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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA


CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso (2018).

ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE


POLÍMEROS DE IMPRESSÃO 3D E DE PLÁSTICOS DE
ENGENHARIA UTILIZADOS EM INDÚSTRIAS
Samuel de Oliveira Martins¹, Ramsés Otto Cunha Lima²

¹ Graduando do Curso Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, UFERSA, Mossoró – Rio Grande do Norte.
E-mail: samuelmartins2802@gmail.com
² Professor Doutor, CE – UFERSA, Mossoró – Rio Grande do Norte. E-mail: ramses.cunhalima@ufersa.edu.br

Resumo: A Crescente demanda pelo desenvolvimento de novas tecnologias que focam a necessidade do setor
de desenvolvimento de produto, aumentando as opções para fabricação de seus modelos, tem motivado avanços
no campo da prototipagem rápida. Este processo vem conquistando cada vez mais espaço no setor industrial
devido a sua rapidez, aliada as tolerâncias dimensionais atingidas pelas peças produzidas. Assim, oferecem
muitas vantagens na fabricação com compósitos poliméricos. Porém, devido as propriedades mecânicas
limitadas dos materiais poliméricos usados como carga para as impressoras, torna-se necessário um estudo
comparativo com outros materiais mais comumente utilizados na indústria. O presente estudo visa avaliar se
as propriedades mecânicas do material impresso, se equiparam a do plástico de engenharia. Este trabalho
apresenta as propriedades dos materiais envolvidos e analisa as resistências obtidas por ensaios mecânicos de
flexão utilizando a norma ASTM D790 – 16 e tração ASTM 638 - 14 do Nylon 6, um dos plásticos de
engenharia mais utilizados na indústria e no acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS), o termoplástico mais
utilizado na impressão 3D. Foi notado que o Nylon 6 deforma bem mais que o polímero de impressão, além
de possuir bons valores de Limite de Resistência à Tração e Flexão, sendo assim não recomendado a
substituição deste pelo ABS, caso a aplicação necessite de altas tensões.

Palavras-chave: Impressão 3D; Propriedades Mecânicas; Acrilonitrila-Butadieno-Estireno

1. INTRODUÇÃO

As indústrias procuram praticidade no que diz respeito a processos de fabricação, ou seja, a facilidade de
produção de algum material aliado a um bom desempenho na sua aplicação. Com isso a manufatura aditiva ou
impressão 3D veio se popularizando, pois diferente da usinagem que funciona removendo material de maneira a
esculpi-lo, a manufatura aditiva insere material em dimensões projetadas. Esta tecnologia vem sendo utilizada seja
na área da engenharia, ou também na área da medicina e odontologia com a produção de próteses.
O Consumo global de sistemas de impressão 3D, materiais de impressão, peças ou softwares relacionados a
tecnologia, totalizaram mais de 13 bilhões de dólares em 2016. Além disso, espera-se que os gastos mundiais em
impressão 3D tenham uma taxa de crescimento anual de 22,3% nos próximos anos, e até 2020 é esperado 29
bilhões de dólares em receita [1]. Para essas aplicações práticas, as peças impressas devem suportar várias
quantidades de tensões mecânicas e ambientais durante seu uso.
Existem alguns trabalhos relacionados a manufatura aditiva, como um estudo [1] que comenta os efeitos dos
pós processamento dos diferentes métodos de fabricação 3D nas propriedades mecânicas e relata da
impossibilidade atual de um teste mecânico padrão único para as peças fabricadas devida as diferentes formas de
impressão 3D. Em outro estudo [2], apresenta alguns ensaios de Tração e Flexão utilizando corpos de prova
impressos pelo método de impressão da Modelagem por Fusão e Depósito com o objetivo de analisar as
propriedades mecânicas com a disposição da modelagem em diferentes orientações, para assim analisar a melhor
orientação para futuras aplicações. A conclusão foi que a forma que as fibras do termoplástico estão distribuídas
influência nas propriedades mecânicas. Porém atualmente existem plásticos de engenharia sendo bastante
utilizados na indústria como por exemplo o Nylon 6, que possui boas propriedades mecânicas como o Limite de
Resistência à Tração e a Deformação Máxima. Assim é necessário analisar se as peças produzidas pela
prototipagem rápida atenderiam as tensões aplicadas assim como esses plásticos atendem.
Nesse contexto, este trabalho propõe a obtenção de propriedades mecânicas tanto do Nylon 6 quanto do
material mais comum utilizado na impressão 3D, o acrilonitrilo-butadieno-estireno mais conhecido como ABS.
Tem como objetivos estudar as normas ASTM a fim de confeccionar os corpos de prova e realizar os ensaios
mecânicos de tração e flexão, para assim fazer a comparação das propriedades mecânicas. Se as propriedades do

