% C O K H ET O
rn&sBmmmMmwawwwemBminmaMB
A LUCTA ENTRE OS ALLEM ÂES E
OS A LLIA D O S — O P E R A Ç Õ E S DO
D I A i9
R IO , 20 ( A ) - - A icgação fia Allcmaulia
cm Petropolis rcccbcu ue Berlim. v..i W a ­
shington, o s-guinle telcgrainma oi í:c;a.:
“ 0 quartel-general communica cm data de
xq ; “ A leste cio Musa completámos o sue-
cesso obtido antc-honlem com a conquista
da pedreira situada j u n t o ' á parte sul da
herdade de Raudromont.
A maior parte da guarnição foi anniqui-
lada cm encarniçado combate a arma
branca.
F :zcmos, além disso, mais de ioo prisio-
r.ciros e conquistámos algumas m ctralla-
doras.
Os francez.es effectuaram contra-ataques
ás nossas linhas a noroeste da herdade de
Thiaumout, que fracassaram.
Pequenos destacamentos do inimigo pro­
curaram appro-xirr.ar-se da nossa frente cm
vários pontos, sendo, porém, rechassados
pelo togo da infantaria e por meto de g ra ­
nadas a mão.
N a s alturas de Combros, patrulhas a llo-
mãs penetraram na posição inimiga, fazen­
do 77 prisioneiros, entre os quacs um o f ­
icia l.
N o sector nordeste da frente russa hott-
• ve vivos combates de artilharia c encontros
íintre postos avançados."
0 N A V IO “ M A R IA ”
LAS P A L M A S , 20 — Fundeou
n e s te po rto 0 v a p o r in g le z , q u e re­
b o c a v a o n a vio de vela p o rtu gu ez
“ M a r ia " , 0 qu al tem a varias a bor
do.
CARHSTIA DOS G KM sltO S ALIMP.N-
T 1CIOS
LISBOA, 20 — A policia da Vllla de
Condo prendeu vários Indivíduos armados,
que promoviam manifestações tumultuo­
sos, protestando contra a carcutia dos g ê ­
neros alimentícios.
Sito esperados nesta capital, ainda nes­
te mez, .10.000 aacoÚB de assucar de Mo­
çambique.
AUTUAÇÃO D ilU iG TA 1)10 PO RTU G A L
NA G U E R R A
L 1SJL30A, 20 — Sob a presidência do
sr. Bernardiuo Machado, presidente da
Republica, reuniram-se, lioje, os membros
. do governo.
A sessão foi secreta, havendo grande
anciedado por saher das medidau que se­
rão tomadas.
11a quem acredito que a reunião teve
por fim tratar da acção mais directa de
Portugal contra a Allcmanha.
fista acção oo desenvolverá nos campos
do norte da h’ rança o na Bélgica.
UMA R E l ’ UTA(,'ÃO
MADRID, 20 — A embaixada allcmà
nesta capital, autorizada pela extincta lo-
gação do mesmo paiz cm Portugal, refuta
as noticias de que os súbditos teutonicos
estejam envolvidos no Incêndio do Arse­
nal de Lisboa, declarando que o diminuto
numero de allomães que preferiram a
emigrar ficar cm Portugal, c todo com­
posto do antigos moradores daquclln na­
ção, pessoas essas allamento coltocadas o
j á identificadas com u sociedade lusitana,
incapazes, portanto, de um aeto de patrio­
tismo do tal temeridade.
p i u p -u k u z v e k m k l u a p o p ,t u .
GUKZA
RIO, 20 — O espectáculo, realizado no
Thcatro da Natureza, em beneficio da
Cruz Vermelha Portugueza, no dia 3 do
corrente, deu a renda liquida de . . . . soldado lhe chegou aos lábios lividos c
10:2005000.
U SANADO POKTUSUKtÉ E A COLONÍA
LUSA NO JBKAS1D
RIO, 20 — O Grêmio Republicano Por-
tuguez recebeu do Senado dc Portugal u
BCgulnlo offieio:
“ lê’ com a maior saUsfaeçáo que tenho
a honra do communicar a v. exc. que o
Eenado, sob minha presidência, approvoti,
na sessão de liontun, por acclamação e
com applauso de todos os lados, a seguin­
te proposta, apresentada na mesma sessão
pelo senador J osé Maria Pereira: “ O Se­
nado, tendo tomado conhecimento, pelos
telegramman publicados nos jornaen, das
manifestações de solidariedade ela nossa
eolonia no Rio de Janeiro com o sentir da
mãe pátria na conjunctura e no momento
histórico que a nação atravessa, resolve*
saudar os nossos irmãos de além-mar pcia
sua patriótica altitude o manifestação do
sou acrisolado amor pátrio, dando conhe­
cimento deste voto do Senado fi Gamara
Portugueza de Coimncrcio c ao Gremlo
Republicano Pa rtuguez da mesma cidade,
cerno entidades representantes dos nossos
compatriotas na Capital Federal, Saude o
fraternidade. Palácio do Congresso, 18 do
março de 1516. — (a) Antunio Xa vier
Corrêa Barreto.”
O Grêmio Republicano Português en­
cerrou a sessão permanente em que sc
achava desde 10 de março, data cm que
foi conhecida a declaração de gu erra por
parto da Allemanha.
O AFUNDAM ENTO D O “ T E R G E V i-
K K N ” E O IN CÊN D IO DO A R SE ­
N A L DE M A R IN H A D E LISB O A
l O N D K E S , 20 - - Inform am d c . Lisboa
que o sinistro que levou-ao. fundo, á entra­
da do T e jo , o “ Tcrgevihcn ” , f o r ter bati­
do numa mina, e o iuccndio do Arsenal de
Marinha, occisionaram cm lodo 6 paiz a
mais funda impressão, pois parece mettido
no caso o dedo dos allcmães,
Com cffeito, as minas que determinaram
cr afundamento do “ T e r g c v ik c h ” eram al-
leniãs, como também se suspeita que o in­
cêndio do Arsenal não seja mais que um
attentado criminoso, levado a cffeito- pelos
agentes teutonicos.
O governo porluguez tomou medidas
enérgicas para neutralizar, rinão impedir, a
acção dos agentes, tcdcscos no seu territó­
rio.
IN STR U CÇ O E S R E L A T IV A S A' M O B I­
LIZA ÇÃ O
L I S B O A , 20 — O “ Diário do G o v e r n o "
publicou o decreto approvamlo as iiistruc-
ções relativas á nomeação do pessoal que
vai scr mobilizado.
Assim, logo que uma unidade receba or­
dem de mobilização, todo o seu pessoal será
considerado individualmente nomeado para
marchar.
A s vagas existentes dos postos de infe­
riores da unidade que se mobiliza serão
preenchidas dcnlro dessa unidade, a come­
çar pelas mais modernas.
0 INCÊN DIO DO A R S E N A L D E M A R I ­
NHA D E L IS B O A
PA R IS , 20 — Telegrapham do Llz-
boa:
Accumulam-se provas do que o incêndio
do Arsenal do Marinha foi obra dos agen­
tes nllemãcs. O guarda José Costa, preso
1 m por suspelção o p a ra averiguações,
• |, . to cm liberdade, visto ter provado a
iunocencía.
