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INFORMAÇÃO E SIGNOS EM CONTEXTO

relatos de pesquisa
MUSEOLÓGICO: o Museu Casa de José
Américo

Carlos Xavier de Azevedo Netto *


Tahis Virginia Gomes da Silva **

RESUMO
Esse artigo baseia-se em reflexões acerca da
relação entre informação e objetos, com especial
destaque para contextos museológicos,
entendidos como uma instituição-memória. O
universo da pesquisa foi a exposição permanente
do Museu Casa de José Américo, localizado na
cidade de João Pessoa - PB, cujo acervo
representa a vida e obra do escritor e político
José Américo. É utilizada como método de
pesquisa a Análise Semiótica. Concluiu-se que
compreendendo a Memória como representação
(DIEHL, 2002) é possível perceber que a
Semiótica, como método de pesquisa, é a teoria
que fundamenta esse processo representacional,
uma vez que esta se dar tanto no contexto da
materialidade - signo objeto, signo veículo –
quanto na imaterialidade – signo interpretante.
Portanto, a análise dos fenômenos
informacionais, com foco na memória cultural
coletiva, perpassa pela relação com a análise
semiótica, através da qual é possível construir
* Arqueólogo, doutor em Ciência da
modelos metodológicos para o estudo da Informação, Docente do
informação enquanto suporte da memória. PPGCI/UFPB e do Departamento de
Ciência da Informação.
Palavras-chave: Ciência da Informação – Diálogo Disciplinar.Memória- ** Mestre em Ciência da Informação,
Bibliotecária/Documentarista da
Identidade Coletiva. Semiótica - Método de Pesquisa. UFPB.

1 INTRODUÇÃO

A Ciência da Informação tem como os outros campos do conhecimento.


uma das suas características sua relação Essas interfaces serviram de apoio para
de diálogo disciplinar com outros ramos que a área de Ciência da Informação
do saber. Saracevic (1996), Oliveira e pudesse construir seus alicerces desde a
Rodrigues (2008) destacam a posição de consolidação de uma terminologia
abertura da área para uma interação com específica até o uso dos métodos e

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Carlos Xavier de Azevedo Netto, Tahis Virginia Gomes da Silva

teorias abordadas em torno da 2 INFORMAÇÃO, OBJETOS E


DOCUMENTOS
informação.
Castro (2005, não paginado)
A informação ocupa importante
defende que “dentre as chamadas
espaço na sociedade pós-industrial, como
instituições de memória, o museu tem um
um termo que remete à ordem, a
papel ímpar na sociedade moderna como
organização, a diminuição das incertezas
mediador entre o público e o acervo, e
e das dúvidas. Sendo, pois,
como comunicador e produtor de
“compreendida como a mais poderosa
discurso”. Reforçando, com isso, a função
força de transformação do homem”
comunicativa e informativa dos museus.
(ARAÚJO, 1991, p. 37).
Com destaque para as tipologias de
O termo Informação popularizou-
exposição que funcionam como veículos
se, segundo Mcgarry (1999),
de intermediação entre o museu e a
provavelmente, com a invenção da
sociedade, e, portanto, “a forma pela qual
impressa por Gutenberg, no século XV da
o público recebe o conteúdo e a
era cristã, tendo sua origem no
mensagem de uma exposição proposta
latim“formatio” (forma) que traduz a ideia
assegura e garante a legitimidade da
de moldar ou modelar, ou ainda de dar
função social do museu” (CASTRO, 2005,
forma a algo.
não paginado).
Para Zeman o termo Informação,
Neste contexto, o presente trabalho
originário do vocabulário latino informare,
procura discutir o uso da semiótica como
designa o sentido de “dar forma, ou
fundamento metodológico para a
aparência, por em forma, formar, criar [...]
compreensão das foras representacionais
representar, apresentar, criar uma idéia”
que a cultura material Assume em
(ZEMAN, 1970, p. 156). Portanto,
contexto museológico. Para tanto, o locus
Informação pode ser também definida
de pesquisa em que essa discussão se dá
com o ato de colocar algo em forma ou a
é o acervo encontrado na exposição
ação de ordenar as coisas – em sentido
permanente do Museu da Fundação Casa
físico, concreto, material em si e no
de José Américo, na cidade de João
sentido abstrato, de ordenação de ideias
Pessoa, PB.
– organizando tudo dentro de um sistema
de classificação.

