida.
B) Sendo certo que Alessandra não participou da relação jurídica existente entre Mariana e
Marcos, permite-se o chamamento ao processo do locatário a qualquer tempo.
C) Incorreta a atitude de Alessandra, pois o instituto apto a informar ao juízo o real devedor
da relação é a nomeação à autoria.
D) Alessandra deve viabilizar a citação de Mariana no prazo de 30 dias, sob pena de o
chamamento ao processo ficar sem efeito.
11 CUSTAS PROCESSUAIS
A) O custo pelos serviços prestados pelo perito deverão ser rateados por ambas as partes.
B) O custo da perícia será adiantado pelo réu, uma vez afirmada por ele a falsidade do
documento.
C) O custo do serviço é da Fazenda Pública, porque a perícia foi determinada de ofício pelo
magistrado e não por qualquer das partes.
D) O pagamento do perito será custeado pelo fundo de custeio da Defensoria Pública, caso
uma das partes seja assistida pela Defensoria Pública e beneficiária da Justiça Gratuita.
13 CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO
Os prazos processuais serão contados somente em dia úteis (art. 219), sendo
de 15 dias para a contestação no procedimento comum (art. 335, do CPC), os
procedimentos especiais poderão ter prazo específicos para defesa. Eles começam
a correr, de acordo com o artigo 231 do Novo Código de Processo Civil:
13.4 Reconvenção
Uma vez que a reconvenção não cria um novo processo, se o juiz indeferi-la
de plano, não estará proferindo sentença, pois não porá fim ao processo ou
à fase condenatória. O ato será decisão interlocutória (GONÇALVES, 2016,
p. 443).
Se o réu não contestar, mas reconvir, não será revel, porque terá
comparecido ao processo, e se manifestado. Portanto, deverá ser intimado
de todos os atos processuais subsequentes: Mas serão presumidos os fatos
narrados na petição inicial? Depende. Se, ao reconvir, ele apresentou
fundamentos incompatíveis com os do pedido inicial, estes não se
presumirão verdadeiros. Contudo, naquilo em que não houver tal
incompatibilidade, haverá a presunção. (GONÇALVES, 2016, p. 444).
A) O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por ser ação
acessória.
B) Não é necessário dar valor à causa na reconvenção.
C) O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de declaração de
invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por danos morais.
D) O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de invalidade
parcial do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais meramente estimado,
dispensando a indicação como valor da causa.
14 COMPETÊNCIA
Questão 10 - XX Exame:
Durante uma ação de guarda a tramitar em uma vara de família, a ré, mãe da
criança, descobriu que o advogado do pai (autor) é filho adotivo do irmão do promotor de
justiça que atua no caso. Extremamente preocupada, informou o fato ao seu advogado.
Com base no CPC/15, como advogado da mãe, assinale a afirmativa correta.
A) Por causa do impedimento para que o promotor de justiça exerça suas funções, o fato
deverá ser informado ao juiz da causa em petição específica.
B) O advogado da mãe deverá arguir, por meio de exceção, o impedimento do promotor de
justiça.
C) As causas de impedimento direcionadas ao magistrado, como é o caso, não se estendem
aos membros do Ministério Público.
D) Não se trata de causa de impedimento porque o advogado do pai é parente colateral de
terceiro grau do promotor de justiça.
14.2 Incompetência
i) Nos demais casos que este Código regula: como, por exemplo, a
existência de processo crime versando sobre o fato discutido na esfera cível (sendo
facultado ao juiz suspender, de acordo com o art. 315 do CPC). Se houver dúvida
quanto a sanidade mental do réu (art. 245, do CPC). Se houver instauração do
incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 134, § 3o, do CPC).
16 REVELIA
Os casos previstos nos incisos do art. 341 e no art. 345 são hipóteses que
afastam a aplicação da revelia.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
17 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
18 DESPACHO SANEADOR
19 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
A prova obtida por meios ilícitos ou as provas que dela derivem não são
admitidas em processo, exceto quando se tratar de legitima defesa própria ou de
terceiros. É a chamada teoria dos frutos da árvore contaminada.
20.5 Suspensão do processo
20.8 Competência
20.9 Petição
21 PROVAS EM ESPÉCIE
Para que o tabelião, que goza de fé pública, possa atestar algum fato, ele
precisa ter conhecimento, por isso é necessário que ele acompanhe ou presencie
pessoalmente. Ao fazer a ata o escrivão deverá descrever o fato apresentando, as
circunstâncias e o modo como ocorreram os fatos, informações necessárias para
que o acontecimento seja esclarecido.
