Sei sulla pagina 1di 10

ARTIGO ARTICLE 375

Questionário de Saúde Geral (QSG-12): o efeito


de itens negativos em sua estrutura fatorial

General Health Questionnaire (GHQ-12): the effect


of negative items in its factorial structure

Valdiney V. Gouveia 1
Tiago Jessé Souza de Lima 1
Rildésia Silva Veloso Gouveia 2
Leogildo Alves Freires 1
Larisse Helena Gomes Macedo Barbosa 1

Abstract O Questionário de Saúde Geral (QSG), uma me-


dida autoaplicável, do tipo lápis e papel, foi pro-
1 Universidade Federal da The General Health Questionnaire (GHQ-12) posto originalmente por Goldberg & Williams 1,
Paraíba, João Pessoa, Brasil.
2 Centro Universitário de detects non severe psychiatric illnesses. Although composto por 60 itens, popularizando-se rapida-
João Pessoa, João Pessoa, commonly treated as a general index, the defini- mente 2,3. Contribuíram para esse aspecto suas
Brasil. tion of its factorial structure is cause for debate. diversas versões abreviadas, formadas por 30, 28,
Correspondência This study aimed to test this structure compar- 20 e 12 itens, produzidas baseando-se em estu-
V. V. Gouveia ing three models: two frequently cited in the lit- dos com análises fatoriais, que o tornou uma fer-
Universidade Federal da ramenta útil em contextos que requerem avalia-
erature (one- and t bi- factorial) and a third,
Paraíba.
Rua Hortêncio Osterne also one-factor, which controls response bias ções rápidas sobre desconforto psicológico (por
Carneiro 598, João Pessoa, PB due to the negative wording of items. A total of exemplo, clínica, organização, comunidade),
58035-120, Brasil.
1,180 people participated (300 undergraduates, sem comprometer evidências de confiabilidade
vvgouveia@gmail.com
311 military policemen, 274 elementary school de suas pontuações 4,5.
teachers and 295 members of the general popu- A versão com 12 itens deste instrumento 1 é a
lation) answering the GHQ-12 and demographic mais curta e, provavelmente, uma das mais em-
questions. Confirmatory factor analyses showed pregadas para medir o bem-estar psicológico 6.
that the one-factor structure, controlling by the Conta com o atrativo de ser de fácil aplicação,
wording effect, gathered the best fit indexes, ex- além de apresentar uma característica comum
cept among the military. This structure showed em medidas atitudinais: os itens são igualmente
greater than0.80 reliability in all groups. It was distribuídos entre os redigidos como positivos
concluded that the one-factor model of the GHQ- (e.g., “Tem se sentido capaz de tomar decisões?”)
12 is more appropriate, however, future studies e negativos (e.g., “Tem pensado que você é uma
are required with people with different occupa- pessoa que não serve para nada?”) 7. Essa caracte-
tions and levels of mental health. rística, não obstante, pode não ser recomendável
quando se tem por objetivo medir outros cons-
Mental Health; Statistical Bias; Questionnaires; trutos, como traços de personalidade e indica-
Validity of Tests dores de afetos e bem-estar subjetivo, podendo
criar um fator espúrio 8,9.
Comumente, o QSG-12 é avaliado como um
índice unidimensional para mensurar morbida-
de psicológica 10. Entretanto, o debate acerca de
sua estrutura fatorial parece longe de um con-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


