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A peça mais opulenta de Arouca é ...

um tanque
O vale de Arouca e as suas Casas
CASA DA PORTA
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

O mesmo conto de fadas dos irmãos


Grimm lido nas duas línguas tornou-
se dois contos de fadas para mim: a
versão alemã impressa em grossos
caracteres góticos e ilustrada com
aguarelas sombrias, contava-me
uma história; a versão inglesa, numa
letra definida e grande, acompa-
nhada por gravuras a preto e bran-
co, contava-se outra. […] O que
permite dizer que traduções dife-
rentes de Os Contos de Grimm, de
As Mil e Uma Noites ou da Divina
Comédia de Dante são, na verda-
de, o mesmo livro?
Alberto Mangual – Uma História da Curiosidade. Tinta da China 2015 pp. 79 e 80

AS DOZE PORTAS DE
GERAÇÕES DE AROUCA
1500 – 1800
Edição Universidade Lusófona do Porto, 2006
IIIVIIIXII
CASA DA PORTA
introdução aos Teixeira de Arouca
Fernando Brito

CASA DA PORTA. Introdução aos Teixeira de Arouca 3 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

CASA DA PORTA
Mapa de localização
O vale de Arouca e as suas Casas. A CASA DA PORTA 02

Índice do Caderno 04

I. Introdução aos Teixeira, de Arouca 06-43

A persistência de um nome

Gonçalo Teixeira e outros do mesmo apelido nos registos paroquiais


O 13 de Dezembro de 1496 - Reconhecimento das propriedades de São Salvador do Burgo
Reconstituição da praça da vila
Os limites da freguesia de São Salvador do Burgo

"Da Teixeira", antigos, e mais Teixeiras históricos


O Cálice de dona Milícia de Melo
Reconstituição da praça da vila e capela de São Bartolomeu

Sétimo Gonçalo e os primeiros Teixeiras de Arouca


Retrato do escrivão
Fac-símile do sinal público de Gonçalo Teixeira

Conclusão 44-45

II. CASA DA PORTA 49-82

esquema Os Pires e os Dias, da Casa da Porta

O retrato de “O último Morgado da Porta”

Duas fachadas da Casa da Porta

esquema Filhos de Maria Vaz da Porta

O registo de óbito de Maria Tavares Teixiera I

esquema Filhos de Maria Tavares Teixeira I

Pelourinho de Alvarenga, em Trancoso

Representação heráldica de Tavares-Teixeira

esquema Filhos e Netos de Maria Tavares Teixeira II

A entrada na Casa da Porta

esquema Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira

esquema Filhos do Dr. Jacinto da Porta

Assento de O. do Dr. Jacinto

Padieira datada na Casa da Sousa

A Casa da Felgueira

Placa com as iniciais de Luís Teixeira de Brito

Brasão dos Praça de Vasconcelos

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CASA DA PORTA
Introdução aos Teixeira de Arouca

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... PEUT-ÊTRE UN LOINTAIN ARRIÊRE-GRAND-PÈRE


DIRECT À NOUS ET SON NEVEU,
ON NE SAIT PAS, ON NE SAURA JAMAIS,
C´EST SANS TROP D´IMPORTANCE,

LES MEMBRES D´UNE FAMILLE SONT COMME DES ARDOISES SUR UN TOIT...

Pièrre Jakez Hélias, Le Cheval d´Orgueil; Plon, 1975, p. 479

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

CASA DA PORTA
I
introdução aos Teixeira, de Arouca

A persistência de um nome

Numa enfiteuse de 1450, o interessado apresenta um instrumento: que mostrava


ser feito e asynado por Gonçalo Teixeira tabaliam do julgado; em 1485, o prazo
de Valdasna é concedido pela abadessa dona Leonor Coutinho: a Gonçalo
Teixeira nosso criado; em 1494, a pedido da abadessa, o rei D. João II: querendo
nos fazer graça e mercê a Gonçalo Teixeira escd.º houvidor ... ouvesemos hy
por tbam ho dito G.º teixra.; em 1496, faz-se o reconhecimento das
propriedades de São Salvador do Burgo: em prezença de my Gonçallo Teixeira
Escudeiro e Tabalião, por Nosso Senhor El Rey, na dita villa e Couto / ... e eu
Gonçalo Teixeira Tabalião sobredito que a todo foi prezente, e este Instrumento
de Tombo escrevy, e em elle meu Sinal fiz que tal hé; em 1499, D. Manuel
confirma-lhe o ofício: A quantos esta nosa carta virem fazemos saber que por
parte de Gonçalo Teixeira escd.ro e morador em a villa darouca nos foy
apresentada hua carta delRey don Joham ...; em 1511, o Mosteiro renova o
prazo de São Gens de Boelhe: a Gonçalo Teixeira de Além Douro e m.er Biatryz
Vieira que fora de vossa mãe Catarina Luis; D. João III confere carta de tabelião
na vila de Arouca: a Gonçalo Teixeira mor.. nesa dita villa, que sucede a Lopo
Royz s/ pae q. o dito officio tinha; uma escritura de 1551 se autentifica por: ... eu
Gonçalo Teixeira t.am pubiquo e judiciall por ellRey noso senor na villa
darouqua e seus termos q. heste est.to de emprazamento escrevy e diguo eu
guonçallo Tey.ra que outro sy dou minha autoridade a este prazo e por verdade
asyney aqui de meu synall cost.º e eu guaspar Teyx.ra por o dito guonçallo
teyx.ra t.am o escrevy e eu guonçallo Teix.ra t.am o fiz escrever e o escrevy e
concertey e asyney de meu pubriquo synall que tall he; um emprazamento de
1551 e muitos outros até 1579 são concedidos a Gonçalo Teixeira, Escudeiro-
fidalgo, morador na rua dos Currais; um século depois, em 1654, 1662 e 1671,
recebem provisão para comissário ou carta de familiai do Santo Ofício três filhos

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de Gonçalo Teixeira e sua m.er Maria Tavares, moradores em Eiriz (ele tinha
nascido por 1554 pois se declarara de 60 anos pouco mais ou menos em 1614);
em 1626 nasce o primogénito de Gonçalo Teixeira e de sua m.er Maria Vaz, da
Porta; são contemporâneos de Gonçalo Teixeira, de Sá, este com filhos a partir
de 1618; o capitão Gonçalo Teixeira, familiar do Santo Ofício em 1686, nat. de
Crasto, nascido em 1624 e residente na cidade da Baía, sobrinho-neto de
Gonçalo Teixeira de Eiriz. Em suma, Gonçalo Teixeira não morre ... Ou então:
Gonçalo Teixeira I, Tab. do julgado antes de 1450; Gonçalo Teixeira II, Escudeiro
Ouvidor e depois Tab. por D. João II em 1494, confirmado por D. Manuel em
1499; Gonçalo Teixeira III, d´Além Douro, filho de Catarina Luis; Gonçalo Teixeira
IV, Tab. por D. João III; Gonçalo Teixeira V, escudeiro-fidalgo; Gonçalo Teixeira
VI, de Eiriz; Gonçalo Teixeira VII, da Porta; Gonçalo Teixeira VIII, de Sá1; Gonçalo
Teixeira IX, capitão, residente na Baía, familiar do Santo Ofício em 16862.
Possivelmente, algum mais: Em 1707 apadrinha uma criança (um seu
sobrinho?), da Quinta de Santa Maria do Monte, Gonçalo Teixeira do mesmo
lugar3...

Gonçalo Teixeira e outros do mesmo apelido nos registos paroquiais.

O mais antigo Gonçalo Teixeira que logra deixar notícia nos primeiros livros é o
escudeiro-fidalgo, Gonçalo Teixeira V, casado com Filipa Vieira – desde 1552
(ver adiante: Prazos) – pais de Luís Teixeira, pad. em 1576, 1577 e 1578, de Maria
Vieira ou Maria Teixeira, mad. em 1577, 1578 e 1579, ambos, neste mesmo ano,
mor.s nos Currais; o pai ia apadrinhando, também, desde as primeiras linhas do
livro, de 1565 (andaria pelos 50 anos) e em 1577, e viria a falecer entre 1579 e
1580. Dois outros perpassam pelas folhas do Livro Antigo4: Sebastião Teixeira de
São Pedro que estava casado com Maria Henriques, mas só com filhos a partir
de 1576 [Era filho de Beatriz Vieira: irmã (mais velha, segundo parece) do
escudeiro-fidalgo5; Gaspar Teixeira que estava casado com Helena de Abreu
e com filhos, talvez o derradeiro nascido em 1565 [Era irmão, também, de

1
Talvez f.º de Isabel Vieira que faleceu em Junho de 1620, mais uma irmã, por certo, de Gonçalo
Teixeira, de Eiriz.
2
Neto de Isabel Vieira, referida na nota anterior.
3
O mesmo havia casado em 1686 com Maria João, de Santa Maria do Monte.
4
Livro Antigo de BB. a contar de 1565.
5
Ver QUINTA DE SÃO PEDRO.

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Beatriz Vieira e do Escudeiro-fidalgo – a ver adiante]. No livro seguinte6


Sebastião Teixeira e sua m.er Maria Henriques levam ao B. mais filhos;
comparecem também os filhos de Gaspar Teixeira conduzindo alguns neófitos
da vila, e de novo Luís Teixeira; em 1581, Maria Teixeira filha q. foy de Gonçalo
Teixeira, amadrinha um filho de Sebastião Teixeira; em 1589, Gonçalo Teixeira
de Eiriz, casado, leva à pia de B. uma filha de Sebastião Teixeira; uma Antónia
Teixeira f.ª de António Cardoso7; por fim, um António Teixeira de Roças [talvez
irmão de Gonçalo Teixeira de Eiriz] c.c. Isabel Tavares, mad. no mesmo de 1594.
Nos livros subsequentes, nomeadamente os achados na câmara eclesiástica
de Lamego, vai o relevo para os Teixeiras de São Pedro, filhos de Sebastião
Teixeira; e Luís Teixeira está casado com Ana de Abreu [talvez irmã de Maria de
Azevedo, m.er de Jerónimo Teixeira de São Pedro], pais de Joana, 1609.

O 13 de Dezembro de 1496
Reconhecimento das propriedades de São Salvador do Burgo

...“mil e quatro centos e noventa e seis annos Treze dias do mês de Dezembro”.
Era Domingo. Calcorrear São Salvador, inquirir as testemunhas e lançar a nota:
era obra! Mas a escritura está datada desse dia e das “pouzadas de morada”
do juiz de Arouca Vasco Martins, onde se encontrava o próprio Gonçalo
Teixeira escudeiro e Tab., que a lançou; e também o abade da igreja de São
Salvador, que a pediu. Alguns moradores no Burgo serviam de testemunhas.
Acontecera que o bispo de Lamego, D. Fernando Coutinho, mandara fazer o
tombo das propriedades de todas as igrejas; o abade de São Salvador do
Burgo quis cumprir, e requereu a Vasco Martins mercador, “Juiz Ordinário na
villa e Couto de Arouca” que, com testemunhas, fosse ao local apegar as ditas
propriedades; o juiz escusou-se porque “pella prezente nã podia lá hir”, mas
conferiu os necessários poderes ao Tab.: “mandava a mim tabalião que eu

6
VILA, livro 1 B. 1581-1596.
7
Cf. ABERTURA nomes e sobrenomes, Os MENDES. Desconheço, por ora, a razão do apelido:
Antónia, b. em 1587, f.ª de António Cardoso, mad. depois em 1594 e a mesma Antónia Teixeira
mencionada numa escritura de 1612 (25 anos) pronta a professar no mosteiro de Arouca: O pai
António Cardoso de Vasconcelos era f.º de Duarte Mendes de Vasconcelos, de Arouca, e de Isabel
Mendes, de São Tiago de Piães, Cinfães, casado com Maria Moreira, f.ª de Vicente de Pinho Lobato
e de Antónia Moreira Caldeira, ele f.º de Antónia de Pinho e de Duarte Pinto, da Feira, e ela f.ª de
Marcos Moreira e de Leonor Caldeira. Todavia, sabe-se que António Cardoso casou duas vezes, a
primeira, talvez com uma Teixeira (mas os papéis não mencionam o nome da mãe de Antónia): Em
1616 foram pad.s na VILA, Diogo Malafaia e a f.ª dãto cardoso mais velha da segunda molher.

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fielmente escreveçe todo, e que de todo eu fizeçe o dito tombo”. E assim


procedeu. A escritura teria ficado pelo cartório do Salvador (mais
provavelmente, pelo mosteiro de Arouca) e aí jazia há quase 300 anos quando,
o então abade, Francisco Botelho de Magalhães e Meneses, achou que “para
sertos requerimentos que tem lhe he necesario traduzir em melhor letra”:
confiou, então, o velho pergaminho a “Frey Veríssimo de Sam José Rellegioso
Leygo da Ordem de São Domingos, morador no convento de Sam Gonçallo”
de Amarante “por ser pessoa inteligente em ler as Letras antigas, e ruinz”; depois
de lida a escritura, fez o respectivo traslado um certo Tab. lá por Amarante, a
18 de Outubro de 1774; restituiu o original a Frei Veríssimo e a "certidão autêntica
do tombo" teria sido entregue ao abade do Salvador. Por fim: o Dr. Simões fez
a cópia8. Das inúmeras personalidades referenciadas no documento – ora
foreiros, ora vizinhos, ora testemunhas – poucas usavam apelido, mas
sobrenome patronímico: Afonso, Álvares, André, Anes, Dias, Esteves, Fernandes,
Gil, Gomes, Gonçalves, Lourenço, Martins, Pires, Rodrigues, Vaz ... Muito poucos
apelidos sobressaem deste conjunto: Teixeira (de Gonçalo Teixeira, escudeiro e
Tab. na vila de Arouca), Mota (do “Honrado” João da Mota, abade de São
Salvador do Burgo), Escovar (de João de Escovar, mercador, na qualidade de
testemunha), Mendes (de Duarte, provavelmente, Duarte Mendes de
Vasconcelos, abade da Junqueira, de Cambra, na mesma qualidade). Poderá
juntar-se à "nobreza de toga", outra testemunha, o Tab. Rui Bas (porventura, Rui
Vaz, Tab. na vila de Arouca)?... O Escudeiro e Tab. Gonçalo Teixeira andaria
pelos 36 anos; o “Honrado” João da Mota tinha sido empossado em 1469 e
contaria alguns 509; o mercador João de Escovar, que detinha “Caza e Eira”
nas extremas das terras foreiras à igreja, deveria contar igual idade; Duarte
Mendes de Vasconcelos, mais ou menos com 40, pois parece irmão do primeiro
Rui Mendes de Vasconcelos de Arouca, da geração dos nascidos pelos anos
de 1450 e parece ter precedido alguns homónimos seus: Duarte Mendes, um
de Fornos de Paiva e outros nascidos em Arouca. Contemporâneo também do
acto de demarcação, e também "nobres de toga", viviam em Arouca dois
escudeiros, funcionários em Fermedo, Lopo Rodrigues e Gonçalo Fernandes; tal

8
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. V (1939), fls. 312-320.
9
MADAIL - O Cartório do Mosteiro de Arouca, p. 156: Confirmação em Abb. do Salvador, que vagou
por Pedro Lourenço, a Joam da Mota por apresentação in solidum da S.ra Abb.ª dona Leonor
Coutinha no anno de 1469.

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como Gonçalo Anes que vai suceder ao precedente em 1503; também o


Escudeiro Fernão de Beça (talvez dos de Romão de Beça: mais um oficial da
geração que se há-de seguir); e ainda clérigos de famílias nobres como Duarte
Rodrigues (um dos Malafaias), “beneficiado” da Várzea, de São Salvador e de
Urrô; também Pedro de Barros que morava na vila e detinha Minhãos e o
escudeiro Guomes de Paiva que era criado da abadessa em 148110: Poucos
mais ...

Reconstituição da praça da vila e capela


de São Bartolomeu segundo conhecida
gravura da revista “O Occidente” de 1883

O Sol parece postado por detrás da sineira


e por detrás da cabeceira da capela: um
Sol Nascente. A calçada desceria para a
esquerda, para norte, em direcção ao rio –
as fiadas das pedras são menos do lado
direito e mais do lado esquerdo e os
degraus no murete documentam
igualmente a asserção – e subiria
ligeiramente para sul, chegando, talvez, à
galilé (no flanco) da igreja do Mosteiro.

10
PRAZOS, livro com o n.º 1 contendo traslados de escrituras dos anos de 1440-1537, III, 1ªD, 13,
1, 124 (antigo n.º ordem 124), fl. 368.

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“Eira e Caza” de
João de Escobar em
1496

Limites da freguesia de São Salvador do Burgo, Arouca

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"Da Teixeira", antigos, e mais alguns Teixeiras históricos

Os nobiliários clássicos e a fastidiosa sequência de gerações – caracterizando,


cada personagem pelo desempenho de funções, pelas propriedades que
detinha ou pelo matrimónio – omitem sistematicamente as épocas em que
viveram e em que se enquadraram os sucessivos elementos duma estirpe.
Todavia, a grandes mutações sociais e políticas, correspondem, regra geral,
novas elites que ajudam a criar e a consolidar novo poder; ou grupos que dele
se isolam: No primeiro caso, estiolam os ramos afortunados da época que
findou para cederem o lugar a filhos segundos, ou até bastardos, que
aproveitam a mudança para se guindarem a novo estatuto socio-político; no
segundo caso, prosseguem isolados até que se avizinhem novas oportunidades.
Ora, tais movimentos de perda e de conquista, tais alternâncias de uns para
outros, não se espelha de modo nenhum na simples enumeração continuada
de pais a filhos! É tarefa diferente fazer um "catálogo" dos Teixeiras, e para isso
a nova historiografia dá, agora, os primeiros contributos. Para facilidade de
exposição e de análise distingo quatro grupos e quatro períodos que
correspondem, sensivelmente, aos seguintes:
1.º Período / 1.º Grupo - séc. XII - A Reconquista. Grupo de capitães e
companheiros do Conde D. Henrique e do Rei D. Afonso, Governadores das
terras de Lanhoso: nomes: Fafes e Godinho. Por dois filhos de Fafes Godins, o Luz
de Lanhoso – Godinho e Egas Fafes – continua a sucessão dos ricos-homens de
Lanhoso; e pelo último virá a geração da Honra de Teixeira nas faldas do
Marão. O senhorio das terras de Lanhoso passa a outro rico-homem casado
com a filha de Egas Fafes, Froile Viegas; seu irmão Mem Viegas inicia o 2.º
Período.
2.º Período / 2.º Grupo - séc. XIII - Relegada a Reconquista para segundo plano,
afirma-se o poder central; define-se o estado português e surge uma nobreza

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 13 revisão e adendas de Maio de 2016
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da corte, especialmente com D. Afonso III (1248-1279). Grupo fundado por Mem
Viegas com alguns professos nas ordens religiosas radicados no sul, mas sem
figuras palatinas; matrimónios, já não com ricos-homens mas com famílias de
infanções; pelo casamento de seu filho Hermígio Mendes com uma senhora
destas famílias vem-lhes a Honra de Teixeira e passa a referenciar-se Hermígio
Mendes "da Teixeira"; sucede-lhe seu filho Estevão Hermigues de Teixeira que
faz dois casamentos: do 1.º nasce o primeiro Martim da estirpe que dá o ramo
dos "Martins" e do 2.º, o prirmeiro João e o ramo dos "Anes"; do ramo procedente
de Martim Esteves há sucessão (anotam os livros de linhagens) até seu neto
Martim Fernandes que vai casar a Beja, talvez o cavaleiro deste nome
referenciado na chancelaria de D. Pedro em 1361 e onde vem outro, Afonso
Fernandes da Teixeira em 136611, e outro, um primo daquele, Martim Afonso:
mas pouco se documentam. O 2.º casamento de Estevão Hermigues faz-se cá
por cima com Urraca Fernandes, de Louredo (Terras de Santa Maria) e mais
tarde um descendente dos mesmos Louredo, Pero Esteves, cavaleiro, contrai
um 2.º matrimónio com Maria Anes Teixeira, neta daquele Estevão Hermigues,
s.g., porém. Relacionaram-se com o mosteiro de Arouca: "Em escritura do
próprio mosteiro de Arouca de vinte e três de Fevereiro do ano de Cristo de
1262 se nomeia D. Estevão Ermiges de Teixeira, o qual com sua mulher D. Urraca
Fernandes, fêz troca com a abadessa e convento daquela casa de muitas
herdades ..." 12; sua filha dona Mor Esteves é abadessa do Mosteiro e o único
filho varão com descendência, João Esteves da Teixeira, contrai matrimónio
com uma senhora dos vizinhos infanções de Paiva, Guiomar Lopes Gato,
sobrinha de outra Guiomar (Afonso Gato) casada com Pero Pais, de Alvarenga
(donde procedem os Mendes de Vasconcelos, Senhores de Alvarenga) e

11
Chancelarias Portuguesas. D. Pedro I, pp. 567-568, doc. 1180, e p. 537, doc. 1134.
12
BRANDÃO - Crónicas de D. Sancho II e D. Afonso III, Cap. XLVII, p. 325.

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sobrinha também de Mor Afonso, monja do mosteiro de Arouca13. Ora,


procedente de João Esteves "da Teixeira" e de sua m.er dos infanções de Paiva,
D. Guiomar Lopes Gato, vai ficar um filho, Gonçalo Anes, freire da Ordem do
Hospital, que inicia o 3.º Período.

