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JUSTIFICATIVA DO PLANO DE AULA

Carlos Oliveira Jacques Neto


Didática de Filsofia - UFPEL-RS

A justificativa do plano de Aula – Tema: Política – Relação entre Comunidade


e Poder tem a sua fundamentação na abordagem Humanista, ou seja, na orientação com
enfoque no sujeito como produtor de conhecimentos.
A ênfase é na perspectiva das relações intersubjetivas, o sujeito é o organizador
da sua vida, da sua produção histórica, ou seja, ele é o realizador da sua realidade e a atuação
do professor dá-se como um mediador, um facilitador dos caminhos do sujeito para a sua
autonomia, para a sua independência emocional e psicológica, em outras palavras, o aluno é o
diretor e o ator da sua existência, da sua experiência com o saber e com os seus projetos de
realizações.
Nesta construção de uma proposta de vida, o sujeito opta por caminhos e
trilhas, os princípios que orientam as práticas dos sujeitos é o amor ao saber, a solidariedade,
o respeito pelas diferenças, algo que permita que o jovem desenvolva os seus potenciais de
acordo com o seu ritmo, mas sempre com uma visão humanitária, objetivando a formação de
cidadãos para que contribuam para a idealização/edificação de uma sociedade fraterna.
Como interagir e articular os expoentes conceituais de uma atividade que se
propõe a superação dos paradigmas da fragmentação do ensino?
Nesta dimensão de trabalhos na sala de aula, como podemos aliar a
interdisciplinaridade e a transversalidade, unir a capacidade de análise e soluções de
problemas, mas, principalmente, com as propostas de uma Ética dos Valores ( ideia de que a
virtude pode ser construída/Aristóteles), pois essas conceitualidades desejam inserir temas que
trabalhem laborações comprometidas, no sentido de criarem valores, a independência
cognitiva dos jovens, o meio ambiente sustentável, a pluralidade cultural, ou seja, a
intelectualidade pode e deve se permitir transitar pela Utopia, algo que suplante a concretude
das cenas frívolas e medíocres de uma sociedade de massas ideologizadas.
Assim, a proposta é o exercício de muitos diálogos e relações de trocas, cada
qual contribui de acordo com as suas capacidades, onde o objetivo, é a estruturação coletiva

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de espaços pedagógicos e democráticos, ou seja, exercitar e rememorar as relações de
colaboração escamoteadas por uma sociedade do fetiche da mercadoria, lugares de conflitos,
de poucos ambientes de inclusão social, eis que vivemos na era das relações marcadas pelo
mundo de narciso.
Somos diferentes e com qualidades distintas, tentamos avançar para “vencer
na vida”, erramos, acertamos, mas continuamos em frente, confiantes nos caminhos do
aprendizado humanitário, solidário e compartilhado.
Existem várias estratégias para encarar a educação, não há modos certos ou errados,
mas apenas os múltiplos caminhos, os quais traçam uma rede de opções, nunca lineares, mas
formando teias de interrelações. O que cabe aos atores e construtores dos caminhos
congnitivos é a peregunta: Que sociedade queremos? Que sujeito queremos desenvolver?
Assim, divisamos as transversalidades conceituais entrando no campo dos saberes, os
temas das singularidades, do repetir o modo de ser na vida, nas situações de aprendizagem e
de convivências sociais. O respeito às diferenças, opiniões contrárias, o lidar com as
frustrações, eis que nem sempre podemos questionar os poderes instituidos da educação
“bancária”.
Do trecho do poema de Carlos Drummond “tinha uma pedra no meio do caminho”,
os trabalhadores da educação podem questionarem-se, essas pedras podem convertrem-se em
muros ou pontes? A diversidade pode conviver/coexistir, as opiniões contrárias podem
circular dialeticamente sem agressões. Cada um de nós tem um rítmo e uma forma própria de
aprender, nós somos a nossa régua. Devemos questionar/quebrar os paradigmas da sociedade
mercantil, eis que, quando somos munidos de saberes e habilidades, podemos superar as
barreiras repressoras do Estado conservador e autoritário, podemos exercer outros papéis além
daqueles pré determinados pela ideologia dominante.
No trabalho com os currículos ocultos, procuramos dar voz aos educandos, o ato da
escuta, a empatia, nos aprimora, no exercício dos jogos interativos, valorizamos a
solidariedade e não a competição. O mestre, que também é aprendiz, traça uma estratégia
junto aos sujeitos/alunos para conquistar uma vida de realizações, desenvolvimento pessoal e
social. É a hora de “aprender a aprender”, de ousar e de ser um sonhador para botar a mão na
utopia.
Para superarmos as contradições pessoais e sociais, precisamos nos auxiliar,
trabalharmos em equipe, eis que, cada um tem uma qualidade, elas isoladas são vazias, mas

