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COMENTÁRIO SOBRE PRIMEIRA JOÃO POR JOÃO

CALVINO1
Parte 1 — 1 João 1:1, 2.

Ele mostra, primeiro, que a vida nos foi exibida em Cristo;


que, como é um bem incomparável, deve despertar e
inflamar todos os nossos poderes com um maravilhoso
desejo por ela e com o amor dela. Diz-se, de fato, em poucas
e simples palavras, que a vida se manifesta; mas se
considerarmos quão miserável e horrível é a condição da
morte, e também qual é o reino e a glória da imortalidade,
perceberemos que há algo aqui mais magnífico do que
aquilo que pode ser expresso em qualquer palavra.

Então, o objetivo do apóstolo, ao apresentar diante de nós o


vasto bem, sim, a principal e única verdadeira felicidade que
Deus conferiu a nós, em seu próprio Filho, é levantar nossos
pensamentos acima; mas, como a grandeza do assunto
requer que a verdade seja certa e plenamente provada, é
nisso que muito se insiste. Por estas palavras, o que temos
visto, o que ouvimos, o que temos visto, servem para
fortalecer nossa fé no Evangelho.

Nem ele, de fato, sem razão, faz tantas afirmações; porque


desde que nossa salvação depende do Evangelho, sua
certeza é no mais alto grau necessário; e quão difícil é para
nós acreditarmos, cada um de nós sabe muito bem por sua
própria experiência.

Acreditar não é de ânimo leve para formar uma opinião, ou


para concordar apenas com o que é dito, mas com uma
convicção firme e inquestionável, para que possamos nos
atrever a subscrever a verdade como plenamente provada.

1Traduzido para o português por Pr. Me. Plínio Sousa, Instituto Reformado Santo Evangelho,
2019, Fonte: — Calvin’s Commentaries, Volume 45, Catholic Epistles, traduzido para o inglês
por John King, disponível no site www.sacredtexts.org

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É por essa razão que o apóstolo acumula tantas coisas na
confirmação do Evangelho.

1 – Aquilo que foi desde o princípio.

Como a passagem é abrupta e envolvida, que o sentido


pode ser tornado mais claro, as palavras podem ser assim
arranjadas: — “Anunciamos a você a palavra da vida, que
foi desde o início e realmente nos testificou de todas as
formas, que a vida se manifestou nEle”; ou, se você
preferir, o significado pode ser assim dado: — “O que nós
anunciamos a você respeitando a palavra da vida, tem
sido desde o início, e tem sido abertamente mostrado a
nós, que a vida foi manifestada nEle”. Mas as palavras,
“aquilo que foi desde o princípio”, referem-se sem dúvida
à divindade de Cristo, porque o Deus que se manifestou na
carne não era desde o princípio; mas aquele que sempre foi
vida e a eterna Palavra de Deus, apareceu na plenitude do
tempo como homem. Novamente, o que se segue quanto ao
olhar e o manuseio das mãos, refere-se à sua natureza
humana. Mas como as duas naturezas constituem apenas
uma pessoa, e Cristo é um, porque Ele veio do Pai para
colocar-se em nossa carne, o apóstolo corretamente declara
que Ele é o mesmo, e que era invisível e depois se tornou
visível2.

Por este meio, as queixas pouco razoáveis e insensata,


especialmente sobre coisas que não são importantes de
Serveto é refutada, que a natureza e essência da Deidade
se tornaram uma com a carne, e que assim a Palavra foi
transformada em carne, porque a Palavra que dá vida foi
vista na carne.

2É mais coerente com a passagem de “desde o princípio” aqui, desde o início do Evangelho,
desde o início do ministério de nosso Salvador, porque o que havia sido desde o princípio era o
que os apóstolos tinham ouvido e visto. Que outra opinião foi tomada dessas palavras tem sido
devido a uma ansiedade excessiva por parte de muitos, especialmente dos Padres, para
estabelecer a divindade de nosso Salvador; mas isso é o que é suficientemente evidente a partir
do segundo verso – cf. 1 João 2:7, 24.

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Tenhamos em mente, então, que esta doutrina do
Evangelho é aqui declarada, que aquele que na carne
realmente provou ser o Filho de Deus, e foi reconhecido
como sendo o Filho de Deus, sempre foi a Palavra invisível
de Deus, pois Ele não se refere aqui ao começo do mundo,
mas ascende muito mais alto.

O que ouvimos, o que vimos. Não foi a audição de um relato,


ao qual geralmente se dá pouco crédito, mas João quer dizer
que ele havia aprendido fielmente com seu Mestre as coisas
que Ele ensinava, de modo que ele não alegava nada
imprudente e impensadamente. E, sem dúvida, ninguém é
um professor apto na Igreja, que não tenha sido o discípulo
do Filho de Deus e corretamente instruído em sua escola, já
que somente sua autoridade deve prevalecer.

Quando ele diz, “nós vimos com nossos olhos”, não é


redundância, mas uma expressão mais completa para
amplificar; não, ele não estava satisfeito em ver apenas, mas
acrescentou, “o que nós vimos, e nossas mãos
manipularam”. Com estas palavras João mostra que ele
não ensinou nada além do que realmente lhe foi dado a
conhecer.