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ABS se equipararem aos dos plásticos de engenharia como o Nylon 6, poderá ser viável a substituição do material,
acelerando assim a produção das peças devido a utilização tecnologia da prototipagem rápida.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Materiais Poliméricos

A Palavra polímero vem do grego poli (muitos) mero (unidade de repetição), ou seja, é uma macromolécula
constituída de várias unidades de repetição ligadas por ligação covalente, a matéria-prima é o monômero, isto é
uma unidade de repetição. Muitos dos polímeros são compostos orgânicos com sua química baseada no carbono,
no hidrogênio e em outros elementos não metálicos [3]. Dependendo da estrutura química, os polímeros podem
ser divididos em três classes: Plásticos, Borrachas (ou Elastômeros) e Fibras [3].
Para a caracterização das propriedades mecânicas dos materiais poliméricos é necessário a realização de um
ensaio tensão deformação. As propriedades são altamente sensíveis à taxa de deformação, à temperatura e à
natureza química do ambiente [4]. São encontrados três tipos diferentes de comportamento tensão deformação
para os materiais poliméricos, como representado na Figura 1. A curva A mostra o comportamento Tensão-
Deformação para polímero frágil. A curva B mostra o comportamento para um material plástico, semelhante ao
de muitos materiais metálicos. Finalmente, a deformação exibida pela curva C, que é totalmente elástica, típica da
classe dos elastômeros.

Figura 1. Comportamento tensão deformação para polímeros [4].

Fatores como taxa de deformação e temperatura afetam a forma das curvas de tensão-deformação, sendo muito
mais visível em polímeros que em cerâmicas e metais. Esse fato é devido à viscoelasticidade desses materiais, ou
seja, o comportamento Tensão-Deformação é dependente do tempo. Já a temperatura e a taxa de deformação
causam efeito contrário. Ao aumentar a taxa de deformação (ou diminuir a temperatura) se obtêm níveis maiores
de tensão, porém valores menores de deformação aumentando seu Módulo Elasticidade [5]. Na Figura 2 pode-se
observar as variações que acontecem no comportamento dos polímeros devido às mudanças na taxa de deformação
e na temperatura.

Figura 2. Efeitos da taxa de deformação e da temperatura sob a curva tensão- deformação dos
Polímeros [5].

