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Curso de

Monitorização Hemodinâmica

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO II

Apresentação

A monitorização hemodinâmica não invasiva específica é muito utilizada nas


unidades de terapia intensiva e centro cirúrgico. O objetivo principal é o diagnóstico
rápido e o tratamento efetivo em tempo hábil, e ainda de modo não invasivo, assim
permitindo reduzir as complicações associadas às técnicas de monitorização
hemodinâmica invasiva.
Neste módulo, analisaremos as variáveis fisiológicas comumente
monitorizadas pelo método não invasivo: capnografia, monitorização
eletrocardiográfica e eletrocardiograma, além do índice bispectral – BIS.
Este tipo de monitorização é recomendado apenas para um grupo de
pacientes, diferenciando-se dos sinais vitais, seriam como informações
complementares, dados mais específicos para um seleto grupo de pacientes.
Abordaremos as definições de cada tipo de monitorização, a aplicação
clínica e os cuidados de enfermagem

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Unidade 1 - Capnografia (CO2)

Os capnógrafos analisam e registram a pressão parcial de CO2 durante o


ciclo respiratório por um sensor aplicado nas vias aéreas do paciente ou pela
aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada por um sensor.
A capnografia é utilizada como parâmetro indicativo de acidose respiratória
incipiente e como ferramenta no auxílio ao desmame do respirador. Uma
capnografia com valor zero significa que o paciente não está respirando, ou,
algumas vezes, pode também representar uma desconexão do equipamento ou mau
funcionamento.
O valor normal do capnógrafo é de 35 a 45 mmHg. Uma diminuição da
capnografia indica hipotermia, choque hipovolêmico, diminuição da atividade
muscular, hipotireoidismo, anestesia geral, hiperventilação alveolar ou até um mau
funcionamento do equipamento. Um aumento da capnografia indica hipertermia ou
sepsis, aumento da atividade muscular, hipertireoidismo, hipoventilação alveolar e
também pode ser mau funcionamento do equipamento.
Devemos estar atentos não apenas aos valores apresentados em monitores,
mas sim na clínica do paciente, permitindo distinguir uma alteração clínica de uma
“monitorite”.
Vamos conhecer uma curva de capnografia normal. No ponto marcado
(Figura 11):

A-B = Linha de base, fase inspiratória;


B-C = Começo da expiração;
C-D = Platô da expiração (pico máximo expiratório);
D = Concentração final expiratória, ETCO2;
D-E = Começo da fase inspiratória.

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Figura 11. Capnografia normal em tempo real (retirado do site:
http://www.anestesiavirtual.com/capnograf3.htm).

Por meio da curva do capnógrafo, podemos identificar e intervir rapidamente


nas complicações respiratórias. A seguir, veremos algumas alterações na curva de
capnografia e sua possível causa clínica.

1. Uma diminuição de CO2 por um período prolongado pode estar ligada


(Figura 12):
• Ao aumento da frequência respiratória.
• Ao aumento do volume corrente.
• À diminuição do metabolismo e diminuição do consumo O2.
• À queda da temperatura corporal.

Figura 12. Diminuição do nível de ETCO2. Observe na segunda e terceira curvas da ilustração uma
diminuição do platô da expiração, deixando a onda um pouco achatada, e à direita a curva de
tendência apresenta queda e o valor numérico da capnografia que inicialmente estava em 37 mmHg,
encontra-se diminuído (adaptado do site: http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm).

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2. Um aumento de CO2 por um tempo prolongado pode estar ligado
(Figura 13):
• À diminuição da frequência respiratória.
• À diminuição do volume corrente.
• Ao aumento do metabolismo e aumento do consumo O2.
• Ao rápido aumento da temperatura corporal (hipertermia maligna).

Figura 13. Aumento do nível de ETCO2. Observe na segunda e terceira curvas da ilustração um
aumento da curva de capnografia, aumento da curva de tendência e consequentemente aumento do
valor numérico do capnógrafo (adaptado do site: http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

3. Uma elevação da linha basal indica reinalação do CO2 (Figura 14):


• Defeito da válvula respiratória.
• Tempo respiratório curto.
• Fluxo inspiratório inadequado.
• Funcionamento inadequado do sistema de absorção do CO2.

