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HISTÓRIA DA MEDITAÇÃO: DAS TRADIÇÕES DO ANTIGO ORIENTE À CIÊNCIA

DO SÉCULO XXI

Bruno Prudente
EICOS/IP/UFRJ

RESUMO: Meditação é uma forma de prática contemplativa baseada no treinamento


da atenção, envolvendo a observação sustentada de fenômenos no campo de
consciência, com fins diversos. A partir de revisão bibliográfica interdisciplinar,
versamos sobre a história desta prática em sua diversidade, desde as tradições
filosófico-religiosas orientais até as versões modernas, enfatizando seus usos no
estudo e desenvolvimento da consciência. Discutimos, sobretudo: os sentidos
tradicionais de meditação, a disseminação das práticas meditativas no contexto do
encontro oriente-ocidente, e implicações deste processo na história recente da
ciência e das técnicas. Concluímos que a pesquisa e prática da meditação pode ser
valiosa em diversos âmbitos, destacando-se a educação e promoção da saúde.

PALAVRAS CHAVE: Meditação, Filosofia Asiática, Ciência, Diálogo


Interparadigmático.

Introdução

Na história humana, em sua diversidade de culturas, encontramos uma rica


variedade de práticas engendradas para auxiliar os indivíduos em sua busca por
conhecimento e aperfeiçoamento de si mesmos. Neste sentido, a exploração da
mente e da consciência pela via da percepção direta, pela introspecção
gradativamente refinada e aprofundada através do treinamento da atenção e seus
diferentes modos de funcionamento, figura ao mesmo tempo entre as mais simples e
mais sofisticadas. Neste artigo, fazemos um breve retrospectiva histórica desta
prática, conhecida mais genericamente como meditação, considerando sua
diversidade de contextos socioculturais, de métodos e de objetivos mais específicos.
Para isso, discutimos em primeiro lugar os usos e sentidos das práticas
meditativas no contexto de seu desenvolvimento inicial, no seio das tradições
filosófico-religiosas orientais, com suas teorias e técnicas singulares. Aborda-se a

Scientiarum Historia VII . 2014 . ISSN 2176-1248


seguir a entrada e disseminação de tais tradições no âmbito do mundo ocidental, o
que se realiza mais claramente nos últimos dois séculos, com implicações
importantes em termos culturais, e com a meditação desempenhando aí um papel
central. Por fim, discutimos em especial as implicações na história recente das
ciências e das técnicas, considerando as pesquisas científicas sobre práticas
meditativas, as adaptações modernas no recente processo de laicização, e
questões epistemológicas e possíveis contribuições trazidas à ciência pelos estudos
da meditação, à luz de um diálogo interparadigmático entre oriente e ocidente.

Origens da(s) prática(s): as tradições filosófico-religiosas da Ásia

A palavra meditação, no contexto em que a utilizamos aqui, refere-se


inicialmente a uma variedade de práticas de contemplação originadas em tradições
espirituais de diversas sociedades e culturas, assumindo especial importância no
continente asiático. As primeiras referências conhecidas são antigas, encontradas na
Índia em registros pictográficos datando de cerca de 1500 antes do início do
calendário cristão, e de forma escrita nos chamados Upanisad, capítulos especiais
dos Vedas, reconhecidos como os textos mais importantes no vasto sistema que
veio a ser conhecido como Hinduísmo. Por outro lado, há também indícios de que,
na China, formas talvez tão antigas de meditação se desenvolveram no contexto de
tradições nativas, anteriores à codificação do Taoísmo (MURPHY ET AL, 1997).
Ao longo dos milênios, técnicas meditativas vem sendo empregadas em
diversas tradições e linhagens internas, como o Budismo, Vedanta, Yoga, e Taoísmo
(GOLEMAN, 1997). Em cada uma destas escolas, a meditação se constitui como
uma das práticas mais importantes para os que almejam trilhar o caminho espiritual.
Não raro, é entendida como condição estrita para alcançar as metas propostas, que
via de regra se referem, em última instância, à conquista de um estado de
consciência radicalmente novo, que seria caracterizado pela transcendência das
ilusões e condições restritivas a que normalmente estamos submetidos, o que no
ocidente chamaríamos iluminação – e em termos nativos se chamaria por exemplo
de moksha (hinduísmo), nirvana (budismo indiano), ou satori (zen).
Na realidade, diversos tipos de práticas foram cultivados entre as tradições do

