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DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
COM ÊNFASE NA DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Apresentar a trajetória do aspecto histórico da Educação Especial e a com-
preensão do deficiente intelectual na sociedade.
•• Compreender a definição de deficiência.
•• Conhecer os precursores nos estudos das deficiências e em especial do de-
ficiente intelectual.
•• O estabelecimento de leis e decretos que estruturam as políticas públicas
na atualidade.
PLANO DE ESTUDO
O PERCURSO
HISTÓRICO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Para se entender o contexto atual intitulado como “educação inclusiva”, a Educação
Especial precisa ser compreendida em sua dimensão histórica, assim, possibilitar o
favorecimento de sua fundamentação à necessidade de sua prática no cotidiano
escolar e social.
Na antiguidade, a sociedade se organizava de maneira distinta quanto a padrões
de normalidade. O trato com sujeitos que não se encaixavam a esses padrões, ditos
“normais” era o isolamento e a prática do infanticídio.
Com o passar do tempo esses indivíduos foram taxados por loucos, marginais,
doentes mentais, endemoniados, deficientes etc. Características ainda encontradas
e agregadas à cultura de alguns povos na atualidade. Sendo enquadrados nessas
categorias, facilitava-se o tratamento por meio de práticas disciplinas que eram
submetidos. Havia certa proximidade entre mito e segregação na antiguidade e as
deficiências poderiam estar relacionadas ao sobrenatural: feiticeiros, pessoas envia-
das por Deus etc.
Na Idade Média, a segregação se intensificou e a pessoa com deficiência passou
a ser entendida como obra e intervenção dos Seres Superiores, ou de Deus, como
“castigo”. Entendimento que ainda encontramos arraigados em diversas culturas.
O período de segregação entre os séculos XVI e XVII, todas as pessoas que não
eram enquadradas no padrão de normalidade exigido na época eram isolados em
manicômios, orfanatos e tipos diversos de prisões.
No século XVII, muitas instituições na Europa realizavam treinamento industrial
que favorecia o trabalho manual barateado em caráter assistencial e filantrópico.
No final do século XIX e início do século XX, por meio do conhecimento científico,
a deficiência passou a ser “tratada”, buscando-se a “cura”. Surgiram então, institui-
ções especializadas ao cuidado e trato das pessoas com deficiência. Neste período,
muitos estudiosos se destacaram com suas contribuições ao estudo e tratamento
às pessoas com deficiência: Seguin, Maria Montessori, Binet e Simon, Terman entre
10 Pós-Universo
MAS, O QUE É
DEFICIÊNCIA?
Para darmos continuidade aos nossos estudos e compreendermos a definição de
deficiência, a análise de aspectos e características comuns de um grupo de indi-
víduos é considerada. Percebemos que as definições divergem-se devido origem
das diferenças de crenças, valores, cultura e significativamente áreas de estudos.
Segundo Sonia Landi (2011), é comum encontrarmos descrições e referências com
as seguintes definições: sujeito capaz e não capaz; o normal e o anormal; típico e
atípico; perfeito e defeituoso; funcional e disfuncional; comum e incomum; regular/
habitual e excepcional.
De acordo Landi (2011), termos utilizados para nos referirmos às deficiências
podem refletir nosso posicionamento perante às pessoas envolvidas. O decreto Nº
3.956/2001, traz com definição a “restrição física, mental ou sensorial, de natureza
permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais ati-
vidades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico
social”.
No âmbito do direito há definição do termo deficiência, de acordo com o DECRETO
nº 3.298 – de 20 de dezembro de 1999:
DECRETO nº 3.298 – de 20 de dezembro de 1999 – DOU DE 21/12/99 –
Alterado Nova redação dada pelo DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE
2004 – DOU DE 3/12/2004.
[...]