13
COELHO - O Mosteiro de Arouca…, p. 391, doc. 86, doc. 87 e doc. 88.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 15 revisão e adendas de Maio de 2016
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3.º Período / 3.º Grupo - séc. XIV - Convulsões, carências, doenças e guerras,
culminam em Aljubarrota. De João Esteves "da Teixeira" não ficou
descendência, dizem, a não ser bastarda pelo “Freire do Hospital” – que teria
nascido adentro do duzentos e entrado muito novo para a Ordem (Com 18
anos, mais tarde, ingressaria Álvaro Gonçalves Pereira, pai de Nun´Álvares)
onde já tinha um tio pat., Afonso Esteves14. Este Gonçalo Anes (segundo os
autores clássicos) é o tronco dos Teixeira de apelido moderno – Fue su hijo Iuan
Gonzalez de Teixeira15. João Gonçalves e mais dois irmãos, Vasco Gonçalves
Teixeira e Maria Gonçalves Teixeira, parecem ter nascido só por volta de 1330,
anos em que o freire contaria 50: João Gonçalves Teixeira, foi, segundo os
cronistas16, anadel de besteiros de D. Fernando e estava alcaide de Óbidos
quando se deu Aljubarrota e morre nas hostes de Castela com o filho
primogénito, Gonçalo Teixeira; outro filho, Vasco Gonçalves Teixeira17, que
jogara no campo do Mestre de Aviz, teria sido armado cavaleiro antes da
Batalha e viria a recuperar “as terras de Teixeira". Mas o “Freire do Hospital”
podia ter tido mais filhos: Consta um "Gonçalo Anes da Teixeira" na chancelaria
de D. Afonso IV casado com Catarina Martins, mor.s em Guimarães em 133118
(portanto mais velho que seus irmãos); como também se sabe do "Chantre de
Santa Maria de Guimarães", contemporâneo, pai de um João Gonçalves da
Teixeira, perfilhado em 137419, "Escrivão da Puridade" de D. Fernando, "notário

14
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 338: Diz, a propósito de São
João de Miomães, "a 1 de Agosto de 1311, D. Dinis credenciou Afonso Esteves, de Teixeira, para
apresentar «por sua vez» o seu clérigo ao «quarto da igreja de São João»" .
15
LAVANHA - Nobiliário de D. Pedro…, p. 215-216, n. 25, nota A.
16
LEÃO - Crónica de D. Fernando; LOPES - Crónica de D. João I.
17
Servira de refém na concertação de 1373; figura na Chancelaria de D. João I. Intencionalmente,
omito este ramo, de larga prole transmontana e duriense, por ser o melhor documentado em todos
os tratados, passando por Júlio Teixeira [TEIXEIRA - Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu
termo... até ao recente trabalho de Luiz Vaz de São Payo «Raízes e Memórias», n.º 12, Junho
1996, e também as primeiras pág.s do trabalho recente de FORJAZ - Os Teixeiras...].
18
Chancelarias Portuguesas. D. Afonso IV.
19
HOMEM - O Desembargo Régio..., quadros anexos, 23.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 16 revisão e adendas de Maio de 2016
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da corte" e "Conselheiro" do monarca, referenciado de 1374 a 138320, e da


mesma idade ou pouco mais novo que [seu tio] João Gonçalves Teixeira, o
alcaide de Óbidos morto em Aljubarrota. Se foram figuras diferentes21, parece
facilitado o encaixe de outros: Vasco Gonçalves Teixeira e seu irmão Álvaro
Gonçalves Teixeira, cónegos da Sé de Lisboa pouco antes de 1383 que
sabemos nascidos por 1367 e 136922. Desta idade teria sido a camareira da
Infanta D. Isabel, D. Catarina Teixeira, que alguns fazem nascida de Maria
Gonçalves Teixeira e de seu marido Estevão Pires, de Torres Vedras23. Mais novos
ainda, dos nados por 1390, serão os filhos de Vasco Gonçalves Teixeira (o tal
que "recuperou as terras de seus passados"), dos nomes João, Gonçalo e Pedro,
com notícia continuada e onde predominam estes mesmos nomes de B.; ainda,
a m.er do Dr. Luís Martins (1432-33), pais do célebre desembargador Dr. João
Teixeira e seus irmãos: que são já, estes últimos, do séc. XV onde vamos entrar.
4.º Período / 4.º Grupo - Princípios do séc. XV - Os Teixeira vêm "em posição
hierarquicamente inferior" às "oito das mais conhecidas famílias da nobreza
portuguesa" ("entre o início do reinado de D. Afonso IV e o governo pessoal de
D. Afonso V")24 e "não desdenham, no final da Idade Média, o serviço na
Câmara, destacando-se como escrivães e letrados: Martim Fernandes da
Teixeira, cavaleiro do séquito de D. Afonso IV e o bastardo João Gonçalves de
Teixeira, escrivão da puridade de D. Fernando, são exemplos de relativa

20
HOMEM - O Desembargo Régio.., p. 113, p. 233 notas 128, pp. 342-343; HOMEM - Portugal nos
Finais da Idade Média..., pp.177, 181 e 189 e p. 211 nota 81.
21
O autor em referência, ob. cit. p. 343 e p. 440, nota 1141, prefere confundi-los, quando escreve:
"Da sua posição do «lado» castelhano durante a «crise» não temos qualquer dúvida, não só pelas
referências do Cronista ... : Há inclusivamente notícia de um João Gonçalves Teixeira nomeado
alcaide de Óbidos em 1384". Pelo mesmo caminho de um único João Gonçalves vai FORJAZ - Os
Teixeiras..., p. 19, fazendo Gonçalo Anes da Teixeira, Freire do Hospital, “c. antes de 1332 com
Catarina Martins...” pai de João Gonçalves da Teixeira “legitimado por carta régia de 10.01.1362 e
falecido na Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1388, integrado na hoste castelhana”. Etc.
22
MARQUES - Nova História de Portugal..., vol. I, Das Origens às Revoluções Industriais, p. 230.
23
SOUSA - História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo III (1947), Parte V, p. 9, onde se
vê "Irmã de João Gonçalves Teixeira, Alcaide-Mór, Anadel-Mór de Besteiros e Fronteiro-Mór da
Provincia de Trás-os-Montes".
24
COSTA - A Corte dos Reis de Portugal no Final da Idade Média, p. 65.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 17 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

modéstia de posições desta família”. Encontramos na corte joanina Lopo


Teixeira e a referida moradora de D. Filipa [a camareira D. Catarina Teixeira].
Talvez seja ainda aparentado com estes servidores régios o famoso Dr. João
Teixeira, letrado de D. Afonso V, e Gonçalo Teixeira, escudeiro de sua casa na
década de 1440"25. Naturalmente, é impossivel por ora: fazer o catálogo
continuado de pais a filhos das muitas personalidades que a nova historiografia
nos vai revelando; nem saber-se se eram parentes da abadessa de Arouca,
dona Catarina Teixeira; nem provar a filiação desta estimada senhora. Dona
Catarina Teixeira figura nos primeiros livros do cartório, datados de 1444, ao
tempo de Gonçalo Teixeira, Tab. do julgado de Arouca. O abadessado não foi
contínuo26 pois ela vai alternando com outras donas da primeira nobreza; volta
por uma última vez a ocupar a invejada Cadeira tendo por coadjuctora dona
Milícia de Melo que lhe sucede em 1503. Esta muito notável abadessa do
Mosteiro era neta do não menos notável desembargador Dr. Rui Gomes de
Alvarenga e de sua m.er D. Milícia de Melo – D. Álvaro Coutinho ... foy casado
com Dona Britez filha do chançarel moor o doutor Ruy Gomez d´Aluarenga de
que ouue estes filhos, a saber: Dom Fernando Coutinho e Dona Melyçia
abadesa do mosteiro dArouca27 – talvez nascido por 1400/1028, f.º de D.
Catarina Teixeira camareira da Infanta D. Isabel e do seu casamento com o
chanceler-mor Dr. Gomes Martins, de Alvarenga; neto mat., segundo alguns,
de Maria Gonçalves Teixeira e de Estevão Pires, de Torres Vedras. Quem era
dona Catarina Teixeira? Outras abadessas destes tempos, e que com ela
alternaram, foram dona Isabel de Castro ou de Ataíde, abadessa pretendente
em 1437 e referenciada de 1446 até 1460, filha do 1.º Conde de Atouguia; dona

25
Idem, ibidem, p. 96.
26
É certo que o cargo era perpétuo e só mais tarde passou a trienal, mas os finais de quatrocentos
conheceram grandes convulsões que afectaram a normalidade da vida do convento.
27
Livro de Linhagens do Século XVI, p. 191.
28
FREITAS - Os Oficiais da Burocracia Régia (1433-1450)..., p. 42, nota 18, onde vem referenciado
entre 8 de Dezembro de 1441 e 20 de Dezembro de 1450.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 18 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Leonor Coutinho, abadessa pelo menos de 1462 a 1488, filha do 2.º Conde de
Marialva: Sabe-se que dona Leonor e dona Milícia descendiam de D. Vasco
Coutinho, 1.º conde de Marialva; dona Isabel e dona Milícia provinham de D.
Álvaro Gonçalves de Ataíde, 1.º conde de Atouguia; dona Milícia era f.ª de D.
Álvaro Coutinho, primo coirmão de dona Leonor Coutinho; dona Isabel de
Castro era irmã da avó de dona Milícia de Melo. E assim por diante.

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O Cálice de dona Milícia de Melo, hoje, no tesouro da Santa Casa da Misericórdia do Porto

Depois, dona Leonor de Albuquerque, já em meados de quinhentos, era


terceira-neta do referido 1.º conde de Atouguia: ... Por que não admitir que
dona Catarina Teixeira fosse tia-avó da sua codjutora e sucessora, dona Milícia
de Melo, e irmã do célebre Rui Gomes de Alvarenga, filho da Camareira D.
Catarina Teixeira? Rui Gomes, o único dos Teixeiras que figura no "Livro de

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 20 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Linhagens do Séc. XVI" – gente pouco notada na corte e fora dela, como se
depreende pelas ausências que o próprio "Livro" lhes faz – era filho de D.
Catarina Teixeira camareira-mor da Infanta D. Isabel, filha de D. João I, depois,
duquesa de Borgonha. O trajecto deste ilustre cortesão é suficientemente
conhecido. "Doutor em leis, desembargador do rei e membro do seu conselho,
tomou parte activa na política de D. Afonso V, tanto durante a regência do
Infante D. Pedro como no período seguinte"29; cabe-lhe uma das primeiras
referências nas chancelarias em 1442 quando embaixador a Castela (serviço
que lhe terá granjeado a qualidade de conde palatino30 com que aparece
designado em data posterior): Porém, muito antes, temos notícia de seu meio-
irmão, João Fernandes da Silveira, que "era jovem escolar em leis da
Universidade de Lisboa pelo ano de 1430"31 e teria nascido, portanto, pouco
depois de 1410, data em que a camareira estaria para iniciar funções junto da
Infanta (D. Isabel contava 13 ou 14 anos, pois nascera em 1397), sendo de
admitir que Rui Gomes, filho do primeiro matrimónio (segundo alguns autores)
de D. Catarina32, tivesse nascido por aí: Anos que se ajustam bem – mais os de
1410 – à figura de dona Catarina Teixeira, abadessa. Rui Gomes alinhou em
Alfarrobeira ao lado de D. Afonso V e em 1452 é empossado na presidência da
Casa da Suplicação de Lisboa; recebeu "bens em Santarém e Torres Vedras
donde parece que era natural"33; em Torres Vedras coube-lhe o casal régio de
Santa Marta que fora do cavaleiro João Teixeira, como se verá adiante;
chanceler-mor do reino a partir de 1463, teria falecido em 1475 e jaz sepultado
na igreja da Graça de Lisboa onde se podem ver duas grandes arcas, uma sua
e outra de sua m.er, e respectivas armas: sendo as dele um escudo próprio

29
MORENO - A Batalha de Alfarrobeira…, vol. II, p. 710-712.
30
FREIRE - Brasões da Sala de Sintra, p. 81.
31
RAU - Estudos de História Medieval, p. 71.
32
Livro de Linhagens do Séc. XVI, cit., p. 311, onde se lê, todavia, que o Dr. Gomes Martins foi o
segundo marido de Dona Catarina.
33
FREIRE - Brasões da Sala de Sintra , p. 233.

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esquartelado de Alvarengas e Teixeiras posto entre outros dois escudos, de


Alvarengas, inteiro, e outro de Teixeiras, também pleno.

A cruz de Teixeiras, da mãe de Rui Gomes de Alvarenga34

Outros desta geração de 1400?


Tristão Vaz Teixeira (c.c. Branca, outra Teixeira), conhecido cavaleiro da Casa
do Infante D. Henrique que a expedição de 1418 levou à descoberta da Ilha
de Porto-Santo;
João Teixeira referenciado como escudeiro de D. Afonso V em 1440 – o rei
doou-lhe o casal régio de Santa Marta, no termo de Santarém – e, mencionado
como cavaleiro, numa carta de privilégios de 145935; cavaleiro, com efeito,
mor. em Elvas, a mesma quintã de Santa Marta no termo de Santarém, foi por
si legada à coroa e, depois, doada por D. Afonso V a Rui Gomes de Alvarenga
em 145336.
34
RAU - Estudos de História Medieval, estampa intercalada nas pp. 144-145.
35
SOUSA - A Casa Senhorial do Infante D. Henrique, pp. 266, 274 e 438.
36
MORENO - A Batalha de Alfarrobeira…, pp. 710-711.

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Gonçalo Teixeira, vedor (mordono-mor) da casa do conde de Vila Real (D.


Pedro de Menezes, 2.º do nome e 3.º conde de Vila Real), seguiu D. Afonso V
em Alfarrobeira (1449) e "recebeu bens confiscados a Afonso Eanes, vassalo,
mor. em Vila Real"37.
Gonçalo Teixeira, meirinho (executor das sentenças) do conde de Marialva,
também fiel a D. Afonso V, exercia aquelas funções em 144938.
A mãe do Dr. João Teixeira39, casada com o Dr. Luís Martins40, sobrejuiz de D.
João I no período de 1432-1433, desembargador 1434-144641, co-autor do texto
definitivo das Ordenações Afonsinas42 .
Outros, da geração seguinte:
o Dr. João Teixeira, filho dos anteriores, bolseiro em Bolonha (1449) logo que o
monarca toma o poder43, cavaleiro-fidalgo de D. Afonso V em 146244,
desembargador do Paço 1467-147545, etc., c.g. conhecida, e "Pedro Teixeira
irmão do Doutor" cavaleiro-fidalgo da casa de D. Afonso V46, e Luís Teixeira47,
também "Doutor e Desembargador da Casa do Cível" e mais uma irmã, "m.er
do D.or Vasco Frs. ch.er da Casa do Civel"48. Consta ainda Álvaro Teixeira,
provavelmente muito próximo parente ou irmão do doutor, já que um dos filhos

37
Idem, ibidem, p. 613.
38
Idem, ibidem, p. 574.
39
ALÃO, tomo II, vol. I, p. 244, regista uma neta destes, que foi m.er de Estevão Soares de Melo, por
nome Isabel Teixeira.
40
Idem. Ibidem..
41
HOMEM - O Desembargo Régio..., p. 163; FREITAS - Os Oficiais da Burocracia Régia..., p. 41.
42
SERRÃO - História de Portugal, vol. II (1978), p. 224; CAETANO, Marcelo - História do Direito
Português…, p. 532.
43
SERRÃO - História de Portugal, vol. II (1978), p. 302.
44
SOUSA, História Genealógica da Casa Real, tomo II (1947), 1.ª Parte, livro IV, p. 28.
45
MORENO - O Desembargo Régio..., vol. II, pp. 814 e 993; MORENO - Exilados, Marginais e
Contestatários…, pp. 194-196.
46
SOUSA - História Genealógica da Casa Real, ibidem.
47
Note-se o dissonante Luís, nesta família Teixeira: o nome explica-se por vir do pai Luís Martins.
48
ALÃO, ibidem.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 23 revisão e adendas de Maio de 2016
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do Dr. João Teixeira vai ser outro "Alvaro teyxeira q. foy clerigo"49, figura aliás de
topo da hierarquia eclesiástica50.
João Teixeira, escudeiro da casa do Infante D. Henrique, deixou notícia por um
seu criado citado em 144951; fora feito escudeiro da casa do Infante em 1440 e
cavaleiro em 145952; nomeado "caminheiro da Relação da suplicação da
corte" em 144953.
Gonçalo Teixeira, da Casa de D. Afonso V, cuja chancelaria anota, em 1446, a
nomeação deste Escudeiro "que fora Repositário (tesoureiro) para o
almoxarifado da portagem de Lisboa54.
Gonçalo Teixeira, pai de D. Catarina Teixeira que c.c. Vasco Lourenço
Guedes55.
Muitos outros, prosseguem:

Gonçalo Teixeira, escrivão dos orfãos de Gouveia, nomeado em 149056 .


Gonçalo Teixeira "mestre de primeiras letras ou ensinador de moços, no Porto,
na última década do séc. XV ...", cit. no Arquivo da Misericórdia do Porto57.

...

Contemporâneos de si próprios – estes Teixeiras do quatrocentos –


desconheciam ou vagamente conjecturavam a própria situação parental e
totémica. Faz lembrar o génio da árvore de Jorge de Sena58: "O gato do caseiro

49
ALÃO, ibidem.
50
COSTA - Bartolomeu Dias…, vol. V, p. 680, traz a biografia deste Álvaro Teixeira.
51
MORENO - A Batalhade Alfarrobeira..., vol. I, p. 557.
52
SOUSA - A Casa Senhorial do Infante D. Henrique. Lisboa: Livros Horizonte, 1991, p. ....
53
MORENO - A Batalha de Alfarrobeira..., p. 557.
54
Archivo Historico Portuguez, vol. III (1905), p. 429.
55
GAYO, “Barbozas”, &12 N6.
56
MENDONÇA - D. João II…, pp. 325, nota 138.
57
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, entrada “Teixeira, Gonçalo”.
58
SENA, Jorge de - Antigas e Novas Andanças do Demónio. Lisboa: Edições 70, 1984, p. 126.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 24 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

era filho do cachorro aparecera em casa do tio como papagaio que era pai
do boi que era filho da lavadeira que tinha nascido do gato, avô do primeiro e
de uma serpente que era, por sua vez, tia do boi"59. [...] "Muitas vezes ouvia os
habitantes da aldeia (que ele já conhecera como antepassados deles mesmos
ou de animais que lhes circulavam ao pé), perto dele, e convencidos de que a
sombra da árvore os inspirava, fazem as mais cómicas conjecturas a respeito
das suas vidas passadas e futuras. Melhor dizendo, só das passadas, porque,
apesar das modéstias que ostentavam, sempre se imaginavam conquistando
o céu"60.

59
Idem, ibidem.
60
Idem, ibidem.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 25 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Sétimo Gonçalo e os Primeiros Teixeiras de Arouca.

E quanto aos Teixeiras em Arouca? É possivel elaborar mais de um esquema credível: Porventura, o que se segue, é, de
todos, o mais simples:

1390 Rui Vaz I Dona Catarina Teixeira 1400 Gonçalo Teixeira I


mor. em Arouca Abadessa Tab. Arouca, ref.do em 1450
Tab. de Arouca
Renuncia 1446
Test.ª até 1469
filho:
1420 Lopo Rodrigues I Afonso Rodrigues ? 1430 N ...
mor. em Antuã Escrivão sisas Arouca
Tab. Arouca 1446 Escrivão Most.º 1463 e 1476
Prazo em 1459
filho?:
1450 Lopo Rodrigues II Pretendente em 1494 1460 Gonçalo Teixeira II Catarina Luís
mor. em Arouca talvez, Rui Vaz II Prazo de 1485 Prazo em Boelhe
Escudeiro Tab. Tab. Escudeiro e Ouvidor a. 1494
Tab. Fermedo test.ª em 1496 Tab. Arouca 1494
Escrivão sisas Fermedo em 1497 Demarcação São Salvador 1496
+ 1500 ? ? ? filho:
1480 Lopo Rodrigues III c.c. N... Sebastião Teixeira Gonçalo Teixeira
Tab. Arouca Tab. ref.do em 1525 d´Além Douro
recebe Foral de Arouca em 1516 c.c. Brites Vieira
escritura 1520 Prazo de 1511
cc Beatriz ou Milícia Vieira provável fª de Gonçalo Teixeira II
filhos:
1510 Gonçalo Teixeira IV Gaspar Beatriz Gonçalo Catarina Milícia
Tab. Arouca Tex.ra I Vieira Teix.ra V Vieira Vieira
escrituras escrivão c.c. Escudeiro c.c. c.c.
de 1551-1577 cc Helena G.º Frz Fidalgo André Frz Henrique
poderá de Abreu Mendes c.a. 1552 c. Descobar
coincidir c Gº Teix.V Filipa Vieira c.g.

1540/50 Sebastião André Gonçalo Cat.na Isabel


Teixeira Teix.ra VI de de
de São Pedro de Eiriz Sela Jug.ros
c.g. filho: c.g. c.g.
Gonçalo Teixeira VII, da Porta

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 26 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Dizer Teixeiras de Arouca, o mesmo é dizer tabeliães em Arouca.

RUY VAAZ (ou RUI VASQUEZ, patronímico de Vasco), mor. em Arouca, Tab. do
couto desta vila por mercê de D. Afonso V (Rei, 1438-81), asy e pella guysa q. o
era fernam dafonso q. o dito oficio tynha p. nossa Cta o renunciou en nossa
mãa61; renunciou em 1446, ano da nomeação de seu f.º LOPO ROIZ, a seguir62;
depois de 1446 vai servir de Tab. da abadessa dona Isabel de Ataíde, pelo
menos até 1460 e ainda com Beatriz Pereira, outra abadessa da qual o Tab. é
outro, Gonçalo Martins, mas continua Rui Vasques a testemunhar os actos do
convento, parecendo terem sido os últimos no ano de 1461; contaria, por esta
altura, alguns 70 anos de idade, podendo admitir-se que houvesse nascido à
roda de 139063.