376 Gouveia VV et al.

senso. Diversos estudos apontam soluções fato- empregaram abordagem estritamente explora-
riais distintas, sendo as mais conhecidas aquelas tória, comumente com análise de componentes
com um, dois e três fatores 11,12,13,14,15. Porém, principais, quer admitindo rotação oblimim 20,21
como Hankins 16 indica, embora alguns estudos ou promax 22. Montazeri et al. 21, ao testarem a
definam este instrumento como multifatorial, estrutura do QSG-12 em amostra iraniana, en-
as evidências correspondentes podem ser pro- contraram uma solução bidimensional: estresse
porcionadas por um fenômeno conhecido como psicológico (itens 1, 3, 4, 7, 8, 10 e 11) e disfunção
efeito do método. Concretamente, o emprego social (itens 2, 5, 6, 9 e 12). Doi & Minowa 22, em
de itens positivos e negativos em uma medida, amostra japonesa, identificaram uma estrutura
embora possa minimizar o erro de aquiescência, bifatorial para o grupo de mulheres, compreen-
produz potencialmente ao menos um fator adi- dendo os fatores estresse psicológico (itens 2, 5,
cional ou torna a estrutura fatorial mais comple- 6, 9, 10 e 11) e disfunção social (itens 1, 3, 4, 7 e 8),
xa do que seria de fato 9. Esse problema é o foco porém trifatorial para os homens, representada
principal do presente trabalho, cujo objetivo é pelos fatores estresse psicológico (itens 2, 5, 6,
avaliar a estrutura fatorial do QSG-12, tendo em 9, 10 e 11), disfunção social (itens 1, 3, 4, 7 e 8) e
conta o possível efeito da redação dos itens. felicidade (itens 3 e 12). López & Dresch 20, em
No Brasil, foram encontrados ao menos cinco contexto espanhol, observaram uma estrutura
estudos que avaliaram a estrutura fatorial deste com três fatores: lidar com o sucesso (itens 1, 3, 4,
instrumento, considerando amostras da popu- 7, 8 e 12), autoestima (itens 6, 9, 10 e 11) e estresse
lação geral 17, jovens adolescentes 18 e contextos (itens 2, 5 e 9). Destaca-se que nenhum desses
laborais 4,11,19. Tais estudos empregaram análises trabalhos citou a consistência interna dos fato-
exploratórias e/ou confirmatórias para testar sua res específicos, mas apenas para a escala como
dimensionalidade. Sarriera et al. 18, utilizando um todo, que variaram de 0,76 20 a 0,87 21. Essa
análise de componentes principais (rotação va- diversidade de resultados é encarada por Ye 23
rimax), encontraram três fatores: autoestima (α = como decorrência do método empregado, isto é,
0,66), depressão (α = 0,68) e autoeficácia percebi- análise de componentes principais, bem como
da (α = 0,54), com consistência interna (α) de 0,80 dos critérios diferentes adotados pelos pesquisa-
para o total de itens. Borges & Argolo 4 realiza- dores para a retenção dos fatores.
ram análise fatorial dos eixos principais (rotação Partindo para uma abordagem confirmató-
oblimim), observando dois fatores: autoeficácia ria, encontram-se 12 estudos, dez dos quais a
(itens 1, 3, 4, 6, 7, 8, 10, 11 e 12; α = 0,85) e depres- empregaram unicamente 10,14,15,16,23,24,25,26,27,28
são e esgotamento emocional (itens 2, 6 e 9; α = e outros dois a combinaram com análises explo-
0,75), admitindo um fator geral cujo α foi 0,80. ratórias 29,30. Foram comumente testados os mo-
Gouveia et al. 17 testaram três modelos fatoriais, delos uni (todos os itens saturando em um único
compostos por um, dois e três fatores, realizan- fator: desconforto psicológico), bi (os itens divi-
do análise fatorial confirmatória. Seus resultados didos nos fatores ansiedade e depressão ou po-
indicaram o modelo bifatorial como o mais ade- sitivos e negativos, respectivamente) e trifatorial
quado, formado por depressão (itens 3, 4, 6, 8, 9, (ansiedade/depressão, disfunção social e perda
10 e 11; α = 0,81) e ansiedade (disfunção social) da confiança; modelo de Graetz 12). Desses estu-
(itens 1, 2, 5 e 7; α = 0,66). Oliveira 19, empregan- dos, quatro encontraram índices de ajustes mais
do análise de componentes principais (oblimim), favoráveis para o modelo trifatorial 10,15,24,28, três
encontrou uma solução bifatorial: desconforto encontraram índices similares para os modelos
psicológico (itens 2, 5, 6, 7, 9, 10 e 11; α = 0,84) bi e trifatorial 14,26,29, dois apontaram o modelo
e autoeficácia (itens 1, 3, 4, 8 e 12; α = 0,76). Por bifatorial como o mais ajustado 27,30 e um sugeriu
fim, Gouveia et al. 11 realizaram análises fatoriais que o unifatorial era o que apresentava o melhor
confirmatórias, testando e comparando os mo- ajuste 25. Além desses, dois estudos 16,23 testaram
delos uni e bifatorial desta medida. Os resultados um modelo adicional, no qual o efeito presumível
apoiaram como mais adequada a estrutura bifa- dos itens negativos foi controlado, encontrando
torial: depressão (itens 1, 2, 5, 6, 7 e 9; α = 0,85) e índices de ajuste melhores nesta configuração.
disfunção social (itens 3, 4, 8, 10, 11 e 12; α = 0,82); Embora as soluções com dois e três fatores
a solução unifatorial apresentou α de 0,89. apresentem índices de ajuste adequados, algu-
Com o fim de conhecer a realidade em outros mas observações justificam avaliar o modelo que
países, realizou-se uma busca nas bases de dados controla o efeito dos itens 23. No modelo bifa-
PsycINFO e Google Acadêmico, em 18 de abril torial, por exemplo, os fatores são constituídos,
de 2011, utilizando como palavras-chave “GHQ- em sua totalidade ou maioria (70% ou mais), por
12” e “validity”. Na ocasião foram encontrados agrupamentos de itens que separam aqueles
15 artigos que tinham por objetivo principal tes- positivos dos negativos, evidenciando padrões
tar a estrutura fatorial do QSG-12, dos quais três diferentes de respostas possivelmente decorren-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