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2
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Termoplásticos cristalinos e semicristalinos são muito sensíveis a variações de temperatura e a taxas de
deformação. Geralmente o estrangulamento e estiramento destes começa nas seções mais frágeis. A deformação
final nesses tipos de materiais pode atingir até 700 %. A zona onde surge o pescoço não sofre ruptura
imediatamente quando o fluxo de tensões aumenta devido à orientação das cadeias moleculares [5].
Em 1973 observou-se o desenvolvimento deste material com a utilização cada vez maior nas áreas da
aeronáutica, automobilística, eletrônica e eletrotécnica. Este desenvolvimento impulsionou a produção dos
plásticos de engenharia como: policarbonatos, poliamidas, poliésteres, etc. e também dos polímeros de uso corrente
como: Polietileno, polipropileno, PVC e o ABS [6]. Os Plásticos de engenharia do grupo Poliamida, também
chamado de Nylon, são plásticos semicristalinos e pertencem a uma classe de polímeros atraentes para aplicações
nas indústrias, sendo atualmente um dos mais utilizados. O Nylon 6 é um termoplástico, que devido às suas
características, apresenta um grande número de aplicações.
Em um estudo [7] feito com o Nylon 6 foram realizados ensaios de tração usando a norma ASTM D638M,
com velocidade de ensaio de 5 mm/min, na qual foram obtidos valores de Limite de Resistência à Tração de 55
MPa e uma Deformação na Ruptura de 25%. Já em outra pesquisa [8] foram feitos ensaios utilizando os mesmos
parâmetros do anterior, alterando apenas a velocidade de ensaio para 50 mm/min, com isso o resultado obtido foi
de 68 MPa de Limite de Resistencia à Tração e apenas 2% de Deformação de Ruptura, além de um Módulo de
Elasticidade de 2,7 GPa. Em outro estudo [9] realizaram-se os ensaios atenderam aos mesmos parâmetros da
pesquisa anterior, ou seja, com velocidade de 50 mm/min, obtendo valores parecidos como 65 MPa de Limite de
Resistência à Tração e Módulo de Elasticidade um pouco acima de 2 GPa.
Ao se fazer ensaios de Flexão de 3 pontos seguindo a norma ASTM D790 com os apoios a uma distância de
50 mm foi encontrado em um estudo [10] o valor de Limite de Resistencia à Flexão de 94,2 MPa. Em outro estudo
[8], ao realizar o mesmo ensaio alterando a distância para 64 mm, foi encontrado o valor de 89 MPa.

2.2 Impressão 3D

A técnica de produzir protótipos a partir de um arquivo virtual existe desde a década de 80, especificamente
em 1984, quando Chuck Hull inventou a técnica da estereolitografia ou SLA, técnica a qual é a pioneira da
prototipagem rápida [11]. A Estereolitografia consiste no uso de uma determinada resina que apresenta a
característica de solidificar-se mediante a radiação de raios ultravioleta, sendo os raios projetados sucessivamente
nas camadas que devem ser solidificadas de modo que a construção se dá verticalmente de baixo para cima.
Com o crescente aumento em busca da praticidade na produção de novas peças, a tecnologia da impressão 3D
vem ganhando espaço nas indústrias. A impressão 3D é o processo de fabricação de objetos reais a partir de
modelos computacionais provenientes de modelagens feitas por softwares (CAD). O modelo projetado é salvo no
formato de arquivo Standard Triangle Language (STL) o qual capta a informação de cada superfície do modelo
3D na forma de seções triangulares. Na década de 80 a prototipagem rápida era o termo utilizado para a impressão
de protótipos de produtos que não serviam para comercialização, contudo com o avanço dessa tecnologia é possível
obter produtos acabados e prontos para o uso sendo assim comercializados. A partir daí tornou-se mais
convencional utilizar o termo “manufatura aditiva” para se referir de maneira mais exata ao processo de impressão
3D [11].
Existem disponíveis diversas máquinas que proporcionam essa tecnologia, todos têm em comum a
possibilidade de construção de geometrias complexas sem a necessidade de algum molde físico [12]. São vários
tipos de técnicas de impressão para fabricação de compósitos poliméricos, além do SLA citado anteriormente, é
utilizado a Modelagem por fusão e depósito, processo utilizado para confecção dos corpos de prova deste trabalho.

2.2.1 Modelagem por Fusão e Depósito – FDM

Apesar da técnica de SLA ter sido a pioneira, não impossibilitou de surgir novas tecnologias aplicadas a essa
manufatura, como por exemplo a modelagem por fusão e depósito (FDM). As impressoras FDM são as mais
comumente utilizadas para fabricar compósitos poliméricos. Os termoplásticos como Policarbonato (PC),
Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS) e o Poliácido Láctico (PLA) são bastante utilizados devido a sua baixa
temperatura de fusão. O equipamento e o processo são mostrados na Figura 3. O processo ocorre por extrusão de
filamentos aquecidos e com um cabeçote movimentando-se nos eixos xy, além de uma plataforma movimentando-
se em z. Os filamentos são derretidos até atingir um estado semilíquido e são expulsos camada por camada na
plataforma de criação, local que as camadas são fundidas e solidificadas juntas [13]. A maior desvantagem do
processo é que o material tem que se encontrar em forma de filamento, além de que só é possível utilizar
termoplásticos com viscosidade de fusão alta o suficiente para propor um suporte estrutural e baixo a ponto de
permitir a extrusão. [12].

