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Executando sonhos: o que aprendi com o Sr.

Guerzoni

15 de janeiro de 2019

Andreza Aparecida da Silva

Tenho lido muita coisa sobre negócios e empreendedorismo devido ao meu trabalho atual e
percebi uma constante: não há condições ideias para começar algo novo!

É necessário saber o que se quer, saber fazer bem (ter um diferencial) e fazer com amor...
Lógico que isso não é unânime! Às vezes algumas variáveis até ajudam no sucesso desse
empreendimento. Mas, com certeza, o nome disso não é sorte! Pode ser que coincida com uma
necessidade do mercado no momento da sua idealização... Mas ainda assim não é sorte... E não
se pode contar somente com isso, não é?

Por que digo isso?

Estive, no início do ano, em um lugar bem peculiar. O senhor que encontramos na estrada,
quando já achamos que estávamos perdidos, disse que o local que buscávamos ficava no “fim
da picada” e disse que tínhamos que seguir “toda vida”! Pois é! Realmente era longe. O lugar
era um bairro da zona rural de Cachoeira de Minas: Grotão. Nesse lugar encontramos uma casa
muito simples, com muitos cachorros para nos receber, gatos, um bode e um carneiro. Na porta
da casinha surge um senhor de barba branca e olhos azuis, também simples, com um prato de
comida e que assim que nos cumprimentou e nos convidou para o almoço (Sim, fizemos essa
“feiúra” de aparecer na casa de um estranho, sem avisar e na hora do almoço!). Aguardamos ele
almoçar para então começar de fato a aventura.

O Sr. Guerzoni tem 69 anos, estudou até a 3ª série do ensino fundamental, possui leitura básica,
mas muita (muita mesmo) inteligência e criatividade. Prova de que o diploma sozinho não vale
muita coisa (diria que nada). Por quê? Com o pouco estudo que tem o Sr. Guerzoni é
praticamente um Engenheiro elétrico, mecânico e hídrico!!! Acredite!

Ele, em 1975, recém casado com a Dona Maria (muito tímida e, ao contrário dele, de pouca
fala), construiu uma “usininha” para que pudesse ter luz em sua casa. Arquitetou sua primeira
usina com uma roda d’água, abastecida pela represa, um eixo, duas rodas e um dínamo de
bicicleta. Isso mesmo: a primeira. Hoje essa usina serve para “alimentar” seu rádio que possui
como caixa de som uma cabaça de mais de 30 anos! (Não disse que ele era criativo!)

Depois, em 1982, devido sua nova demanda, ele construiu uma usina maior, capaz de manter
toda sua casa e mais alguns maquinários. Basicamente, seu sistema funciona com a água com
mais pressão, a qual movimenta uma roda d’água mais elaborada, que movimenta uma correia
(que hoje é uma mangueira de sistema de emergência) num percurso de 11 metros. Essa correia
é acoplada em outro eixo, que por sua vez é conectada em polias, conforme qual recurso ele
deseja energizar, a qual também é conectada a um motor. Ele apenas com a 3ª série, soube no
início que precisaria converter a energia contínua em alternada e, então, fez suas adaptações
para que isso fosse possível. Daí te pergunto: Como ele sabia disso? Resposta: Nem ele soube
explicar!

Esse sistema fornece energia elétrica para sua residência – lâmpadas, TV e tanquinho, para a
máquina de moer milho para produzir fubá e farinha, para um aparelho de som, liquidificador,
moedor de grãos de café, esmeril, tanquinho, uma máquina para debulhar o milho, um
amassador de mandioca e, finalmente, um sistema que funciona como pistões de um carro, o
qual substituirá o pilão, ou seja, em um ritmo determinado pela força da água e pelo sistema
montado 4 pilões autônomos poderão ser utilizados para otimizar alguns trabalhos rotineiros da
roça.

Quando questionada sobre as criações de seu marido, Dona Maria sorri e diz: “ele é louco!”. No
entanto, o Sr. Guerzoni imediatamente rebate, citando uma situação na qual todo o município e
redondezas ficaram sem energia elétrica por um apagão e quando ele chegou em casa Dona
Maria estava assistindo sua novela – “a única pessoa assistindo novela!”.

Após a visita às suas usinas, que durou cerca de 3 – 4 horas, visto que ele gosta de mostrar e
explicar tudo detalhadamente, o Sr. Guerzoni conta que recebeu visita de diversas emissoras de
TV, virou reportagem, recebeu visitas de uma alemã, uma argentina, de um pessoal de Portugal,
de alunos de muitas escolas da região. Nos mostra as notícias de jornais impressos, matérias de
revistas, inclusive a do Globo Rural, e por fim pede para que assinamos seu livro de visitas, o
qual orgulhoso comprova um pouco do que foi os últimos 8 anos da sua experiência como
“professor”, porque diga-se de passagem: o que eu vi e aprendi com ele valeu muito mais que
algumas disciplinas da faculdade!

Além dessa façanha, o Sr. Guerzoni ainda tem outras funções, as quais ele se orgulha muito
também: ele é o Papai Noel, que em vez de trenó e renas, possui uma mini bagageira e um
carneiro (que faleceu e será substituído por um bode) e também é o São Pedro, com direito a
cajado e a chave do céu!

Então você ainda acha que é preciso ter as condições ideias para lançar sua ideia no mundo?

Até hoje as condições do Sr. Guerzoni não são ideais. Ele foi fazendo e as coisas acontecendo.
Esse é o segredo: “Antes feito que perfeito!”

Vimos ao longo da história muitas ótimas ideias guardadas esperando o momento certo! A
Kodak, por exemplo. Tinha a ideia, a tecnologia e tudo que era necessário para lançar a primeira
câmera fotográfica digital. No entanto, estava aguardando as condições ideais, o momento certo,
a demanda do mercado... Seja o que fosse. O fato é que ela não o fez. Outra empresa ousou e
dominou o mercado, enquanto a pioneira do mundo fotográfico via seus negócios despencando.

Portanto, se você tem uma ideia e tem paixão pelo que faz... Ouse! Arrisque! Quem sabe a sua
ideia não é o próximo grande negócio, produto ou serviço tão aguardado pelo mercado. Comece
de onde está e com os recursos que possui. Amplie seu networking, procure ajuda, se
necessário! Mas não deixe sua ideia engavetada, aguardando, enquanto poderia impactar o
mundo lá fora!

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