Diferente das escrituras públicas (que são declarações de vontade das
partes), a ata notarial é a atestação de um “fato cuja existência ou forma de existir
é apreensível pelos sentidos (pela visão, pela audição, pelo tato etc)”.
(GONÇALVES, 2016, p. 494). Ela não é produzida em juízo, mas
extrajudicialmente.
21.3 Da confissão
A confissão judicial é aquela feita durante o curso do processo, pode ser escrita
ou oral, durante o depoimento pessoal. Podendo ser espontânea ou provocada
(quando a parte responde perguntas formuladas). Já a extrajudicial é feita fora do
processo e precisa ser devidamente comprovada, por documentos ou testemunhas, e
só terá eficácia quando a lei não exigir prova literal dos fatos (art. 394).
A principal consequência da confissão está no artigo 374, inciso II do NCPC,
pois não dependem de prova os fatos afirmados por uma parte e confessados pela
parte contrária. Contudo o juiz não está obrigado a dar valor absoluto a confissão,
devendo levar em consideração os demais elementos de convicção, não devendo
considerar essa prova superior as demais.
A confissão judicial possuí algumas restrições a eficácia:
A testemunha não será obrigada a depor sobre fatos que lhe acarretem
grave dano ou ao seu cônjuge, companheiro, parentes consanguíneos ou afins, em
linha reta ou colateral, até terceiro grau; ou ainda, se pela profissão ou estado deva
guardar sigilo.
O rol de testemunhas juntado pela parte deverá conter, sempre que possível,
o nome, a profissão, o estado civil, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas, o número de registro de identidade e o endereço completo da residência e
do local de trabalho. A parte pode substituir sua testemunha em caso de morte,
enfermidade, tenha mudado de resistência ou local de trabalho e não for
encontrada, ou se por algum motivo não tenha condições de depor.
Lembrando que a partir do NCPC, cabe ao advogado da parte informar ou
intimar a testemunha por ele arrolada, dispensando, assim, a intimação pelo juiz
(art. 455). A inércia na realização da intimação, acarreta na desistência da
inquirição, pois é interesse da parte levar a testemunha que esclareça e comprove
os fatos que alega. Conforme §4º, do artigo 455, a intimação só será feita pela via
judicial quando:
A) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a
produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não admite rediscussão.
B) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a produção de
prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação.
C) Ele deve permanecer inerte em relação à decisão de indeferimento de produção de
prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de apelação.
D) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu a produção de
prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação.
22 EXTINÇÃO DO PROCESSO
A sentença não pode ser ilíquida (regra geral), ainda que o pedido seja
genérico, o artigo 491, do NCPC, diz que:
Sentença extra petita é aquela que “o juiz julga ação diferente da que foi
proposta, sem respeitar as partes, a causa de pedir ou pedido, tais como
apresentados na petição inicial” (GONÇALVES, 2016, p. 532), é o que trata a
primeira e última parte do caput do artigo 492 do NCPC, onde diz “É vedado ao juiz
proferir decisão de natureza diversa da pedida (...) ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado”. Ao juiz só permitido inovar em relação aos fundamentos jurídicos do
pedido, já que é o detentor do conhecimento jura novit cúria. Caso profira uma
sentença extra petita, caberá nulidade.
Já a sentença ultra petita é aquela “em que o juiz julga a pretensão posta em
juízo, mas condena o réu em quantidade superior à pedida” (GONÇALVES, 2016, p.
532), sendo o vício menos grave que o anterior, pois concedeu aquilo que foi
postulado, contudo em quantidade superior, conforme artigo 492 quando diz
“condenar a parte em quantidade superior”.
A sentença infra ou citra petita é quando o juiz deixa de apreciar algum pedido
da parte, quando houver cumulação de pedidos. Cumpre a juiz apreciar todas as
pretensões formuladas pelo autor na inicial e pelo réu em reconvenção ou na própria
contestação. Neste caso, caberá embargos de declaração por omissão do juízo,
solicitando ao juiz para se pronunciar sobre a pretensão.
23 REEXAME NECESSÁRIO
24 ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO
A legitimidade ativa para propor a execução está prevista no art. 778 do CPC,
que dispõe:
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão
ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por
morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for
transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do
executado.
Como regra geral, a execução poderá ser promovida pelo credor a quem a lei
confere um título executivo, uma vez que estará pleiteando em juízo direito próprio e
em nome próprio.