LOPO ROIZ I (ou LOPO RODRIGUES, patronímico de Rui) morava em Antoã onde
talvez tivesse casado, quando D. Afonso V o nomeia em 1446 em sucessão a
seu pai RUY VAAZ, Tab. do couto darouca e dantoa (também do mosteiro de
Arouca) asy e p.a gyssa q. o era Ruy Vaaz Seu pay q. o dito of.º tinha
renunciou64; teria nascido por 1420; vai designado no esquema acima por Lopo
Rodrigues I para o distinguirmos de outro ou outros do mesmo nome, adiante;
foi confirmado no ofício por D. João II (Rei, 1481-1495)65; no livro 1 de prazos um
dos cadernos tem por capa um pergaminho lavrado por Lopo Roiz em 1446; é

61
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 5, fl. 32v: Fernando Afonso tinha o ofício de Tab. para
Arouca por D. Afonso V, tendo sucedido a um falecido Pedro Gonçalves; livro 25, fl. 89 e livro 38,
fl. 28v: O monarca concede-lhe sinal público em 1445.
62
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fl. 240.
63
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 136, refere Vasco Fernandes,
corregedor da comarca (de Caria) ao tempo de D. João I, adquirente de propriedades em Santa
Ovaia (Santa Eulália) de Arouca.
64
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fl. 240.
65
IAN-TT, Chancelaria de D. João II, livro 2, fl. 100.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 27 revisão e adendas de Maio de 2016
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provavelmente o Lopo Rodrigues contemplado num prazo do Mosteiro em


145966; pai de um filho, que se não nomeia, pretendente nessa data ao
tabeliado de Arouca, mas preterido por D. João II a favor de GONÇALO
TEIXEIRA II, biografado infra. O tal filho preterido, de quem se omite o nome, não
podia ser um outro LOPO RODRIGUES, Tab. de Fermedo desde 1488 (ver
adiante), mas já sim, porventura, o Rui Bas, ou Rui Vaz, Tab., a seguir epigrafado.
Possivelmente, fora irmão deste LOPO RODRIGUES e filho também de RUI VAZ,
Afonso Rodrigues, nomeado escrivão das cizas de Arouca pelo mesmo rei D.
Afonso67 e que surge, posteriormente, escrivão do Mosteiro com dona Leonor
Coutinho, desde 1462 até finais da década seguinte, vendo-se, em 1481,
substituído por João Gonçalves.

RUI BAS, ou RUI VAZ II, testemunha a Demarcação das Propriedades de São
Salvador em 1496 – lavrada por GONÇALO TEIXEIRA II – designado Rui Bas, que
não seria corruptela ou erro de Rui Brás, mas sim Rui Vaz: ..."antes de 13 de
Agosto de 1496, foi autorizada a posse de cinco casais legados por Mécia de
Azevedo, «dona professa», por escritura de 8 de Abril de 1481, aceitantes a
prioresa Branca Correa e a subprioresa Maria Pimentel, e escrivão o Tab. Rui
Vaz" 68. Podia pertencer à geração dos nascidos por 1450.

LOPO RODRIGUES II, Escudeiro, morador em a uylla d´arouca quando nomeado


em 1488, 7 de Janeiro, por D. João II, Tab. do cível e crime para Fermedo em
sucessão a Álvaro Gonçalves que falecera e logo confirmado por D. Manuel;
pelo mesmo rei, nomeado em 11 de Maio de 1497, escrivão das sisas da mesma
vila em 1497, escudeiro e mor. em Arouca, onde mantém o ofício até 1500, ano

66
PRAZOS, livro 1, cit., fl. 229.
67
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 29, fl. 72v.
68
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 510.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 28 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

em que lhe sucede Gonçalo Fernandes69, escudeiro e mor. em a uilla d´arouca,


a 14.03.1500, por ter morrido aquele70; podia ter sido filho ou sobrinho de LOPO
RODRIGUES I (Ver esquema) e aparenta ter nascido por 1450.

LOPO RODRIGUES III, Tab. em Arouca – talvez da geração seguinte – pois


parece ter nascido por 1489/90: Não será de se confundir com LOPO
RODRIGUES II, Tab. de Fermedo desde 1488 e depois escrivão das sisas até 1500;
em 1506, um Lopo Rodrigues, Tab., elabora um contrato com Vasco Fernandes
para a elaboração de telas para a Sé de Lamego71; o Tab. Lopes[sic] Rodrigues
outorga um aforamento do cabido de Lamego em 7 de Junho de 151672; a 13
de Dezembro do mesmo ano LOPO RODRIGUES, tabeliam scrivam da Camara
em a vylla d´Arouca, subscreve em Lamego o auto de entrega da carta foral
para Arouca das mãos do escrivão da chancelaria da correição da Beira73;
ainda em 1520, lavrou uma "procuração" de dona Milícia de Melo, abadessa,
respeitante às anexações das igrejas de São Salvador e de Santa Eulália74;
quiçá filho de RUI VAZ II (Ver esquema), foi pai de GONÇALO TEIXEIRA IV,
nomeado Tab. na vila de Arouca por D. João III (Rei, 1521-1557), a mencionar
adiante, e filho também, ou neto, de alguma das Teixeira da geração anterior,
ou ainda casado com uma dessas Teixeiras: hipóteses, qualquer delas, que
explicaria este último apelido em seu filho GONÇALO TEIXEIRA IV (Ver esquema,
onde se figurou a última hipótese). Julgo que os três homónimos não podem ser
confundidos, para o que basta atentar nas idades: Efectivamente, Lopo

69
AZEVEDO; MOREIRA - Fermedo…, p. 72-73, onde se vê que Gonçalo Fernandes, tendo
renunciado, D. Manuel nomeia Tab. de Fermedo a Gonçalo Anes, mor. também em Arouca, a
7.03.1503.
70
Idem, ibidem, p. 54-56.
71
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. III (1982), p. 13.
72
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. I (1977), p. 513.
73
SILVA - Os Forais do Burgo e de Arouca…, p. 100; FIGUEIREDO; NOITES - O Foral de Arouca…,
p. 28.
74
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 513.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 29 revisão e adendas de Maio de 2016
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Rodrigues I, estava já Tab. de Arouca em 1446; Lopo Rodrigues II foi nomeado


Tab. de Fermedo em 1488 e escrivão das sisas de Fermedo cinquenta anos
depois daquele de 1446; Lopo Rodrigues III recebeu o foral de Arouca em 1516
e lavrou ainda uma "procuração" da abadessa em 1520, quando há mais de
20 anos Lopo Rodrigues II, por falecimento, deixara Fermedo: Podiam ter sido
próximos parentes e admitir-se Lopo I n. 1420, Lopo II n. 1450 e falecido em 1500
e Lopo III n. 1480.

GONÇALO TEIXEIRA I – dos raros indivíduos que por estes tempos usavam não
patronímico mas apelido – era Tab. do julgado de Arouca a avaliar por um acto
de 1450 onde se refere um instrumento – vymos p. hum est.º q. mostrava ser f.to
e asynado p. G.º teyxra t.am deste julgado – autenticado por ABBA [dona
Catarina Teixeira, abadessa]75; podia ter nascido – vá-se lá saber! – tanto por
1400 como por 1420: Se foi naquela data, era da mesma idade, sensivelmente,
do Tab. RUI VAZ I, bem como de dona Catarina Teixeira, já abadessa do
Mosteiro em 144476.

75
PRAZOS, livro 1, cit., fl. 24v.
76
Idem. Igualmente, IAN-TT, Livro 4 d´Além Douro, fl. 108, onde consta uma "carta de perfilhação de
Gonçalo Teixeira" que não vi; bem como IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 16, fl. 119v,
"mercê de ofício para seu filho", que também não vi.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 30 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

O escrivão do painel do “O Bom e o Mau Juiz”, de Monsaraz

Do “Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais” nº 106 - Conservação de Frescos

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

JOÃO GONÇALVES, ÁLVARO GONÇALVES e LOPO GONÇALVES, parecem


representar uma geração ilustre de "Gonçalves" – o primeiro nomeado meirinho
de Arouca por D. Afonso V77; o segundo, já falecido em 1488, fora Tab. de
Fermedo, precedendo no ofício LOPO RODRIGUES II78; o terceiro, coudel de
Arouca por nomeação do mesmo rei79 – pelas posições de nomeação régia
assumidas e consequente posição socio-profissional e pelo patronímico, teriam
a ver com GONÇALO TEIXEIRA? O mais velho parece ter sido Álvaro, seguido
de João e depois, de Lopo: Álvaro Gonçalves fora antecessor no tabeliado de
Fermedo de LOPO RODRIGUES II, mas a carta de mercê a este último (1488) não
menciona qualquer parentesco, apenas se sabendo que tinha já falecido e
que também fora escrivão das sisas de Fermedo, porque assim foi dito na
nomeação para o mesmo cargo de LOPO RODRIGUES II, nove anos decorridos
(1497). João Gonçalves, que o rei nomeara coudel de Arouca, poderá ser o
mesmo que depois assume o lugar de notário do Mosteiro, subscrevendo vários
prazos ao tempo de dona Leonor Coutinho, de 1481(?) até 148880.

GONÇALO TEIXEIRA II era Escudeiro e Ouvidor antes de nomeado Tab. em


Arouca por D. João II em 149481; demarca as propriedades da igreja de São
Salvador do Burgo em 149682 e é confirmado Tab. por D. Manuel só em 1499.

77
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 18, fl. 73v.
78
AZEVEDO; MOREIRA - Fermedo…, p. 54.
79
IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 7, fl. 60v. COSTA - História do Bispado e Cidade de
Lamego, vol. I (1977), p. 31, regista um deste nome e sobrenome – Lopo Gonçalves – que recebeu
de D. Afonso carta do ofício de meirinho da correição de Lamego em 1453.
80
IAN-TT, Chancelaria de D. João II, livro 24, fls. 103: Consta um Rui Gonçalves Tab. em Arouca,
que mais parece contemporâneo de Gonçalo Teixeira II e de Lopo Rodrigues I e podia ter sido filho
de algum dos "Gonçalves" da geração anterior, com persistência de patronímico. MADAIL - O
Cartório do Mosteiro de Arouca…, vol. X (1944), pp. 156 e 157: ainda em 1521, Jorge Gonçalves
é "encomendado" de São Salvador e toma a vigararia em 1524; Idem, vol. VIII (1942), p. 281, Lopo
Fernandes é escrivão da Câmara da vila de Arouca em 1516.
81
Também referenciado por MENDONÇA - D. João II…, p. 349 e p. 402 nota 354: "Gonçalo Teixeira,
por carta dada em Sintra, a 16 de Outubro de 1494 (Chancelaria de D. Manuel I, livro 40, fl. 124v)".
82
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. V (1939), pp. 313-320.

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Efectivamente, na chancelaria de D. Manuel83 ficou a confirmação do ofício


de Tab. para Gonçalo Teixeira, escudeiro, mor. na vila de Arouca, e nela se
inclui a transcrição da carta de nomeação do mesmo por D. João II em 1494,
já então escudeiro: Diz aí que um tal G.º Anes, Tab. em Arouca, tinha
renunciado ao ofício e entregou-o abusivamente a Lopo Rodrigues, também
Tab. em Arouca, para um filho deste, porque nom podia servir por ser já
entrevado e jazer em hua cama e renunciava sem autorização régia, na mão
de Lopo Roiz outrosym tabalião. Mas como Gonçalo Anes não podia ter
renunciado de modo tão contrario às ordenações, a abadessa do mosteiro de
Arouca apresentava e pedia que ouvessem hy por t.bam ho dito G.º Teix.ra.
Devia ter nascido pelos anos de 1460; provavelmente recebido às primeiras
letras do Mosteiro por 1475, é tratado por nosso criado pela abadessa dona
Leonor Coutinho em 1485, ano em que o convento lhe concede o prazo de
Valdasna84, talvez para casar, documento queimado por completo (até
parece devido a incêndio do séc. XVI) por tinta traspassada. Pelo seu
posiocionamento geracional, GONÇALO TEIXEIRA II, mais se afigura neto (ou
quando muito sobrinho) de GONÇALO TEIXEIRA I. Na Demarcação acima cit.
servira de testemunha o Escudeiro Lopo Rodrigues que a ajuizar pelo
designativo nobiliárquico seria LOPO RODRIGUES II, Tab. de Fermedo mas mor.
em Arouca; testemunhara igualmente o mesmo acto, o tab.am Rui Bas,
epigrafado acima.

GONÇALO TEIXEIRA III, dito d´Além Douro em 1511 ao tempo de dona Milícia
de Melo, já casado nesta data com Beatriz Vieira e filho de Catarina Luís,

83
IAN-TT, Chancelaria de D. Manuel I, livro 40, fl. 124v. Nesta confirmação o monarca mandara
transcrever a carta de nomeação dada pelo seu antecessor e que mais tarde se viria a perder [Anos
desaparecidos: 1485, 1493, 1494 e 1495, cf. Archivo Historico Portuguêz, vol. II (1904). Lisboa,
1904, pp. 337-343].
84
PRAZOS, livro 1, cit., fl. 395.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 33 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Senhora que fora do prazo de São Gens de Boelhe (Penafiel)85, teria n. antes de
1490; tal Catarina Luís não podia ter sido m.er de LOPO RODRIGUES III pois é dita
mãe de GONÇALO TEIXEIRA d´Além Douro e LOPO RODRIGUES III é dado por
pai de outro GONÇALO TEIXEIRA, o Tab. de Arouca (Ver esquema): a menos
que um e outro Gonçalo fossem a mesma pessoa, hipótese que as referências
nos documentos não abonam, além de não se ver por que razão Catarina Luís
viria refenciada a Boelhe e LOPO RODRIGUES III, a Arouca.

SEBASTIÃO TEIXEIRA era Tab. do público e judicial em 1525 – única informação


que colhi86 – ano em que São Miguel de Urrô veio p. o most.ro e não repugna
admitir que pudesse ter sido pai da geração de Vieras-Teixeira de Arouca e avô
de outro Sebastião Teixeira: o bem conhecido Sebastião Teixeira de São Pedro,
filho de BEATRIZ VIEIRA, c.g. na QUINTA DE SÃO PEDRO.

GONÇALO TEIXEIRA IV, mor. na vila de Arouca, sucede a seu pai LOPO
RODRIGUES III como t.am do pubrico E judicyall na villa darouca q. o dito officio
tinha87, nomeado por D. João III (Rei, 1521-1557); no ofício acompanhava-o um
ajudante, o escrivão GASPAR TEIXEIRA, pois o documento da Torre do Tombo
mostra o mesmo sinal do Tab. que conhecemos numa escritura de 1551 onde
este último aparece88; no Livro 2 de Colações, fl. 22, podemos vê-lo, a 8 de
Junho de 1554, na tomada de posse de Gonçalo de Beça da igreja de São
Miguel de Urrô, por ter falecido B.to Roiz [Bento Rodrigues Malafaia] e nos anos
de 1559 e 1560 em outros documentos: eu G.º teixra o escrevi89. Não sei de
onde lhe adviera o apelido Teixeira, podendo no entanto supor-se que sua mãe

85
PRAZOS, Livro com o n.º 2 contendo traslados de escrituras de 1444-1448, III, 1ªD, 13, 1, 126
(antigo n.º ordem 125), fl. 414v.
86
AUC, MSMA, Livro 2 de Colações, III, 1ªD, 14, 1, 14 (antigo n.º ordem 344).
87
IAN-TT, Chancelaria de D. João III, livro 5, fl. 30v.
88
Idem, livro 4, fl. 265v: carta para Ajudante no seu officio pedida por Gonçalo Teixeira, onde não se
menciona o ajudante.
89
AUC, MSMA, Livro 2 de Colações, fl. 116.

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ou avó tivesse sido uma das Teixeiras de Arouca. Outorga uma escritura de
subemprazamento nas pousadas de Romam de beça ouvidor das teras e
jurdicõys do most.ro de alguns notáveis da vila de Arouca – como anrique
descobar, ant.º tavares e Juzarte a.º e tristam mendez e duarte dallmeida – a
11 de Fevereiro de 1551, lançada pelo escrivão Gaspar Teixeira e autenticada
pelo sinal do Tab. GONÇALO TEIXEIRA; outorgava com sinal precisamente igual
ao que figurara no documento da Torre do Tombo; era ainda Tab. na vila de
Arouca em 2 de Junho de 1577, pois lança a escritura de contrato entre o
Mosteiro e o Senhor da vila da Trofa, Duarte Lemos, que trata do ingresso de
suas filhas no convento90. Na mesma escritura, testemunha Luiz Teixeira f.º de
mim tabalião91. Se nesta data contasse, por hipótese, alguns 67 anos teria
nascido à roda de 1510: geração que pertence também, mais dez menos dez,
aos outros Teixeiras e Vieiras que mostrarei adiante. Não deixou notícia nos
paroquiais da vila – na qualidade de pad., por exemplo – ou porque residiu fora
de São Bartolomeu de Arouca, ou por outro ocasional motivo, sendo certo que
apenas se logram referências a GONÇALO TEIXEIRA, Escudeiro-fidalgo, e seus
filhos Luís e Maria. Assim, podia supor-se que ambos os GONÇALO TEIXEIRA
teriam sido a mesma e só pessoa: Todavia, os documentos que os mencionam
atribuem-lhes designativos diferentes: De GONÇALO TEIXEIRA IV apenas
conhecemos a nomeação e alguns actos subscritos; de GONÇALO TEIXEIRA V,
Escudeiro-fidalgo, ficaram os numerosos emprazamentos do Mosteiro, alguns
ao próprio e num deles tratado por senhoria, e a sua m.er Filipa Vieira: pelo que
os distingo. Porém, não se passe sem fazer notar que o Tab. Gonçalo Teixeira,
em 1577, tinha um f.º por nome Luís Teixeira: testemunhas... e Luiz Teixeira filho
de mim taballião: e eu Gonçalo Teixeira tabalião pubrico e judiciasl por el Rey
nosso Senhor na dita villa Darouca, e seus termos...92

90
COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. IV (1984), pp. 610-611.
91
SIMÕES JUNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2215 (4.02.2000), p. 8.
92
Escritura de Duarte de Lemos, já mencionada.

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Fac-símile do sinal público de GONÇALO TEIXEIRA IV

GASPAR TEIXEIRA, escrivão e ajudante do precedente como se vê no


mencionado instrumento de 1551, parece coincidir com GASPAR TEIXEIRA,
colocado adiante.

GONÇALO TEIXEIRA V, mor. na vila de Arouca ao cimo da rua dos Currais,


designado escudeiro-fidalgo em 7 de Julho de 1551, num primeiro
emprazamento ao tempo de D. Leonor de Albuquerque, lançado por Gonçalo
Anes, escrivão: pelo qual o convento lhe concede as casas do most.ro ao cimo
da Rua dos curaes, pomar e laranjall e cãpo do cortynhall tapado sobresy,
outras casas na dita Rua dos curaes em q. vyve Jorge anes ferreiro, ainda outras
também nos ditos curaes em q. vyve Cristovã Mendez e partiam com bryatyz
vyeira v.ª, e tambem metade do Sarrado da Algemada parte cõ a outra
metade q. traz bratyz vyeira vosa Irmã, e mais algumas propriedades, como

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huas casas cõ suas arvores aribadas em Sã pedro93; noutro prazo, logo em 1552,
a 2 de Abril, estava casado com Filipa Vieira [provavelmente sua prima ou
sobrinha], de uns olivais no Cancelo junto do Ribeiro do Carvalhal94; o Mosteiro
concede-lhe, e a sua m.er Filipa Vieira, outros emprazamentos tais como o de
22.04.1554 de um sarrado na vila chamado Codeçal, tapado e cercado com
suas oliveiras95; de 18.01.1559 é outro emprazamento de propriedades citas no
Outeiro da Tamara, freg. de São Miguel, a ele e sua m.er Filipa Vieira, aqui
tratado por senhoria – Prazo ao Sinhor Gonçalo Teixeira96 –; Gonçalo Teixeira e
sua m.er Filipa Vieira figuram noutro prazo em Penço, 1.04.156997, e ainda em
Penço a 19.01.157098; num prazo de 2 de Novembro de 1573 de propriedades
na freg. do Salvador, outras na vila e na de Santa Eulália e ainda (de metade
da Povoa de Cerquedello) na freg. de Real de Paiva, onde é declarado irmão
de Gaspar Teixeira99; ambos, marido e m.er, figurando em prazos de 18.01.1559
[cit.]; de 2.04.1562(?)100; de 9.07.1574101; de 1.04.1569102; de 19.01.1570103; de
1.12.1571104; de 9.07.1574, de um olival asima do souto105 e talvez ainda o de
11.05.1579106. Morreria pouco depois. Não tendo sido nunca referido como Tab.,
não parece coincidir com GONÇALO TEIXEIRA IV. GONÇALO TEIXEIRA e sua

93
PRAZOS, livro com o n.º 7 contendo traslados de escrituras dos anos de 1548-1552 (antigo n.º
ordem 130), fl. 408.
94
PRAZOS, livro com o n.º 11 contendo traslados de escrituras dos anos de 1557-1570, (antigo n.º
ordem 132), fl. 281v.
95
PRAZOS, livro com o n.º 8 contendo traslados de escrituras dos anos de 1552-1560, (antigo n.º
ordem 131), fl. 252.
96
Idem, fl. 432.
97
PRAZOS, livro com o n.º 11..., fl. 381v.
98
PRAZOS, livro com o n.º 12 contendo traslados de escrituras dos anos de 1567-1573 (antigo n.º
ordem 133), fl. 155.
99
PRAZOS, livro com o n.º 32 contendo traslados de escrituras dos anos de 1573-1579(antigo n.º
ordem 134), fl. 18.
100
PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 281.
101
PRAZOS, livro com o n.º 32..., cit., fl. 42.
102
PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 381v.
103
PRAZOS, livro com o n.º 12..., cit., fl. 155v.
104
PRAZOS, livro com o n.º 12…, fl. 450v.
105
PRAZOS, livro com o n.º 32… fl. 42.
106
PRAZOS, livro 29, fl. 8, cujo registo não consta, parecendo perdido, mas sim no livro 32, cit., fl.
42.