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3
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Figura 3. Equipamento e processo de funcionamento de uma FDM [12].

2.2.2. Acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS)

O acrilonitrilo-butadieno-estireno é um dos materiais de filamento de impressão 3D mais comuns. O ABS é


particularmente variável devido ao fato de que os três monômeros usados em sua produção podem ser adicionados
em diferentes proporções e em diferentes estágios, resultando em misturas e copolímeros rotulados como ABS. É
sempre recomendável certificar-se de que qualquer ABS produzida por FDM seja feito em um espaço bem
ventilado, pois o material produz gases tóxicos enquanto é derretido, produzindo um odor notável e causando dores
de cabeça rapidamente [14]. Este material é favorecido por suas propriedades reológicas que fazem superfícies
relativamente lisas no FDM. O plástico ABS não é resistente a muitos solventes, mas isso pode ser usado como
uma vantagem ao alisar a superfície das peças impressas usando uma lavagem [14].
Em estudo [2] onde foi feito ensaio de tração do ABS utilizando a norma ASTM D638, foram mostradas as
propriedades mecânicas obtidas em diferentes orientações, ou seja, as fibras do termoplástico dispostas de maneira
diferente, o resultado foi que há uma maior resistência caso haja uma impressão de forma longitudinal onde o valor
de Limite de Resistência a Tração foi de 25,7 MPa e o Módulo de Elasticidade de 987,8 MPa. Da mesma forma
em outro estudo [15] foram realizados ensaios comprovando que a orientação Longitudinal foi a mais resistente
com Limite de Resistência a Tração de 33,5MPa e Módulo de Elasticidade de 2 GPa. Já em um estudo [2] ao se
fazer ensaio de Flexão utilizando a norma ASTM D790 impresso longitudinalmente, foi obtido o valor de Limite
de Resistencia à Flexão de 38MPa. Ao se fazer Estudo parecido [16] encontrou valor de Limite de Resistencia à
Flexão de 51MPa.

2.3. Materiais e Preparação dos corpos de prova.

Os materiais testados neste trabalho foram o acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS) e o Nylon 6. Os corpos de


prova do ABS foram produzidos por uma impressora 3D que usa a técnica de moldagem por fusão e depósito
(FDM), já os de Nylon 6 foram confeccionados por usinagem. As dimensões dos corpos de prova seguiram as
normas ASTM D638 para as amostras de tração e ASTM D790 para as de flexão. Para os corpos de prova de
tração foram utilizados as dimensões do Tipo IV especificadas na norma, essas dimensões são recomendadas para
materiais de diferentes valores de rigidez, geralmente utilizadas quando se buscam um estudo comparativo. Já na
norma de flexão são especificadas as dimensões para termoplásticos. Os dois tipos de corpo de prova são mostrados
na Figura 4. Os corpos de prova de tração contém a espessura de 4 mm já as de flexão 3,2 mm. Inicialmente os
corpos de prova de flexão e tração foram projetadas no software SolidWorks®, exportados em formato STL e em
seguida importado para a impressora 3D para a sua fabricação. Os ensaios foram realizados na máquina universal
de ensaios EMIC modelo DL30000 utilizando uma célula de carga de 100 kN.

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4
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(a)

(b)

Figura 4. Representação esquemática dos corpos de prova de (a) tração e (b) flexão. Adaptado de [15].

2.4. Ensaio de Tração

Os ensaios foram realizados seguindo a norma ASTM D638 [17]. Na Figura 5 são mostrados os corpos de
prova de cada material.