No que tange aos legitimados presentes no art. 778, II, são os denominados
sucessores “causa mortis”, isto porque com o falecimento do credor, o direito de
receber o crédito passou a seus sucessores. As pessoas elencadas neste inciso
podem propor a ação de execução se ao tempo do falecimento ainda não havia sido
proposta, ou ainda, seguir na execução quando o falecimento ocorrer durante a
tramitação processual mediante prévia habilitação. Importante referir que enquanto
não houver homologação da partilha de bens a legitimidade será do espólio (através
do inventariante) e após a homologação da partilha o credor será o herdeiro a quem
detenha o direito do crédito. Frisa-se que os herdeiros podem requerer a execução
individualmente ou em litisconsórcio, antes de homologada a partilha, caso o
inventariante se mantiver inerte a execução. (GONÇALVES, 2016, 718-719).
Também está no rol de legitimados o cessionário do título executivo, quando
este lhe for transferido por ato entre vivos. Quando a cessão do título ocorrer antes
do ajuizamento da execução, deverá o cessionário promover a execução juntando o
título executivo e a comprovação da cessão; sendo a cessão posterior à execução, o
cessionário deverá comprovar a cessão e requerer a substituição do polo ativo da
demanda na posição de exequente, sem necessidade de consentimento do credor,
conforme disposto no art. 286 do Código Civil:
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a
natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não
constar do instrumento da obrigação.
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores
pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos
do mesmo processo.
Além dos legitimados previstos no rol do art. 778, importante destacar ainda a
legitimidade do ofendido nos casos de sentença penal condenatória transitada em
julgado nos crimes de ação penal pública. Muito embora a vítima não figure como
sujeito ativo ou passivo da ação penal, pode promover a execução civil dos danos
sofridos, assim como aquele que não figura na ação civil coletiva, mas que também
pode requerer a liquidação e execução dos danos sofridos (GONÇALVES, 2016, p.
720-721)
Outro legitimado ativo da execução previsto na doutrina é o advogado. O art.
23 da Lei nº 8.906/94 conferiu ao advogado o direito de executar os honorários
advocatícios de sucumbência, vejamos:
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir,
até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do
devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere
este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres
e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
26 REQUISITOS DA EXECUÇÃO
Caso a obrigação seja a termo, a mora resta configurada assim que vencido o
prazo estipulado no título, contudo, caso não haja prazo específico para o
cumprimento, o devedor deverá ser notificado para que seja constituído em mora.
Excepcionalmente poderá haver obrigações com termo certo de vencimento que
exijam a notificação prévia (GONÇALVES, 2016, p.724-725).
O lugar de cumprimento das obrigações é aquele que foi convencionado pelas
partes e inexistindo convenção à respeito observa-se o art. 327 do Código Civil.
Importante discorrer sobre os contratos bilaterais de prestações simultâneas,
pois nestes casos não será possível a nenhum dos contraentes ajuizar execução a
fim de exigir do outro obrigação não cumprida, caso também não tenha cumprida a
sua, conforme preceituado no art. 798, I “d” do CPC.
26.2 Titulo executivo
O art. 783 do CPC dispõe que “A execução para cobrança de crédito fundar-
se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”. Para Gonçalves, os
requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade não são dos títulos propriamente ditos,
mas das obrigações que eles representam (GONÇALVES, 2016, p. 729).
27 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Os bens dos sócios (art. 790, II) somente serão atingidos quando estes têm
responsabilidade patrimonial ou em caso de desconsideração da pessoa jurídica.
Tratando-se de empresa solvente, os bens destas respondem por suas obrigações.
A desconsideração da pessoa jurídica tem previsão no art. 50 do CC, que dispõe:
28 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
29 MEIOS DE EXECUÇÃO
A súmula 196 do STJ dispõe: “ao executado que, citado por edital ou por hora
certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para
apresentação de embargos”.
Não ocorrendo o pagamento em três dias o oficial de justiça fará a penhora
dos bens indicados pelo credor na petição inicial e caso não haja indicação, fará a
penhora sobre os bens que localizar em diligência, observado o rol de bens
impenhoráveis previsto no art. 833 do CPC e da Lei n. 8.009/90.
O art. 830 do CPC dispõe que: “Se o oficial de justiça não encontrar o
executado, arrastar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução”.
Trata-se da hipótese de arresto, que ocorre antes de realizada a citação do devedor
a fim de evitar o desaparecimento dos bens. Com a citação do devedor, o arresto
converte-se em penhora.