A o incêndio, ficaram feridas 50 pessoas.
3 iltro os instrumentos scientificos, princi-
palmcnto agulhas, clironometros o outros
;apparelhos maritimos- destruídos se .en­
c o n tra v am alguns pertencentes aos navios
írllemães requisitados pelo governo o que,
/ h a üoucos dias, Unham sido substituídos. ,
GRKiMrO nEP UIlLTCANO POItTU-
OUF.55
RIO. 20 •— O “ Gremlo Republicano
Portuguoz" encerrou hoje a sessão p e r m a -
nento em quo se achava desde o dia 10
do março.
O Gremlo recebeu um offieio do presi­
dente do Senado Porluguez communican-
do quo foi approvada por acelamação na-
quclla casa do Parlamento, a ldéa do <11-
rlgir-so uma saudação á eolonia portugue-
za do Brasil,
aecs-^-jsnw—
O S E S T A D O S U N ID O S
E A ALLEM ANHA
RIO, 20 ( A ) — O sr. Domicio da G a ­
ma, ministro do Brasil em W ashington, tc-
legraphou ao sr. L a u r o Mttller, ministro do
Exterior, communicando que o secretario
d.t Estado, sr. J.snsing, lbc enviou ume. có­
pia do toiegramma expedido para Berlim,
dando inslrurções ao embaixador James
Gerard, do: Estados Unidos ati, para diri­
gir uma nota ao governo allcmão decla­
rando que estg sc deve submetter na guerra
submarina ás regras do direito internacio­
nal, si quizer manter relações diplomáticas
.cm a America do Norte.
,Y NOTA DOS ESTADOS
AT.LEMA N B A — COMMENT.Y-
RIOS DA IMPREN SA
LONDRINA
LO ND RES, 20 — Todos 03 jornaco des­
ta capital, em despacho de Washington,
reproduzem a mensagem do presidente
Woodrow Wilson, lida perante o Con­
gresso.
Na nota enviada pelor, Estados Unidon
á Allemanha, cobro a guerra submarina,
o preaidento Wilson disso, cm esseneia:
“ Os submarinos allcmãoa estão perseguin­
do ou vapores mercantes do todas an na­
cionalidades o cada vez extendem mais o
sou raio do acção.
Oe cidadãos norte-americanos, mortos
em consequência disso, attingem a algu­
mas centenas. Julguel, pois, do meu dever
declarar ao governo imporlnl que ei ello.
tem o proposito de continuar sem conGÍ-
deração pelos direitos e Interesses dos neu­
tros neosa guerra, c apesar dc demonstra­
da a impossibilidade de fazer uma c a m ­
panha dc accôrdo com os Estados Unidos,
a União Norte-Americana, quo considera
como leis sagradas o indiscutíveis os dl-
cturnos do Direito Internacional o os ln-
teresoes da humanidade, ver-so-á obriga­
da a chegar a uma conclusão que não pú-
do slnão romper aa nuas relações diplo­
máticas com a Allemanha, a não scr que
cata dcelaiy quo abandonará immediata-
mente os aetuaes processos do destruição
contra os vapores de passageiros e de car­
gas.
Devemos, em consideração aea nossos
direitos o ao nosso dever, como represen­
tante dus direitos do todos os neutro» o da
humanidade, adoptar esta altitude com
a maior salcnnidarto.”
Os jorriaes, commcntando essa declara-
ção do presidente Wilson, realçam a gra ­
vidade da situação" o acreditam na sua
maioria que a Allemanha não accederá a
pôr um fim na guerra submarina.
O rompimento com os Estadco Unidos
péde ser considerado como inevitável.
Salientam ainda esses jornaes, para de-
munstrar a gravidade da situação, o Jacto
do condo de Bcrnstorff, embaixador allc­
mão em Washington, iiaver declarado
liontem á tarde, ao sr. Lansing, secreta­
rio de Estado, quo cotava pror.rpto a dis­
cutir a questão da guerra submarina.
O sr. Lansing fui ouvir, a respeito, o
presidente Wilson, c, voltando a conferen­
ciar com o embaixador allcmão, declarou
quo o governo não podia discutir mais s o ­
bro tal assumpto. K ’ quo o sr. Wilson j i
havia resolvido assumir uma attitr.de
cnerglca, submettendo-a ao Congresso.
Commissão P o rtu g u G -
za “Pró-Patria”
E S P E C T Á C U L O B E GALA. N O T i l E A T R O
M U N ICIPA L
A Commissão da Colonla Portugueza
“ P ró-P atria ” inicia os sons trabalhos do
propaganda e coilccta de donativos cm fa ­
vor da Cruz Vermelha Portugueza por um
espectáculo no nosso Thcatro Municipal.
Será representada uma das melhores
operas do repcrtorlo da empresa Itotoli-
Billoro, que está funcolonando com suc-
eesso no thcatro S. José.
Tratando-so da primeira festa, a favor
da Caixa Portugueza de Assistência para
as vietimas do conflleto luso-gerinanloo,
esta empresa theatrál esforça-se por apre­
sentar um espectáculo digno (lo monu­
mental ralão em quo co vai exhibir o da
asscmbiéa do eleição quo proniclto con­
correr a esta festa. Será augmcnlado o
corpo, coral o o numero de professores de
quo se compõe a orchcstra.
O capcotaculo está marcado para a noi­
te de 26 do corrente, e eonstr.-nos quo se­
rá ( .‘:ecjlhida uma das operus “ Gloeondat’
cu ‘'C a rm c n ”.
Não 6 r.ectrcário' encarecer perante o
generoso publico paulista o significado
desta" festa por meto da qual se pedo a
,favor dos portugueses quo so vão empe­
nhar na conflagração mundial, cm que
estão cm jogo os mais elevados dogmas ; volta ;:os seus estudos, desesperado da-
da humanidade o os mais latimos interes­ ■ fallcncia do pacifismo, no'.qual tinha
ses da raça latina.
Além destes motivos de suprema im­
portância, são portugueses que peitem pa­
ra a defesa de Portugal o esta razão parti­
cular tem Justamento emocionado todos
es brasileiros, dcsporlando-lhcs sentimen­
tos da mais piedosa affelção, que natural-
mento brotam do mais Intimo da sua a l­
ma o com viva o sincera espontaneidade.
Cumprc-nos lançar cobro essas mãos
quo se nos e.xtendein mais do quo as flo­
res do nosso carinhoso amor (lo filhos e
do irmãos. Nunca lhes faltará, a portu­
gueses, o dedicado e firme apoio de bra­
sileiros.
A uula du Municipal será pequena, do
certo, para receber tantos quantos ahl de­
sejam levar por este melo o seu obolo p a­
ra a Caixa Portugueza.
K, de facto, segundo nos informa a
Commissão Executiva, são numerosos os
princlpaoB logares já tomados pelas fam í­
lias mais distlnetas da sociedade paulista.