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Figura 14. Reinspiração. Observe na ilustração que a curva de base apresenta elevação, tornando a
curva do capnógrafo achatada, um tempo menor da respiração e consequente troca de gases e a
curva de tendência com elevação na parte inferior (adaptado do site:
http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

4. Obstrução do Fluxo por (Figura 15):


• Broncoespasmo.
• Oclusão da Vias Aéreas Superiores.
• Oclusão do Circuito Ventilatório.

Figura 15. Obstrução do circuito ventilatório ou via aérea. Observe que a partir da segunda curva de
capnografia ocorre um estreitamento e diminuição da curva, tornando-a pontiaguda, com a linha de
base prolongada, a curva de tendência apresenta diminuição da capnografia (adaptado do site:
http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

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5. Quando inicia o término do efeito do relaxante muscular, e o paciente
retorna à ventilação espontânea, aparecem umas ranhuras nas ondas da
capnografia (Figura 16):

Figura 16. Curva apresentada no término do efeito do relaxante muscular. Observe que na curva de
platô da expiração há uma depressão da curva que retorna imediatamente, esta depressão é
provocada pela respiração espontânea do paciente, que neste momento começa a despertar do
efeito do relaxante muscular (adaptado do site: http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

6. Há um escape de ar em razão da má insuflação ou perfuração do cuff


(Figura 17):

Figura 17. Vazamento do ar ventilatório. Observe na ilustração a segunda e terceira curva de


capnografia com perda significativa já no platô expiratório, caindo rapidamente antes de completar o
ciclo respiratório. Esta falha demonstra a falha do equipamento com vazamento ou a perda do cuff da
cânula traqueal (adaptado do site: http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

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7. Intubação esofágica (Figura 18):

Figura 18. Tubo endotraqueal localizado no esôfago. Observe na ilustração a ausência de padrão
respiratório (adaptado do site: http://www.anestesiavirtual.com/capnograf11.htm,).

Cuidados de enfermagem

9 Alguns equipamentos necessitam de calibração do capnógrafo, antes da


instalação na cânula traqueal do paciente, deve-se proceder conforme o fabricante.
9 Realizar higiene do sensor com álcool a 70% a cada troca do
equipamento por paciente.
9 Evitar obstrução do capilar do capnógrafo por muco em condensação,
com o tempo o valor CO2 diminui.
9 Evitar a condensação de vapor de água no circuito do ventilador, para que
as leituras não sejam falsamente elevadas.
9 Ao encontrar valores alterados comunicar imediatamente ao médico e/ou
a enfermeira.

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Unidade 2 - Monitorização eletrocardiográfica

Nas unidades de terapia intensiva, semi-intensiva e centro cirúrgico o


paciente é submetido à monitorização contínua de seu eletrocardiograma para
detecção de arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do
marca-passo e distúrbios eletrolíticos graves.
Para monitorização eletrocardiográfica são necessários apenas três
eletrodos, onde dois deles servem para captar a atividade elétrica cárdica e o
terceiro é o eletrodo “terra”, o qual retira do circuito as correntes elétricas
provenientes de outras fontes que não o coração (MELTZER, 2001).
Alguns médicos preferem a monitorização com cabo de cinco vias, pois este
cabo possibilita monitorização de mais derivações eletrocardiográficas, em geral a
preferência se faz por cirurgiões cardiovasculares.
O posicionamento dos eletrodos na parede torácica anterior ou lateral deve
ser em locais que permitam a obtenção mais nítida possível do padrão
eletrocardiográfico, possibilitando, assim, a rápida identificação das arritmias.
Em casos de cirurgias torácicas, a monitorização eletrocardiográfica é feita
no dorso do paciente. Este tipo de monitorização também pode ser utilizado na
terapia intensiva, quando se coloca o paciente em posição pronada (casos de
síndrome respiratória aguda, conhecida como SARA).
Guerra, Pagano e Daniel (2006) complementam que podem ser utilizados
cabos de eletrodo de três ou cinco vias. A padronização do local de instalação dos
eletrodos é importante para que a informação obtida seja a mais confiável possível
(Figura 19).

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Figura 19. Ilustração da colocação dos eletrodos com cabo de cinco vias para monitorização
eletrocardiográfica (GUERRA; PAGANO e DANIEL, 2006).