Figura 5. Corpos de prova de tração do Nylon 6 (Esquerda) e ABS (Direita). (Fonte Própria)

Foi adotado o procedimento descrito na norma, na qual deve-se ensaiar 5 corpos de prova com velocidade de
ensaio de 5 mm/min. É necessário garantir que o corpo de prova esteja bem fixado nas garras para que não haja
escorregamento e uma leitura incorreta de alongamento.
Feito o ensaio, um software gera um gráfico força-deformação, que a partir desses dados e das dimensões dos
corpos de prova é possível achar as propriedades mecânicas desejadas. O cálculo do Módulo de Elasticidade é
dado pela Equação 1, onde 𝐸 é o Módulo de Elasticidade, 𝜎 a variação de Tensão no regime elástico, ∆𝑥 a
Deformação proporcional a Tensão e 𝐿 é o comprimento útil do corpo de prova.
∆𝜎
𝐸= (1)
∆𝑥⁄𝐿

O cálculo de Resistência a Tração é dado pela Equação 2, onde 𝜎𝑚á𝑥 é o Limite de Resistência a tração, 𝐹𝑚𝑎𝑥
é a força máxima aplicada ao corpo de prova e 𝐴 = Área da seção transversal da amostra. Para encontrar o a Tensão
de Ruptura, usa-se a mesma equação, sendo que a força utilizada é a força no momento da ruptura.
𝐹𝑚𝑎𝑥
𝜎𝑚á𝑥 = (2)
𝐴

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5
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2.5. Ensaio de Flexão

O Ensaio realizado foi o ensaio de 3 pontos onde a carga cresce no ponto central do corpo de prova. Os testes
foram realizados seguindo a norma ASTM D790 [18]. Na Figura 6 são mostrados os corpos de prova de cada
material.

Figura 6. Corpos de prova de flexão do ABS (Esquerda) e Nylon 6 (Direita). (Autoria Própria)

Foi adotado o procedimento descrito na norma, na qual deve-se ensaiar 5 corpos de prova com velocidade de
avanço do travessão de 2 mm/min, distância entre apoios de 51,2 mm. A tensão de flexão é encontrada a partir da
Equação 3, onde 𝜎𝑓 é a tensão de flexão, 𝑃 é carga do ensaio, 𝐿 é a distância entre os apoios, 𝑏 é a largura do corpo
de prova e 𝑑 é a espessura do corpo de prova.
3𝑃𝐿
𝜎𝑓 = (3)
2𝑏𝑑²

A Deformação é calculada pela Equação 4, onde 𝜖𝑓 é a Deformação à Flexão, e 𝐷 o deslocamento do corpo de


prova durante o ensaio. Através do gráfico tensão-deformação, encontram-se os valores de Módulo de Elasticidade
na Flexão, Limite de Resistência à Flexão e a Flexão na Ruptura.
6𝐷𝑑
𝜖𝑓 = (4)
𝐿²

2.6. Resultados e Discussões

2.6.1. Densidade especifica

A densidade é uma variável a ser levada em conta e, portanto, na Tabela 1 são mostrados os valores de densidade
específica dos corpos de prova que foram submetidos aos ensaios de flexão.

Tabela 1. Pesos específicos médios e desvio padrão dos corpos de prova. (Autoria própria)
Nylon 6 ABS
Densidade específica 0,7296 0,5955
(g/cm³)
Desvio padrão 3,98% 1,29%

Nota-se que os corpos de prova que apresentaram as menores densidades específicas foram os do ABS, devido
a baixa massa que os corpos de prova possuem. As tolerâncias dimensionais influenciaram no resultado, pois devido
a usinagem dos corpos de prova do Nylon 6, foi observado algumas discrepâncias nos valores obtendo um maior
desvio padrão. De modo contrário o ABS devido a suas dimensões serem dimensionadas obteve maior confiabilidade
nesses dados.

2.6.2. Ensaio de Tração

Os ensaios de tração seguiram a norma ASTM D638 – 14 com velocidade de ensaio de 5 mm/min. As Figuras
7 e 8 mostram o comportamento da Tensão em função da deformação média do ABS e Nylon 6 respectivamente.
Na Tabela 2 são mostrados os valores de Tensão Máxima, Módulo de Elasticidade e seus desvios padrão.

