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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
desafio a consolidação de valores éticos e morais para uma formação integral desses
sujeitos.
A crise vivida pela instituição familiar tem apresentado repercussão sobre
o processo de educação familiar oferecida as crianças, de mdo que progressivamente
tem se atribuído a escola responsabilidades que originalmente competem a família.
Essas crianças, carentes de uma formação básica familiar, oferecem a escola um
grande desafio de proporcionar a eles essa bagagem de valores e conhecimentos que
muitas vezes não lhes foi oferecida de forma adequada em seu contexto familiar.
Conforme afirmam Del Prette e Del Prette (2001) a família compreende a
primeira instância mediadora entre o homem e a cultura. Isso a torna a unidade
dinâmica das relações afetiva, sociais e cognitivas das crianças. Isso faz dela a matriz
da aprendizagem humana, que apresenta significados e práticas culturais específicas
e que produzem modelos de relação interpessoal e de construção individual e
coletiva.
Além disso, é necessário reconhecer que a própria escola necessita
diariamente superar os seus próprios desafios e obstáculos, fruto sobretudo da falta
de estrutura e desvalorização da importância da educação para a sociedade. A
delegação de novas atribuições e responsabilidades para a escola torna-se assim
mais um desafio a ser enfrentado pelo já sofrido sistema educacional do país.
Os efeitos e as consequências deste processo podem ser facilmente vistos
dentro da sociedade atual, uma vez que problemas como a violência, o preconceito,
entre tantos outros problemas que tem caracterizado a sociedade contemporânea e
que são passíveis de serem combatidos com uma educação cidadã de qualidade,
parecem fugir do controle.
Nesse contexto, formar cidadãos conhecedores de seus direitos e,
principalmente, de suas responsabilidades diante da sociedade, capazes de
transformar a realidade em que vivem e de melhorá-la se torna não só um desafio
mas um grande compromisso a ser assumido não apenas pela escola mas também
pela família. Esse paradigma, imposto a família como forma de resgate ao seus papel
formativo, busca uma formação autônoma e integral de todos os indivíduos desde a
infância.
Tal proposta vai de encontro com as ideias de inúmeros teóricos da
educação que creditam a educação o papel de uma formação humana para a
sociedade. Isso faz com que a formação do sujeito ocorra como forma de integrá-lo
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2. DESENVOLVIMENTO
A fase composta pela criança com idade de 0 a 2 anos, definida por Piaget
como período sensório motor, tem como característica a conquista do mundo pela
criança, a partir do aumento de sua percepção e habilitada na realização de
movimentos. Nesta fase, o recém-nascido limita-se em reagir com reflexos aos
estímulos recebidos pelo meio externo. (PIAGET, 2003)
Assim, segundo essa teoria da psicologia do desenvolvimento, o estágio
inicial de desenvolvimento ocorre muito antes que a criança adquira a capacidade da
linguagem. De acordo com Inhelder e Piaget (2003) por não possuir ainda uma fanção
simbólica, a criança não possui uma forma de afetividade e construção do
pensamento relacionada à representação que permita chamar objetos ou pessoas em
sua ausência.
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No período operatório formal tem seu início por volta dos 12 anos e segue
durante a vida. Nesta fase as estruturas cognitivas do indivíduo estão mais maduras
e seu pensamento não está ligado às experiências diretas. O pensamento também
atinge seu grau máximo quando as operações formais se desenvolvem
completamente e o pensamento passa a ser formalizado. (PIAJET, 2003)
Neste período, de acordo com Piaget (2003) ocorre o desenvolvimento das
operações de raciocínio abstrato. Desta forma, ela passa a ter representações
abstratas do domínio concreto. Esta fase também se caracteriza pelo
desenvolvimento da sua própria identidade, podendo ocorrer problemas existenciais
e dúvidas entre o certo e o errado. Ela passa a defender o seu ponto de vista através
de seus próprios valores e naquilo que acredita.
Para Balestra (2007) este estágio se caracteriza pela consolidação das
estruturas formadas nos estágios anteriores, possibilitando a integração das
operações formais a partir da ordem de sucessão das aquisições dos períodos
anteriores.