Esto gesto de benemorita espontaneida­
de iisonjela-nos deveras, porque ello é a
mais expressiva demonstração da nossa
inaltoravcl o fiel amizade pelo nobre povo
do Portugal. Assim esperavamos c assim
será.
Po r tclegramma recebido pelo dr. R i ­
cardo Severo está confirmado quo o e m ­
baixador da Republica Portugueza, sr. dr.
Duarte Leite, chegará a esta capital no dia
28 de manhã, cm caracter partícula)', vin­
do espeelalmcnte para assistir a esto espe­
ctáculo de gala e inaugurar a nova instal-
iação da Camava Portugueza.
.'-•Uh t-b í- ó .-
P A U L IS T A N O
rrj»»^/pjir*:/3W »w raciM i*A':r!aiR W ^s/'r’
CÂLVÂR50
E r a pela hora quinta, quando Jc.sis, de­
pois dc cor.dcmnado, tomando sobre os
hombros o madeiro infamanto, a testa ras­
gada pelos rspinhos, as cernes dilaceradas,
abertas cm chagas vioiacoas, no meio dedo ií
ladrões lambem condomnados á morte na
cruz, começou a caminhar para o termo
da rodompção dos homens.
U m a grande multidão o síguia, c os g e ­
midos das mulheres que, chorando, faziam
‘ ristes lamentações, misturavam-se aos gri-
R r sodiciosos do agrupamento phariscu.
O s paralyticos que cdlo fizera andar, os
regos que por sua graça pnxergavam , os
Mcrtos rcsuscitados, os furiosos acalma­
dos, as crianças que lhe tinham brincado
xo regaço, todos o queriam ver nas horas
derradeiras, e as almas torturavam-so dean-
tp do ensanguentado corpo de Jpsus. E cllc,
ferido, mas heroico, semi-subjugado pelo
neso do leiiho, sc arrastava quasi morilntn-
d.o. so-h a canicula impiedosa, debaixo do
diicotc dos algozes.
Tombou desfaJLecido; os soldados, aos
empurrões, fizeram-no andar. O pranto das
mulheres chegou até aos seus ou vidos; cn-
•no, screnamente triste, prevendo toda a
E s g r a ç a que succcderia á cidade deicida.
filo u -lh e s :
— Filhas de Jerusalém, não choreis por
urr.i, mas por vós mesmas e pelos vossos
UNIDOS A ’ f ilh o s! Tempos virão cm que felizes serão
os ventres estareis o os seios on de não sc
tenha gerado nenhuma gotta dc loilcl
Opprimido pelo cançaço, a cambalear, foi
•eguindo, coberto do pó o de injurias da
p.ipulaça.
Prost-rou-s,” dc n ov o; uma mulher, afott-
tn, rompendo a multidão, carinhosa, com
um slldario muito branco, enxugou-lhe ar.
faces camarinhaidas de suor sangrento. N o
ccido dc linho ficaram impressos os tra­
ços physionomicos de Jesus; o lacrimosa,
a soluçar, mostrou ao povo assassino o ru­
bro retrato da victima divina.
A chaiaça, -os .cscarr.cos humillianlcs, ca-
h::am sohr.e aqucilo gesto de piedade. E o
prestito s e gu iu ...
T o d a s as voltas do caminho tinham sido
dadas; transpostas as Íngremes ladeiras,
afinal o cortejo chegára ao cim o d o C a lv a -
t.o Brutaimcnto, de Christo arrancaram a
túnica, que sc collava ás grandes feridas,
muito abertas c profundas. C om um murro
jogaram -no por Urra, cm cruz Oxtendcram-
ihc os braços; as carnes, os musculos das
mãos e dos pés foram rasgados, arreben­
tados pelos longos cravos. S ob o impulso
ilas fortes martclladas que ecoavam pelas
ribanceiras, nas mattas vizinhas, nos ca m ­
pos desertos, fazendo 03 passaros assus­
tados íu g iu m dos ninhos para o alto das
grandes arvores, 0 os bichos das selvas es­
conderem-se medrosos no fundo das tócas,
— os ferro; aguçados separaram as fibras
do madeiro, cravaram-se solidamente, pren­
dendo no instrumento do sttpplicio o corpo
do homem-D<v.s, agonisante.
F ita n d o a multidão que o escarnecia, e
depois 0 céo, dc onde 0 sol com eçava a
desapparecer, doccmcnte murm urou:
— Pac, pcrdoa-lhes, porque não sabem 0
que f a z e m ! . . .
Indiffcrcnlcs a tudo, os ccntmiÕes jo g a ­
vam dados, disputando a túnica de Christo.
— Tenho té d e !...
Elle, qne já tinha experimentado, no j a r ­
dim das Oliveiras, a amarugem do calix
das sobrehumanas provações, do alto da
cruz, ulcerado c semianime, sentiu na hocca
0 gosto acido, amáro, de vinagre c fel, que,
numa esponja presa á ponta da lança, um
scccos.
Furioso, um dos ladrões gritou-lhe;
— S i és verdadeiramente 0 Christo, sai-
va-tc c a nós também I
— Estamos padecendo o castigo dos nos­
so; crim es; mas elh nada fez! O temor
de Deus, nem nesta hora cm que a morto
eci.i prestes a co!!:cr-nos, não te inche o
coração da íé? — rctrucou-ihc o com p a ­
nheiro; e, virando-sc para Jceus, iacrimau-
tc-, arrependido, supplicou:
— Senhor, lembra-lc de mim, quando en­
trares na lua gloria 1
— E m verdãde. tc a ffir m o : hoje estarás
com m igo no p a r a i z o j .. .
A matéria succumhia. O coma, a ga n ­
grena, amuquüavant, f.iz:.’.::i tremer as cer­
nes decadentes. O so! perdia 0 brilho, apa­
gava-se, sumindo-se por trás das nuvens ne­
gras que cnlutavam 0 ceo; c 0 Christo
expirante, num supremo esforço, elevou a
voz tremula:
— Pae, nas tuas mãos cnçommcndo 0
meu esp irito!...
A cabeça desgovernada inclinou-se sobre
o peito, a vida sc lhe extinguiu. O ribom­
bar dos trovões fez tremer a terra, as ar­
vores torceram os galhos numa derradeira
contracção, abateram-sc fulminadas pelos
raios, que, faiscantcs, se cruzavam na tela
,iicgra d o infinito! Surdos rumores vinham
das entranhas <Ia terra, biócns de pedras
desanpareciam nas fendas que 110 sóio se
abriant.
Horrorizados, 03 judeus dispersaram-se
a bater nos peitos, dando' gritos de susto,
correndo espavoridos, sentindo a cada in ­
stante 0 rugir dos elementos cm revoita.
E pelo espaço a íúra, as nuvens, em fu ­
riosos nrremetidr.s, chocavam-sc, trepavam
umas por cima das outras, fazendo chover
fogo, ensurdecendo a n a tu r e z a ...
