entre a imagem da borboleta e a do recém-nascido sugere, sobretudo, ideia de Ao analisar o cartum, conclui-se corretamente que: a) maternidade. b) leveza. (A) as falas da personagem são incoerentes com a c) transformação. contextualização temporal exposta no título, pois d) beleza. o uso das tecnologias apontadas se desenvolveu e) ecologia. posteriormente. QUESTÃO 03 (B) a ironia presente no texto decorre da oposição entre a afirmação “a tecnologia aproximava as Texto I pessoas” e a oração “...estou há sete meses sem visitá-la”. Não é fácil dissertar sobre a alimentação dos portugueses durante a Idade Média. Escasseiam as (C) a personagem se dirige ao seu próprio eu no fontes informativas: o primeiro livro de receitas futuro, sugerindo-lhe que usasse mais as redes culinárias que se conhece não é anterior ao século XVI. sociais para se aproximar de sua família. As descrições de banquetes, colhidas nas crônicas ou noutros textos narrativos, são em geral parcas em (D) o humor é construído a partir da constatação notícias concretas sobre os alimentos consumidos. de proximidade real e exagerada entre mãe e filha, De maneira geral, a alimentação medieval era iniciada pelo uso das redes sociais. pobre, se comparada com os padrões modernos. A quantidade supria, quantas vezes, a qualidade. A técnica (E) a crítica social existente no texto aborda a culinária achava-se ainda numa fase rudimentar, e as busca da felicidade por meio do consumo de bens conquistas da cozinha romana haviam-se perdido. A pouco valorizados socialmente. condimentação obedecia a princípios extremamente simples. As duas refeições principais do dia eram o jantar e a QUESTÃO 02 ceia. Jantava-se, nos fins do século XIV, por volta das Examine a seguinte propagando de uma empresa dez horas da manhã; mas nos séculos anteriores, essa do setor químico. hora teria de recuar para oito ou nove. Ceava-se pelas seis ou sete horas da tarde. Como ideal de frugalidade, aconselhava-se a ausência de qualquer outro repasto durante o dia. É de supor, a partir de certa altura, a e) Dificilmente poderiam ser apontadas necessidade de um “almoço” tomado pouco depois do semelhanças temáticas entre os dois textos, pois levantar. eles abordam a sociedade medieval a partir de O jantar era a refeição mais forte do dia. O focos distintos. número de pratos servidos andava, em média, pelos três, sem contar sopas, acompanhamentos ou sobremesas. QUESTÃO 04 Isto, entenda-se, em relação ao rei, à nobreza, e ao alto clero. Entre os menos privilegiados ou os menos ricos, o Sobre os textos é correto afirmar que: número de pratos ao jantar podia descer para dois ou até um. À ceia, baixava para dois a média das iguarias a) uma linguagem objetiva (em tom didático e tomadas; ou para um, nos outros casos indicados. explicativo) contribui para a presença deslaçada da função referencial. Adaptado de A.H. de Oliveira Marques, A sociedade medieval portuguesa. b) a presença em destaque de figuras de linguagem como metáfora e personificação Texto II contribui para as imagens simbólicas transmitidas. Havia três estados ou estamentos na sociedade feudal: o clero, a nobreza e o campesinato. Os dois c) o uso de marcas de subjetividade realça a figura primeiros eram privilegiados, reservando-se as funções de dos autores, que se colocam de modo explícito nas ministrar os sacramentos religiosos, governar e dar construções textuais. proteção. O terceiro estado, os camponeses, tinha d) a reconstrução histórica elaborada é feita em obrigação de trabalhar para o sustento material de toda a tom de ironia, o que confere um efeito de sentido sociedade. de humor aos posicionamentos adotados pelos Os camponeses produziam centeio, trigo, cevada autores. etc. e cuidavam das oliveiras e das vinhas. A técnica de produção era rudimentar, os instrumentos de produção, e) são escritos em linguagem jornalística moderna, inadequados, e a produção, relativa - mente pequena. O com a presença de recursos argumentativos espectro da fome geralmente rondava as choupanas dos típicos dos usados nas novas tecnologias de trabalhadores. comunicação.
Adaptado de Heródoto Barbeiro,
História Geral QUESTÃO 05
Assinale a alternativa correta sobre os textos.
a) Entre os textos é possível apontar uma relação
de intertextualidade explícita, uma vez que o Texto II cita textualmente trechos do Texto I.
b) O Texto I apresenta uma visão oposta àquela
apresentada pelo Texto II no que diz respeito a características da sociedade medieval.
c) Os textos tratam do mesmo assunto, mas há
uma diferença fundamental entre eles, pois o A fala “Demora, mas eles aprendem.” (3° Texto I é escrito em prosa, e o Texto II está em quadrinho) sugere que o anjo, a propósito das linguagem poética. afirmações do personagem retratado nos dois primeiros quadrinhos, d) Há um mesmo recorte temático nos dois textos, mas a abordagem feita no Texto II destaca de a) não tem uma opinião formada sobre elas. modo mais enfático a desigualdade da sociedade b) concorda com elas. medieval. c) nota uma contradição entre elas. d) não dá importância a elas. e) considera-as pessimistas. miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim. Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam QUESTÃO 06 dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as Assinale a alternativa em que se verifica a outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado, análise correta de um fato linguístico presente numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os na tira. cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram a) Em “Viu, Senhor?” (3° quadrinho), o termo “Senhor” exerce a função sintática de palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais sujeito do verbo “viu”. alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua b) Em “um cão nervoso correndo em círculos, cólera. amarrado ao poste da ignorância” (2° quadrinho), a oposição entre os termos Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça “correndo” e “amarrado” configura um igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de 60 pleonasmo. anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavravam o corpo). Corria, c) Em “A humanidade é isso” (2° quadrinho), com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, o termo “isso” retoma o conteúdo de um enunciado expresso no quadrinho anterior. e o casamento, uma festa estrondosa; mas na própria noite d) Em “Ele vai voltar atrás, você vai ver” (3° de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O quadrinho), a expressão “voltar atrás” marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate- constitui uma redundância. boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, e) Em “Ele vai voltar atrás, você vai ver” (3° quadrinho), a expressão “voltar atrás” arrebentando-se. Os dois nunca mais se viram. Já outros pode ser substituída por “se arrepender”. contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a QUESTÃO 07 morrer – mas nos racontos antigos abusava-se de veneno. De A doida qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história A doida habitava um chalé no centro do jardim direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam silêncio, o burro pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura capiná-la? com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passou a ser, gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão. aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses Vinte anos de tal existência, e a legenda está feita. benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta visitas, receber cartas, entrar para irmandade. E isso não grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que crianças. E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a idéia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso. Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.
De acordo com o segundo parágrafo,
a) os garotos, ao descerem a rua, tinham
como principal objetivo provocar a doida. b) as explicações dadas pelas mães para condenar as provocações à doida não comoviam os garotos. c) as provocações dos garotos à doida não comoviam ninguém. d) as mães, apesar de dizerem o contrário, consideravam as provocações dos seus filhos à doida uma mera brincadeira. e) as mães, por considerarem a doida responsável por sua loucura, não repreendiam seus filhos.