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REVISÃO REVIEW 1667

Reflexões sobre avaliação de políticas


de saúde no Brasil

Reflections on health policy evaluation


in Brazil

Fernando Manuel Bessa Fernandes 1


José Mendes Ribeiro 1
Marcelo Rasga Moreira 1

Abstract Introdução

1Escola Nacional de Saúde This article aims to contribute to the debate on Uma crescente consolidação da avaliação como
Pública Sergio Arouca,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio
public policy evaluation, specifically in the Bra- prática no âmbito da gestão/administração pú-
de Janeiro, Brasil. zilian health sector. The objective is to analyze blica tem sido apontada como fenômeno ocor-
some of the key issues in this field through a lit- rido no mundo pelo menos nas últimas cinco
Correspondência
F. M. B. Fernandes erature search in the SciELO database. Sixty-six décadas. Tal fato tem estimulado a reunião de
Departamento de Ciências articles were selected using the descriptors “health considerável arcabouço teórico, múltiplas re-
Sociais, Escola Nacional de
evaluation” and “evaluation of health programs flexões metodológicas e destaque acadêmico
Saúde Pública Sergio Arouca,
Fundação Oswaldo Cruz. and projects” in indexed Brazilian public health 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10.
Rua Leopoldo Bulhões 1480, periodicals from 1994 to 2009. The article explores No Brasil, notadamente desde o contexto de
Rio de Janeiro, RJ 21041-210,
aspects of academic output according to an estab- Reforma Gerencial do Estado (Bodstein R, Mo-
Brasil.
fernando.bessa@ensp.fiocruz.br lished typology and in relation to possibilities for reira MR, 2008, comunicação pessoal) 11, a con-
developing the theme of policy evaluation, linked solidação da avaliação começa lentamente a ter
to interventions focused on efficacious, efficient, contornos mais nítidos e a se tornar prática insti-
and effective treatment of the population’s health tucional e institucionalizada, o que tem refletido
problems. na produção científico-literária.
Mesmo com esses consideráveis avanços, a
Program Evaluation; Health Evaluation; Health rigor não existe um consenso estabelecido na li-
Public Policy teratura sobre o conceito de avaliação. A varieda-
de de enfoques, abordagens e teorias é tal, a pon-
to de ser menos difícil e embaraçoso identificar o
que não é avaliação 1,2,3,6,7,9,10,12,13,14,15,16.
De fato, considerações que levam em conta
aspectos teóricos e metodológicos sobre o que é
avaliação aplicada a políticas e o que é análise de
políticas, por exemplo, podem ser feitas.
Um aprofundamento dessa distinção exigiria
um desvio do foco deste artigo; porém, é funda-
mental afirmar a importância do impacto exer-
cido tanto pelo avaliador quanto pelo analista
enquanto atores das políticas com as quais eles

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1668 Fernandes FMB et al.