ITyglno N A V I E R
-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - O - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
-'iQ U A N 'i'0 o nosso p l a n e t a
C eacar.guenlado peta g r a n d e
6d:.»aqr.<a guerra 0 numeroeoa po vo a co
trucidam, o professor Kichard Garner
fun da do tão vastas esperanças. E os
i:ous macaco.') 0 aonsolarão (lo certo.
K i c h a r d G a rn er í, co m oífelto, 0 s á ­
bio americano que sc dedicou, nas flo­
restas africanas, ao estudo da linguji»
gem dos goriiias c dos chimpanzéSi
Depois de alguns annos dc vida seden-
laria, empregados cm coordenar os má-
tcriacs que preccdcntementc recolhera,
cllc sc dirige ao continente africano.
V a i, com 0 auxilio de u m p lio n o g r a -
pho, que ieva a o Congo, a u B m en ta r o
seu lcxico simicsco. E 1 na bacia do lago
Ecrnundcz que sc installará. a dois
g r a u s ao eul do E q u a d o r e a 150 millias
do littorai. M orará numa gaiola de
aço, coberta de ramos c folhagens. ,E
alú tentará comprchendcr 0 que dizem
os quadrumanos; procurará também
communicar com elles pela palavra. Os
futuros viajantes encontrarão, íalvez,
graças ao professor Garner. macacos
que comprchcndani ou falem a liitgua
do presidente W ilson . Esses felizes
macacos saberão, então, o que 6 0 paci­
fismo e 0 que c a neutralidade; esses
termos não terão, porém, mais valor,
pois a grande guerra iá csíará tcrmmn-
d a . .. , • (
oSJ í
«^Í1Qii «70 \
- S e x ta -fe ir a , 2S1
Krv.'M\m-.?vz?mwmxv\\r&^KX' ■ xjz,*<rittrjmr<ttSsx/iWA/vzMaifMMcryv.vrrjwi;r,iM&cv:mTt<r».u*mBz&zta£%ixr&sim!Ji
T T T Y T TH TO Y T T T
“ IVrdoui-üios, meu l ’ae; elles
não sabem o que fazem ."
(P a r a 0 prezado amigo monsenhor d. A l ­
berto Gonçalves, illus-trg bispo de Ribeirão
Preto.)
A no-ite cabia silenciosamente sobre a ler­
ía, c, ao longe, no exiremo do horizonte, a nossa edição da noite.
sol, vcrmelho-rtthro, qual um globo cn
saiiguentado, desprendia os tillimos raios que
■ .iluminavam de um a luz cxtrauha, de cx-
tranhos reverbéros, as pallidas e meiga?
feições djs Jesus — o divino Rabhi da Gali-
10a .
J.',ra a hora triste do 'crepúsculo.
A ultima claridade do dia fugia aos pou­
cos.,
A tr ev a ia escondendo a íórm a dc toda? nas Gcraes. cu jo ideal nohilissiino era ver syl!aho_ é uma verdade ineontr.-tavei. . . ' 1
as cousas, tudo cobrin do-dc sombra c do a independência do nosso paiz.
silencio,
A noite se avizinhava mpnlancoüca 0 tris- do praticados os aclos da praxe, em trics d i lavór das csír .pias de Monsaraz, na
tolnha, apenas pondo ont rolevo 11a téla occasiõcs.
escura <lo céo, longe, muito longe, as tor­
res c minaretes da cidade deicida, e as liuju o a aimiuiiã ml roímrtlçõoa imbllcan dtei. cyilaho.
" sdbouttes " de algumas grandes arvores e s ­ denta capltiil, naa quacs será facultativo 0 berto de Campos, |U'.’i a nosso ver, são <.s
guias, desfolhadas, quacs piiantasmas, que lionto.
•c levantavam no topo yerde-negro das col- Buciação
linas distantes,
Judas Iscafiotcs íóra pnforcar-se.
A abóbada celcsto parecia contemplar
melancoücamcnto a terra, envolvendo num
oiiiar recrimiuativo dc censura a humanida­ publicano I ':n:1:::..t continua a reneber,
de inteira pelos olhos azuladainentc desmaia­ do varioü por.toa do hiteitor du Eztado, nf-
dos das primeiras estrellas quo su r gia m ! . . .
T r e s lioras de ag on ia i T r e s horas de ler- Infausto p.ozeamonto do i.c 1 iliuslro prc:.;-
1- veis sofírim entos, auginentados pelos im­ dente, 0 saudoso goncr il I.'ranc:.':eo Gli-
propérios ç insultos dos psbirros do g o v er ­ cerlo.
nador da J u d é a ! . . .
E clle, <j sublime martyr, com os oüios Municipal (lo S. José do Barreiro, Cu-
rosignadamento fitos no* “ a l t o ”, deixava mara Municipal do ilapeecriea, Pr-feitu­
que se lhe desprendossp das feridas ra Municipal do B. Vicente, Cnmara .'.iu-
aqueile sangue p-cciosissirflo que devia re­
dimir c s seus proprios algozes — os que
lhe cuspiram nas faces c 0 crucificaramI
C om a pequena bccça entreaberta, como
uma rosa vermelha que desabrocha, cs ca-
bellos aliciados a cahirein-lho pela; faces l i d a :
maccradas, cm alguns pontos arroxeadas
pelas sevicias dos pliariseus, esperava Jesus la c io n a d o s con ia liegira politica d l dr.
a hora fatal — para ello a da suprema fe­ l l i p ó l i t o Jrig o y cu . c:.ii;iid;:'..i dH p :::lido 1.:- tc 113,
licidade — porque já descortinara 0 Parai- dical á !a presid ên cia d e Ia R e p u b lic a A r ­ L u (1 cl: r.’c:’;ni(
zo ao longe, em uma nesga azul do firma­ y m u c h o m en os cl de c o n :u i d c Chile, dan 5.. 1 ié :rõ:s
mento.
Repentinam cntc a natureza experimentou cido, a d uiá... d e quo l s cun.si'icr.>cionts ía ze iia-i
tuna transfiguração sobrenatural.
.Gin um momento, dpiisas sombras pesa- nes c o n s u la re s .
damente cobriram as cousas e envolveram o b v i c c z a r nc ep to s de c a r a te r p a r li c u i a r y (.
os iséres ” ; a tprra estremeceu 0 horríveis a sim patin s p u r a m t u t e ne rson al
estrondos rcpprcutiram no ar.
O u v iu -so um confuso munntirio entre o ;
carrascos, que exclam aram : “ N a verdade, estas ju.-ías observacioncs. — iinrique /!■ tlellcs h; — Durv::! de M o r .ii: —
(•ií era D e u s ! ! " .
E, pedo espaço a íóra, perdia-sc, repassado
dc in d e fin iv d angustia, 0 ultimo, 0 suprt-
mo alento de Jesus, longo, profundo, ao
ter. sublim,: das suas ultimas e sublimes
palavras “ Cor.summatimi est 11! ” O sil.cn-
era apenas interrompido pelas exclama
ções de espanto dos soldados e pelo solu­
çar amargurado das mulheres da Gali-
lén.l...