O sujeito nessa fase apresenta facilidade em elaborar teorias abstratas. A
mudança para o pensamento formal torna o raciocínio hipotético-dedutivo, ou seja,
torna capaz de deduzir conclusões de puras hipóteses e não apenas por uma
observação real. . (PIAGET, 2003)
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Embora não possa ser definida como a única instituição responsável pela
formação da criança, a escola tem um papel fundamental em todo o processo
educativo. Além de oferecer ao aluno a aquisição de uma gama de conhecimentos
técnicos e científicos, indispensáveis para a vida escolar, profissional e social das
pessoas, ela deve oferecer uma formação cidadã, que prepare o aluno para a vida
adulta, através da orientação para uma conduta socialmente equilibrada e saudável.
(GÓMEZ, 1998)
Essa tem sido uma das grandes preocupações da sociedade
contemporânea, onde a degradação de valores e comportamentos tem contribuído
para a criação de jovens e adultos despreparados para atuar de forma crítica e
construtiva no contexto de uma sociedade em constante transformação.
Sabe-se que a instrução para a cidadania corresponde uma
responsabilidade das distintas instituições que permeiam a condição humana como a
família, a religião, entre outros. Contudo, a situação atual da sociedade, os problemas
da instituição familiar e o isolamento social de muitas crianças e jovens têm feito com
que a escola receba uma parcela maior da responsabilidade de promover a formação
para a cidadania e a responsabilidade social. (ARANTES, 2003)
Assim, conforme afirma Turra (1998), embora a família e a comunidade
representem importantes agentes para uma formação cidadã, é notório que nos
últimos anos essa responsabilidade passou a ser, quase que em sua totalidade, a
cargo da escola. Esse novo patamar fez com que o ambiente escolar passasse a
oferecer mais do que os conteúdos tradicionais aos alunos. Criou-se uma exigência
de que as instituições de ensino passassem a ensinar valores para o desenvolvimento
moral dos alunos, por meio da definição de conteúdos e metodologias que
promovessem este tipo de formação.
É, portanto, indispensável esperar que a escola exerça esse papel de
formação social, contribuindo para que esses alunos tornem-se sujeitos capacitados
e interessados para envolver-se em determinadas funções na sociedade. Isso faz com
que o processo educativo desempenhado pela escola extrapole o simples
conhecimento formal, focado em determinados conteúdos e disciplinas específicas,
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passando a formar sujeitos para exercer com cidadania a prática cotidiana. (MINASI,
1997)
Neste sentido, é esperado que a escola possa desenvolver a qualificação
para a cidadania, indo além da simples qualificação formal e abrangendo uma
qualificação que permita ao sujeito defendes os seus interesses. (MELLO, 2005)
A este respeito, Cury (2003) afirma que além de preparar os alunos para
terem condições de ingressar em boas faculdades, o que se tem exigido é que ela
proporcione a construção de sujeitos preparados para a vida, com a formação de
indivíduos que valorizem princípios como a solidariedade, o respeito às diferenças, a
autonomia e a harmonia social. Assim, independentemente das escolhas e caminhos
profissionais e acadêmicos trilhados por esses sujeitos, sabe-se que ele levará
consigo uma valiosa carga de habilidades e conhecimentos morais e de cidadania
adquiridos na escola.
Libâneo (2002) ainda complementa ao afirmar que a escola passa a ser
exigida como espaço de formação de seus alunos a partir de uma perspectiva ético-
valorativa, onde valores humanos fundamentais como a honestidade, a justiça e o
respeito façam parte da formação de seus alunos.
Na perspectiva de uma formação integral, a escola deve capacitar o aluno
a compreender a realidade socioeconômica, política e cultural, o que vai habilitar o
indivíduo a participar do processo de construção da sociedade, a partir das demandas
e exigências da contemporaneidade. (VEIGA, 1991)
A este respeito, Araújo (2003) afirma que a escola tem o papel de promover
o desenvolvimento de elementos que ofereçam aos jovens e crianças todas as
condições físicas, cognitivas e psíquicas, além da necessária formação cultural e
política, tão importante para uma vida digna e saudável. Através da capacitação
nesses elementos, o indivíduo se torna capaz de possuir uma vida tanto no contexto
pessoal como político e social efetivos, atuando nesses espaços de forma crítica e
autônoma.