Após a colocação dos eletrodos, se a obtenção dos sinais não é clara, na


maioria das vezes, é em razão de falha técnica, as principais são: amplitude da onda
(onda com amplitude muito pequena não permite a visualização do ECG e a leitura
da frequência cardíaca, causando valores errôneos) e inversão dos conectores de
eletrodos (conectores em posição invertida levam à leitura errada).
Meltzer (2001) explica que os monitores cardíacos captam apenas uma
única derivação, a qual é determinada pela posição do eletrodo positivo e negativo
fixado na parede torácica. A posição mais utilizada é a standard II (D2). Embora, o
monitor possua alterações de derivação, e permita identificar algumas arritmias, a
detecção do ritmo cardíaco e a dúvida sobre uma arritmia somente é possível ser
esclarecida com o eletrocardiograma completo (ECG de 12 derivações).
Com isso, podemos dizer que o monitor de eletrocardiograma permite
apenas uma prévia do ECG, mantendo o paciente sobre observação constante e
dando o alerta para o momento de uma análise mais específica quando apresenta
uma alteração. A seguir, vamos conhecer um pouco mais do Eletrocardiograma
completo.

Eletrocardiograma (ECG)

Meltzer (2001), explica que o princípio básico da eletrocardiografia é


simples. As forças elétricas dentro do coração são transmitidas para a superfície do

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corpo, na qual elas podem ser detectadas por meio de eletrodos fixados nas
extremidades. As ondas resultantes são ampliadas antes de serem registradas no
papel milimetrado.
Para iniciarmos o estudo do ECG, vamos entender o sistema de condução
do coração. Os impulsos gerados pelo marca-passo dominante, em geral o nódulo
sino-atrial (NSA), caminham pelo coração por vias de condução preferencial,
permitindo uma rápida ativação elétrica de todo o miocárdio.

A sequência de ativação do coração pode ser didaticamente dividida em


duas partes:
1. Ativação Atrial: corresponde à onda P do ECG.
2. Ativação Ventricular: corresponde ao complexo QRS do ECG (Figura 20).

Figura 20. Ciclo elétrico do coração, ilustrando as sequências de ativação dos átrios e dos ventrículos
(retirado do site: http://www.jordanereis.pro.br/cti/resumos/EletroJo.htm).

Guerra, Pagano e Daniel (2006) explicam os intervalos do ECG (Figura 21):

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- Intervalo PR é a distância entre o início da onda P e o início do complexo
QRS. A sua avaliação é fundamental no estudo de bloqueios atrioventriculares.

- Intervalo QRS representa a duração da atividade ventricular. É de grande


importância no diagnóstico dos bloqueios do feixe His.

- Intervalo QT é o intervalo do começo do complexo QRS e a onda T.

- Intervalo RR é o intervalo do complexo QRS e o próximo intervalo QRS.


Utilizado para medir a frequência cardíaca.

Figura 21. Ilustração dos intervalos da onda do ECG (retirado do site:


(http://www.atriumcardiologia.com.br/ali/ecg_normal_atrium_21_10_2008.pdf).

Esquematicamente temos:

Correspondência
Sequência de Ativação do Coração
Eletrocardiográfica

1. Ativação Atrial Direita Onda P (1ª Porção)


Ativação Atrial
2. Ativação Atrial Esquerda Onda P (2ª Porção)

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Nódulo
Atrioventricular Intervalo PR
(Nav) - Feixe His

1. Ativação Septal Onda Q

Ativação Ventricular 2. Ativação das Paredes Livres Onda R

3. Ativação das Porções Basais Onda S

A imagem contínua da atividade elétrica de um ciclo cardíaco completo é


denominada eletrocardiograma (MELTZER, 2001).

Fonseca (2008) explica que o registro eletrocardiográfico é feito em papel


quadriculado e dividido em quadrados pequenos de 1 mm. Cada grupo de 5
quadradinhos na horizontal e na vertical compreende um quadrado maior, que é
delimitado por uma linha mais grossa. No eixo horizontal, marca-se o tempo. Como o
registro é realizado em uma velocidade de 25 mm/seg, cada quadradinho equivale a
0,04 segundos. Portanto 5 quadradinhos (1 quadrado maior) equivalem a 0,20
segundos (Figura 22).

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Figura 22. Ilustração do papel milimetrado (retirado do site:
www.jordanereis.pro.br/cti/resumos/EletroJo.htm).

