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Table of Contents
A bússola e a rosa dos ventos
Pontos Auxiliares:
Uso da bússola para encontrar os pontos cardeais
Os pontos cardeais terrestres e os pontos cardeais magnéticos
Uma dúvida sobre polaridade
Para fins de cartografia e orientação, qual o Norte interessa?
Declinação Magnética
Encontrando a declinação
Vale a pena o trabalho de declinar a bússola?
Ótimo,… mas e as “Anomalias” ?
Mas a minha caminhada não é na Sibéria. Como saber a declinação correta?
Como é que se declina a bússola?
Principais componentes das bússolas:
Tipos de bússolas
Bússola geográfica
Bússola de geólogo
Como fazer
Como fazer uma bússola
Construa sua própria bússola!
Como utilizar uma bússola
Seguindo um Roteiro
Orientação
Cartografia
Pontos Cardeais e Orientação
Encontrando os pontos cardeais através das estrelas
Atividade (cruzeiro do sul)
Com mapa
Extraindo uma direção para caminhar
Exemplo
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A palavra “bússola” vem do italiano do sul bussola, que significa “pequena caixa”. É
composta por uma agulha magnética na horizontal suspensa pelo centro de gravidade, e
aponta sempre para o eixo norte-sul, ao seguir a direcção do norte magnético da Terra.
Atribui-se a descoberta da orientação natural dos ímans aos chineses, por volta do ano
2000 a.C., e por consequência, a invenção da bússola. Foi introduzida na Europa pelos
árabes, e foi Flávio Gioia que introduziu também o desenho da rosa-dos-ventos na
bússola. Data pelo menos do século XV o conhecimento da declinação magnética, quer
dizer, da diferença entre o Norte magnético, indicado pela agulha, e o Norte verdadeiro
e, possivelmente, foi descoberta pelos portugueses. A declinação era verificada pelo
confronto com a observação da Estrela Polar, quando no hemisfério norte, ou da Estrela
Pé do Cruzeiro, quando no hemisfério sul, e a direcção apontada pela bússola.
A bússola é sem dúvida o instrumento mais conhecido dos Descobrimentos, pois foi
provavelmente o mais importante. Indicando sempre o Norte, é uma ajuda preciosa para
todo e qualquer navegador. As bússolas actuais variam um pouco entre si, mas têm os
mesmos componentes básicos.
Uma bússola pode ser qualquer dispositivo magnético que usa uma agulha para indicar
a direção do norte magnético da magnetosfera do planeta. Qualquer instrumento com
uma barra magnetizada ou agulha girando livremente sobre um pivô e apontando para o
norte e o sul pode ser considerada uma bússola.
Um outro nome aplicado a esse mostrador é o de: ROSA DOS VENTOS. Esses nome
tem origem nos navegantes do Mar Mediterâneo em associação aos ventos que
impulsionavam suas embarcações. Outros nomes estão ligados ao nascer e ocaso do Sol.
Leia com atenção o seguinte fragmento abaixo relativo ao uso da Bússola na época das
Grandes Navegações.
"A bússola, mais conhecida pelos marinheiros como agulha, é sem dúvida o instrumento
de navegação mais importante a bordo. Ainda hoje. Baseia-se no princípio que um ferro
natural ou artificialmente magnetizado tem em se orientar segundo a direcção do campo
magnético da Terra.
Parece que foi através dos árabes que esse princípio entra na Europa, onde se tem
notícia do seu uso no séc. XII. Inicialmente era composta por uma agulha de ferro
magnetizada que se colocava sobre uma palhinha flutuando numa vasilha cheia de água
e que apontava o Norte. Levava-se a bordo pedras de magnetite para se cevar as agulhas
à medida que estas iam perdendo o seu magnetismo.
Apesar de controverso Nápoles reclama que Flávio Gioia em 1302 alterou a bússola
para ser usada a bordo ligando os ferros à parte inferior de um cartão com o desenho de
uma rosa-dos-ventos. A cidade de Amalfi exibe no seu brasão de armas uma legenda
evocando o facto.