ALGUNS PRECURSORES
DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Conhecido como precursor da Educação Especial, o francês, Dr. Jean Itard (discí-
pulo de Philippe Pinel), por meio do registro de suas experiências com um menino
considerado “selvagem” por ser encontrado a própria sorte nas florestas do sul da
frança, preocupou-se com o bem-estar daquela criança. Itard deu o nome de Victor
ao menino e esse ficou conhecido como “o menino selvagem de Aveyron”. O médico
francês escreveu um relatório detalhado sobre sua experiência com Victor e muitas
das técnicas aplicadas por Itard perduram hoje na Educação Especial.
Aluno de Itard, Edouard Seguin, publicou o primeiro tratado de Educação Especial
e defendeu o princípio que exercícios sensório-motores ajudavam no desenvolvi-
mento da aprendizagem de crianças com deficiência.
Montessori (1870 – 1952) e Decroly (1871 – 1932) foram precursores na constru-
ção de uma pedagogia terapêutica para atendimento das crianças com necessidades
especiais.
Philippe Pinel
Médico Francês (1745-1826), foi pioneiro no
tratamento contra a “loucura”, de forma mais
científica, humana e menos supersticiosa. É
um dos precursores da psiquiatria moderna.
Iniciou no meio acadêmico como tradutor de
obras de medicina e professor de matemática.
Mas, seu grande interesse estava nas doenças
mentais, devido à tragédia com um amigo, que
ao enlouquecer fugiu para a floresta e foi de-
vorado por lobos.
Fonte: Wikipedia (online)
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Jean Itard
Médico Francês (1774-1838), discípulo de Pinel. É destaque na história da psiquiatria
e da Educação Especial, por ser responsável pelo registro de todo tratamento realiza-
do com um menino (Victor) considerado “selvagem”
encontrado abandonado em Aveyron. Registrou
seus experimentos em dois relatórios (1801/1807) e
descreveu pela primeira vez a Síndrome de Tourette
(em 1825), devido ao atendimento a uma de suas
pacientes da nobreza francesa de 86 anos de idade.
Morreu em Paris, aos 64 anos deixando em testa-
mentos sua fortuna ao Instituto para Surdos-Mudos
de Paris. Além de todas essas contribuições, editou
vários diários médicos e trabalhos importantes na
área médica, baseado em suas experiências e pes- Fonte: Wikipedia (online)
quisas científicas com mais de 170 casos.
Edouard Seguin
Médico e educador americano (1812-1880). Foi aluno
de Itard e levou seus ideais para os Estados Unidos, pu-
blicando o Primeiro Tratado de Educação Especial. É
também considerado como pioneiro na educação das
crianças com deficiências. Havia na época, muita preo-
cupação com os problemas da educação e reabilitação
de deficientes, e no ano de 1884, a Academia de Ciências
de Paris declarou que a solução para o problema da
educação das crianças com deficiências foi devido às
contribuições, estudos e publicações de Seguin.
Fonte: Wikipedia (online)
Pós-Universo 19
Maria Montessori
Considerada como a “médica que valorizou os alunos”,
Maria Montessori (1870-1952) é de origem italiana e
primeira mulher a se formar em medicina em seu país
(Universidade de Roma). Trouxe grandes contribuições
pedagógicas com seu método (Método Montessori)
voltado à educação infantil. Como investigadora, con-
tribui com várias conferências sobre métodos educativos
para crianças afetadas por deficiências mentais. Faleceu
com quase 82 anos de idade por hemorragia cerebral,
Fonte: Wikipedia (online)
em 1952, na Holanda.
Ovide Decroly
Filho de um industrial de origem francesa e de uma
professora de música. Ovide Decroly (1871-1932)
nasceu na Bélgica. Como estudante não sofreu de
dificuldades na aprendizagem, mas foi expulso de di-
versas escolas por causa de indisciplina. A medicina e a
música acompanharam Decroly por toda vida e muito
influenciaram em seu pensamento e personalidade.