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extremo oriente1. A meditação, em especial, enquanto uma prática de introspecção,
de contemplação introvertida, foi mais valorizada em determinados contextos e
períodos específicos. Naqueles cenários em que o conhecimento e domínio do
universo interior do ser humano, por meio da compreensão direta da própria
experiência e do desenvolvimento de seus potenciais latentes, foram entendidos
como mais relevantes que as realizações em termos de vida material e social, as
técnicas meditativas receberam naturalmente uma atenção mais cuidadosa.
Exemplo interessante é encontrado no desenvolvimento das Upanisad, em um
momento histórico especialmente fértil na Índia, marcado em sua esfera filosófica
por uma transição radical, empreendida “à medida que o caminho do conhecimento
(jñanamarga) substituía o caminho da atividade ritualística (karmamarga), ou seja,
quando a filosofia (…) desprendeu-se da teia do ritualismo mágico, e esse foi
gradualmente sendo relegado a um segundo plano” (ZIMMER, 2003, p.249). Nesse
contexto, as preocupações do período védico-bramânico clássico, dominado por
uma rígida estrutura religiosa, com seu panteão, rituais, hinos e preceitos
norteadores da vida em uma sociedade de castas, lentamente cederam espaço à
investigação da mente, à realizações de ordem mais pessoal, com uma orientação
mais eminentemente psicológica – a meditação assume aí um papel de destaque.

Entrada e difusão no ocidente: primeiros contatos

No mundo ocidental, a difusão da meditação se deu sobretudo a partir da


segunda metade do século XIX, através de círculos de estudiosos espiritualistas na
Europa e nos Estados Unidos. Neste período, efervescente de inovações em todos
os âmbitos da vida intelectual, a descoberta das tradições orientais por entusiastas
de novas visões de filosofia e espiritualidade foi de grande relevância. O World
Parliament of Religions, realizado em 1883 em Chicago, figura aí como um primeiro
grande marco, permitindo pela primeira vez que se recebesse, em solo americano,
ensinamentos asiáticos vindos dos próprios asiáticos. A partir daí, diversos mestres
foram convidados excursionar pelo país, o que pouco depois levaria à formação dos

1
Figuram entre as principais as liturgias conduzidas pelas classes sacerdotais, leitura e instrução
através das escrituras sagradas e discussões entre os eruditos, ou as disciplinas do corpo – e nos
casos mais radicais as famosas austeridades ascéticas.

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primeiros ashrams (templos hindus) ocidentais2 (MURPHY ET AL, 1997).
Inicialmente, então, foi em grande parte no campo de estudos de religiões que
a meditação, ainda percebida como uma prática intrinsecamente cultivada no âmbito
religioso, recebeu maior atenção por parte de intelectuais e acadêmicos (GOLEMAN,
1997). Com o tempo, este interesse passou a se disseminar também entre
estudiosos em outras áreas, sobretudo filósofos, historiadores, psicólogos e
psicoterapeutas. Em fins da primeira metade do século XX, diversos trabalhos
conjuntos começaram a ser desenvolvidos entre estes pesquisadores e mestres
representantes de tradições asiáticas, resultando por exemplo, pela primeira vez na
história, em livros e artigos escritos em colaboração entre swamis3 e cientistas. Este
encontro e trabalho conjunto entre ocidente e oriente foi sem dúvida – e vem sendo
ainda – um bom exemplo do que, em termos de epistemologia e filosofia da ciência,
podemos chamar de diálogo interparadigmático (VASCONCELOS, 2002).