E ’ que, antes dg expirar, tinham visto to­
dos, nos lablís do Crucificado, — entre­
abertos com o uma rosa que desabrocha —
despontar um sorriso bom, doce, í liz c re-
Tgnado, 0 das suas pupilias brotar uma
iuz celestial, que, mais tariU, devia descer
ao fundo de todos os cqraçõfs c subir ao
alto de todas consciCnéias 1
/i noite caiiiá, silcnciosaáicnto, c, r.» oe-
caro, 0 sl, com reverbéros pliantasticos,
apresentava r.um poente do purpura c ouro
— um “ v erm e lh o” , qtie cra 0 sangue pre­
cioso de C hi isto, derramado pcia H um an i­
dade inteira; um “ r o x o " , que h em tradu­
zia as chagas quo os phari-seus abgrlo ha­
viam no corpo divino do Nazareno.
K abóbada celeste tinha um ar concen-
tiado, um ar de quem escuta, e a lua,
merencoria c triste, iüiiminava as laces (lo
Nazareno, cmqtianto as estrellas, pelos seu;
olhos, azuladamcnte desmaiados, mandavam
05 seus últimos raios de luz su a ve c doce
ao sagrado lenho 0 ao corpo divino do
martyr do Golgotha, do redemptor dos ho­
mens.
Tancredo DO A M A R A L
Q u in t a - f o in santa, de 1016. S. Paulo.
T fiB caâP otf
S. JO S E ’
A companhia lyrlca Rotoli 0 Ullloro deu
liontem. em “ reprise",'a “ Aid a”, do Verdi.
tendo desempenhado a parto da "ltada-
m ía ” 0 tenor mexicano Manuel Suiazar.
O denempcriho da grandiosa opera verdln-
11a fei bom, melhor mesmo do quo dan
outra» vezea cm que Cot levada á «cena, O
soprado dramático ara. Klvlra Gallcazzl
cantou supertormento a parto de protago-
nlata, não dando demonstração da maio
ttgelra fadiga duranto a execução, No
coneertanto do 2.0 neto nltcava-ae-lho i>
vez. sobrccxccdondo a todos eom ca í:cuí<
belioa agudos; e 110 il.o aeto, cm <r.ia 0
eci: trabalho 6 maior do que 0 dos dc.p.ai»
tntcrpreles, phraoeou com extraordinário
ccnllmento o trecho “ O 1’ atrla mia, r.en
tl rivodró piu mal", e deu vibrante cx-
nrensão dramatica á parte quo tem nos
duc-3 eom o tenor e eom 0 barytono. Não
ba duvida alguma que a sra. Galleazzj f
uma cantora “ dl primo r a r t d l o ” , digna de
figurar com honra cm companhias de
primeira ordem. Tem bea figura, tem lioa
voz, tem boa dramatização, tem, enifim.
clementoo segurco do successo, como se
dou liontem, cm quo estava numa dan suas
noites felizes. Excueado dize- que a dlstln-
eta cantora deoperiou frenéticas palmas.
Quanto ao tenor Manuel Salazar, sua
cclría foi auspiciosa. Dispõe do voz poten­
te, com volume c extensão extraordiná­
rios, segura na paesagem dos registon,
mas do timbre um pouco áspero. Cantou
eom bravura toda a sua parte, notando-se,
poréiq, quo nos trecbna de maior suavida­
de não alcançava 0 desejado cffeito. Sua
dramatização 6 sóbria 0 correcta.
O 3.0 aeto é a “ pedra dc to q u e ” dos bons
tenores dramáticos: pois 0 sr. Salazar
transpoz com gloria esse Rubicon vocal. O
publico applaudiu-o com cntlmsiasmo.
A sra. A g oz zin o e_ o sr. Maturano, opti­
mamente, nos respectivos papéis.
Córos, bailados c prchestra, bem condu­
zidos
APOLLO
A companhia W ciss-M a resca descançou
hentcni e ainda hoje descançará, tendo re­
servado esses dias para ensaio d a opereta
do Leoncavallo, “ L a Reginetta dcllc Rose ” .
---- Am anhã, grandioso cspectaculo-hailc
á phantasia, dodicado aos clubs carnavales­
cos desta capital e com 0 concurso dc todos
05 artistas da companhia Marcsca-W ciss.
Antes do baile, reprcsonlar-se-á a opereta
“ I,a R cginrtta delle Rose ”.
IR IS THE ATRO
Neste frequentado cinema cxhibcm-sc
hoje os apreciados films “ A pena dc T a l-
b ã o ” ç “ Jath é J o r n a l”,
■o BüV i.ii ui/ .*a
lu 5
d© a b r i l d e 1916
H o je , dia em que a E g r c ja comniemora
a P a ix ã o de Jesus Christo, estarão fecha­
dos 0 cscriptorioi a redacção e a adminis­
tração desta folha, a qual, por isso, não será
publicada amanhã.
Pelo mesmo motivo, não circulará hoje Camões, na doçura e no mimo dos seus so­
N o Brasil, cn m m o m ora -so lioje a mor­ sumiu os seus dias no aían de deixar para
te dc Joaquim José da Silva X a v ie r. 0 T i- a posteridade a hellcnica escuiptura de al­
radenlcs, esquartejado no Rio dc Janeiro, de Elmano, como pérola de esplendido la­
como o principal dos conjurados da Incon­ vo r.
fidência Mineira.
A nação inteira presta homenagem neste das literatuias porluyii za e lirasilcira,
di.i á memória do modesto patriota dc M i­ coh--". a prcftrcncia é -Ia ao metro 'I
O dia do lioje é do fe.sta nacional, acu­ toris dc M irilia de Dirccu, 11:1 íunérca tnc-
Gomo Inform.inion, não funcclonarão (ie liilac, todo triu. ..pilo s - resaila do verso
Não liuvorá tnmlicm (xpodlcnlo na As- ::aç 5 :-s, a. mais
Commerelat. na Bolsa, na Cai.vt nane
Economlca, nos bancos c na Câmara Kc- a rga
eleaiastica.
A Commisaão Dircclora do Partido Re­
ílcloa 0 carta», a;.r-.. iitamlo prz.imos pelo
Entre esses officlos estão oa da Ornara
niciiiat do A varf, (.'amara Municipal dc
Pilar, Gamara Municipal de Guanilln.s,
Gamara Municipal de Bom Successo.
E s e r c v c - n o s o s r . Ei: , i'.:e A . E.icr.z
“ A I en treg a r á Ia digna cdacclon 1 avel
“ C o r r e i o i ’:u :ii;l:::io " a lg u m .; a p u n t t s , re­
ge n tin a . no lo liicc i n v o c a n d o t.tu! . ai 1 ino,
puesto q u e 110 e j e r z o e s c ca rg o , v co n v en ­ ( fá; r.do
em itidas sou i n c o m p a iiu le s co u las í.inclu- lenti
L o pu b licad o rcs p ccto ai d r . Irigoycn ,
que i . v
d u v e n dei í ir n ia n te to d o titulo o f i c i a l.