QSG-12: O EFEITO DE ITENS NEGATIVOS 377

tes de efeito metodológico. Evidências adicionais trou mais adequado 10,15,24,28, os dois fatores pre-
desse fenômeno podem ser observadas na litera- viamente identificados se correlacionaram forte-
tura, como, por exemplo, em relação à estrutura mente entre eles, com correlação média de 0,89,
fatorial da Escala de Autoestima de Rosenberg 31. variando de 0,84 15 a 0,93 24. Desse modo, embora
Constituída por dez itens, sendo cinco negati- se argumente que há um ganho adicional de in-
vos e cinco positivos, foi originalmente proposta formação ao considerar três fatores, ao menos
para avaliar a autoestima global, embora investi- estatisticamente pode ser difícil diferenciá-los.
gações que empregaram análise fatorial explora- Em resumo, não parece haver consenso
tória tenham revelado uma estrutura bifatorial: quanto à estrutura fatorial do QSG-12, quer no
autoestima positiva e autoestima negativa. No Brasil ou em outros países, embora a maior par-
entanto, trabalhos recentes, que empregaram te das pesquisas tenha encontrado uma solução
análises fatoriais confirmatórias para avaliar o bifatorial. Em razão das evidências apresentadas,
efeito da redação dos itens, comprovam que esta o presente estudo foi conduzido com o objeti-
estrutura se devia a tal efeito 32. vo de avaliar três modelos fatoriais alternativos,
O emprego de itens escritos de formas ne- empregando-se abordagem confirmatória: (a)
gativa e positiva em instrumentos tem sido uma unifatorial, representando um fator geral de des-
prática comum para evitar a tendência genera- conforto psicológico; (b) bifatorial, dividindo os
lizada de concordar ou discordar com todos os itens em positivos e negativos e; finalmente, (c)
itens, independentemente de seu conteúdo 33,34. um terceiro também unifatorial, porém contro-
Como apontam Podsakoff et al. 35, os itens nega- lando o efeito dos itens negativos.
tivos funcionam como lombadas cognitivas que
requerem do respondente um processo cognitivo
mais elaborado, ao invés de automático. Contu- Método
do, alguns estudos empíricos que buscaram ava-
liar as propriedades psicométricas de tais ins- Participantes
trumentos, sugerem que a prática de empregar
itens positivos e negativos pode introduzir erros Participaram do presente trabalho 1.180 pesso-
sistemáticos de medida que afetam as análises e as. A amostra foi de conveniência (não proba-
a interpretação dos resultados 33,36. Esse tipo de bilística), ou seja, foi composta por pessoas que
erro ou viés de resposta representa o efeito do anuíram ao serem solicitadas a colaborar com
método derivado das características dos itens 35, o estudo. Desse total, 300 eram estudantes uni-
isto é, traduz determinada variância sistemati- versitários, com idade média de 24 anos (desvio
camente introduzida nos resultados decorrentes padrão – DP = 5,80), a maioria do sexo feminino
do método empregado para mensurar o traço ou (58,3%) e solteira (82,7%); 311 eram policiais mi-
construto investigado. litares, com idade média de 36 anos (DP = 1,92),
Uma das explicações possíveis para o fenô- a maioria do sexo masculino (94,5%) e casada
meno de itens negativos e positivos formarem (76,2%); 274 professores dos ensinos fundamen-
fatores separados diz respeito à dificuldade de os tal e médio, com idade média de 33,5 anos (DP =
respondentes processarem cognitivamente itens 9,00), sendo a maioria do sexo feminino (92%)
escritos de maneira inversa. Segundo Schmitt & e solteira (52%); e, por fim, 295 compreendiam
Stults 37, isso ocorre devido à falta de atenção, pessoas da população em geral, com idade média
variação na educação ou aversão a conteúdos de 34,2 anos (DP = 13,60), majoritariamente do
emocionais negativos. Desse modo, esse erro sexo masculino (51%) e solteira (46%). Tomando
potencial de resposta introduz variação que não a amostra total, os participantes foram distribu-
está associada ao construto, sendo de caráter ex- ídos equitativamente quanto ao sexo, com idade
clusivo dos itens negativos, uma vez que afeta a média de 31,9 anos (DP = 10,20).
medida em parte, diferentemente do erro ran-
dômico de mensuração, que atinge toda a sua Instrumentos
extensão.
O problema anteriormente citado parece se Os participantes responderam ao QSG-12. Esse
restringir às estruturas uni e bifatorial. Não obs- instrumento é uma versão reduzida do QSG-60,
tante, é preciso entender que o modelo bifatorial de Goldberg & Williams 1. O QSG-12 é composto
é aninhado com o trifatorial, isto é, um terceiro por 12 itens que avaliam o quanto a pessoa tem
fator é, em realidade, o desmembramento dos experimentado os sintomas descritos, deven-
itens 10 e 11 que abarcam conteúdos negativos do ser dadas as respostas em escala de quatro
(ansiedade/depressão), formando o fator perda pontos. No caso de itens negativos (por exem-
de confiança 12. Entretanto, ressalta-se, nos qua- plo, “Tem se sentido pouco feliz e deprimido”),
tro estudos em que o modelo trifatorial se mos- as alternativas de resposta variam de 1 = absolu-

