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Revista Rx

Número 1 - Janeiro/Fevereiro - 2007

Diluentes para Cápsulas

Marketing Controle Terapêutica


As maravilhas do Determinação de Tratamento das
marketing magistral densidade otites caninas
sumário

Revista Rx - Nº 1 - Janeiro/Fevereiro - 2007

8 12 22 40

editorial controle
2 PROFISSIONAL QUE VALE OURO 28 DENSIDADE ABSOLUTA, RELATIVA OU APAREN-
Prof. Luis Antonio Paludetti TE? QUAL É A IDEAL PARA A SUA NECESSIDADE?
Daniela Soares
terapêutica
6 SECNIDAZOL, TIOCONAZOL E TINIDAZOL NO
marketing
TRATAMENTO DAS VULVOVAGINITES 30 MARAVILHAS DO MARKETING MAGISTRAL
Wilma Honório dos Santos Germano Hansen Jr

8 GOTAS COM CLINDAMICINA NO TRATAMENTO cálculos


DA PIODERMINTE CANINA
Wilma Honório dos Santos
33 CÁLCULOS ENVOLVENDO FÁRMACOS EXPRES-
SOS EM POTÊNCIA
Prof. Luiz Carlos da Silva
farmacotécnica
12 BASES PARA SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS artigo científico
Robson Miranda da Gama & Prof. Luis Antonio Paludetti
35 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DE CREMES
CONTENDO HIDROQUINONA A 2% APÓS
matérias-primas LONGO PERÍODO DE ARMAZENAMENO POR
16 DILUENTES PARA CÁPSULAS MEIO DO TEOR E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Wilma Honório dos Santos Divanéia Montagner & Ana Paula Zanini Frasson

dermofarmácia garantia
22 PROTEÇÃO SOLAR: 39 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE
ASPECTOS DE SEGURANÇA E EFICÁCIA. POPS PARA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO
Wânia Martins Robson Miranda da Gama & Luis Antonio Paludetti

www.rxonline.com.br Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 1


editorial

EDITORES
Prof. Luis Antonio Paludetti
Germano Hansen Jr.

Farmacêutico: REDAÇÃO E PRODUÇÃO


Rx Editora
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Profissional que vale ouro


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Um dia, sonhei que conheci um alquimista. Jornalista Responsável:


Silvana Thomaz - MTB 23.543 - SP
Era um desses alquimistas de barba branca, chapéu de bruxo, sem entre- Diagramação: Redação da Rx
tanto as estrelinhas que tanto nos lembram um mago. Imagens: Istockphoto, Photos.com, Rx.
Internet: Márcio Alexandrowitsch.
Era um desses que falava pouco, olhava muito, pensava mais. Fechamento e Supervisão Gráfica:
Numa hora, perguntei a ele: Luiz do Prado.
Impressão: Stampatto.
- Mestre alquimista, por que tamanha obstinação de transformar chumbo
em ouro? FOTO DE CAPA
iStockphoto
- Ora, jovem farmacêutico, porque o ouro é valioso!, respondeu o sábio.
A Revista Rx é publicada bimestralmente
- Mas mestre - continuei - vale a pena tanto tentar? Não seria mais fácil pela Rx Editora. Os artigos publicados são de
cavar um veio de ouro na montanha? cunho profissional. Todas as informações são
fornecidas de boa fé, e os profissionais devem
- Não se iluda, jovem farmacêutico. Veios de ouro e ouro são também determinar sua validade e aplicabilidade para
difícieis de achar. Por isso, tentamos. Talvez, um dia, tenhamos a sorte de ser fins profissionais. Nenhuma informação contida
nessa revista dispensa a avaliação profissional.
como vocês, farmacêuticos. As sugestões de formulações são feitas de boa
- Desculpe, mestre. Pode esclarecer melhor? fé e não devem ser utilizadas sem a avaliação
dos profissionais farmacêuticos e médicos, e em
- Vocês farmacêuticos há muito já descobriram como fazer ouro. nenhuma hipótese induzem à automedicação.
As opiniões, declarações e análises expressas
- ?? nessa revista não refletem necessariamente
- Vocês pegam uma florzinha de ópio, e transformam em remédio que o pensamento da Editora, dos Editores, dos
Editores-Científicos e dos Diretores da Rx. As
mitiga a dor. Vocês pegam uma pitada de mercúrio e curam a sífilis. Chega- informações divulgadas nos anúncios são de
rá um dia, em que, das partículas que compõem a matéria vocês irão criar responsabilidade do anunciante.

remédios para acabar com o sarampo, a gripe, os males das gargantas, as ARTIGOS E CARTAS
pestes, os inchaços e todos os males que afligem a humanidade. Instruções para o envio de ar tigos
devem ser solicitadas à Editora pelo
- Desculpe mestre, falta-me a compreensão !!! e-mail rx@rxonline.com.br ou pelo site
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- Jovem farmacêutico, os remédios que vocês produzem são o verdadeiro
ouro. E este ouro brota em um veio fácil de encontrar. GERÊNCIA GERAL
Márcia Cle Silva
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Cursos Rx

Objetividade e inovação
COM TEMAS INOVADORES, CURSOS DA RX PARA 2007 IRÃO PROPORCIONAR
OPORTUNIDADES PARA AS FARMÁCIAS SE DIFERENCIAREM NO MERCADO, NA
RELAÇÃO COM OS MÉDICOS E COM OS PACIENTES.

O ano de 2007 já começa com novidades: são os novos cursos da Rx, que
serão ministrados em seu novo Centro de Treinamento, o Espaço Rx, em São
Paulo. O Espaço Rx é um centro de treinamento que conta com as mais atuais
tecnologias, incluindo vídeo digital para simulação e aperfeiçoamento.
Além disso, dispõe de todo o conforto para fazer do seu treinamento
uma experiência única.
O Espaço Rx está localizado no Centro de São Paulo, com amplo e fácil
acesso, seja por automóvel, metrô ou ônibus. Para quem vem do interior,
há vários hotéis nas proximidades, com todo o conforto e praticidade,
além de uma grande riqueza cultural, turística e histórica.
Vista parcial do Espaço Rx: conforto e
Metodologias inéditas praticidade para todos os participantes
A metodologia de cada curso conta com modernos recursos audio-visu-
ais, simulações, treinamentos, dinâmicas de grupo e trabalhos práticos. dem causar grandes transformação no seg-
mento magistral.
Você escolhe o horário Neste cenário adotar uma estratégia
Não pode fazer o curso naquele dia? Não tem problema: os cursos da Rx adequada pode ser fator de sobrevivência
agora são oferecidos em mais de uma data e horários diferentes. Você tem da empresa. Mas, qual é a estratégia a ado-
flexibilidade para escolher o melhor dia e horário para seu curso. tar? Será que vale a pena manter o negócio
como está, ou vou ter que mudar? Mudar
Ministrantes para onde?
A Rx conta com os mais renomados e experientes ministrantes do Brasil. Neste sentido, várias perguntas passam
A grande experiência prática aliada ao vasto conhecimento teórico e di- pela cabeça do empresário:
dática simples de nossos ministrantes garantem cursos do mais alto nível - Como planejar as mudanças?
com enfoque prático e compreensão total. - Como melhorar a visitação médica?
- Como melhorar o atendimento?
Facilidade de pagamento - Como exercer melhor minha função de
A Rx dispõe de vários meios para facilitar o pagamento: cartões de cré- líder e empresário?
dito, cheque ou depósitos bancários. Pacotes fechados para grupos têm Para ajudar a responder a estas pergun-
descontos especiais. tas, a Rx desenvolveu cursos na área admi-
nistrativa, que contemplam desde planeja-
Qualificação em vários níveis mento estratégico até o atendimento.
Um dos cuidados da equipe da Rx foi elaborar cursos que contemplas- Com metodologia fundamentada em
sem todas as áreas de atuação do farmacêutico e seus auxiliares, seja o análise profunda do setor, ao final do curso
atuante em farmácias magistras como em drogarias com: o participante terá obtido resposta para
- Cursos técnicos de qualidade reconhecida em nível nacional todas as perguntas anteriores, além de ter
- Cursos inéditos de formação empresarial e gerencial em mãos soluções práticas para os proble-
- Cursos de treinamento operacional para farmacêuticos e colaboradores mas. Ministrado por Germano Hansen Jr
- experiente executivo na área de negócios
Cursos de formação empresarial farmacêuticos - os cursos administrativos
Com as recentes mudanças na legislação, o setor magistral está passando irão abordar todos estes temas de modo
por mudanças cada vez mais importantes. A recente introdução da RDC simples e prático, sem a complexidade das
214, e das consultas públicas sobre anoréticos e propaganda médica, po- teorias administrativas.

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Cursos Rx

Cursos para farmacêuticos


Buscar temas inovadores, que propor-
cionem oportunidades das farmácias se Calendário dos Cursos Rx
diferenciarem no mercado, na relação com Cursos para Farmacêuticos e outros Profissionais Atuantes em Drogarias
os médicos e com os pacientes. 12/03/2007 Curso para Atendentes em Drogarias (Turma 3)
“Após ministrar cursos em todo o Brasil 13/03/2007 Curso para Atendentes em Drogarias (Turma 4)
durante o ano de 2006, a Rx ouviu seus 13/03/2007 Curso para Supervisores de Atendimento em Drogarias (Turma 2)
26/04/2007 Curso para Atendentes em Drogarias (Turma 5)
clientes e percebeu que os farmacêuticos
26/04/2007 Curso para Supervisores de Atendimento em Drogarias (Turma 3)
estavam querendo cursos mais objetivos,
23/03/2007 A nova visitação médica:Teoria & Prática (Turma 3)
em que eles pudessem aprender rapida- 24/03/2007 A nova visitação médica:Teoria & Prática (Turma 4)
mente como preparar medicamentos e Cursos Gerenciais, Administrativos e Marketing para Farmacêuticos e Proprietários
como se diferenciar no mercado.” 12/02/2007 Planejamento Estratégico em Farmácias com Manipulação (Turma 2)
“Como farmacêutico, eu sei que os pro- 23/02/2007 A nova visitação médica:Teoria & Prática (Turma 2)
fissionais têm cada vez menos tempo”, co- 27/02/2007 Como Aumentar as Vendas de Manipulados (Turma 2)
menta o professor Paludetti, coordenador 22/02/2007 Como transformar atendentes de farmácias magistrais em negociadores (Turma 3)
01/03/2007 Formação de Líderes no Segmento Farmacêutico (Turma 2)
dos cursos e ministrante da Rx. “Assim,
06/03/2007 Planejamento Estratégico em Farmácias com Manipulação (Turma 3)
procuramos montar cursos com temas que 16/03/2007 Planejamento Estratégico em Farmácias com Manipulação (Turma 4)
sejam úteis para a farmácia melhorar sua 19/03/2007 Como transformar atendentes de farmácias magistrais em negociadores (Turma 4)
relação com médicos e pacientes, sempre 22/03/2007 Como comprar ou vender farmácias de manipulação
visando a viabilidade do negócio, o rigor 27/03/2007 Como Aumentar as Vendas de Manipulados (Turma 3)
da técnica e a ética”. 29/03/2007 Como transformar atendentes de farmácias magistrais em negociadores (Turma 5)
Além disso, a Rx trará para São Paulo 10/04/2007 Planejamento Estratégico em Farmácias com Manipulação (Turma 5)
16/04/2007 Formação de Líderes no Segmento Farmacêutico
cursos ministrados por médicos e far-
23/04/2007 A nova visitação médica:Teoria & Prática (Turma 5)
macêuticos, onde o farmacêutico poderá
24/04/2007 Como transformar atendentes de farmácias magistrais em negociadores (Turma 6)
compreender melhor a patologia, sob o
Cursos Técnicos para Farmacêuticos
ponto de vista médico, o que traz grande 24/02/2007 Manipulando para Alterações do Cabelo e Couro Cabeludo
vantagem no momento de realizar a visita- 28/02/2007 Como manipular medicamentos efervescentes
ção médica. Confira os horários e temas no 10/03/2007 Manipulando Balas e Pastilhas
quadro ao lado. 14/03/2007 Como Escolher Excipientes para Cápsulas: classificação biofarmacêutica
21/03/2007 Qualificação em Farmácia Magistral I: Legislação e Mercado
Cursos para técnicos 31/03/2007 Manipulando para Dermatites Atópicas
04/04/2007 Qualificação em Farmácia Magistral II: Cálculos em Farmácias Magistrais
Com a introdução da RDC 214/06, as far-
09/04/2007 Estabilidade e Incompatibilidades de Medicamentos Manipulados
mácias magistrais deverão dar uma especial 25/04/2007 Manipulação de Substâncias de Baixo Índice Terapêutico
atenção aos funcionários no que se refere Cursos para Técnicos em Farmácias com Manipulação
ao treinamento. A nova legislação enfatiza 26/02/2007 Legislação Farmacêutica para Técnicos em Manipulação
claramente a necessidade de se estabelecer 26/03/2007 Farmacotécnica de Cápsulas para Técnicos em Manipulação
treinamento continuado para todos os 26/04/2007 Farmacotécnica de Cremes e Loções para Técnicos em Manipulação
funcionários das farmácias:, inclusive com
noções de higiene pessoal, microbiologia e Veja as vantagens de fazer um curso da Rx:
conduta em caso de acidentes. - Horários flexíveis e alternativos
Em face das exigências legais, a Rx prepa- - Ministrantes altamente qualificados
rou um conjunto de treinamentos específi-
-Informações completas e abordagem prática
cos para técnicos de farmácia, procurando
atender a todos os requisitos das nova
- Instalações confortáveis e de fácil acesso
regulamentação. - Cursos que qualificam todos os setores
Os treinamentos serão ministrados no
Espaço Rx, novo centro de treinamento Inscrições: (11) 3231-1636
da empresa, no centro de São Paulo, com
Internet: www.rxonline.com.br
amplo e fácil acesso. Os participantes rece-
berão certificado e as farmácias receberão E-mail: cursos@rxonline.com.br
declaração formal de treinamento, confo-
Espaço Rx: Rua Rego Freitas 454 - São Paulo - SP
rorme pede a nova RDC.

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terapêutica

As infecções vaginais são responsáveis por sintomas


bastante desagradáveis como corrimento, odor, ardência
vaginal, prurido, disúria e dispareunia que muitas vezes
provocam grande desconforto orgânico e psicossocial
para a vida de uma mulher.1
A etiopatogenia das vulvovaginites é bastante variável,
sendo a causa infecciosa a mais importante. Os princi-
pais agentes etiológicos dessas infecções são a bactéria
Gardnerella vaginalis associada a vaginose bacteriana
(que juntamente com outras bactérias anaeróbicas são
responsáveis por cerca de 40% das infecções), o fungo
do gênero Candida sp. (20%-25% das infecções) e o
protozoário Trichomonas vaginalis (10%-15%). Além
disso, há infecções de etiologia mista, envolvendo várias
bactérias aeróbicas, responsáveis por cerca de 5%-10%
das infecções vulvovaginais.2
A vaginose bacteriana é um distúrbio que ocorre por
um desequilíbrio da microbiota vaginal, caracterizado
pela redução de lactobacilos com conseqüente redu-
ção da concentração de peróxido de hidrogênio, o que
propicia um grande aumento nas bactérias aeróbias e
photos.com

algumas anaeróbias.3
O tratamento pode ser feito com metronidazol via oral
por sete dias ou metronidazol, secnidazol ou tinidazol via
oral em dose única ou, ainda, com cremes vaginais à base
de metronidazol, tinidazol ou clindamicina.3
A infecção causada pelo protozoário Trichomonas va-
ginalis é doença sexualmente transmissível que apresenta
sintomatologia na mulher após cerca de duas semanas da
sua inoculação na vagina. As mulheres são as principais
portadoras da doença, embora muitas sejam oligossinto-
máticas ou assintomáticas. O tratamento é feito com me-
tronidazol, secnidazol ou tinidazol via oral em dose única.

Secnidazol, Estudo clínico


Um estudo-clínico3 randomizado foi realizado para

tioconazol e
comparar as taxas de eficácia para a cura clínica e mi-
crobiológica das vulvovaginites após o uso dos diferentes
esquemas terapêuticos; as taxas de incidência e intensidade

tinidazol no de efeitos colaterais dos diferentes esquemas terapêuticos


utilizados e, os níveis de satisfação pelas pacientes dos dife-

tratamento das
rentes esquemas usados.
Participaram do estudo-clinico 118 mulheres sexual-
mente ativas, com idade a partir de 18 anos, que apresen-

vulvovaginites
tem queixa clínica de vulvovaginite, sem história ou com-
provação de hipersensibilidade aos fármacos propostos
pelo estudo, que não tenham usado qualquer medicação
por via sistêmica ou vaginal de ação antimicrobiana nos 15
Wilma Honorio dos Santos
dias que precedem a entrada no estudo, que não tenham
Farmacêutica sido classificadas com quadro clínico de vulvovaginite re-
Rx - São Paulo - Brasil corrente por Candida sp.