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6
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Gráfico Tensão-Deformação
35
30
25 CP1

Tensao (MPa)
20 CP2
15 CP3

10 CP4
CP5
5
0
0 0,02 0,04 0,06
Deformação (mm/mm)

Figura 7. Curva da Tensão em função da Deformação das amostras de ABS (Autoria Própria)

Gráfico Tensão-Deformação
60
50
Tensão (MPa)

40 CP1
30 CP2
20 CP3

10 CP4

0 CP5
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deformação (mm/mm)

Figura 8. Curva da Tensão em função da Deformação das amostras de Nylon 6 (Autoria Própria)

Tabela 2. Resultados dos Limites de Resistências.


ABS Nylon 6
Média daTensão Máxima (MPa) 30,9619 50,1725
Média do Desvio padrão - Tensão 2,25% 3,99%
Máxima
Média do Módulo de Elasticidade 1,07512 0,77423
(GPa)
Média do Desvio padrão – Módulo 8,34% 16,8%
de Elasticidade
Média da Deformação Total 4,33% 75,17%

Os valores mostram que o regime plástico do Nylon 6 teve seu início de forma antecipada, esperava-se que o
Módulo de Elasticidade fosse bem maior como mostrado em estudos anteriores [7,8]. Isso aconteceu pelo fato de
que as características mecânicas dos polímeros são altamente sensíveis à taxa de deformação [4]. Ao se comparar
estudos anteriores [7], é observado que o valor de Limite de Resistencia à Tração do Nylon 6 trabalhado neste
artigo é bem próximo, estando dentro do desvio padrão. Porém em outro estudo [8] foi observado que os valores
de Limite de Resistencia a Tração e Módulo de Elasticidade foram maiores, ocorrida pelo fato de que os ensaios
foram feitos a uma maior taxa de deformação, tendo sido a velocidade de ensaio 10 vezes maior do que o ensaio
deste artigo. Além de que a ocorrência de comportamentos diferentes pode estar relacionada a forma de fabricação
do material, como por exemplo o uso de algum aditivo ou a exposição de alguns raios UV.
Os valores das propriedades mecânicas do ABS eram de se esperar, visto que os dados são muito próximos aos
dos dados encontrados em outros estudos utilizando os mesmos princípios [2,15], pois diferente dos corpos de
prova do Nylon 6, os corpos de prova do ABS foram produzidos de forma injetada e projetada, livre de usinagem
e de erros grosseiros. Ao se comparar os dois materiais é observado o maior valor de Resistência a Tração do

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7
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Nylon 6, assim como uma grande capacidade de deformação. Foi observado que o plástico de engenharia teve uma
certa elongação durante o ensaio enquanto o polímero de impressão rompeu de forma bem mais rápida. Ao se
comparar os valores de desvio padrão de ambos os materiais é notório que o ABS obteve valores bem menores,
isso se deve ao fato de os corpos de prova terem sido fabricados do mesmo projeto e impressora 3D, sendo
milimetricamente idênticos. A Figura 9 mostra os valores de Limite de Resistência à Tração dos dois materiais e
seu desvio padrão.

Comparação entre os Limites de Resistência


à Tração
Limite de Resistencia a Tração (MPa)

60

50

40

30

20

10

Nylon 6 ABS

Figura 9. Comparação entre Limites de Resistencia à Tração do Nylon 6 e ABS. (Autoria Própria).

2.6.3. Ensaio de Flexão

Os ensaios de tração seguiram a norma ASTM D790 – 16 com velocidade de ensaio de 2 mm/min. Nas Figuras
10 e 11 é mostrado o comportamento da Tensão de Flexão em função da deformação média do ABS e Nylon 6
respectivamente. Na Tabela 3 são mostrados valores de Tensão Máxima, Deformação e seus valores de desvio
padrão.