Destaca-se que a penhora nada mais é do que a individualização dos bens
que serão afetados pelo pagamento da obrigação. Conforme já mencionado, é
facultado ao credor indicar na petição inicial os bens do devedor em que deseja que
recaía a penhora, observada a ordem do art. 835, do CPC:
Não havendo indicação dos bens a serem penhorados na petição inicial e não
localizando o oficial de justiça bens em diligência, o juiz poderá (a pedido ou de
oficio) determinar a intimação do devedor para que indique bens passiveis de
penhora. O devedor cometerá ato atentatório à dignidade da justiça caso tenha bens
para indicar a penhora, mas não os indique.
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob
a posse, a detenção ou a guarda de terceiros.
§ 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem,
quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de
veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua
existência, serão realizadas por termo nos autos.
Embora a lei não o diga expressamente, o preço mínimo não poderá ser
inferior ao valor da avaliação, mas a questão é controvertida, havendo
aqueles que sustentam que, à míngua de exigência expressa, a venda
poderá ser feita por qualquer preço, desde que não seja vil, devendo o juiz
fixá-lo de antemão. Parece-nos temerária essa solução, diante de eventual
urgência do exequente em receber o que lhe é devido e da dificuldade do
juízo em estabelecer regras a respeito de preço mínimo (GONÇALVES,
2016, p. 784).
O art. 243 do Código Civil define o conceito de coisa incerta: “A coisa incerta
será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade”.
A execução para entrega de coisa incerta tem previsão nos arts. 811 a 813 do
CPC, aplicando-se também as regras gerais da execução (arts. 771 a 805) e no que
couber, as regras da execução para entrega de coisa certa.
O executado será citado para entregar a coisa individualizada, se couber a ele
a escolha, nos termos do art. 811 do CPC. Cabendo individualização da coisa ao
exequente, este deverá indica-la na petição inicial.
Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela
quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber
a escolha.
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na
petição inicial.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar a
escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo
perito de sua nomeação.
Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta, no que couber,
as disposições da Seção I deste Capítulo.
As obrigações de fazer e não fazer vêm reguladas nos arts. 814 ao 823 do
CPC e também podem ser fundadas nos arts. 247 a 251 do CC. São aquelas em
que o devedor se compromete na realização de determinada prestação.
As obrigações de fazer fungíveis são aquelas que podem ser prestadas por
pessoas diversas do devedor (não são personalíssimas) correndo os custos à
expensas do executado, conforme previsão dos arts. 816 e 817 do CPC.
As obrigações de fazer infungíveis são aquelas que em razão das qualidades
pessoais do devedor somente podem ser prestadas por ele (são personalíssimas).
Sendo infungível a obrigação, não poderá ser prestada por terceiros e em caso de
impossibilidade de inadimplemento deverá ser convertida em perdas e danos.
(GONÇALVES, 2016, p.769).
As obrigações de não fazer são aquelas em que o título executivo impõe ao
devedor uma conduta negativa. Neste caso, o juiz determinará a citação do devedor
para que se abstenha de fazer determinada conduta, sob pena de multa.
Se o exequente requerer e for cabível, o juiz deferirá o desfazimento da coisa
por terceiro (a expensas do devedor). Não sendo possível o adimplemento da
obrigação de não fazer, poderá ser convertida em perdas e danos.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a
penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá
comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da
dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o
cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a
requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens
efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não
cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará a parte contrária,
processando-se o incidente em autos apartados.
31 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
O art. 523 §1º dispõe que: “Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do
caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários
de advogado de dez por cento.” Em caso de pagamento parcial do débito, devemos
aplicar o §2º, que dispõe: “Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput,
a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante”.
Para que o cumprimento de sentença seja iniciado é necessária a
manifestação do credor, através de petição nos mesmos autos, requerendo a
intimação do devedor para que efetue o pagamento do débito no prazo de quinze
dias. Juntamente com o requerimento deverá ser apresentado a memória de cálculo
atualizado do débito (conforme os requisitos do art. 524) e a indicação dos bens
passiveis de penhora.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição
conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado,
observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do
nome do executado em cadastros de inadimplentes.
33 A HIPOTECA JUDICIÁRIA
36 DEFESA DO EXECUTADO
“Não se aplica ao prazo dos embargos o art. 229 do CPC. Ele não se
modifica se houver litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios
distintos, porque os embargos são nova ação, e não incidente da execução.