Pode parecer, no entanto, que a evidência dos sentidos


pouco beneficiou o sujeito presente, pois o poder de Cristo
não podia ser percebido pelos olhos nem sentido pelas
mãos.

A isso eu respondo que a mesma coisa é dita aqui como em


João 1:14, o Evangelho de João: — “Vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai”, pois Ele não era
conhecido como o Filho de Deus pela forma externa de seu
corpo, mas porque Ele deu provas ilustres de seu poder
divino, de modo que nEle brilhou a majestade do Pai, como

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em uma imagem viva e distinta. Como as palavras estão no
plural, e o assunto se aplica igualmente a todos os
apóstolos, estou disposto a incluí-las, especialmente porque
a autoridade do testemunho é o que é tratado.

Mas não menos frívolo (como já disse antes) do que


impudente, desavergonhado, despudorado é a maldade de
Serveto, que insiste em que essas palavras provem que a
Palavra de Deus se tornou visível e capaz de ser manejada;
ele destrói ou mistura impiedosamente a natureza dupla de
Cristo. É, portanto, uma invenção pura. Assim, deificando a
humanidade de Cristo, ele remove inteiramente a realidade
de sua natureza humana, negando ao mesmo tempo que
Cristo é por qualquer outra razão chamado o Filho de Deus,
exceto que Ele foi concebido por sua mãe pelo poder do
Espírito Santo, e tirando sua própria subsistência em Deus.

Daí resulta que Ele não era nem Deus nem homem, embora
pareça formar uma massa confusa de ambos. Mas como o
significado do apóstolo é evidente para nós, deixe-nos
passar por esse homem sem princípios.

Da palavra da vida. O genitivo aqui é usado para um


adjetivo, “vivificante” ou “dando a vida”; pois nEle, como
é dito no primeiro capítulo do Evangelho de João, estava a
vida. Ao mesmo tempo, essa distinção pertence ao Filho de
Deus em dois relatos, porque infundiu vida em todas as
criaturas e porque agora restaura a vida para nós, que havia
perecido, tendo sido extinta pelo pecado de Adão. Além
disso, o termo Palavra pode ser explicado de duas maneiras,
seja de Cristo, ou da doutrina do Evangelho, pois mesmo
isso é salvação trazida para nós.

Mas, como a sua substância é Cristo, e como não contém


outra coisa senão a de que Ele, que esteve sempre com o
Pai, foi por fim manifestado aos homens, a primeira visão

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parece-me mais simples e genuína. Além disso, parece mais
plenamente do Evangelho que a sabedoria que habita em
Deus é chamada de Palavra.

2 – Porque a vida foi manifestada.

O copulativo3 [que une] é explicativo, como se ele tivesse


dito: — “Testemunhamos a Palavra vivificante, como a
vida se manifestou”. O sentido pode, ao mesmo tempo, ser
duplo, que Cristo, quem é a vida e a fonte da vida, se
manifestou ou que a vida nos foi abertamente oferecida em
Cristo. O último, na verdade, necessariamente segue do
primeiro. No entanto, quanto ao significado, as duas coisas
diferem, como causa e efeito. Quando ele repete, nós
anunciamos a vida eterna, ele fala, não tenho dúvida, do
efeito, mesmo que ele anuncia que a vida é obtida para nós
em Cristo.

Portanto, aprendemos que, quando Cristo é pregado a nós,


o reino dos céus é aberto a nós, para que, ressuscitados da
morte, possamos viver a vida de Deus.

Que foi com o pai. Isto é verdade, não só a partir do


momento em que o mundo foi formado, mas também da
eternidade, pois Ele sempre foi Deus, a fonte da vida; e o
poder e a faculdade de vivificação eram possuídos por sua
sabedoria eterna: — “mas ele não os exercitou antes da
criação do mundo, e a partir do momento em que Deus
começou a exibir a Palavra, aquele poder que antes
estava escondido, difundiu-se sobre todas as coisas
criadas”. Alguma manifestação já havia sido feita; o
apóstolo tinha outra coisa em vista, isto é, que a vida foi
então manifestada em Cristo, quando Ele em nossa carne
completou a obra da redenção. Pois embora os pais
estivessem mesmo sob a lei associados e participantes da

3 Diz-se da função dos verbos de ligação.

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mesma vida, ainda assim sabemos que eles foram calados
sob a esperança que seria revelada. Era necessário que eles
buscassem a vida — “na morte e ressurreição de Cristo”;
mas o evento não estava apenas longe de seus olhos, mas
também se escondia de suas mentes. Dependiam, então, da
esperança de revelação, que, no devido tempo, se seguiu.
Eles não poderiam, de fato, ter obtido a vida, a não ser que
de algum modo ela fosse manifestada a eles; mas a
diferença entre nós e eles é que nós o mantemos já revelado
como se estivesse em nossas mãos, a quem procuravam
obscuramente prometido a eles em tipos.

Mas o objetivo do apóstolo é remover a idéia de novidade,


que poderia ter diminuído a dignidade do Evangelho; ele diz,
portanto, que a vida não tinha agora finalmente começado a
ser, embora ultimamente aparecesse, pois estava sempre
com o Pai.

Paz e graça.
Pr. Me. Plínio Sousa.

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