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atuando em cooperação fortalecem a mente e o grupo. Nem sempre vamos vencer, as derrotas
são muitas, às vezes, são as melhores ferramentas para o aprendizado. É o tropeço que
fortalece as nossas ações, quem sabe, na próxima vez, a gente se supera e avançamos para a
vitória. O talento contribui, mas o esforço e o suor são os combustíveis do aprimoramento.
Conexões com o artigo de Bovo, Marcos Clair, Interdisciplinaridade e
Transversalidade como Dimensões da Ação Pedagógica.” Aqui o aprendizado nos toma como
sujeitos de nossa história, somos os atores de nossos roteiros, aprendemos com a vida e
durante a vida, nos libertamos e nos humanizamos nos “jogos” de solidariedade entre as
parcerias da vida, seguimos nessa infinitude da busca pelo saber.
“ A interdisciplinaridade não se ensina, não se aprende, apenas vive-se, exerce-se e
por isso exige uma nova pedagogia, a da comunicação”. Fazenda, 1979.
Como operar a teoria e a prática sob a ótica da interdisciplinaridade? A grande questão
para o educador, antes de assessorar-se nas concepções centradas no sujeito
aprendiz/construtor dos seus caminhos de saber, antes de debater na escola os programas a
serem implantados de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a pergunta é – Quais
as questões urgentes do nosso mundo? Qual a Sociedade e que modelo de relações de trabalho
e cultura iremos apresentar às crianças e aos jovens? Não há que negar que, quando os
governos apresentam as suas metas através do MEC, as Bases Comuns Curriculares, talvez
não esteja clara a posição da educação e da cultura como orientação na formação pedagógica
dos cidadãos, mas, nas entrelinhas identifica-se um tipo de currículo oculto e nas práticas
pedagógicas evidencia-se o paradigma de reproduções sociais propostas (Althusser -
Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado).
A sociedade e a cultura são o fruto do seu processo histórico e das relações entre os
sujeitos nos seus modos de produzir e usufruir os bens. Hoje, diante da globalização, as
fronteiras são permeáveis, usamos um celular com peças da China, do Canadá ou da Índia, ou
seja, relações de produção e trabalho que representam um modo de fazer e distribuir as
riquezas das nações. Há uma concepção de educação em que a escola deve preparar os
indivíduos para o mercado de trabalho, uma mão de obra que sirva aos interesses da produção.
Outra idealização de sociedade é a construção centrada no sujeito, no desenvolvimento
dos seus potenciais, dos seus talentos, ou seja, a pessoa se desenvolve, não para integrar uma
engrenagem, mas constrói-se um sujeito para exercer o seu caminho de felicidade e
realizações em prol da sua comunidade.

