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Anemia Falciforme
Equilíbrio Doença
Sistema Combate contra infeccções Desregulação leva a doenças
Imunitário auto-imunes
Coagulação Permite hemostase numa Coagulação excessiva leva a
solução de continuidade num formação de trombos com risco de
vaso tromboembolismo
Regeneração Permite solucionar uma ferida Permite o crescimento anormal de
cutânea células - cancro
Das primeiras doenças onde se estudou a fisiopatologia foi a Anemia
Falciforme.
• Diminuição de O2;
• Meios ácidos (pH <7);
• Aumento da temperatura;
• Aumento do 2,3 BPG;
• Diminuição da HbF.
MANIFESTAÇÕES DA EXPLICAÇÃO
DOENÇA
Palidez Diminuição da hemoglobina
Icterícia Degradação da hemoglobina com acumulação de bilirrubina
Cansaço Diminuição da hemoglobina
Isquémia e necrose das Eritrostase na microcirculação
extremidades
Esplenomegália Sequestro esplénico pelos eritrócitos deformados
Infecções frequentes por A zona marginal do baço é responsável pela resposta imunitária
m.o. encapsulados contra os polissacáridos das cápsulas do m.o. encapsulados
Hidroxiureia, fármaco que permite aumentar a [Hb fetal], uma vez que esta
vai diminuir a interação entre as cadeias deformadas HbS (porque aumenta a
interação HbS-HbF), pelo que as crianças costumam ter uma doença menos
severa (porque apresentam valores mais altos de HbF).
2. Stress Oxidativo
• O2;
• Mecanismos anti-oxidantes.
Agora que percebemos esta primeira parte, vamos ver com mais
pormenor a questão das espécies reativas de oxigénio (ERO’s).
Uma ERO’s é toda e qualquer substância que seja capaz de reagir com um
constituinte celular: lípidos, proteínas ou ácidos nucleicos (nota que NÃO reage
contra glícidos).
Nota que o nosso organismo possui [Fe3+]>>> [Fe2+], pelo que é necessário que
a reação de Haber-Weiss 1 ocorra antes da reação de Fenton, de modo a
proporcionar o ião ferroso Fe2+ necessário à reação de Fenton.
De onde surgem as EROs?
De destacar:
Agora uma parte um pouco mais chata mas serve apenas para perceber
que nem todas as substâncias são atacadas pelas mesmas EROs e que as
consequências são diferentes e específicas de cada estrutura:
Mecanismo de Lipoperoxidação:
Basicamente o que esta experiência quer dizer é que a [EROs] na célula vai
ditar o seu outcome:
Agora nem tudo é mau porque o nosso organismo, preparado para lidar com
as espécies reativas de oxigénio desenvolveu mecanismos anti-oxidantes, que
podem ser diretos ou indiretos:
Nas aulas TP’s vou seguir sempre o mesmo método: uma parte inicial de
explicação e contextualização teórica sobre o tema geral da TP em questão e
uma parte final com a “resolução” passo a passo da TP propriamente dita. Por
isso tu geres o que queres ler!
Como a maior parte dos mecanismos, este pode ser benéfico mas, se mal
controlado, será prejudicial, como os mecanismos de inflamação crónica que
podem estar na base das doenças auto-imunes inflamatórias, onde temos uma
reação inflamatória desmedida e exagerada contra o próprio organismo.
Transudado Exsudado
Líquido Muito Muito
Proteínas Pouco Muito
Células Pouco Médio
Causa Vasodilatação Vasodilatação (histamina) + Aumento da
(histamina) permeabilidade (histamina + quinina)
Inflamação Não caraterístico Caraterístico
Apenas para rever, não se esqueçam das citocinas inflamatórias e das anti-
inflamatórias:
Quanto aos linfócitos TH, estes têm vários tipos de estímulos e formas de
atuação:
1. Febre
3. Leucocitose
Assim, depois deste texto todo, fica aqui um resumo dos principais
sintomas do doente.