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terapêutica

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terapêutica

As pacientes foram divididas em três grupos: Na totalidade, os efeitos colaterais cessaram após ingesta de
leve alimentação.
• Grupo 1 – receberam 2 g de secnidazol via oral em dose No grupo 2, 60,7% das mulheres apresentaram cura
única; clínica e cura microbiológica. Os índices de satisfação das
• Grupo 2 – aplicaram 5 g de creme vaginal com 100 mg pacientes foram: média dos valores de comodidade (8,48);
tioconazol e 150 mg de tinidazol durante sete noites; confiança no produto (8,67); e relação entre uso do produ-
• Grupo 3 - receberam 2 g de secnidazol via oral em dose to e resposta clínica (8,18).
única e aplicaram 5 g de creme vaginal com 100 mg de tio- No grupo 3, 83,34% das pacientes apresentaram cura
conazol e 150 mg de tinidazol durante sete noites; clínica e cura microbiológica as médias dos valores de
satisfação relatada pelas pacientes foram as seguintes:
A inclusão no estudo foi considerada o dia 0 (zero) e as para a comodidade da posologia (8,88); para confiança
pacientes foram reavaliadas em mais duas visitas, aos 13-15 na formulação (9,20) e na relação uso do produto (oral +
dias após o início do tratamento proposto e aos 28-30 dias vaginal) e resposta clínica (9,14).
após o início do tratamento: Como nos grupos 1 e 2, nenhuma paciente do grupo
3 relatou que foi necessário recorrer a medicamento
• Dia 0: Na primeira visita, foi realizado exame gineco- para combater os efeitos colaterais apresentados, uma
lógico detalhado com coleta de material para os exames vez que foi contornada quando as mesmas ingeriram
laboratoriais. alguma alimentação.
• Entre 13-15 dias as pacientes retornaram para reavalia-
ção clínica, novo exame físico, verificação de efeitos colate- Informações para prescrição
rais e nível de satisfação. O Secnidazol pode ser preparado na forma de cápsulas
• Entre 28-30 dias: Nova visita com reavaliação dos parâ- com 500mg e a posologia é 4 cápsulas de uma única vez.
metros clínicos, exame físico com nova coleta de material O creme vaginal pode ser preparado com 100 mg de
para avaliação dos parâmetros laboratoriais de cura. tioconazol e 150 mg de tinidazol acondicionado em uma
bisnaga que acompanha um aplicador vaginal. A posologia
O critério de cura clínica esteve baseado na remissão to- é aplicação de um dose durante sete noites.
tal, no momento da terceira consulta, dos sinais e sintomas
apresentados pela paciente no instante da sua inclusão no
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presente estudo. Referências


O critério de cura microbiológica foi a ausência das al- 1. Nyirjesy P & Sobel JD. Vulvovaginal candidiasis. Obstr Gyne-
terações laboratoriais/patógenos, nos materiais coletados col Clin N Am 2003; 30: 671-648.
na terceira consulta, com relação às apresentadas pela pa- 2. Holmes KK & Stamm WE. Lower genital tract infection in wo-
ciente nos materiais coletados na primeira consulta deste men. In Holmes KK, Sparling PF, Mardh PA et al. Sexually Trans-
ensaio clínico. mitted Diseases. New York: MacGraw-Hill; 1999. p761-782.
3. Passos MRL, Barreto NA, Varella RQ, Arze WNC e colabora-
Resultados dores. Estudo comparativo da eficácia de esquemas oral, vaginal
Das 118 pacientes somente, 101 cumpriram corretamen- e oral e vaginal combinados para tratamento de vulvovaginites.
te todo o protocolo da pesquisa, mas nenhum abandono Rev. Brasileira de Medicina, 2006; 65(3):101 – 110.
foi relacionado com efeitos adversos decorrentes do trata-
mento. Como relatado na metodologia, todas as mulheres SAIBA MAIS
deste estudo clínico tinham como queixa principal corri-
mento vaginal, podendo ou não apresentar outra alteração MATERIAL PARA VISITAÇÃO MÉDICA
como prurido, odor desagradável ou queimação/ardência
vaginal. O Rx Suporte fornece ao farmacêuitco todo o material necessário
No grupo 1, 48,14% das mulheres apresentaram cura para visitação médica. O artigo que você leu é um exemplo da
clínica e cura microbiológica ao térmico do tratamento. qualidade do material a adaptação do material que você recebe ao
Quanto ao nível de satisfação exposto exclusivamente assinar o Rx Suporte. Mensalmente, de acordo com o plano adqui-
pelas pacientes, através de notas de 0 a 10, os resultados das rido, a farmácia poderá baixar até 10 artigos para visitação médica,
médias foram: comodidade(9,18); confiança no produto, além de ter acesso às formulações sugeridas, técnicas de prepara-
(8,82); e relação entre o uso do produto e resposta clínica ção e literaturas. Você pode contar com apoio técnico completo e
(7,21). Nenhuma paciente do grupo 1 necessitou de medi- via Internet e acessar nossas bases de dados na Internet. Ligue para
camentos para resolver o desconforto dos efeitos adversos. (11) 3231-1636 e solicite mais informações.

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terapêutica

A espécie canina é muito mais sensível às dermatites piogê-


nicas do que a felina, eqüina, bovina e a humana. As possíveis
causas incluem uma esparsa camada lipídica intercelular
epidérmica, pH elevado da pele, a ausência de um rolhão
escamoso-lipídico no óstio folicular e um estrato córneo não
muito compacto.1

Classificação das Piodermites


Basicamente, as piodermites caninas podem ser classifi-
cadas em 3 tipos diferentes:
• Piodermites de superfície: dermatite úmida aguda,
piodermite das dobras cutâneas, intertrigo das pregas la-
biais, intertrigo das dobras faciais, intertrigo da dobra da
cauda e prega vulvar, intertrigo do cão obeso e piodermite
mucocutânea.
• Piodermites superficiais extensas: impetigo, foliculite su-
perficial, piodermite superficial extensiva.
• Piodermites profundas: foliculite bacteriana profunda e
furunculose, foliculite e furunculose, mentoniana (acne ca-
nina), foliculite piotraumática, foliculite e furunculose podal
(pododermatite) e piodermite dos calos de apoio.

Tratamento
O tratamento deve durar o suficiente para liquidar com-
pletamente a infecção e não apenas levar à cura aparente,
devendo o animal ser monitorado para isso. A interrupção
prematura da antibioticoterapia sistêmica é a principal causa
de recorrência das infecções cutâneas.
As lesões de pele cicatrizam mais rápido na superfície, mas
os focos infecciosos podem continuar ativos na profundidade.
É muito importante palpar meticulosamente o tegumento,
buscando as mais discretas infiltrações. Qualquer indício de
inflamação requer a continuidade do tratamento até o seu
desaparecimento, mesmo que o regime terapêutico pareça
excessivamente extenso.
Geralmente as piodermites superficiais são tratadas por
uma semana além da cura clínica, as piodermites profundas

Gotas com são medicadas por duas a três semanas após a cura aparente.
Em alguns casos temos tratamentos longos ultrapassando 12
semanas de duração.

clindamicina no A escolha do antibiótico

tratamento da
A eritromicina, a lincomicina, a clindamicina e asso-
ciação de sulfametoxazol-trimetoprim são utilizadas para
infecções superficiais, não complicadas e não tratadas

pioderminte canina
anteriormente.
A cefalexina, o cefadroxil, a oxacilina, a enrofloxacina e a
associação de amoxilina-ácido clavulânico são empregadas
para as infecções recorrentes, crônicas, profundas e já pre-
viamente tratadas. Para as infecções onde se necessita de
Wilma Honorio dos Santos
Farmacêutica um grande poder de penetração antibiótica, a cefalexina e
Rx - São Paulo - Brasil a enrofloxacina são as melhores escolhas.

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terapêutica

A penicilina, amoxicilina e ampicilina são inativadas Cefalosporinas


pela beta lactamase e a tetraciclina possui pouca atividade Possuem mecanismo de ação semelhante ao das
contra o S. intermedius, esses fármacos possuem pouca penicilinas. A celalexina e o cefadroxil são os antibi-
indicação para o tratamento das piodermites na espécie óticos mais utilizados dessa categoria. A cefalexina,
canina. A seguir iremos relacionar os principais fármacos cefalosporina de primeira geração, é altamente eficaz,
usados e suas características terapêuticas:1-3 possui largo espectro de ação, é bactericida, possui boa
Eritromicina penetração tecidual, poucos efeitos colaterais e pode ser
Antibiótico para as infecções superficiais não complica- administrada duas vezes ao dia.
das possui estreito espectro de ação e pode causar vômitos Cefadroxil
e diarréias e tem-se a necessidade da administração três É outra cefalosporina de primeira geração que pra-
vezes ao dia. ticamente possui as mesmas indicações e propriedades
Lincomicina que a cefalexina.
Antibiótico efetivo, mais caro que a eritromicina, mas com Fluoroquinolonas
efeitos colaterais que ocorrem com menor freqüência, pode Esses fármacos inibem a DNAgirase, enzima impor-
ser administrado a cada 12 horas e com o estômago vazio. tante para a replicação do ácido nucléico. São fármacos
Clindamicina com amplo espectro de ação, inclusive para Pseudo-
Antibiótico semi-sintético que possui menos efeitos co- monas sp, bactericidas e bem toleradas pela maioria
laterais, maior penetração tecidual, inclusive em fagócitos. dos cães. Resistências cruzadas podem ocorrer entre os
Devido à sua ação contra anaeróbios, possui indicação fármacos do grupo, mas são improváveis com os grupos
também para infecções da cavidade oral. distintos de antibióticos.
Sulfonamidas Potencializadas Enrofloxacina
As sulfas quando potencializadas com trimetoprim ou or- Possui excelente penetração tecidual e pode ser admi-
metropim possuem atividade bactericida, inibindo sinergica- nistrada uma vez ao dia, já que sua eficácia depende da
mente, em duas etapas, a síntese bacteriana de ácido fólico. concentração do fármaco e não do tempo de adminis-
Esses fármacos exibem boa eficácia nas piodermites, com tração. As quinolonas são capturadas pelos macrófagos
a vantagem da administração a cada 12 horas. As reações tissulares, promovendo morte bacteriana intracelular,
que podem ocorrer são o eritema multiforme, erupções o que explica em parte sua poderosa penetrabilidade
papulares e necrólise epidérmica tóxica. Um alto índice nos focos inflamatórios e a indicação para animais com
de efeitos colaterais é também notado nos Dobermans, deficiência imunológica. A enrofloxacina não deve ser
porque apresentam uma deficiência na metabolização da usadas em cães em fase de crescimento; de pequeno por-
sulfonamida-hidroxilamina. te até oito meses de idade e em cães de grande porte até
Penicilinas Beta-Lactamases resistentes 12 ou 18 meses de idade, devido ao potencial de dano à
As penicilinas inibem a síntese da parede bacteriana, cartilagem articular.
sendo o anel beta lactâmico um componente estrutural
central para a atividade antimicrobiana. Como o S. inter- Informações para a prescrição
medius produz penicilinase que rompe a estrutura desse A clindamicina pode ser preparada na forma de gotas orais
anel apenas as penicilinas resistentes a essa enzima estão com 5,5 mg/mL. A posologia é 11 mg de clindamicina/kg de
indicadas no uso em piodermites. animal/dia em uma única tomada ou dividida em duas doses
Oxacilina de 5,5 mg/kg de animal a cada 12 horas.
É bactericida, muito efetiva, com estreito espectro de
ação e poucos efeitos colaterais Exige administração a cada Referências
oito horas, com o estômago vazio.
Amoxicilin-Ácido clavulânico 1.Conceição LG, Fabris VE. Piodermite canina: etiopatogênese,
É bactericida de largo espectro, alto custo e sua eficácia clí- diagnóstico e terapia antimicrobiana sistêmica. Revista Cães &
nica discutível. É ineficaz nos casos de Pseudomonas sp. A dose Gatos, 2000; 86(14) disponível em
empregada no tratamento das piodermites é ainda assunto http://www.bichoonline.com.br/artigos/gcao0012.htm acessadi
controverso. Encontram-se recomendações de se dobrar a em 04/07/2006 23h00.
dose indicada ou de administrar o fármaco a cada oito horas. 2. Lucas R, Beviani D, Bonates A. Manejo terapêutico das pio-
Amoxicilina-clavulanato dermites. Disponível em http://www.crmvms.org.br/stored/VN_
É uma boa escolha quando se faz necessário extensos 75_Manejo_Piodermites.pdf, acessado 05/07/2006 24h00.
regimes terapêuticos, pois a subdosagem não resulta em 3. Antirobe® gotas disponível http://www.pfizersaudeanimal.com.br/
resistência. pet/bulas/Antirobe_Gotas.pdf , acessado em 05/07/2006 23h44.

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farmacotécnica

Bases para
Supositórios e Óvulos
Robson Miranda da Gama
Farmacêutico Responsável pelo LESIFAR - Laboratório
Escola Semi-Industrial da Faculdade de Farmácia da
Universidade de Santo Amaro (UNISA)
Luís Antônio Paludetti
Docente da Faculdade de Farmácia da UNISA

Introdução IMPORTANTEPAPELNALIBERA½áODOFÕRMACO
!PESAR DE A VIA ORAL SER A MAIS FREQÓENTE E PORTANTO EM SUA DISPONIBILIDADE DE
MENTE UTILIZADA NA ADMINISTRA½áO DE FÕRMA MODOAPRODUZIREFEITOSSISTãMICOSOUA½áO
COS HÕ CERTAS CIRCUNSTºNCIAS EM QUE SE DEVE LOCAL ! TABELA  APRESENTA UM RESUMO DA
RECORRERAVIASALTERNATIVASPARAADMINISTRA½áO LIBERA½áODEFÕRMACOSAPARTIRDEBASESPARA
DESTES!TUALMENTEHÕOINTERESSEDACOMUNI SUPOSIT˜RIOSEMFUN½áODESUASOLUBILIDADE
DADECIENT¤lCAEDASIND¢STRIASFARMACãUTICAS
EMSEESTUDARVIASALTERNATIVAS• Características ideais
$UASDESTASVIASSáOARETALEAVAGINALPOS 5MA BASE IDEAL DEVE APRESENTAR AS SE
SUINDO RESPECTIVAMENTECOMOPRINCIPALFORMA GUINTESCARACTER¤STICAS    
FARMACãUTICA O SUPOSIT˜RIO E O ˜VULO!PESAR s SER AT˜XICA E NáO IRRITANTE AOS TECIDOS
DESTASFORMASFARMACãUTICAS SEREMUTILIZADOS SENSIBILIZADOSEINmAMADOS
HÕMILHARESDEANOSTENDOSEUUSORELATADONAS sSERQU¤MICAElSICAMENTEINERTE
MAISANTIGASESCRITURASEG¤PCIAS GREGAS ROMA s SER ESTÕVEL DURANTE O ARMAZENAMENTO
NASEHEBRAICAS  POUCOSERECORREAESTASFOR ISTO£ NáOMUDADECOR CHEIROOUPADRáO
MASFARMACãUTICASNO"RASIL DEVIDOÍFALTADE DELIBERA½áODOFÕRMACO
CONHECIMENTODASVANTAGENSINERENTESAESTAS sSERESTETICAMENTEACEITÕVEL
VIAS E AO PRECONCEITO DA SOCIEDADE 4AMB£M s SER INERTE FRENTE AOS FÕRMACOS INCOR
SOFREMAVERSáONA!M£RICADO.ORTEE2EINO PORADOS E AO MESMO TEMPO POSSUIR ES
5NIDO ENTRETANTO SáO POPULARMENTE UTILIZA TABILIDADE EM RELA½áO Í A½áO DOS AGENTES
DOSNORESTANTEDO#ONTINENTE%UROPEU  EXTERNOSCOMOOSATMOSF£RICOS
3UPOSIT˜RIOE˜VULOSáOFORMASFARMACãUTI s SER RESITENTE Í INVASáO POR MICRORGA
CAS S˜LIDAS MOLDADAS E HOMOGãNEAS !S SUAS NISMOS
FORMAS VOLUME E CONSISTãNCIA SáO ADAPTADOS s POSSUIR CONSISTãNCIA ADEQUADA PARA O
ÍADMINISTRA½áOEMSUASRESPECTIVASCAVIDADES MANUSEIO EQUEPERMITAFÕCILAPLICA½áO
CORP˜REAS ONDEDEVEMDISSOLVER SEOUFUNDIR s POSSUIR CERTO PODER DE CONTRA½áO POR
SE/EFEITOQUEEXERCEMPODESERLOCALOUSIS ARREFECIMENTO PERMITINDO QUE SE DESTA
TãMICO3áOADMINISTRADOSEMDOSESUNITÕRIAS QUEM FACILMENTE DOS MOLDES NOS QUAIS
ECADAUNIDADEPODECONTERUMOUVÕRIOSFÕR FORAM PREPARADOS SEM NECESSIDADE DE LU
MACOS!ESCOLHADABASE£FUNDAMENTALPARAA BRIlCANTESNOSMOLDES
ELABORA½áODEFORMASFARMACãUTICASDEUSORE sHIDROlLIASUlCIENTEPARAQUEPOSSAAB
TALEVAGINAL VISTOQUEABASEDESEMPENHAUM SORVERÕGUAESOLU½µESAQUOSAS