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

Com isso se pode afirmar que o o tempo e o movimento,


uma outra forma
valor da Informação está diretamente fundamental de existência
da matéria – é a qualidade
condicionado à sua capacidade em de evolução, a capacidade
de atingir qualidades
proporcionar um conhecimento novo, ou superiores. Não é um
uma mudança no estado de princípio que existiria fora
da matéria e
conhecimento do indivíduo, que independentemente dela
(como são, por exemplo, o
absorvendo e reconstruindo a informação princípio idealista da
entidade ou o termo da
lhe concede o caráter de valor (CHOO, “entelequia”) e si inerente
a ela, inseparável dela.
2003). (ZEMAN, 1970, p. 157).
A criação de sentidos ou atribuição
Dodebei (1997), denotando o
de significados é uma prática inerente ao
percentual de materialidade e
homem, atrelada a sua necessidade de
representabilidade do objeto, apresenta
viver em grupo, pois “atribuímos
uma definição ampla do termo na qual se
significado ao nosso mundo ao identificar
pode destacar:
e relacionar classes de eventos ao invés
de casos individuais” (MCGARRY, 1999,
Tudo que física ou
p. 32). Portanto, a significação não se moralmente se apresenta
e se oferece aos nossos
resume a dar sentidos de forma pessoal, sentidos ou à nossa alma;
tudo que a nossa vista
mas, sobretudo, a dar sentidos dentro de possa enxerga, tudo que é
um contexto de convívio social. exterior ao espírito [...] o
que se apresenta à
Portanto, a partir de Zeman (1970), percepção com um caráter
fixo e estável [...] coisa
se pode, enfim, definir Informação como: existente fora de nós,
coisa disposta diante, com
característica material [...]
[...] a qualidade da (DODEBEI, 1997, p.50).
realidade material de ser
organizada (o que
representa, igualmente, a Os objetos quanto atribuídos de
qualidade de conservar
este estado organizado) e “significado de memória” constituíssem
sua capacidade de
organizar, de classificar como documentos (DODEBEI, 1997).
um sistema, de criar (o Portanto se pode afirmar que: “A
que constitui igualmente,
sua capacidade de transformação dos objetos de cotidiano
desenvolver a
organização). É, em documentos é intencional,
juntamente com o espaço,

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constituindo estes uma categoria legislativo. Contudo, ressalta que “o


temporária e circunstancial” (DODEBEI, sentido moderno de testemunho histórico”
1997, p.174). (LE GOFF, 1996, p.536) ganha força
Para Ulpiano Meneses “[...] a apenas no século XIX.
natureza física dos objetos materiais, Para Le Coadic documento “[...]
trazem marcas específicas a memória [...]” designa os objetos portadores de
(MENESES, 1997, não paginado) Com informação. Um documento é todo
isso, indaga em que consiste a artefato que representa ou expressa um
capacidade documental do objeto, “como objeto, uma idéia ou uma informação por
pode ele ser suporte de informação?” O meios de signos gráficos e icônicos” (LE
que se procura delinear nessa dissertação COADIC, 2004, p.5), o que reforça a
logo a seguir com as considerações sobre afirmação anterior de que informação é
o objeto compreendido com documento. atribuição de sentidos e que um objeto é
Loureiro, Loureiro e Silva, (2009) um documento pela significação ou
afirmam que inicialmente o termo sentido que lhe é dado dentro de
documento referenciava o vocabulário determinado contexto social.
latino docere tendo o sentido de ensinar,
com o passar dos anos o termo foi 3 AS INTERFACES DIALÓGICAS NA
CONSTITUIÇÃO DA CIÊNCIA DA
ampliando seu leque de definições
INFORMAÇÃO: contribuições da
extrapolando a noção simplificada dos museologia e da semiótica
registros gráficos ou textos impressos
A natureza de diálogo disciplinar
para toda a forma de registro (material ou
com outros campos do saber científico
imaterial), ou seja, toda informação
marcou desde o princípio o
significativa para o homem.
desenvolvimento da Ciência da
Le Goff (1996) partindo da palavra
Informação, como destaca Pinheiro e
documentum de origem latina busca a
Loureiro (1996, p.42) “A Ciência da
definição epistemológica do termo
informação [...] é um ramo de pesquisa
documento, cuja derivação vem do
que toma sua substância, seus métodos e
vocábulo docere que significar ensinar, o
suas técnicas de diversas disciplinas para
qual evoluindo para o sentido de “prova” é
chegar à compreensão das propriedades,
utilizado em abundância no contexto