Agora vamos só perceber quais os fármacos que são utilizados e para que
doenças são.
A cianose labial é um tipo de cianose central que nos leva a pensar numa
causa respiratória normalmente. Para haver cianose tem de existir >5 g/dL de
desoxihemoglobina no sangue. Ao contrário do que podem pensar, uma pessoa
com um valor alto de Hb terá, mais facilmente, cianose do que um indivíduo com
anemia. Isto porque é mais fácil ter 5g/dL de desoxi-Hb num indivíduo que, de
base, tem 15 g/dL de Hb do que um indivíduo que tem, de base, 10g/dL de Hb.
Assim, o facto do doente ter cianose labial faz-nos pensar que a dispneia
é, de alguma forma, já acentuada e que já temos dificuldade a oxigenar os
tecidos.
Vamos lá ver estas análises agora. Para isto o que vocês fazem é pegar
na última página da vossa ficha da TP que tem lá os valores de referência que
devem utilizar.
A PCR é, também, uma proteína de fase aguda positiva, daí estar elevada
no sangue. Relembrar que é a IL-6 que vai estimular a produção de proteínas de
fase aguda positiva pelo fígado.
Passando agora para a gasimetria (em ar ambiente):
pH: está ligeiramente elevado, uma vez que o pH normal varia entre 7,35
e 7,45. Assim, o nosso doente está em alcalose porque tem o pH>7,45. Agora,
temos de pensar na causa. Nesta questão de ácido-base é importante perceber
qual a causa. Como o nosso doente tinha a tal pneumonia com a taquipneia,
significa que está a “hiperventilar”, pelo que está a perder demasiado CO2. Ora o
CO2 é uma substância ácida, pelo que se perdemos muito ácido, ficamos com o
pH alcalino. → O nosso doente tem uma alcalose respiratória.
O HCO3-, que é uma base, está perto do seu limiar inferior. Se o organismo
está em alcalose respiratória, o que faria sentido é o organismo “eliminar” as
bases de forma a se tornar um pouco mais ácido, para conseguir descer o
pH>7,45. Daí que, ainda que dentro do limite inferior, o valor está, teoricamente,
a baixar, de forma a compensar a alcalose respiratória.
Bem, passamos para uma nova TP que aviso desde já que é algo complexa
por isso muita atenção, principalmente na introdução teórica. Se perceberem
equilíbrio ácido-base estão ótimos para este ponto do semestre.
Nota que a água, por osmose, se move do local com menos solutos para
o local com mais solutos!
Cada compartimento tem um soluto que é responsável pela pressão
osmótica naquele local:
Hipernatrémia
Esta situação é mais rara que a hiponatrémia e, na maioria das vezes deve-
se a uma diminuição do aporte de água. Ou seja, não é necessariamente a [Na+]
que aumenta mas sim a água para diluir esse Na+ que vai diminuir.
Antes de falarmos das causas vamos só relembrar o seguinte mecanismo:
Alterações na [K + ]
O K+ é um ião que se encontra, principalmente, a nível intra-celular, pelo
que os seus níveis séricos dependem de:
Hipocaliémia
Como se define hipocaliémia? Com a [K+]<3.5mmol/L! Nota que a [K+] séria
do K+ está em valores muito inferiores, bem como a janela de concentrações entre
hipo e hipercaliémia é muito mais estreita do que para a [Na+].
- Diarreia crónica;
- Uso de diuréticos;
Hipercaliémia
A hipercaliémia define-se como [K+]>5.0mmol/L.
A [H+] intra e extra celular é um mecanismo muito bem regulado, uma vez
que o pH é o -log[H+], por isso uma pequena variação na [H+] dá, efetivamente,
uma alteração logarítmica no pH.
Para ficar já esclarecido, o pH do sangue varia entre 7,35 a 7,45. Por isso, os
valores orgânicos de acidémia e alcalémia são diferentes dos valores bioquímos.
Logo, acidémia → pH<7,35
Alcalémia → pH>7,45.