estão relacionados, dado que as interações entre te no âmbito da gestão pública no setor saúde,
eles e os demandantes das avaliações e análi- um bom ponto de partida é estabelecer uma defi-
ses se caracterizam por negociações e escolhas nição objetiva: avaliar significaria emitir um juízo
conceituais, procedimentais e expositivas dos de valor, atribuir valor a algo, conferir a algo um
achados 17. aval.
Diante da inexistência de neutralidade de Só que, por ser a avaliação de políticas um
todos os envolvidos com políticas públicas, processo complexo, avaliar também é comparar
percebe-se que elas podem ser compreendidas parâmetros estabelecidos e resultados alcança-
como demandas das sociedades manifestadas e dos de uma dada intervenção ou sobre qualquer
mediadas por grupos de interesses e movimen- dos seus componentes, com vistas à facilitação
tos sociais e, por outro lado, também podem ser da consecução de determinados objetivos.
entendidas como as tentativas de resposta dos Utilizando-se de critérios ou padrões traça-
governos a esses anseios e demandas 18,19,20. dos para uma investigação sistemática, a ativida-
Nosso entendimento é o de que as políticas de avaliativa insere-se tanto no campo da ciência
públicas podem ser tratadas de modo esquemá- – por meio da produção de evidências – quanto
tico e para fins de análise, como estruturadas se- no da prática cotidiana da política – por meio dos
gundo ciclos e estágios, podendo ou não recome- processos analisados, e vincula-se a uma dimen-
çar com novas orientações, num movimento pro- são instrumental, com o intuito de auxiliar na
cessual e dinâmico chamado “policy cycle” 21,22. tomada de decisões 15,17,24,25,26,27,28,29,30,31.
Políticas públicas são passíveis de ser com- Se a ação avaliativa compreende a emissão
preendidas, portanto, como ações governamen- de um juízo de valor, torna-se, portanto, neces-
tais idealizadas, formuladas e desenhadas em sário refletir sobre como; quando; onde; para
atenção aos propósitos de agenda dos governos, quem; com quem; quanto – ou seja, despenden-
permeados e intercambiados com os anseios e do quais fontes e quais quantidades de recursos;
demandas de grupos da sociedade, resultando em que medida; atendendo a quais interesses;
em programas, ações, estratégias, planos, que significando e ressignificando quais conceitos;
terão efeitos e buscarão transformações e resul- representando quais influências e interesses; re-
tados positivos e benéficos para pessoas numa sultando em quais consequências; uma prática
dada realidade. caracterizada como avaliação pode – e deve – ge-
Isso permite dizer que as políticas públicas, rar transformações positivas na realidade e bem-
de modo geral (dentre elas, iniciativas nas áre- estar coletivo.
as da Saúde e da Educação, por exemplo) são Essas são perenes questões e desafios epis-
campos multidisciplinares de estudos e interes- temológicos, técnicos e, sobretudo, ideológicos,
ses, já que, diante da vontade e inclinação para dos quais os interessados na prática avaliativa
estudá-las, torna-se necessária a compreensão em saúde não podem se desviar, dada a própria
de que teorias e instrumentais construídos nos natureza dos conceitos em tela.
campos da Sociologia, da Ciência Política e da Nesse contexto e com essas preocupações,
Economia, para citar os mais evidentes, são fun- procura-se contribuir para o debate sobre a ava-
damentais para a realização de análises e estudos liação de políticas públicas, especificamente no
5,16,18,19,20,23. que concerne ao setor saúde.
Nunca perdendo de vista o caráter interseto- Busca-se apresentar e tematizar algumas das
rial e multidisciplinar dos processos das políti- questões fundamentais que perpassam tal cam-
cas, a sua formulação, implementação e execu- po de estudo, mediante um levantamento ou re-
ção são caracterizadas por situações e desafios visão bibliográfica sobre avaliação de políticas
que demandam práticas de acompanhamento, no setor saúde numa conceituada e reconhecida
monitoramento e avaliação, não apenas para base de dados. Exploram-se aspectos da produ-
eventuais correções de rumo na condução das ção acadêmica numa tipologia estabelecida e em
ações por parte dos especialistas, políticos e téc- correlação com as possibilidades de desenvol-
nicos responsáveis, mas também para atender vimento do tema da avaliação de políticas que
às modificações constantes e estruturais que o articulem intervenções voltadas para o enfrenta-
dinamismo do processo inerentemente apre- mento efetivo de agravos da população.
senta e para servir de base e lições aprendidas
para aplicação em outras ações do mesmo gêne-
ro (Bodstein R, Moreira MR, 2008, comunicação Aspectos metodológicos
pessoal) 1,2,6,7,12,20,23,24.
Tendo sido feitas reflexões iniciais para se Ao se refletir sobre revisão bibliográfica, percebe-
pensar o que é, como se faz e quais as questões se que é possível caracterizá-la como uma ativi-
envolvendo avaliação de políticas, especialmen- dade de resumo crítico sobre determinado tópi-