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


378 Gouveia VV et al.

tamente não, a 4 = muito mais que de costume; des, isto é, n > 200 podem favorecer o descarte
em caso de itens positivos (por exemplo, “Tem se de um modelo adequado), deve-se interpretá-lo
sentido capaz de tomar decisões?”), as respostas com cautela, valendo-se de sua razão em relação
variaram de 1 = mais que de costume, a 4 = muito aos graus de liberdade correspondentes (χ²/g.l.).
menos que de costume. Nesse sentido, os itens Esse valor deve ficar entre 2 e 3, preferencialmen-
negativos foram invertidos, sendo a menor pon- te, admitindo-se até 5. Contudo, a prática sugere
tuação indicativa de melhor nível de bem-estar que poderá padecer de viés quando a amostra for
psicológico. No Brasil, o QSG-12 tem apresenta- superior a 1.000 participantes.
do evidências satisfatórias de validade e precisão b) AGFI (Adjusted Goodness-of-Fit Index) – indica
4,17,18, embora, como apontado anteriormente, a proporção de variância-covariância nos dados
não se tenha uma estrutura fatorial consensual. explicada pelo modelo, tendo em conta os graus
A consistência interna global da escala tem se de liberdade e o número de variáveis considera-
mostrado adequada, com alfas de Cronbach co- das. Varia de 0 (nenhum ajuste) a 1 (ajuste pleno),
mumente acima de 0,80. com valores na casa de 0,90 (ou superiores) indi-
Além desse instrumento, foram incluídas cando um ajuste satisfatório.
perguntas para caracterização da amostra (sexo, c) CFI (Comparative Fit Index) – é um índice
idade, estado civil e ocupação profissional). comparativo de ajuste do modelo, que permite
comparar a matriz de covariância predita pelo
Procedimento modelo com aquela realmente observada. São
admitidos como expressando um ajuste ade-
Procedemos à coleta individualmente, ainda quado os valores de CFI na casa de 0,90 ou su-
que em ambientes coletivos, em seus respecti- periores.
vos locais de trabalho ou estudo. A aplicação foi d) RMSEA (Root-Mean-Square Error of Approxi-
levada a cabo por colaboradores devidamente mation) – é considerado um indicador de “mal-
treinados para este propósito. Ao abordar as pes- dade” de ajuste, isto é, valores altos sugerem um
soas, os aplicadores solicitavam sua colaboração modelo não ajustado. Assume-se como ideal que
no sentido de participar em uma pesquisa, de a RMSEA se situe entre 0,05 e 0,08, aceitando-se
acordo com as seguintes instruções: (a) comen- valores até 0,10, desde que caia no intervalo de
tavam que estava sendo realizado um estudo pa- 90% de confiança (IC90%).
ra conhecer fatores ligados à sua saúde geral; (b) Com o objetivo de comparar os modelos al-
enfatizavam a necessidade de que as respostas ternativos, consideraram-se os seguintes indica-
fossem dadas individualmente, de acordo com dores: Δχ², CAIC (Consistent Akaike Information
o que se passava com cada uma; e (c) indicavam Criterion) e ECVI (Expected Cross Validation In-
que toda a informação era confidencial, que so- dex). Diferença estatisticamente significativa do
mente seriam tratadas estatisticamente de forma Δχ², penalizando o modelo com maior χ², e valo-
conjunta, garantindo-lhes o anonimato e o sigilo res menores de CAIC e ECVI definem um modelo
de suas respostas, de acordo com a Resolução nº. mais adequado.
196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quando
necessária, era solicitada a anuência da direção
da empresa/organização na qual os participan- Resultados
tes se encontravam. Em média, 10 minutos fo-
ram suficientes para concluir cada participação. Inicialmente, calcularam-se as médias, os desvios
padrões e as correlações entre os 12 itens do QSG.
Análise de dados Esses valores, conjuntamente com a assimetria e
a curtose, são apresentados na Tabela 1. Como se
Os dados foram analisados com o PASW e o pode observar, a média dos itens positivos (itens
AMOS, ambos em suas versões 18 (SPSS Inc., 1, 3, 4, 7, 8 e 12) foi de 2,18 (DP = 0,69), variando
Chicago, Estados Unidos). Com o objetivo de de 2,00 (item 3) a 2,35 (item 7), enquanto que a
comparar os modelos fatoriais do QSG-12, foram média dos itens negativos (itens 2, 5, 6, 9, 10 e 11)
realizadas múltiplas análises fatoriais confirma- foi de 2,13 (DP = 0,87), variando de 1,86 (item 11)
tórias, considerando a matriz de covariância e a 2,36 (item 5). Essas médias foram estatistica-
empregando-se o método de estimação ML (Ma- mente diferentes (t = 3,10; valor de p < 0,01).
ximum Likelihood). O ajuste dos modelos foi ve- Os dois grupos de itens também apresenta-
rificado por meio dos seguintes indicadores 38,39: ram padrões diferentes de curtose, com os ne-
a) χ² (qui-quadrado) – testa a probabilidade de gativos tendo valores maiores (m = -1,12; DP =
o modelo teórico se ajustar aos dados; quanto 0,10) do que os positivos (m = -0,57; DP = 0,06)
maior este valor, pior o ajustamento. Por esse ser (t = 11,28; valor de p < 0,05), sugerindo que os
sensível ao tamanho da amostra (amostras gran- primeiros desviam mais de uma distribuição

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


QSG-12: O EFEITO DE ITENS NEGATIVOS 379

Tabela 1

Estatísticas descritivas e correlações para os itens do Questionário de Saúde Geral (QSG-12).

Itens 1 2* 3 4 5* 6* 7 8 9* 10 * 11 * 12

2* -0,27 1,00
3 0,31 -0,34 1,00
4 0,37 -0,27 0,65 1,00
5* -0,38 0,51 -0,25 0,25 1,00
6* -0,36 0,45 -0,51 -0,52 0,47 1,00
7 0,43 -0,31 0,39 0,41 -0,44 -0,45 1,00
8 0,36 -0,34 0,59 0,64 -0,30 -0,53 0,48 1,00
9* -0,40 0,51 -0,40 -0,48 0,57 0,60 -0,44 -0,50 1,00
10 * -0,36 0,39 -0,66 -0,64 0,38 0,62 -0,47 -0,63 0,64 1,00
11 * -0,30 0,37 -0,72 -0,66 0,29 0,59 -0,42 -0,59 0,57 0,81 1,00
12 0,34 -0,34 0,62 0,61 -0,30 -0,51 0,47 0,63 -0,54 -0,62 -0,64 1,00
m 2,34 2,26 2,00 2,08 2,36 2,19 2,35 2,18 2,11 1,98 1,86 2,11
DP 0,81 1,07 0,99 0,97 1,01 1,11 0,82 0,92 1,08 1,21 1,25 0,93
Variância 0,66 1,14 0,99 0,94 1,03 1,24 0,68 0,84 1,17 1,47 1,56 0,87
Assimetria 0,118 0,283 0,683 0,596 0,091 0,408 0,184 0,416 0,446 0,732 0,940 0,515
Curtose -0,50 -1,18 -0,61 -0,61 -1,12 -1,21 -0,48 -0,62 -1,15 -1,12 -0,92 -0,58