Espero de Ia liidalguia de " LVc reio l ’aii- c um n
lis tz n o ” se digne publicar, eu debiclo lugar,
ida. S. 1’ae.lj, 19 de abri! de ipiO. ” pandiu 1 sua imaginação en> v
Ecchant-se -mulas, boje, p ilo “ Ita
p ura ”, para Bahia, Kergipe, .laraguá, Ma
ecló, l ‘ura!iyli:i, Natal 0 Recife c j. in -, va­
pores “ Itau’ ba" 0 “ .Mayrink", jnua o.e
portos Uo Bul.
Br.i renposta ao tekgramir.a õn d iega-
(io liseal du Bi iiiliy, nomiuuui.aaMio rcr
inauffleicnte 0 prazo de -1.'» Ul-u, 1 ido
pelo regulamento rqs;u ctivo para <:-Ua-
gem dc- “ .‘itoeá»” de íntrt:- lcrlau, 0 nr. nii-
iiimro interino da. Fuzinila mandou diiia-
rar-lhc (pie n prazo citado r.ão deve eurrer
contra pesnoan a quem não não concedidos
us piçins para satisfazer as exigeneiu» ie-
gaca, devendo o cito delegado, cavo ainda
não o haja feito, requisitar da Casa da
.Moeda ca fospuila.» de franquia necessá­
rias para dar execução ao regulamento
approvado pcio fiocretu 11. 11.551.
No requerimento cr.i quo I.coneio Au-
gueto dc Castro o outros, funcc.ioiiarioa da
Repartição Geral dc» Tilcgraplibs, pedi­
ram fosso sustada a execução dos avises
nn. 20 0 51, de 5 0 11 dc fevereiro ultimo,
até- quo o Congresso Nacional, se pronun­
cia com inala clareza áearca da questão
do gratificações udOieionacn, 0 nr. ministro
da Viaçãn deu este despacho:
“ Os avisos foram expedidos do accôrdo
com 0 que propcz o Ministério da Fazen­
da, tendo cm vista c.s dispositivos legacs o
as decinõco du Tribunal do Contas. È s 0 é
possível, portanto, sustar a sua exocu-
O ,cr. ministro interino da Fazenda ir.,
deferiu o requerimento cm quo llorucio l'ónnc;s quebram, dançando, escravas cm
.augusto NaIvvvo Caldas se propôs a ven­
der pcio preço de libras 020.OCO cs vapo­
res denominados “ Ncvadau” e “ Nebrae- . . trepa cncçja, avança c l assa vic!criada. . .
l:aa , depois do t-xamlnadco per perito tf.
ficial.
_ 0 ar. ministro da Agricultura, cm solu­
ção e.o pedido do previdente da Federação
das Avvociaçõcs ituravr, cummunicou á
mesma que a Compngnlo Auxillnro dv-j
Chemlna do F c r au Brésil resolveu' con­
ceder os seguintes favores para cxcursío-
nivtas ou antmaca que so destinem á Ex­
posição do Bagé:
Eu Abatimento de 20 o!o sobre o pre­ Qne cspouca, daitcla c brava, c rv.tje, c canta
ço (lo passagem Ida 0 volta aos excursio­
nistas;
emoção c deslumbramento:
2.o — Transporto gratuito, na volta, pa­
ra 03 animac3 quo não furem vendidos rq Pelas ao mer I Velas co i;u:r\ Desponta 0
feira.
O sr. ministro da Guerra, cm virtude a m a r g u r a :
de consulta, declarou ao dircctor da admi­ /; todo clioro humano embebe 0 meu sitàa-
nistração da Guerra que, não estando ain­
da sendo feita a remonta dos corpos do
tropa, pelo processo indicado no respecti­ Que, cmlanlo, cu busco, cm vão, 110 aiuaryo
vo regulamento, deve 0 produeto da ven­
da dos animaen quo so tornarem inúteis a n ccio s:
rccolher-nc á:j Delegacias Fiscacs.
F E S T IV A L D E B EN E FICE N C IA
A festa de beneficencia. organizada pela
eolonia hespanhola, afim de soevorrir as
viuvas e orpliams dos marinheiros naufra­
gados na calastrophe do “ Príncipe das As-
turia s”, realizar-se-á 110 proxim o dia ag,
com a execução do seguinte pro gra m n ia :
1. a parle
1.0 — Glazounow — a ) In lcrlu d iu m ; b)
Orientale, pelo quartetto da Sociedade de
Cultura Arlistica.
2.0 — Donrak Humores — a) Sarasate;
b) Zapalcado. solo para violino, pelo pro­
fessor Autuori.
3.0— J . Mcndelssohn — Quarlctto n. 1,
a) Canzonctta; h) A llegro com brio,
2. « parle
1.0 — Bizct — Romanza “ Pescador de
P c r l e ” , J . A lv a rez; romanza licspanhola
“ L e jo s de mi P a t r i a ” , pcia senhorila Es-
peranza Claccnti.
2.0 — Solo dc harpa, pela sra. Massucci
Costabilc.
3.0 — L . Renza — V i e n i : Mascagni,
“ Voi lo sapcle, ó m a m m a ". da "Cavalleria
R u stica n a ” , por mine. Greka.
q.o — A . Fischer — “ Dance liu n g a r a ",
solo de violonccllo, pelo professor L . Fi-
gtteras.
3.0 parle
1.0 — J . M . A lv a r e z — “ L a P a r t id a ” ;
Donizetti, " U n a furtiva la g r im a ” , do “ Eli­
xir d’ A m o r c ”, pelo joven tenor hespanhol
sr- Guilliermc Canais.
2.0 — Malucei — a) Momento musica-
lc; ! j ) iMinuctto, pelo quartetto da Cultura
Arlistica.
3.0 — I,. Gam a — a) “ Valsa dos que
s o f í r e m ” , E . Cannio; b) “ G arrufarela",
pcia senliorita Carm cn Chige.
4.0 — “ Rondalla A r a g o n e z a " , canto, ban-
dnrras e guitarras..
A com panhará ao piano 0 maestro Muri-
no, c 0 quartetto d i Cultura Artistica com-
por-sc-á dos srs. nrofessores Autuori. A .
Cancclli, E . Gonzaícz e L , F ig u er a s.