12 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


farmacotécnica

s FUNDIR SE A —# OU DISSOLVER SE NOS mUIDOS QUE BA Tabela 1. Regras gerais para a liberação de fármacos de bases
NHAMAZONADEADMINISTRA½áO PERMITINDOUMALIBERA½áO de supositórios em função de sua solubilidade.
RÕPIDAECOMPLETADOPRINC¤PIOATIVO EXCETOQUANDOALIBE Fármaco Fármaco
RA½áODOMESMOFORCONTROLADA Lipossolúvel Hidrossolúvel
sNáOPOSSUIRFORMASMETAESTÕVEIS Base Lipofílica Liberação Lenta Liberação Rápida
s DEVEM SOLIDIlCAR SE EM UM INTERVALO DE TEMPERATURA
Base Hidrofílica Liberação Moderada Liberação Variável
BASTANTE REDUZIDA PARA ASSEGURAR UMA HOMOGENEIDADE
Adaptada de: Duncan-Hewitt e Rains , Allen9.
3
DESTASFORMASFARMACãUTICAS
sOUTRASCARACTER¤STICASDEPENDEMDOSFÕRMACOSASEREM
UTILIZADOS !MANTEIGADECACAUAPRESENTA SEEMQUATRODIFERENTES
.áOHÕBASESQUERE¢NAMTODASASQUALIDADESCITADAS$E FORMASDENOMINADASALFA BETA BETAPRINCIPAL
FATO ALGUMASDASPROPRIEDADESSáOMUTUAMENTEEXCLUSIVAS EGAMA COMFAIXASDEFUSáOENTREE E 
ENáOSáOIDEAISEMTODASASSITUA½µES%MDETERMINADOS E  E  Ž# RESPECTIVAMENTE  3E A MANTEIGA DE CACAU
CASOS £NECESSÕRIORECORRERÍADI½áODECOADJUVANTESESPE FOR FUNDIDA A TEMPERATURAS ACIMA DE  Ž# ELA S˜ SOLIDI
C¤lCOSQUEMELHOREMSUASPROPRIEDADES  lCARÕAŽ#EFUNDIRÕA Ž# POISHAVERÕFORMA½áO
DA FORMA CRISTALINA METAESTÕVEL   ! FORMA  CRISTALIZA
Classificação das Bases QUANDOAMANTEIGADECACAU£LIQUEFEITAPORAGITA½áOENTRE
!S BASES UTILIZADAS NA PREPARA½áO DE SUPOSIT˜RIOS E EŽ#/SEUPONTODEFUSáOSITUA SEENTREEŽ#
˜VULOS SáO DIVIDADAS EM  GRANDES GRUPOS LIPOF¤LICAS OU ! FORMA  TRANSFORMA SE LENTAMENTE NA FORMA  A QUAL
HIDROF¤LICAS FUNDEENTRE Ž#%STAMODIlCA½áO£ACOMPANHADAPOR
UMADIMINUI½áODOVOLUME!FORMAQUEFUNDEAŽ#
Bases Lipofílicas £OBTIDAPORADI½áODEMANTEIGADECACAUFRIA ANTESQUE
!SBASESLIPOF¤LICASOUOLEOSASPOSSUEMVÕRIASVANTAGENS ELASOLIDIlQUE NAFORMAQUE£RESFRIADAÍTEMPERATURADE
s%LASSáONORMALMENTESUAVESENáOSáOIRRITANTES CONGELAMENTO
s/MOLDERARAMENTENECESSITADELUBRIlCA½áO !MANTEIGADECACAUPROPICIAUMABOALIBERA½áODEFÕR
s%LASTENDEMAFUNDIRRAPIDAMENTE PODENDOLIBERARO MACOS HIDROSSOL¢VEIS MAS RET£M FÕRMACOS LIPOSSOL¢VEIS
FÕRMACORAPIDAMENTE UMAVEZQUE PARAESTESFÕRMACOS AFOR½ADEPARTI½áOEM
DIRE½áOÍFASEAQUOSA£PEQUENA
-ANTEIGADE#ACAU 3UBSTºNCIASCOMOOFENOLEOSCLORIDRATOSTãMTENDãNCIA
!MANTEIGADECACAUFOIDESCRITAPELAPRIMEIRAVEZPELO AABAIXAROPONTODEFUSáODAMANTEIGADECACAUQUANDO
FARMACãUTICO"AUM£ EM UMAVEZQUEASSUASQUA INCORPORADOSAELA
LIDADESULTRAPASSAVAMLARGAMENTEASDOSEXCIPIENTESAT£A¤
UTILIZADOS%MUMPEQUENOESPA½ODETEMPOACABOUPOR "ASESGRAXASSUBSTITUTASDAMANTEIGADECACAU
SUBSTITU¤ LOS E DURANTE MAIS DE UM S£CULO CONSTITUIU A !SBASESPARASUPOSIT˜RIOS TAMB£MCONHECIDASPORBA
¢NICABASEGRAXAOlCIALIZADAPELASFARMACOP£IAS SESSEMI SINT£TICASDERIVADASDEGLICER¤DEOS SáOPRODUZIDAS
!MANTEIGADECACAU£DEFINIDACOMOAGORDURAOBTIDA APARTIRDEUMAVARIEDADEDEMATERIAIS DEORIGEMNATURAL
DASEMENTETOSTADADE4HEOBROMACACAO°TEMPERATURA OU SINT£TICA MANTENDO AS CARACTER¤STICAS SATISFAT˜RIAS DA
AMBIENTE£S˜LIDA DEFÕCILMANIPULA½áO BRANCO AMARE MANTEIGA DE CACAU E AO MESMO TEMPO EM QUE SE TENTA
LADA COMODORLEVEEAGRADÕVEL QUELEMBRACHOCOLATE ELIMINARASINDESEJÕVEIS
›CONSTITU¤DAPORUMAMISTURADEGLICER¤DEOSCOMOÕCI %STASBASESSáODElNIDASPELAŠ%DI½áODA&ARMACOP£IA
DOS ESTEÕRICO PALM¤TICO OL£ICO LÕURICO LINOL£ICO ENTRE "RITºNICACOMOhMISTURASDETRIGLICER¤DEOS DIGLICER¤DEOSE
OUTROS /S ÕCIDOS PALM¤TICO E ESTEÕRICO REPRESENTAM MONOGLICER¤DEOSOBTIDOSDOSÕCIDOSGRAXOSDEORIGEMNATURAL
CERCADAMETADEDOSÕCIDOSGRAXOSSATURADOS ENQUANTO PORESTERIlCA½áOCOMGLICERINAOUPORHIDROGENA½áOv
QUEOÕCIDOOL£ICO£O¢NICOÕCIDOGRAXOINSATURADO› #ADATIPODEBASE£CARACTERIZADAPORSUAFAIXADEFUSáO
SOL¢VELEMCLOROF˜RMIOE£TER SENDOLEVEMENTESOL¢VEL ¤NDICEDEHIDROXILAESAPONIlCA½áO
EMÕLCOOLET¤LICO 3E APRESENTAM COMO CERAS OU ESCAMAS BRANCAS A LEVE
! MANTEIGA DE CACAU £ NORMALMENTE UTILIZADA QUANDO MENTE AMARELADAS SáO PRATICAMENTE INSOL¢VEIS EM ÕGUA
NáOSENECESSITADEUMABASEESPECIlCA%LASATISFAZMUI LEVEMENTESOL¢VEISEMÕLCOOLEFACILMENTESOL¢VEISEM£TER
TOSDOSREQUISITOSDEUMABASEIDEALUMAVEZQUE£IN˜CUA 1UANDO AQUECIDAS A  Ž# SE APRESENTAM COMO L¤QUIDOS
SUAVE NáOREATIVAEFUNDEÍTEMPERATURACORPORAL%NTRE INCOLORESÍLEVEMENTEAMARELADOS
TANTO APRESENTAMARCANTEPOLIMORlSMOOUAPROPRIEDADE
3áO OBTIDOS A PARTIR DE ˜LEOS VEGETAIS COM CADEIAS
DEEXISTIRSOBDIFERENTESFORMASCRISTALINAS GRAXAS DE  A  ÕTOMOS DE CARBONO 0ODEM SER PRE

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farmacotécnica

paradas por hidrogenação direta dos óleos para saturar de ácidos graxos saturados com cadeias de 10 a 18 átomos
os ácidos graxos. Podem ser obtidos pela ação do calor de carbono, com faixa de fusão entre 34,0 e 36,0 ºC.20
que quebra parte dos triglicerídeos em monogliceríde-
os, diglicerídeos e às vezes uma pequena proporção de Bases hidrofílicas
ácidos graxos saturados livres. Também se pode obtê-las As bases hidrofílicas ou aquosas não apresentam
hidrolisando os triglicerídeos naturais, hidrogenando e, problemas de conservação em temperaturas elevadas,
finalmente, esterificando os ácidos graxos, já saturados relacionados com a consistência, por isso seu uso é in-
com glicerina, com o que também se obtém misturas de dicado para países tropicais. Entretanto, estas bases po-
monoglicerídeos, diglicerídeos e triglicerídeos.13 dem ocasionar irritação, pois como absorvem água e se
Levando em conta o tamanho das cadeias carbônicas e a dissolvem, podem produzir uma pequena desidratação
proporção de glicerídeos parciais, se obtém bases com di- da mucosa. Apesar disso, são amplamente utilizadas e li-
ferenças relacionadas com a faixa de fusão e a dureza. Esta beram o fármaco rapidamente por dissolução e mistura
versatilidade permite escolher o excipiente mais adequado nos fluidos corporais aquosos; a etapa limitante será o
segundo o princípio-ativo que se deve adicionar e as condi- transporte através da mucosa.3,6
ções climáticas do país a que se destinem os supositórios.
A presenças destes glicerídeos parciais proporciona ca- Excipientes a base de glicerina
pacidade de retenção de água, já que alguns deles são ten- Utilizam-se muitos excipientes de gelatina glicerinada,
soativos água em óleo, como ocorre com o monoestearato que consistem em uma mistura de glicerina com água
de glicerila. Assim, estas bases, são autoemulsionáveis em adicionada de gelatina. A gelatina é obtida por hidrólise
maior ou menor proporção.6 parcial do colágeno animal. Quando não se prepara por
Os óleos hidrogenados fundem entre 33 e 37 ºC e se soli- métodos especiais, é uma substância anfótera, incompa-
dificam rapidamente por resfriamento. Durante o preparo tível com inumerosos fármacos do tipo iônico. Para uso
o maior inconveniente é que a base é pouco viscosa sendo farmacêutico pode-se utilizar gelatina grau alimentício
necessária a utilização de agentes de viscosidade, mas estes ou grau USP, atento sempre para incompatibilidades do
agentes podem dificultar a difusão do fármaco e conse- produto. A gelatina grau USP pode ser ácida (tipo A, pH
qüentemente reduzir sua velocidade de absorção.13 entre 3,0 e 4,5 usada para fármacos ácidos ou catiônicos)
Os nomes registrados com os quais se identificam os ou neutra (tipo B, pH entre 5,0 e 7,0, usada para fármacos
excipientes de supositórios obtidos a partir de óleos hidro- alcalinos e aniônicos).6,12,13
genados são, entre outros: Fattibase®, Massa Estearinum®, As bases de gelatina glicerinada são mais utilizadas na
Massupol®, Novata®, Suppocire®, Wecobee®, Witepsol®.3,5,13 preparação de óvulos, nos quais a ação prolongada do
No mercado brasileiro são encontradas as seguintes ba- fármaco é desejada. A base de gelatina glicerinada amolece
ses semi-sintéticas derivadas de glicerídeos: Novata® BBC, e se mistura com os líquidos fisiológicos mais lentamente
Supobase® L 15N, Suppocire® A, Witepsol® W25. do que a manteiga de cacau e, portanto, permite liberação
Witepsols® são misturas de triglicerídeos sintéticos de mais prolongada. São utilizados também supositórios la-
vários pesos moleculares. São similares à manteiga de xantes a base de glicerina, devido às características higros-
cacau, mas não apresentam problemas de polimorfismo. cópicas da glicerina. 8
Desprendem-se facilmente do molde e possuem emulsi- Este tipo de supositório é mais fácil de ser inserido que
ficantes, podendo absorver uma limitada quantidade de os preparados com manteiga de cacau, que são quebra-
água. 3,6 A Witepsol® W25 é a mistura de glicerídeos de diços e derretem rapidamente à temperatura corpórea.
ácidos graxos saturados com cadeias de 10 a 18 átomos de Devem ser umedecidos com água antes da inserção, para
carbono com faixa de fusão entre 33,5 e 35,5ºC.17 reduzir a tendência inicial da base de retirar água das mu-
Suppocires® são constituídas pela mistura de mono, di cosas, irritando os tecidos. 6,8
e triglicerídeos, são ésteres dos seguintes ácidos graxos:
cáprilico, láurico, mirístico, palmítico, esteárico e oléico.5 Bases de Polietilenoglicóis
A Suppocire® A é uma base composta por glicerídeos semi- As bases de polietilenoglicol são as mais populares desta
sintéticos principalmente os de cadeias graxas de 12 e 18 categoria. Polietilenoglicóis (PEG) são polímeros de adição
carbonos, com faixa de fusão entre 35,0 e 36,5ºC.18 de óxido de etileno e água. Os polietilenoglicóis recebem
Novatas® são misturas de glicerídeos semi-sintéticos de designações numéricas conforme seu peso molecular mé-
ácidos graxos saturados com cadeias de 10 a 18 átomos de dio de cada um dos polímeros.3,8,21
carbono.5 A Novata® BBC possui faixa de fusão entre 34,0 O estado físico dos PEGs varia conforme seu peso mo-
e 36,0 ºC.19 lecular médio (PMM). Os compreendidos entre 200 e 600
Supobase® L 15N é uma base constituída de triglicerídeos são líquidos límpidos e incolores.8,10 Herráez e Villodre13

14 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


farmacotécnica

AMPLIAMESTAFAIXAAT£OSDE0--DE ENQUANTO$UN 6. Duncan-Hewitt W, Rains J. Manipulação de Suposi-


CAN (EWITTE2AINSCLASSIlCAMCOMOL¤QUIDOSOSDE0-- tórios e Cuidados Farmacêuticos. Int J Pharm Commd.
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OSSUBDIVIDEMEMCONSISTãNCIADEMANTEIGAOSCOMPREEN 8. Allen Jr LV, Popovich NG, Ansel HC. Suppositories and
DIDOSNAFAIXAENTREEEOSDEMAISSáOS˜LIDOSDE Inserts In: Allen Jr LV, Popovich NG, Ansel HC. Ansel’s
ASPECTOCEROSO Pharmaceutical Dosage Forms and Drug Delivery Syste-
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CONCENTRA½µES SENDO QUE AS FORMULA½µES APRESENTARAM Capítulo 10, pp. 81-87.
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20th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. 21. United States Pharmacopeia. XXVII / National Formu-
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1990. Volume 3, pp. 7-60. Int J Pharm Commd. 2005; 7 (6): 303-306.