A “nova era” da meditação: filosofia oriental e espiritualidade na contracultura

Na década de 50, as filosofias do oriente já começavam a despertar atenção


entre jovens artistas e intelectuais do emergente movimento beatnik4 (WATTS,
2002). Mas é sobretudo a partir de fins dos anos 60 que observa-se um outro grande
marco, formado na complementariedade de dois fenômenos: o advento da
contracultura, já anunciada no horizonte à época do movimento beat mas tomando
corpo com os jovens da primeira geração após a segunda guerra mundial; e por
outro lado a vinda de muitos mestres espirituais – como swamis de diversas
linhagens do Yoga, lamas tibetanos, monges zen-budistas do Japão, sacerdotes
taoístas – que migraram da Ásia para o ocidente, em grande parte em consequência
das crescentes tensões políticas naquele continente, geradas com a expansão do
comunismo chinês (MURPHY ET AL, 1997). Estes dois fatores, bem casados entre
si, confluíram para o início de um segundo grande capítulo na história da meditação
no ocidente, caracterizado por uma grande popularização dos ensinamentos vindos

2
Atribui-se ao mestre vedantino Vivekananda a fundação do primeiro templo neste contexto.
3
Título conferido aos iniciados no Vedanta e em algumas vertentes da Yoga.
4
Isto é bem representado por personagens como Jack Kerouac, autor dos clássicos On The Road e
The Dharma Bums – este último, traduzido em português como Os Vagabundos Iluminados, versa
precisamente sobre a presença e as singulares formas de apropriação, entre expoentes deste
movimento, da espiritualidade nativa do oriente, em especial da influência vinda do zen-budismo.

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de sociedades orientais, abraçados por uma juventude sedenta de novas idéias e
práticas, alternativas aos modos de vida cultivados na América do Norte e Europa,
incluindo os de espiritualidade (WATTS, 2002).
Neste contexto histórico, era crescente o uso dos chamados psicodélicos. Os
mistérios da vida psíquica do ser humano já vinham se destacando no cenário
cultural, entre intelectuais e artistas, graças em grande parte à Psicanálise, criada
por Freud no início do século e popularizada nas décadas seguintes, mas “para uma
nova e mais jovem geração de visionários, a psicanálise foi logo substituída pelas
drogas psicodélicas como o veículo primário para abrir as portas internas da
percepção” (MURPHY ET AL, 1997, p. 5, tradução nossa). E assim como estas
substâncias – como o LSD, sintetizado acidentalmente em laboratório, e a
mescalina, encontrada no cactus mexicano peyote e utilizada ritualisticamente por
tradições xamânicas – fascinaram esta geração, abrindo caminhos de exploração da
consciência em seus distintos estados e modos de funcionamento, também as
práticas de meditação despertaram grande interesse, embora de maneira bem
diversa: acenavam, aí, como uma alternativa mais saudável aos psicodélicos e seus
riscos, e até mesmo mais eficaz, ao se apresentar como uma maneira de expandir a
consciência gradativamente, aprimorando o autoconhecimento e desenvolvendo os
potenciais individuais de modo cuidadoso, mas com resultados mais duradouros e
estáveis, sem depender de recursos externos e sem os perigos dos efeitos
colaterais que podem ser ocasionados pelas drogas.

Pesquisa científica sobre práticas meditativas: contribuições e atuais desafios

Um terceiro marco desta trajetória se dá a partir do crescimento do interesse


científico. Por décadas século XX adentro o estudo mais acadêmico ficou restrito
quase completamente às áreas menos “duras”, tais como a filosofia, a psicologia, as
ciências das religiões. Isso é compreensível, considerando a dificuldade de
comunicação entre culturas tão distintas quanto a da ciência moderna positivista e
das tradições orientais, separadas por uma fronteira epistemológica significativa.
Por isso, especialmente relevante vem sendo o trabalho em ciência
experimental, cuja abordagem metodológica é hegemônica na produção de
conhecimento no campo acadêmico. A partir da década de 60 observamos um