Também não se aplica o art. 231, § 1°, do CPC: havendo mais de um
executado, o prazo correrá para cada qual independentemente,
conforme forem sendo citados e o comprovante da citação for sendo
juntado aos autos. Para que o prazo tenha início, não é necessário que
todos os executados já tenham sido citados. O prazo para cada um será
autônomo. Há, no entanto, uma exceção a essa regra: se os executados
litisconsortes forem cônjuges ou companheiros, o prazo de embargos
contar-se-á da juntada aos autos do último comprovante de citação
(art. 915, § 1°, do CPC)”. (GONÇALVES, 2016, p. 789/790).
Quando o fundamento dos embargos for o excesso da execução (art. 917, III,
CPC), o embargante deverá, OBRIGATORIAMENTE, informar o valor que entende
devido e acostar aos autos cálculo discriminado, conforme art. 917, §3º, do CPC,
sob pena de rejeição liminar (art. 917, §4ª, I, CPC).
A natureza de ação de conhecimento dos embargos à execução, permite,
inclusive, prova pericial ou oral, a fim de que se produza uma sentença de mérito.
Gonçalves destaca ainda que nos embargos à execução, o magistrado terá
de examinar se estão preenchidos os pressupostos processuais e as condições da
ação, como por exemplo: tempestividade, legitimidade, interesse de agir, e, no
mérito dos embargos poderá analisar, a requerimento do embargante, as condições
e pressupostos da ação executiva. Além disso, poderá ser objeto dos embargos as
questões ligados à existência, constituição e extinção do débito, admissão e
questões processuais da execução (GONÇALVES, 2016, p.792).
Ainda, deverão ser juntados aos embargos as cópias das peças processuais
relevantes do processo de execução, que poderão ser autenticadas pelo próprio
advogado, além do instrumento de procuração e o comprovante de recolhimento de
custas processuais ou declaração de hipossuficiência e comprovante de renda,
quando requerido o benefício da justiça gratuita. Poderão ser juntados documentos
complementares comprobatórios das alegações apresentadas.
Por fim, cabe destacar que o efeito suspensivo não obstará a efetivação dos
atos de substituição, reforço ou redução da penhora e avaliação dos bens (919, §5º).
Gonçalves adverte que o prazo em dobro previsto no art. 229 do CPC aplica-
se ao prazo de impugnação, mas não ao prazo de embargos, pois este se trata de
ação autônoma e aquele de mero incidente (GONÇALVES, 2016, p.803). Assim
como nos embargos, a impugnação ao cumprimento de sentença não necessita de
prévia garantia do juízo, conforme previsão legal do art. 525 do CPC.
A impugnação ao cumprimento de sentença, como regra, não tem efeito
suspensivo, contudo, o juiz poderá concedê-lo conforme os mesmos requisitos dos
embargos (requerimento do impugnante; garantia do juízo; fundamentação
relevante; possibilidade de dano grave de difícil ou incerta reparação).
Na impugnação ao cumprimento de sentença existem limitações quanto as
matérias de defesa, que estão previstas no art. 525, §1º, do CPC:
Não nos parece, porém, que esses mecanismos devam desaparecer por
completo, pois podem continuar tendo alguma utilidade. Por exemplo,
quando transcorrido o prazo da impugnação ou dos embargos in albis
houver matéria de ordem pública não sujeita à preclusão, que não tenha
sido examinada pelo juiz, o interessado poderá valer-se de tais incidentes
para alegá-las. No entanto, a utilidade desses incidentes ficou muito
reduzida. Uma vez que, para se defender, seja por meio da impugnação no
cumprimento de sentença, seja por meio de embargos, no processo de
execução, o executado não sofre mais nenhuma constrição, não se justifica
mais a utilização das objeções e exceções de pré-executividade, a menos
que não seja mais possível ao executado valer-se dos meios tradicionais.
(GONÇALVES, 2016, p. 810).
O CPC não previu o procedimento das exceções e objeções de pré-
executividade, entendendo a doutrina que poderão ser apresentadas por simples
petição a ser juntada nos autos, mas pode o juiz determinar sua tramitação em
apenso, caso a juntada tenda a causar tumulto no andamento processual.
Proposta a exceção e objeção de pré-executividade caberá ao juiz analisar se
a matéria é cabível e, recebendo a petição, determinar a intimação do credor para
manifestar-se; não sendo o caso, porém, indeferirá de plano a petição.
A doutrina majoritária entende que a exceção e objeção de pré- executividade
não têm efeito suspensivo (Gonçalves, 2016, p. 811).
Em regra, a exceção e objeção de pré-executividade são julgadas por decisão
interlocutória (recurso adequado: agravo de instrumento), contudo, quando o
acolhimento da petição acarretar em extinção da execução, esta deverá ser
declarada por sentença.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;
Questão Gabarito
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REFERÊNCIAS