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matérias-primas

Diluentes para
Manipulação de Cápsulas
Wilma Honório dos Santos
Farmacêutica, Diretora Técnica da Rx
São Paulo, Brasil

Introdução Amido
$ILUENTES SáOSUBSTºNCIASINERTESQUETãMPORlNALIDADE / AMIDO £ OBTIDO DOS FRUTOS RA¤ZES E OUTRAS PARTES DE
PREENCHEROVOLUMEDACÕPSULAQUENáOFOIOCUPADOPELOS DIFERENTESVEGETAIS3áOCONSIDERADOSOlCINAISOAMIDODE
PRINC¤PIOS ATIVOS DANDO COESáO AOS P˜S 0ARA QUE UMA MILHO:EAMAYS, 'RAMINEAE OAMIDODEARROZ/RYZAE
SUBSTºNCIAPOSSASERUTILIZADACOMODILUENTE PRECISAPOS SATIVA, 'RAMINEAE OAMIDODETRIGO4RITICUMAESTIVUM
SUIRALGUMASCARACTER¤STICASFUNDAMENTAIS , 'RAMINEAE OAMIDODEMANDIOCA-ANIHOTUTILISSIMA
sSERAT˜XICO 0OHL %UFORBIACEAE EOAMIDODEBATATA3OLANUMTUBERO
sESTARDISPON¤VELCOMERCIALMENTE SUM, 3OLANACEAE 
sPOSSUIRCUSTOBAIXO !MIDOSOBTIDOSDEDIFERENTESORIGENSBOTºNICASPODEM
sNáODEVEAPRESENTARCONTRA INDICA½µESEXSACAROSE OU NáO TER PROPRIEDADES IDãNTICAS QUANDO USADOS COM lNS
DEVIDOAALGUMCOMPONENTEEX3˜DIO SEREMCONTRA IN FARMACãUTICOS POREXEMPLO COMODESAGREGANTEPARACOM
DICADOSPARAALGUMSEGMENTODAPOPULA½áO PRIMIDOS1UIMICAMENTE OAMIDO£MISTURADEPOL¤MEROS
sSERlSIOLOGICAMENTEINERTE QUECORRESPONDEMÍF˜RMULA;#(/ N
sSERF¤SICAEQUIMICAMENTEESTÕVEIS
sNáOINTERAGIRCOMOSFÕRMACOSOUCOMOUTROSCOMPO Amido de arroz
NENTESDAFORMULA½áO 3INON¤MIA/RYZAEAMYLUM F£CULADEARROZ
sNáOPODEMAPRESENTARNENHUMACONTAMINA½áOMICRO $ESCRI½áO›OBTIDODO/RYZAESATIVUM!OMICROSC˜PIO
BIOL˜GICA APRESENTA SEFORMADOPORGRáOSPOLI£DRICOS ASSOCIADOSEM
sSERCOMPAT¤VELCOMCORANTESCASOESTESSEJAMUTILIZADOS MASSAOV˜IDES/SGRáOSPOSSUEMUMHILOCENTRALPOUCO
NAFORMULA½áO APARENTEEESTáODESPROVIDOSDEESTRIAS!PRESENTA SECOMO
s NáO PODEM INTERFERIR SOBRE A BIODISPONIBILIDADE DOS UMP˜BRANCOMUITOlNO INODOROEINS¤PIDO/AMIDODE
FÕRMACOSUTILIZADOS ARROZNáODEVECONTERGL¢TEN
%MFORMASFARMACãUTICASS˜LIDAS COMOOSCOMPRIMIDOS 3OLUBILIDADE0RATICAMENTEINSOL¢VELEMÕGUAFRIAEETANOL
EDRÕGEAS ODILUENTEQUASESEMPREESTÕPRESENTE PARAME !CONDICIONAMENTOE!RMAZENAMENTO!RMAZENAR EM
LHORARACOESáOENTREOSP˜SOUAJUSTAROVOLUMEOUPESO RECIPIENTE HERMETICAMENTE FECHADO E ACONDICIONAR EM
DOCOMPRIMIDO0OROUTROLADO NAMANIPULA½áODECÕPSU LOCALFRESCOESECO
LASEMFARMÕCIA ODILUENTENEMSEMPRE£NECESSÕRIO VISTO )NCOMPATIBILIDADES.áOPOSSUIINCOMPATIBILIDADESDES
QUE EMMUITOSCASOS OVOLUMEDOSPRINC¤PIOS ATIVOSSáO CRITAS
SUlCIENTESPARACOMPLETARACÕPSULA%NTRETANTO AADI½áO
DEUMAQUANTIDADEDEDILUENTE EOUTROSEXCIPIENTESCOMO Amido de milho
LUBRIlCANTES DESSECANTES OU MOLHANTES PODE MELHORAR 3INON¤MIA-AIDISAMYLUM F£CULADEMILHO -AIZENA®
EMMUITOOPROCESSODEENCAPSULA½áO $ESCRI½áO›OBTIDODOMILHO :EAMAYS,&AM'RAM¤
6ÕRIAS SUBSTºNCIAS SáO UTILIZADAS COMO DILUENTES EM NEAS !OMICROSC˜PIOAPRESENTA SECOMOGRáOSANGULOSOS
FARMÕCIAS %NTRE OS DILUENTES MAIS COMUNS DESTACAMOS A POLI£DRICOSCOMUMALINHACENTRAL FORMADAPORUMACAVI
LACTOSE OAMIDO ACELULOSEMICROCRISTALINAEOTALCO0OR DADEBEMDElNIDAOUPORlSSURASENTRELA½ADAS SEMESTRIAS
SUAS CARACTER¤STICAS HIDROF˜BICAS O TALCO POSSUI APLICA½áO CONCãNTRICAS/AMIDODEMILHONáODEVECONTERGL¢TEN
LIMITADA COMO DILUENTE .ESTE ARTIGO TRATAREMOS DOS !PRESENTA SECOMOUMP˜MUITOlNOBRANCOOUAMARE
DILUENTES HIDR˜lLOS MAIS COMUNS O AMIDO A LACTOSE E A LOCLARO INODORO INS¤PIDO
CELULOSEMICROCRISTALINA 3OLUBILIDADE£INSOL¢VELEMÕGUAFRIAEETANOL

16 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


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pH: uma dispersão aquosa com 2% de amido de milho hermeticamente fechado e em local fresco
apresenta pH entre 5,5 e 6,5. e seco.
Ponto de gelificação: 73°C. Incompatibilidades: Não possui incom-
Ponto de inchamento: 65ºC. patibilidades descritas.
Acondicionamento e Armazenamento: Em recipiente
hermeticamente fechado e acondicionar em local fresco Amido de trigo
e seco. Sinonímia: Tritici amylum, fécula de trigo.
Incompatibilidades: Não possui incompatibilidades Descrição: O amido de trigo é obtido do
descritas. Tritucum aestivum L. ou Tritucum vulgare
Villar (Fam. Gramíneas). Ao microscópio
Amido de batata apresenta-se como grãos grandes ou pe-
Sinonímia: Solani amylum, fécula de batata. quenos e raramente de tamanhos interme-
Descrição: O amido de batata é obtido dos tubérculos da diários. Os grãos grandes apresentam um
Solanum tuberosum L. (Fam. Solanáceas). Ao microscópio diâmetro entre 10 e 45µm, são discoidais
apresenta-se como grãos irregularmente ovóides que pos- ou algumas vezes reniformes quando vistos
sui um extremo mais estreito que o outro. Ocasionalmente, de frente. A linha central e as estrias são in-
podemos encontrar grãos compostos. Os grãos possuem visíveis ou apenas visíveis. Os grãos peque-
uma linha excêntrica e estrias concêntricas bem visíveis. nos são arredondados ou poliédricos.
Apresenta-se como um pó muito fino branco, inodoro, Apresenta-se como um pó muito fino
insípido. O amido de batata não deve conter glúten. branco, inodoro, insípido. O amido de tri-
Solubilidade: é insolúvel em água fria e etanol. go não deve conter glúten.
pH: uma suspensão aquosa com amido de batata apre- Solubilidade: é insolúvel em água fria e
senta pH entre 5,0 e 8,0. etanol.
Ponto de gelificação: 72°C. pH: uma suspensão aquosa com amido
Ponto de inchamento: 64°C. de batata apresenta pH entre 4,5 e 7,0.
Acondicionamento e Armazenamento: Em recipiente Ponto de gelificação: 63°C.

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Tabela 1: Usos e concentrações da celulose microcristalina DAS DIARR£IAS UTILIZADO POR VIA ORAL COMO UMA SOLU½áO
Uso Concentração MUCILAGINOSA › UTILIZADO COMO LUBRIlCANTE DILUENTE E
Adsorvente 20-90 DESAGREGANTEDECÕPSULASECOMPRIMIDOS ASSIMCOMOPARA
Lubrificante 5-20 REVESTIMENTODECOMPRIMIDOS
Diluente em cápsulas 20-90 %FEITOSSECUNDÕRIOS$OSESELEVADASPORVIAORALPODEM
Desagregante em comprimidos 5-15 SERPREJUDICIAISDEVIDOÍFORMA½áODECÕLCULOSDEAMIDOE
Diluente em comprimidos 20-90
POSS¤VELOBSTRU½áODOINTESTINO
)NCOMPATIBILIDADES .áO POSSUI INCOMPATIBILIDADES
0ONTODEINCHAMENTO—# DESCRITAS
!CONDICIONAMENTO E !RMAZENAMENTO
!RMAZENAREMRECIPIENTEHERMETICAMENTE Amido pré-gelatinizado, NF
FECHADO E ACONDICIONAR EM LOCAL FRESCO E 3INON¤MIA!MIDOCOMPRESS¤VEL F£CULAPR£ GELIlCADA
SECO $ESCRI½áO/AMIDOPR£ GELATINIZADO;#(/ N ONDE
)NCOMPATIBILIDADES%LENáOPOSSUIIN NA =£UMAMIDOQUEFOIPROCESSADOQUIMICA
COMPATIBILIDADESDESCRITAS MENTEOUMECANICAMENTEPARARUPTURATOTALOUPARCIALDE
SEUSGRºNULOSNAPRESEN½ADEÕGUAESUBSEQÓENTEPROCESSO
Amido, NF DESECAGEM!FARMACOP£IABRITºNICA"0 ESPECIlCA
/ AMIDO ;#(/ N ONDE N  QUEDEVESERUTILIZADOOAMIDODEMILHO MASAFARMACO
= CONSISTE DE GRºNULOS SEPARADOS DOS P£IA AMERICANA 530 NáO ESPECIlCA A ORIGEM BOTºNICA
GRáOSMADUROSDEMILHO TRIGO TUB£RCULOS DOAMIDO'ERALMENTECONT£MDEAMILOSELIVRE 
OU TAPIOCA / AMIDO OBTIDO DE DIFERENTES DEAMILOPECTINALIVREEDEAMIDONáOMODIlCADO/
FONTES VEGETAIS PODE NáO APRESENTAR PRO AMIDOPR£ GELATINIZADOSEAPRESENTANAFORMADEP˜BRAN
PRIEDADESIDãNTICASEMRELA½áOAOSEUUSO COOUESBRANQUI½ADO MODERADAMENTEÕSPEROAlNO QUASE
EMPRODUTOSFARMACãUTICOSPORTANTO UM INODOROEPOSSUIUMLEVESABORCARACTER¤STICO›INSOL¢VEL
DETERMINADO TIPO DE AMIDO NáO DEVE SER EM ÕLCOOL E POUCO SOL¢VEL A SOL¢VEL EM ÕGUA FRIA › DIS
SUBSTITU¤DO POR OUTRO A MENOS QUE TENHA PERS¤VELEMÕGUAFRIA0RATICAMENTEINSOL¢VELEMSOLVENTES
SIDO DEMONSTRADO QUE ELE APRESENTA UM ORGºNICOS
DESEMPENHO EQUIVALENTE 0OR EXEMPLO O P(UMADISPERSáOAQUOSACOMDEAMIDOPR£ GELA
AMIDODEMILHOCONT£MAPROXIMADAMENTE TINIZADOAPRESENTAP(ENTRE E 
 DE AMILOSE O AMIDO DE BATATA CERCA !CONDICIONAMENTOE!RMAZENAMENTO!RMAZENAR EM
DEEOAMIDODETAPIOCACERCADE RECIPIENTE HERMETICAMENTE FECHADO E ACONDICIONAR EM
ESTASDIFEREN½ASRESULTAMEMPROPRIEDADES LOCALFRESCOESECO
F¤SICAS DIFERENTES / AMIDO GERALMENTE SE 5SOSTERAPãUTICOS›UTILIZADOCOMODILUENTEEDESAGRE
APRESENTACOMOUMAMASSABRANCAIRREGU GANTEDECÕPSULASECOMPRIMIDOS ASSIMCOMOPARAREVES
LAREANGULAROUCOMOUMP˜lNO›INODO TIMENTODECOMPRIMIDOS›UTILIZADOCOMOEXCIPIENTEEM
ROEPOSSUIUMLEVESABORCARACTER¤STICO FORMULA½µESPEDIÕTRICAS
.OSEUR˜TULODEVEESTARINDICADAAFONTE %FEITOSSECUNDÕRIOS$OSESELEVADASPORVIAORALPODEM
VEGETAL DA QUAL FOI EXTRA¤DO / AMIDO DE SERPREJUDICIAISDEVIDOÍFORMA½áODECÕLCULOSDEAMIDOE
MILHO TAMB£M £ CONHECIDO COMO h-AI POSS¤VELOBSTRU½áODOINTESTINO
ZENA®v E O AMIDO DE TAPIOCA TAMB£M £ )NCOMPATIBILIDADES%LENáOPOSSUIINCOMPATIBILIDADES
CONHECIDOCOMOAMIDODEMANDIOCA DESCRITAS
!CONDICIONAMENTO E !RMAZENAMENTO
$EVE SER ACONDICIONADO EM RECIPIENTE Celulose microcristalina
HERMETICAMENTEFECHADOEARMAZENADOEM ! CELULOSE MICROCRISTALINA £ OBTIDA ATRAV£S DA HIDR˜LISE
LUGARFRESCOESECO CONTROLADADAALFA CELULOSEEMPRESEN½ADEÕCIDOSMINERAIS
5SOS TERAPãUTICOS !PRESENTA PROPRIE DILU¤DOS EMPOLPASDEMATERIAISDEPLANTASlBROSAS!P˜SA
DADES ABSORVENTES E EMOLIENTES UTILIZADO HIDR˜LISE AHIDROCELULOSE£PURIlCADAATRAV£SDElLTRA½áO O
PORVIAT˜PICAEMP˜S POMADASEENEMAS lLTRADO£SECOPELOPROCESSODEhSPRAY DRYINGvEPART¤CULAS
› ADMINISTRADO EM CASOS DE INTOXICA½áO POROSAS SáO FORMADAS ! CELULOSE MICROCRISTALINA PURIl
PORIODONAFORMADEMUCILAGEMDEAMI CADA £ARESULTADODADEPOLIMERIZA½áOPARCIALDACELULOSE
DO4AMB£M£EMPREGADONAPREVEN½áOE #ONT£MNOM¤NIMOENOMÕXIMODECELULOSE
NOTRATAMENTODADESIDRATA½áODECORRENTE CALCULADANABASESECA

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matérias-primas

Tabela 2: Algumas apresentações comerciais e características farmcêuticas da melulose microcristalina5

Denominação e funções Tamanho nominal Densidade Tamanho Quantidade


da partícula (µm) aparente (g/mL) da malha retida (%)

Avicel PH 101 50 0,28 60 ≤1,0


Aglutinante universal e auxiliar de desintegração. 200 ≤30,0

Avicel PH 102 100 0,30 60 ≤8,0


Aglutinante universal. Melhora a fluidez. possui capacidade de absor- 200 ≥45,0
ção de óleos.

Avicel PH 103 50 0,28 60 ≤1,0


Baixo teor de umidade para substâncias ativas sensíveis a umidade. 200 ≤30,0

Avicel PH 105 20 0,25 400 ≤1,0


Boa aglutinação em fórmulas altamente ativas e equipamentos auto-
máticos para cápsulas.

Avicel PH 112 100 0,30 60 ≤8,0


Direta compressão de comprimidos ou compactação em rolos de pro- 200 ≥45,0
dutos sensíveis à umidade.

Avicel PH 200 180 0,30 60 ≥10,0


Reduz a variação do peso do comprimido. Fluxo constante em função 100 ≥50,0
do tamanho da partículas Maior uniformidade do produto .

Emcocel 50M 51 60 ≤0,25


200 ≤30,0

Emcocel 50M 91 60 ≤8,0


200 ≥45,0

Vivacel 101 50 50 ≥35,0


150 ≤10,0

Vivacel 102 100 50 ≥50,0


150 ≤30,0

Vivacel 12 180 50 ≥70,0


150 ≤1,0

Vivacel 20 20 50 ≥2,0
150 ≤0,1

Avicel®: FMC Corporation - Emcocel®: Edward Mendell Co Inc. - Vivacel®: J.tettenmaier & Sohne GmbH

!PRESENTA SECOMOUMP˜CRISTALINOCOMPOSTOPORPAR &˜RMULAMOLECULAR#(/ N N^


T¤CULASPOROSAS INS¤PIDO INODORO 0ESOMOLECULAR^
! CELULOSE MICROCRISTALINA £ UTILIZADA EM PRODUTOS FAR 3OLUBILIDADE!CELULOSEMICROCRISTALINA
MACãUTICOSPRINCIPALMENTECOMODILUENTEEMFORMULA½µES £ PRATICAMENTE INSOL¢VEL EM ÕGUA ÕCIDOS
DECOMPRIMIDOSECÕPSULAS NOSPROCESSOSDECOMPRESSáO DILU¤DOSENAMAIORIADOSSOLVENTESORGºNI
DIRETA E VIA GRANULA½áO !PRESENTA TAMB£M PROPRIEDADES COSPOUCOSOL¢VELEMSOLU½áOCOMDE
COMOLUBRIFANTEEDESAGREGANTE!TABELAILUSTRAASDIFE HIDR˜XIDODES˜DIO
RENTESUTILIZA½µESDACELULOSEMICROCRISTALINAERESPECTIVAS P( 5MA DISPERSáO COM  DE CELULOSE
CONCENTRA½µES %STÕ DISPON¤VEL COMERCIALMENTE EM DIFE MICROCRISTALINAAPRESENTAP(ENTRE E 
RENTES TAMANHOS DE PART¤CULAS QUE DIFEREM EM SUA PRO !CONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO
PRIEDADES E APLICA½µES ! TABELA  RELACIONA AS DIFERENTES $EVESERARMAZENADAEMRECIPIENTESHERME
APRESENTA½µESERESPECTIVASPROPRIEDADES TICAMENTEFECHADOSEEMLUGARSECOEFRESCO
!CELULOSEMICROCRISTALINATAMB£M£UTILIZADAEMPRODU 3EGURAN½A ! CELULOSE MICROCRISTALINA
TOSALIMENT¤CIOSECOSM£TICOS!CELULOSEMICROCRISTALINA£ £ UTILIZADA EM FORMULA½µES FARMACãUTICAS
ESTÕVEL POR£M HIGROSC˜PICA DE USO ORAL E EM PRODUTOS ALIMENT¤CIOS
3INON¤MIA !VICEL® CELULOSE GEL CELULOSE CRISTALINA SENDOCONSIDERADAUMCOMPONENTEAT˜XICO
%® %MCOCEL® &IBROCEL® 4ABULOSE® 6IVACEL® ENáO IRRITANTE