Formou-se em medicina e aprofundou seus estudos
em neurologia, voltando sua atenção às crianças com
deficiência intelectual. Devido seu interesse, contribui
muito como educador além de médico, dirigindo seus
estudos ao conhecimento do desenvolvimento físico
e intelectual das crianças. Faleceu em 1932. Fonte: Wikipedia (online)
20 Pós-Universo
LEIS
•• Constituição Federal de 1988 - Educação Especial.
•• Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN).
•• Lei nº 9394/96 – Educação Especial (LDBN).
•• Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial.
•• Lei nº 10.098/94 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e
dá outras providências.
•• Lei nº 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras
providências.
•• Lei nº 7.853/89 - Apoio às pessoas portadoras de deficiência (CORDE).
•• Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portado-
ras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria para a Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses
coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define
crimes e dá outras providências.
•• Lei nº 8.859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977,
estendendo aos alunos de ensino especial o direito à participação em atividades de
estágio.
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DECRETOS
•• Decreto nº 186/08 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de
março de 2007.
•• Decreto nº 6.949 - Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março
de 2007.
•• Decreto nº 6.094/07 – Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso
Todos pela Educação.
•• Decreto nº 6.215/07 - Institui o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão das Pessoas
com Deficiência (CGPD).
•• Decreto nº 6.214/07 - Regulamenta o benefício de prestação continuada da assis-
tência social devido à pessoa com deficiência.
•• Decreto nº 6.571/08 - Dispõe sobre o atendimento educacional especializado.
•• Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS).
•• Decreto nº 2.208/97 - Regulamenta Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional.
•• Decreto nº 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe
sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, con-
solida as normas de proteção, e dá outras providências.
•• Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência.
•• Decreto nº 2.264/97 - Regulamenta a Lei nº 9.424/96.
•• Decreto nº 3.076/99 - Cria o CONADE.
•• Decreto nº 3.691/00 - Regulamenta a Lei nº 8.899/96.
•• Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à Discriminação.
•• Decreto nº 5.296/04 - Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098 com ênfase na Promoção
de Acessibilidade.
•• Decreto nº 3.956/01 – (Convenção da Guatemala) Promulga a Convenção Interamericana
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras
de Deficiência.
22 Pós-Universo
Pós-Universo 23
DEFINIÇÃO DA
DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
Conhecendo a trajetória histórica da deficiência no Brasil, podemos agora iniciar um
estudo de termos e definição de Deficiência Intelectual.
Segundo a psiquiatria, a nosografia (classificação metódica das doenças) da atua-
lidade a definição de deficiência intelectual interliga-se em várias outras definições.
Oriundas da definição de louca, no quadro de “idiotia” (termo não mais utilizado,
sendo considerado discriminatório e ofensivo), onde, considera-se certa confusão os
termos “retardo” (demente) e “idiotia”, deficiência intelectual e estado de estupor. Logo,
Esquirol (precursor de Pinel) fez a distinção entre os termos: “O homem com demên-
cia é privado de bens que possuía fartamente, é um rico que se tornou pobre! Já o
idiota, sempre viveu no infortúnio e na miséria”. Definiu ainda, a imbecilidade como
sujeito menos profundamente afetado. No fim do século XIX, Seguin considera incu-
rável a idiotia e a imbecilidade. E no início do século XX, Binet dá início a psicometria,
logo usada como critério para distinguir as diversas deficiências existentes. Essa de-
finição diz respeito ao aspecto cognitivo inferior à média estatística da população e
a dificuldade de adaptação e convívio social.
24 Pós-Universo
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““
Funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, acompanha-
do de limitações significativas no funcionamento adaptativo, em pelo menos
duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidado, vida
doméstica, habilidades sociais/ interpessoais, uso de recursos comunitários,
auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança
(apud DE CARVALHO; MACIEL, 2003, p. 153)
de adaptação do sujeito (da pessoa ao meio que vive) como elemento considerável
relacionado à noção do esperado no desenvolvimento comum a maioria das crianças.