A declinação de uma agulha é a diferença que uma bússola marca entre o norte
geográfico e o norte magnético. Não se sabe quem foi o primeiro a notar essa diferença
mas desde o séc.XV que aparecem referências a esse fenómeno. As expressões
nordestear e noroestear eram usadas pelos nossos navegadores para se referirem à
declinação de uma bússola. Ao longo do tempo veio a verificar-se que a declinação
variava com o tempo e o lugar, não sem que se tivesse adiantado entre nós no início do
séc.XVI que aquela poderia resolver o problema da longitude. Pensava-se então que esta
crescia proporcionalmente de Leste para Oeste e foi D.João de Castro em 1538
demonstrou a falsidade desta hipótese. O valor da declinação era tomada pela
observação da estrela polar no hemisfério norte ou da estrela do Pé do Cruzeiro no
hemisfério sul ou ainda pela altura do Sol. A esta operação chamava-se bornear a
agulha.
Também foi D.João de Castro o primeiro a descobrir o desvio de uma agulha, ou seja o
efeito que massas de ferro próximas têm sobre uma bússola. Este efeito obrigou a
cuidados com o posicionamento desta relativamente a peças de artilharia, âncoras e
outros ferros. Era uma das razões para que os morteiros, as caixas que protegem as
bússolas, fossem primeiramente em madeira. A bússola consta de leves barras
magnetizadas e paralelas que se fixam na parte inferior de um disco graduado. O disco
chamado rosa-dos-ventos tem no centro um capitel com um cavado cónico com uma
pedra encastrada (rubi, safira, etc.) onde assenta numa haste vertical, o pião, fixada no
fundo do morteiro. No vidro ou na parede do morteiro exite um traço vertical chamado
linha de fé que indica com rigor a direcção da proa da embarcação.
Durante o séc.XVI as nossas bússolas tinham, pelo menos desde 1537, um sistema de
balança para manter o morteiro horizontal. Este sistema era similar ao descrito pelo
sábio italiano Cardano em 1560 para umas cadeiras a serem usadas a bordo.
O morteiro estava colocado numa coluna de madeira, mais tarde de metal, a bitácula, à
frente da roda do leme. A bitácula contêm um sistema dito cardan que permite que o
morteiro se mantenha na horizontal apesar das oscilações do barco.
Pontos Auxiliares:
Se você fez as atividades anteriores agora já sabe como determinar os pontos cardeais,
observe que são apenas duas direções. Essas direções nos dão apenas quatro sentidos
para seguirmos. Isso pode ficar difícil, pois não é sempre que queremos ir na direção de
um dos pontos cardeais, as vezes queremos uma direção intermediária. Por essa razão,
existem outros pontos que facilitam as direções que queremos seguir, os pontos
auxiliares. Esses pontos, são as metades entre os pontos cardeais. Entre o Sul e o Leste
está o sudeste (SE), entre o Sul e o Oeste está o sudoeste (SO), entre o Oeste e o Norte
está o noroeste (NO) e entre o Norte e o Leste está o nordeste (NE). Uma relação
completa dos Pontos Cardeais, Pontos Auxiliares e Pontos Co-laterais, nós
apresentamos a seguir:
Ref: Webstre's New Iternational Dictionary of the Engish Language, vol.1, 2. Edição,
G.&c. Merrian Company, Publishers, Springfield, Massachutes, USA, 1957
Essa diferença é muito importante para quem quer apontar sua antena parabólica ou
para quem viaja longas distâncias como pilotos de avião ou pescadores que vão para o
alto-mar. Eles devem saber essa diferença para não se perderem, conseguirem chegar
aos seus destinos e voltarem ao lugar de onde partiram. Para isso os navegadores
possuem mapas que fornecem as diferenças entre os pólos magnéticos e os pólos
geográficos da Terra de acordo com a região em que estão. O instalador de antenas
parabólicas, que usa a bússola para se orientar tem que fazer uma correção para a cidade
onde mora. Se for instalar antenas em outras cidades ele deve fazer outras correções.