* Item negativo.
DP: desvio padrão; m: média.

normal, apresentando uma curva mais achatada negativos, sobre a estrutura fatorial. As análises
(platicúrtica). Em relação à assimetria, os dois foram realizadas separadamente para as quatro
conjuntos de itens não se diferenciaram entre si subamostras, sendo os resultados apresentados
(t = -0,41; valor de p > 0,05), tendo os itens posi- na Tabela 2.
tivos apresentado média de -0,41 (DP = 0,23) e os Conforme descrito nessa tabela, os resulta-
negativos de 0,48 (DP = 0,31). Adicionalmente, dos apontam que, nas amostras de estudantes,
computaram-se as variâncias dos itens. Com- população em geral e professores, o modelo três
prova-se na Tabela 1 que a variância dos itens (um fator geral, controlando o efeito da redação
negativos (m = 1,27; DP = 0,20) foi maior do que negativa dos itens) apresentou índices de ajuste
a dos positivos (m = 0,83; DP = 0,13) (t = -4,38; melhores do que os modelos com dois e, princi-
valor de p < 0,01). Portanto, os itens negativos palmente, um fator. Apenas na amostra de mi-
apresentaram maior variabilidade de respostas. litares os modelos três e dois não apresentaram
Em seguida, procurou-se comparar o ajuste diferença significativa de seus respectivos qui-
dos três modelos por meio de análises fatoriais quadrados. Finalmente, os alfas de Cronbach
confirmatórias. Foi testado, além dos modelos para a estrutura unifatorial, segundo a subamos-
clássicos, unifatorial e bifatorial, um modelo tra, foram como seguem: 0,83 (professores), 0,84
unifatorial alternativo no qual se controlou o (policiais militares), 0,84 (população em geral) e
efeito presumível de viés de resposta em razão 0,86 (estudantes).
de itens negativos. Nesse modelo, entende-se A estrutura unifatorial, controlando o efei-
que os vieses provocados por tais itens podem to dos itens redigidos negativamente, é repre-
afetar diretamente a estrutura fatorial da medi- sentada na Figura 1. É importante destacar que
da, criando ao menos um fator artificial (espú- todas as saturações (os Lambdas, l) foram esta-
rio). Portanto, esse terceiro modelo inclui a pos- tisticamente diferentes de zero (l ≠ 0; z > 1,96,
sibilidade de lidar com um fator latente denomi- p < 0,05), indicando que cada um dos 12 itens
nado viés de resposta devido à redação negativa desta versão abreviada do QSG compreende um
dos itens. De acordo com a Figura 1, para fins de marcador importante do construto desconforto
análise foi definido um fator latente que reuniu psicológico.
unicamente os itens negativos, de modo que o
programa pudesse computar a influência desse
fator espúrio, decorrente da redação dos itens

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


380 Gouveia VV et al.

Figura 1

Estrutura fatorial controlando o efeito dos itens. Questionário de Saúde Geral (QSG-12).

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


QSG-12: O EFEITO DE ITENS NEGATIVOS 381

Tabela 2

Índices de ajuste dos modelos fatoriais alternativos do Questionário de Saúde Geral (QSG-12).

Índices χ2 gl χ2/gl AGFI CFI RMSEA (IC90%) CAIC ECVI ∆χ2(gl)

Estudante 1 256,68 54 4,75 0,79 0,82 0,112 (0,098-0,126) 417,58 1,02 86,74 (6) *
2 199,35 53 3,76 0,82 0,87 0,096 (0,082-0,110) 366,95 0,834 29,41 (5) *
3 169,94 48 3,54 0,85 0,89 0,092 (0,077-0,107) 371,05 0,769 -
Militares 1 210,99 54 3,91 0,83 0,85 0,097 (0,083-0,111) 372,74 0,835 95,20 (6) *
2 121,40 53 2,29 0,90 0,93 0,065 (0,049- 0,080) 289,89 0,553 5,61 (5)
3 115,79 48 2,41 0,90 0,93 0,067 (0,052-0,083) 317,98 0,567 -
População em geral 1 274,16 54 5,08 0,78 0,78 0,118 (0,104-0,132) 434,65 1,09 108,71 (6) *
2 216,59 53 4,09 0,82 0,83 0,102 (0,088-0,117) 383,76 0,907 51,14 (5) *
3 165,45 48 3,45 0,85 0,88 0,091 (0,076-0,107) 366,06 0,767 -
Professores 1 168,67 54 3,12 0,86 0,85 0,088 (0,073-0,103) 327,39 0,794 47,48 (6) *
2 136,79 53 2,58 0,88 0,89 0,076 (0,061-0,092) 302,12 0,684 15,60 (5) *
3 121,19 48 2,52 0,88 0,90 0,075 (0,058-0,091) 319,59 0,664 -

1: modelo unifatorial; 2: modelo bifatorial; 3: modelo controlando o efeito dos itens; AGFI: Adjusted Goodness-of-Fit Index; CAIC: Consistent Akaike
information Criterion; CFI: Comparative Fit Index; ECVI: Expected Cross Validation Index; IC90%: intervalo de 90% de confiança; gl: graus de liberdade;
RMSEA: Root-Mean-Square Error of Approximation.
* p < 0,05.