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crescimento dos estudos, formulados para observar objetivamente os efeitos da
meditação sobre o funcionamento psicofísico. Neste contexto, o desenvolvimento
tecnológico é especialmente relevante, à medida em que novos equipamentos e
métodos de pesquisa passam a integrar o arsenal metodológico das ciências
biológicas e psicológicas, em suas vertentes laboratoriais.
Muitas contribuições foram trazidas quanto aos processos psicofisiológicos
envolvidos nas práticas de meditação e seus efeitos. A diminuição do ritmo de ondas
cerebrais e taxas metabólicas, por exemplo, correlacionados à experiência subjetiva
de atenção e mente desperta e concentrada, é uma observação comum e ainda
intrigante. Por outro lado, são relatados diversos benefícios obtidos pelas práticas,
como o auxílio no desenvolvimento de habilidades cognitivas e na prevenção e
tratamento de transtornos físicos e psicológicos. Após as primeiras décadas de
pesquisa, é bem reconhecido o potencial da meditação em contribuir para a melhoria
da qualidade de vida em múltiplos aspectos (MONK-TURNER, 2003).
No entanto, não deixamos de notar limites e desafios. A produção científica,
concentrada em áreas como as ciências da saúde, neurociência e psicologia
experimental, focaliza nos aspectos objetivos e quantitativos, no que é mensurável e
observável em laboratório, por meio de indicadores específicos e bem delimitados,
considerando sobretudo os efeitos, por um viés mais utilitarista das práticas.
Algumas questões importantes merecem mais atenção, no entanto. Vide a
experiência subjetiva em si, via de regra ignorada ou abordada superficialmente, não
raro enquadrada em categorias pré-determinadas e pouco permeáveis; de modo
semelhante, o contexto social e ambiental da experiência com a meditação não raro
é deixado de lado; seria bem vinda, aí, a articulação entre diferentes estudos, mas,
herança também de um especialismo dos saberes compartimentados, as frentes de
colaboração interdisciplinar se mostram ainda um tanto incipientes; por último, há o
fato de que as filosofias que originalmente acompanha e fundamenta as práticas de
meditação, relevantes ao menos em termos de desenvolvimento histórico, raramente
são consideradas (PRUDENTE & SOUZA, 2014).

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Laicização da meditação: adaptações modernas e suas aplicações

Uma das consequências da disseminação da meditação é sua desvinculação


do contexto tradicional e espiritual. A adaptação é inédita, pois ainda que não raro as
tradições assumam uma conotação mais filosófica do que propriamente religiosa e a
meditação seja uma prática mais psicológica que ritualística, a dimensão
transcendental não só nunca esteve ausente como sempre foi a mais essencial. Nas
últimas décadas, no entanto, multiplicam-se as versões laicas da prática (RATO,
2011). A partir de um reconhecimento científico crescente quanto aos benefícios de
se meditar, diferentes técnicas vem sendo adotadas em hospitais, clínicas de
psicoterapia, spas, escolas e empresas, ou praticadas mais independentemente por
indivíduos não compromissados com nenhuma religião ou tradição espiritual5.
Neste movimento, vemos a adaptação de práticas ancestrais, reformuladas
em métodos e objetivos, com a criação de novos programas, institutos de pesquisa e
ensino, cursos e certificações, manuais e até patentes – bons exemplos da
ocidentalização da meditação. A laicização se materializa sobretudo no campo da
saúde, sendo um dos casos mais icônicos o programa fundado em 1979 por Jon
Kabat-Zinn na Universidade de Massachusetts, integrando seus conhecimentos
médicos e ensinamentos recebidos de mestres zen-budistas6. Outro exemplo está
na educação, em escolas e universidades. Atualmente, diversas instituições
educacionais oferecem meditação em sua formação, seja como tentativa de evitar e
resolver problemas pontuais de comportamento, ou indo além, como ferramenta
pedagógica para um desenvolvimento humano mais integral (RATO, 2011).

Meditação e técnicas de pesquisa: relevância de um reflexão epistemológica

Uma grande discussão na história da filosofia e das ciências é quanto à


perspectiva da primeira pessoa. Como lemos nos livros de história da Psicologia, por
exemplo, a trajetória desta ciência se inicia com os estudos experimentais

5
Nestes casos, não há fins espirituais, e sim objetivos diversos adequados aos novos contextos:
prevenir e tratar doenças, relaxamento do corpo e mente, melhor desempenho escolar, ganhos de
produtividade nas empresas, ou simplesmente autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
6
O chamado Mindfullness-Based Stress Reduction usa técnicas de meditação e práticas corporais
inspiradas na Hatha-Yoga. Removendo o arcabouço filosófico-religioso nativo, Kabat-Zinn e
colaboradores enfatizam o caráter laico do MBSR, num contexto científico (KABAT-ZINN, 2003).