Por exemplo: Para a Cidade de São Carlos - SP a previsão do desvio magnético no ano
de 2002 corresponde a 18° 46' a esquerda do Norte Geográfico. Ou seja, quando você
orienta a bússola em São CArlos conforme a figura 8, o Norte Geográfico está na
realidade a 18° 46'a direita da agulha.
Se a Física ensina que em magnetismo pólos iguais se repelem, como é que a ponta
Norte da agulha aponta para o Pólo Norte? Será que os pólos da terra tem nome trocado,
ou são os pólos da agulha que tem os nomes trocados? Nenhum dos dois. Por
convenção, foi chamado de Pólo Norte Magnético aquele que ficava perto do Pólo
Norte Geográfico. A agulha da bússola é um magneto, e por convenção, leva o nome de
Norte a extremidade de um magneto que aponta para o Norte. Tudo claro agora?
Declinação Magnética
Para que uma bússola possa apontar para o Norte Verdadeiro, é necessário fazer uma
correção em seu círculo graduado. O valor em graus desta correção, é chamada
“Declinação Magnética”.
Porquê declinação e não inclinação? Simples, quem criou o termo foram pessoas do
hemisfério norte, onde o campo magnético desvia-se Oeste, e por isso deve-se subtrair-
se do Azimute alguns graus para fazer a correção. Por isso eles declinam a medida. Nós
aqui acrescentamos alguns graus ao Azimute, mas (sempre querendo concordar com os
primos do Norte), usamos o mesmo termo “declinar”.
Encontrando a declinação
Por exemplo, a linha de valor -28º que passa sobre o sertão do nordeste brasileiro,
indica que ao usar a bússola em qualquer ponto na proximidade desta linha, a bússola
deverá ser declinada em 28º para Oeste. Beleza?!
Antigamente (Para mim, até o início do ano de 2000), nós consultávamos aqueles mapas
atualizadissimos do IBGE ou do Exército e na legenda, aparecia a seguintes inscrição:
Declinação Magnética 19ºW que cresce 1º por ano na direção Oeste. Aí você deveria
ver a data de reimpressão do mapa (Não a data de edição), calculava quantos anos o
mapa tinha (Alguns podem ter a sua idade!), aí chega a algo como 24º W.
Hoje, você visita um site da internet onde existe uma interface onde você informa Lat /
Log e o ano para o qual você quer a declinação. Eu uso o Canadian Geomagnect
Reference Field (CGRF)
Fazendo uma consulta para a região de Brasília, para o ano de 2001, a resposta é a
seguinte:
REQUESTED:
The magnetic declination in 2001 at Latitude -16 ° 00' N Longitude 48
° 00' W
CALCULATED:
The magnetic declination in 2001 at Latitude -16 ° 00' N Longitude 48
° 00' W: 19º 46'W
Ah! Lembre-se que se sua latitude é Sul, então ela deve ser informada em valores
negativos ( -16ºS).
Veja que os dados de declinação magnética das cartas mais antigas, podem usar um
modelo ultrapassado, e o pressuposto de evolução constante da declinação pode não ter
se mantido.
Aí, você resolveu economizar uma grana e comprar sua bússola no exterior…
Cuidado! Principalmente com as bússolas de geólogo, pois com estas, queremos e
esperamos que sejam precisas. Saiba que uma bússola tem que ser balanceada para a
latitude onde ela vai trabalhar
Quando eu comprei a minha, a loja me alertou disso (por verem que era uma encomenda
internacional), e pediram as coordenadas aproximadas de onde iria usar a bússola. Aí
eles remeteram para o fabricante (Brunton), para que eles calibrassem a agulha.
Lembre-se que as linhas do campo magnético exercem uma força sobre a agulha. Se
você estiver próximo ao equador, estas linhas de campo serão tangentes ao Equador, e
com sentido S à N. A medida que você se aproxima do pólo, elas tendem a ser mais
verticais “entrando” na terra. Isso faz com que a ponta Norte da agulha tenda a
mergulhar, e ela passa a não deslizar livremente sobre o eixo. Na fábrica, eles colocam
um peso na ponta Sul (no nosso caso), para que ela fique equilibrada. A intensidade
deste peso depende da sua latitude. Se não fizer isso, a agulha não vai ficar equilibrada
sobre o eixo central.