Em alguns aspectos, costuma-se pensar na Deficiência Intelectual como algo
bem definido, portanto há que se relevar aspectos culturais importantes que em
algumas sociedades estão fortemente arraigadas (pois há mecanismo social que não
atribua essa definição).
É fato de que na Deficiência Intelectual exista uma limitação funcional em qual-
quer área do funcionamento humano que esteja abaixo da média de pessoas em
um determinado sistema social existente. Significando, portanto, que em diferen-
tes culturas determinadas pessoas podem ou não serem consideradas deficientes,
segundo suas capacidades adequadas às necessidades da sociedade que está inse-
rida culturalmente.
A frequência de transtornos afetivos, de conduta e de comportamento, depende
da profundidade do nível de comprometimento cognitivo.
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A necessidade de conceituação delimitada foi uma busca histórica por garantias de direitos que
pudemos acompanhar a partir das diversas leis e decretos que a legislação brasileira contempla
o tema. Esse item é destaque, pois o próprio conceito de Atendimento Educacional Especializado
surge com o objetivo de garantir o direito de básico de escolarização e socialização dos sujeitos
deficientes.
Esperamos que estas contribuições fundamentam seus estudos e sua prática educativa. Bons
estudos e bom trabalho!
material complementar
Ano: 2002
NA WEB
Essa reportagem da revista Nova Escola traz importantes considerações sobre as pessoas com
deficiência intelectual que apresentam dificuldades para resolver problemas e compreender
questões básicas como noção de tempo e valores monetários.
Web: <https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual>
NA WEB
Web: <http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=9991&evento=2435>
referências
American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth
Edition, Text Revision. Washington, DC: American Psychiatric Association, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica
/ Secretaria de Educação Especial. MEC; SEESP, 2001.
DE CARVALHO, Erenice Natália Soares e MACIEL, Diva Maria Moraes de Albuquerque. Nova con-
cepção de deficiência mental segundo a American Association on Mental Retardation-AAMR:
sistema 2002. Temas psicol. [online]. 2003, vol.11, n.2, pp. 147-156. ISSN 1413-389X. Disponível
em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2003000200008>.
Acesso em 02 mai. 2017.
referências
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em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-mental.htm>. Acesso em: 19
ago. 2014.
HONORA M. & FRIZANCO M. L., Esclarecendo as deficiências: Aspectos teóricos e práticos para
contribuir com uma sociedade inclusiva. Ciranda Cultural, 2008.
INSTITUTO PARADIGMA. Qual a diferença entre doença mental e deficiência intelectual? Participação
Social e Direitos. Disponível em: <http://www.institutoparadigma.org.br/pergunte/particiapacao-
-social-e-direitos/264-qual-a-diferenca-entre-doenca-mental-e-deficiencia-intelectual>. Acesso
em 02 mai. 2017.
Wikipedia. French psychiatrist Philippe Pinel (1745-1826). Domínio público. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Philippe_Pinel#/media/File:Philippe_Pinel.jpg>. Acesso em 02 mai. 2017.
Wikipedia. Édouard Séguin (1812-1880) (Lizenzstatus: Public Domain). Domínio Público. Disponível
em: <https://fr.wikipedia.org/wiki/%C3%89douard_S%C3%A9guin>. Acesso em 02 mai. 2017.
Wikipedia. Italian educationist Maria Montessori (1870-1952). Domínio Público. Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e2/Maria_Montessori.jpg>. Acesso em
02 mai. 2017.
Wikipedia. Jean-Ovide Decroly dit Ovide Decroly est un pédagogue, médecin, et psychologue
belge, né à Renaix en 1871 et mort à Uccle en 1932. Domínio público. Disponível em: <https://
en.wikipedia.org/wiki/Ovide_Decroly#/media/File:Ovide_Decroly_(1871-1932).jpg>. Acesso em
02 mai. 2017.
resolução de exercícios