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

comportamento e circulação de Pode-se afirmar que há um


informação” . crescente interesse tanto na Ciência da
Para Saracevic (1996) é esse Informação quanto na Museologia por
caráter de abertura de diálogo da Ciência essa relação dialógica, especialmente no
da Informação, fundamentado na relação que diz respeito aos estudos voltados
da disciplina com, principalmente, quatro para as exposições museológicas, uma
áreas: a biblioteconomia, a ciência da vez que a estas têm suscitado enfoque de
computação, a ciência cognitiva e a “distintas áreas” (LIMA, 2008).
inteligência artificial e a comunicação, que Especialmente no interesse da Ciência da
marcou o surgimento da área. Uma vez Informação pelo tratamento dado a
que essas influências serviram, segundo o informação no âmbito do espaço museal.
autor, para delinear o campo de pesquisa Tratando das relações existentes
da Ciência da Informação e é uma forte entre a Ciência da Informação e a
característica da disciplina. Semiótica, Moura (2006) ressalta que a
Le Coadic enumera quatro Ciência da Informação dirigiu-se para os
disciplinas que até os dias atuais operam estudos dos “fenômenos informacionais”
“no campo da informação – a se constituindo “pela aproximação de
biblioteconomia, a museoeconomia, a distintos campos de conhecimento”
documentação e o jornalismo” (LE (MOURA, 2006, p.2), o que reforça sua
COADIC, 2004, p. 12). O autor destaca abertura ao diálogo com outras áreas do
que por bastante tempo essas disciplinas saber científico.
se voltaram mais para a preservação dos E uma vez que a Ciência da
suportes informacionais do que com a Informação compreende a informação no
informação como objeto de estudo. contexto da dinâmica social, pode-se
A Museologia busca um diálogo afirmar que essa compreensão “envolve
disciplinar (LIMA, 2008) com outras áreas uma dinâmica de significação, de
para construir novos conceitos dentro de produção e circulação de signos e numa
sua especificidade. Procurando agregar rede de atos de enunciação semiótica”
contribuições de outras áreas para melhor (MOURA, 2006, p. 2).
conceber os estudos sobre as exposições Almeida e Guimarães (2007)
(CURY, 2004). destacam as conexões entre a Ciência da

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Informação e a Semiótica com ênfase no de memória como representação da


diálogo dos dois campos. Apontam as cultura e da identidade coletiva.
contribuições dos estudos da Semiótica Ribeiro ([2000]) afirma que a
de Peirce para as pesquisas da Memória é um organismo vivo,
organização e representação da representada, sobretudo, pelo testemunho
informação. do vivido, do experienciado, permanece
Portanto se evidenciam as no tempo, renova-se, o que lhe concede
contribuições de variadas disciplinas – seu caráter dinâmico e de readaptação
como as já mencionadas – e estudos contínua.
diversos para a afirmação da Ciência da Para que se exista Memória,
Informação como área de diálogo argumenta Ribeiro ([2000]), a condição
disciplinar. primordial é o ato da continuidade. Isto
porque a Memória não diferencia, não
4 MEMÓRIA, MEMÓRIA COLETIVA E realiza recortes entre passado e presente,
INDETIDADE: algumas considerações
mesmo que remeta ao passado, o tornar
presente ou o atualizar através do ato de
A Memória ocupa lugar de
lembrar.
destaque no meio científico. Fato
Meneses chama atenção para as
perceptível por alguns autores aqui
características básicas da memória:
apontados que vêm tratando do termo em
primeiramente seu caráter de seletividade.
suas discussões teóricas. Há, portanto,
Ressaltando sua incapacidade de
uma gama de debates sobre o termo
registrar tudo ou de trazer a tona à
(RIBEIRO, [2000]; LE GOFF, 1996;
consciência tudo que foi registrado. Por
OLIVEIRA; AZEVEDO NETTO, 2008;
seguinte destaca o caráter de indução da
DIEHL, 2006; MENESES, 1997). Como
memória, ou seja, sua possibilidade de
não poderia deixar de ser, a Memória é
ser manipulada ou produzida, a exemplo
objeto de interesse também para os
das memórias artificialmente coletivas
estudos da Ciência da Informação
(MENESES, 2002, p.183). E, por fim,
(OLIVEIRA; RODRIGUES, 2008).
afirma o caráter de dinamismo e
Com isso, é relevante apresentar
mutabilidade da memória, confirmando
alguns conceitos de memória, sobretudo o
que “a memória gira em torno de um dado