Assim, quando existe uma situação de acidose que faça aumentar a [H+],
vamos ter um aumento dos reagentes, pelo que a equação se desloca para a
direita, ou seja, há consumo de bicarbonato (HCO3-) para formar ácido carbónico
(H2CO2) que, na presença de anidrase carbónica, de vai converter em dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O).
Como é que isto procede? O que estão a ver na imagem é uma célula do TCP.
Existe uma Na+/K+ ATPase (que não está representada) que faz com que o Na+
passe de dentro da célula para o sangue (como está representado) enquanto o
K+ entra dentro da célula (não representado).
Excreção renal de H+
Ao nível do tubo coletor vimos que existiam as células principais, onde atuava
a ADH e a aldosterona e outras células, as células intercaladas (α e β) onde
dissemos que havia a regulação do ácido-base.
Nota que esta resposta compensatória não é aleatória, existe uma proporção em
termos de “reajustamento” do equilíbrio com resposta respiratória ou renal em
função da origem do estímulo:
Esta é a tabela que têm nas últimas páginas das vossas fichas da TP de
fisiopat e são os valores pelos quais se devem reger.
Acidose metabólica
A acidose metabólica carateriza-se como:
➔ pH < 7,35;
➔ [HCO3.] < 22mmol/L;
➔ PaCO2 < 35 mmHg.
Quanto aos aniões temos de destacar o Cl- e o HCO3-, bem como outros
aniões que sabemos que não existem mas que não são medidos, chamados de
aniões não medidos.
Se temos o aumento do anion gap significa que vamos ter aumento dos
aniões não medidos, ou seja, vamos acumular substâncias ácidas que vão ter
carga negativa, daí que há uma maior diferença (em relação ao normal) entre os
aniões medidos e os catiões medidos, pelo que aumenta o valor do AG (AG>10).
Agora resta perceber onde vamos perder esse bicarbonato, que poderá
ser de duas formas: através do rim ou de forma extra-renal.
Sabemos que, numa situação de acidose
metabólica com um funcionamento normal do
rim, vamos tentar eliminar H+ para a urina, urina
esta que deve manter um pH>4 para permitir
esta excreção de H+ ativa. Assim, vamos
sintetizar amoníaco (NH3) ao nível das células
do TCP que vai reagir com o H+ secretado para
a urina e formar o ião amónia (NH4+). Acontece
que esta amónia é excretada na urina como
NH4Cl, pelo que, se conseguirmos dosear o Cl-
na urina conseguimos estimar a eliminação de
NH4+.
Por outro lado, para que ocorra essa eliminação com o Cl- é preciso que
ocorra reabsorção renal de HCO3-, pelo que conseguimos depreender que se
houver pouca reabsorção de bicarbonato haverá pouca quantidade de Cl- na
urina, pelo que estamos a perder bicarbonato para a urina → perda renal de
bicarbonato.
Numa situação de vómitos o que vai acontecer é que vamos perder ácido
gástrico, pelo que teremos uma alcalose metabólica. Essa alcalose metabólica vai
fazer com que a variação de bicarbonato seja negativa, ou seja, o doente vai ter
mais bicarbonato do que seria suposto (referência).
Por outro lado, a acidose lática vai originar uma acidose metabólica com
aumento do anion gap, pelo que AG vai ser positivo.
Alcalose metabólica
A alcalose metabólica carateriza-se por:
• pH > 7,45;
• [HCO3-] > 30 mmol/L;
• PaCO2 > 45mmHg.
• pH < 7,35;
• [HCO3-] > 30mmol/L (porque é compensatório);
• PaCO2 > 45mmHg.
Alcalose respiratória
A alcalose respiratória define-se como:
• pH > 7,45;
• [HCO3-] < 22mmol/L;
• PaCO2 < 35mmHg.
CASO 1
[Na+] + [K+] – [Cl-] – [HCO3-] = 134 + 2.9 – 111 – 16 = 136.9 – 127 = 9.9
Logo, o valor do anion Gap está no limite superior do normal, pelo que é
uma acidose metabólica sem aumento do anion Gap ou hiperclorémica.
respiratória etc.