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irmã Beatriz Veira, pelos apelidos de um e outro, seriam de se supor filhos de


GONÇALO TEIXEIRA III, d´Além Douro e de sua m.er Beatriz Vieira e netos mat.
de Catarina Luís, de Boelhe107: mas precisamente pelo prazo se situar em Boelhe
(Penafiel) e sem mais notícias terem sido encontradas relativas ao homónimo
d`Além Douro e tendo ficado muitas e muitas outras relativas aos irmãos do
escudeiro-fidalgo, parece-me prudente desconsiderar tal hipótese e preferível
colocar uma outra: A geração de GONÇALO TEIXEIRA, escudeiro-fidalgo, e de
seus irmãos de Arouca, podia ter nascido de SEBASTIÃO TEIXEIRA, Tab. também
em Arouca com notícia em 1525. Fosse como fosse, compete-lhes a geração
dos nascidos entre 1510 e 1520 (Ver esquema). Filhos conhecidos: Luís Teixeira,
pad. em 1576, 1577 e 1578 e Maria Vieira ou Teixeira, mad. em 1577, 1578 e 1579
e ambos, neste mesmo ano, mor.s nos Currais, como apresentei acima; Luís
Teixeira aparece posteriormente casado com Ana de Azevedo108, mor.s à Cruz
do Aro (ou rua dos Currais, ele fal. em 2.02.1620109), pais de Joana, 1609, e
também de Bernarda Teixeira (depois c.c. Domingos da Mouta), de Maria
Miranda ou Maria Teixeira e de Filipa, esta do nome de sua avó FILIPA VIEIRA.

BEATRIZ VIEIRA, irmã do escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA V, ambos mor.s


ao cimo da Rua dos Currais, na vila, podiam ter sido filhos, como aventei, de
SEBASTIÃO TEIXEIRA. Casou com Gonçalo Fernandes Mendes110 e tiveram
107
FREITAS; FERNANDES; ANDRADE; CASTRO - Carvalhos de Basto.., vol. I, Cap. II, &1, pp. 196 e
197, traz outra geração de Teixeiras: os de Penafiel, com prazos também em Boelhe (embora
foreiros do mosteiro de Alpendurada), filhos esses de outra Filipa (Filipa Teixeira, irmã de João
Teixeira) com larga descendência aí; Filipa Teixeira (já casada em 1533) teve filhos, entre outros,
do nome Gonçalo Teixeira, Catarina Teixeira e Gaspar Soares Teixeira, e parece mais nova que
Gonçalo Teixeira d´Além Douro e com bisnetos nascidos desde 1588 [ob. cit., p. 438]; os sobrinhos
bisnetos de Gonçalo Teixeira teriam sido da geração de 1570, nada significando este pequeno
desfasamento e podendo, com efeito, Gonçalo Teixeira e Filipa Teixeira terem nascido pelos
mesmos anos.
108
Talvez irmã de Maria de Azevedo, m.er de Jerónimo Teixeira de SÃO PEDRO, tendo sido mad. de
um filho destes.
109
BRITO - A Casa do Aro, em Arouca, p. 83, em que se vê Luís Teixeira citado em 1592 num dos
conflitos da Casa do Aro.
110
Ver QUINTA DE MINHÃOS introdução aos Escobar de Barros, onde um quase homónimo -
Gonçalo Fernandes - foi pai de Pedro de Escobar, cavaleiro, também nascido, talvez, de Ana

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 38 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Sebastião Teixeira de São Pedro casado com Maria Henriques, tronco dos
Quadros Teixeira e Teixeira de Quadros, da QUINTA DE SÃO PEDRO. Com efeito,
BEATRIZ VIEIRA, encontra-se nomeada num processo de familiatura para o
Santo Ofício de um neto (Jacinto de Quadros Teixeira) onde se vê casada com
Gonçalo Fernandes Mendes e mãe de SEBASTIÃO TEIXEIRA; vem mencionada,
também, num aforamento do Mosteiro de 1551, data em que morava na vila,
bem como seu irmão o escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA; era já viúva em
5.02.1552111. O filho, Sebastião Teixeira, teria nascido antes de 1540, pois estava
já casado em 1565 – data dos primeiros assentos da vila; porém, o primeiro filho
registado é um António só em 1576, seguido de Jerónimo em 1581, de Inácio
em 1584, de Lourenço em 1586 e de Maria em 1589 – com Maria Henriques de
Quadros, com quem morava no lugar de São Pedro. Sabemos também que é
Senhor de um prazo do Mosteiro – o de São Pedro, precisamente – já então
casado com Maria Henriques, datado de 1568. Não se conhecem outros filhos
de BEATRIZ VIEIRA e de seu marido Gonçalo Fernandes Mendes. Creio que,
pelas informações relativas a Sebastião Teixeira, podemos situar sua mãe
BEATRIZ VIEIRA, na geração dos nascidos nos anos entre 1510 e 1520.

FILIPA VIEIRA, m.er do escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA, não podia,


obviamente, ser irmã – mais uma – daquelas Vieiras e de seu próprio marido ...,
mas podia advir dos d´Além Douro ou teria sido, então, mais uma filha de
BEATRIZ VIEIRA e irmã de Sebastião Teixeira de São Pedro.

GASPAR TEIXEIRA, irmão do escudeiro-fidalgo a quem vendera o campo de


SubRibas com seu ollival e arvores112 e, consequentemente, de BEATRIZ VIEIRA.

Descobar, podendo ainda coincidir com o Tab. de Fermedo nomeado em 1500 em sucessão a Lopo
Rodrigues II, encontrado em AZEVEDO; MOREIRA, - Fermedo…, p. 56.
111
PRAZOS, livro 8, cit., fl. 64v: Prazo da Quintela, Alvarenga: byatriz vieira dona viuva molher q. foy
de Gonçalo Fernandes [Mendes] mor. nesta vylla.
112
PRAZOS, livro 32, cit., fl. 18, de 2.11.1573.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Parece coincidir com o escrivão GASPAR TEIXEIRA, ajudante do Tab. GONÇALO


TEIXEIRA IV, ambos referenciados, como atrás se disse, numa escritura de 1551;
o Mosteiro faz-lhe um emprazamento a 30 de Outubro de 1573 de uma vinha
na Barca (Santa Eulália) (pela qual pagaria de renda uma galinha e um frango)
estando casado com Helena de Abreu113 (Esta Helena, que de seu marido tem
uma f.ª de nome Joana, talvez irmã fosse de Joana de Abreu, m.er de Tristão
Mendes de Vasconcelos, pais de outra Joana; e irmã de Diogo d´Abreu de
Araújo, Moço de Câmara d´El Rei, f.º de Gaspar de Araújo, conhecido em
aforamentos de 1559114 e mencionado também em 1562 com terras perto do
Ribeiro do Carvalhal115. Filhos com notícia: Madalena Teixeira, b. em 1565: talvez
o último a nascer; Maria de Abreu ou Maria Teixeira, Joana Teixeira, Ana Teixeira
e João Teixeira116; a derradeira notícia de GASPAR TEIXEIRA, pad. com sua f.ª
Madalena, é de 1583 e do mesmo ano um apadrinhamento de seu f.º João
Teixeira (todavia ainda comparece Maria Teixeira, "f.ª de Gaspar Teixeira", na
primeira década de seiscentos). Alinhado na geração de 1510, seria mais novo
que o escudeiro-fidalgo e muito mais novo que BEATRIZ VIEIRA.

CATARINA VIEIRA I, "mulher nobre e das principais famílias do concelho", casou


com André Fernandes, "pessoa de qualidade que viveu à lei da nobreza", e
moraram na Barroca, de Roças; entre outros, foram pais de GONÇALO TEIXEIRA
VI, de Eiriz; seria irmã, também, do escudeiro-fidalgo, de BEATRIZ VIEIRA, de
GASPAR TEIXEIRA e ainda de MILÍCIA VIEIRA (a seguir). Interessante, a avolumar
a minha suposição de fazer CATARINA VIEIRA irmã de Beatriz e de Milícia, é o

113
PRAZOS, livro 32, cit., fl. 13.
114
PRAZOS, livro 8, cit., fls. 220 e 441v.
115
Prazo a Gonçalo Teixeira, livro 11, cit., fl. 281v.
116
PRAZOS, livro com o n.º 25... 1634-1641 (antigo n.º ordem 146), fl. 415: Um João Teixeira recebe
um prazo em 1625, no Salvador da Várzea, mas podendo ter sido um outro: João Teixeira do Burgo,
ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS DE SANTA EULÁLIA.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 40 revisão e adendas de Maio de 2016
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assento de B. na vila, de Lourenço em 1586, f.º de Sebastião Teixeira, que


parece possível traduzir pelo esquema:

Milícia Vieira Beatriz Vieira Catarina Vieira


mad. de I I
LOURENÇO e Sebastião Teixeira Gonçalo Teixeira, de Eiriz
tia de s/ pai I pad. de LOURENÇO e
LOURENÇO b. 1586 primo coirmão de s/ pai

Filhos: André Fernandes Teixeira, juiz ordinário da vila de Ovar com larga
descendência fora de Arouca, entre esses, seu filho Diogo de Pinho Teixeira,
fidalgo de cota-d´armas em 1648, na idade de reformado117, sepultado na
igreja de Vagos118; Gonçalo Teixeira, já referido, depois chamado "de Eiriz" [Ver
adiante e CASA DE EIRIZ]; Catarina Vieira II casada em Sela e com geração
[Ver QUINTA DE TERÇOSO e CASAS DE CELA], estando estes dois últimos irmãos
na origens de todas as grandes casas de Arouca; Isabel Vieira, muito
provavelmente, que foi m.er de Inácio Pinto de Carvalho, com larga geração
de Teixeiras a partir de Jugueiros, de Santa Eulália [Ver QUINTA DO BOCO]. A
biografia desta vai nas CASAS indicadas. E, recentemente, João Fernandes
Teixeira, na U.C. em 1589 (devido ao meu amigo António Jorge Brandão de
Pinho).

117
Para a descendência, ver: MACHADO - Brasões Inéditos, p. 44; VALDEZ; BORGES, árvores 1 e
17; GONÇALVES - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Coimbra, p. 152; Genealogias de
Famílias Nobres Aveirenses, p. 117 e p. 162; SOUZA-BRANDÃO - Moutinhos de S. João da
Madeira e Pinhos da Arrifana de Santa Maria; etc.
118
Informações Paroquiais do Distrito de Aveiro de 1721. Freg. de São Tiago da Vila de Vagos
«Revista Arquivo do Distrito de Aveiro», vol. VI (1940), p. 207, pode ler-se: “No meyo da Igr.ª
está hua sepultura com este epitafio: Sepultura de Diogo de Pinho Teyxr.ª cavalleiro da Casa de
sua Magestade”. Igualmente, se menciona a sepultura de M.el dos Guimarães (que se sabe casado
em segundas núpcias com Catarina Vieira, irmã de Diogo de Pinho Teixiera, a Catarina, b. em Ovar
a 9.06.1603, filha de Manuel dos Guimarães e Catarina Vieira, esta, f.ª de André Fernandes e Isabel
Zuzarte. Isabel Zuzarte era dos Pinhos da Feira, como poderá ver-se em ALÃO e nos mencionados
trabalhos de SOUZA-BRANDÃO.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 41 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

MILíCIA VIEIRA, m.er do escudeiro-fidalgo Henrique Descobar, é o tronco dos


Escobar Vieira e, depois, dos Teles de Meneses e Teles de Melo, da QUINTA DE
ROMARIZ, e também da QUINTA DO BOCO; podia ter sido outra irmã do
escudeiro-fidalgo. MILÍCIA VIEIRA, portadora de um nome inconfundível119, seria
personagem bem conhecida na vila; parece mais nova do que BEATRIZ e
CATARINA, porque dela temos notícia pelos assentos desde 1565 (primeiro
registo do ano), ainda casada em 1581 e já viúva em 1586: Aliás, estaria casada
pouco depois de 1530 com uma personagem da geração de 1500. (A
probabilidade de haver notícia desta senhora e de nenhuma das outras,
explica-se por residir na vila: A BEATRIZ viveu também na vila, já viúva em 1552,
mas a CATARINA residiu em Roças e [sua filha] ISABEL VIEIRA morava em
Jugueiros, de Santa Eulália120). MILÍCIA VIEIRA, que foi madrinha de um dos filhos
de Sebastião Teixeira, como mostrarei adiante, vivia no casal de Romariz
casada com o escudeiro-fidalgo Henrique de Escobar. É a única das Vieiras que
não transmite o apelido Teixeira aos descendentes, talvez pela força caracte-
rizante do apelido do marido121; foi mãe de António de Escobar, ou António
Escobar Vieira, já casado em 1567, pai de D. Ana, entre outros, que virá a estar
na origem dos Teles de Meneses e Teles de Melo, e, mais tarde, dos Ciais, todos
do Romariz. Perante os elementos biográficos relativos ao filho mencionado,
pertence-lhe, tal como às anteriores, a geração de 1510/20. MILÍCIA VIEIRA
pode ver-se na QUINTA DE ROMARIZ.

119
Houve quem escrevesse (SILVA, Maria João Violante Branco Marques da - Aveiro Medieval. Aveiro:
Edição da C.M.de Aveiro, 1991, p. 145) que as mulheres “nunca aparecem como criaturas
autónomas, mas sempre como filha de, m.er de ou viúva de ”. Infelizmente para o genealogista,
não foi assim em Arouca: Milícia Vieira nunca é dita m.er de Henrique de Escobar ou filha de ..., e
a única vez que lhe referem o estado, dizem-na Milícia Vieira viúva (sem mais, de quem). Isto mostra
que os determinativos mais não pretendiam que caracterizar a personagem, evitando confusões
com outras Marias: mas não com Milícia. Assim foi, pelo menos em pleno século XVI e com
membros da nobreza da vila, há muito aí residentes, senão seus naturais: e por demais conhecidos,
dispensando referencia especial.
120
Tanto os registos paroquiais de ROÇAS como os de SANTA EULÁLIA, não são dos mais antigos.
121
Todavia – e muito significativo – uma neta sua, Paula, 1576 (f.ª de António Descobar) aparece na
VILA chamada Paula Teixeira num amadrinhamento de 1591, como deixei em QUINTA DE
MINHÃOS, esquema 6.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 42 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

GONÇALO TEIXEIRA VI122, Juiz, Vereador e Senhor de outros ofícios na vila de


Arouca, dito de Eiriz, para o diferenciarem de seu homónimo [e tio] o escudeiro-
fidalgo, pois tendo nascido por 1554 (declara-se de 60 anos pouco mais ou
menos em 1614) contava alguns 25 quando morreu o velho GONÇALO TEIXEIRA
V da rua dos Currais. Fez dois casamentos, o primeiro com Leonor Dias, de Eiriz
e o segundo com Maria Tavares, de Roças, tendo ficado geração de ambos
em CASA DE EIRIZ. Um dos filhos mais velhos foi GONÇALO TEIXEIRA VII que casou
na CASA DA PORTA.

GONÇALO TEIXEIRA VII teria nascido entre 1590 e 1600, virá a falecer na CASA
DA PORTA em 1645 onde casara a 14 de Abril de 1624, o sétimo do apelido –
SÉTIMO GONÇALO – desta velha estirpe.
E com ele vamos entrar na CASA DA PORTA.

122
É curioso aparecer de nome completo Gonçalo Teixeira Correia Tavares no resumo da candidatura
para familiar do Santo Ofício de seu neto Sebastião Tavares (Ver LIMA - Os Familiares do Santo
Ofício no Distrito de Aveiro), o que, a verificar-se, levaria a situa-lo nos Correia Tavares, do Casal
de Chave, por sua mãe Catarina Vieira, possivelmente. O próprio processo do S.O. não esclarece.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Conclusão

Qualquer dos Teixeiras que figura, seja em que qualidade for, nos 1.º e 2.º Livros
da Vila, isto é, desde 1565 e durante três décadas, está claramente
identificado: tratando-se de uma só e mesma família, a do escudeiro-fidalgo
Gonçalo Teixeira V. Efectivamente, ao contrário dos Tavares – que se
diversificam por alguns ramos – todos os indivíduos do apelido Teixeira dos anos
quinhentos prestam-se a identificação fácil; continuados na vila e termo, de
geração em geração, inculcam um troco comum: Tal é a verificação mais
interessante. Os Teixeiras de Arouca parecem descender do escudeiro
Gonçalo Teixeira, Tab. desde 1494 e, ainda, de Gonçalo Teixeira, Tab. do
julgado desde a primeira metade de quinhentos. Simultâneamente, afiguram-
se todos descendentes por igual de Vieiras, tendo sido mulheres deste último
apelido que debitaram o maior contingente Teixeira, em Arouca. Curiosamente
também, o cartório do Mosteiro apresenta uma das abadessas mais
longamente documentadas – dona Catarina Teixeira – e o seu Tab., Gonçalo
Teixeira. Quem fosse dona Catarina, já aventei: Tia-avó de dona Milícia de
Melo; todavia, com poucas ou nenhumas pistas ela contribuiu para a
identificação do seu Tab. Se este Gonçalo provinha da velha estirpe do
apelido, ficou por provar, embora indícios se tenham aduzido. Gonçalo Teixeira,
emparelhado com João Teixeira, e Gonçalo Teixeira continuado de geração
em geração, parecem reportar-se a Gonçalo Anes Teixeira – longínquo primeiro
Gonçalo – e a seu pai João Esteves "da Teixeira", o primeiro João. A geração
dos "homónimos" nascidos pelos anos da dobragem para o Quatrocentos, toda
foi, surpreendentemente, de personalidades relacionadas com a corte: Faz
pensar se não seriam parentes e "colocados" – nepotismo frequente – pela
influente camareira D. Catarina em posição qualificada para "madrinha" deles.
Depois, com o termo da influência da velha senhora, multiplicam-se os
"homónimos" situados nas gerações seguintes ao serviço das pequenas cortes
que mencionei ou exercendo ofícios de toga, como acontece com o próprio
Tab. de Arouca: Última quebra? 5.º Período / 5.º e último Grupo? Vimos que os
"da Teixeira" mais perto de Arouca sofreram a terceira quebra na prosápia de
infanções por falta de descendência legítima, mas comparecem na corte em
funções não de primeiro plano, sim da confiança do monarca123; sofreram a

123
MARQUES - Nova História de Portugal, vol. IV, p. 244, sustenta a existência de "referência a ricos-
homens" "colhidas em documentos da época" [dos meados e finais do séc. XIV].

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

quarta quebra de prestígio na batalha de Aljubarrota mantendo-se fiéis ao


poder vigente. Parece que os desta estirpe, após a mutação de latifundiários
para efectivos de quadros militares e depois para os quadros palatinos,
denotam certa índole conservadora. Mas um filho-segundo deriva ao passar
para o lado reformador de Avis; todavia, mais uns anos, voltam adstritos à
facção legitimista e saem ganhadores de Alfarrobeira. São já muitos os deste
apelido (e homónimos...) ora inseridos nos primeiros graus da nobreza em geral
ou na "de toga", alguns servindo as primeiras casas de Avis (De notar
particularmente, o serviço dos Coutinhos ligados a Terras da Beira). Mostrei a
raridade dos apelidos na transição do quatrocentos para o quinhentos, em
Arouca, tendo sido Teixeira um deles: Quem se lembraria, por então, de usar
um apelido que não tivesse? Depois, assiste-se à persistência do apelido em
Arouca, tronco de todas as suas Casas: Em Eiriz e desta para a Porta e desta
para Valdasna e muitas outras; em São Pedro, vindos também de Eiriz, e daí
para Romariz e daí para o Boco; em parte de Roças (Terçoso) e dela para os
Malafaias; também de Roças para Jugueiros e depois para a casa do Burgo;
em parte de Sela e lá continuados ... etc, e assim por diante, des ardoises sur un
toit.
A cruz heráldica – que chamam potentéa de oiro, vazia do campo – também
ficou. Ficou no pedestal do cruzeiro de Urrô, 2.ª pala dos Tavares-Teixeira; ficou
na pedra da quinta de São Pedro, 1.ª pala dos Teixeira de Quadros; ficou na
pedra e no tecto pintado da sala da casa de Eiriz, 2.º quartel; ficou na pedra
da casa de São Pedro, 2.ª pala, 1.º; ficou na pedra da casa do Burgo, 2.º
quartel; ficou noutra ainda do Burgo transferida para a quinta do Boco ... e ficou
apontada numa pedra de Valdasna. Mas não ficou o timbre heráldico que lhes
cabia – o unicórnio, meio-cavalo com um só corno: o simpático animalzinho
que se deixava amansar somente por uma moça donzela ... – não ficou por
Arouca. Foi que, o timbre correspondia ao apelido representado em lugar de
honra do escudo – fosse a 1.ª pala, fosse o 1.º quartel – e Teixeira deixara de ter
valia de referência.