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

básico do fenômeno humano, a mudança” coletividade ou pelo grupo a qual o


(MENESES, 2002, p.185), ou seja, a indivíduo pertence, mas que este não
memória não se paralisa no tempo vivenciou realmente (POLLACK, 1992).
passado, mas permanece em constante Nesse contexto, da memória fundamental
transformação. coletiva, há um processo de “projeção ou
Diehl (2002) diferencia memória e de identificação” através do que o autor
lembrança colocando que a lembrança chamou de socialização política ou da
representa a fragmentação das socialização histórica do acontecimento,
experiências vividas, recortes de no qual a relação do indivíduo com o
acontecimentos vivenciados passado coletivo é tão forte que mesmo
individualmente, sem atualização onde as não tendo vivenciado o ocorrido, ele
“[...] lembranças estão localizadas no adquire uma representação ou
passado de forma estática” (DIEHL, 2002, significação, possibilitando falar em uma
p.116). Por outro lado, a memória “memória por herança”.
“significa experiências consistentes, Halbwachs (2008) afirma que a
ancoradas no tempo passado facilmente memória se constitui a partir das vivências
localizável [...] constitui-se de um saber, particulares, individuais, pessoais ou
formando tradições, caminhos [...] pode íntimas de cada pessoa e das
ser individual ou coletiva” (DIEHL, 2002, experiências adquiridas através do
p.116). Assim, a memória é concreta e convívio social “portanto, existiriam
atualizada. Contudo, também tem sua memórias individuais e, por assim dizer,
deficiência, onde se ressalta que a memórias coletivas. Em outras palavras, o
memória sofre “desgaste ao longo do indivíduo participaria de dois tipos de
tempo” (DIEHL, 2002, p.117). Portanto, se memórias” (HALBWACHS, 2008, p.23).
pode afirmar que “a memória passa” A memória relaciona-se
(DIEHL, 2002, p.117). estreitamente com o sentimento de
A memória é constituída por três identidade (MENESES, 2002; DIEHL,
instâncias: acontecimentos, pessoas 2002). Isto porque a identidade é
(personagens) e por lugares, ou ainda, os constituída a partir da relação com o
acontecimentos vividos individualmente e outro, com um diálogo entre similaridade e
os “vividos por tabela”, vivenciados pela distinção (HALL, 2006), são, pois, através

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dos vestígios da memória, especialmente qual almeja fazer parte, ou seja, consta
a memória herdada, que se busca que a identidade sempre se define pela
representar essas relações identitárias relação entre o 'eu' e o 'outro', entre a
(MENESES, 2002). semelhança (ou idêntico) e a diferença
Ulpiano Meneses ressalta que os (HALL, 2006).
conceitos de Identidade e Memória têm Azevedo Netto (2005) reforça a
em comum a característica da noção de identidades múltiplas,
ambiguidade e um forte efeito apontadas por Hall (2002) em que o
perturbador. O autor define que o conceito indivíduo, enquanto sujeito social assume
de identidade “implica semelhança a si uma identidade de acordo com cada
próprio, formulada como condição de vida papel que desempenha em sua vida em
psíquica e social” (MENESES, 2002, p. sociedade. Defendendo que “somente
182), ou seja, para Meneses identidade é através de um processo de construção de
um processo de reconhecimento de si identidades culturais é que se pode
através da construção da relação com o chegar a uma real formação de
outro, portanto que se dar no contexto da comunidades que se reconheçam com
interação social. Já memória define como afinidades de presente e de passado.”
“suporte fundamental da identidade [...] (AZEVEDO NETTO, 2005, p.269).
mecanismo de retenção de informação, Portando, pode falar em identidades e
conhecimento, experiência, quer em nível memórias coletivas.
individual, quer social [...]” (MENESES, Com isso, afirma-se que memória é
2002, p. 183), com isso constata-se que um fenômeno construído socialmente e
para memória é um suporte no processo individualmente, seletivo e impossível de
de construção da identidade que se total recuperabilidade. Com uma forte
alicerça como instrumento no resguardo característica de mutabilidade e
da informação. transitoriedade, ou melhor, de
Portanto, a construção da variabilidade. Portanto, memória é
personalidade, ou identidade individual representação e é também uma
está atrelada as formas em que cada atualização, ou melhor, uma
indivíduo se relaciona com os acordos da presentificação do passado.
sociedade em que está inserido ou da