CASO 2
Por outro lado, o HCO3- está baixo (<22mmol/L), pelo que poderá explicar
o seu consumo para combater a acidémia verificada, pelo que teremos uma
acidose metabólica com uma resposta respiratória compensatória.
O que nos sugere este ratio delta/delta? Que a variação do anion gap não
está a ser proporcional à variação da [HCO3-]. Se pensarmos, o vómito implica
perda de HCl, o que representa ganho de HCO3-, pelo que a variação de HCO3-
não é tão brusca como a variação do Anion Gap. O ratio delta/delta > 2 sugere
uma alcalose metabólica concomitante. Assim, estamos na presença de um
evento misto!
TORACALGIA
Não-cardiopulmonar
Cardio-pulmonar
Gastrointestinal Neuromuscular
EAM Espasmo esofágico Hérnia discal
Pericardite Refluxo esofágico Síndrome de Tietze
(inflamação costo-condral)
Este AVC teve como sequela uma hemiparesia direita, pelo que o doente
tem uma diminuição da força no hemicorpo direito, o que permite compreender
que o AVC terá ocorrido no hemisfério esquerdo.
Assim, um UMA=40 diz-nos que, por exemplo, fuma 40 maços num ano
ou 20 maços em 2 anos e por aí adiante.
O doente estar magro não nos dá grande informação porque não nos
diz a variação do seu peso. Uma perda de peso involuntária é sempre um fator
de alarme, mas é necessário quantificar. Assim, o que o Harrison nos diz é que
devemos valorizar uma perda de peso involuntária de >4,5kg ou 5% do peso
corporal no espaço de 6 a 12 meses. Isto porque há uma perda fisiológica de
peso a partir dos 60 anos de idade, pela diminuição da hormona de crescimento
(GH) da Insulin Growth Factor (IGF-I). As principais causas de perda de peso
involuntário são neoplasias malignas, doenças inflamatórias crónicas, doenças
metabólicas (hipertiroidismo, diabetes) ou doenças psiquiátricas.
Dentro do nosso caso clínico pode fazer sentido a neoplasia maligna (se
pensarmos num cancro colo-retal), as doenças inflamatórias crónicas (se
pensarmos numa Doença de Chron ou Colite Ulcerosa) ou mesmo uma doença
metabólica porque, até à data, não podemos excluir estas opções. No entanto,
as doenças psiquiátricas não fazem muito sentido no contexto do caso clínico.
A prostração faz-nos sentido uma vez que o doente teve uma diarreia
líquida, com alteração do balanço hidroeletrolítico, consequentemente da
volémia e da tensão arterial, tendo hipoperfusão cerebral. Nota que esta
diminuição da reatividade assenta em 3 pilares: resposta ocular (só abre os olhos
com um estímulo bastante doloroso), resposta verbal (diz palavras que não se
percebem) e resposta motora (não cumpre ordens simples) são 3 critérios da
escala de coma de Glasgow que nos servem para avaliar o estado de consciência
do doente. Aqui temos um doente claramente com diminuição do estado de
consciência.
Como se calcula?
O facto de termos uma SpO2 99% faz-nos pensar que a razão para
estar polipneico não é por falta de oxigénio no sangue, ou seja, o doente não está
a tentar obter mais O2, pelo que só sobra uma opção: está a tentar perder mais
CO2.
Mucosas coradas → diz-nos que estão a ser bem perfundidas, pelo que,
à partida, o doente não está em choque (ou seja, não existe défice de perfusão
orgânica).
Membros inferiores sem sinais de TVP nem edema → isto vai diminuir
as suspeições de algumas patologias como trombofilias, bem como as várias
causas de edema (seja cardíaca (Insuficiência cardíaca), hepática (cirrose), renal
(doença renal crónica ou glomerulonefrites), ou metabólica (hipoproteinémia)).
A [Hb] do nosso doente está normal, se bem que está próximo do limite
inferior. Sendo um fumador deveria estar mais alta.