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CASA DA PORTA
II

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

MATEMÁTICA

CONTANDO, DE CADA VEZ, O QUE NÃO SE PODE CONTAR,

OS NÚMEROS SOBREPÕEM-SE NA CABEÇA QUE NÃO SABE FAZER CONTAS.

CADA CONTA, DE SOMAR OU DIVIDIR, MULTIPLICA-SE POR MUITAS,


E UMA A UMA SE ACRESCENTA ÀS CONTAS QUE NÃO PODEM SER.

NÃO SE CONTA O QUE SE CONTA DE CADA VEZ

QUE AS CONTAS SAEM FURADAS, MAS CONTA-SE À MESMA,

E MESMO QUE SE CONTE O QUE SE TEM DE CONTAR,


NUNCA SE CONSEGUE DIVIDIR O QUE SE TEM DE SOMAR.

Nuno Júdice, O Movimento do Mundo, Lisboa, Quetzal Editores, 1996

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

O casal da Porta da freg. de Santa Eulália, do vale de Arouca ... que foi de
António Dias já defunto e hoje possue Maria Vaz124 ... deixou vasta notícia no
acervo dos prazos do Mosteiro. António Dias, talvez filho fosse de Pedro Dias
que morre na Porta em 1590, casado eventualmente com Catarina Pires que
veio a falecer também na Porta em 1598, tendo nomeado testamenteiro [seu
genro] Inácio Jorge125. Efectivamente, a Inácio Jorge126, cunhado de António
Dias127 e a sua m.er Maria Dias, o convento das freiras concedera meio casal
cito no lugar da Porta em 12.05.1600128 e, logo de seguida, o outro meio casal
a António Dias. Pela descrição da propriedade de Inácio Jorge fazemos uma
ideia da antiga casa da Porta: Aceitemos um terreiro rodeado de casa e
anexos: uma casa de rés-do-chão em pedra e andar de taipa, com ramada,
e divisões assoalhadas em cima e duas cortes em baixo, mais um anexo,
possivelmente de pedra, também para gado, mais um palheiro e mais um
alpendre (metade de seu cunhado António Dias) e mais uma casa que servia
de cozinha: huas casas sobradadas e telhadas estão repartidas com duas
llogias por baixo E junto dellas hum cazal de gado e hum palheyro a metade
do allpendre e a outra metade he de ant.º dis seu cunhado e tem outra casa
q. serve de cozinha telhada e ante as portas huas serventias E esterqueyras e
hua ramada de frõ.te da casa de pedra. Afigura-se que Pedro Dias
[provavelmente, o pai de António Dias e também de Maria Dias] possuiu a
totalidade do mesmo casal. Um óbito de 1568 informa-nos que morreu Jõ pis
tendo sido testamenteiros seus filhos Jõ pis e p.º dis129. Para trás, sabemos que
um Gonçallo Dias deteve 2/3 de um casal cito na Porta em 16.05.1527130.
(Parece que o terço que faltava virá a ser aforado mais tarde, em 1558, a
Gonçalo Fernandes131). Precedem-nos, a todos, um Domingos Gil que recebera
o casal da Porta em 1522132. Só lá por meados de quinhentos é que os pais de
António Dias teriam "unificado" o velho casal que transmitem a dois filhos,
António e Maria Dias; António Dias (e sua m.er Maria Vaz) com seu cunhado

124
PRAZOS, livro com o n.º 10 contendo traslados de escrituras de 1599-1602 (antigo n.º ordem 137),
fl. 133, prazo de 20.05.1600.
125
SANTA EULÁLIA, livro 1 M. 1602-1636;1578-1635;1564-1632.
126
AUC, MSMA, Índice Geral dos Prazos regista-o, por lapso, como Pedro Jorge.
127
Um António Dias, de Moção, apadrinhou em 1599 Domingos, f.º de Catarina Vaz, da QUINTA DE
SELA (QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, PARÁGRAFO SEGUNDO).
128
PRAZOS, livro com o n.º 10..., cit., fl. 128v.
129
SANTA EULÁLIA, livro 1, cit.
130
PRAZOS, livro com o n.º 3 contendo traslados de escrituras de 1514-1528 (antigo n.º 128), fl.
478: escritura praticamente ilegível.
131
PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 88.
132
PRAZOS, livro com o n.º 3..., cit., fl. 92.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Inacio Jorge (e a m.er Maria Dias, sem dúvida, irmã de António Dias) estavam
então na Porta, em Maio de 1600. O prazo vai passar a Maria Vaz II [filha de
António Dias – aliás filha de outro casamento de sua m.er Maria Vaz] que o
possuia ainda em 1649 e com ela os herdeiros de Inacio Jorge. Por estes anos
Maria Vaz II estava viúva de Gonçalo Teixeira (+1645) e mãe de filhos, alguns
com notícia continuada na Porta: o P.e Beneficiado Sebastião Tavares e sua
irmã Maria Tavares Teixeira, ou Maria Vaz Teixeira. António Dias e Maria Dias
seriam, pois, irmãos; esta, casada com Inácio Jorge da Porta, cunhado de
António Dias; este, com sua m.er Maria Vaz, também da Porta – que repartiam
– segundo os respectivos prazos de 1600, data posterior à dos seus casamentos.
Teriam nascido por 1550/60. António Dias teria falecido e Maria Vaz voltaria a
casar com Domingos Vaz, depois de 1600, e do conúbio nasceu Maria Vaz II
que veio a matrimoniar-se na Porta em 1625 com Gonçalo Teixeira. Será? Ou
de modo ligeiramnete diferente: Maria Vaz fora casada com Domingos Vaz de
quem tinha Maria Vaz II e enviuvando voltou a casar-se com António Dias por
volta de 1600, e este criou a Maria Vaz II que casou com Gonçalo Teixeira.
Maria Vaz viúva está no reconhecimento deste aforamento, em 1649,
representada por seu filho António, de 22 anos, ao tempo com Ordens Menores
e mais tarde, presbítero. Voltando atrás, António Dias e sua irmã Maria Dias
parecem filhos de Pedro Dias que morre na Porta em 1590, eventualmente
casado com Catarina Pires que morre também na Porta em 1598, sogra de
Inácio Jorge que nomeara seu testamenteiro: Geração de 1520/40. Talvez
possamos formular uma hipótese:

João Piz, falecido em 1568


Testamenteiros: seus filhos João Piz e Pedro Dias
__________________________
I I
Isabel Guedes c.c. João Piz* P.º Dias c.a1575 c. Catarina Piz **
+ 1576 de Ronde, + 1599 + 1590 + 1598, sogra de Inácio Jorge
testamenteiros de seu pai Jõ Piz = João Piz "de Ronde"
e também dito do Moção
__________________ _____________
: I : I I
Jordão Aleixo** * Antónia D.gos Vaz 1ºX M.ª Vaz I 2ºX An.to Dias**** M.ª Dias c.c. Inácio Jorge
Guedes + 1566 Guedes Prazos da Porta, 1600 + 1625
+ 1636 de ANTERRONDE
Prazo 1578 c. 1593
c.c. Isabel Aranha
I + 1629
Aranhas-Guedes Maria Vaz II, + 1666 com desc. na Porta
c. 1625 c.
Gonçalo Teixeira, + 1645
CASA DA PORTA

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* Ver CASAS DE RONDE, CASA DE ANTERONDE


** Mãe de Nicolau + 1593 mancebo solteiro
*** Ainda se encontram: Fernando e Jorge, crismados em 1576 filhos de João Piz de Ronde; e Catarina
Guedes, f.ª de João Piz do Moção, c. 1584 c. António Jordão Guedes, de Chave, que foram pais e avós dos
Guedes, do Moção. Também, outro João Pires, irmão de Jordão Guedes e filho de João Pires, casou com
Maria Fernandes, moraram em Ronde e foram pais de Diogo Pires que iremos encontrar em CASA DE
POUSADA c. em 1611 c. Catarina Fernandes, daí.
**** Consta António Dias de Moção, pad. em 1599 de Domingos, f.º de Catarina Vaz e neto de ANTÓNIA
DIAS, da QUINTA DE SELA.

Olhando o esquema ... : a hipótese, embora frágil, parece razoável: Os aforamentos de 1600 são posteriores,
e logo seguidos ao decesso dos presumíveis pais, Pedro Dias em 1590 e Catarina Pires em 1598; por 1600,
Maria Dias estaria casada há vários anos com Inácio Jorge (faleceu este em 1625) e António Dias estava
vivo: Portanto, o 2.º C. de Maria Vaz é posterior a 1600; a filha Maria Vaz II teria logo nascido e, como veio
a casar em 1625, seria novita quando conheceu Gonçalo Teixeira: Maria Vaz II faleceu em 1666, contaria 65
anos e já estava viúva desde 1645, sendo possível que o marido, Gonçalo Teixeira, de quem se desconhece
a data do nascimento, tivesse vindo ao mundo e Casa de Eiriz antes de 1600 e desapareu com alguns 50 e
tantos, relativamente novo, em 1645, se comparado a seu velho pai que vivera até aos 80 anos.

Pedro Dias e seu irmão João Pires serão os mesmos que aparecem como
testamenteiros de seu pai João Pires, falecido em 1568 – geração de 1490/1500
– e não sei se casado com Catarina Anes, da Porta, falecida em 1576. O João
Pires II talvez coincida com João Pires de Ronde, pai de um Aleixo que morre
criança, ou adolescente, em 1566 e, ainda o mesmo, casado com Isabel
Guedes de quem consta o passamento em 1576, pais, se assim foi, além do
Aleixo, de Antónia Guedes casada em 1593 e com geração em ANTERONDE e
de Jordão Guedes (+ 1636) que casou com Isabel Aranha (+ 1629)133 e irão dar
os Aranha-Guedes. Para trás – também provavelmente da geração de 1490 –
ficava Gonçalo Dias que detivera 2/3 do casal da Porta desde 1527.
Por escritura de 25 de Janeiro de 1690 a enfiteuse em 1.ª vida pertence a Maria
Teixeira, ou Maria Tavares Teixeira – f.ª de Maria Vaz II e de seu marido Gonçalo
Teixeira – já viúva de Pero Soares Teles, com quem casara a 23 de Novembro
de 1654. Esta senhora vive muitos anos, mas é inaceitável tanto quanto o
assento de óbito afirma, pois aí se diz 14 de Agosto de 1792(!), tendo nomeado
testamenteiro seu genro José Vaz, casado com sua filha Maria Tavares Teixeira
II em 1701, falecido desde 1724! O decesso situou-se, sem dúvida, em 1712
(Aliás, o registo precedente e o subsequente são deste mesmo ano e o livro no
qual se inserem abrange os anos de 1706 a 1729). O aforamento irá ser
renovado a um dos netos da primeira Maria Tavares Teixeira, a Jacinto Teixeira,
casado com Antónia de Pinho Vieira. Falecida, ficou sendo 2.ª vida este
Jacinto, sem geração, que doou o prazo em 3.ª vida a seu sobrinho e afilhado

133
SANTA EULÁLIA, livro 1, cit., e livro 2, adiante.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 50 revisão e adendas de Maio de 2016
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o Dr. Jacinto Soares de Brito (nat. de MINHÃOS, filho de seu irmão Manuel José
Teixeira) que por tal fortuna se instala na PORTA: Dizem as notas das freiras que
a m.er de Jacinto Teixeira falleceu 1.º e caducou, ficando sendo 2.ª vida
Jacinto Teixeira e agora é 3.ª vida o Dr. Jacinto Soares de Brito134. Em suma, por
Maio de 1600 andava o prazo em António Dias c.c. Maria Vaz; passou a Maria
Vaz II, filha desta, que ainda o possuia em 1649, já viúva de Gonçalo Teixeira; a
Maria Tavares Teixeira, sua filha, o prazo é renovado em Janeiro de 1690 e volta
a mostrá-lo em 1707; depois, parece que tendo caducado, voltou a seu neto
Jacinto Teixeira casado com Antónia de Pinho Vieira, que faleceu, sendo
Jacinto considerado 2.ª vida, e deste veio a seu sobrinho e afilhado, o Dr.
Jacinto, 3.ª vida do velho prazo. Temos desta feita cerca de 300 anos de prazos
nos Teixeiras, ou mais precisamente, 2 ou 3 gerações de "Dias", da Porta, e por
casamento mais 4 gerações de Teixeiras na mesma casa. A casa vai por fim
para o 5.º filho em 11 da Porta (f.º varão, o mais velho depois do P.e Jacinto): o
alferes Narciso José Pereira do Amaral casado desde 1811 com Maria Tomásia,
de POUSADA, e que morre na Porta em Maio de 1848. O herdeiro virá a ser o
mais novo – "o último morgado da Porta", tal como o referem ainda hoje em
Arouca – do nome Joaquim Soares de Brito Portas.

134
AUC, MSMA, Livros de Cobrança das freg.s de Arouca, Burgo e Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 1, 3
(antigo n.º 10), fl. 124v.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 51 revisão e adendas de Maio de 2016
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O retrato de “O último morgado da Porta”

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 52 revisão e adendas de Maio de 2016
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A Casa da Porta

Acima, do lado voltado a sul,


vendo-se o desenvolvimento da Casa Antiga e o lado da Casa Nova

Abaixo, a entrada nova da Casa da Porta, voltada a poente

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 53 revisão e adendas de Maio de 2016
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1. MARIA VAZ casou a 14.04.1625 com GONÇALO TEIXEIRA: A fl. 122 do livro
1 de SANTA EULÁLIA vem uma notícia delida relativa àquele dia de Abril: ...
Teixeira com Maria Vaz moradores da Porta foram padrinhos Lourenço
Teixeira e Lionor Dias. Procurada a secção dos BB. vamos encontrar a partir
de 6 de Maio do ano seguinte os rebentos da Casa da Porta, filhos expressos,
ora de Gonçalo Teixeira, ora de Gonçalo Teixeira da Porta e de sua m.er,
ora de Maria Vaz e de Gonçalo Teixeira da Porta, ora ainda, de Gonçalo
Teixeira e de Maria Vaz da Porta: ao gosto do momento e ao longo dos anos
de 1626 até 1635, inclusivé. Podemos, assim, completar o assento truncado,
ficando claro que nesse dia casaram na Porta GONÇALO TEIXEIRA e MARIA
VAZ. Esta, f.ª de Domingos Vaz e de Maria Vaz, do casal do lugar da Porta;
ele, f.º de Gonçalo Teixeira e de sua m.er Maria Tavares, da CASA DE EIRIZ,
como iremos apurar pelas inquirições para Ordens Menores de seu filho
António. Mas, ainda que não tivesse sido encontrada qualquer prova da
filiação de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA (como durante muito tempo me
aconteceu), a coincidência perfeita dos nomes de baptismo dos filhos de
EIRIZ e dos filhos da PORTA, não podia deixar dúvidas: A ausência de prova
não prova coisíssima nenhuma e se provarmos que a prova não pode existir,
damos o favor ao discurso. Entrarei no argumento que gostava de aduzir a
favor da filiação de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA: que passará pelos nomes
dos filhos de ambas as casas: PORTA e EIRIZ. António era homónimo de dois
filhos de EIRIZ, um, falecido e muito mais velho, que conhecemos por um
apadrinhamento de 1605, e outro quase da mesma idade, futuro sucessor
na Casa; João, corresponde ao arcipreste João Tavares Teixeira; Maria, da
qual nos escapa a data do nascimento, traria o nome de uma Maria de EIRIZ
b. em 1626, além de repetir o de [sua avó] Maria Tavares; Sebastião Tavares,
P.e Beneficiado, é homónimo do comissário do Santo Ofício Sebastião
Tavares. Assim, os nomes dos filhos da CASA DA PORTA decalcam os da
CASA DE EIRIZ: António, 1627, o segundo, tem o seu homónimo no familiar
do Santo Ofício e herdeiro da CASA DE EIRIZ; Francisco, 1622, e outro
Francisco, 1632, o primeiro e o quarto, não tiveram, que eu saiba,
correspondente em Eiriz, mas trazem o nome de [seu tio materno] Francisco
Tavares de Pinho, nome aliás muito comum na estirpe destes Tavares; João,
1635, o quinto, tem o seu homónimo no abade, arcipreste e comissário do
Santo Ofício. João Teixeira Tavares [além de repetir o nome de seu tio avô e
de seu bisavô maternos]; Maria, talvez por 1637135, o sexto, herdeira da casa,

135
Os assentos saltam de 1636 para 1645.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 54 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

corresponde a outra do mesmo nome em EIRIZ [que traz, aliás, o nome de


sua própria mãe e o de sua avó paterna]; Sebastião, talvez por 1640, o futuro
beneficiado Padre Sebastião Tavares, ou Sebastião Tavares Teixeira, repete
o licenciado, abade e comissário do Santo Ofício Sebastião Tavares, de Eiriz;
(talvez um derradeiro, com reservas: Manuel Teixeira Tavares que aparece
c.c. Luzia de Pinho num prazo de 1707136, usa o nome do homónimo de EIRIZ,
continuador da QUINTA DE SÃO PEDRO, Manuel Teixeira Tavares). Perante
tudo isto, parece legítimo – se prova não houvesse – concluir pela filiação
de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA na velha casa de EIRIZ: Em primeiro lugar,
conhecemos a razão da falta do respectivo assento de baptismo, pois,
sendo que tudo indica ter nascido por 1600 ou até um pouco antes (casou
em 1625 e deram-lhe o primeiro filho em 1626), os livros de São Salvador do
Burgo são posteriores a 1620; segundo, mostrei a coincidência dos nomes de
baptismo dos filhos de EIRIZ e da PORTA; terceiro, dos sete filhos, três deles
usam nomes comuns na estirpe dos Tavares, trazidos de Maria Tavares, nat.
de Roças e casada em EIRIZ; quarto, o próprio Manuel e João pertencem
também aos Tavares de Pinho de Maria Tavares; quinto, o António que
nasce quatro anos depois de seu tio António Tavares Teixeira ou António
Tavares, apelida-se simplesmente António Teixeira para se diferenciar do de
EIRIZ; sexto, a herdeira da Casa é conhecida por Maria Teixeira ou Maria
Vaz, mas também por Maria Tavares Teixeira; sétimo, o padre beneficiado
da CASA DA PORTA – Sebastião – é chamado por Sebastião Tavares numa
clara alusão aos Tavares eclesiásticos de EIRIZ e especialmente a seu ilustre
tio – uns vinte e tal anos mais velho – o licenciado Sebastião Tavares que
pelos seus anos áureos e de prestígio de carreira trazia o seu sobrinhito ainda
nas primeiras letras do Mosteiro; por fim, todos os da PORTA tomaram o
apelido Tavares, tal como a apelido Teixeira, com excepção de António
Teixeira (frei António) – apenas conhecido em duas notícias: Representa sua
mãe no reconhecimento das propriedades em 1649, pelos seus 22 anos, e
morre em 1700 – para não ser confundido com seu tio António Tavares ou
Tavares Teixeira de EIRIZ, aliás, da mesma idade, praticamente: Enfim,
podemos consagrar a filiação: Coincidências a mais tornam-se evidências
que não carecem de demonstração. Um pequeno senão: O lacónico
assento não justifica a residência de Gonçalo Teixeira (e de Maria Vaz)
moradores na PORTA. E o que dizer de MARIA VAZ? O casal da Porta: que
possue Maria Vaz em 1649 e com ela os herdeiros de Inacio Jorge da Porta

136
PRAZOS, livro 47, III, 1ªD, 13, 2, 39 (antigo n.º ordem 167), fl. 222.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 55 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

... que foi de António Dias já defunto e hoje possue Maria Vaz, viúva, sua
filha, molher que foi de Gonçalo Teixeira, morador no dito casal da Porta a
coal [Maria Vaz] está citada para vir mostrar os títulos que tinha e fazer seu
reconhecimento e para mostrar as ditas terras e as dar a este tombo e
declarar suas confrontações ...137: Aqui se afirma que a viúva de GONÇALO
TEIXEIRA era filha de António Dias que possuia o casal da Porta; mas, nas
inquirições para Ordens Menores de António, filho da Casa, os pais de MARIA
VAZ foram Domingos Vaz e sua m.er Maria Vaz! Como entender a
discrepância? Temos de aceitar que estão certos os nomes dos avós
maternos do habilitante António Teixeira – ele assim o disse – ou seja, Maria
Vaz e seu marido Domingos Vaz; mas podia ter acontecido que esta Maria
Vaz I tivesse enviuvado de António Dias e voltado a casar com Domingos
Vaz: pois, efectivamente, a m.er de António Dias chamava-se Maria Vaz138;
ou melhor (como vimos atrás), tendo Maria Vaz enviuvado de Domingos Vaz
(de quem já teria Maria Vaz II) voltou a casar com António Dias que veio a
criar a mencionada filha de Domingos Vaz. Muito mais tarde, por 1650, os
louvados do reconhecimento do prazo vêem naquele António Dias o pai de
Maria Vaz II (quando seria padrasto, embora Senhor do prazo da Porta),
viúva de GONÇALO TEIXEIRA. (Se foi assim, a situação precede uma outra,
igual, que iremos encontrar em MINHÃOS, onde a avó das crianças nascidas
nas décadas de 70 e 80 do século dezanove não fora a 2.ª m.er, como
proclamaram, mas sim a 1.ª m.er do avô delas, Jacinto Soares de Brito!; e
muito antes, tivemos Jácome de Barros cujos filhos, do apelido Azevedo de
sua 1ª m.er, são ditos filhos do 2.º C!). Afigura-se, então, que MARIA VAZ não
era filha mas sim enteada de António Dias – ou melhor, filha de um anterior
matrimónio de sua m.er Maria Vaz – foreiro do casal da Porta, que lhe
transmitiu a propriedade: Com efeito, possuiu-a juntamente com os
herdeiros de Inácio Jorge. Como quer que seja, o matrimónio de GONÇALO
TEIXEIRA e de MARIA VAZ deu-se e foi testemunhado por Lourenço Teixeira e
por Leonor Dias. Lourenço Teixeira era f.º de Sebastião Teixeira e de Maria
Henriques [de Quadros], da QUINTA DE SÃO PEDRO, e contava 39 anos por
essa altura; Leonor Dias, talvez a viúva dos Currais falecida em 1658139 é
homónima da 1.ª m.er de Gonçalo Teixeira de Eiriz140 e, muito
provavelmente, meia-irmã do nubente da PORTA. De verdade, em certo
137
PRAZOS, Livro Tombo Velho da Freg. de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 4, 42 (antigo n.º ordem
263), fl. 123, a 2 de Março de 1649.
138
PRAZOS, livro 10, cit., fl. 133.
139
VILA, livro 20, O. 1613-1690.
140
Ver CASA DE EIRIZ.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 56 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

apadrinhamento, compareceram Gonçalo Teixeira e sua irmã Joana Dias,


[outra] meia-irmã de GONÇALO TEIXEIRA, f.ª do primeiro matrimónio de seu
pai141. GONÇALO TEIXEIRA morreu na PORTA a 8.04.1645 e MARIA VAZ
faleceu em 1666, a 4 de Março, deixando por sua alma 3 ofícios de 10
padres142. Uma palavra mais, só, relativa a Domingos Vaz e Maria Vaz: Os
nomes fazem pensar nos Vaz de POUSADA onde o primeiro foi Domyngue
Anes, dos nascidos por 1500, o segundo foi Gonçalo Domingues de Pousada
da geração seguinte e o terceiro foi Fernão Vaz de Pousada, casado em
1578 – parece que da geração de Domingos Vaz casado na Porta – pai,
este Fernão Vaz de Pousada, de outro Domingos Vaz, b. em 1608 e casado
em Moção.