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

4.1 Instituições-Memória, Museu, Casa- “das culturas diversificadas” (DODEBEI,


Museu e Exposições Museológicas
1997, p.143).
Os Museus foram construídos sob
Mário Chagas define que as
o ideal de preservação da memória
instituições-memória compreendem “as
coletiva, assumindo critérios de
instituições que tratam da preservação e
ordenação e guarda de objetos que
difusão do patrimônio cultural, sejam elas
representassem à memória material de
arquivos, bibliotecas, museus, galerias de
um indivíduo ou de uma sociedade
arte ou centros culturais” (CHAGAS, 2002,
(CURY, 2006; GONÇALVES, 2004). Com
p.35). A essas instituições, sobretudo aos
isso, elucidam-se algumas definições de
museus, se atribui “a função de casas de
autores da Museologia sobre museus.
guarda do tesouro [...]” (CHAGAS, 2002,
O termo museu vem da palavra
p.51).
latina museum (GONÇALVES, 2004) e
Fragoso (2008) apresenta uma
esta do vocábulo grego museîon
definição mais ampla de instituições-
(PINHEIRO 2004; GONÇALVES, 2004)
memória como:
Órgãos públicos ou
designado para representar o espaço
privados, instituídos social, dedicado a contemplação e veneração
cultural e politicamente, com
o fim de preservar a das divindades ou “templo das musas”.
memória social, seja de um
indivíduo, de um segmento Uma instituição intimamente ligada a “[...]
social, de uma sociedade ou
de uma nação, que tem preservação do passado e exigências de
funções de socialização,
aprendizagem e
renovação do presente.” (LOUREIRO,
comunicação, e disponibiliza 2000, p. 92). Teve posteriormente sua
informação patrimonial
como fonte de pesquisa na origem associada ao colecionismo
formação de identidades
(FRAGOSO, 2008, p.70). (CURY, 2005; ZUBIAUER CARREÑO,
2004; LARA FILHO, 2006), o hábito de
As instituições de memória
colecionar e guardar, mesmo que de
(arquivos, bibliotecas e museus)
forma desorganizada, objetos, móveis e
evoluíram passando de guardiãs dos
obras de arte.
“tesouros” resquícios da memória e
Castro (2000) por sua vez distribui
tornaram-se instituições de disseminação
o desenvolvimento e a evolução das
instituições museológicas em três

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momentos, os quais ela denomina de chegada de D. João VI e sua corte. Para


feições: tornar a província mais adequada a nova
a) Primeiramente relacionada à sociedade erudita e “nobre” que vinha
origem mitológica grega do termo residir em terras brasileiras. Ocorreram
museu a “feição mitológica” , construções de museus ligados a
quando o museu surge como um entidades oficiais, tais como as forças
templo, lugar de reunião para militares. Conforme outros museus
estudiosos e artistas; americanos contextualizados na
b) Seguido da “feição enciclopédica” colonização européia, os museus
proporcionado pela reunião dos brasileiros reproduziram as “funções e
acervos fruto das coleções reais e propósitos de uma cultura dominante”
ligadas a Igreja, os quais (LOUREIRO, 2000, p. 92).
possibilitaram a criação dos Até as primeiras décadas do século
Gabinetes de curiosidades, já XX, os museus no Brasil mantiveram o
mencionados; caráter de “museus enciclopédicos”
c) E por fim, a “feição institucional”, direcionando-se para uma diversidade
surgindo em fins do século XVIII, tipológica de temas sem especificação de
motivada pelas novas ideologias de acervos ou coleções. Suas coleções eram
liberdade política e pelas geralmente “de caráter histórico”
transformações sócio-culturais que (LOUREIRO, 2000, p.92).
atravessaram a Idade Moderna. O Museu é um espaço que por um
lado promove a valorização da cultura e
Já no século XIX as instituições por outro possibilita o seu esquecimento
museais consolidaram-se a partir de um (CHAGAS, 2002). Isso porque aos
ideal nacionalista, propondo a selecionarem objetos para compor suas
recuperação da identidade nacional da coleções, como representativos de uma
nova sociedade européia que se formava determinada prática cultural, em
no pós Revolução Francesa (JULIÃO, detrimentos de outros, que são excluídos,
2006). os museus de certa forma determinam o
Nesse período foram construídos esquecimento desses objetos excluídos, e
os primeiros museus no Brasil, com a