Até agora conhecemos o sistema de condução, os intervalos de um


algoritmo de ECG, e o papel utilizado. Vamos então conhecer as derivações
aplicadas em um ECG completo.
Um eletrocardiograma completo consiste em 12 derivações: três derivações
standard (I, II, III), três derivações modificadas (AVR, AVF, AVL) e seis derivações
colocadas ao longo do tórax (V1, V2, V3, V4, V5, V6) (Figura 23, 24).

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As Derivações Eletrocardiográficas
Plano Frontal: Standard D1, D2, D3.
Unipolares aVR, aVL, aVF.
Plano Horizontal: Precordiais V1, V2, V3, V4, V5, V6.

Derivações no Plano Frontal:


D1 - diferença de potencial entre braço esquerdo e direito.
D2 - diferença de potencial entre pernas e braço direitos.
D3 - diferença de potencial entre pernas e braço esquerdos.

Derivações no Plano Horizontal:


V1 - 4º espaço intercostal, bordo direito esterno.
V2 - 4º EI, bordo esquerdo esterno.
V3 - entre V2 e V4.
V4 - 5º EI, linha hemiclavicular.
V5 - 5º EI, linha axilar anterior.
V6 - 5º EI, linha axilar média.
Figura 23. Derivações Eletrocardiográficas (retirado do site:
www.jordanereis.pro.br/cti/resumos/EletroJo.htm).

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Figura 24. Ilustração das seis derivações do ECG ao longo do tórax (retirado do site:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/1135.htm).

Com a obtenção do ECG no papel milimetrado, o ECG de 12 derivações irá


se apresentar da seguinte forma (Fig. 25):

Figura 25. Ilustração do ECG de 12 derivações (retirado do site:


www.jordanereis.pro.br/cti/resumos/EletroJo.htm).

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Por meio do ECG impresso é possível contar a frequência cardíaca,
baseando-se no intervalo RR, por duas regras simples:
REGRA DOS 300: para obter a frequência por meio da regra dos 300,
observe a primeira onda R e o intervalo até a próxima onda R, agora basta dividir
300 pelo número de quadrados maiores, obtendo a frequência cardíaca (Figura 26).
REGRA DOS 1500: para obter a frequência por meio da regra dos 1500,
observe a primeira onda R e o intervalo até a próxima onda R, agora basta dividir
300 pelo número de quadrados menores, obtendo a frequência cardíaca.

Figura 26. Ilustração da frequência cardíaca pelo ECG (retirado do site:


http://www.atriumcardiologia.com.br/ali/ecg_normal_atrium_21_10_2008.pdf).

Finalizando esta unidade, devemos ter em mente que o ECG não informa
sobre a condição física do coração, o ECG simplesmente revela a atividade elétrica
cardíaca. Sendo assim, o ECG pode ser normal, mesmo em pacientes com doença
cardíaca.

Cuidados de Enfermagem

9 Pacientes em que o tórax apresenta pele úmida e oleosa devem ser


higienizados com álcool a 70%, secando em seguida; para melhor fixação dos
eletrodos e melhor condução elétrica.
9 Em pacientes com excesso de áreas pilosas deve ser realizada tricotomia
no local do eletrodo, para melhor adesão e remoção menos dolorosa dos eletrodos.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
9 Alguns pacientes podem apresentar reação alérgica ao gel ou à cola do
eletrodo, apresentando hiperemia no local do eletrodo, este deve ser retirado e caso
seja necessária monitorização contínua pode ser substituído por eletrodo
hipoalérgico.
9 Durante a realização do ECG solicitar ao paciente para permanecer
imóvel por alguns segundos. Em alguns aparelhos de ECG é possível visualizar o
ECG antes da impressão, permitindo visualizar interferências. O ECG não deve
conter interferências, pois pode interferir no diagnóstico médico.
9 Todo ECG deve conter a identificação do paciente (nome, idade, sexo,
peso, altura), além de data e hora de realização. Pois alguns pacientes cardiopatas
realizam vários ECG no decorrer do dia, e sem as identificações de data e hora,
pode confundir o médico caso haja alterações entre os diferentes ECG.

Unidade 3 - Índice Bispectral (BIS)

O índice bispectral é conhecido pela marca registrada BIS da empresa


Aspect Medical Systems Inc. e é um parâmetro processado do Eletroencefalograma
(EEG), especificamente desenvolvido para avaliar a resposta do paciente aos
anestésicos e sedativos (DUARTE, 2006).