FILHOS DE MARIA VAZ DA PORTA:

Maria Vaz c.c. Gonçalo Teixeira


_______________________________________________________
I I I I I I I
Francisco Frei António Ana ? Francisco João Maria ? P.e Sebastião
1626 1627 1632 1635 test.ro s/ irmão p.e António
+1700

Filhos nascidos na freg. de Santa Eulália143:

2. Francisco, b. a 6.05.1626, af.º de Francisco Tavares e de Manuel Tavares


[O primeiro, talvez Francisco Tavares de Pinho, tio de seu pai, ainda por
casar; o segundo, pode lembrar Manuel (Teixeira) Tavares, tio do próprio
neófito, mas é mais provável tratar-se de Manuel Tavares (de Pinho), outro
tio de seu pai, o mesmo que consta em iguais funções, abaixo144];

2. o vigário frei António Teixeira, b. a 21.11.1627, af.º de Manuel Tavares e de


Antónia Vieira [Provavelmente, futuros marido e m.er, ele, da QUINTA DE
TERÇOSO, a casar com quase 60 anos, em 1642, na QUINTA DE SELA]; ao frei
António respeita a inquirição feita a 11.12.1646 – se quer promover a primeira
tonsura, E mais graus de ordens menores145 –; representa e assina aos 22

141
No primeiro assento de C. da Freguesia de São Salvador do BURGO, em 1620, figuram como
pad.s Gonçalo Teixeira e joana dias sua irmã m.er de Brás Fernandes da Cabreira.
ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS...
142
SANTA EULÁLIA, livro 2 M. 1645-1673; 1638-1673; 1638-1673.
143
SANTA EULÁLIA, livro 1, cit.
144
Ver QUINTA DE TERÇOSO CASAS DE SELA introdução aos Tavares de Arouca.
145
AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa 260, n.º 6.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 57 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

anos, em 1649, por sua mãe Maria Vaz no reconhecimento do prazo da


Porta, onde declara: assino por minha May Maria Vaz; lavrou, entre muitos
outros registos de Rossas, o longo registo de óbito de D. Francisca, da QUINTA
DE TERÇOSO, em 1691; morre em 17.03.1700: O P.e Vig.ro Fr. An.to Teyxr.a foi
Sepultado na Capella mayor desta Igr. de Rosas aos dezaçete dias do mes
de Março do anno de digo de 1700 a. fes seus apontam.tos de manda
perante testemunhas em o qual deixou tres officios de 15 clerigos e de
offerta em o dia do obito 750 réis e nos mais officios a 300 réis, e p.ª os pobres
coatro alq.res de pam, e dous alm.des de uinho, deixou por seu
testament.ro, o P.e Sabastião Tavares do lugar da Porta seu Irmão, e por
herd.ros seu sobrinho Fr.co Teyxra146 e sua Irmã M.ª Teyxra. da Porta, e seu
sobrinho An.to Teyxra. de Valdasna. O Vig.ro encomendado o licenciado
Domingos Frra. Brandão147;

(2). Ana, b. a 9.11.1629 – que aqui encaixa muito bem, embora no assento
se diga apenas f.ª de Gonçalo Teixeira148 – foi af.ª de Diogo Pinto e de
Catarina Ferreira;

2. Francisco, outro do nome, possivelmente porque o primogénito tinha


falecido, foi b. a 4.11.1632 e af.º de ...laio Vieira e sua m.er;

2. João, b. em o dia de São Martinho [12.11] de 1635 , af.º de Maria solt.ra


do mesmo lugar asima;

2. MARIA TAVARES TEIXEIRA149, que segue adiante;

2. O P.e Beneficiado Sebastião Tavares. Entrou para a “Irmandade dos


Sacerdotes da vale de Arouca”, da invocação de Nossa Senhora da
Anunciação, em 1664, e passou a juiz da mesma em 1681150. Vários prazos
lhe foram concedidos ou confirmados: Na Porta, a 26.03.1687 em 1.ª vida151;

146
O munus em Roças e o facto de contemplar seu sobrinho Francisco, talvez explique o
matrimónio deste em Roças, se é que tal sobrinho coincide com Francisco Teixeira Teles c.c.
uma Valente, de Roças, adiante.
147
ROÇAS, livro 3 O. 1682-1735.
148
Note-se que Gonçalo Teixeira de Sá alterna com Gonçalo Teixeira da Porta, por estes mesmos
tempos, ao levarem os respectivos filhos à pia baptismal.
149
Faltam os registos entre 1636 e 1644, tal como já lembrei.
150
SIMÕES JÚNIOR, Notas esparsas, cit.
151
PRAZOS, Livro tombo velho da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 4, 41 (antigo n.º ordem
262). Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 261; livro com o n.º 41..., III,
1ªD, 13, 2, 33 (antigo n.º ordem 159), fl. 67; e ainda, Índice Geral dos Foros do c.º de Arouca,
III, 1ªD, 13, 4, 10 (antigo n.º ordem 230).

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 58 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

em 17.12.1706, reconhecimento das propriedades que possue o reverendo


P.e Sebastião Teixeira e sua irmã Maria Teixeira Dona viuva de Pedro Soares
Telles do lugar da Porta e as propriedades citas em Parada152; em 1707, o
prazo do casal do Carvalho153; o reconhecimento das propriedades
pertencentes ao prazo que foy do P.e andré da costa154 em que é primeira
vida o reverendo P.e Sebastião Tavares Teixeira do lugar da Porta155; na
Várzea, é citado o reverendo P.e Sebastião Tavares do lugar da Porta156. Foi
nomeado testamenteiro de seu irmão frei António;

Fac-símile do registo de óbito de Maria Tavares Teixeira I

2. MARIA TAVARES TEIXEIRA I ou simplesmente Maria Teixeira ou Maria Tavares


ou ainda Maria Vaz Teixeira, mor.a no lugar da Porta, filha dos pais acima,
casou, a 22.11.1654, com PERO SOARES TELES, que veio da villa de trancozo
de Alvarenga157, muito provavelmente dos Soares Mendes Teles daí158.
Viveu, Pedro Soares, vinte anos casado na PORTA até falecer a 11.07.1674159;
apadrinha em Tropeço, a 17.08.1667, onde se declina capitão Pedro Soares
Teles morador na Porta; comparecera na qualidade de pad. num B. de

152
Idem, Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 165.
153
Idem, ibidem, fl. 245.
154
Este André da Costa, do casal do Carvalho, talvez fosse outro dos sobrinhos de André Varela,
da Quintã do Carvalho (que vimos na QUINTA DE MINHÃOS).
155
Idem, ibidem, fl. 261?
156
PRAZOS, livro com o n.º 5 - Tombo das Freg.s de Várzea, Rossas, Albergaria e Cabreiros,
III, 1ªD, 13, 3, 28 (antigo n.º ordem 208), fl. 120.
157
SANTA EULÁLIA, livro 2, cit.
158
Enquadramento que o trabalho - Os Telles de Santa Cruz de Alvarenga -, do meu amigo João
Bernardo Galvão-Telles, ainda não esclareceu.
159
SANTA EULÁLIA, livro 3 M. 1675-1705, 1674-1705, 1674-1705.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 59 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

SANTA EULÁLIA, a 5.03.1671, juntamente com Francisca, f.ª de Maria do


Amaral, de MINHÃOS. Dela, MARIA TEIXEIRA, é surpreendente o assento de
óbito, por excessivamente tardio: Em os catorze dias do mes de Agosto de
mil e setec.tos e nouenta e dois se faleceu da vida prez.te Maria Teix.ra do
Lugar da Porta desta freg. e fes testamento em q deixou tres off.os de v.te
padres mes e anno e deixou q seu corpo foce sepultado no semiterio de
seus antepassados dentro em a igreja donde era freg.a e deixou de esmolas
as confr.as desta Ig.a deixou as conf.as como constara da manda e doos
pazaes do Burgo da freg. do Salvador e seus f.ºs por erd.ºs de seus bens
moveis e p.a fazer e cumprir com estes bens de alma deixou a seu genro
Joseph Vas do mesmo lugar por testamentr. de q fis este acento era ut supra
- João Roiz160. Aliás, Joseph Vas tinha já falecido, ía para 68 anos, em 1724!
Só se entende (entende?) que se tenha escrito noventa e dois por doze.

O acervo do Mosteiro guarda numerosas referências a MARIA TAVARES


TEIXEIRA, todavia, já, então viúva: Em 25.01.1690, a Maria Teixeira viuva de
Pedro Soares, 1.ª vida161; a Jacinto Teixeira e sua m.er por p.zo em que foi 1.ª
vida Maria Teixeira, viuva, feito em 15.01.1690162; a Jacinto Teixeira por p.zo
feito a Maria Teixeira163. Em 17.12.1706, o Reconhecimento das propriedades
que possue o P.e Sebastião Tavares e sua irmã Maria Teixeira Dona viuva de
Pedro Soares Telles do lugar da Porta e as propriedades sitas em Parada164.
A Maria Teixeira viuva de P.º Soares da Porta165. A Maria Teixiera Dona viuva
de Pedro Soares Telles166. Em 12.07.1707, a Maria Teixeira Dona viuva de
Pedro Soares Telles167. Em 22.07.1707, Parada, Maria Teixeira v.ª de P.º Soares
Telles da Porta168, 1.ª vida.

FILHOS DE MARIA TAVARES TEIXEIRA I:

160
SANTA EULÁLIA, livro 4, M. 1705-1720; 1706-1727, 1705-1729.
161
PRAZOS, Indice Geral dos Foros..., cit.
162
Idem, Livro 10 de Cobrança..., cit., fl. 142v.
163
Idem, Livro de Cobrança da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 1,11 (antigo n.º ordem
11), fl. 15v.
164
Idem, Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 155.
165
Idem, ibidem, fl. 239; em 12.03.1707.
166
Idem, ibidem, fl. 251v.
167
PRAZOS, livro com o n.º 46...1701-1708, III, 1ªD, 13, 2, 38 (antigo n.º 46), fl. 276.
168
Idem, Livro 10 de Cobrança..., cit., fl. 235v.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 60 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

MARIA TAVARES TEIXEIRA c.c. Pero Soares Teles


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I I I I I I
Francisco P.e Manuel Teixeira Maria Tavares Teixeira António Teixeira Teles Francisca Pedro
1655 1658 1662 1664 1667 1671
+ Roças 1706

O livro está muito deteriorado, mas ainda assim foi possível encontrar os
assentos de seis filhos. Os nascimentos são algo tanto irregulares: Francisco
nasce no ano seguinte ao do matrimónio dos pais, 13 meses volvidos; segue-
se Manuel – o futuro P.e Manuel Teixeira – passados dois anos inteiros, 56 e
57 sem crianças, surge ele em Fevereiro do terceiro ano; 4 anos e 2 meses
nasce Maria; 2 anos e 3 meses depois vem António; decorrem dois anos
completos sem filhos até Francisca que faz diferença do anterior 2 anos e 8
meses; por fim, Pedro, a 4 anos e meio do penúltimo: Verificação que se
evidencia por ser rara. Contam-se 6 filhos em 17 anos de matrimónio:
espaçados quase de 3 anos de intervalo-médio.
Tiveram, então, nascidos em SANTA EULÁLIA169:

Pelourinho de Alvarenga, na vila de Trancoso170

3. Francisco, b. a 29.12.1655 e foi padrinho D.õs malafaja m.as morador na


villa darouqua [Domingos Malafaia Mascarenhas da CASA GRANDE, casado
com uma prima coirmã de seu avô mat.]; foi herdeiro de seu tio frei António
Teixeira, em 1700, juntamente com seus irmãos Maria, então ainda solteira,

169
SANTA EULÁLIA, livro 2, cit.
170
Website da Câmara de Alvarenga.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 61 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

e António, casado em VALDASNA; deverá tratar-se de Francisco Teixeira


Teles casado com Hermínia Valente, pais de Jerónima Valente casada na
Casa do Picoto171. Dito Francisco Teixeira da Sinja [Roças], testemunha em
Urrô em 1692.

3. O P.e Manuel Teixeira, b. a 12.02.1658 e foi padrinho Hjeronimo Tavares de


Terçozo freg. de Roças [Jerónimo Tavares Teixeira da QUINTA DE SELA172,
primo coirmão da avó materna do neófito]; amadrinha em 1686 com sua
irmã Francisca, abaixo; testemunha o casamento em 1701 de sua irmã
Maria; a 18.12.1715, morre Francisca sol.ta cryada do P.e Manoel Teixeira da
Porta173; e o próprio, também na PORTA, a 6.04.1725, onde fez testamento
mandou fazer 3 officios de dez padres e mandou dizer 60 missas174; teve uma
filha, pois nos paroquiais de Urrô encontra-se Custódia, b. em 4.02.1731, f.ª
de Maria Teixeira, de Urrô, f.ª do P.e Manuel Teixeira, do lugar da Porta175;

171
CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, Aranhas do Picôto.
172
Estaria ainda em TERÇOSO em 1658? Fora testamenteiro e herdeiro de seu tio de SELA em
1642 e, depois, Senhor e mor. na sua QUINTA DE SELA, onde faleceu em 1683.
173
SANTA EULÁLIA, livro 4, cit.
174
Idem, ibidem.
175
URRÔ, livro 5 B. 1728-1750.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 62 revisão e adendas de Maio de 2016
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Representação de Tavares-Teixeira na base do cruzeiro do adro de São Miguel,


anterior, por certo, a 1683176, atribuível a Jerónimo Tavares Teixeira, de SELA, primo
coirmão de Gonçalo Teixeira, da PORTA.

3. MARIA TAVARES TEIXEIRA, que segue;

3. António Teixeira Teles foi b. a 25.07.1664 e dele foi padrinho An.to Tavares
Teix.ra do lugar de Eiris freg. do Salvador [tio paterno de sua mãe]; casou em
1690 na QUINTA DE VALDASNA, onde segue;

3. Francisca, b. a 15.03.1667, de quem foi p. Mel Soares de Alvarenga


[Manuel Soares, de Alvarenga, possivelmente, seu tio paterno]; amadrinhou
Sebastiana, f.ª de António Fernandes e Jerónima Tavares, a 20.01.1686, na
companhia de seu irmão Manuel, filhos de Maria Teixeira da Porta; teria
falecido, pois não vem contemplada no testamento de seu tio frei António
em 1700 e, se assim foi, não pode ser a Francisca solteira da Porta mãe de
um António, b. a 12.09.1705, havido de Domingos Vaz [casado com Isabel
Tavares] af.º de Jacinto P.ra de Minhãos e de M.el de Azevedo por sua f.ª
Mecia de villa nova da freg. do Salvador177;

3. Pedro, b. a 7.09.1671, p. o P.e Mel do Amaral de Minhãos178. (A insistência


com a MINHÃOS terá ficado a dever-se à proximidade geográfica, mas,
curiosamente, prefigura o enlace que se vai verificar em 1739).

3. MARIA TAVARES TEIXEIRA II, segunda do nome, ou simplesmente Maria


Teixeira, foi b. a 20.04.1662 e af.ª do P.e Simão Ferreira179 e de D. Maria do
Amaral recém-casada com Henrique Teles Bravo, ou de Meneses, da
QUINTA DE ROMARIZ; foi herdeira em 1700, juntamente com seus irmãos
Francisco e António de seu tio frei António Teixeira; casou a 25.01.1701 com
JOSÉ VAZ – matrimónio testemunhado pelo P.e Manuel Teixeira180 – que fora

176
GONÇALVES - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Aveiro, Zona Nordeste, escreve:
"parecendo ler-se-lhe o milésimo de 1664". Lapso, pois a data é a do padre Pedro, por perto.
177
Francisca solteira da Porta poderá ter sido uma criada da casa; Domingos Vaz estava casado
com Isabel Tavares, de Vilar (Também aparecem em Moção, no lugar da Porta e em Vila Nova)
e serão tratados em CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE, como bisavós da m.er do Tab.
Fernando José Tavares.
178
Ver QUINTA DE MINHÃOS, esquema 7: O P.e Manuel do Amaral de Minhãos poderá parecer
o irmão de Francisca da Cunha, filhos de Maria do Amaral de Minhãos, porque este só dois
anos depois inicia o vicariato em Souselas, mas é mais provável tratar-se do P.e Manuel do
Amaral de Minhãos, primo de Francisca da Cunha.
179
ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VELHOS REIMÕES: O P.e Simão Ferreira Velho
andaria pelos seus 70 anos.
180
SANTA EULÁLIA, livro 3, cit

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 63 revisão e adendas de Maio de 2016
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b. a 24.10.1667, f.º de Jerónimo Vaz e de Catarina Gonçalves, de Urrô181.


JOSÉ VAZ foi 3.ª vida do prazo de Pousada que recebeu de sua madrinha [e
tia] Lionor Vaz de POUSADA – Reconhecimento das propriedades
pertencentes ao prazo que foi de Domingos Vaz e sua irmãs de Pousada em
que he terceira vida [do prazo de 5.06.1649], Joseph Vaz casado com Maria
Teixeira do lugar da Porta tudo freg. de Santa Eulália a 28 de abril de 1707.
(É provável que Jerónimo Vaz, de POUSADA – pai de José Vaz – irmão fosse
de um João Vaz também casado em Urrô com Maria Tavares e irmãos, estes,
de Domingos Vaz, de Isabel e Leonor, filhos de Fernão Vaz de Pousada, a
aventar em CASA DE POUSADA. Com efeito, referenciam-se Domingos Vaz
f.º de Fernão Vaz de Pousada e suas irmãs Leonor e Isabel solteiras, diz-se,
ainda, que Domingos casara com Maria Dias de Moção182). Faleceu JOSÉ
VAZ, da PORTA a 5.08.1724183 e MARIA TAVARES TEIXEIRA, também na PORTA,
com 74 anos em 23.05.1736184.

FILHOS E NETOS DE MARIA TAVARES TEIXEIRA II:

MARIA TAVARES TEIXEIRA II c.c. José Vaz


____________________________________
I I I
Sebastiana Teixeira Jacinto Teixeira Manuel José Teixeira c.c. Joana Maria do Amaral
1702 1703 1704
____________________
I I
António José Teixeira Dr. Jacinto Soares de Brito
1743 1744

Tiveram, nascidos na CASA DA PORTA185:

4. Sebastiana, f.ª de Maria Teixeira do lugar da Porta, mad., como acima


dito, de Sebastiana de VALDASNA em 1730; mad. em 1733 de uma f.ª
bastarda do P.e João Bernardo do Amaral e Cunha, da QUINTA DE
MINHÃOS; faleceu solteira, na PORTA, a 16.07.1735186; fora b. a 29.01.1702,
af.ª do P.e Manuel Gonçalves Teixeira e de Jerónima, moça donzela, f.ª de
Francisco Teixeira, de Roças. [O P.e Manuel Gonçalves Teixeira era,
provavelmente, o Manuel, b. em 1666, f.º de José Gonçalves Teixeira e de

181
SANTA EULÁLIA, livro 2, cit.
182
PRAZOS, Livro com o n.º 3 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 3, 26 (antigo
n.º ordem 206), fl. 14. Domingos Vaz e Maria Dias, de Moção, não tiveram geração, como se
verá em CASA DE POUSADA; igualmente nesta, apresentarei Domingos Vaz, de Moção,
casado com Isabel Tavares, de Vilar, da nota acima.
183
SANTA EULÁLIA, livro 4, cit.
184
SANTA EULÁLIA, livro 10 O. 1729-1797.
185
SANTA EULÁLIA, livro 3, cit.
186
SANTA EULÁLIA, livro 10, cit.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 64 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Isabel Godinha da QUINTA DA LAMEIRA, também referido e apadrinhando


nesta quinta; Francisco Teixeira, de Roças, não parece ser Francisco Tavares
de Távora, f.º de Jerónimo Tavares Teixeira, embora tivesse tido uma f.ª
Jerónima, n. em 1682: pois eram de SELA e não de Roças, tendo sido
possivelmente algum descendente de qualquer dos Teixeiras da Barroca de
Roças (de novo, abaixo: Francisco Teixeira da Barroca de Roças) donde
eram André Fernandes, Gonçalo Teixeira, Catarina e Isabel Vieira187, ou
melhor, seu próprio tio Francisco Teixeira casado na Barroca.