Bússolas geográficas, são mais baratas, e são construídas para funcionarem mais ou
menos bem entre os trópicos.
As bússolas Brunton mais antigas e baratas, bem como a maioria das geográficas,
possuem o vidro móvel, ou uma escala interna móvel independente da escala azimutal.
Devemos apenas girar este vidro ou a escala interna ou o vidro, até que faça o ângulo
desejado com o Norte. Este tipo de solução, por falta de alinhamento, dificulta a leitura
de rumos.
As bússolas Brunton mais modernas, bem como as Silva 15 (Ranger), Suunto MC-1, e
Nexus N15 possuem um parafuso de ajuste. Este parafuso de ajuste, ligado a um
sistema de engrenagem, faz o disco de azimute girar, ou então um fundo de acrílico
girar. Isto facilita muito, pois as linhas meridianas marcadas no disco de acrílico podem
ser alinhadas com os meridianos do mapa.
Conclusão: Se for comprar uma bússola, certifique-se de que ela tenha o parafuso para
ajuste de declinação.
- Cápsula: contém uma agulha magnética, é preenchida por um líquido que em geral é
um óleo pouco viscoso, que tem como finalidade dar estabilidade à agulha. A agulha
tem também o pólo Norte sempre colorido de vermelho.
- Disco de Leitura: Tem uma escala em graus que fica em volta da cápsula, que serve
para ser girada manualmente de modo a obter o rumo em graus.
- Portão: Faixa preta e vermelha pintada numa lâmina ou na cápsula. Serve para alinhar
a agulha, move-se junto com a cápsula e as linhas de Norte e tem o lado Norte pintado
de vermelho. Em algumas bússolas o portão pode ser movido independentemente.
- Linhas de Norte: São sem série, e servem para alinhar a bússola com os meridianos
inseridos no mapa. Movem-se juntamente com o disco de leitura, e são finas, pretas e
paralelas ficando geralmente no fundo da cápsula ou numa lâmina transparente.
Contudo, uma bússola a bordo de uma embarcação não é chamada de bússola, mas sim
agulha de marear, ou simplesmente agulha.
Tipos de bússolas
Este artigo tem como objetivo o uso da bússola como instrumento de orientação para
atividades outdoor esportivas e também para geografia e geologia. Por isso, vamos nos
restringir às bússolas geográficas e às bússolas de geólogo.
Bússola geográfica
Silva
Geográfica eletrônica
Bússola de geólogo
-
-
Que tal construir você mesmo sua própria bússola? Esse instrumento já era usado há
cinco séculos pelos navegadores para se localizar nos oceanos! Pois você pode construir
uma bússola com materiais simples e baratos. A agulha de uma bússola nada mais é do
que um pequeno ímã que gira sobre um eixo. Assim, para construir uma, você precisa,
em primeiro lugar, produzir esse pequeno ímã. Depois, é só montá-lo sobre um apoio,
de forma que possa girar livremente.
- um ímã em barra (desses usados para fechar portas de armário, por exemplo,
facilmente encontrado em lojas de ferragens ou de materiais para construção);
- grampo metálico daqueles usados para fechar pastas (veja as figuras);
- martelo;
- um prego;
- uma rolha;
- uma agulha.
Como fazer:
1) Abra o grampo e dobre suas hastes.
2) Usando o prego e o martelo, faça uma pequena saliência na parte central da cabeça
do grampo. O ponteiro da bússola está quase pronto. Agora, só falta imantá-lo.
4) Para fazer a base da bússola, enfie a agulha na rolha, deixando a ponta para cima.
Equilibre o grampo sobre a ponta da agulha.
5) Pode acontecer de o grampo não ficar perfeitamente equilibrado. Para resolver esse
problema, você pode enfiar pedacinhos de canudos de refresco nas pontas do grampo,
até que o equilíbrio seja atingido.
6) Falta testar a bússola: aproxime o ímã de uma das extremidades do ponteiro. Se tudo
estiver certo, ela deve ser atraída por um dos pólos do imã e repelida pelo outro. Se isso
ocorrer, sua montagem está em ordem. Agora, afaste da bússola tanto o ímã como
outros objetos metálicos: ela deverá funcionar como qualquer outra, ou seja, indicando a
direção Norte-Sul.