Discussão tose, apresentando uma curva mais platicúrtica.


Portanto, inspecionando as correlações e variân-
O presente estudo teve como objetivo principal cias, pareceu emergir uma estrutura com dois ou
testar a estrutura fatorial do QSG-12, comparan- mais fatores. Contudo, esses padrões não corres-
do três modelos, dos quais dois são comumente ponderam a construtos diferentes, resultando,
reportados na literatura (uni e bifatorial) e um provavelmente, da forma como os itens foram
terceiro, também unifatorial, que controla o efei- redigidos. Conforme exposto anteriormente,
to metodológico associado com a redação de alguns fatores podem explicar esse fenômeno,
itens negativos 23,40. Confia-se que os achados re- como, por exemplo, a dificuldade de os respon-
portados contribuam para a discussão acerca da dentes processarem itens escritos de maneira
estrutura fatorial deste instrumento, oferecendo inversa ou falta de atenção ao responder, não
uma explicação alternativa para a inconsistência notando que a escala de resposta mudou. Como
entre os resultados de estudos prévios. Embora adverte Hankins 16, o erro randômico da medida
tenham-se considerado quatro grupos diferen- é aproximadamente igual entre todos os itens de
tes, não foi o propósito compará-los em função um instrumento, assim qualquer diferença na
de sua saúde mental, muito menos generalizar variância entre itens positivos e negativos pode
os resultados obtidos. Pretendeu-se unicamen- ser atribuída ao viés de resposta associado com a
te assegurar diversidade amostral, favorecendo redação destes últimos.
um teste amplo de hipótese de um fator de viés As análises fatoriais confirmatórias aponta-
de resposta. Nesse sentido, o presente trabalho ram que o modelo três (unifatorial, controlan-
compreende um empreendimento de natureza do o viés de resposta devido à redação dos itens
psicométrica, buscando avaliar o efeito, na es- negativos) apresentou índices de ajuste que,
trutura fatorial, de contar com itens redigidos de embora não sejam excepcionais, situaram-se
formas positiva e negativa. próximos aos recomendados na literatura 38,39.
A matriz de correlações interitens apresentou Esses também foram coerentes com os achados
um padrão no qual ambos os grupos de itens, de Gouveia et al. 11, os quais testaram os mode-
positivos e negativos, correlacionam-se positiva- los uni e bifatorial em amostra de médicos de
mente entre eles, e negativamente com aqueles todo o Brasil, porém sem impor a restrição do
do grupo oposto. Ao analisar as variâncias dos fator latente de viés de resposta. Na ocasião, seu
itens, percebeu-se que os negativos apresen- modelo bifatorial foi mais adequado, porém, re-
taram maior variabilidade do que os positivos, fletiu, predominantemente, a dicotomia entre
além de terem se diferenciado em relação à cur- itens positivos (e.g., 3, 4, 8 e 10) e negativos (e.g.,

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


382 Gouveia VV et al.

2, 5, 7 e 9) desta medida. A propósito da alter- Esses autores concluem que, com base nos valo-
nativa do modelo bifatorial, Ye 23 aponta que os res de R2, há pouca evidência do poder explicati-
fatores respectivos costumam emergir repetida- vo útil de se empregar o QSG-12 como uma me-
mente na literatura como forte e inversamente dida multifatorial, afirmando que assumir uma
correlacionados entre si, além de apresentarem pontuação total não resultará em perda substan-
padrões de correlação similares com critérios ex- cial de informações. Contar com um fator único,
ternos. Embora seja possível argumentar que ao no âmbito da pesquisa, torna mais parcimonioso
considerar mais fatores para o QSG-12 tenha-se conhecer os correlatos da saúde mental; no ca-
informações adicionais, na prática isto pode não so de aplicabilidade, parece bem mais direta a
ter ocorrido aqui; concretamente, não se vislum- avaliação clínica pautada em um fator, contando
brou qualquer distinção substancial entre os fa- com um ponto de corte único.
tores com itens negativos e positivos. Não obstante, sugere-se cautela quanto
Por fim, diante das evidências e tendo em à generalização dos achados, uma vez que as
conta a estrutura fatorial identificada como mais amostras aqui tratadas foram obtidas por con-
adequada nas múltiplas amostras, recomenda- veniência, não se constituindo em estratos pro-
se que o QSG-12 seja considerado como uma babilísticos da população-meta. Além disso,
medida unidimensional, provendo assim uma recomenda-se que estudos futuros avaliem o
representação mais parcimoniosa do construto efeito de variáveis como habilidade de leitura e
desconforto psicológico. Essa conclusão é con- nível de concentração dos participantes no mo-
sistente com a que oferece Ye 23, que indica que mento de responderem aos instrumentos com
tal medida compreende uma ferramenta para itens positivos e negativos. Alternativamente,
avaliação geral da saúde mental, sendo preferível no caso específico do instrumento em pauta,
uma estrutura unidimensional. Shevlin & Ada- poder-se-ia checar se a estrutura unifatorial é
mson 15, procurando avaliar o poder preditivo mesmo suficiente em razão do tipo de ocupação
dos modelos com um e três fatores 21 em relação profissional ou grau de saúde mental; sabe-se
a outras variáveis (ansiedade, stress e suporte que os policiais apresentam frequência elevada
social), observaram que o unifatorial (fator de de sofrimento psíquico 41, o que pode fazer com
primeira ordem) explicou uma proporção mo- que tenham lugar fatores diferentes para retratar
derada de suas variâncias; já o modelo com três sintomas ou distúrbios específicos na medida
fatores, controlando o efeito do fator de primeira considerada, mesmo depois de controlar o viés
ordem, não apresentou qualquer coeficiente de de redação dos itens.
regressão significativo em relação a tais variáveis.