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matérias-primas

Após a administração oral é absorvida Uso terapêutico: A lactose é um carboidrato compo-


por via sistêmica e possui baixo potencial nente do leite, menos doce que a sacarose. É utilizada em
tóxico. Entretanto, se ingerido em grandes alimentos infantis para ajustar o conteúdo de carboidratos
quantidades, pode produzir um efeito la- do leite de vaca diluída próximo ao leite humano, mas não
xante, que pode ocorrer quanto é utilizada deve se empregada em excesso devido sua ação laxante e
como excipiente em cápsulas. provoca fezes ácidas.
O abuso deliberado por via injetável ou Devido a ser pouco higroscópica, é bom agente deslizan-
inalatória de formulações contendo celulo- te e com volume constante (característica importante para
se pode resultar na formação de granulo- a determinação do volume aparente em mistura de pós), é
mas celulósicos. utilizada como excipiente, diluente na preparação de com-
Segurança durante a manipulação: A primidos, cápsulas é pós.
celulose microcristalina pode ser irritante Pelo processo de fermentação, produz ácido láctico utili-
para os olhos. Duante a manipulação deste zado na área alimentícia.
componente deve ser utilizado luvas, ócu- É empregada também como componente de meios de
los de proteção e máscara. cultura para a produção de antibióticos.
Incompatibilidades: A celulose mi-
crocristalina é incompatível com agentes Lactose anidra, NF
oxidantes fortes. A lactose (açúcar do leite, saccharum lactis, C12H22O11,
PM 342,3) está disponível primariamente como beta-lac-
Lactose tose ou uma mistura de alfa-lactose e beta-lactose. Apre-
Açúcar do leite, lactina, lactol, lactobiose. senta-se na forma de pó branco ou esbranquiçado que é
A lactose é um dissacarideo natural, obtido facilmente solúvel em água (1 g em 5 mL) e praticamente
do soro do leite, sendo composto por uma insolúvel em álcool.
molécula de glicose e uma molécula de
galactose. Lactose monohidratada, NF
Dependendo do processo de cristaliza- A lactose monohidratada (C12H22O11 . H2O, PM 360,31) é
ção e dessecação empregada é encontrada amplamente utilizada como um agente de preenchimento
em diversas formas. Pode ser cristalina ou diluente para cápsulas, comprimidos, fórmulas para
ou amorfa, variar as quantidades de alfa e bebês e produtos liofilizados. Ela está disponível em di-
beta-lactose e seus estados de hidratação. ferentes graus com variações na suas propriedades físicas
Pode ocorrer em três formas: alfa-mo- como: tamanho das partículas e características reológicas.
nohidratada, alfa-anidra e beta-anidra. A A forma farmacêutica a ser preparada determina o tipo de
lactose alfa-monohidratada é a mais am- lactose que será utilizado. A lactose se apresenta na forma
plamente utilizada. de um pó branco de fácil escoamento, que é facilmente
Apresenta-se como cristais brancos ou solúvel em água (1 g em 4,63 mL) e praticamente insolú-
aglomerados cristalinos, esbranquiçados, vel em álcool. É inodora e possui sabor ligeiramente doce.
ou pó cristalino branco. Possui sabor le- Seu rótulo deve conter informações sobre o tamanho das
vemente adocicado. É estável ao ar, mas partículas, se modificado, ele deve indicar o método de
absorve rapidamente odores ambientais. modificação.
Sinonímia: Lactosum, Saccharum lactis, Incompatibilidades: Reage com compostos contendo gru-
Forma molecular: C12H22O11 pamentos amino primário, como mazindol, anfepramona,
Peso molecular: 342,3 (forma anidra). femproporex, aminofilina, fluoxetina, sertralina, imipramina,
Solubilidade: Um grama é solúvel em amitriptilina, clomipramina, nortriptilina, nicotinamida,
5 mL de água fria; em cerca de 2,6 mL de água hidralazina e aminoácidos, o que resulta em produtos de cor
fervente; é praticamente insolúvel em etanol amarronzada, devido à condensação do tipo Maillard. Reage
96%. É insolúvel em éter e clorofórmio. também com compostos contendo arsênico e trinitrato de
pH: Uma solução 10% (p/v) apresenta glicerila, e produz produtos de cor escura.
um valor de pH entre 4,0 e 6,5. Em presença de cloratos e outros oxidantes pode pro-
Acondicionamento e armazenamento: duzir explosões. A lactose anidra apresenta a vantagem
Deve ser armazenada em recipientes her- sobre a lactose hidratada por não sofrer a condensação de
meticamente fechados e em lugar seco e Maillard. A forma anidra tem, no entanto, a desvantagem
fresco. de reter água quando exposta a elevadas.1

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matérias-primas

A lactose é contra-indicada para pacientes galactosemia, 7. Lordi NG, Rowley G. Pregelatinized Starch .
síndrome de má absorção de glicose e galactose, com de- ln Kibbe AH (ed). Handbook of Pharmaceutical
ficiência da enzima lactase, que ocasiona uma intolerância Excipients, ed 3. Washington, DC, American
à lactose, caracterizada por dores abdominais, diarréia e Pharmaceutical Association, 2000.
flatulência. 8. Monografias Farmacêuticas. Colégio Oficial
Deve ser utilizado em pequena quantidade - ou even- de Farmacêuticos de lá provincia do Alican-
tualmente ser suprimido - em formulações farmacêuticas te,1998.
para pacientes diabéticos ou com intolerância à lactose.
SAIBA MAIS
LEITURA RECOMENDADA
FARMACOTÉCNICA DE CÁPSULAS
1. Prista, Nogueira, L. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica. Educação continuada à distância Rx
Vol. II. 3ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1981. www.rxonline.com.br
2. Farmacopéia Brasileira, 4a. Edição, São Paulo, Atheneu
Editora, 1988. CURSOS RELACIONADOS

3.United States Pharmacopeia XXIV/National Formulary 19. Como Escolher Excipientes para Cápsulas: clas-
Rockville, MD, U.S. Pharmacopeial Convention, Inc., 1999. sificação biofarmacêutica
4. Goodhart FW. Lactose monohydrate. ln Kibbe AH (ed). Han- Local: São Paulo - SP - Data: 14/03/2007
dbook of Pharmaceutical Excipients, ed 3. Washington, DC,
Farmacotécnica de Cápsulas para Técnicos em
American Pharmaceutical Association, 2000.
Manipulação Farmacêutica
5. Mathur L. Microcrystalline Cellulose. ln Kibbe AH (ed). Han- Local: São Paulo - SP - Data: 26/03/2007
dbook of Pharmaceutical Excipients, ed 3. Washington, DC,
American Pharmaceutical Association, 2000.
LIVROS RELACIONADOS
6. Farhadieh B. Starch. ln Kibbe AH (ed). Handbook of Pharma-
Secumdem Artem: Informações Téncicas para
ceutical Excipients, ed 3. Washington, DC, American Pharma- farmcêuticos Magistrais.
ceutical Association, 2000, Rx Editora - www.rxonline.com.br

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dermocosmética
farmacotécnica

Proteção Solar
Aspectos relativos à Segurança e Eficácia
Wânia Martins
Química - WM Representações
Natal - Brasil

Introdução Radiação solar


.O "RASIL E EM OUTROS PA¤SEShENSOLARADOSv CULTUA SE O ! RADIA½áO SOLAR £ COMPOSTA PELO INFRA
BRONZEADO MASNEMSEMPREELE£OBTIDODEFORMASEGURA VERMELHO ESPECTRO VIS¤VEL E ULTRAVIOLETA
E ElCAZ APESAR DAS CAMPANHAS DE PREVEN½áO REALIZADAS %STA ¢LTIMA FAIXA £ PODE SER DIVIDIDA EM
PELA3"$3OCIEDADE"RASILEIRADE$ERMATOLOGIA EPELOS  FAIXAS DE COMPRIMENTO DE ONDA 56#
FABRICANTESDEPROTETORESSOLARES 56"E56!
/FARMACãUTICO UMAVEZQUEESTÕSEMPREDISPON¤VELNAS s )NFRAVERMELHO  NM  #OR
DROGARIAS E FARMÕCIAS DE MANIPULA½áO TEM PAPEL FUNDA RESPONDE A  DA ENERGIA ELETROMAGN£
MENTAL NO ESCLARECIMENTO DE D¢VIDAS DA POPULA½áO EM TICA QUE CHEGA Í 4ERRA £ RESPONSÕVEL PELO
GERAL AQUECIMENTO TERRESTRE ! A½áO PROLONGADA
3ABE SE QUE A RADIA½áO SOLAR PRODUZ EFEITOS BEN£lCOS AO CALOR PODE PROVOCAR S£RIOS EFEITOS SE
E DANOSOS Í PELE $ENTRE OS BENEF¤CIOS PODEMOS CITAR A CUNDÕRIOS
FORMA½áO DA VITAMINA $ QUE lXA O CÕLCIO NOS OSSOS s ,UZ 6IS¤VEL  NM  #ORRESPON
COMBATENDO O RAQUITISMO E A OSTEOPOROSE E A A½áO ANTI DE A  DA ENERGIA ELETROMAGN£TICA QUE
DEPRESSIVA 1UANTO AOS EFEITOS DANOSOS PODEMOS CITAR O CHEGA Í 4ERRA ! PARTE VIS¤VEL DO ESPECTRO
ENVELHECIMENTOPRECOCEDAPELE SURGIMENTODEMANCHAS SOLAR PODE SER NOCIVA ÍS C£LULAS 4EM UM
E EMCASOSMAISGRAVES OCºNCERDEPELE PAPELCOADJUVANTENOFOTO ENVELHECIMENTO
CUTºNEO
O sol e a manutenção da vida do planeta s2AIOS56# NM 3áOABSORVI
/3OL£AESTRELAMAISPR˜XIMADEN˜S SENDORESPONSÕVEL DOSPELACAMADADEOZ¯NIOANTESDECHEGAR
PELOSUPRIMENTODEENERGIADAMAIORIADOSPLANETAS!L£M Í4ERRA
DE SER RESPONSÕVEL PELA MANUTEN½áO DA VIDA NA 4ERRA A s 2ADIA½áO 56"   NM  #ORRES
RADIA½áOSOLARCONSTITUI SENUMAINESGOTÕVELFONTEENERG£ PONDE A   DA ENERGIA ELETROMAGN£TICA
TICA HAVENDOUMENORMEPOTENCIALDEUTILIZA½áOPORMEIO QUE CHEGA NA 4ERRA0OSSUI UMA INTENSA
DE SISTEMAS DE CAPTA½áO E CONVERSáO EM OUTRA FORMA DE ATIVIDADElSIO PATOL˜GICASOBREAPELE PRO
ENERGIAT£RMICA EL£TRICAETC  DUZINDO REA½µES AGUDAS COMO O ERITEMA

22 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


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dermocosmética

solar (vermelhidão) até a queimadura solar, pigmentação Filtros solares


da pele e imunossupressão do sistema imunológico,(ou São substâncias aplicadas sobre a pele e
seja, diminuição da resistência e portanto da defesa contra que protegem a mesma contra a ação dos
infecções locais e sistêmicas. As lesões crônicas têm aspec- raios ultravioleta do sol. Podem ser químicos
tos clínicos muito variados, traduzidos pelo fotoenvelhe- (absorvem os raios UV) ou físicos (refletem
cimento e, principalmente, pela ocorrência de cânceres os raios UV). É comum a associação de
cutâneos. filtros químicos e físicos para se obter um
• Radiação UVA (320-400nm): Corresponde a 4,9% da filtro solar de FPS mais alto. Não existe filtro
energia eletromagnética que chega à Terra e pode ser clas- químico eficiente para todo o espectro dos
sificada em UVA2 (de 320 - 340nm) que é mais eritematosa UV. No mercado, existem diversos produtos
e o UVA1 (340-400nm). Na pele, a radiação UVA é de 800 pré-formulados em associação, entre eles
a 1000 vezes menos ativa que a UVB. Porém, pelas suas destacamos a linha Beracare.
características físicas, o UVA penetra mais profundamente, Os filtros físicos são bloqueadores que
provocando danos principalmente na derme. Seus efeitos vêm sendo usados cada vez mais freqüen-
biológicos são acumulativos (efeitos de longo prazo), sen- temente. Sua popularidade provém do fato
do a principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Tem de não serem tóxicos, além de muitos efi-
importante participação nas fotoalergias e também predis- cazes na proteção contra os UVA. As duas
põe a pele ao surgimento do câncer. O UVA também está partículas mais usadas e aprovadas, tanto
presente nas câmaras de bronzeamento artificial, em doses nos Estados Unidos quanto no Japão ou na
mais altas do que na radiação proveniente do sol. Europa, são o dióxido de titânio (TiO2) e o
dióxido de zinco (ZnO).
Exposição à luz solar
Os raios solares atingem a nossa pele por ação linear di- Veículo
reta, através da difusão dos raios pela atmosfera e através Os aspectos físicos da aplicação de um
da reflexão dos mesmos. A exposição solar continuada protetor solar merecem uma análise crítica.
promove um espessamento de todas as camadas da epi- As características de espalhamento sobre a
derme (camada mais superficial da pele), com exceção da pele de uma emulsão fotoprotetora são im-
camada basal, na qual os melanócitos (células que contém portantes, tanto do ponto de vista sensorial
pigmentos que dão coloração à pele) tornam-se mais ati- como da eficácia e alguns pontos devem ser
vos. A exposição crônica aos raios solares, especialmente levados em consideração:
de indivíduos de pele clara, provoca não somente envelhe- 1) O protetor solar deve ficar na su-
cimento prematuro e acentuado, como também lesões pré- perfície da pele uma vez que é ali que
malignas (pré-cancerosas) e malignas (cancerosas). Dos deve agir. Desta maneira, além de maior
tumores cutâneos, o melanoma é o que mais preocupa, eficácia teremos um produto cuja chance
por sua peculiar capacidade de metástese, mesmo quando de causar uma reação irritativa à pele é
a lesão é ainda pequena. reduzida. Filtros químicos encapsulados
- como o Silasoma - em diversos veículos
O papel da farmácia de manipulação suprem esta necessidade. O uso de filtros
Atualmente o farmacêutico tem à sua disposição um físicos é uma outra opção, uma vez que
grande número de matérias-primas para a preparação de estes não são absorvidos e são totalmente
protetores solares seguros (do ponto de vista clínico), efi- inócuos, podendo ser usados por gestan-
cazes e com ótima relação custo- benefício porém, isto não tes, crianças e pessoas com pele sensível.
significa que o trabalho seja fácil. Protetores solares são 2) Para garantir o valor de FPS decla-
produtos usados em condições bastante rigorosas e envol- rado na embalagem é importante que
vem a irritação da pele pela exposição ao sol. Também não o usuário consiga aplicar o produto
podemos esquecer que o protetor (produto em si) ficará de maneira adequada sobre a pele. São
exposto grande parte do tempo sob condições severas de opções disponíveis: ésteres emolientes
temperatura, que podem ocasionar uma série de proble- com toque aveludado e silicones modi-
mas tais como: separação de fases,oxidação de fragrância e ficados que melhoram a espalhabilidade
contaminação microbiológica (devido ao “ abre-fecha” do e diminuem a pegajosidade durante a
frasco para as devidas reaplicações ). aplicação; silicones voláteis que propor-