Uma bússola atual de modelo simples é uma caixinha circular (cápsula) de material
transparente. Lá dentro está uma peça metálica a que chamamos de agulha. Esta peça
fica equilibrada sobre um pino e tem livre movimento circular na horizontal. Como a
agulha é imantada ela aponta, sempre, para o Norte Magnético. Nas boas bússolas, o
interior da cápsula é preenchido por um fluido viscoso, destinado a diminuir a
"oscilação" da agulha.
Normalmente a escala do Limbo é em graus. Esta escala vai de 0º a 360º (ou a marca N,
no limbo), começando e terminando no mesmo ponto, denominado norte-do-limbo. Os
valores lidos no limbo sã o chamados de Azimutes Magnéticos (não confundir com
"rumo", que é coisa diferente). Azimutes magnéticos sã o valores angulares que
começam na direção do norte magnético (apontada pela agulha) e vão até uma direção
escolhida por nós. Esta direção pode ser a de um pico de montanha, uma árvore grande,
uma casa ou outro referencial qualquer.
Provavelmente voce já sabe que o Polo Norte Magnético está afastado em vários
quilômetros do Polo Norte Geográfico (verdadeiro). A diferença angular entre estes dois
polos é chamada de Declinação Magnética.. Tenha sempre em mente: a bússola tem
como referência o Norte Magnético, enquanto os mapas se referem ao Norte
Geográfico, e a diferença angular entre eles muda sempre. Consulte em seu mapa qual a
diferença anual a ser compensada. Ela varia em cerca de 8 minutos por ano (1 grau tem
60 minutos) aproximadamente, mas seu mapa fornecerá esse dado com exatidão.
Para evitar que você tenha que fazer muitos cálculos, algumas bússola já vêm com um
parafuso de compensação da declinação. A finalidade deste parafuso é desalinhar a
Seta-Guia em relação ao "N" do limbo, compensando com um desalinhamento angular a
declinação e no sentido oposto.
Como foi dito no início, a bússola só serve para lhe apontar direções. Cabe a você
escolher a direção certa. E para saber a direção a seguir, você precisa saber em que lugar
voce se encontra . Em outras palavras: sem um mapa, uma bússola servirá apenas para
nos manter em um determinado rumo escolhido, não servindo para nos orientar muito
mais que isso. A maioria dos nossos mapas são em escalas muito amplas, ficando
muitas vezes difícil localizar (no mapa) nossa posição. É aí que entra a bússola.
Marcando o Ponto
Antes de mais nada, de mapa na mão, olhe em volta. Localize 3 pontos (no mínimo) do
terreno que você consiga identificar (com certeza) no mapa. Tais pontos referenciais
podem ser a margem de um lago ou represa, o pico pontudo de uma montanha, uma
casa (igrejas e escolas geralmente estão marcadas nos mapas), entroncamentos, redes
elétricas e cruzamentos de estradas e/ou trilhas, etc. Quanto mais distantes estes pontos
estiverem, melhor. Estes 3 pontos devem ser vistos do lugar onde voce se encontra. Se
necessário, mude de posição até achar uma localização que lhe permita isso.
Parabéns! Você acabou de fazer sua primeira visada para a marcação do ponto! Sem sair
do lugar. Repita o processo para os demais referenciais. Muito bem. Se quiser, já pode
sair do lugar. Procure onde possa abrir o mapa, local plano, uma grande pedra chata
seria ótimo.
Agora vamos marcar no mapa (de leve, usando um lápis), uma linha partindo de cada
referencial escolhido. Onde estas 3 linhas se cruzarem é onde você está. Para marcar
estas linhas, faça assim:
1) Oriente o mapa com a bússola. Ou seja, "zere" o limbo, rodando-o até que o N esteja
sob a Linha-de-Fé. Alinhe a Linha-de-Fé com os meridianos do mapa (linhas norte-sul,
verticais). com o mapa aberto sobre a pedra, gire-o até que agulha, seta-guia, linha-de-fé
e o meridiano do mapa estejam todos alinhados. O mapa está, agora, orientado com o
norte magnético.