O Na+ está baixo, pelo que temos uma hiponatrémia. Esta hiponatrémia
poder ser hipovolémica, euvolémica ou hipervolémica. No contexto da diarreia
faz sentido que seja hipovolémica com perda tanto de Na+ como de água através
da diarreia. Por outro lado a utilização do diurético (Hidroclorotiazida) vai
diminuir a reabsorção renal de Na+.
O Cl- está diminuído, uma vez que está a ser perdido pela diarreia, o que
origina uma hipoclorémia. Isto faz sentido no contexto da utilização da tiazida,
que impede a reabsorção de Na+ e de Cl-.
Assim, vamos ter um aumento do anion gap, pelo que temos uma
acidose metabólica com aumento do anion gap, o que significa que o organismo
está a reter alguma substância ácida!
Uma vez que vimos uma possível “dupla acidose” faz sentido fazermos
o ratio delta, ou seja, analisar a variação do anion gap com a do bicarbonato.
O que isto nos sugere é que a variação do anion gap não está a ser
proporcional à variação do bicarbonato, pelo que esta perda de bicarbonato não
pode explicar a variação do anion gap e esta terá de vir “de outro lugar”,
nomeadamente da acumulação de ácido.
Regulação do
Depuração do Regulação
equilíbrio ácido Endócrina
sangue hidroeletrolítica
base
Em primeiro lugar, alguém sabe porque é que não há dor “de rim”? O
rim, em si, não tem recetores nociceptivos, ou seja, não há recetores dentro do
órgão que permitam a sensação de dor, daí ser um órgão com manifestação
sintomática tardia. No entanto, quando há afeção da cápsula renal ou do uretero,
aí sim já temos manifestações álgicas.
A função depuradora permite ao rim fazer a eliminação de substâncias
hidrossolúveis e produtos tóxicos do sangue para a urina, como ureia, compostos
nitrogenados, fármacos. Nota que as substâncias lipossolúveis são eliminadas
pelo fígado.
1) Filtração
2) Reabsorção
Mecanismo contra-corrente
• Células justa-glomerulares
São células da camada muscular lisa da arteríola aferente que funcionam
como barorrecetores, ou seja, vão “avaliar” a pressão sanguínea neste
vaso. Caso seja baixo, vão libertar uma enzima – renina – que vai converter
o angiotensinogénio em angiotensina I e, daí, ativar todo o SRAA.
Resumindo:
Função de regulação da [K + ]
O K+ é reabsorvido em 90% no TCP e secretado ao nível do tubo coletor,
em resposta à ação da aldosterona. Esta atua nas células principais do tubo
coletor e promove a reabsorção de Na+ com secreção de K+.
Por outro lado, o rim é um local de atuação da PTH, o que vai permitir
aumentar a reabsorção de Ca2+ e a secreção de fosfato (PO42-) para a urina.
Função endócrina
Além da produção de calcitriol, o rim tem uma função endócrina ao nível
da produção de eritropoetina (EPO) ao nível dos capilares peri-tubulares. O
estímulo para a libertação de eritropoetina é a hipóxia detetada pelos
quimiorrecetores renais.
Quanto mais grave a insuficiência renal, menor vai ser a libertação de EPO,
pelo que poderemos ter um estado de anemia. Assim, nestes doentes, a primeira
terapêutica contra a anemia é a substituição de EPO com um análogo da mesma.
➔ Glomérulo (Glomerulopatia);
➔ Túbulos renais (patologia tubulointersticial).
Anatomy of a normal glomerular capillary is shown on the left.
Note the fenestrated endothelium (EN), glomerularbasement
membrane (GBM), and the epithelium with its foot processes (EP).