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REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE 1669

co de interesse, resultando num “estado da arte” selecionados 66 artigos, de publicações brasilei-


do conhecimento produzido e acumulado sobre ras indexadas na área da saúde coletiva, desde o
um dado tema. ano de 1994 até o ano de 2009.
Contudo, ela deve estar intimamente vincu- Com o primeiro descritor, intitulado “Avalia-
lada ao problema de pesquisa que a provocou, ção em Saúde”, foram encontrados 49 artigos. Já
daí advindo, justamente, uma imprescindível com o segundo descritor, denominado “Avalia-
flexibilidade, sem prejuízo da adoção de uma sis- ção de Programas e Projetos de Saúde”, foram
temática delineada. selecionados 17 artigos (Tabela 1).
Isto permite dizer que, apesar da variedade A dificuldade em se conceituar uma prática
das formas de operacionalização oferecida pelos como uma avaliação advinda da heterogeneida-
modelos encontrados na literatura referente à re- de dos corpos teóricos e dos conceitos utilizados,
visão bibliográfica, para atender à elaboração do impede que haja algum tipo de consenso esta-
presente texto foi percorrido o seguinte trajeto: belecido quanto ao que envolve a elaboração de
Seleção do tema; Definição de critérios para a tipologias de práticas avaliativas.
seleção da amostra; Busca em base de dados; En- No entanto, se o campo ainda está sendo
quadramento e análise dos dados; Interpretação construído teórica e metodologicamente, as
e Discussão dos resultados. possibilidades de serem exploradas trajetó-
As buscas efetuadas para a confecção deste rias e caminhos estão completamente abertas
artigo foram realizadas na base de dados eletrô- 3,5,8,10,12,13,27.

nica SciELO (http://www.scielo.org), escolhida As formas de se iniciar a exploração de cami-


por sua relevância advinda do pioneirismo e da nhos passam pela definição de pontos de partida
manutenção da garantia do acesso ao conheci- que servirão de guia no trajeto a ser percorrido,
mento acadêmico produzido no país. Os proce- como é possível perceber na citação: “Patton, ao
dimentos relacionados respeitaram os seguintes desenvolver uma abordagem da avaliação deno-
passos: minada ‘avaliação focada para a utilização’ inclui
1. Identificação de termos junto aos Descrito- na sua definição: a) a maneira de fazer a avalia-
res em Ciências da Saúde (DeCS), da Biblioteca ção que corresponderia à coleta sistemática de
Virtual em Saúde (http://decs.bvs.br), conside- informações sobre as atividades, características e
rando termos mais citados em literatura de re- resultados dos programas; b) o propósito da ava-
ferência, na língua portuguesa, que articulavam liação, ou seja, fazer julgamentos sobre os progra-
os conceitos colocados como focais para o artigo: mas e/ou para subsidiar o processo de tomada de
Avaliação em Saúde; Avaliação de Programas e decisões sobre futuras programações” 30 (p. 15).
Projetos de Saúde;
2. Refinamento da busca, visando à maior espe-
cificidade e foco direcionado ao objetivo. Foram
sumariamente excluídas as produções científicas Tabela 1
repetidas e aquelas que não se relacionavam di-
retamente com o escopo e o objetivo do presente Artigos publicados no SciELO, obedecendo aos descritores “Avaliação em Saúde” e
artigo; “Avaliação de Programas e Projetos de Saúde”. Distribuição no período 1994-2009.
3. Enquadramento dos artigos encontrados nu-
ma tipologia identificada na literatura sobre ava- Ano de publicação Avaliação em Saúde Avaliação de Programas e
liação de políticas; (49 artigos) Projetos de Saúde (17 artigos)
4. Análise crítica dos artigos encontrados à luz
do instrumental teórico estabelecido. 1994 49 -

Conscientes acerca de limitações inerentes 1996 76 -

às escolhas feitas, os autores verificaram que a 1997 5,44,91 -

utilização do descritor “avaliação” gerou um ex- 1999 34 -

cessivo número de ocorrências, o que provocou 2001 9 -

a opção de não incluí-lo por ampliar demasiada- 2002 42 -

mente o horizonte de análise. De fato, a partir do 2004 53 -

momento em que se estabeleceu que o foco do 2005 50 -

artigo se firmaria na conjugação dos conceitos de 2006 8,38 -


avaliação, de políticas e de saúde, configurou-se 2007 19,33,35,46,64 52,57,71,83,84,92
o refinamento da busca, e assumiu-se que não 2008 4,32,39,41,48,51,56,60,63,65,66, 58,69,82,88
ela não seria efetuada em bases de dados abertas 67,73,74,78,85,89,93
– como o site Google, por exemplo.
2009 36,40,41,45,47,59,61,75,79,80,81,87,90,94 37,54,62,68,70,71,77
Assim sendo, pela aplicação dos dois descri-
tores designados na base de dados SciELO, foram