3) Gire o limbo, ajustando para o primeiro azimute lido. Usando a placa-base da bússola
como régua, ponha um de seus extremos sobre o primeiro referencial. girando sobre este
ponto, acerte procure a direção em que a agulha ira se ajustar sobre a seta-guia. Usado o
lado da placa-base, risque (de leve) um traço que passe pelo ponto referencial e pela
área onde você imagina estar.
4) Repita o passo 3 para cada um dos outros referenciais. Onde as linhas cruzarem, é
onde você está. Não espere que as linhas se cruzem, bonitinhas, todas sobre um mesmo
ponto, exatamente. talvez elas formem um pequeno trângulo. Isto acontece devido as
erros de mirada, de ajuste ou leitura do limbo durante a visada. Se você achar que o
triângulo está grande demais, ou desconfiar de qualquer outra coisa, repita as visadas.
Pode até trocar de bússola, desde de que use a mesma para visar e lançar os traços no
mapa.
Seguindo um Roteiro
Pode acontecer de um amigo lhe dar o roteiro de uma excursão que ele fez. Este roteiro
pode ser apenas uma lista escrita, contendo azimutes, distâncias (ou tempos) ou pontos
de referência. Ou pode ser um croqui, um tipo muito rústico de mapa, contendo linhas
mal traçadas e azimutes.
Seria bom se você pudesse comparar sua bússola com a do seu amigo. Assim saberia se
há alguma distorção entre elas, o que não é incomum. Basta usar ambas as bússolas para
fazer visadas a um mesmo ponto e anotar a diferença numérica e o sentido (leste ou
oeste). Anote isto no roteiro, algo como: "A minha bússola marca 10 graus a mais (a
leste) que a do Zé".
Marcar o curso é algo como fazer uma visada de obtenção de azimute, só a ordem das
coisas é que mudam.
2) Segure a bússola diante de você, com a mão esquerda e a direita por baixo (algo
como a gente vê, na TV, os policiais fazendo ao apontar a arma. Só não precisa esticar
tanto os braços).
3) Gire o corpo até que a agulha se sobreponha à seta-guia. Seu curso será para onde a
Linha-de-fé estiver apontando.
Um último conselho: escolha um região perto de sua casa e da qual você tenha um
mapa, e vá lá durante alguns fins-de-semana e pratique. Obtenha azimutes, lance cursos,
crie um roteiro e depois siga-o ao contrário. Pratique até tudo se tornar automático.
Orientação
Cartografia
Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência que trata da
concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. O vocábulo foi pela
primeira vez sugerido pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, 2.º
Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de Dezembro de 1839, de Paris, e
endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser
internacionalmente consagrado pelo uso. Das muitas definições propostas na literatura,
refere-se aqui a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI):
Muitas vezes nós não notamos mas, saber os pontos cardeais é necessário em muitos
outros casos que não estar perdido. Por exemplo, você já notou que no desenho do
projeto de sua casa tem a indicação da direção Norte? Procure um projeto de casa. Se
você não tiver tente o projeto da escola onde você leciona. Um bom engenheiro, quando
projeta uma casa, um prédio ou uma indústria, tem que saber os movimentos que o Sol
realiza durante o dia e durante o ano para planejar corretamente a posição das portas e
janelas e para isso é necessário orientar-se através dos pontos cardeais. Você pode não
ter notado a indicação do Norte no projeto da casa mas, certamente já notou ou conhece
alguém que reclama do Sol "batendo" direto na janela da sala o que dificulta muito para
ver a imagem da televisão durante o dia. Se o engenheiro soubesse os movimentos do
Sol colocaria a janela naquela posição? Numa industria, janelas bem posicionadas
podem economizar energia com iluminação.