4. JACINTO TEIXEIRA, que segue;

4. Manuel José Teixeira, nat. da CASA DA PORTA, de Santa Eulália de Arouca,


b. a 2.10.1704, af.º do P.e Gonçalo Ribeiro de Santa Marinha, e de Francisco
Teixeira da Barroca de Roças188, casou em Minhãos com Joanna Maria (ou
Mafalda) do Amaral e Cunha, b. 26.05.1703, filha de Jacinto Pereira do
Amaral e Cunha, da QUINTA DE MINHÃOS, e de sua m.er Serafina Soares de
Brito, nat. da vila de Angeja, aí casados em 12 de Junho de 1698189, que lhes
fizeram (à filha e futuro genro) dote para casar em Maio de 1739190, vindo
Joana Maria a falecer viúva em 1779 na sua QUINTA DE MINHÃOS. Manuel
José Teixeira estava ainda solteiro, na PORTA, quando pad. de António de
VALDASNA; pad., pouco depois, de Manuel, também de VALDASNA, em
1745; pad., também, do C. de Manuel Pereira e Maria Teixeira, de Vinhas,
em 22.02.1757, dito morador na sua quinta de Minhãos. Manuel José Teixeira
era irmão de Jacinto Teixeira, acima, Senhor do prazo da Porta e outros bens
de que fez dote, antes de falecer aos 16.10.1774, a seu sobrinho o Dr. Jacinto
Soares de Brito, adiante, f.º deste Manuel José Teixeira. Com sua m.er Joana
Maria do Amaral viveu em Minhãos e teve dela filhos:

5. António José Teixeira191, b. pelo abade Gaspar Barbosa Malheiro [tio de


sua futura m.er Paula Maria], a 11.02.1743, com o nome de António de São
187
Também desconsiderei ser Francisco Tavares Teixeira de Terçoso, Roças, pois sua m.er D.
Francisca tinha falecido em 1691 deixando testamenteiro seu f.º Teotónio (e não seu marido);
Francisco Teixeira seria Francisco Teixeira Teles, n. na PORTA em 1655, acima, casado com
Hermínia Valente e mor.s, precisamente, na Barroca de Roças.
188
SANTA EULÁLIA, livro 3, cit. Ver acima, no texto, Francisco Teixeira da Barroca de Roças,
189
Serafina Soares de Brito - por quem veio o apelido Brito à CASA DA PORTA - era filha de
Marcos Ferreira de Azevedo, de Frossos, e de sua m.er Juliana Soares, de Salreu, neta
paterna de Marcos Ferreira de Almeida, de Macinhata do Vouga, e de Serafina de Brito de
Azevedo, de Frossos: como vimos em QUINTA DE MINHÃOS.
190
ADA, Notariais de Arouca, Tab. António José Teixeira, livro 275-102, fl. 23.
191
Manuscritos de Arouca…, p. 27: A um homónimo respeita a "Carta de Bacharel concedida pela
Universidade de Coimbra a António Joseph Teixeira, natural de Termo da Villa de Arouca", de
1762, o licenciado António José Teixeira [Furtado] - f.º de outro António José Teixeira, de São

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 65 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Francisco, af.º do reverendo abade de Santa Marinha de Tropeço o


reverendo Doutor João Godinho da Costa192; casou em 10.05.1764 com
Paula Maria Barbosa Cerqueira, f.ª de João Rodrigues Cerqueira e de sua
m.er Francisca Barbosa, do lugar da Laranjeira de São Pedro do Souto, Arcos
de Valdevez. António José e sua m.er Paula Maria moravam em Minhãos em
1772, data em que sua m.er foi mad. de B. de sua sobrinha Felicidade, filha
do Dr. Jacinto Soares de Brito, e, ele, pad. de uma outra filha do mesmo,
Margarida Rosa, em 1775; ausentou-se em 1778, para as partes da América,
onde terá falecido, e sua m.er morreu em 1788, em MINHÃOS, com
geração193;

5. o licenciado JACINTO SOARES DE BRITO, que sucedeu a seu tio JACINTO


TEIXEIRA e ambos seguem, adiante.

Entrada na Casa da Porta

Miguel de Bustelo, Porto, coincidindo talvez com o Tab. António José Teixeira, actos de 1731
a 1743 dos Notariais de Arouca, casado na Porta em 1740 com Custódia Josefa Furtada - que
viria a casar com uma irmã do também Tab. Fernando José Tavares: tudo, em CASAS DE
RONDE, QUINTA DE RONDE.
192
SANTA EULÁLIA, livro 5 B. 1720-1749, registo que inclui os pais e avós acima.
193
Ver QUINTA DE MINHÃOS.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 66 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Esquema: Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira

João Vieira c. 1679 c. Maria Fernandes


de Lourosa do Campo das Eiras
I I
O capitão Domingos de Pinho Pimenta c.c. Maria Fernandes Antónia de Pinho Vieira + 26.03?.1770
b. 1680 ou Aranha
moradores nas Eiras, Burgo c. a. 1733 c.
Prazo das Eiras, 1684, 1.ª e 2.ª vidas Jacinto Teixeira, da Porta, + 1774
pad. de C. de Angélica de São José de Pinho Vieira, sua sobrinha-afim
I I I I
Angélica de São José Antónia P.e D.gos de Outros
de Pinho Vieira de Pinho Pinho Pimenta Ver: Os Pinhos, da Pimenta e das Eiras
ou Vieira pad. de sua sobrinha
Pinho Pimenta Pimenta Ana Angélica
c. 1743 c. 3.ª vida
Fr.co Fernandes do prazo
da Casinha das Eiras
I I I I
Maria Francisco Ana Angélica Outros
1744 1746 de São José Ver: Os Pinhos, da Pimenta e das Eiras
af.ª de af.º de de Pinho Vieira
An.ta Vieira Jacinto Teixeira 1747
da Porta, e sua m.er c. 26 Abril 1770 c.
sua tia-avó An.ta de Pinho Vieira Dr. Jacinto Soares de Brito
seus tios-avós af.º de seu tio Jacinto Teixeira

É confusa a repetição dos nomes nestes Pinho Vieira:


Antónia de Pinho Vieira ou Aranha
Angélica de São José de Pinho Vieira ou Pimenta
Antónia de Pinho Vieira Pimenta
Ana Angélica de São José de Pinho Vieira

agravada pelo facto de, nos documentos, os nomes figurarem incompletos. Todavia, consegui ordená-
las em QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos da Pimenta e das Eiras.
Aqui, reproduzo, em esquema simplificado, evidenciando as relações de parentesco de sangue e de
compadrio. Também se vê que Jacinto Teixeira, da Porta, além de tio do Dr. Jacinto Soares de Brito -
que fez seu herdeiro - era pad. de C. dos sogros do mesmo Dr. Jacinto: É de supor que Jacinto Teixeira,
que viveu até 1774, tivesse tratado o casamento de seu sobrinho, em 1770, com uma filha de seus
sobrinhos e afilhados, da Casinha. Curioso, também, é o facto do assento de O. de Antónia de Pinho
Vieira (26.03?.1770) cair no mesmo dia e ano (e do mês anterior?) ao do C. de seu sobrinho-neto Dr.
Jacinto (26.04.1770).

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 67 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

4. JACINTO TEIXEIRA, b. a 19.02.1703, af.º de Jacinto de Quadros de São


Pedro194 e, madrinha, o P.e Manuel Teixeira [seu tio], do lugar da Porta195;
pad. de Sebastiana, 1730, da QUINTA DE VALDASNA, juntamente com sua
irmã Sebastiana, ambos solteiros; documentado em 1737 “Juiz Ordinário”196;
testemunha de casamento, em 1743, de Francisco Fernandes da Casinha
com Angélica de Pinho de São José, do Burgo197; pad, juntamente com sua
m.er ANTÓNIA DE PINHO VIEIRA DE SÃO JOSÉ, em 1745, de um f.º de Manuel
Pereira e neto de Jacinto Pereira do Amaral; pad. de Maria, 1750, da CASA
DA CAVADA DO ARIEIRO. Morreu em 1774: ...aos dezassete dias do mes de
outubro de mil, setecentos e setenta e quatro foi sepultado na Igreja
parochial desta freg. de Santa Eulália de Arouca Jacinto Teixeira, viuvo da
Porta e meu freguez, o qual havia falecido no dia antes com todos os
sacramentos, e com testamento incluso na escrituração dote que havia
feito para cazar seu sobrinho o Dr. Jacinto Soares de Brito ...198. Não tivera
geração, e por dote do mesmo, a Casa passará a JACINTO SOARES DE
BRITO, seu sobrinho e afilhado:

5. O licenciado199 JACINTO SOARES DE BRITO, b. aos 21 de Julho de 1744,


afilhado e herdeiro de seu tio Jacinto Teixeira, da PORTA, e de Leonarda
Teresa [sua tia materna] e por procuração sua tocou o Padre Ricardo Joze
Telles [f.º de Manuel Pereira Burgos]200; foi já em Coimbra que, primeiro,
recebeu ordens menores, aos 13 anos de idade (1757) – e também seu irmão
António, onde estavam201 com os nomes, respectivamente, de Jacinto
Teixeira do Amaral e de António Soares de Amaral e com os pais e avós
acima; sete anos depois, e já com 20 de idade, aparece matriculado em
Cânones, Instituta em 1764, seguido de mais cinco anos de Cânones, de
1765 a 1769202; voltou a Arouca para casar aos 26 anos, em 1770, no dia 26
de Abril com ANA ANGÉLICA DE SÃO JOSÉ DE PINHO VIEIRA, de quem
haviam de ficar 11 filhos. O matrimónio fora testemunhado pelo reverendo
abade de Luzim, Ricardo José Teles, e pelo reverendo P.e António Barbosa

194
QUINTA DE SÃO PEDRO.
195
SANTA EULÁLIA, livro 3, cit.
196
GONÇALVES - Município de Arouca…, p. 51.
197
SANTA EULÁLIA, livro 8 C. 1727-1770.
198
SANTA EULÁLIA, livro 10, cit.
199
Tratado por licenciado no assento de B. do primeiro filho, Jacinto, 1771; por Doutor no registo
de B. de outros filhos: Bernardina Rosa, 1774; Narciso, 1776; Luís, 1787 e também em alguns
registos de C.
200
SANTA EULÁLIA, livro 5, cit. Para Manuel Pereira Burgos, ver QUINTA DE ROMARIZ.
201
AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa. 577, n.º 3.
202
Universidade de Coimbra. Ficheiro de Matrículas.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 68 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Malheiro, coadjutor203. JACINTO SOARES DE BRITO foi Comissário das


Amendoeiras em Arouca204. ANA ANGÉLICA, b. a 21.12.1747 e af.ª do P.e
Domingos de Pinho Pimenta [seu tio], era filha de Francisco Fernandes, da
Casinha, e de sua m.er Angélica de São José de Pinho Vieira, ou de Pinho
Pimenta; neta paterna de Bernardo Fernandes e de Marta João, da
Casinha, e neta materna do capitão Domingos de Pinho Pimenta, do lugar
deste nome de São Salvador do Burgo e de Maria Fernandes, das Eiras,
também do Burgo205; sobrinha-neta de Antónia de Pinho Vieira, irmã da avó
Maria Fernandes, casada com o padrinho e tio de seu marido, Jacinto
Teixeira, da PORTA, acima206. Teve irmãos, um deles, José Casimiro Fernandes
de Pinho Pimenta, por quem se continua a casa da Casinha207. O Dr.
JACINTO SOARES DE BRITO e sua m.er ANA ANGÉLICA DE SÃO JOSÉ DE
PINHO VIEIRA, antes de falecerem, ele aos 18 de Janeiro de 1821, sepultado
a 20, e ela aos 18 de Setembro de 1815, registo a 19208, tiveram seus filhos na
CASA DA PORTA209:

FILHOS DO DR. JACINTO DA PORTA:

Dr. Jacinto Soares de Brito c.c. Ana Angélica de São José de Pinho Vieira

P.e Jacinto Soares de Brito, 1771


Felicidade Soares de Brito, 1772
Bernardina Rosa Teixeira, 1774
Margarida Rosa Teixeira, 1775
Narciso José Pereira do Amaral, 1776
Francisco António Teixiera, 1778
Genoveva Teixeira, 1779
Ana Benedita, 1782
Caetano Pereira Teles, 1785
Luís António Teixeira, 1787
P.e António Soares de Brito, 1789

203
SANTA EULÁLIA, livro 9 C. 1770-1818. QUINTA DE ROMARIZ: onde o abade de Luzim era
um dos filhos de Moção e ROMARIZ; o P.e António Barbosa Malheiro era sobrinho e coadjutor
do reverendo Gaspar Barbosa Malheiro e irmão de Paula Maria Barbosa, de MINHÃOS.
204
SIMÕES JÚNIOR, Notas esparsas, cit.
205
Ver QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho de Arouca, Os Pinhos, da Pimenta e
das Eiras.
206
Ver, atrás, esquema: Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira.
207
Ver QUINTA DA LAMEIRA, cit.
208
SANTA EULÁLIA, livro 46 O. 1797-1841.
209
SANTA EULÁLIA, livro 7 B. 1770-1794.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 69 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Assento de óbito do Dr. Jcinto lançado por seu f.º o Encomendado Jacinto Soares de Brito

6. O P.e Jacinto Soares de Brito, b. a 10.02.1771 pelo reverendo João dos


Santos Reis [da QUINTA DE VALDASNA], cura da Freguezia da Villa de
Arouca, foi af.º do Reverendo Abbade de Sam Miguel de Urró Manoel
Antonio da Guerra e Donna Mafalda Josefa moradora na sua quinta de

Murça desta freguezia210, segundo o assento lavrado pelo cura António


Barbosa Malheiro. O P.e Jacinto Soares de Brito aparece como coadjutor e
também como Encomendado em vários registos de Santa Eulália; integra o
rol dos padres desta igreja no ano de 1793211, em que contava 22 anos;
consta o assento de óbito a 8.07.1837, com registo a 9 do mesmo212. Deixou
testamento cerrado escrito por sua própria mão em 27 de Janeiro, aditado
em 6 de Março e registado em 21 de Abril, tudo de 1837; pouco depois,
aberto na Quinta da Porta morada de Narciso Joze Pereira do Amaral a 7
de Julho (dia em que, afinal, teria falecido). As disposições foram cumpridas,
como consta da sentença dada por António Joze de Sousa Administrador
neste Concelho de Arouca, o presente anno, por Sua Magestade e de
licença que Deos guarde: Faço saber que tomei conta dos docum.tos do
testamento da pessoa supra e declarada, e pelo achar cumprido o julguei
por sentença e dando que contra seos irdeiros se não proceda - 16.06.1839.
António José de Sousa, de POUSADA (embora figurando na qualidade de
administrador do conselho – por se tratar de testamento cerrado – e de estar
casado em ALHAVAITE, era irmão de Maria Tomásia de POUSADA casada
na PORTA): não sendo de estranhar, pois, que o testamento se conserve no

210
Ver QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos de Eiriz.
211
SIMÕES JÚNIOR - Notas esparsas, mencionado.
212
SANTA EULÁLIA, livro 46, cit.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 70 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

arquivo particular da CASA DE POUSADA. O testamento ressuma a


disposições de patriarca que, declarava – sempre foi m.ª vontade conservar
a casa onde nasci para bem de meos Irmãos e sobr.os. Naquele de 1837
viviam com ele na CASA DA PORTA seus irmãos, Narciso casado com Maria
Tomásia, Francisco e Ana, solteiros, e o P.e António; os restantes estavam
casados fora: Felicidade em Monte Moção, Bernardina na Casa da Sousa,
Margarida na Quinta da Felgueira213, Genoveva na CASA DA LAVANDEIRA,
Caetano na QUINTA DE MINHÃOS e Luís em Penso214. Mandava que seu
corpo fosse envolto no hábito de São Pedro e sepultado dentro da igreja e
acompanhado o enterramento de todos os clérigos que poder ser; 300
missas resadas, mais 50 por alma de seu Pai e outras por sua Mãe; evoca a
alma de mª Prima Maria Barboza de Minhãos e a alma de meo tio o P.e Joze
Barboza meo Mestre. Este, era irmão de Paula Maria Barbosa, de MINHÃOS;
aquela, também de Minhãos – f.ª da mesma Paula Maria e de seu tio
António José Teixeira – tinha deixado a QUINTA DE MINHÃOS ao P.e Jacinto,
como se lê adiante no mesmo documento, que, por sua vez, a doou para
casar a seu irmão Caetano (tal como fizera outra doação, também para
casar, ao irmão Narciso): lhe doei a m.ª q.ta que herdei de m.ª Prima Maria
Barboza as quais novamente lhes ratifico para elles e seus herdeiros. Do
grosso dos bens móveis instruia por herdeiro seu irmão o P.e António e ainda
em várias propriedades que cita, algumas havidas por compra, bem como
o nomeava seu testamenteiro e admnistrador dos restantes bens que aos
outros bens todos he m.ª vontade que sejão p.ª meos sobrinhos f.ºs de
Narciso Joze P.ra mas tãosom.te por morte de meos Irmãos António, Narcizo,
Francisco e Anna, e da m.ª cunhada Maria Tomázia. Obrigava seu herdeiro
e testamenteiro a dar ao mano Narciso um carro de pão e uma pipa de
vinho, ao Francisco, 30 alqueires de pão e uma pipa de vinho, a Ana, 30
alqueires de pão e uma pipa de vinho e um cantaro de azeite. Depois, o P.e
António, por sua morte, nomearia em hum sob.º da Porta f.º de meu mano
Narciso por combinação com seu Paj: o que se virá a verificar mais tarde na
pessoa de Joaquim Soares de Brito Portas, o último morgado da Porta.
Destinou algumas somas em dinheiro: Margarida e Ana com 400.000 réis
cada uma: e a meus sob.ºs dos q. forã fora do que for nomiado, 300.000 réis
a cada um; por estimas e heranças paternas e maternas, a Luís 300.000 réis,
a Genoveva casada na vila [Casa da Lavandeira], a Bernardina [casada

213
Mãe do Dr. António Teixeira de Brito, da Casa da Lavandeira.
214
Ver ABERTURA nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS, da Casa da Corredoura.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 71 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

na Sousa] e a Caetano [casado em MINHÃOS], 50.000 réis a cada um;


ainda, ao sobrinho Jacinto do Monte Moção [f.º de sua irmã Felicidade],
50.000 réis e a sua Irman a m.ª sob.ª [Luísa] asistente na vida, 50.000 réis; por
fim, dispunha dos 60.000 réis que lhe devia Dorothea Teixeira de Moção a
favor de Nossa Senhora do Rosário, de Santa Eulália. Em adenda contempla
as irmãs Felicidade e Margarida – aquela casada em Mocão, esta casada
na Felgueira – respectivamente com 20 e 30 mil réis. Os filhos que teve não
são citados – António andava pelos seus 10 ou 11 anos – filhos de pai
incógnito que, cem anos depois, e depois, e depois ..., toda Arouca sabia
tratar-se de filho seu, e mais duas irmãs. O P.e Jacinto teve duas filhas e um
filho215: O filho, de nome António Teixeira de Brito (conforme notas do Dr.
António Soares de Sousa, de POUSADA: bem como, pelas mesmas notas, os
nomes dos filhos de seus irmãos, inventariados abaixo216) – havido em Maria
Ferreira, mor.a em Ronde – casou a 29.11.1860, aos 33 anos, com Maria Emília
Gonçalves Correia, de Amilo, de 26, f.ª de Custódio Gonçalves Pereira,
lavrador217 – f.º legitimado do P.e Manuel José Gonçalves e de Maria Pereira,
do lugar da Touta – casado aos 17.02.1833 com Margarida Delfina, ou
Margarida Joaquina Teixeira Gomes, f.ª de Manuel Gomes e de sua m.er
Rosa Teixeira, do lugar de Amilo218; moraram no Arieiro e nasceram-lhes
cinco filhos: Angelina Augusta, Inês, Emília, Vicente e Alberto. Vicente
Teixeira de Brito teve de sua m.er e prima D. Inês Augusta de Brito: António
que casou com sua prima D. Maria Regina, f.ª de Alberto Correia dos Santos
Brito, de Ronde, c.g.; D. Aurora de Brito, também com geração de seu
marido Alberto Gonçalves, do casal de Ronde; D. Elisa que casou com
Manuel António Galvão de Noronha, da Casa da Chieira, Alvarenga, c.g.;
Manuel Teixeira de Brito, médico, casado com D. Maria do Carmo Teles de
Noronha Galvão, da Casa de Miudal, Alvarenga e moradores na Casa da
Picota, ainda Alvarenga, s.g. Voltando aos filhos de António Teixeira de Brito
do lugar do Arieiro: Angelina Augusta casou com António Correia dos Santos
e possuiram a Quinta de Ronde, com larga geração; Inês, não casou; Emília
casou na Casa de Santo António, c.g., e Alberto Teixeira de Brito não teve
geração de sua m.er D. Ermínia de Sousa Camisão, da Casa do Picoto, f.ª
de Eduardo Pinto Ferreira e de D. Francisca Xavier de Araújo e Sousa.