Resumo

O Questionário de Saúde Geral (QSG-12) detecta do- fatoriais confirmatórias apontaram que a estrutura
enças psiquiátricas não severas. Embora comumente unifatorial, controlando o efeito dos itens negativos,
tratado como um índice geral, a definição de sua es- reuniu os melhores índices de ajuste, excetuando en-
trutura fatorial suscita debates. Este trabalho objeti- tre os militares. Essa estrutura apresentou consistência
vou testar tal estrutura, comparando três modelos: dois interna superior a 0,80 em todos os grupos. Concluiu-
frequentemente citados na literatura (uni e bifatorial) se que o QSG-12 é mais adequado como unifatorial,
e um terceiro, também unifatorial, que controla o viés embora se indique a necessidade de estudos futuros
de resposta devido à redação dos itens. Participaram com pessoas de profissões e níveis de saúde mental di-
1.180 pessoas (300 estudantes universitários; 311 poli- ferentes.
ciais militares; 274 professores do ensino fundamental;
e 295 membros da população em geral), que respon- Saúde Mental; Viés Estatístico; Questionários; Valida-
deram ao QSG-12 e perguntas demográficas. Análises de dos Testes

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


QSG-12: O EFEITO DE ITENS NEGATIVOS 383

Colaboradores

V. V. Gouveia contribuiu na elaboração da introdução,


análise e discussão dos dados. T. J. S. Lima colaborou
na elaboração da introdução, análise dos dados e dis-
cussão dos resultados. R. S. V. Gouveia participou na
discussão dos resultados e revisão final do manuscrito.
L. A. Freires contribuiu revisando criticamente o con-
teúdo teórico, apontando direcionamentos futuros e
limitações do estudo, além de colaborar na coleta de
dados. L. H. G. M. Barbosa colaborou na coleta de da-
dos, preparação de tabelas e revisão do texto.

Referências

1. Goldberg DP, Williams PA. A user’s guide to the 7. Stewart TJ, Frye AW. Investigating the use of nega-
General Health Questionnaire. Windsor: NFER- tively phrased survey items in medical education
Nelson; 1988. settings: Common wisdom or common mistake?
2. Carvalho HW, Patrick CJ, Jorge MR, Andreoli SB. Acad Med 2004; 79:18-20.
Validation of the structural coherency of the Gen- 8. Ryff CD, Keyes CLM. The structure of psychologi-
eral Health Questionnaire. Rev Bras Psiquiatr 2011; cal well-being revisited. J Pers Soc Psychol 1995;
33:59-63. 69:719-27.
3. Pasquali L, Gouveia VV, Andriola WB, Miranda FJ, 9. Spector PE, Katwyk PTV, Brannick MT, Chen PY.
Ramos ALM. Questionário de Saúde Geral de Gol- When two factors don’t reflect two constructs:
dberg (QSG): adaptação brasileira. Psicol Teor Pes- How item characteristics can produce artifactual
qui 1994; 10:421-37. factors. J Manage 1997; 23:659-77.
4. Borges LO, Argolo JCT. Adaptação e validação de 10. Gao F, Luo N, Thumboo J, Fones C, Li S, Cheung
uma escala de bem-estar psicológico para uso em Y. Does the 12-item General Health Questionnaire
estudos ocupacionais. Aval Psicol 2002; 1:17-27. contain multiple factors and do we need them?
5. Kawada T, Otsuka T, Inagaki H, Wakayama Y, Kat- Health Qual Life Outcomes 2004; 2:63.
sumata M, Li Q, et al. Relationship among life- 11. Gouveia VV, Barbosa GA, Andrade EO, Carneiro
styles, aging and psychological wellbeing using the MB. Factorial validity and reliability of the Gen-
General Health Questionnaire 12-items in Japa- eral Health Questionnaire (GHQ-12) in the Brazil-
nese working men. Aging Male 2011; 14:115-18. ian physician population. Cad Saúde Pública 2010;
6. Chipimo PJ, Fylkesnes K. Comparative validity of 26:1439-45.
screening instruments for mental distress in Zam- 12. Graetz B. Multidimensional properties of the Gen-
bia. Clin Pract Epidemiol Ment Health 2010; 6:4-15. eral Health Questionnaire. Soc Psychiatry Psychia-
tr Epidemiol 1991; 26:132-8.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012