Como o próprio nome diz: são pontos e significam pontos principais ou pontos de
referência. Através deles é possível localizar qualquer lugar sobre a superfície da Terra,
são eles: o Norte e o Sul que apontam na direção dos pólos terrestre; o Leste e o Oeste
que apontam para o lado do nascer e do por do Sol, cruzando a linha Norte-Sul, como
mostra a figura 3. CUIDADO, o Leste e o Oeste não apontam sempre para o ponto onde
o Sol nasce ou se põe e sim para o lado do nascente ou lado do poente. Durante o ano, o
Sol nasce em pontos diferentes do lado do nascente e se põe em pontos diferentes do
poente. Por isso, não podemos dizer que o Sol nasce sempre a Leste e se põe sempre a
Oeste. Dependendo da época do ano a diferença, entre o nascente (ponto onde o Sol
nasceu) e o Leste verdadeiro, é grande.
Diferente do que normalmente se pensa o Sol não nasce no ponto cardeal leste. O Sol
nasce do lado leste de onde estamos. O mesmo acontece para o poente, o Sol não se põe
no ponto cardeal oeste, mas sim do lado oeste de onde estamos. Na verdade a cada dia
do ano o Sol nasce e se põe num ponto diferente, por isso, se tomarmos o Sol como
referência para nos orientarmos cada dia tomaremos uma direção diferente ou por
exemplo, apontaremos a antena parabólica para lugares diferentes do céu se a
instalarmos em épocas diferentes do ano. É fácil perceber isso observando onde o Sol se
põe nos meses de junho ou julho e onde ele se põe nos meses de dezembro ou janeiro.
Faça essa observação em junho e dezembro, no pátio de sua escola e anote para mostrar
aos alunos.
Para encontrar os pontos cardeais através do Sol vamos fazer uma atividade simples e
interessante. Essa é a maneira mais segura de determinar os pontos cardeais.
No entanto, nós que estamos no hemisfério sul da Terra que inclui a América do Sul,
parte da África, a Oceania e o Continente Antártico, não temos uma estrela polar que
fica na direção do eixo da Terra; aliás o eixo aponta para uma região do céu onde
praticamente não se vê estrelas. Mas, nós temos um grupo de estrelas (constelação) que
forma uma figura imaginária no céu em forma de cruz, chamada "Cruzeiro do Sul". É
um conjunto de cinco estrelas cuja parte maior da cruz aponta para o pólo celeste sul, ou
seja aponta para o local equivalente ao da estrela Polaris vista no hemisfério norte. A
atividade seguinte mostra como determinar o ponto cardeal sul através do Cruzeiro do
Sul.
Localize no céu a constelação do Cruzeiro do Sul. Se você não souber onde acha-la peça
ajuda a outra pessoa, normalmente as pessoas mais idosas sabem encontra-la. Você já
encontrou a direção sul através do Sol, então olhe para o céu nessa direção. O Cruzeiro
do Sul são cinco estrelas formando uma cruz. É mais fácil se você procura-la estando na
cidade, pois num local escuro você verá muitas estrelas e isso irá confundi-lo. As
estrelas da constelação são brilhantes o suficiente para serem vistas na cidade, com as
luzes acesas.
Por causa do movimento da Terra temos a sensação que o Cruzeiro do Sul e todas as
estrela que vemos giram ao redor do pólo celeste sul. Se fizermos várias fotos durante
uma noite perceberemos que as estrelas fazem uma circunferência ao redor de um ponto
(o polo celeste sul). Esse ponto fica na direção do corpo (maior braço) da cruz e a uma
distância de aproximadamente 4,5 vezes o tamanho do corpo a partir do pé da cruz.
Cuidado! Não adianta prolongar o braço da cruz até o horizonte, você não encontrará o
sul. O que você deve fazer é medir as 4,5 vezes a partir do pé da cruz, (figura 6), e aí
descer para o horizonte onde estará o sul.
Com mapa
A função mais básica de uma bússola em uma caminhada, é orientar corretamente o
mapa. Imagine você estar em campo, em uma região monótona, onde não existem
pontos de referências de destaque. Lá está você com um mapa na mão, e até consegue
identificar qual sua posição no mapa, e qual também consegue identificar no mapa o
ponto em que quer chegar.