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farmacotécnica

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fotoproteção

cionam secagem rápida; modificadores de emulsificação e durante o resfriamento do produto de-


de “sensorial” tais como nitreto de boro vem ser levados em consideração.
e polimetacrilatos, por exemplo.
3) Muitos consumidores preferem pro- Fototoprotetor aditivado???
dutos com sensorial “oil free” (livre de Até há alguns anos atrás os protetores solares cumpriam
hidrocarbonetos: parafina, vaselina, óleo o que prometiam, ou seja, protegiam contra os malefícios
mineral). Para suprir esta demanda po- do sol. Atualmente, fazem mais do que isto pois aliam pro-
límeros acrílicos com ligações cruzadas teção solar à prevenção de danos actínicos. Para exemplifi-
(“crosslinkados”), derivados de celulose e car citamos o RonaCare® (ação imunoprotetora e inibidor
poliacrilatos estão disponíveis, permitindo da formação de “Sun Burn Cells”), o Bioprotectyl (antioxi-
a preparação de produtos à frio e melho- dante natural), o Glycofilm (proteção com efeito segunda
rando a relação custo-benefício. pele), entre outros
4) Emulsões A/O ( água em óleo) são
muito eficientes no caso de protetores Conclusão
solares, pois diminuem a sensação de Opções para a elaboração de produtos seguros e eficazes
ressecamento, auxiliam no efeito de não faltam no mercado e os consumidores esperam com-
resistência à água e na redução da per- binações inovadoras de desempenho e estética. Compar-
da transepidérmica de água (“TEWL” tilhar conhecimento e experiências práticas é o caminho
– Transepidermical Water Loss) . Apesar a ser seguido por formuladores, fornecedores de insumos
das vantagens citadas acima, este tipo de e médicos dermatologistas, para a concepção de produtos
preparação não agrada ao consumidor adequados às necessidades do consumidor final. E estas
devido ao sensorial “oleoso”. Uma opção necessidades podem ser levantadas pelo farmacêutico,
à este tipo de emulsão são as emulsões que está ali, diariamente em contato com os clientes e
Sillicone em água (S/A), que por si só pacientes. Além disso, o farmacêutico ainda tem um outro
formam um filme hidro-repelente, pos- importante papel:esclarecer o assunto para sua clientela e
suem sensorial aveludado e boa espalha- garantir uma proteção segura e eficaz.
bilidade ( graças ao silicone) e podem ser
preparadas à frio, economizando tempo
de processo.1 LEITURA RECOMENDADA
5) O mercado pede produtos que sejam 1. LULLMANN H, MOHR K. Farmacologia - Texto e Atlas- Quarta
Edição. São Paulo: Artmed ,2004, p. 272.
resistentes à água e ao suor. Já consoli- CAMPBELL MK. Bioquímica Terceira edição. São Paulo: Artmed,
dados no mercado, os copolímeros de 2003, p. 386
PVP são produtos com ação formadora 2. SVARNEY PB. Science Desk Refernce –New York: Macmillan,
1995 p.319,422
de filme, estáveis em ampla faixa de pH,
3. Informativos técnicos das empresas Ciba, Chemyunion, ISP
não comedogênicos e compatíveis com 4. Literatura do produto Shin-etsu – High Chem
sistemas aniônicos, catiônicos e não iôni- 5. Dossiê técnico do produto Ectoin – Merck
cos. Mais recentemente os perfluoréteres
- que são agentes filmógenos totalmente SITES INTERESSANTES
insolúveis em água e na maioria dos • http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=21
solventes cosméticos com propriedades • http://www.ambiente.sp.gov.br/prozonesp/Oz0601c.htm
hidro e liporrepelentes - permitem o pre- • http://www.revistamedicaanacosta.com.br/9(1)/artigo_3.htm
paro de formulações resistentes à água • http://www.quimica.com.br/revista/qd437/fce3.htm
e à transpiração, sem alterar as funções • http://www.dermatologia.net/
fisiológicas normais da pele.
Em termos de veículo é importante sa- PRODUTOS INOVADORES EM FOTOPROTEÇÃO
lientar que a técnica de preparação do pro- Filtros solares encapsulados sem efeito estrogênico
duto, a formação da micela e o tamanho http://www.attivosmagisttrais.com.br/silasoma
da mesma são muito importantes para se
obter o FPS desejado. De um modo geral, Filtros solares de fácil incorporação
http://www.opcaofenix.com.br
quanto menor for o tamanho das gotículas,
maior será o FPS. O aquecimento correto, a Produtos complementares à fotoproteção
velocidade da agitação durante o processo http://www.galena.com.br
istockphoto

26 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


operações unitárias

www.rxonline.com.br Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 27


controle

Densidade absoluta,
relativa ou aparente?
Qual é a ideal para a sua necessidade?

Introdução CONHECIDO GERALMENTE UMA PROVETA! RELA½áO ENTRE ESTA


$ENSIDADE£UMTERMOASSOCIADOÍRELA½áOEXISTENTEEN MASSAEOVOLUME£CHAMADADEDENSIDADEAPARENTE%SSA
TREUMAGRANDEZAEOESPA½OOUVOLUMEQUEELAOCUPA MEDI½áO NáO £ A DENSIDADE REAL DA SUBSTºNCIA PORQUE SE
!DENSIDADE SEGUNDOOSISTEMAINTERNACIONAL £EXPRESSA CONTAOVOLUMETOTALDOARCONTIDONOSESPA½OSVAZIOSEN
POR QUILOGRAMA POR METRO C¢BICO KGM E MUITO UTILI TREASPART¤CULAS
ZADAEMGRAMAPORCENT¤METROC¢BICOGCM OUGRAMAS 0ARAEFETUARUMADETERMINA½áOPRECISADADENSIDADEDE
PORMILITROGML %XISTEMTRãSTIPOSDEDENSIDADEAABSO UMAAMOSTRASERIANECESSÕRIOEXECUTARESTALEITURANOVÕ
LUTA ARELATIVAEAAPARENTE CUODIF¤CILNAPRÕTICA 
$ENSIDADEABSOLUTAOUMASSAESPEC¤lCA£UMAPROPRIEDA
DEF¤SICAOBTIDAPELOQUOCIENTEENTREAMASSAEOVOLUMEDO Algumas aplicações
CORPODMV QUANDOAMEDI½áO£REALIZADANOVÕCUO ! DENSIDADE £ UMA DAS ANÕLISES F¤SICO QU¤MICAS PARA A
ELIMINANDOOEFEITODOEMPUXODOAR VERIlCA½áODACONFORMIDADECOMESPECIlCA½µESPR£ ESTA
!DENSIDADERELATIVAPODESEROBTIDAPELOQUOCIENTEEN BELECIDAS›MUITOUTILIZADANAANÕLISEDECONTROLEDEQUALI
TREAMASSAESPEC¤lCADESSEMATERIALEAMASSAESPEC¤lCADE DADEEMMEDICAMENTOS COSM£TICOS ALIMENTOSEBEBIDAS
UMPADRáO$EMODOGERAL OPADRáOUTILIZADO£ADENSIDA 0ARA ANÕLISES EM LEITE A DENSIDADE £ DIRETAMENTE RELA
DEABSOLUTADAÕGUA QUE£IGUALAGCMÍ—# CIONADAAOTEORDEGORDURAAPRESENTANDOMAIORDENSIDADE
!DENSIDADEAPARENTE£AMEDI½áOCONSIDERANDOOEFEITO QUANTOMAIORTEORDEGORDURA5MEXEMPLOCLÕSSICOTAM
DO EMPUXO DO AR OU SEJA PESA SE NO AMBIENTE SEM NE B£M£ADETERMINA½áODAPORCENTAGEMDEÕLCOOLEMUMA
NHUMACONDI½áOESPECIALCOMONOCASODAABSOLUTAQUE MISTURAÕLCOOLÕGUA%STADETERMINA½áO£USUALMENTEFEITA
£REALIZADANOVÕCUO !DIFEREN½A APESARDEDESPREZ¤VEL£ ATRAV£SDADENSIDADE
DEVIDO A PERDA APARENTE DE MASSA DECORRENTE DAS mUTUA
½µESDOAR!INDAHÕSITUA½µESEMQUEOTERMOhDENSIDADE Tecnologias
APARENTEv£UTILIZADOPARASEEXPRESSARADENSIDADEDES˜LI .OSLABORAT˜RIOS VÕRIOSTIPOSDEAPARELHOSSáOUSADOSPARA
DOSQUANDOEMPART¤CULAS UTILIZANDODEUMACERTA MEDIR A DENSIDADE DE L¤QUIDOS BALAN½A HIDROSTÕTICA
QUANTIDADEDEMASSASOBREUMRECIPIENTEDEVOLUME DENS¤METROSDIGITAIS PICNOMETROSEHIDR¯METROS

28 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


controle

Hidrômetros O equipamento possui um tubo capilar ter-


Os hidrômetros são dispositivos bem minado por funil. Nesse tubo existe um traço
simples e baseados no Princípio de Arqui- para referência. Encha o aparelho com o líqui-
medes. do (cuja densidade se quer medir) até o traço
O Princípio de Arquimedes pode ser de referência e pese o conjunto. Faça o mesmo
enunciado da seguinte maneira: “um fluí- com água destilada e verifique se é necessário
do em equilíbrio age sobre um corpo nele colocar pesos para que o equilíbrio se restabe-
imerso (parcial ou totalmente) com uma leça. Para obter a densidade basta dividir os
força vertical orientada de baixo para cima dois pesos determinados.
- denominada empuxo - aplicada no centro
de gravidade do volume de fluído desloca- Equipamentos digitais
do, cuja intensidade é igual a do peso do Um recente lançamento no mercado para
volume deslocado”. medir densidade aparente é o Densímetro Figura 1: Representação
Os higrômetros consistem em um bul- Digital DSL950 Gehaka (figura 3), exclusiva- de um higrômetro
bo de vidro - contendo uma quantidade mente para a determinação da densidade em
determinada de algum material denso - líquidos. Além de maior facilidade de opera-
provido de uma haste totalmente fechada, ção tem o menor custo por medida compara-
dentro da qual há uma escala (figura 1). do a outros métodos.
A gravidade específica é medida quando O método é baseado no princípio de Ar-
o hidrômetro é mergulhado no líquido, quimedes. Pesa-se um corpo de volume co-
cuja gravidade específica se deseja deter- nhecido no ar e repete-se a pesagem, porém,
minar, e alguma das marcas da escala na submergindo o corpo no líquido que se deseja
haste coincide com o nível do líquido no conhecer a densidade, dividindo a diferença
qual o hidrômetro está imerso. de peso pelo volume resultando na densidade
Os hidrômetros são calibrados para uma aparente. O valor de densidade é determinado
única temperatura de referência e apresen- com cinco casas de precisão sendo possível a
tam uma grande variedade de escalas. conversão para o valor de concentração para
É até interessante notar que cada ramo aplicações com leite, sacarose e metanol. Ou-
tros produtos podem ser customizados. Figura 2: Representação
da indústria química desenvolveu a sua
de um picnômetro
própria escala a ser utilizada no hidrôme- É possível ajustar a precisão do instrumento
tro. Por exemplo, a indústria de cerveja e de três a cinco casas. Ao final de cada medida
fermentações utiliza a escala Brix, escala o DSL950 gera um relatório com todos os pa-
Baumé é utilizada para soluções, a escala râmetros da medida e os resultados obtidos,
Gay-Lussac é utilizada pela indústria alco- atendendo plenamente as Boas Práticas de
oleira e assim por diante. Na área farmcêu- Laboratório (GLP). Apesar do equipamento
tica, a escala mais utilizada é a g/mL. utilizar uma balança analítica para efetuar as
Existem ainda densímetros digitais que pesagens, a sua construção permite que seja
são medidores eletrônicos de líquidos. utilizado em qualquer ambiente.
Pequenas amostras (cerca de 1 mL) do Essa é uma tecnologia de medição rápida
líquido são inseridas em oscilador me- para atender as necessidades do mercado que
cânico. A densidade é determinada me- busca soluções rápidas, precisas e de melhor
dindo a freqüência de ressonância (que relação custo x benefício.
é função da densidade do material sem
a necessidade de determinar a massa e o
volume da amostra). Figura 3: Densímetro
SOBRE O AUTOR digital Gehaka DSL950
Picnômetros Daniela Soares
Outra forma de determinar a densidade é formada em engenharia de alimentos com
aparente de um líquido é com o uso de pic- mais de sete anos de experiência em vendas
técnicas de equipamentos analíticos e atual-
nômetros. Uma representação esquemática
mente é gerente de produtos da Gehaka.
pode ser vista na figura 2. e-mail: dsoares@gehaka.com.br

www.rxonline.com.br Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 29


marketing

Maravilhas
do Marketing
Magistral:
O paciente-cliente
Germano Hansen Jr. -UITASVEZESFICOIMAGINANDOOSETORMAGISTRALCOMO
Consultor, Profissional de Marketing UMAGALÕXIAFANTÕSTICAPERCORRENDOO5NIVERSOPULSANTE
Rx - São Paulo - Brasil
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#OMOTELESC˜PIODAIMAGINA½áOEOSRAIOSDARACIO
NALIDADECONSIGOVISUALIZARCIRCULANDONESSAGALÕXIA UM
COMETA MASNáOUMCOMETAQUALQUERESIMUMFE£RICO
B˜LIDO COM A CABE½A DOURADA ESPARGINDO L¤NGUAS DE
FOGO%ACAUDA5MAQUASEINFINITAEXTENSáODEMAT£RIA
BRILHANTEEMULTICOLORIDA
/LHANDO EXTASIADO ESSE ASTRO SEDUZIR TODAS AS LENTES
NELE DIRECIONADAS BUSCO COMPREENDER O QUE EFETIVA
MENTEELEREPRESENTANESSAGALÕXIA
% CONCLUO SEM NENHUMA D¢VIDA SEM QUALQUER IN
DECISáO O COMETA DELIRANTE £ O 0ACIENTE #LIENTE DO
MERCADOMAGISTRAL6AMOSENTáODESENVOLVERATESEPARA
CONFIRMARAAVALIA½áO
/ 0ACIENTE £ UMA PESSOA QUE PROCURA UM PROlSSIONAL
M£DICOPARAREVELARSEUSMALES SEUSPROBLEMASDESA¢DE
› PARA O M£DICO QUE ELE DESFILA SUAS QUEIXAS NEM
SEMPREL˜GICAS SUASDORESNEMSEMPRELOCALIZADAS SEUS
SOFRIMENTOSNEMSEMPREBEMMEDIDOS SUASEXPLICA½µES
E JUSTIFICATIVAS QUASE SEMPRE POUCO SUSTENTÕVEIS 3EJA
COMOFOR OV¤NCULO0ACIENTE -£DICO£ESTABELECIDO
/ShSEGREDOSvDEPATOLOGIASCOMUNSECOMPLEXASDES
VENDA SEENTREASPAREDESDOCONSULT˜RIO-UITASVEZES A
FAM¤LIA AMáE OESPOSONáOSABEMDAREALIDADEDAQUELA
INFEC½áO URINÕRIA DAQUELE FERIMENTO CURIOSO DAQUELE
MALESTARFORADEHORA MASO-£DICOSABE

30 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


www.rxonline.com.br Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 31
marketing

É assim que se cria um dos mais Seria proveitoso se pudessem obter esse equipamento
fortes e poderosos vínculos humanos: e então poderiam se extasiar também.
Médico-Paciente. É comum, tristemente comum, vermos atendentes de
Só que o Paciente precisa ir até uma farmácias de manipulação que mal conseguem ver o sol
farmácia de manipulação para que o e a lua e proprietários de farmácias de manipulação exi-
seu tratamento possa ser conhecido e gindo que elas identifiquem o cometa maravilhoso.
preparado de forma técnica adequada. Mas voltando ao Paciente-Cliente. Ele foi ao Médico e
Não há como fugir do triângulo: Médi- agora está ali, diante do Farmacêutico. E ele sabe que este é
co-Paciente-Farmacêutico. quem vai providenciar a transformação de nomes compli-
A única mudança nessa relação é que cados em remédios fáceis de tomar. E ele, Paciente-Cliente
o Paciente quando entra na farmácia, está predisposto a dar todas e quaisquer informações que
muda de denominação e passa a ser forem necessárias para que o resultado da relação Médico-
tratado de Cliente. Farmacêutico tenha o mais completo sucesso.
Mas esse Cliente é a mesma pessoa que Se este acontece, ele, Paciente-Cliente é quem vai sair
esteve no Médico. Portanto, o Cliente é o ganhando, é quem vai obter e comer o fruto do êxito, da
Paciente do Médico. saúde, da vida, sobretudo.
Podemos então aperfeiçoar e tornar Assim, quando um Paciente-Cliente adentra a porta
mais esclarecedora aquela relação huma- da farmácia, ou envia um fax, ou telefona, ou envia um
na que mencionamos acima: Médico-Pa- e-mail, enfim, se comunica, a farmácia de manipulação
ciente-Cliente-Farmacêutico. precisa lhe dar a atenção que ele teve do Médico, pois o
Em suma, o que parecia ser uma rela- que o ‘Paciente Cliente” na verdade quer, é sentir que
ção binômica fortíssima, na verdade é Médico e Farmacêutico são, irmanados, a sua equipe
uma relação trinômica poderosíssima. de saúde, são os seus defensores mágicos da vida e da
O Paciente-Cliente expõe sua vida e morte, os autênticos cavaleiros da ordem dos dons ma-
suas mais profundas intimidades para dois ravilhosos e do poder da cura.
profissionais que juntos restabelecem o seu Além de tudo, é uma experiência fascinante e inesquecí-
prazer de viver, ou pelo menos, a sua possi- vel ver e conversar com um ‘Paciente Cliente’. Ele fornece
bilidade de viver com mais qualidade. muitas informações preciosas sobre o Médico, a maneira
Sabemos que muitas farmácias de como este atua pessoal e profissionalmente, os produtos
manipulação não possuem telescópios e que prescreve, os que não prescreve, como conceitua a me-
portanto não conseguem ver esse cometa dicina, como enxerga as várias possibilidades terapêuticas,
espetacular. se é conservador, tradicionalista ou inovador.
A Indústria Farmacêutica não tem essa possibilidade
de enxergar o cometa esfuziante. O Paciente do Médi-
SAIBA MAIS co não formulador vai até a drogaria e sem dizer uma
CURSOS RELACIONADOS única palavra, recebe o produto da prateleira, paga e vai
embora. Não é Cliente, é apenas um comprador de um
Como transformar atendentes de farmácias de manipulação em produto pronto, que pode ser adquirido em qualquer
negociadores
Local: São Paulo - SP
uma das 55.000 drogarias no Brasil.
Paciente-Cliente só existe na Farmácia de Manipula-
A nova visitação médica: Teoria & Prática ção, nos dias atuais.
Local: São Paulo - SP
Temos que preservar esse cometa. Precisamos man-
Como Aumentar as Vendas de Manipulados
Local: São Paulo - SP ter o espaço sideral repleto desses astros maravilhosos.
Temos que fazer nossas atendentes os enxergarem, se
> Estes cursos serão ministrados em várias datas ao longo do nós mesmos não tivermos condições para isso. Se não
ano. Veja a melhor data para você em www.rxonline.com.br
conseguirmos, rapidamente acabaremos vivenciando
LIVROS apenas a relação triangular: Médico-Paciente-Com-
prador. E esta não é a relação válida para a farmácia de
Marketing Magistral manipulação.
Autor: Germano Hansen Jr.
Rx Editora Para esta, a única relação produtiva é:

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32 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


cálculos

Cálculos
envolvendo
concentraçoes
expressas em
milimols
Prof. Luiz Carlos da Silva, MSc
Maj. Farmacêutico - Hospital de Aeronáutica de São Paulo.
Prof. de Farmacotécnica - UMC e Uniban.