Gráfico Tensão-Deformação
60
50
Tensão (MPa)

40 CP1
30 CP2
20 CP3
10 CP4
0
CP5
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
Deformação (mm/mm)

Figura 10. Curva da Tensão de Flexão em função da Deformação das amostras de ABS (Autoria Própria)

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8
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Gráfico Tensão-Deformação
60
50

Tensão (MPa)
40 CP1
30 CP2
20 CP3
10
CP4
0
CP5
0 0,05 0,1 0,15 0,2
Deformação (mm)

Figura 11. Curva da Tensão de Flexão em função da Deformação das amostras de Nylon 6 (Autoria Própria)

Tabela 3. Resultados dos Limites de Resistências. (Autoria própria)


ABS Nylon 6
Média da Tensão Máxima (MPa) 45,58641 45,20657
Média do Desvio padrão -Tensão 2,94% 8,08%
Máxima
Média da Deformação Total 4,82% 17,09%

Os valores do ABS foram próximos aos valores de estudos com o mesmo material nas mesmas condições. Já
o Nylon 6 obteve valor de Limite de Resistencia à Flexão abaixo a estudos, podendo ter ocorrido pelos mesmos
motivos da ocorrência do ensaio de tração. Tal fato ocorre pela taxa de deformação do ensaio, sendo que em outros
estudos [8,10] a velocidade de ensaio foi de 3 mm/min, um pouco maior que as deste ensaio, além de que as
distâncias entre os apoios foram diferentes das distancias deste experimento, visto que para o cálculo da Tensão
de demonstrada na Equação 3, a distancia entre apoios é uma variável importante.
Além disso, foi observado durante o ensaio que a carga não descia de forma linear para baixo, havia uma certa
inclinação que aliada a baixa velocidade do ensaio causam pequenos escorregamentos, como notado nas Figuras
10 e 11. O distanciamento é de 51,2 mm chegando próximo a largura do aplicador de carga. Para que não houvesse
o choque com os apoios devido a essa inclinação foram necessários mover os apoios para a esquerda variando
entre 29,2 mm a esquerda da origem e 22 a direita da origem como mostrado na Figura 12.

Figura 12. Distância entre apoios no ensaio de flexão do Nylon 6. (Autoria Própria).

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9
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Comparando os valores obtidos no ensaio é observado que o Nylon 6 e o ABS se assemelharam em relação ao
Limite de Resistencia à Flexão. Porém em relação a Deformação é notável que há uma enorme diferença entre os
dois materiais, sendo que o Nylon 6 obteve um valor bem maior, inclusive não chegando a se romper, como
também mostrado na Figura 12. Outro fato a se observar é que assim como no ensaio de tração os valores de desvio
padrão do ABS são menores em relação aos do plástico de engenharia devido a aplicação da prototipagem rápida
na confecção dos corpos de prova, sendo impressas de forma bem definida. Na Figura 13 são mostrados os valores
de Limite de Resistência à Flexão dos dois materiais e seu desvio padrão.

Comparação entre os Limites de


Resistência à Flexão
Limite de Resitencia a Flexão (MPa)

60

45

30

15

Nylon 6 ABS

Figura 13. Comparação entre os Limites de Resistência à Flexão do Nylon 6 e ABS. (Autoria Própria).

3. CONCLUSÕES

Nos ensaios de tração foram observados uma padronização no que diz respeito aos resultados do ABS, obtendo
valores próximos das propriedades mecânicas entre os corpos de prova. Porém observou-se que nesses ensaios os
valores de Limite de Resistência à Tração do Nylon 6 deram valores superiores, assim como a Deformação Total.
Nos ensaios de Flexão ambos apresentaram valores altos no que diz respeito a Limite de Resistência à Flexão,
sendo bem próximos, porém assim como nos ensaios de tração, o Nylon 6 obteve um maior valor de deformação.
Ao analisar as densidades é possível verificar que o ABS possui valor menor, sendo assim o material mais leve.
De modo geral os valores das propriedades mecânicas do ABS possuem mais confiabilidade, visto que possui em
todos os casos o menor desvio padrão.
A aplicação do ABS torna-se viável caso seja necessária a utilização de peças com geometria complexa, baixa
densidade e com boa resistência. O Nylon 6 é favorito a aplicações que necessitem de altas tensões sem a
ocorrência de fraturas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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