Sei sulla pagina 1di 3

Universidade Regional do Cariri – URCA

Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau


Curso de Licenciatura em Artes Visuais

Turma: 2016.1/ período: 2019.1 / ano: 2019/ Disciplina: Cultura Africana e Afro-
Brasileira
Professor: Renata Felinto
Nome: Jheine Alves de Moura

Resenha do livro “A África explicada aos meus filhos” de Alberto da Costa e Silva.

A obra de Aberto da Costa é capaz de desconstruir nossa noção estereotipada


de uma África homogeneizada, resumida muitas vezes à fome e a magia. O autor
utiliza-se de uma linguagem simples e agradável como se tratasse de fato de uma
conversa entre indivíduos. Desse modo, vai caminhando pelo continente africano e
num jogo de perguntas e respostas vai esclarecendo os modos de vivências políticas,
econômicas, religiosas,culturais, etc.
Logo nas primeiras linhas do texto o qual tem seus capítulos divididos em
conversas. Vai se percebendo a complexidade dos povos africanos tendo cada grupo
muitas vezes hábitos tão diferenciados. A todo momento o autor cita diferentes
épocas para citar determinados assuntos sem seguir rigorosamente uma ordem
cronológica. Como é o caso dos antigos reinos africanos que sucumbiram ou sofreram
drásticas transformações devido as invasões européias entre outras. Ou mesmo a forte
presença da poligamia presente em diversos grupos; sobre este ponto o autor
esclarece que em alguns casos um homem que antes de tudo tenha recursos, pode
tomar várias mulheres como esposas sendo que nesse processo de matrimônios a
família da mulher é recompensada. O que no texto mostra como uma compensação
devido à ausência de alguém tão necessária. Nesse ponto por sua vez, as mulheres
exercem um papel muito importante e por vezes exaustivos, pois além de sua
responsabilidades como mães, elas também fazem o grosso trabalho de cultivo, coleta
e comercialização dos produtos produzidos. Apesar dos homens terem diversas
responsabilidades junto ao grupo, o próprio autor reconhece essa exploração.
Um dos costumes ainda abordados no livro é sobre o sistema patrilinear e
matrilinear. Onde no patrilinear, os filhos são educados de acordo com os costumes da
família do pai e consequentemente seu nome. O mesmo acontece na sociedade
matrilinear. Outro ponto importante é o conceito de família, este bem diferente da
nossa realidade. Enquanto para nós soa meio individualista, na África a família passa a
ser o grupo, onde muitas vezes a família assume os atos de um de seus membros, seja
na quitação de uma dívida ou na penalidade.
Quanto a criação dos filhos, é comum um menino ao atingir determinada idade,
ir morar na casa de um tio, aprender os costumes da tribo se isolando do convívio em
grupo ao atingir a adolescência. Assim como muitas vezes, uma das esposas fica
responsável pelos cuidados de um recém-nascido enquanto a mãe se recupera do
parto. Ainda em algumas tribos, a mulher próxima da dar à luz, fica responsável por
arranjar uma companheira para o marido enquanto esta passa pelo período de
resguardo. Ficando a escolhida responsável por dar todo o suporte ao marido, inclusive
nas relações sexuais.
Alberto da Costa ainda traz um grande esclarecimento sobre as práticas
religiosas na África ao se tratar do culto aos Orixás. este mais presente entre os
Iorubás e Nagôs. Além de uma imensidão de práticas próprias da África, ainda há as
chegadas do Cristianismo e Islamismo instalado em diversos lugares. Outro ponto onde
se mostra uma diferenciação é a idéia de escravidão em África e no restante do
mundo, tendo como exemplo o Brasil onde a prática do castigo perverso era
característico, na África em muitos casos os escravizados eram prisioneiros de guerra,
estavam assumindo uma dívida de família, era um rei destronado, entre outros. Mas
enquanto no restante do mundo eram seres desqualificados e que muitas vezes
desprovidos de humanidade, em seu continente ainda se reconhecia como iguais. Mas
devido à grande procura pela Europa, alguns reinos intensificaram a venda de
escravos, nesse processo, desfaziam de mão-de-obra extremamente necessária por
utensílios de pouco ou nenhum uso. Resultado disso, a tomada inicial desses mesmos
reinos que em acordo cooperavam com os estrangeiros.
O livro nos mostra uma África muito rica em cultura musical, manifestações
artísticas muitas vezes voltadas para o ritualismo, em recursos, etc. O que nos faz
pensar: O que seria a África hoje sem todo esse massacre?

BIBLIOGRAFIA

SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro:
Agir, 2008.

Potrebbero piacerti anche