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Percebe-se que a forma como o autor citado identificou três grandes tipos de avaliação: (a)
classifica avaliação passa por dois focos, ou me- Pesquisa de Avaliação ou Investigação avaliativa/
lhor, duas categorias: o método empregado na avaliatória, (b) Avaliação para Decisão e (c) Ava-
atividade, ou seja, como se pretende desenvolver liação para Gestão.
a atividade, e o objetivo da atividade, significando A Tabela 2 permite a visualização da tipolo-
o que se quer ou a finalidade da atividade. gia com a qual se propõe trabalhar, utilizando-a
Estendendo-se este raciocínio, e conjugan- como apoio teórico para o desenvolvimento de
do-o com a produção de outros autores, H. No- reflexões teórico-metodológicas sobre os artigos
vaes desenvolveu uma síntese das principais mo- que constituem o universo contemplado.
dalidades propostas e categorizou-as, seguindo
critérios considerados mais significativos para as
questões priorizadas e selecionados com base na Resultados e discussão
literatura, e depois as inseriu na nomenclatura
mais frequentemente adotada 10. Cumpre explicitar que foram selecionados arti-
A escolha da tipologia adotada por Novaes 21 gos que tivessem a preocupação em expandir e
na classificação dos artigos justificou-se, portan- buscar novos paradigmas para o campo da ava-
to, pela necessidade operacional de estabeleci- liação de políticas no Brasil, notadamente no que
mento de pontos iniciais de reflexão, conforme se refere àquelas do setor saúde. Por não serem
o estudo da literatura sobre o tema da avaliação produtos ou estarem vinculados a atividades de
indica. Notadamente, considerou-se que os cri- pesquisa e/ou de gestão propriamente ditas con-
térios adotados por M. Patton e utilizados por forme a tipologia adotada, e por trazerem contri-
Novaes referentes ao método e aos objetivos buições de cunho eminentemente teórico. A es-
empregados na atividade avaliativa exposta nos ses artigos foi dada a denominação de “Teóricos”
artigos seriam pertinentes, dada a sua coerência 5,8,9,32,33,34,35,36,37.

metodológica. Seu número não foi elevado, tendo havido a


Novaes 21 estipulou oito critérios que buscam ocorrência de nove artigos enquadrados nessa
considerar as principais variáveis orientadoras categoria; ressalte-se que isso de modo algum di-
das decisões conceituais e metodológicas na minui a pertinência ou o mérito de tais artigos.
construção dos processos de avaliação. São eles: Outro grupo, constituído por 13 artigos, não
(1) objetivo da avaliação, (2) posição do avaliador, foi passível de caracterização como “Teóricos”,
(3) enfoque priorizado, (4) metodologia predomi- uma vez que os artigos não tinham o propósito
nante, (5) forma de utilização da informação pro- de realizar reflexões neste sentido. Descreviam
duzida, (6) contexto da avaliação, (7) temporali- procedimentos sistemáticos de pesquisa, mas
dade da avaliação e (8) tipo de juízo formulado. não apresentavam um caráter avaliativo propria-
Com a combinação das alternativas colo- mente dito.
cadas para cada um desses critérios, Novaes 21

Tabela 2

Caracterização de tipos de avaliação segundo critérios selecionados.

Critérios Investigação avaliatória Avaliação para decisão Avaliação para gestão

Objetivo Conhecimento Tomada de decisão Aprimoramentos


Posição do avaliador Externo (interno) Interno/Externo Interno/Externo
Enfoque priorizado Impactos Caracterização/ Caracterização/
Compreensão Quantificação
Metodologia dominante Quantitativo (qualitativo) Qualitativo e quantitativo Quantitativo e qualitativo
experimental/ situacional situacional
Quase-experimental
Contexto Controlado Natural Natural
Utilização da informação Demonstração Informação Instrumentos para gestão
Juízo formulado em relação à Hipóteses Recomendações Normas
Temporalidade Pontual/Replicado Corrente/Pontual Integrado/Contínuo

Fonte: Novaes 21.