Legal, mas o mapa deve estar em que direção? De ponta pra cima, de cabeça pra baixo,
inclinado??? Para saber como orientar o mapa, você precisa da posição do Norte
Geográfico. Por convenção, as linhas verticais do mapa coincidem com a direção Norte-
Sul, e o Norte (Geográfico) é a direção do topo do mapa. Portanto, para orientar o mapa,
precisamos da direção do Norte Geográfico, ou seja, de uma bússola que o indique.
Para isso, coloque o mapa em uma superfície plana, pegue a sua bússola já declinada e
coloque sobre o mapa. Na figura acima, temos uma bússola geográfica, declinada em
aproximadamente 14ºW. As linhas paralelas que estão dentro do disco graduado,
sempre ficam apontando para o N do disco graduado. Faça com que estas linhas fiquem
paralelas aos meridianos (linhas verticais do mapa). Agora gire o mapa, com a bússola
repousada sobre ele até que a ponta N da agulha (vermelha), esteja concordando com a
seta grande vermelha gravada sobre o acrílico, acima do disco graduado da bússola.
Neste ponto, o mapa estará orientado. A direção de qualquer ponto sobre o mapa, será a
direção que você deverá tomar no terreno.
É normal você identificar sua posição, orientar o mapa, e visar um ponto que você quer
atingir. Neste caso, você vai querer saber qual a direção (Azimute) em que você deve
caminhar para ir direto ao ponto.
Para isso, antes de orientar o mapa, identifique no mapa sua posição atual e seu ponto
de destino. No mapa abaixo, imagine que você está na Faz. Brumado (pertinho da
estrada), e quer caminhar até o pico da Pedra Aguda.
Achou? Legal! Use a régua de acrílico da bússola, e com um lápis, faça um traço que
una estes pontos (traço vermelho). Se achar necessário, trace uma reta paralela ao
meridiano, pois esta indica a direção norte no mapa (traço azul). Coloque a bússola
sobre o mapa, de preferência, com o eixo central sobre a sua posição atual. Gire o mapa
até que ele esteja corretamente orientado (até que a ponta "N" da agulha coincida com o
Zero da escala).
Olhando o ponto onde a linha que você riscou (linha vermelha), intercepta o círculo
graduado da bússola, você poderá ver a direção a ser tomada (260º com o Norte, medido
no sentido horário). Agora, agora guarde o mapa, e com a bússola na mão, gire a
bússola até que a agulha "N" aponte para o ângulo 260º no círculo graduado. Neste
ponto, a lingüeta (mira) da bússola, estará apontando para o Pico da Pedra Aguda. À
medida do possível, caminhe nesta direção, sempre de olho na bússola. Se estiver com a
bússola geográfica, siga na direção apontada pela seta vermelha gravada no acrílico.
Acontece que a bússola (que é parente do GPS), adora indicar o pior caminho. Com
isso, você de vez em quando, vai ter que sair da direção correta para desviar de algum
obstáculo (morro, pântano, espinheiro, abismo, etc.) Ao fazer um desvio significativo,
ou depois de caminhar um bocado, você deve reavaliar a direção. Veja que a direção era
correta, para quem estava lá na sede da Fazenda.
No nosso exemplo, tem um morro no caminho (aquele cujo pico está na cota de 997m).
Claro que você desviou, provavelmente pela esquerda. Quando você optou por fazer
este desvio, você deverá novamente reavaliar a direção. Veja no mapa abaixo, o
caminho pontilhado verde, é o que você caminhou, e a reta verde, é sua nova direção.
Vemos agora que o Azimute deixa de ser 260º para 275º. Ah! desculpe a mancada, a
reta que indica o norte está traz o nome NM (Norte Magnético), quando na verdade é o
NG (Norte Geográfico). :-)
Acho que agora ficou claro, porque muita gente se perde navegando com bússola. A
direção tem que ser constantemente reavaliada!
Veja que talvez não fosse necessário, visto que o Pico da Pedra Aguda deve ser bem
visível, e está próximo (cerca de 4km). Mas ele poderia ser uma depressão, um encontro
de rios, uma caverna, ou qualquer outro ponto menos evidente.
Exemplo