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

com eles suas representações sociais pedras preciosas, jóias e objetos estéticos
(SANTOS, 2002). ou produções estilísticas para as coleções
Segundo Cury (2006) o museu de arte e os artefatos pré-históricos para
defini-se como uma instituição que tem as coleções arqueológicas, etc. dessas
duas responsabilidades básicas: coleções especializadas surgem às
preservar e comunicar o patrimônio tipologias de museus.
cultural. Sendo assim, o museu é uma Dentre as tipologias de museus as
instituição de preservação e comunicação, casas-museus, residências que foram
com ênfase no aspecto de comunicar, o musealizadas, merecem destaque nesse
que melhor representa o papel social do artigo.
museu, uma vez que “é através da As casas-museus como
comunicação que o museu se faz visível à representantes da instituição-memória
sociedade e ganha forma social” (CURY, trazem em si o diálogo entre o capital
2006b, p. 2). privado e o capital coletivo da memória
Com o passar dos anos, os (PONTE, 2007). Com isso, faz-se
Gabinetes de curiosidades deram lugar ao relevante apresentar algumas
museu iluminista. Correspondendo a nova considerações sobre a casa-museu. Por
forma de representar o mundo (LARA fim, Ponte define que a casa-museu é um:
FILHO, 2006). A partir do século XVIII os
objetos das coleções são armazenados [...] Espaço doméstico
convertido em equipamento
conforme uma nova distribuição e público, posto ao serviço
deste com vista a celebrar e
classificação. De uma organização evocar a história de um
generalista passam a ser relacionados a homem, de um país, de um
grupo ou um acontecimento,
áreas específicas: objetos técnicos para que, por estar directamente
relacionado com a casa, se
as coleções técnicas; materiais minerais e consegue apreender nesse
espaço (PONTE, 2007,
insetos para as coleções de história p.30).
natural e ciências; objetos exóticos,
ligados a costumes de culturas ditas O museu e a exposição interagem
primitivas ou nativas, para as coleções estando sempre de alguma forma
etnológicas; artefatos bélicos para as relacionados (GONÇALVES, 2004).
coleções antropológicas e história militar; Lisbeth Rebolo Gonçalves (2004) define o

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termo exposição a partir do latim Foi utilizada como método de


exponere que significa “pôr para fora”; pesquisa, que embora também seja
“entregar a sorte” (GONÇALVES, 2004, p. considerado teoria e /ou disciplina
13). E segundo a autora, é através das (TEIXEIRA COELHO NETTO 2007;
exposições que os museus constroem sua SANTAELLA, 2001), também foi abordado
relação de identidade social. É com isso como base metodológica em pesquisa
através da exposição que as práticas acadêmica. Trata-se da Análise
informacionais do museu ganham forma Semiótica.
(ROCHA, 1999). Para a coleta de dados foi utilizada
a técnica da observação qualitativa direta
5 PERCURSOS METODOLÓGICOS
e não - participativa, no espaço do Museu
ADOTADOS NA PESQUISA : a
semiótica como método CJA, desenvolvida em três momentos.
Unida à observação qualitativa foi
Universo da pesquisa foi à
selecionada como instrumento de
exposição permanente do Museu Casa de
pesquisa e coleta de dados a entrevista
José Américo, localizado na fundação que
não dirigida e informal por meio de
recebe o mesmo nome, no litoral da
encontros informais e através de e-mail,
cidade de João Pessoa - PB, que tem por
com a museóloga que planejou e montou
finalidade representar a vida e obra do
a exposição do Museu Casa José
escritor e político paraibano José Américo
Américo.
de Almeida.
A segunda fase da pesquisa
Figura 1 - Planta baixa da casa-museu e em constituiu-se da análise dos dados, de
amarelo o percurso da exposição permanente.
caráter qualitativo, enfatizando a Análise
Semiótica dos objetos (MORENTIN,
2002/2007) que compõem o acervo do
Museu da CJA, com base no modelo
Semiótico-Informacional de Eco
(SANTAELLA, 2001) buscando definir
como se construiu a representação, e com
isso, a significação dos objetos

Fonte: Folder do Museu CJA

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

musealizados, no contexto do Museu Figura 3 - Detalhe do Folder

Casa de José Américo.


Ao selecionar objetos para compor
seus acervos associando esses a outros
recursos informacionais ou informativos,
tais como textos impressos, elementos
das linguagens visuais, etc., os museus
transmitem “mensagens ao público”
(CARVALHO, 2000, p.130). Sendo essa
mensagem construída a partir da
utilização de códigos diversos e de
“sistemas semióticos”.