215
No arquivo particular da CASA POUSADA encontra-se uma nota pela qual uma certa Maria
Quitéria criou no lugar de Chave uma menina por ordem do falecido P.e Jacinto.
216
O mesmo arquivo particular.
217
SANTA EULÁLIA, livro 30 C. 1860.
218
SANTA EULÁLIA, livro 29 C. 1818-1859.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 72 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

6. Felicidade Rosa de Jesus219, ou Felicidade Soares de Brito, foi b. a


23.11.1772, af.ª de José [Casimiro], sol.to, tio do baptizado pela parte
materna, e de [sua tia] Paula Maria Barbosa, m.er de António Teixeira, de
Minhãos, e casou em Monte de Moção aos 26.11.1799 com Manuel Pereira,
f.º de outro Manuel Pereira e de sua m.er Esperança Alves, de Santa Eulália,
tendo estado presente ao enlace Manuel José Teixeira Pinto, de Santo
António220. Tiveram Jacinto (b. 23.02.1804, com nota de Anteronde à
margem, af.º do reverendo Jacinto Soares de Brito e sua tia Ana solteira),
Luísa (que teria sido assistente de seu tio o P.e Jacinto e foi contemplada no
testamento do reverendo) e António. Aquele, Jacinto (Pereira Soares de
Brito), da Casa Nova, outorga um auto da Câmara, de juramento da
Constituição de 1822, presidida em 1836 por António José de Sousa, de
Alhavaite221 e casa a 10.01.1835 (tendo testemunhado, o P.e António Teixeira
de Brito da Quinta da Felgueira e Caetano Teixeira Teles da Quinta de
Minhãos) com Josefa Joaquina de Jesus, f.ª de José do Arte (ou Duarte) e
de sua m.er Custódia Luísa de Jesus222. Do matrimónio nasceu Custódio
Pereira de Brito, vereador em 1886223 e casado com Maria Tomásia de Brito
(aliás, Duarte), mencionados, com os pais acima, na Concertação
Voluntária do Açude de Anterronde224, por sua vez pais de Inês Augusta de
Brito, m.er de seu primo Vicente Teixeira de Brito, ambos já referidos;

6. Bernardina Rosa Teixeira, b. a 2.05.1774, tendo por padrinhos Roberto


António Teles, de Moção225 e Bento José Leite, da CASA DE EIRIZ, por
procuração de dona Brígida Teles de Meneses, religiosa [oriunda da QUINTA
DE ROMARIZ e que fora abadessa, cadeira que ocupou em 1768 e ainda em
1770, então com 70 anos, vindo a falecer com 95]. Casou na Casa da Sousa
aos 15.01.1799 com Gaspar de Pinho Vieira, f.º de José de Pinho e Sousa e
de sua m.er Rosa [Cecília] Teixeira, da rua do Burgo [neto mat. de Manuel
Pereira Vilar e de sua m.er Maria Teixeira Barbosa da CASA DA CAVADA DO
ARIEIRO]; os avó pat. de Gaspar de Pinho Vieira (que também aparece
chamado Gaspar Teixeira) seriam – a avaliar pelos apelidos e pela presença
dos Pinho Vieira nos actos de B. – dos Pinho Vieira, da Casinha e antes dos

219
SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., onde se lê que veio a fal. em 1843.
220
SANTA EULÁLIA, livro 9, cit. Manuel José Teixeira Pinto era f.º natural do Dr. Gaspar Teixeira
Pinto, da rua do Burgo (Casa do Burgo), e virá a casar em 1791.
221
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXIII (1957), p. 263.
222
SANTA EULÁLIA, Lº 29, cit.
223
BOAVENTURA - Memória para a Vida da Beata Mafalda....
224
Cf. certidão guardada no arquivo particular da Casa da Lavandeira.
225
Antes, da QUINTA DE ROMARIZ.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 73 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

mesmos das Eiras, donde provém igualmente Ana Angélica de Pinho Vieira,
m.er do Dr. Jacinto [Ver, neste caderno, o esquema Jacinto Teixeira, e os
Pinho Vieira]; foram testemunhas do matrimónio, Francisco Xavier da S.ª 226 e
o reverendo Francisco José Tavares, de Ronde [irmão de Fernando José
Tavares]227. A Casa da Sousa ainda ostenta uma data na padieira de uma
das portas que é a de 1785, ao tempo pois dos futuros sogros de Bernardina
Rosa, os ditos José de Pinho e Sousa e sua m.er Rosa Cecília Teixeira. Houve
de seu marido, Gaspar de Pinho Vieira, que se conheçam: Guiomar
(10.07.1801) e Jacinto (3.05.1806), ambos com geração, e este teve de sua
m.er, tal como sua avó Ana Angélica da CASA DA PORTA, 11 filhos com
ampla descendência.

Ano da Graça de 1785


Foto de Alberto Gonçalves, bem como a seguinte

6. Margarida Rosa Teixeira, b. a 28.08.1775, foi af.ª do reverendo P.e Manuel


Fernandes de Sousa, da CASA DE POUSADA, e de sua irmã Josefa, então
solteira, e na presença de Francisco Fernandes, da Casinha [seu avô mat.],
e de António José Teixeira, da QUINTA DE MINHÃOS [seu tio pat.]. Casou na
Quinta da Felgueira com Manuel Ferreira, filho de outro Manuel Ferreira228.
Foram os pais do comendador Dr. António Teixeira de Brito ( que dá o nome

226
Sem dúvida, Francisco Xavier da Silva Malafaia, abaixo identificado no B. de Ana Benedita da
PORTA, 1782.
227
SANTA EULÁLIA, livro 9, cit.
228
Arquivo particular da Casa da Lavandeira.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 74 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

à antiga rua da Lavandeira), casado em 1846 na CASA DA LAVANDEIRA;


pais também de Manuel Ferreira de Brito casado a 8.07.1845 com Ana
Joaquina, de quem era parente em 2ª grau de consanguinidade, f.ª de
Caetano Teixeira Teles e de sua m.er Angela Joaquina da QUINTA DE
MINHÃOS, tendo testemunhado o matrimónio, Jacinto Pereira de Brito, de
Monte de Moção e Luís Saldanha, de Santo António (Uma filha, Margarida,
do nome de sua avó, faleceu a 21.10.1848229); pais também de António, que
parece ser o P.e António Teixeira de Brito que testemunhou o casamento de
Jacinto Pereira Soares de Brito, acima; e pais, ainda, de um Venâncio e de
um Jacinto230;

Casa da Felgueira da freg. de Santa Eulália

6. O alferes Narciso José Pereira do Amaral, que segue adiante.

6. Francisco António Teixeira, b. aos 12.03.1778, af.º do reverendo Francisco


Nunes de Almeida, abade de Santa Marinha de Tropeço e eu [o cura
António Barboza Malheiro] por procuração da Reverenda M.e dona Maria
Euzébia da Serveira Leite Relligioza do Real Mosteiro de Arouca, e como
assistentes António José Teixeira, da Cavada231 e [seu tio] José Casimiro de

229
SANTA EULÁLIA, livro 47 O. 1841-1859.
230
Arquivo particular da CASA DE POUSADA, notas do Dr. António Soares de Sousa;
igualmnete, SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., onde se encontra que foi b. em
15.01.1819.
231
Ver QUINTA DE VALDASNA CASA DA CAVADA DO ARIEIRO: Por certo, António José
Teixeira Teles (também chamado António José Pereira e ainda António José Pereira Teles),
34 anos, Senhor da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO, f.º de Manuel Pereira Vilar e de sua
m.er Maria Teixeira Barbosa, e que virá a casar no ano seguinte.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 75 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Pinho Pimenta, do lugar da Casinha; era solteiro, mas teve uma filha natural,
Maria do Carvalho232.

6. Genoveva Teixeira Teles, b. aos 16.09 1779, af.ª de Fernando José Tavares
[da QUINTA DE RONDE] e de sua m.er Ana Joaquina [de Morais, ou Furtado
Gouveia de Morais Sarmento, da Porta]; foi casar à Casa da Lavandeira a
12 de Agosto de 1816 com José Teixeira de Andrade, filho de outro do
mesmo nome e de sua m.er Umbelina Teixeira da rua d´Arca233. Tiveram filha,
nascida na Casa da Lavandeira, D. Maria Teixeira de Brito, n. a 12.07.1819 e
b. a 19, af.ª do reverendo Jacinto Soares de Brito e de sua irmã Ana
Benedita, solteira, tios da baptizada234, que veio a casar com seu primo
coirmão o comendador António Teixeira de Brito, nat. da Quinta da
Felgueira, c.g. na Casa da Lavandeira 235.

6. Ana Benedita, foi b. em 18.02.1782 e foram pad.s o Reverendo Joze


Barboza Malheiro do dito lugar de Minhãos e D. Anna solteira, filha do
Capitão Manoel Brandão da Varzea236 e testemunhas prezentes Francisco
Xavier [da Silva Malafaia] do Mossão e [seu avô] Francisco Fernandes da
Cazinha; morreu solteira, na Quinta da Porta [CASA DA PORTA], no dia
antecedente ao de 10.11.1851, com testamento e foi sepultada na campa
n.º 1 de Santa Eulália237.

6. um inocente que faleceu a 10.02.1784.

6. Caetano Diogo Teixeira Teles, b. em 29.08.1785, af.º de Caetano Diogo


Parreiras e Silva, da cidade do Porto, cavaleiro de Cristo, e de sua m.er D.
Anna Bernarda Paes de São José; casou em MINHÃOS – na quinta que
recebera de seu irmão o P.e Jacinto mediante escritura pré-nupcial238 – com
Angelina Joaquina e tiveram: Ana Joaquina, n. 29.12.1816 e que em
8.07.1845, c.c. seu primo direito Manuel Ferreira de Brito, acima; Jacinto
Teixeira Teles ou Soares de Brito (b. em 29.01.1819239), casado duas vezes e

232
Ainda, arquivo particular da CASA DE POUSADA, notas do Dr. António Soares de Sousa.
233
SANTA EULÁLIA, Lº 9, cit. SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., Ramo da
Lavandeira, onde aponta que Genoveva Teixeira fal. em 28.09.1855.
234
VILA, livro 14 B. 1812-1824.
235
Ver CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE, CASA DA LAVANDEIRA.
236
Ver QUINTA DE MINHÃOS com menção às Casa da Tulha e Casa da Vinha do Souto de
Baixo, dos pais e irmãos do futuro bispo de Pinhel.
237
SANTA EULÁLIA, livro 47, cit.
238
Segundo o referido testamento do reverendo Jacinto Soares de Brito.
239
SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 76 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

c.g. na QUINTA DE MINHÃOS; ela morreu aí a 11.10.1850 e ele foi a sepultar


no dia 7.12.1856, com testamento240.

Placa com as iniciais de Lúis Teixeira de Brito, na Casa de Penso.


Hexágono de madeira de castanho, entalhada (encontrada na varanda
desta casa, proveniente da mesma ou da Casa da Corredoura), que lembra a
almofada de uma porta ou o fecho de um teto em masseira ou apainelado de
fogão de sala. A espessura da tábua é de 24 milímetros, sendo o rebaixo de 12;
a largura entre lados opostos mede cerca de 205 milímetros. Forma tão clássica
lembra Andrea Pisano! – mármores hexagonais do Museo dell`Opera dell
Duomo ou do próprio Campanário.

6. Luís António Teixeira foi b. a 20.07.1787 e af.º de Luís de Vasconcelos e sua


m.er D. Joaquina Delfina de Almeida Varela, da QUINTA DE SELA; igualmente
referenciado por Luís Teixeira de Brito, de Penso, um dos "Bons da Câmara e
Gov. do C.º" em 1834241 e 1835 e já nas mesmas funções desde 26.12.1833242
e presidente da câmara em 1848, etc243. Casara a 11.07.1822 com Custódia
Cândida, f.ª de José Ferreira Gomes [dos Ferreiras da Casa da

240
SANTA EULÁLIA, livro 47, cit.
241
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXIII (1967), p. 259.
242
idem, ibidem, p. 253.
243
GONÇALVES - Município de Arouca..., cit., pp. 72, 73 e 76.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 77 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

Corredoura244] e de sua m.er Bernarda Gomes, de Penso245, mor.s na


Corredoura. D. Custódia Cândida teve de seu marido Luís António, D. Maria
do Carmo Pinto Brito246 que c.c. Vicente Carlos Teixeira Pinto, f.º do capitão-
mor Bernardino António Vaz Pinto, da Casa do Burgo.

6. o P.e António Soares de Brito foi b. a 15.06.1789 e af.º do capitão-mor


Xavier Francisco de Sousa e Melo e de [sua m.er] D. Rosa Escolástica [aliás,
D. Rosa Tomazia], da CASA DE SELA, na presença de Roberto António Teles
de Meneses [já identificado] e de José Caetano Cerveira [casado com D.
Josefa Matilde Almeida Ferraz Bravo, da CASA DA QUINTA DE SELA]; consta
na lista dos sacerdotes que serviram em Roças247 e subscreve muitos dos
assentos de Santa Eulália, onde seu irmão paroquiou. Também teve filhos
naturais248 e veio a falecer a 26.10.1848249. Por 1840 (dizia-se de 52 anos), três
ou quatro anos após o falecimento de seu irmão o P.e Jacinto, o "reverendo
Abade António Soares de Brito" era um dos homens mais ricos de Santa
Eulália250.

Os 11 filhos do Dr. Jacinto da Porta e de sua m.er Ana Angélica de São José
– aliás 12 nasceram em 18 anos (sinal da presença de amas das crianças?),
quase um em cada ano: 1771, 72, 74, 75, 76, 78, 79, 82, 84, 85, 87 e 89. Pelo
baptismo dos filhos ligaram-se por compadrio a todas as casas de Arouca
de então: Quinta de Murça, Quinta de Minhãos, Quinta de Romariz, Casa
de Eiriz, Casa de Pousada, Quinta de Ronde, Quinta de Sela e Casa de Sela.
Faltaram os primos Teixeira Teles de Valdasna251, outros Teles (os de
Meneses), do Boco e os Tavares da Silva e Quadros da Quinta de São
Pedro252. Sucedeu na Casa o quinto, na ordem dos nascimentos:

244
Ver ABERTURA nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS da Casa da Corredoura.
245
SANTA EULÁLIA, livro 29, cit.
246
AUC, MSMA, Livro de cobrança..., III, 1.ªD, 13,1,1, fl. 21 (antigo n.º ordem 1): colecção de
fotocópias da “Associação da Defesa do Património Arouquense”, Arouca.
247
BRANDÃO; LOUREIRO, ob. cit., p. 143.
248
Segundo informação que o próprio Dr. Simões me prestou; bem como pelas citadas notas do
Arquivo Particular da CASA DE POUSADA.
249
SANTA EULÁLIA, livro 47, cit.
250
SILVA - A alfabetização em Arouca nos meados do século XIX, onde se vê que, a avaliar pela
“décima”, só equiparavel a Manoel Pereira Vilar, de 62 anos e ultrapassado por Manoel
Fernandes, solteiro, de 40 (este, sem dúvida, o Manuel Fernandes de Sousa, de Pousada, que
alíás, em 1840, estava a fazer 50 anos).
251
Embora bem representados pelo pároco da vila, João dos Santos Reis, que baptizou o
primogénito.
252
Estes últimos, nados em Couto de Esteves e alguns provavelmente aí residentes - salvo, no
Mosteiro, dona Maria de Quadros, dona Roza Violante e dona Cezilia de Quadros - e o Dr.
Manuel Tavares Coutinho, lente em Coimbra e mais tarde bispo de Portalegre, nada já tinham
a ver com a QUINTA DE SÃO PEDRO: Quanto ao Dr. Caetano Tavares só viria a casar aos
48 anos de idade, e levaria os filhos ao B. de 1786 até 1795, ano aquele que engloba apenas
os dois últimos rebentos da Porta. Curiosamente, o penúltimo, Luís António, foi af.º do cunhado

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 78 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

6. O alferes NARCISO JOSÉ PEREIRA DO AMARAL nasceu e faleceu na Porta;


b. a 2.12.1776 – com o nome de Narciso, por mimetismo bem humorado de
seu pai Jacinto, adoptou o apelido Pereira do Amaral do avô paterno – foi
af.º do Dr. Gaspar Teixeira Pinto da rua do Burgo [Casa do Burgo] e de Maria
Thomazia do logar do Cazal freguesia do Salvador da Barzea neste valle de
Arouca e por testemunhas, Fernando José Tavares de Ronde [Senhor da
QUINTA DE RONDE] e o abade Manoel José da Costa e Silva. “Em 1809, tendo
sido nomeados vários Oficiais Superiores e Inferiores (das Ordenanças) ficou
como «Ajudante Narciso José do Amaral, filho do Bacharel Jacinto Soares
de Brito, da Quinta da Porta, por ser sucessor dos bens de seu pai e estes
serem avultadíssimos como também por ser perito em ler e escrever, por ter
sido estudante de gramática e boa vida e costumes e por isso bem quisto
de todos...»”253. O Alferes NARCISO JOSÉ PEREIRA DO AMARAL foi sepultado
a 27.05.1848254 tendo casado a 25.11.1811 com D. Maria Tomásia de Almeida
e Sousa, da CASA DE POUSADA, f.ª de José Vaz do Nascimento e Sousa e
sua m.er Maria Tomásia de Jesus Aranha e Almeida, ou de Almeida Aranha
de Aguiar [dos mesmos Almeidas da CASA DE CELA]; documentado
“Homem Bom da Governança” em 1815 e 1833255; faleceu a 30 de Outubro
de 1847 deixando 5 filhos: Margarida Máxima (2.11.1812, fal. solteira); D. Ana
Emília de Sousa Brito (2.04.1817) que c.c. seu primo direito António Soares de
Sousa, de Alhavaite e sucedeu na CASA DE POUSADA256; Jacinto Soares de
Brito n. em 5.07.1822 e falecido solteiro a 13.03.1848257; António (27.03.1827),
o P.e António Soares de Brito que fal. em 31.10.1848258; e Joaquim Soares de
Brito Portas (b. 8.07.1829) por quem se continua a Casa, casado com D.
Maria Angélica Pinto de Magalhães, dos Pereira de Vasconcelos de Cesar,
Oliveira de Azeméis, e do Outeiral em Arouca. O mesmo Joaquim Soares de
Brito da Casa e Quinta da Porta remiu, em 14.12.1875, parte do foro de um
casal chamado de Santa Maria do Monte, em Fuste, pertencente à extinta
Ordem de Malta, composto de diversas propriedades de casas, terras
lavradias, mattos, aguas de rega e direitos de montado259.

do Dr. Caetano - o Luís de Vasconcelos Cirne da QUINTA DE SELA - com quem aquele estava
de relações cortadas; o último, o P.e António, teve por pad. o fidalgo da CASA DE SELA.
253
SIMÕES JÚNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2235 (23.06.2000), p. 5.
254
SANTA EULÁLIA, livro 47, cit.
255
GONÇALVES - Município de Arouca..., cit., pp. 71 e 72.
256
Ver CASA DE POUSADA.
257
SANTA EULÁLIA, livro 47, cit.
258
SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a aua família, cit., onde também diz que o P.e António tinha n.
em 27.03.1827.
259
AUC, MSMA, Comenda de Rossas, livro 1 - A - Foros, fl. 444.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 79 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

D. Maria Angélica era fª de António Pinto Pereira de Vasconcelos e de uma


neta do capitão-mor Bernardino António, da Casa dio Burgo.

Brasão dos Praça de Vasconcelos, de Cesar – JOSÉ BÉNARD GUEDES, Obra Heráldica, 2006

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 80 revisão e adendas de Maio de 2016
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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500-1800

“O ÚLTIMO MORGADO” JOAQUIM SOARES DE BRITO PORTAS (+ 9.02.1862)


TEVE, DE SUA MULHER, SETE FILHOS: ADRIANO, CÉSAR, ARNALDO, D. MARIA
EMÍLIA, D. IDALINA, D. ELVIRA E D. SOFIA. A CASA E QUINTA DA PORTA PASSOU
AO DR. ARNALDO ANGÊLO DE BRITO LHAMAS POR DOAÇÃO DE SUA TIA
DONA IDALINA QUE, COM MUITOS SACRIFÍCIOS, FOI COMPRANDO AS PARTES
A SEUS IRMÃOS, CRIOU SEU SOBRINHO E LHE DEIXOU A CASA. O DR. ARNALDO
ÂNGELO DE BRITO LHAMAS ERA FILHO DE SUA IRMÃ D. SOFIA DE BRITO PORTAS
E DE SEU CUNHADO ÂNGELO LHAMAS. VIVEU NA CASA DA PORTA CASADO
COM D. LÍGIA VAZ PINTO ALVES – NETA MATERNA DE CARLOS DE MELO VAZ
PINTO E DE SUA MULHER D. ANA SOARES ARANHA, DA CASA DE ANTERONDE
– QUE, POR SEUS FILHOS E NETOS, CONTINUA A CASA DA PORTA.

CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca 81 revisão e adendas de Maio de 2016

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