The mesangium is composed of mesangial cells (MC)
surroundedby extracellular matrix (MM) in direct contact with the
endothelium. Ultrafi ltration occurs across the glomerular wall and
through channels in the mesangial matrix into the urinary space
(US). Typical localization of immune deposits and other pathologic
changes is depicted on the right. (1) Uniform subepithelial
deposits as in membranous nephropathy. (2) Large, irregular
subepithelial deposits or “humps” seen in acute postinfectious
glomerulonephritis. (3) Subendothelial deposits as in diff use
proliferative lupus glomerulonephritis. (4) Mesangial
depositscharacteristic of immunoglobulin A nephropathy. (5)
Antibody binding to the glomerular basement membrane (as in
Goodpasture syndrome) does not produce visible deposits, but a smooth linear pattern is seen on immunofl uorescence.
(6) Eff acement of the epithelial foot processes is common in all forms of glomerular injury with proteinuria.
Exemplo:
Existem várias etiologias possíveis para lesão renal aguda, sendo que as
podemos dividir naquelas 3 categorias que vimos antes:
1) Causas pré-renais
Assim, é fácil pensarmos que o que nos favorece é uma grande pressão
hidrostática dentro dos capilares glomerulares e baixa no túbulo, de forma a
permitir um gradiente que favoreça a passagem de água para o interior do
túbulo.
Quanto à pressão oncótica, esta é maior no capilar, uma vez que os túbulos
não deverão contar proteínas ou moléculas desta dimensão.
2) Causas intra-renais
A própria Sépsis pode levar à LRA por duas questões: pré-renal, pela
hipoperfusão renal que se vai originar no seguimento de um choque séptico com
vasodilatação generalizada e intra-renal, pelo aumento de citocinas inflamatórias
(IL-1, IL-6, TNF-α) que vão originar inflamação intra-renal.
3) Causas pós-renais
É simples, basta pensar que são todas as causas que possam estar entre o
rim e a uretra.
Existem várias teorias explicativas, sendo que se acredita que a LRA provém
de uma interação das várias hipóteses:
Isto é tudo muito bonito mas o que nos faz pensar que um doente possa
ter LRA?
Os sintomas vão variando com o tempo, sendo que, numa fase inicial, a
alteração da regulação hidro-eletrolítica pode ser percepcionada por uma
sensação de fadiga e mal-estar.
Dispneia, Ortopneia
Fadiga Edema periférico
Mal-Estar S3
Confusão mental
Uma LRA pré-renal pode originar uma azootémia pré-renal, ou seja, uma
elevação dos valores séricos de ureia e outros compostos nitrogenados sem
haver uma lesão tubular, pelo que se deve mesmo à diminuição da perfusão renal
com consequente diminuição da TFG. Ou seja, estes valores elevados de
compostos nitrogenados no sangue devem-se, apenas, a uma não filtração e
depuração do sangue. Por outro lado, a osmolaridade da urina está,
normalmente, dentro dos parâmetros de referência, uma vez que não há lesão
tubular e toda a urina que se forma é muito concentrada (1200 mOsm/L).
Por outro lado, quando temos necrose tubular aguda, a urina é muito
menos concentrada, normalmente <350 mOsm/L, uma vez que o rim perde a
capacidade de concentrar a urina.
Ao nível do rim, a ureia é filtrada do sangue para a urina, sendo que parte
dela é, parcialmente, reabsorvida no TCP, pelo que não vamos expulsar toda a
ureia que temos no sangue através da urina. O que é que isto quer dizer? Que os
valores da ureia no sangue, se fossem só filtrados do sangue para a urina,
baixariam bastante, ou seja, o sangue ficaria com menos [ureia]. No entanto,
como há reabsorção de alguma ureia, é como se a [ureia] não tivesse baixado
tanto porque acabou por reaver alguma da ureia que tinha perdido. Isto faz,
então, uma subvalorização da função renal, ou seja, se formos ver a [ureia] no
sangue estamos a achar que o rim elimina menos do que aquilo que realmente
elimina, uma vez que, efetivamente, eliminou (por exemplo) 100 partículas de
urina mas, como reabsorveu algumas (por exemplo) 20 partículas, acabou só por
eliminar 80 partículas de ureia. Nota final: a ureia subvaloriza a filtração
glomerular.
