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1) A Revolução Francesa não deve ser considerada apenas como uma revolução
burguesa. Embora esta tenha sido a ideologia e a sua forma dominante, ela foi o
produto da confluência de quatros movimentos distintos: uma revolução
aristocrática (1787-1789), uma revolução burguesa (1789-1799), uma revolução
camponesa (1789-1793) e uma revolução do proletariado urbano (1792-1794).
O Antigo Regime
(estrutura e crise)
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9) O processo de aristocratização da sociedade, no século XVIII, não foi um
fenômeno particular à França, mas a todo continente, e levou os historiadores a
classifica-lo de a reação senhorial ou aristocrática. Em conseqüência, seu
resultado foi exasperar a burguesia, uma vez que, em contrapartida, a sociedade
também tendia igualmente a se aburguesar. P. 23-24.
11) O descontentamento também era grande no seio das classes mais numerosas do
Terceiro Estado, sobretudo entre os camponeses, sobre cujos ombros recaía todo
o peso da brutal exploração da nobreza, do clero e do Estado. P. 25-26
2) A monarquia absolutista
20) Por sobre estas estruturas, ao mesmo tempo que parte integrante delas, erguia-se
a monarquia absolutista, a mais poderosa da Europa, sobretudo durante o longo
reinado de Luís XIV, quando atingiu o máximo de seu poder e brilho. Após a morte
do REI-SOL, a monarquia começou a dar sinais de perda de vigor e dinamismo,
limitando-se a preservar o espaço já conquistado, sem avançar mais no caminho da
destruição das instituições que ainda entravavam a sua ação.
22) Mas, afinal, que tipo de Estado era a monarquia absolutista? Qual a sua
verdadeira natureza e função? Expressava a aliança do rei com a burguesia contra o
poder dos senhores feudais? Ou era um Estado que servia de árbitro entre duas
classes inimigas em força e impotência? Se a primeira pergunta é correta, então
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estamos diante de um Estado que promove o capitalismo, ou melhor, que realiza a
transição “voluntária” para o capitalismo? P. 30-31
25) De tudo quanto foi dito sobre o Antigo Regime, decorre que o conflito
fundamental não se dava entre a nobreza e a monarquia (apesar da existência de
atritos), nem entre esta e a burguesia (apesar do crescente descontentamento desta
no período recente), mas entre o próprio regime feudal e as massas submetidas à sua
exploração. P. 32
3) A Revolução
26) O processo de crise que fez detonar a Revolução começou em 1787, quando a
crise financeira que a monarquia atravessava tornou-se tão aguda que a única forma
de resolvê-la exigia a reforma do sistema fiscal do reino. Para se ter uma ideia da
sua gravidade, basta dizer que a dívida do Estado consumia 50% das despesas e
estas eram em média 20% superiores às entradas globais do tesouro.
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nobiliárquica” ou “revolução aristocrática” contra o Absolutismo. O resultado
imediato deste triunfo da aristocracia sobre o poder real foi fraturar o tradicional
sistema de poder (rei mais nobreza), permitindo que se abrisse o caminho que
conduziria à Revolução. Em suma, a grave crise financeira, com a revolta da
aristocracia, transformou-se numa grave crise política e esta coincidia com uma
profunda crise sócio-econômica decorrente de um ciclo econômico recessivo (à
expansão econômica do período anterior, 1720-1770, seguia-se, agora, uma fase de
retração), agravado por uma péssima colheita e um inverno rigoroso em 1788-1789.
32) O Terceiro Estado contando com sua maioria potencial de votos e com as
divisões do clero, conseguiu, em poucas semanas, transformar os Estados gerais em
Assembléia Nacional Constituinte (17 de junho). A partir daí a aristocracia recorre a
vários expedientes, entre eles o de fechar o local onde os deputados se reuniam (20
de junho) e o de convocar uma sessão real (23 de junho). P. 38-39
33) As jornadas populares de julho, que culminaram com a queda da Bastilha (14 de
julho), salvaram a Assembléia mas, ao mesmo tempo, transformaram o que era até
então uma reforma em revolução. P. 39
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37) Uma vez no poder, o projeto político da burguesia, inspirado na filosofia liberal
e consubstanciado na Constituição Aprovada em 1791, consistia em criar na França
uma sociedade burguesa e capitalista em lugar da anterior de caráter ainda feudal e
aristocrático.
a) estabelecia no plano social a igualdade jurídica de todos os indivíduos (todos os
homens são livres e iguais aos olhos da lei e do Estado);
b) no plano econômico, a liberdade completa de produção de circulação dos bens e a
não interferência do Estado na vida econômica.
c) no plano religioso, a separação entre Estado e Igreja e a liberdade de crença.
d) no plano político, estabelecia a divisão (executivo e legislativo) e a
representatividade do poder (eleições para a escolha dos representantes da nação e
dos governantes).
38) Para que este programa atuasse com êxito, a burguesia, agindo através da
Assembléia Nacional, fonte de toda soberania e iniciativa de poder, precisava
resolver três grandes problemas ao mesmo tempo.
a) Negociar com a aristocracia e o rei.
b) Desmobilizar as massas e impedir que participassem da vida política, pois
poderiam ameaçar a hegemonia política da burguesia fundamentada no poder
econômico.
c) Resolver o grave déficit financeiro herdado do governo anterior. Para tanto, a
Assembléia, aproveitando-se do fato de que tinha que resolver também o problema
religioso, isto é, definir o novo lugar a ser ocupado pela Igreja – como esta era
proprietária de enormes riquezas – procurou resolver dois problemas ao mesmo
tempo: confisca os bens da Igreja, vendendo-os em leilão, e aprova uma constituição
civil do clero (1790).
39) A Burguesia lutou o quanto pode para estabilizar o no regime. Dois episódios
revelam ao mesmo tempo esta determinação e o seu insucesso. P. 46,47.
40) O rei e a aristocracia não hesitavam em trair a nação. P. 49, 50, 51,52,53
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reivindicações, a guerra não podia ser ganha e a revolução a ser salva. Não
vacilaram em pôr em prática os únicos instrumentos políticos que naquele momento
podiam manter a unidade nacional em Frangalhos: o Terror e a Ditadura.
45) O Governo Jacobino, tal como foi precisado por Robespierre e Saint Just, era
um governo revolucionário, um governo de guerra: “a revolução é a guerra da
liberdade contra seus inimigos”. Para atuar seu programa, os jacobinos contavam
com poderosos Comitês de Salvação Pública e de Segurança Geral, e o apoio da
Convenção que permanecia como o centro do poder, como o poder soberano. Os
comitês só eram responsáveis perante a Convenção, ou seja, eram os braços que
executavam a sua vontade. P. 58-59