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REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE 1671

A forma pela qual esses artigos foram conce- (1) “Investigação Avaliatória”, com 23 artigos; (2)
bidos, construídos e apresentados não continha 17 ocorrências de “Avaliação para Decisão”; e
elementos teórico-metodológicos suficientes (3) 4 artigos classificados como “Avaliação para
que permitissem incluí-los como pertencentes Gestão”.
a nenhum dos três tipos de avaliação, conforme A Figura 1 ilustra o universo de artigos analisa-
a tipologia adotada, visto que não apresentam dos para esse texto, distribuídos por categorias.
de modo realçado o componente explicativo de Cabe ressaltar que um único artigo 51 den-
evidências referentes a intervenções explícitas. tre os que foram classificados como “Avaliações”
Ou seja, as discussões por esses artigos não expressava nítida preocupação em situar-se no
contemplavam uma explicação de achados mar- quadro teórico-conceitual da Avaliação, levan-
cadamente relacionados à avaliação de ações, do em consideração abordagens possíveis do
estratégias, programas ou políticas, o que não se campo. Afirmava tratar-se de uma avaliação de
lhes retira sua validade e seu valor. A tais artigos serviços de saúde, no tocante a efetividade de
foi dada a denominação de “Não Avaliações” 38,39, uma estratégia: “Entre as abordagens possíveis no
40,41,42,43,44,45,46,47,48,49,50. campo de avaliação em saúde, a divisão clássica
Completando o universo analisado, foram proposta por Donabedian em estrutura, processo
identificados 44 artigos que davam conta de ati- e resultado, este trabalho pretende avaliar o resul-
vidades investigativas, pesquisas e estudos en- tado, ou seja, se existe modificação no estado de
volvendo naturezas, propostas, direcionamentos saúde dos idosos cadastrados na ESF da CASSI, de
e procedimentos que podem ser classificados de acordo com o tempo de adesão... Por fim, entre a
“Avaliações”. diversidade de estratégias e desenhos de pesquisa,
Nesse subconjunto de artigos, foram identi- este se encaixa em um estudo epidemiológico do
ficados segundo a tipologia sugerida os seguin- tipo longitudinal (coorte), considerado adequado
tes grupos, em ordem decrescente de ocorrência para avaliar resultados” 51 (p. 1545).

Figura 1

Artigos publicados no SciELO, obedecendo aos descritores “Avaliação em Saúde” e “Avaliação de Programas e Projetos de
Saúde”. Distribuição por tipos.

6,06%
13,64%
Teórico

Não avaliação

Investigação avaliativa

Avaliação para decisão

25,76% Avaliação para gestão

19,70%

34,85%

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1672 Fernandes FMB et al.