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Veja, que acima adotamos dois paradigmas na definição de modelos educacionais,
uma centrada no mercado, no indivíduo, aqui, ele está isolado e cresce na competição, na
direção das profissões de maiores status sociais. Já na idealização, na utopia do exercício
filosófico, pensamos uma sociedade voltada para a realização da pessoa e de seus talentos e
habilidades, no lugar do indivíduo, entra o sujeito, o ser social que está conectado com os seus
pares e com a felicidade da coletividade, na construção de uma irmandade fraterna e solidária,
onde cada um oferece o seu trabalho, a sua arte, de acordo com as suas habilidades e recebe
(da construção coletiva) de acordo com as suas necessidades, uma educação de valores éticos
e democráticos.
Assim, por trás de toda metodologia de ensino há uma carga valorativa que segue a
orientação de que sujeitos a sociedade almeja formar. Temos as posições conservadoras e
neoliberais, a sociedade escolhe pelo sujeito o que devemos aprender, mas podemos optar por
uma educação humanista, uma ação libertadora (Paulo Freire), o aprendiz ganha voz e cria os
seus caminhos de Saber e de realização plena, sintonizado com a sua realidade na
construção/edificação da emancipação humana.
Observe que a ideia de educação extrapola o meio escolar, ela dá-se na família, nos
jogos, nas interações sociais, ela é um modo de caminhar que reproduz as relações conforme
as condições de historicidades presentes na sociedade.
Aprendemos, pela análise histórica/filosófica que a sociedade não nasceu pronta como
aparece nos Aparelhos Ideológicos do Estado, escolas, sistema jurídico, meios de
comunicação (Althusser/Gramsci), o modelo atual é fruto do mal estar na civilização (Freud)
causado pela sociedade da mercadoria, a qual escraviza o homem, ela inverteu a lógica, pois a
pessoa torna-se objeto da mercadoria, vive para realizar/comprar os fetiches criados pelo
mercado, mesmo que não satisfaça as suas necessidades materiais e existenciais.
Observamos que entre as metas dos PCN’s/BNCC não consta a valorização e o
aprimoramento dos professores, pois como se formam os educadores? Os parâmetros
curriculares traçados para os alunos visam a excelência, mas a realidade das escolas e da vida
dos professores continua a mesma desde a época dos mestres Anísio Teixeira, Paulo Freire e
Darcy Ribeiro. Os governos se sucedem, mas o MEC não enaltece os trabalhadores da
educação. Pensamos que a primeira meta deva ser a valorização/qualificação dos docentes,
caso contrário, conta-se apenas com a vocação e com a autoformação dos orientadores!
Na temática do uso de mídias como recursos pedagógicos, o uso das diversas

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linguagens na comunicação (Multimodalidade/Barbara Hemais), (Mídia Digitais/Moisés de
Lemos Martins) atuam para a elaboração de planos de aula mais sintonizados com a
comunicação das crianças e dos jovens do mundo cibernético, ou seja, insere-se na
aprendizagem um conjunto de informações que dizem respeito ao cotidiano dos sujeitos em
formação. Ferramentas como uma reportagem de jornal, revista, vídeo, filme, livro, poema,
música, toda forma de expressão cultural. Essas ferramentas criam significações nos
educandos, ainda mais, quando eles próprios tornam-se os produtores, eles contribuem com
seus colegas e compartilham ideias, fatos, ou seja, as coisas do mundo que marcam as suas
subjetividades.

Qual o modelo de aula a seguir? Depende da criatividade e das escolhas democráticas


do coletivo.
Trabalhar os conceitos filosóficos e a história de modo integrado, criam dificuldades,
geram expectativas, mas a norma é não ter regra, mas a aprendizagem crítica/humanista é um
processo que supera as linearidades das epistemologias neoliberais conservadoras, pois o
estudo sempre extrapola os lugares comuns dos bancos escolares. Pontuamos que nenhuma
meta epistemológica terá sucesso se não trabalharmos a valorização e a qualificação dos
professores, pois a realidade da baixa remuneração, parcelamento de salários e o corte de
verbas na educação, indicam que as políticas educacionais visam aparelhar a escola como
uma máquina de prestação de mão de obra ao mercado, saber técnico/regras de submissão
para a divisão do trabalho (Althusser - AIE/Aparelhos Ideológicos do Estado).
Neste cenário, o professor atua como o equilibrista na corda bamba, lida com a falta de
estrutura da escola, com a realidade de subsistência dos alunos, com estruturas que buscam
servir as ideologias do poder de plantão, mas a gestão burocrática cobra, sem fornecer as
ferramentas, planos de aula, assim como atingir as metas de excelência traçadas nos gabinetes
dos administradores, os quais estão postados de costas para a realidade da educação brasileira.
O professor é o mestre navegador da utopia, sempre acredita nos sonhos dos seus
alunos e, por vezes, até se vê, como um peão, no xadrez da vida, ao lado dos aprendizes
chegando ao momento mágico da coroação: a formação de um sujeito ético, solidário e
operário na construção da emancipação humana.

Porto Alegre, outubro de 2019.

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