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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS


Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas

DISCIPLINA: ATIVIDADES DE ESTÁGIO EM LÍNGUA PORTUGUESA


Professor Responsável: Prof.ª Dr.ª Maria Inês Batista Campos
Discente: Gabryel Henrique Pires NUSP: 9852056
2º semestre – 2019

ROJO, R. Gêneros de discurso/texto como objeto de ensino de línguas: um retorno ao


trivium? In: SIGNORINI, I.; BENTES, A. C.; et al. (Org.) [Re]discutir texto, gênero e
discurso. São Paulo: Parábola, 2008, p. 73-108.

O artigo de Roxane Rojo se debruça sobre o uso do texto para o ensino de línguas,
retomando momentos históricos e as maneiras como esse material foi utilizado. Se divide em
cinco partes, sendo elas: Gênero do discurso/Texto: Um conceito que encontrou sua época;
Gênero do discurso: Um conceito há séculos na escola; A herança aristotélica: Gêneros dos
discursos poéticos e retóricos; Dos gêneros poéticos e retóricos ao texto e aos tipos de texto e
Gêneros do discurso/texto como objeto de ensino de línguas: Mais um retorno ao Trivium ou
salto qualitativo?
A seguir, abordaremos em linhas gerais os apontamentos levantados por Roxane ao
longo de cada seção.
Em sua introdução, a autora preconiza a necessidade de que a linguística aplicada e o
linguista, reinsiram seu objeto de estudo no meio, condições, instituições e das práticas no
qual ele toma sentido. O ponto principal do texto de Roxo é a questão da constituição do
conceito de gênero do discurso ou gênero de texto aplicado ao ensino de língua materna, no
caso, o português. Há dois questionamentos-chave: Quais as articulações e valorações em
torno do conceito de gênero do discurso e de texto, e, os contextos sociopolíticos nos quais
esses conceitos foram trazidos à baila no ensino de português no Brasil.

Gênero do discurso/Texto: Um conceito que encontrou sua época

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Nesse momento, a autora explica que a noção gênero tem sido um objeto de estudo de
várias vertentes teóricas na análise do discurso, e que, de maneira nem tão sempre explícita,
como é hoje no Brasil, diversos países se balizam em conceitos de gênero para o ensino das
línguas. Não sendo então, um modismo, como aventou BUNZEN (2004:19), e sim de
desestabilizar práticas cristalizadas de ensino, o que mudou?

Gênero do discurso: Um conceito há séculos na escola;

Nessa seção, Roxo faz um breve percurso sobre a configuração da escola brasileira e
das práticas de ensino, como também algumas referências ao modo aristotélico de percepção
dos gêneros aplicados ao ensino.
Em grande parte do tempo, fez-se uso do trivium, um conjunto de estudos sobre
gramática, filosofia, lógica e retórica. Tudo em latim. Só após muitos anos foi que o português
se inseriu como ferramenta de estudos do trivium. Apenas quase no final do império, é que o
trivium virou uma disciplina chamada: Língua Portuguesa. Uma mudança paulatina.

A herança aristotélica: Gêneros dos discursos poéticos e retóricos;

Roxo explica a estrutura das obras Poética e Retórica e as relaciona com Bakhtin.
Assim, a poética estaria mais afim do formalismo russo e a retórica das teorias bakhtinianas.
Também aborda os processos de didatização dessas obras, visando às práticas de ensino.
Em seguida, a autora faz uma breve reflexão sobre o tratamento que os gêneros
poéticos e retóricos tiveram nas escolas brasileiras, do século XIX até meados do XX.
Na Antologia Nacional, o texto de leitura era usado como pretexto para o para outras
atividades didáticas e objetos de estudo, ou seja, sem uma aprofundada análise das questões
de produção e circulação, um mero artefato. Em 1971, com a Lei de Diretrizes e Bases 5.672,
ocorre a virada pragmática ou comunicativa no ensino da língua materna.

Dos gêneros poéticos e retóricos ao texto e aos tipos de texto

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Nesta seção, Roxo aborda as mudanças escolares no Brasil, como a ampliação do
acesso em 1960. O país é outro, pessoas de camadas menos abastadas passam a frequentar os
bancos escolares. Com diversos alunos, o ensino torna-se complicado; há uma
heterogeneidade muito grande nas capacidades linguísticas. Junto disso, o nível social do
professor também começa a mudar.
Com a Lei de Diretrizes e Bases 5.672/71, língua portuguesa fica estabelecida como
comunicação e expressão da cultura brasileira. Isso diminui o beletrismo do ensino de
português. Constitui-se um ensino mais preocupado com a realidade prática, que enfatiza os
gêneros que circulam na comunicação de massa e na mídia.
Agora os autores de material didático passam a ser decisivos na didatização dos
objetos de ensino e, consequentemente, na construção dos conceitos a serem ensinados.
Progressiva ampliação de gêneros das esferas jornalística, publicitária, midiática, digital, que
passam a disputar espaço com os textos literários.
Nas práticas didáticas da década de 1980, o texto entra menos como produtor de
sentidos e mais como suporte de análises gramaticais. Ao final, volta-se à noção de gênero
discursivo/textual, desde os PCN, a fim de desestabilizar práticas de ensino vistas como
problemáticas ou tradicionais.

Gêneros do discurso/texto como objeto de ensino de línguas: Mais um retorno ao


Trivium ou salto qualitativo?

Em sua “conclusão” a autora avalia o aspecto de retorno àquele trivium, citado


anteriormente, se o uso dos gêneros do discurso/texto forem utilizados em um espectro
prescritivo ou até mesmo amplamente polissêmico. Seria essa a nova organização
metodológica? O texto será trabalhado como prática social, estimulando uma postura crítica,
como na Retórica de Aristóteles, ou usado como uma parte de uma coletânea de modelos a
serem copiados, sem nenhuma reflexão de circulação, intenção e efeitos? Fica a questão,
ainda em aberto.

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