Artigos da categoria “Investigação componham a equipe coordenadora da avalia-


Avaliatória” ção 10.
Em atenção à complexidade dos objetos, nes-
Os 23 artigos incluídos na categoria de “Investi- te tipo de ação avaliativa costuma-se lançar mão
gação Avaliatória” 4,11,35,52,53,54,55,56,57,58,59,60,61,62, de métodos quantitativos e qualitativos, de natu-
63,64,65,66,67,68,69,70,71 têm como característica co- reza situacional, (como, por exemplo, os estudos
mum predominante a busca pela produção de de caso). Seus resultados são articulados no mo-
conhecimento vinculado à comunidade científi- mento da análise, ao se tomar por referência uma
ca e reconhecido por ela. teoria geral que permita a sua integração 10.
Tal tipo de artigo é originário de estudos e Buscam-se resultados que, após serem sub-
pesquisas geralmente desenvolvidas sob a coor- metidos a uma sistematização, sejam passíveis
denação de instituições acadêmicas, por iniciati- de se transformar em recomendações positivas
va delas próprias ou de grupos de pesquisadores, para a tomada de decisão, à medida que con-
ou o que aconteceu mais raramente no universo tribuam para a solução dos problemas identifi-
de artigos estudado, em função de solicitações de cados inicialmente ou ao longo do processo de
instâncias públicas. implementação das intervenções 86.
É concebido com o intuito de demonstrar um
conhecimento que apresente ênfase na objetivi- Artigos da categoria “Avaliação
dade, de modo a servir de possível fator orienta- para Gestão”
dor de decisões referentes a questões várias so-
bre uma dada realidade configurada numa ação, Apenas 4 artigos enquadraram-se na categoria
projeto ou programa 10. “Avaliação para Gestão” 87,88,89,90. Eles apresenta-
A tônica dos artigos enquadrados nessa cate- ram ações avaliativas que tinham como objetivo
goria tende a ser a preocupação pelo estabeleci- principal a produção da informação que contri-
mento de nexos causais entre objetivos traçados bua para o aprimoramento do objeto avaliado,
no planejamento de uma ação e os impactos al- vale dizer, tinham a proposta de aperfeiçoar, in-
cançados por elas, por intermédio das observá- crementar e melhorar uma condição já dada. Pa-
veis alterações da realidade 19. ra tanto, necessitam de caracterizar semelhante
Em termos metodológicos, essas observações condição e traduzi-la em medidas quantificáveis
demandam a adoção de estratégias que impli- e replicáveis 10.
quem algum nível de “controle” sobre o contexto Isso significa que há uma ênfase na busca por
observado, de modo a serem mais frequentes de- medidas representativas de uma totalidade, com
senhos gerais metodológicos quase-experimen- a informação produzida sendo prioritariamente
tais. Isso não exclui a possibilidade de inclusão voltada ao desenvolvimento e aprimoramento
de pesquisas com desenhos experimentais 10. de indicadores. Como resultado dessa avaliação,
Trabalha-se neste tipo de pesquisa avaliati- espera-se a proposição de critérios ou normas,
va com a formulação de hipóteses a serem de- de modo a contribuírem e assegurarem o funcio-
monstradas e correlacionadas com os objetivos namento otimizado da intervenção.
da pesquisa e com os resultados das observações, A análise do universo dos artigos seleciona-
e daquelas, o juízo da pesquisa será articulado. dos possibilitou a constatação de que, em vários
São pesquisas que em geral apresentam custo deles, mesmo independentemente de sua clas-
considerável, fato que as torna de natureza pre- sificação como “Avaliação”, autores considera-
dominantemente focada e específica. Porém, por dos consagrados ou clássicos que trabalham no
conta dessa pontualidade e da própria necessi- campo da avaliação e das políticas públicas são
dade comparativa, podem ser reproduzidas ou citados como marcos referenciais.
replicadas 10. No entanto, tais citações tendem a prender-
se a definições conceituais de ordem cronoló-
Artigos da categoria “Avaliação para gica, não havendo reflexões aprofundadas em
Decisão” grandes quantidades.
Em outra direção, alguns dos artigos citam os
Os 17 artigos enquadrados na categoria “Avalia- conceitos a fim de pontuar suas características e
ção para Decisão” 51,52,59,72,73,74,75,76,77,78,79,80,81, funções, sem o objetivo explicitamente desenha-
82,83,84,85 falam de atividades cujo objetivo prin- do de entrar em discussões que correlacionas-
cipal é subsidiar processos de tomada de deci- sem de modo crítico-reflexivo os citados concei-
são de modo a responder perguntas de caráter tos às práticas governamentais que ensejaram as
operacional e imediato, formuladas e propostas intervenções, programas, ações e ou estratégias
por aqueles que vivenciam o objeto avaliado, o analisadas.
que torna importante que avaliadores internos

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REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE 1673