384 Gouveia VV et al.

13. Martin AJ. Assessing the multidimensionality of 27. Kalliath TJ, Driscoll MP, Brough P. A confirmatory
the 12-item General Health Questionnaire. Psychol factor analysis of the General Health Question-
Rep 1999; 84:927-35. naire-12. Stress Health 2004; 20:11-20.
14. Salama-Younes M, Montazeri A, Ismaïl A, Roncin 28. Mäkikangas A, Feldt T, Kinnunen U, Tolvanen A,
C. Factor structure and internal consistency of Kinnunen ML, Pulkkinen L. The factor structure
the 12-item General Health Questionnaire (GHQ- and factorial invariance of the 12-item general
12) and the Subjective Vitality Scale (VS), and the health questionnaire (GHQ-12) across time: Evi-
relationship between them: a study from France. dence from two community based samples. Psy-
Health Qual Life Outcomes 2009; 7:22. chol Assess 2006; 18:444-51.
15. Shevlin M, Adamson G. Alternative factor models 29. Ip WY, Martin CR. Factor structure of the Chinese
and factorial invariance of the GHQ-12: A large version of the 12-item General Health Question-
sample analysis using confirmatory factor analy- naire (GHQ-12) in pregnancy. J Reprod Infant Psy-
sis. Psychol Assess 2005: 17:231-6. chol 2006; 24:88-98.
16. Hankins M. The factor structure of the twelve item 30. Hu Y, Brown SS, Twigg L, Weich S. Can the 12-item
General Health Questionnaire (GHQ-12): the result General Health Questionnaire be used to mea-
of negative phrasing? Clin Pract Epidemiol Ment sure positive mental health? Psychol Med 2007;
Health 2008; 4:10. 37:1006-13.
17. Gouveia VV, Chaves SS, Oliveira IC, Dias MR, Gou- 31. Rosenberg M. Society and the adolescent self-im-
veia RSV, Andrade PR. A utilização do QSG-12 na age. Middletown: Wesleyan University Press; 1989.
população geral: estudo de sua validade de cons- 32. Greenberger E, Chen C, Dmitrieva J, Farruggia
truto. Teoria e Pesquisa 2003; 19:241-8. SP. Item-wording and the dimensionality of the
18. Sarriera JC, Schwarcz C, Câmara SG. Bem-estar Rosenberg self-esteem scale: Do they matter? Pers
psicológico: análise fatorial da escala de Goldberg Individ Dif 2003: 35:1241-54.
(GHQ-12) numa amostra de jovens. Psicol Reflex 33. Distefano C, Motl, RW. Further investigating meth-
Crit 1996; 9:293-306. od effects associated with negatively worded items
19. Oliveira GE. Trabalho e bem-estar subjetivo: com- on self-report surveys. Struct Equ Modeling 2006;
preendendo a situação laboral dos médicos [Tese 13:440-64.
de Doutorado]. João Pessoa: Universidade Federal 34. Cronbach LJ. Further evidence on response sets
da Paraíba; 2008. and test design. Educ Psychol Meas 1950; 10:3-31.
20. López MPS, Dresch V. The 12-item General Health 35. Podsakoff PM, MacKenzie SB, Lee JY, Podsakoff MP.
Questionnaire (GHQ-12): reliability, external valid- Common method biases in behavioral research: a
ity and factor structure in the Spanish population. critical review of the literature and recommended
Psicothema 2008; 20:839-43. remedies. J Appl Psychol 2003; 88:879-903.
21. Montazeri A, Harirchi AM, Shariati M, Garmaroudi 36. Chen YH, Gobioff GR, Dedrick RF. Detecting effects
G, Ebadi M, Fateh A. The 12-item General Health of positively and negatively worded items on a self-
Questionnarie (GHQ-12): translation and valida- concept scale for third and sixth grade elementary
tion study of the Iranian version. Health Qual Life students. In: Annual Meeting of the Florida Educa-
Outcomes 2003; 1:66. tional Research Association. Tampa: Florida Edu-
22. Doi Y, Minowa M. Factor structure of the 12-item cational Research Association; 2007. p. 30.
general health questionnaire in the Japanese gen- 37. Schmitt N, Stults DM. Factors defined by negative-
eral adult population. Psychiatry Clin Neurosci ly keyed items: the results of careless respondents?
2003; 57:379-83. Appl Psychol Meas 1985; 9:367-73
23. Ye S. Factor structure of the General Health Ques- 38. Byrne BM. Structural equation modeling with
tionnaire (GHQ-12): The role of wording effects. Amos: basic concepts, applications, and program-
Personality and Individual Differences 2009; mimg. 2th Ed. New York: Routledge; 2010.
46:191-201. 39. Tabachnick BG, Fidell LS. Using multivariate sta-
24. French D, Tait RJ. Measurement invariance in the tistics. 5th Ed. Boston: Allyn & Bacon; 2007.
general health questionnaire-12 in young Aus- 40. Woods CM. Careless responding to reverse-worded
tralian adolescents. Eur Child Adolesc Psychiatry items: Implications for confirmatory factor analy-
2004; 13: 1-7. sis. J Psychopathol Behav Assess 2006; 28:189-94.
25. González M, Ibáñez I. Cuestionario de Salud Ge- 41. Souza ER, Franco LG, Meireles CC, Ferreira VT,
neral (GHQ-12): Comparación de dos modelos Santos NC. Sofrimento psíquico entre policiais ci-
factoriales. Psiquatria.com 2001; 5:1. vis: uma análise sob a ótica de gênero. Cad Saúde
26. Ip WY, Martin CR. Psychometric properties of the Pública 2007; 23:105-14.
12-item General Health Questionnaire (GHQ-
12) in Chinese women during pregnancy and in Recebido em 08/Jun/2011
the postnatal period. Psychol Health Med 2007; Versão final reapresentada em 13/Set/2011
11:60-9. Aprovado em 03/Out/2011

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):375-384, fev, 2012

Potrebbero piacerti anche