Em nosso último artigo, descrevemos alguns fármacos O mol de uma substância é representado pelo seu peso
cuja atividade boiológica não pode ser medida utilizan- molecular expresso em gramas.
do-se unidades usuais de concentração, mas através da Assim, 1 mol de HCl possui o peso molecular do HCl
comparação de sua atividade com padrões internacionais. expresso em gramas, ou seja 35,5 + 1 = 36,5 g. Desta for-
Citamos como exemplo, uma enzima proteolítica chamada ma, para preparar uma solução 1 Molar de HCl temos
papaína. A tabela 1 relaciona diversas substâncias cuja ati- que pesar 36,5 g de ácido clorídrico e diluir para 1 litro de
vidade biológica é expressa em unidades de potência. solução. Como o ácido clorídrico concentrado é comercia-
No caso da papaína frisamos que, para que ela exerça sua lizado na forma de solução devemos considerar a porcen-
atividade biológica, ela deve estar na forma reduzida, pois a tagem de HCl na solução concentrada ou trabalhar com
atividade biológica da forma oxidada é baixíssima. sua densidade específica.
Sugerimos a adição de um agente redutor (5mM de
cisteína) e de um agente quelante (2mM de EDTA) com Cálculo da quantidade de cisteína
o objetivo de: No nosso exemplo (5mM de cisteína) podemos utilizar
cisteína na forma de sal (cloridrato) ou na forma base (L-
1) reduzir o sitio ativo sulfidrílico da enzima e cisteína). Vale lembrar que a forma base é pouco solúvel
2) quelar metais pesados que podem estar presentes nos ve- em água e que a forma cloridrato acidifica o meio.
ículos utilizados (água, gel, pomada, etc) e catalisar reações Assim, a escolha da forma de cisteína a ser escolhida
de oxidação. depende das características da forma farmacêutica que
se deseja preparar. Vamos exemplificar utilizando a forma
A quantidade destes ativadores foi expressa em milimo- base que possui as seguintes características :
lar, que também não é uma unidade usual em farmácia.
O termo milimolar deriva da palavra molar e representa A) Fórmula molecular: C3H7NO2SH
a milésima parte de uma solução molar. B) Peso molecular: 121,16
O termo molar está relacionado à molaridade que
também é uma forma de expressar a quantidade de soluto Desejamos preparar 100 mL de uma solução a 2% de
num determinado volume de solução, assim como a con- papaína 750 WPA. Qual a quantidade, em massa, de L-
centração. cisteína que devemos adicionar à formulação para que ela
A molaridade representa o número de mols de uma de- possua 5 mM de cisteína?
terminada substância por litro de solução. Assim, quando O número de milimols de cisteína é igual a 5.
falamos de uma solução 1 molar de ácido clorídrico esta- Assim, para descobrir a massa de L-cisteína necessária
mos nos referindo a uma solução diluída de ácido clorídri- para preparar um litro de solução é só multiplicar o PM da
co que possui 1 mol de ácido clorídrico/litro de solução. L-cisteína pelo número de milimols.

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cálculos

Como estamos trabalhando com mili- Tabela 1: alguns fármacos cuja atividade é
mols a unidade de massa obtida será ex- expressa em potência1
pressa em miligramas e não em gramas.
Amilase
Assim, tomaremos como ponto de parti- Ampicilina sódica
da a expressão: Anfotericina B
Bacitracina
Benzoato de estradiol
Nº milimols = m/PM (I), onde :
Betacaroteno
Bromelina
m = Massa, expressa em miligramas Carbohidrase
PM = Peso molecular da substância Cloridrato de clindamicina
Digital pó
Espiramicina
Reordenando, podemos escrever: Estolato de eritromicina
Fator anti-hemofílico
Heparina
m = nº de milimols x PM (II)
Hexoquinase
Hialuronidase
Aplicando os valoresna expressão (II), Insulina
poderemos calcular: Insulina humana
Lactase
Lipase
m = 5 x 121,16 = 605,8 mg Nistatina
Óleo de fígado de bacalhau
Oxitetraciclina
Esta é a quantidade de L-cisteína ne-
Papaina
cesssária para preparar 1 litro de solução. Penicilina G
Como deseja-se preparar 100 mL (0,1L) Pepsina
de solução devemos adicionar 60,58 mg Peptidase
Progesterona
de L-cisteína à formulação, de forma que Protease
teremos 5 mmols de cisteína. Sulfato de estreptomicina
Sulfato de gentamicina
Sulfato neomicina
Cálculo da quantidade de EDTA
Sulfato Polimixina B
Podemos raciocinar da mesma forma Tetraciclina
para obter a massa de EDTA necessária Tiomucase
para que a formulação possua 2 mmols de Tripsina
Urease
EDTA. O EDTA (acido etilenodiamino te- Vitamina A
tracético) na forma base possui as seguin- Vitamina B1
tes características : Vitamina C
Vitamina D2
Vitamina D3
A) Fórmula molecular: C10H16N2O8 Vitamina E
B) Peso molecular: 292,24
SAIBA MAIS seja-se preparar 100 mL (0,1L) de solução
O número de milimols de EDTA necessá- devemos adicionar 58,45 mg de EDTA
LIVRO SECUNDEM ARTEM
Informações técnicas para far- rios é igual a 2. Assim, para descobrir a massa á formulação, de forma que teremos 2
macêuticos magistrais. de EDTA necessária para preparar um litro mmols de EDTA.
Rx Editora. de solução é só multiplicar o PM do EDTA
CURSOS RELACIONADOS
pelo número de milimols. Como estamos Referências
trabalhando com milimols a unidade de 1. US Pharmacopeial Convention, Inc, United
- Curso de Qualificação em Far- massa obtida será expressa em miligramas e States Pharmacopeia 24-National Formulary
mácia Magistral. não em gramas. Aplicando estes valores na 19 Rockville, MD: US Pharmacopeial Con-
- Cálculos farmacêuticos para expressão (II), poderemos calcular: vention, Inc.; 2000.
Técnicos em Farmácia 2. SILVA LC. Obtenção de Enzimas Proteolíti-
m = 2 x 292,24 = 584,48 mg cas de Casca de Mamão (Carica papaya, L.)
veja as datas e locais
onde estes cursos se-
utilizando açúcar como agente extrator. São
rão realizados acessando Esta é a quantidade de EDTA necesssária Paulo, 1993, 94 p. (Dissertação de Mestrado-
www.roxnline.com.br. para preparar 1 litro de solução. Como de- Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP).

34 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


artigo científico

Avaliação da Estabilidade de Cremes


Contendo Hidroquinona a 2% após
Longo Período de Armazenameno por
meio do Teor e Características Físicas
Divanéia Montagner*, Ana Paula Zanini Frasson**

Resumo: A hidroquinona é uma substância que se oxida facilmente quando em presença da luz, formando inicial-
mente uma quinona de coloração amarelada, que sofre oxidação formando a hidroxiquinona também de coloração
amarelada, que posteriormente se polimeriza originando produtos de coloração marrom escuro. Em virtude disso,
é necessário que sejam adicionados agentes antioxidantes à sua formulação evitando, assim, a oxidação desta. Em
experimento anterior Wille (2002) avaliou diferentes sistemas antioxidantes para a hidroquinona a 2%, dos quais três
produziram cremes aparentemente estáveis por período superior a três anos. Realizou-se o doseamento da hidroqui-
nona nessas amostras, com o objetivo de verificar se os produtos mantiveram a estabilidade química, o que permitiria
atribuir prazo de validade superior a 6 meses. Para o doseamento da hidroquinona utilizou-se o método de titulação
volumétrica de óxido-redução. De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que o creme em base não-iônica,
contendo metabissulfito de sódio 0,1 % e vitamina E 0,5 %, apresentou-se mais estável, com teor adequado de subs-
tância ativa (92,69 %), coloração branca e aspecto agradável.

Introdução nona vem sendo substituída por outros agentes despig-


Os desmelanizantes, descolorantes ou descorantes, são mentantes por ser irritante e instável quimicamente, visto
utilizados para a despigmentação dos pêlos ou de manchas que sofre oxidação, formando, inicialmente, uma quinona
melânicas adquiridas.1,2 A hidroquinona e seus derivados de coloração amarela que, após, sofre oxidação para hi-
monobenziléter de hidroquinona (monobenzona) e o droxiquinona (coloração amarela). Essa forma é instável
monometiléter de hidroquinona têm sido usados para e se polimeriza e origina produtos de coloração marrom
hipercromias adquiridas ou residuais2 como efélides, me- escuro, dando ao produto um aspecto desagradável. A
lasma, melasma gravídico, hipercromia pós-inflamatória, forma glicosídica da hidroquinona tem sido usada em for-
pigmentações senis, lentigo e outras condições em que mulações dermatológicas, pois se observou menor reação
ocorrem hiperpigmentação por excesso de melanina.3,4,5,6,7 de sensibilização além de ser quimicamente mais estável
Estes agem interferindo na biossíntese da melanina, ini- que a forma base.8
bindo assim a enzima tirosinase que por sua vez impede O processo oxidativo se dá pela perda de elétrons por
a transformação da tirosina em diidroxifenilalanina ou parte de um elemento em uma reação química à outra
DOPA, precursora da melanina.2 substância que possui elétrons desemparelhados.11,12 Para
A hidroquinona é um agente despigmentante tópico reduzir esse processo, é necessário adicionar à fórmula um
de ação imediata, por inibir a atividade da tirosinase e, agente antioxidante ou associações desses, os quais são
posteriormente, de forma um pouco mais lenta, causar substâncias que previnem as formulações da oxidação.
modificações na estrutura das membranas das organelas A escolha de um antioxidante exige que este seja estável,
dos melanócitos, acelerando assim, a degradação dos me- compatível com os demais componentes da fórmula, efeti-
lanossomas.8 Sua fórmula molecular é C6H6O2 e seu peso vo numa ampla faixa de pH, solúvel na sua forma oxidada
molecular 110,11, sendo C 65,4%, H 5,5% e O 29,1%2,4,7,9, e os compostos formados na reação devem ser incolores e
cuja fórmula estrutural está representada na figura1. Seu inodoros. Existem diversas substâncias que agem retardan-
armazenamento é recomendado em recipientes opacos, do o processo de oxidação, dentre as quais pode-se citar o
hermeticamente fechados e protegidos da luz e do ar.3,9,10 butilhidroxitolueno (BHT), as vitaminas C e E, e deriva-
É empregada em cremes em várias concentrações, que dos do enxofre como o sulfito, bissulfito ou metabissulfito
variam entre 2 e 4%, sendo a mais usual 2%. A hidroqui- de sódio.1,13

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artigo científico

Muitas matérias-primas de origem orgânica empregadas Tabela 1 – Antioxidantes avaliados para hidroquinona a 2%
nas preparações farmacêuticas, cosméticas e alimentícias Vitamina C....................0,5% Vitamina C....................0,5%
são suscetíveis à oxidação, podendo levar à perda da sua Alfa tocoferol.................0,5%
função11, bem como à formação de compostos que causam Vitamina C.......................1% Vitamina C....................0,5%
irritações cutâneas. A degradação oxidativa se manifesta, Bissulfito de sódio ........0,1%
principalmente, por modificações da coloração e odor do Vitamina C ......................2% Alfa tocoferol.................0,5%
produto.12 Os fatores desencadeantes da oxidação são a luz, BHT ...........................0,1%
ar, calor, contaminantes (catalisadores como os metais pe- BHT.............................0,1% BHT ............................0,1%
sados) e o pH do meio.11 Bissulfito de sódio ........0,1% EDTA dissódico ..........0,05%
Para prevenir os produtos da oxidação deve-se protegê- Bissulfito de sódio ........0,1% Oxynex® ......................0,1%
Alfa-tocoferol.................0,5%
los da ação da luz, utilizando recipientes de vidro escuro
ou de materiais que impeçam a passagem de luz. Deve-
se evitar recipientes que contenham metais pesados. O primeiras promoviam um pH muito baixo. As baixas
produto deve ser conservado em local fresco, ao abrigo concentrações resultaram em uma queda ideal do pH, ne-
do calor, evitando-se exposição ao ar (fonte de oxigênio). cessária para a adequação deste na faixa. Por este motivo,
Os recipientes devem ser mantidos sempre bem fechados as formulações contendo 0,5% de vitamina C e envasadas
e com superfície de contato mínima com o ar.1,12 Também em bisnaga metálica apresentam coloração branca após 90
é importante utilizar seqüestrantes e/ou antioxidantes na dias da manipulação.
formulação, os quais são muito eficazes.1 Os sistemas antioxidantes que continham metabissulfito
Buscando o desenvolvimento de formulações mais está- de sódio apresentaram excelentes resultados em ambos os
veis e de boa qualidade, Wille (2002) avaliou dez sistemas tipos de recipientes testados, retardando o processo oxida-
antioxidantes para a hidroquinona (Tabela 1), em três bases tivo da hidroquinona durante o tempo de avaliação e nas
cosmecêuticas diferentes (creme Lanette, creme Paramul e gel condições da análise.
de Natrosol), envasadas em potes opacos de parede dupla e Em síntese, os sistemas antioxidantes considerados mais
bisnagas metálicas. As amostras foram armazenadas em um efetivos para utilização com hidroquinona em bases cos-
armário e avaliadas quanto ao aspecto e pH por 90 dias.1 mecêuticas, armazenadas em condições ambientes, foram:
Na primeira semana foi verificada mudança de coloração bissulfito de sódio 0,1% e BHT 0,1%, Bissulfito de sódio
nas fórmulas de base Lanette que continham como sistema 0,1% e vitamina C 0,5%, Bissulfito de sódio 0,1% e vita-
antioxidante BHT + EDTA, BHT + alfa-tocoferol, BHT + mina E 0,5% envasados em ambos os recipientes testados.
bissulfito de sódio e Oxynex® e que estavam envasadas nos Também apresentaram eficiência os sistemas vitamina C
potes opacos de parede dupla. Em três semanas estas formu- 0,5% e vitamina C 0,5% e vitamina E 0,5% quando en-
lações haviam desenvolvido coloração marrom. As mesmas vasados em bisnaga metálica. No gel de Natrosol nenhum
formulações envasadas em bisnagas metálicas apresentaram sistema antioxidante foi efetivo, mesmo envasando-se as
resultados mais lentos. Na literatura é citada incompatibili- formulações nas bisnagas metálicas. Assim, o gel de Na-
dade da hidroquinona com o creme Paramul. Entretanto essa trosol não foi considerado uma base adequada para a in-
base apresentou desempenho semelhante ao observado para corporação da hidroquinona e dos antioxidantes testados,
o creme Lanette, embora tenha havido menor homogeneida- armazenando-se em temperatura ambiente.
de da formulação quando comparada a base Lanette. Esse estudo considerou a base Lanette como sendo a
Desempenho semelhante não foi observado para o gel melhor para a incorporação da hidroquinona e que as
de Natrosol. No dia seguinte à incorporação, as fórmulas bisnagas metálicas retardaram a reação de oxidação da hi-
que continham BHT + EDTA, BHT + alfa-tocoferol, BHT droquinona, o que pode ser explicado pelo fato de que nos
+ bissulfito de sódio, alfa-tocoferol + bissulfito de sódio potes a superfície de contato com o ar é maior do que nas
e Oxynex®, envasadas em pote opaco de parede dupla, já bisnagas. Os sistemas antioxidantes mais efetivos foram
haviam iniciado o processo oxidativo, sendo que em três as associações de metabissulfito de sódio 0,1% com BHT
dias já estavam completamente oxidadas. Assim como para 0,1%, Vitamina E 0,5% e com vitamina C 0,5%.1
os cremes, o gel Natrosol também divergiu nos resultados Decorridos três anos da manipulação das formulações,
para as fórmulas envasadas em bisnaga metálica, somente essas mantiveram-se aparentemente estáveis, com colora-
BHT + EDTA e Oxynex® iniciaram a oxidação uma semana ção inalterada, o que leva a supor que os sistemas antioxi-
após o envase. Os demais sistemas antioxidantes mostra- dantes sejam capazes de manter a estabilidade do fármaco
ram-se efetivos neste período. por longo período de tempo. Entretanto, o doseamento do
Altas concentrações de vitamina C demonstraram teor de hidroquinona se faz necessário para avaliar a esta-
ser menos efetivas que concentrações menores, pois as bilidade química da mesma.