Numa situação de lesão pré-renal, vamos diminuir a TFG, pelo que vamos
diminuir a filtração das substâncias. O que é que isto faz? Com que não
consigamos diminuir a [ureia] nem de [creatinina] no sangue, uma vez que quase
não há filtração. No entanto, a reabsorção e a secreção mantém-se, pelo que a
pouca ureia que foi eliminada pode ser reabsorvida e a creatinina pode ser
secretada para o sangue. Isto faz com que a perda de ureia seja mínima e a perda
de creatinina seja maior do que a de ureia. Logo, o ratio das suas concentrações
vai aumentar, porque a [ureia] variou muito pouco enquanto a [creatinina] variou
mais porque conseguiu secretar para o interior dos túbulos renais.
o Neuropatia
o Osteodistrofia
o Anemia
o Atrofia renal bilateral em métodos de imagem
1) Diabetes mellitus;
2) Hipertensão;
3) Glomerulonefrite;
4) Doença renal poliquística;
5) Nefrite intersticial.
Além dos sintomas típicos da LRA, existem outros mais específicos que já
mencionámos, como a neuropatia, anemia, osteodistrofia e a atrofia renal
bilateral. Porém, interessa explicar outras situações.
➔ Balanço de Na+
➔ Balanço de K+
Estes doentes são caraterizados por terem uma grave hipercaliémia, uma
vez que o rim perdeu a sua capacidade de secretar K+ para a urina. Numa primeira
fase, vamos ter um aumento do número de canais no Tubo coletor que vão
promover a secreção de K+ sensível à aldosterona.
Estes doentes têm um risco aumentado para acidose metabólica uma vez
que não vão conseguir secretar ácido nem reabsorver bicarbonato, pelo que são
extremamente sensíveis a situações que possam aumentar os ácidos orgânicos
(cetoacidose diabética ou alcoólica, acidose lática) ou perda de base (diarreia).
Numa primeira fase, os doentes podem ter uma acidose metabólica sem
aumento do anion gap (ou hiperclorémica), uma vez que a transição epitélio-
mesenquimal vai diminuir o nº de células epiteliais do TCP, pelo que podemos ter
uma diminuição das células que vão sintetizar o amoníaco. Numa fase mais
avançada da doença, podemos ter uma acidose metabólica com aumento do
anion gap porque o organismo vai perder a capacidade que tem de excretar
ácido, pelo que o vai acumular e aumentar o anion gap do doente.
➔ Afeção hematológica
Ao nível dos eritrócitos, os doentes com DRC vão apresentar uma anemia
normocítica e normocrómica, relacionada com a diminuição da produção de
eritropoetina. Por outro lado, também pode haver hemorragias em doentes a
fazer diálise. Assim, beneficiam bastante da medicação com análogos da EPO!
➔ Afeções neurológicas
o Perturbações do sono;
o Confusão mental;
o Asterixis;
o Mioclonias;
o Síndrome das pernas inquietas.
➔ Afeções dermatológicas
Ser de raça negra também é um “heads up” para nós porque temos de
pensar em patologias mais específicas, nomeadamente uma diminuição dos
níveis da renina e uma menor resposta anti-hipertensora nos fármacos que
atuarem neste mecanismo SRAA.
Doente obnubilada significa que temos uma doente com uma alteração
do estado de consciência (uma vez mais, já sabemos que conseguimos
quantificar o estado de consciência através da escala de coma de Glasgow que
mede a resposta a 3 parâmetros: resposta ocular, resposta verbal e resposta
motora).
Por outro lado, nas causas metabólicas, continua a fazer sentido pensar
em intoxicação medicamentosa/alimentar, urémia, cetoacidose, patologia
tiroideia mas excluímos a gravidez (por ter 68 anos de idade).
Temos uma doente com HTA há vários anos, sendo que a HTA é fator de
risco para muitas doenças, nomeadamente cardiovasculares, cerebrovasculares,
renais, entre outras. Por isso não nos ajuda propriamente a afunilar na hipótese
diagnóstica, dá-nos apenas uma ideia que, muito provavelmente, será uma HTA
primária (sem causa conhecida).