-í/íà-oiv aniviü p, jn o * . a lud ’ .-tu'
A proposito de tVIetro & metro ANNÍTERSÂBIOS
E a z c m ann os lio j e :
A bcllcza harmônica do verso dccassylla- O menino Raul. filho do sr. Emílio M es­
bo vem-se af firmando de ionga data, sono­ quita;
os meninos Alcides e ürigida, filhos dc
ra e vibratil, nas estaneias victoriosas de
sr. Erancisco Rires da Silva;
a senhorila Aureliana, filha do sr. Jorga
netos de amor; cantando como o doce m u r­
múrio dos tanques e cascatas daquclla erma do Nascimento R o c h a ;
a sra. d. Elvira Guimarães da Fonse­
c poética Taluda onde S á de Miranda con­
ca, esposa do sr. dr. Alonso Guayanaz da
Fonseca, lente do Cymnasio do E sta d o ;
a sra,, d. Maria dc Alvarenga Peixoto,
guns versos perfeitos; borlmlliando na obra
csposii dlo sr. dr. Alvarenga Peixoto;
a sra,, d. l.conor Machado Fernandes
Cosia, c do sr José Fernandes Costa,
E, através da evolução da nossa língua c
comnicn desta praça;
0 jovíX! Moacyr Toldas de Oliveira;
através de todas a; g. r.n.-V s e todas as 1 -
0 sr. Bcnei iicto Neves de Asstunpção;
Bcne •Jicto Anselmo Pierrotti;
o sr. Con iiantino Rodrigues;
simphcidadc s.yracusaiia das. (st.meias pas­
0 sr. Norl;izrlo João Anfune; Jorge;
0 sr. Aegr:-• 0 Fagundes;
uclioüa d ■s d j Oucatal, no delica-
0 sr. 1)a vi. ! Carlos Pereira Rainos:
0 sr. !• rnaudo Funicelli;
serenidade dulcida •Ias producções dc Vi-
cente de Carvalho, r.a riqueza magnífica da Iiciii d:-:1..) dc Paula Neves.
I!:, •lista Cepcii . t 1111,1!-
CORSO HA AVENIDA
AICim do z 1u!idc cor.;o, com batalhas do
que conseguiram ; s mais bizarra-, c conPitti,, aerpviitinas 0 Janí;a-pcrfuincs( do
l m a li d a d t
!>roximc1 5ali!ÍHtdo do Allcditla, cujos pre-
mag: trai
ntc 0 -,i pr ■1 e 1. paraüvc<3 preií;c':iicm actlvamcntc, na ave-
. rit ), p..r-
que, Ia nalii e! e spontaneo nida 1 LUlifJt. 1, haverá, domingo, uma ba-
talha dirí fh r 03, será, ccrtamcntc, um
s manifcsl
cnpccUu Icllcloso c incdíto para a nos-
itantci não
serena do ■ 1 Popuilação
temos, r J lavo;rá tamhom baf.al’:i;»s flc con*
m ti a
nem de: -otti 0
sj-HM* n-pentinas, graç.a.-i (i licença
:i 1 dbJma, a«o ra oí• : torneios oblevo do dr.
j 1110
conccp.
V/auhíi; r;! Oll T*uií», pr íV-lto municipal, a
:a d i;ic cornmis,NflO I)romotora da fesla.
■ liar: 1 DuraiUo a tardo tocarão ali duas ban‘
mu3Í(■ a da Forga 1'ublica.
pr: :óTAõ E 0/iiLEo
1 n"
inc v p .) d e socio.s d o C en tro
.m po. lio rortiifíiiey. p r o m o v e p a -
tão v: ;mi;i •1 n m s a r a tt l i t e r á r i o e m t i -
•a Jt A ft :t u u e i a r - s c - . i c o m u m a se s*
com 1 ate (! -ão sol m e , ir:t/-t;'.;lo"se o u v i r p o r e s -
r a o
. :t OCCÍtM1Ao o ,-r. dr. R i c a r d o G o n ç ii-
1; tr-
ve.-', oratJor o f f ic ia l-
Seguir m u concerto, cm que
nr:! hei
d ;.h . UiVr. r.drii t /ii.arao parle, além dc outros, o
proi-.-ssor Pio Castagnoli, barytono
ra (1 : Culll íícicbs lie Alan •0 (■ .-enlioiitus Amélia C.is-
qp : c época ’ r teatár.i taqi
pilháes com iiicn os ta- c Itclena Ferreira Junior,
■ de­ indo a mel n tra- dnn io-sc Ar ois começo ?.o baile,
la p: ■ :n :i i n :a;;ão d que prometia brilhantismo.
jrzin cm 11ossos Oltvi*
1n: os deilei. nunt c . . . HOSPEDES E VIAJANTES
Entre n. iment e têm
surgld ::.::uas (!.' nma 1 tii. ia st nerif.r l\c.;ic.'011 iiontcui d: Avara, otu!c
raro, capazes dc i nnòr ;cções 1 '.cva em visita ás suas propricd;-.-
vell os jíiolcs das nossas letra . um
'Icí aguicoias, 0 sr. Kotiolpho Miran*
tc ex-
axuiiiiiistro da Agricultura e
dc ; ;
prestigioso cheic político.
syilalias, como ( tc, liarmonio so e cxj-rcs-
si vo:
KECR0L0GIA
c* *,.n a:m
Vio sir.) doido, [va- Succunibiit liontem, ás 4 horas, cnl
lí/.-: 'do ao vento,,.
sua residência, á rua Coronel Xavier
A imaginação não sc saiu ncltc a ,cystc- dc Toledo, 66, 0 sr. coronel Guilher­
mas r,:c;ri( . . ■ •criacs. í.ar.t e r r a n -
me Xavier de Toledo, pae do sr. Gui­
te. fecunda, obe tinicunu á liarmo*
hia e ili.icoaliri-e 0 absoiul ismo arcitaico lherme Xavier dc Toledo Filho, ir­
das velhas trad: Aí: •; .r;ar •.ada :io mão, do sr. dr. Xavier dc Toledo, mi­
marincre 1 ,i na •Ml;, vjr.*., i-!!n
.cc única- nistro e presidente do Tribunal de
mente á eiiryti;i: :H d:1 fnrir.:- . quo1 ó a sua
Justiça, e da cxma. sra. viuva do dr.
con lição esscncir i.
Pedro A rimes da Silva.
-•.nlcm n o s c co s a st ro s dc to d a s as y ra n -
<It-zis»^ cn chcni o es p a ço as m a is va riad a s Ü finado exerceu vários cargos,
nielopsas. ^ brilham ao 'rcsplenrlor m a tutin o ler,do sido tabellião em Araras, e era
a s Jnrus d iv e rs a s c u r e s c o artista fjue canta tto dos drs. Pedro Arbitcs Junior,
a b cllc za o b j c c t iv a d os c co s c u i terra» pura
bv:n ex p r im d -a , d e v e *.:;»• estr a e x p r e s s ã o ii-
advogado na capital; dr, Renato Sil*
■ Vrc que p o s sa contçd-a, is a c m o ç ã o . q u c .n ã o va, juiz. dc direito de Soccorro; dr.
2-' medv, n ã o pode t a m b é m s c r co n tid a cm Paulo de Toledo Silva, advogado em
e.-.prcs.T),-s s ystem ticas iu v a f i a v e i s . Araraquara; dr. Raul Silva, autori­
Küo iia nc-ulr.xr.a a f f i n i d a d e e n t r e a s m e ­ dade policial no Rio, c de cl. Cinira
d id a s d o c o m n :c re io e r.s m ed id a s tra n s ccn -
(.i! tr c ; f.a l.arn iom a . A *>01!0 não se concilia T. Silva, casada com o dr. Henrique
cvç.i M c r c i if i o e n e m a d a p t a n ò s e u reino a Fagundes Junior; d. Judith de Tole­
m e t r o lo g i a d ecim a l dc M e cliin c Deiauiiirc. do Fogaça, casada com o dr. José
N e s t e ciiso. us e x t r e m o s não se t o c a m . Fogaça de Almeida, medico; cl Ed-
E per isso qne nas rprizem -'crsos de to­ méa Fogaça, casada com o sr. Ruy
dos 03. metros, pr.rtieuiarmentc o malieave'
desafsyücbo e o não menos mal avel ulc- Fogaça, comiuereiante nesta capital.