Figura 2 - Detalhe do Folder


Fonte: Folder Museu CJA

Proposto por Umberto Eco


(SANTAELLA, 2001) o modelo Semiótico-
Informacional, estuda a função sígnica
(comunicação) como processo de
transformação da informação através de
um sistema de códigos (significação).
Cobrindo a laguna no campo dos
estudos semióticos, do território da
análise semiótica de objetos, se insere a
Semiótica Indicial proposta por Juan
Fonte: Folder Museu CJA Magariños Morentin (2002/2007) ao
afirmar que os objetos, comportamentos e
as memórias (ou recordações) têm a
qualidade de objetos semióticos, isso
devido a possibilita de se perceber essas

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Carlos Xavier de Azevedo Netto, Tahis Virginia Gomes da Silva

“entidades enunciativas” a partir de suas comportamento, o trabalho


ou a vida profissional por
existências ontológicas, especificamente exemplo. [tradução
minha].(MORENTIN, [2008],
por meio dos modos de disposição de não paginado).
exposições museológicas apontados por
A partir desses dados levantados
Morentin (2002/2007) em sua análise de
pode-se afirmar que os modos de
Semiótica Indicial, experimentada em
disposição de exposições museológicas
visita ao Museu de Arte Moderna de
partindo da análise semiótica indicial
Bueno Aires, em 2001:
proposta por Morentin percebidas na
a) Distribuição do conjunto de
objetos relativamente exposição permanente do Museu CJA são
semelhantes;
b) Situar um objeto em massa conforme o quadro 1 que segue abaixo:
ou um conjunto de objetos
idênticos (enquanto Quadro 1 - Modos de disposição de exposições
produzidos em série) dentro museológicas percebidos na
de uma vitrine ou sobre um exposição permanente do Museu CJA
pedestal em associação a
outros suportes;
c) Associar (por aproximação)
dois ou mais objetos que
pertencem a contextos
sócio-culturais distintos,
sem nenhuma conexão e
reforçando alguma
qualidade relacionada entre
eles;
d) Evidenciar a ausência de
determinado objeto, através
da demonstração de algum
dispositivo;
e) Reconstituir a estrutura de
algo, um ambiente, por
exemplo, numa casa-
museu, no qual a disposição
cotidiana requer uma
convenção social; ou
mesmo pela modificação de
significado, por exemplo de
um objeto socialmente
valorizado (ausente, mas
representado) para outro
socialmente desvalorizado
(presente, e com eficácia
representativa);
f) Apresentar um objeto
vinculado a outro, ou
diversos objetos, numa
classificação temática, como Fonte: dados de pesquisa
fragmentação de um

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

Com isso, se comprova a qualidade (CURY, 2006) para o público


viabilidade da análise semiótica indicial visitante, uma vez que “as exposições,
partindo da identificação dos modos de seus circuitos, textos e legendas
disposição dos objetos e da constituição requeriam de seus visitantes um tipo de
da exposição proposta por Morentin comportamento [...]” (SANTOS, 2002,
(2002/2007). p.110). Castro (2005, não paginado)
destaca a urgência na reflexão “sobre o
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS compromisso ético” uma vez que, para
autora, as instituições museológicas
Compreender as instituições possuem uma situação privilegiada como
museológicas como produtoras de guardiães dos bens materiais
informação e construtoras de informacionais destacados enquanto
significações criando representações de representantes “de memórias sociais”.
fragmentos da realidade – constituídos a O Museu CJA é uma instituição-
partir de seus acervos – é perceber o memória primeiramente por ser um
museu como campo informacional e museu, que já foi listado entre as
espaço de construção de sentidos. entidades reconhecidas como instituções-
A exposição museológica como memória (arquivos, bibliotecas, museus)
campo e objeto de pesquisa pode ser pelos autores tratados anteriormente
compreendida como um espaço de (CHAGAS, 2002; LE GOFF, 1996;
divulgação da informação, numa FRAGOSO, 2008). É representativo da
instituição com presente papel social e cultura e da identidade cultural da
cultural. Os museus assumem – através sociedade política paraibana de uma
da constituição de suas exposições – época, e com isso representa a memória
cada vez mais a missão de construtores coletiva, mesmo que uma memória
da identidade cultural através das herdada e/ou construída.
políticas de preservação da memória Contudo, percebem-se os
social de um povo (ALMEIDA, 2005; silenciamentos e esquecimentos da
SANTOS, 2004). memória (LE GOFF, 1996; RICCEUR,
Pensa-se a exposição em vista de 2008) na exposição permanente do
proporcionar uma experiência de Museu CJA fato perceptível na ausência