A doente não está pirética, está apirética, uma vez que a temperatura
timpânica está a 36,5ºC (aproveitem para relembrar a diferença entre febre,
hiperpirexia e hipertermia!).
A Pressão Arterial está elevada, a doente está hipertensa. Segundo a
sociedade europeia de cardiologia e a de hipertensão, os graus de hipertensão
podem-se dividir em função dos valores da pressão arterial sistólica e/ou
diastólica. A nossa doente tem uma PA=174/90mmHg, pelo que tem uma
hipertensão de grau II. Nota que a nossa doente é hipertensa há “vários anos” e
que não recorre regularmente ao médico, pelo que podemos pensar que a HTA
tem já manifestações graves no organismo.
Numa situação de edema verifica-se uma diminuição da volémia uma vez que
a água se desloca do espaço intra-vascular para o espaço intersticial, o que vai
resultar num conjunto de mecanismos adaptatórios que vão tentar aumentar a
volémia, como a retenção renal de sódio e, consequentemente, de água.
Quais as principais causas de edema?
Causa Explicação Manifestações Localização
Vamos ter acumulação de sangue ao Dispneia -Generalizado
nível do coração, aumentando a Ortopneia - Depende da gravidade,
pressão de sangue na circulação Sibilos bilaterais pelo que ao final do dia se
Insuficiência
venosa, aumentando a pressão Aumento da pressão acumula nos MI mas num
Cardíaca
hidrostática e diminuindo avenosa jugular doente acamado
passagem de sangue para o espaço S4 (sobrecarga de acumula na região sacral.
intra-vascular. pressão)
Vamos ter uma retenção de água e Hematúria Se for por síndrome
sódio ao nível do rim pela diminuiçãoProteinúria nefrótico acumula-se nos
da TFG, pelo que aumenta o volume HTA tecidos mais moles, daí
Insuficiência intersticial. Atrito pericárdico (se for ser predominantemente
Renal Síndrome nefrótico – intensa perda DRC pela urémia) matinal e na região peri-
de proteínas com diminuição da Síndrome nefrótico com orbital.
pressão oncótica do sangue. edema peri-orbital
matinal
Vamos ter uma acumulação de Hepatomegália Primeiro está associado a
sangue ao nível do fígado, o que vai Ascite ascite e, só numa fase
Insuficiência levar à diminuição da volémia e mais avançada, vai
Hepática / ativação de mecanismos de retenção originar um edema
Cirrose de água e Na+. Temos generalizado.
hipoalbuminémia que vai diminuir a
pressão oncótica nos vasos.
Acontece em dietas hipoproteicas
Défice
que vão diminuir a pressão oncótica
Nutricional
nos vasos.
Até agora, temos alguns sinais e sintomas que nos foram afunilando nas
hipóteses diagnósticas, como a alteração súbita do estado de consciência,
vómitos e náuseas, HTA, edema. Juntando todas estas hipóteses, o que nos faz
mais sentido é começar a pensar numa afeção renal que possa induzir um estado
de insuficiência renal de tal forma que contribui para a acumulação de
substâncias que, numa situação normal, seriam filtradas, denominando-se numa
síndrome urémica, que seria capaz de explicar as alterações do estado de
consciência (causa metabólica), bem como as náuseas e vómitos (causa
metabólica). A HTA é um grande fator de risco para a DRC e a insuficiência renal
pode promover uma retenção de água e sódio que cause edema. Assim, parece
bater tudo certo!
Godet (+++) significa que, quando fazemos pressão com um dedo numa
superfície óssea (normalmente ao nível da tíbia) vai-se formar uma pequena
“covinha” no local da digitopressão que vai demorar a retornar ao normal e que
nos sugere fortemente da existência de edema naquele local. É uma escala
subjetiva que varia de 1+ para 3+ de acordo com a profundidade da “covinha” e
o tempo que demora a restabelecer a normalidade.