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conduzidos por Wundt, utilizando como técnica de pesquisa a introspecção.
Criticada por sua abordagem subjetiva, no entanto, tal metodologia foi logo
abandonada, substituída pela observação do comportamento, que poderia ser
estudado objetivamente – surgia o behaviorismo7 (SCHULTZ & SCHULTZ, 1981).
Nas tradições orientais, é precisamente o oposto. Como aponta Goleman, “a
maioria das grandes religiões asiáticas tem em seu núcleo uma psicologia”, que
seria uma autêntica ciência prática que “as pessoas aplicam para disciplinar suas
próprias mentes e corações a fim de atingir um estado de ser mais ideal”
(GOLEMAN, 1997, p. 132); mas, ao invés de uma investigação empírica a partir de
fora, com foco no comportamento e no discurso de outros sujeitos, o conhecimento
psicológico entre as escolas orientais advém, em termos de pesquisa, basicamente
a partir da introspecção, da observação de si mesmo. É através de sua própria
percepção, orientada à experiência subjetiva em si e focalizada por diferentes
ângulos e níveis de profundidade através das lentes manejáveis da atenção e da
concentração – gradativamente polidas e refinadas por meio de práticas
disciplinadas que requerem significativa força de vontade e dedicação – que um
indivíduo procura, por si mesmo, desvendar os mistérios de seus próprios processos
mentais, do funcionamento de seus pensamentos, emoções e sensações. Nesta
perspectiva, a meditação é a metodologia de pesquisa por excelência.

Conclusão

Estamos começando a investigar cientificamente as práticas de meditação,


nos esforçando por compreender seus meios de ação e seus efeitos a nível de
mente, corpo e comportamento. Ao mesmo tempo, passamos aos poucos a olhar
com mais atenção para as teorias e visões de mundo e de ser humano que vem
sendo desenvolvidas há milênios entre as diversas e complexas tradições de origem
asiática, nas quais meditar é tão importante. Seja como uma prática de pesquisa de
si mesmo, com fins terapêuticos ou visando o desenvolvimento de habilidades de

7
A introspecção, no entanto, continuou presente em outras áreas, como a psicoterapia e pesquisa
clínica. Freud recomendou a auto-análise do analista, sempre testado diante dos dilemas alheios,
seguido por outras escolas de psicoterapia, como a psicologia analítica de Jung, as abordagens
humanistas, e a transpessoal (FEIST & FEIST, 2008). A questão é relevante nas ciências humanas
em geral, já que o pesquisador, quando em campo, participa do próprio campo estudado
(VASCONCELOS, 2002): toda pesquisa, neste contexto, é também uma auto-pesquisa.

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ordem cognitiva, e mais certamente por todos estes aspectos, a meditação, em sua
variedade de formas mas também com uma coerência metodológica constituindo
uma base comum às diversas técnicas, desponta no horizonte da filosofia e das
ciências como ferramenta promissora, que ainda merece ser melhor estudada

REFERÊNCIAS

Feist, J., & Feist, G. J. (2008). Teorias da personalidade. Grupo A Educação.

Goleman, D. A. (1988). A mente meditativa: as diferentes experiências meditativas


no oriente e no ocidente. São Paulo: Editora Ática.

Kabat-Zinn, J. (2003). Mindfulness-based interventions in context: past, present, and


future. Clinical psychology: Science and practice, 10(2), 144-156.

Monk-Turner, E. (2003) The benefits of meditation: experimental findings. The Social


Science Journal, Vol.40(3), pp.465-470.

Murphy, M., Donovan, S., & Taylor, E. (1997). The physical and psychological effects
of meditation: A review of contemporary research. Institute of Noetic Sciences.

Prudente, B., & Souza, M. C. M. (2014). Caminhos e rumos na pesquisa científica


sobre práticas meditativas: uma análise crítica. No prelo.

Rato, C. (2011). Meditação Laica Educacional para uma Educação Emocional:


Formação de Professores. Paco Editorial.

Vasconcelos, E. M. (2002). Complexidade e pesquisa interdisciplinar: epistemologia


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Watts, A. W. (2002). Filosofias da Ásia. Rio de Janeiro: Fissus.

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