Um importante defensor desta concepção de educação foi o educador
Paulo Freire. Ele defendia que a escola constitui um espaço que deve tornar os
cidadãos mais conscientes e críticos, capazes de modificar a condição que vivem e
provocar sua libertação e mudança social. (FREIRE, 1980)
Arantes (2003) pontua que a demanda pela formação cidadã parte da
própria sociedade, uma vez que esta tem sofrido os efeitos e as consequências pela
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Neste mesmo texto, fica definido que a escola deve oferecer uma proposta
curricular que contemple as relações com sua comunidade, tendo em vista a
necessidade de interação entre a educação fundamental e a vida cidadã do aluno.
Desta formo, espera-se a construção de sujeitos com identidade cidadã, que atuem
como protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas, tanto no que se
refere a a si próprio, como também em relação às suas famílias e a sociedade em que
vive. (BRASIL, 1998)
Outro importante marco legal da educação brasileira, os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN’s definem que temas de interesse sociais e
fundamentais para a formação cidadã, tal como a violência, o uso de drogas, entre
outros, sejam trabalhados a partir da ideia de que a construção de cidadania exija da
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Por outro lado, crianças que recebem uma orientação adequada e uma
formação ética tendem a se sentir mais seguras e motivadas, tendendo a não
desenvolver problemas como a violência, sexualidade e outros assuntos que, na
atualidade, tem se tornado importantes desafios para uma formação humana.
Exercendo adequadamente o seu papel, a família pode contribuir muito na
formação da criança e proporcionar a ela um desenvolvimento equilibrado que terá
como consequência a formação de adultos responsáveis e conscientes de seu papel
na sociedade. (WALSH, 2012)
Dessa forma, pode-se afirmar que o processo de educação, iniciado desde
os primeiros dias de vida da criança, requer da família muita dedicação e cuidado,
devendo ser trabalhado continuamente no cotidiano do ambiente familiar, exigindo de
todos os membros uma observação e acompanhamento atento para que a formação
do indivíduo seja conduzida para um pleno desenvolvimento do sujeito. (ZORZO,
SILVA e POLENZ, 2004)
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Isso tem agravado os problemas na formação escolar, uma vez que esses
alunos têm ingressado na escola sem que tenham a bagagem necessária no que diz
respeito a valores e aspectos éticos pela omissão da família, dificultando o processo
formativo oferecido pela escola.
Por fim, pode-se concluir que diante dos inúmeros desafios da educação,
fazer com que a criança que queremos seja efetivamente aquela que temos, irá
demandar de um esforço conjunto dos mais diversos atores envolvidos no processo
de formação dessa criança. Para tanto, faz-se necessário que a própria sociedade,
através do exemplo dado às crianças pelos adultos, consolidem valores como o
respeito, a solidariedade, a dignidade humana, entre tantos outros que tem sido
esquecidos na sociedade contemporânea.
Desta forma, não basta esperar que as gerações futuras apresentem um
comportamento distinto, se no presente as pessoas não apresentem uma iniciativa de
mudança nos seus comportamentos e ações e que servem de exemplo para as
crianças.
Uma educação transformadora somente pode ser estabelecida entre os
mais jovens desde que toda a sociedade compreenda a importância e principalmente
a urgência na consolidação de valores éticos e morais, sendo que estes somente
chegarão até as crianças se forem desenvolvidos desde os primeiros anos de vida.
REFERÊNCIAS
DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. Psicologia das
relações interpessoais: Vivência para o trabalho em grupo. Petrópolis: Vozes, 2001.
DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana Costa da. A Família e a Escola como
contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, v. 17, n. 36, 2007.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1980.
KALOUSTIAN, Sílvio Manoug. Família brasileira, a base de tudo. 3. ed. São Paulo:
Calçadense, 1998.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2003.