Considerações finais acadêmico que, sem se prenderem a roteiros


fechados e modelos rígidos, apresentem graus
Guardadas as limitações aqui assumidas, corro- aceitáveis de sistematização e consistência teó-
borou-se a percepção de que a preocupação com rico-metodológica?
a avaliação de políticas, que tem sido uma práti- • Ainda por ser um campo em formação, a utili-
ca institucional/institucionalizada disseminada zação de conceitos por parte dos que trabalham
em âmbito internacional e gerado uma grande com avaliação não segue um padrão único, o que
produção científica fora do Brasil, ainda não se gera por vezes uma situação de inadequação que
encontra consolidada. Apesar de ser perceptível transcende a simples semântica. “Avaliação” é
um considerável crescimento de estudos acadê- um termo amplamente utilizado, mas cuja ade-
micos nos últimos anos e de louváveis esforços quação tende a ser escassa em muitos casos.
para a ação gestora cada vez mais incorporá-la • A utilização de uma tipologia como a que foi
no setor saúde, muito terreno ainda há de ser proposta neste texto demanda um esforço de
percorrido. enquadramento que, por vezes, encontra difi-
Pesquisas avaliativas têm sido muito valori- culdades, dada a variedade de características das
zadas pela gestão na esfera pública, o que acaba pesquisas apresentadas nos artigos seleciona-
por provocar algum reflexo na produção acadê- dos. Se for lícito dizer que essa variedade, por um
mico-literária. Dentre o total de 66 artigos ana- lado, ancora-se na criatividade dos pesquisado-
lisados para este texto, 81% foram publicados de res, possibilitada pela natureza não consensual
2007 a 2009. do campo avaliação, por outro lado, percebe-se
A análise possibilitou o reconhecimento de que aponta para riscos de inadequação na con-
propostas criativas de avaliação em saúde, com cepção, operacionalização e divulgação dos re-
pontos de convergência e em consonância com sultados e achados das pesquisas.
as proposições governamentais, de agências fi- • Ainda, a utilização da tipologia proposta e a
nanciadoras intergovernamentais, de organiza- análise dos artigos selecionados apontaram pa-
ções não governamentais, de profissionais e de ra a necessidade de maiores esforços acerca da
acadêmicos, que vêm sendo colocadas, sugeridas compreensão do que são políticas públicas. A
e praticadas há muitos anos no mundo inteiro. não distinção entre políticas e iniciativas tais co-
Este panorama que se apresenta para o cam- mo programas, ações e projetos, melhor dizendo,
po da avaliação de políticas de saúde no Brasil a não percepção de que programas, ações e pro-
sem dúvida pode ser considerado bom. Todavia, jetos podem ser entendidos como componentes
com as devidas cautelas que toda análise deve de políticas, abre margem à ocorrência de uma
ter, e diante do quadro formado pelo conjunto confusão de grau, limite, alcance e escopo.
de artigos do universo estudado, cabem algumas Enfim, este artigo não tem a pretensão de
questões inspiradas por esta leitura, como fecha- apontar este ou aquele caminho como correto
mento do texto e, por que não, de abertura de ou- a ser seguido no campo da avaliação de políti-
tras e novas frentes para reflexão sobre o tema: cas de saúde. No entanto se reserva a modesta
• A adoção de práticas e a elaboração de pes- iniciativa compartilhada por muitos em buscar
quisas avaliativas no Brasil têm crescido, mas, a reflexão e disseminar ideias e percepções, de
por conta da complexidade teórico-conceitual modo a contribuir para o fortalecimento, a so-
e da multiplicidade metodológico-operacional, lidificação e o aperfeiçoamento do vasto cam-
ainda é um campo em formação. Como imagi- po da avaliação de políticas, programas, ações e
nar, viabilizar e executar pesquisas no âmbito projetos de saúde.

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1674 Fernandes FMB et al.

Resumo Colaboradores

O presente texto tem como objetivo trazer contribui- F. M. B. Fernandes contribuiu na concepção e desenho
ções para o debate sobre a avaliação de políticas pú- do estudo, na análise e na interpretação dos dados, na
blicas, especificamente no que concerne ao setor saúde revisão do conteúdo intelectual, na revisão final após
no Brasil. Busca-se apresentar e tematizar algumas contribuição dos coautores, e no encaminhamento da
das questões fundamentais que perpassam esse cam- versão final para publicação. J. M. Ribeiro contribuiu
po de estudo, mediante o levantamento ou revisão bi- na revisão crítica do conteúdo intelectual, na revisão
bliográfica sobre avaliação de políticas no setor saú- e na aprovação final da versão para publicação. M. R.
de numa conceituada e reconhecida base de dados, o Moreira contribuiu na revisão crítica do conteúdo inte-
SciELO. Foram selecionados 66 artigos com os descri- lectual, na revisão e na aprovação final da versão para
tores “Avaliação em Saúde” e “Avaliação de Programas publicação.
e Projetos de Saúde”, de publicações brasileiras indexa-
das na área da saúde coletiva, desde o ano de 1994 até
o ano de 2009. O artigo explora aspectos da produção
acadêmica numa tipologia estabelecida e em correla-
ção com as possibilidades de desenvolvimento do tema
da avaliação de políticas, articulado a intervenções
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