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Carlos Xavier de Azevedo Netto, Tahis Virginia Gomes da Silva

de referências a presença ou influência do funcionamento da narrativa museográfica


escritor/político em evento de destaque na expositiva do Museu CJA, pode-se
memória política da Paraíba, tais como os perceber que na exposição permanente
acontecimentos que antecederam a morte há ainda algumas barreiras na inter-
do presidente João Pessoa, do advogado relação entre a comunicação e a
e ativista político João Dantas e sua significação da referida exposição. Uma
companheira a poetisa Anayde Beriz, em vez que foram constatadas peças e
1930 (DANNEMANN, 2007). No entanto, percursos sem nenhuma identificação.
este esquecimento e memória manipulada Com isso, não se informa qual a função
(RICCEUR, 2008) não surpreendem, uma ou como era utilizado determinado objeto
vez que com o processo seletivo da ou como esse objeto foi adquirido (a
constituição de uma exposição exemplo das medalhas e comendas), ou
museológica ocorre a seleção de alguns seja, qual a relação desse objeto com a
objetos em detrimentos de outros pessoa de José Américo, indo de
apresentando uma determinada narrativa encontro com a afirmação de Ponte: “O
sobre a personalidade ali representado, o aliciante de uma casa-museu reside na
que se pode afirmar unido a Chagas que: intrínseca relação entre os objetos
“[...] esquecimento e memória [...], presentes e as pessoas a quem
complementam-se e sempre estão a pertenceram e aí habitavam [...] relação
serviço de serviços que se constroem e do objeto com o indivíduo [...]” (PONTE,
são construídos através de práticas 2007, p.10).
sociais.” (CHAGAS, 2002, p.36). O No entanto, se percebe que a
esquecimento na exposição permanente exposição permanente do Museu CJA foi
do Museu CJA será tratado em produções elaborada propondo-se a recriar os
futuras, uma vez que nesta dissertação o ambientes e móveis da personagem
foco é a memória e, sobretudo, a homenageada. Mesmo deixando algumas
informação no museu. dependências fora dessa cenografia
Com relação ao Modelo Semiótico- (GONÇALVES, 2004) a equipe pode
Informacional proposto por Eco (2007) a representar e reconstituir o ambiente
análise das funções sígnicas na privado ali apresentado.
constituição da estrutura e do

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Informação e signos em contexto museológico: o Museu Casa de José Américo

Compreendendo a Memória como ocorre através dos referenciais materiais,


representação (DIEHL, 2002) é possível ou seja, a cultura material (OLIVEIRA;
perceber que a Semiótica, tanto enquanto AZEVEDO NETTO, 2008). Portanto, a
teoria quanto como método de pesquisa, análise dos fenômenos informacionais,
é a teoria que fundamenta esse processo com foco na memória cultural coletiva,
representacional, uma vez que esta se dar perpassa pela relação com análise
tanto no contexto da materialidade – signo semiótica, através da qual é possível
objeto, signo veículo – quanto na construir modelos metodológicos para o
imaterialidade – signo interpretante. A estudo da informação enquanto suporte
relação entre a Memória e a Semiótica da memória.

SIGN AND INFORMATION IN MUSEOLOGICAL CONTEXT: The Casa de José Americo


Museum

ABSTRACT
This article is based on the dissertation PPGCI / UFPB aimed to
analyze the narrative exposition of an institution-memory. The research is
the permanent exhibition of the Casa José of Américo Museum, located in
the city of João Pessoa - PB, whose collection represents the life and work
of writer and politician José Américo. It is used as a research method to
semiotic analysis. It was concluded that by understanding how the
memory representation (DIEHL, 2002) you can see that the Semiotics as a
method of research is the theory that underlies this representational
process, since this is given both in the context of materiality - sign object,
sign vehicle - as in the immateriality - interpretant sign. Therefore, the
analysis of informational phenomena, focusing on the collective cultural
memory, runs through the relationship with the semiotic analysis, through
which you can build methodological models for the study of information as
memory support.

Keywords: Information Science - Dialogue discipline. Memory - Collective


Identity. Semiotics - Research Method.

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