36 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


artigo científico

Tabela 2 – Substâncias utilizadas no preparo dos cremes base deionizada e 2,5 ml de ácido sulfúrico 0,1
Base Aniônica Base Não-Iônica N. Adicionaram-se 5 gotas de difenilamina
Lanette N .......................... 11,00% Paramul J .......................... 10,00% SR e titulou-se com sulfato cérico 0,0846 N
Propilenoglicol...................... 9,00% Propilenoglicol...................... 5,00% (SV) até o desenvolvimento de coloração
Miristato de Isopropila .......... 7,00% Miristato de Isopropila .......... 2,50%
Nipagin ............................... 0,10% Cetiol V ............................... 3,00%
verde acinzentada, indicando o ponto final.
Nipazol ............................... 0,05% Nipagin ............................... 0,10% Paralelamente foram realizados ensaio em
Água Deionizada ...............qsp 100g Nipazol ............................... 0,05% branco, para fazer a correção necessária e o
Água Deionizada ...............qsp 100g controle positivo (padrão). A titulação de
cada amostra foi realizada em triplicata para
Objetivos uma melhor avaliação e validação do teste, sendo as médias
Devido às características oxidativas da hidroquinona, dessas utilizadas para o cálculo do teor de hidroquinona.
buscou-se avaliar o teor dessa substância em cremes ma- Cálculo do teor de hidroquinona
nipulados, com o prazo de validade já expirado, para saber Segundo F. BRAS. III (1975) cada ml de sulfato cérico 0,1
se os produtos mantiveram-se quimicamente estáveis e N (SV) equivale a 5,506 mg de hidroquinona (C6H6O2).
avaliar qual das bases e sistemas antioxidantes fornece Variação do teor de hidroquinona
maior estabilidade à hidroquinona quando armazenado Não foram encontrados relatos na literatura sobre teor
em temperatura ambiente. de hidroquinona em produtos acabados, sendo adotada
uma variação de 90 – 110 % da substância ativa, que é a
Material e Métodos variação observada para a maioria dos produtos acabados.
Padronização do Sulfato Cérico 0,1 N
Pesou-se exatamente 0,0341 g de oxalato de sódio e adi- Resultados
cionaram-se 25 ml de água deionizada e 4 gotas de solução Na padronização do sulfato cérico obteve-se a normali-
de ortofenantrolina I como solução indicadora. Titulou-se dade de 0,0846, sendo que cada ml de sulfato cérico 0,0846
com solução de sulfato cérico até o desenvolvimento da N (SV) equivale a 4,658 mg de hidroquinona.
coloração azul pálida, que indica o ponto final (F. BRAS II, Na Tabela 4 estão apresentados os teores obtidos de hi-
1959, modificado). droquinona em cada uma das amostras em análise.
Amostras
Foram utilizados 6 cremes contendo hidroquinona a Discussão
2%. Em três desses havia sido utilizado creme base aniô- Pode-se explicar o mecanismo da reação de óxido-redu-
nica (Amostras 1, 2 e 3) como excipiente e nos outros três, ção devido ao fato da hidroquinona, na presença do sulfato
creme base não-iônica (amostras 4, 5 e 6)(Tabela 2). Todas cérico, se oxidar formando quinona. A difenilamina ataca a
as amostras continham sistemas antioxidantes compostos carbonila da quinona produzindo a coloração que permite
por metabissulfito de sódio na concentração de 0,1%, as- identificar o ponto final da reação (Figura 1).
sociado a outro antioxidante, conforme apresentados na Através dos resultados apresentados na Tabela 3 pode-se ob-
Tabela 3. As amostras foram mantidas em temperatura servar que os cremes, tanto com a base aniônica quanto à base
ambiente protegidas do contato direto com a luz. Para a não-iônica, contendo o metabissulfito de sódio 0,1% e BHT
seleção das amostras, adotou-se o critério de que essas não 0,1% ficaram fora dos limites adotados para o produto acabado.
poderiam ter desenvolvido coloração característica do pro- Nesses, foi constatado teor de hidroquinona inferior ao mínimo
cesso oxidativo da hidroquinona. estabelecido (84,54 % e 54,63 % respectivamente), ou seja, a
Preparo do Branco perda da substância ativa. Pode-se supor que esteja ocorrendo
Preparou-se o branco utilizando creme aniônico como processo de degradação da hidroquinona, apesar dos cremes
base e metabissulfito de sódio 0,1 % e vitamina E 0,5 % se manterem com aspecto agradável, sem desenvolvimento da
como antioxidantes. coloração escura, como seria esperado no processo oxidativo da
Preparo do Padrão hidroquinona. No creme aniônico contendo os antioxidantes
A composição do padrão foi exatamente igual ao branco, metabissulfito de sódio 0,1 % e Vitamina E 0,5 % também se
no qual incorporou-se 2% de hidroquinona. observou teor inferior ao determinado (83,44 %), semelhante
Doseamento aos citados anteriormente. Por outro lado, o creme não-iônico
O doseamento da hidroquinona foi realizado através de contendo os mesmos antioxidantes, apresentou teor de 92,69
titulação volumétrica de óxido-redução, preconizado pela % de hidroquinona, mantendo níveis terapêuticos de hidro-
F. BRAS III (1975), adaptado. Pesou-se exatamente 3,125 quinona, sem que esta oxidasse. Nas duas bases (aniônica e base
g de cada amostra, correspondente a 62,5 mg de hidro- não-iônica) as amostras apresentavam-se brancas, com aspecto
quinona, e dissolveu-se em uma mistura de 25 ml de água agradável e sem sinais de oxidação aparente.

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artigo científico

Tabela 3 – Bases e antioxidantes utilizados para a incorporação da hidroquinona


1 2 3 4 5 6
Antioxidante associado ao BHT 0,1% Vit. E 0,5% Vit. C 0,5% BHT Vit. E 0,5% Vit. C
metabissulfito de sódio 0,1% 0,1% 0,5%
Creme base aniônica aniônica aniônica não-iônica não-iônica não-iônica

Tabela 4 – Teor (%) de hidroquinona contida nas amostras em bases aniônica e não-iônica, contendo os antioxidantes metabissulfito
de sódio, vitamina E, vitamina C e BHT
1 2 3 4 5 6
Teor de hidroquinona 84,54 ± 7,12 83,44 ± 6,99 97,97 ± 7,98 54,63 ± 1,68 92,69 ± 7,15 129,91 ± 7,34

Os cremes contendo os antioxidantes metabissulfito


de sódio 0,1 % e vitamina C 0,5 %, em ambas as bases,
apresentaram coloração levemente alterada, o que prova-
velmente se deva ao início da oxidação destes. Também
pode-se supor que o escurecimento se deva a vitamina C
utilizada como antioxidante, visto que este é um processo
comum quando se utiliza essa substância. Observando o
resultado obtido no doseamento da fórmula em base ani-
ônica (97,97 %) constata-se que o teor de hidroquinona
está dentro dos limites aceitos para o produto acabado.
Figura 1: Reação de identificação da hidroquinona. Em destaque, a
Entretanto, como foi possível observar alteração de colora- estrutura da hidroquinona.
ção, supõe-se que alguma substância formada no processo
oxidativo tenha interferido no resultado obtido para o 4. Gennaro AR. Remington: The Science and Practice of Pharmacy. 20.
ed Washington, Lippincott Willms, 2000: 1215.
doseamento. Analisando também o resultado para o creme 5. Knutson K, Pershing LK. Drogas Tópicas. In: Gennaro AR. Remington:
em base não-iônica, que obteve um valor muito elevado Farmacia, V. 2, 19. ed. Buenos Aires, Panamericana, 1999: 1316.
(129,91 %), pode-se supor que o provável início do pro- 6. Paixão AP. Dall’Igna SH. Farmacoterapia Dermatológica. In: Silva P.
Farmacologia, 6. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002: 1266.
cesso oxidativo também tenha interferido no resultado do 7. Parfitt K. (ed.). Martindale: the complete drug reference. 32. ed.
doseamento, onde outros derivados do processo oxidativo London, Pharmaceutical Press, 1999: 1083.
da hidroquinona ou do creme base estejam reagindo com 8. Nicoletti MA, Orsine EMA, Duarte ACN, et al. Hipercromias: aspectos
gerais e uso de despigmentantes cutâneos. Cosmetics & Toiletries 2002;
o sulfato cérico, mascarando o resultado obtido. 14 (3): 46-53.
9. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. III. ed., São Paulo, Atheneu, 1975:
Conclusão 523, 524.
10. BRITISH Pharmacopoeia. V. II. London, The Stationery Office,
2001: A57.
A base não-iônica contendo hidroquinona a 2 % e como 11. Ferreira A. Guia Prático de Farmácia Magistral. Juiz de Fora: [s.ed.],
2000: 49, 50, 230-232, 249, 250.
antioxidantes o metabissulfito de sódio 0,1 % e a vitamina 12. Schneider L. V Curso Extensivo de Cosmetologia. Módulo II, Porto
E 0,5 % foi a que se manteve quimicamente estável, apre- Alegre, 2000: 14, 16-21.
sentando a cor branca inicial e com aspecto agradável. O 13. Wilkinson JB, Moore RJ. Cosmetologia de Harry. Madrid, Díaz de
Santos, 1990: 802-803.
teor de hidroquinona encontrado nesse creme foi de 92,69 14. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. II. ed, São Paulo, Andrei, 1959:
%, ficando dentro da faixa estabelecida para produto aca- 15. Harris DC. Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro, LTC,
bado, o que nos permite estabelecer um prazo de validade 2005: 349, 350.

superior a 6 meses em temperatura ambiente, com a segu-


rança de que o produto exercerá a ação esperada.n
SOBRE OS AUTORES
Referências *
Acadêmica do curso de Farmácia: Habilitação Industrial
1. Wille D. Substâncias Utilizadas no Tratamento das Hiperpigmenta- em Medicamentos, UNIJUI.
ções e Avaliação de sistemas antioxidantes para a Hidroquinona em **
Mestre em Ciência e Tecnologia Farmacêuticas. Pro-
Diferentes Bases Cosmecêuticas. UNIJUI, 2002, Trabalho de Conclusão fessora do curso de Farmácia da UNIJUÍ – Universidade
de Curso I, Ijuí, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
Grande do Sul, 2002: 102 p.
2. Fonseca A, Prista LN. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmeto-
Endereço para correspondência
logia. São Paulo, Roca, 2000: 160, 288, 293, 339, 400-401. Rua do Comércio, 3000.
3. Budavari S. (ed). The Merck Index. 13. ed. London, Merck, 2001: Bairro Universitário. Ijuí – RS. Fone: (55) 3332-0460.
861, 4833. e-mail: afrasson@unijui.tche.br.

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garantia

Critérios para a
Elaboração de POP’s
para a Área de Armazenamento

Introdução Robson Miranda da Gama*


Luis Antonio Paludetti**
Sabe-se que o armazenamento sob condições apro-
priadas preserva a identidade, integridade, qualidade e
segurança das matérias-primas, materiais de embalagem *Farmacêutico Responsável pelo LESIFAR
-Laboratório Escola Semi-Industrial da Fa-
e produtos manipulados. Assim sendo o armazenamento culdade de Farmácia da UNISA
está diretamente ligado a estabilidade das matérias-primas ** Docente da Faculdade de Farmácia da
e dos produtos manipulados. UNISA (Universidade de Santo Amaro)
O termo estabilidade define a capacidade que um produ-
to tem de manter, dentro de limites específicos e durante
todo o seu prazo de validade, as mesmas características que
apresentava no momento de sua preparação.¹
Segundo a SS 17 da CVS-SP/2005² as farmácias devem
possuir e manter atualizadas especificações das matérias-
primas, materiais de embalagem e fórmulas manipuladas,
incluindo condições de armazenamento, com as respecti-
vas referências farmacopeicas, compêndios oficiais e litera-
turas reconhecidas pelo Ministério da Saúde.

Área de Armazenamento
A infra-estrutura e a paramentação necessária para aces-
so à área de armazenamento são os mesmo descritos por
Gama & Paludetti. ³
De acordo com a RDC 214/2006 4 as áreas de armaze-
namento devem ser projetadas de forma que assegurem
condições ideais de estocagem, tendo capacidade suficiente
para assegurar a estocagem ordenada das diversas catego-
rias de matérias-primas, materiais de embalagem e de pro-
dutos manipulados, quando for o caso. Devem ser limpas,
secas e mantidas em temperaturas e umidade compatíveis
com os materiais armazenados. Estas condições de tempe-
ratura e umidade devem ser monitoradas e registradas. O
acesso a esta área deve ser restrito às pessoas autorizadas.4
As matérias-primas, materiais de embalagem e produtos
manipulados, em quarentena devem estar em área restri-
ta e separada na área de armazenamento. Quando estes
produtos estiverem reprovados, recolhidos, devolvidos ou
com prazo de validade vencido devem ser armazenados em

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garantia

área separada e identificada. Essas áreas de- cante/ fornecedor e o número dado no
vem ser claramente demarcadas e o acesso recebimento, caso haja algum;
às mesmas somente pode ser efetuado por • Teor e/ou potência, sempre que possível;
pessoas autorizadas. 4 • Prazo de validade e/ ou data de reanálise;
Os materiais de limpeza e germicidas em • Condições de armazenamento e adver-
estoque devem ser armazenados em área tência, quando necessário;
especificamente designada e identificada. 4 • A situação interna da matéria-prima
A área deve possuir armário resistente e/ (em quarentena, em análise, aprovado,
ou sala própria, fechados com chave ou ou- reprovado, devolvido, recolhido).
tro dispositivo que ofereça segurança para Apesar da RDC 214/2006 4 não exigir
a guarda de substâncias e medicamentos um ambiente específico para a amostra-
sujeitos a regime de controle especial. 4 gem de matérias-primas, a RDC 210/2003
5
exige quando a amostragem for feita na
Corrosivos e inflamáveis área de armazenamento, a mesma deve ser
Os produtos corrosivos, inflamáveis e realizada em ambiente específico para essa
explosivos devem ser armazenados longe de finalidade, de forma que não haja possibili-
fontes de calor e de materiais que provoquem dade de contaminação microbiológica e/ou
faíscas e de acordo com a legislação em vigor, contaminação cruzada.
seguindo normas técnicas federais, estaduais, Após elucidarmos os pontos que devem
municipais e do Distrito Federal. 4 ser considerados para a elaboração do
POP’s da Área de Armazenamento o mes-
Cuidados especiais com substâncias mo pode ser elaborado segundo o padrão
de baixo índice terapêutico apresentado por Gama & Paludetti. 6
As substâncias de baixo índice terapêuti-
co, além de qualquer outra matéria-prima Referências
que sofrer processo de diluição, com espe- 1. Allen Jr, LV. Estabilidade de medicamentos
cificação de cuidados especiais, devem ser manipulados. In: Paludetti LA, Silva LC, Silva OC
armazenadas em local distinto, de acesso (eds). Secundem Artem: Informações e Técnicas
restrito, e a guarda é de responsabilidade para Farmacêuticos e Farmácias Magistrais. São
do farmacêutico. As substâncias que so- Paulo: Rx Editora, 2001. Capítulo 11, p. 90.
frerem processo de diluição devem estar 2. SÃO PAULO. Secretária de Saúde. Centro de
claramente identificadas com alerta: “ESTA Vigilância Sanitária. Resolução SS nº 17, de 02
SUBSTÂNCIA SOMENTE DEVE SER de março de 2005. Dispõe sobre a manipula-
USADA QUANDO DILUÍDA”. 4 ção de produtos farmacêuticos em farmácias e
dá outras providências.
Garantir a estabilidade 3. Gama RM, Paludetti LA. Critérios para ela-
Todos os materiais devem ser armazena- boração de POP’s para área de manipulação.
dos sob condições apropriadas e de forma Revista Rx, 2006; 1(2): 39-40.
SAIBA MAIS ordenada de modo a preservar a integrida- 4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância
ARTIGOS RELACIONADOS de e identidade dos mesmos. Os materiais Sanitária. RDC nº 214, de 12 de dezembro
Como Elaborar Procedimentos devem ser estocados em locais identifica- de 2006. Publicada no D.O.U de 18/12/2006.
Operacionais Padrão. Revista dos, de modo a facilitar a sua localização Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre
Rx, 2006; 1(1): 42.
para uso, sem risco de troca. 4 Boas Práticas de Manipulação de Medicamen-
CURSOS RELACIONADOS tos para Uso Humano em farmácias.
- Garantia da Qualidade em Rotulagem 5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sani-
Farmácias Magistrais Os rótulos das matérias-primas devem tária. RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003. Pu-
- Boas Práticas de Manipulação apresentar, no mínimo: 4 blicada no D.O.U de 14/08/2003. Dispõe sobre
para Técnicos em Farmácia • Denominação do produto (em DCB o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de
ou DCI), e código de referência interno Fabricação de Medicamentos em Indústrias.
veja as datas e locais
quando aplicável; 6. Gama RM, Paludetti LA. Como elaborar Pro-
onde estes cursos se-
rão realizados acessando • Identificação do fabricante/ fornecedor; cedimentos Operacionais Padrão. Revista Rx,
www.roxnline.com.br. • Número do lote atribuído pelo fabri- 2006; 1(1): 42.

40 Revista Rx - Nº1 - Janeiro/Fevereiro - 2007 www.rxonline.com.br


Revista Rx - No 1 - Janeiro/Fevereiro de 2007

Marketing
As maravilhas do
marketing magistral

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