.rrrdnne. O seu enterro effectuotr.se hoir
A a r l i f i e i a l i d v i c do \ e r s o de 1 syllabas, tem, ás 16 lioras, saliindo da rua Co­
p dç tacto, cx:-:te, — ::ão li:e t:r;l 0 vvalor, a lo r.
ronel Xavier dc Toledo, 66, para a
l ' o r isso. o s alc.vnndriacs são bcilo tos quando
e x p r im e m m o v i m e n t o : uecropole da Consolação.
Acompanharam 0 corpo até aque!-
.-.a nelcnio fegae qi:e as ; y /j s arredonda, la necropoic numerosos amigos do
O navio veio: resvala de onda em cnia... j extincto.
9 9
Sobre 0 ataude viam-se ricas co*
rôss, com sentidas dedicatórias.
[clisrcj...
•---- Faüeccu liontem, ás 7 e meia
noras, nesta capital, á rua Voluntá­
rios da 1’atria, 520, a sra. d. Adalgisa
. .
Pedra Bertazza.
Pandas de vento, ns veias Ircmcnt dc c.lc-
movimento, som. detonações, brutalidade :
[íiri:...
A finada contava 41 annos de eda-
de, era filha do sr. Vicente Bodra e
de d. Rosa Bodra, e irmã dos srs.
1 ’encdia cr.de n in , .- atropelada ronca Luiz Bodra, procurador da Casa
l\:joinba, estoura, cstrur/c, cspouca, cslroii- João JJriecoIa; Pedro, Dino, Alear-
[(/.:, esbarra, do e Alfredo Bodra, c das sras. cld.
furor, dclir’o. voluptuosidadc: Amabilc, Romilda, Irene Bodra e
cunhada do sr. Henrique Stori.
[c dança. Deixa os seguintes filhos: Renato,
í.uiz c Juüo.
O enterro realiza-se hoje, ás 9 lio­
ras.
[dia!
ção do judeu aváro, .inte a supplica lasci-
[rio... nante c dorida do miserável cardo agreste,
[peilo meu... 'Tremeu, tremeu, tremeu... e cahiu silen-
\ciosa.
Porém, uo franco vão, nenhuma vo: res- , Isto, em £? tratando do alexandrino clas-
,, , . f ponde. . . sico._ parnasiano, obediente á .esura na for­
‘ ■ onde vieste tu, oraila rude, donde... mação dos hcmistiehios.' D o s mais breves,
adaptados — cremos qne por Junqueiro —
I orque morreu seu: eco 0 eco dos teus em n os.o idioma._a bclleza é incontestável.
[passosl
Para que ;e dê v a ' - .- ao; alexandrinos,
galanteio c graça? hasta que sc leia: — Iv. cxlrcmis de Biiac,
o; seus ultimos sonetos; A lagrima dc Tun-
Corou, qui: cpcrtal-a, — ao que 0 pudor
qtteíro; As proccllarias, de Thcophilo D ia s ;
[obriç/a — A ceia das cardcacs, dc Juüo D a n t a s . ..
M a s não lia-artificio algum na composi­ A s melhores producções de Machado de
ção do alexandrino. Coniquanto clle se com Assis, Augusto dc Lima, Biiac. Kmiiio, A l ­
ponha de dois versos dc 6 syüabas. eile c berto e outros que não nos occorrcm, são
natural, espontâneo, insubstituível, sonora- vazadas cm alexandrinos.
mente diverso dos seus componentes. Cas­ Mas não t .os preferências.
tilho, que apesar das divergências, rinlias O mérito não está no metro, está no ver­
dc escola, rer.cções, etc. — - ainda é o mes­ so que espeüia todas as nuances. todos os
tre, mormente dos parnasianos, distingue, sons, todos os perfumes da álma do artista.
em absoluto, o duodecassyllabo do hexa- E tudo isto que aqui fica escripto, são as
metro. B eber meio copo d’agua e depois notas deixadas á margem de um artigo bri­
mais nicio c beber um copo d’agua dc uma lhante. E ’ a timida opinião dc quem muito
vez, são cousas muitissimo • differentes. O admira Hermes Fontes, extasiando-se ante
argumento c do mestre. M as aqueilcs que a belieza dos seus alexandrinos.
hão tem os tympanos rebentados e não são Aca ba m o s'm esm o de ler um lindo soneto
teimosos, perceberão facilmente a diííeren- de H erm es Fontes, em versos duodecassyl-
Ça que existe entre este versos de 6 syüa­ hbos, para os quacs clle “ tem mais q u e d a ”
bas dc C astilh o: c os seus alexandrinos ainda cantam, dentro'
de nossa alma, com a persistência dos ver­
Sumiu-se 0 sol esplendida. sos bons.
Nas vagas rumorosas... Deus queir.. que 0 illustre poeta não sc
Em trevas 0 crepúsculo encarcere _110 metro dccassyllabo. A obra
Vr.e desfolhando as rosas.,., aos clássicos portuguezes. onde abundam
esses verrus, cxclusivamcntc. — é extra­
e estes alexandrinos dc Junqueiro: / ordinariamente b e ila . .. mas é nionotona.,.-
N a o ha negar.
E a lagrima celeste, ingênua, U.minosd, N a o desprezemos, pois, os alexandrinos.
Tremeu, tremeu, tremeu... c cahiu silen- , E não 0 despreze quem, como Ilcrm cs
[ciosa! rontes, os tiver tão b c llo s ...
ltilcs cantam, sonoros c sere n o s... per­
Decomponhamos os hcmistiehios ç escre­ sistentes como este que decorámos:
va m os:
Si acho som, falia lue, si acho lus, falto
[som.
E a lagrima celeste,
Ingênua, luminosa, E essa angustia, c esse anhelo, de queni
Tremeu, tremeu, tremeu.., procura na insufficiencia da palavra as tin­
E rahiu silenciosa.
tas c os sons que exprimir possam 0 dulcis-
simo amor de mãe, só o alexandrino re-
H a agora tonalidades novas incontestá­ ficcle 11a serena majestade dos seus acccn-
veis. U m troto. U m tango. O hexametro tos, na sonoridade rythmal dos seus lie-
não coi.inorta a idea. N e m 0 dccassyllabo, mistichios.
mallçavel, dúctil c sonoro, seria capaz dc E Hermes Fontes é um alexandrinistá
exprimir a indecisão, a resolução repentina a d m irá v e l...
daquclla g >tta d’agua brilhante que. recu­ P lin io S A L G A D O .
sando a gloria dos diademas reaes, a epica
Abril
bellcza -da espada do cavalleiro, á o ste n ta -........... — 11 — 91b — S., Bento.
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