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Sociologia I

Carla Martins

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Melo, C. L (2017, outubro). A música e os músicos como problema sociológico. Revista


Crítica de Ciências Sociais.pp.71-94

O artigo: “A música e os músicos como problema sociológico” da autoria de Luís Melo


Campos, escrito para Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, outubro 2007: 71-94 retrata
alguns problemas que se colocam no estudo universal da música. Principalmente, a
música como objeto de análise sociológica, a música como objeto e veículo de sentido e
finalmente, alinha-se um questionamento dirigido aos problemas no universo
sociocultural dos músicos.
Luís Campos, crítica a sociologia atual por não dar a devida atenção ao estudo da música.
No entanto, revela talvez a resposta a essa escassez, já que é uma dificuldade da sociologia
em estudar a música por ser uma área tão específica e ampla.
Confrontando a definição pré-estabelecida de “música”, o artigo coloca à prova o leitor,
com as definições que encontra nos dicionários em confronto com várias perspetivas de
compositores de renome nacional e internacional.
Os códigos musicais utilizados para os músicos poderem trabalhar e falar dentro do
parâmetro musical, seja de jazz, clássico e popular há uma determinada linguagem
distinta entre eles, e por isso a dificuldade de alguns músicos de conseguirem relacionar
com todos estes estilos musicais.
A influência da sociedade e escola (meio académico) na formação do músico
(profissional). Afirmando que os músicos são diretamente influenciados por outros
músicos que os rodeiam.
O artigo encontra-se dividido em três partes distintas e importantes para o estudo
sociológico da música: A música como objeto sociológico; A música como veículo de
sentido. E por último: Os músicos como objeto sociológico.
Abordando Diana Crane (1994) . Identificamos duas tendências: teorias da receção, em
que enfatiza as disputas sociais em torno dos significados dos textos (designadamente nos
processos de comunicação
que envolvem os media), realçando o seu caracter instável e, portanto, a possibilidade de
poderem ser interpretados em oposto, às reais intenções dos autores.
A segunda tendência, chamada de: perspetiva da produção, que relaciona os processos
socioculturais subjacentes à produção de elementos simbólicos e às características
culturais desses mesmos produtos. Estas duas fontes de formatação
teórica parecem estar de algum modo presentes em muitas das abordagens sociológicas
que constroem o seu objeto teórico através de algum
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questionamento em torno da música.
A música como objeto sociológico, o artigo aborda diferentes linhas de pensamento sobre
o que significa a palavra: música. Indo ao dicionário encontramos definições em que nos
deparamos que existem dois elementos fundamentais: unidade de tempo (ritmo) e som.
António Vitorino de Almeida afirma: “Porque sem ritmo não há música, nenhuma
espécie de música!” (1993: 23). Por outro lado, a peça 4’ 33’’ de John Cage constitui de
algum modo um questionamento sobre a noção tradicional de obra artística, já que coloca
à prova o ouvinte com quatro minutos e trinta e três segundos de puro silêncio.
Levando à letra a definição dada pelos dicionários ou mesmo por António Vitorino de
Almeida, será que esta mesma peça será música?
Seguindo Alexandre Melo:
“Hoje em dia, não há quaisquer limites formais para aquilo que é suscetível de ser
considerado uma obra de arte. O problema não é não existirem critérios objetivos, que
já se sabe que não existem, para avaliar obras de arte: não podem existir sequer critérios
gerais, enunciáveis. Então, temos de inventar, de cada vez, as razões para valorizar uma
obra de arte.” (Melo, 2000)
Esta mesma citação, preserva então a peça de John Cage, defendendo que na arte não
podem existir critérios pré-estabelecidos.
A música enquanto objeto, veículo e promotor de sentido, Segundo Eduard Hanslick,
(crítico e musicólogo do século XIX), não é razoável discutir o problema do sentido da
música dentro da linguagem codificada. Aquilo que um compositor poderia transmitir
através da manipulação dos sons, podem não ser apenas ideias estritamente musicais. Não
se trata de negar que a música possa produzir emoções e sentimentos ou remeter o
ouvinte para ideias não musicais.
Para Hanslick, uma ideia musical é “um fim em si mesma e não um meio de representar
sentimentos e pensamentos”. Ao seja a música está desprovida de qualquer intenção
emocional ao ouvinte. Reforçando assim esta ideia, alguns compositores afirmam a total
independência entre música e sentimento. Por exemplo, segundo Igor Stravinsky (1935).
Em contrapartida temos Richard Wagner para quem a música pode expressar o indizível
em linguagem verbal “A música é, pela sua própria natureza, impotente para exprimir o
que quer que seja, sentimentos, atitudes de espírito, humor psicológico ou fenómenos da
natureza”. Chegamos assim a diferentes conceitos do que é a música.
Talvez a resposta seja dada ou parcialmente esclarecida por Weber. Max Weber (1998):
“o objetivo da sociologia da arte não implica a produção de juízos de valor relativos à
estética. Implica, sim, aceitar que o trabalho artístico existe e tentar compreender …”
Os músicos como objeto sociológico centrando no grupo dos músicos profissionais
(compositores e intérpretes), devemos fazer as perguntas: como é que os músicos se
tornam músicos(?), e como se iniciam no meio musical. Alguma forma de aquisição de
competências musicais constitui certamente uma condição necessária bem como o
envolvimento dos músicos com outros músicos e a maneira como se influenciam entre si.
“A verdadeira vocação de um compositor cresce em contacto com outros compositores”
(Boulez, 1992: 53). Ideia evidenciada pelo estudo de Gilmore onde retira a conclusão de

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que as competências musicais e preferências performativas são sistematicamente geradas
pela especificidade dos processos socioculturais atuantes em cada mundo artístico. Ao
seja, somos diretamente influenciados pelo nosso contexto académico e social.
Conclusão:O artigo revela-se bastante importante, já que retrata e questiona tantos
problemas direcionados ao mundo musical não só por quem o frequenta, mas também a
sociedade que não esteja diretamente influenciada.

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