O BIS foi desenvolvido especificamente para descrever alterações no EEG


que se relacionam com os níveis de sedação, anestesia, perda de
consciência e lembrança.

Este processo de identificação do EEG é realizado por meio da colocação de


um eletrodo composto de quatro partes, colocado na região frontal do paciente. O
eletrodo BIS possui uma numeração para auxiliar na colocação do eletrodo (Figura
27). Antes da colocação do eletrodo, a região frontal do paciente deve ser limpa e
seca, ao colocar cada parte do eletrodo deve-se fazer uma pressão para fixá-lo. Ao

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término o eletrodo é conectado a um monitor específico (Figura 28), ou a um módulo
do monitor multiparamétrico.
Após a instalação do BIS e sua conexão com o monitor, é possível avaliar a
onda do EEG, o valor numérico do BIS, e o índice de veracidade da informação
(ISQ).
É baseado no valor numérico que o médico avalia a condição de sedação do
paciente, o ISQ permite ao médico analisar um processo de interferência do eletrodo
ao encontrar um valor BIS muito alto, ou muito baixo. Quanto maior o valor mais real
é a mensuração deste dado, sendo então real a alteração do EEG, logo um valor
menor do ISQ indica uma informação incorreta e muito provável de interferência.
Abaixo visualizamos a escala do BIS para sedação, utilizada em anestesia, cada
valor numérico do BIS permite saber em que estado de consciência está o paciente:

Figura 27. Ilustração do eletrodo BIS (adaptado de arquivo pessoal).

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Figura 28. Monitor BIS (retirado do site:
http://www.aspectmedical.com/assets/documents/international/portuguese/AspectSpec_A-2000-por.pdf).

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Para compreender melhor, abaixo temos um esquema com os valores e as
ondas do EEG:

Figura 29. Ilustração do esquema do BIS, no qual à esquerda é visualizado o valor numérico do BIS,
e tipo de sedação encontrada no paciente, à direita processo de sedação e hipnose com ondas do
EEG em cada processo de sedação e valor numérico BIS (http://www.saj.med.br/open. php?
pk=101&id_ses=4).

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Duarte (2006) explica que o uso do BIS surgiu, inicialmente, com a
preocupação de evitar sobredoses anestésicas, mas, atualmente, somam-se os
riscos reconhecidos das subdoses que poderão causar respostas hemodinâmicas e
motoras potencialmente perigosas durante a cirurgia, além do despertar a lembrança
intraoperatória. Os riscos de despertar a lembrança intraoperatória estão,
especialmente, presentes nos pacientes que recebem bloqueadores
neuromusculares (BNM).
Este tipo de monitorização é bastante utilizado em cirurgias de grande porte,
tais como: neurológicas, cardíacas, abdominais de longa duração. Com o objetivo de
controlar a sedação, mantendo o paciente no intervalo de anestesia geral, evitando a
lembrança intraoperatória, e permitindo total relaxamento muscular. Além de
programar o despertar conforme tempo do procedimento cirúrgico, permitindo rápida
extubação e saída de sala cirúrgica.
Pode também ser utilizado em unidades de terapia intensiva, para
possibilitar a avaliação objetiva da sedação durante ventilação mecânica, coma
barbitúrico, bloqueio neuromuscular e para pacientes neurológicos o controle eficaz
da epilepsia de difícil controle.
Duarte (2006) comenta que, na terapia intensiva, o BIS se mostrou um
monitor útil na previsão da recuperação da consciência em pacientes em coma.
Variáveis clínicas e eletrofisiológicas, juntamente com o BIS, permitiram a
construção de um modelo relacionando o valor do BIS com a probabilidade de
recuperação da consciência em pacientes em coma em razão de lesão cerebral
grave.

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Em unidades de terapia intensiva a aplicação da escala do BIS, ficaria
assim:

100
Ansiólise / Consciente.
Responde a vozes normal.

80 Sedação Moderada.
Tabela 8. Intervalo do Índice BIS

Pode responder a comandos em voz alta ou estímulos / sacudidelas


brandas.

60 Sedação Profunda.
40 Baixa probabilidade de memória explicita.
Não responde a estimulo verbal.

20 Supressão de impulsos.

0 EEG em linha reta.

Agora que já conhecemos a escala numérica do BIS, a aplicação da escala


juntamente com as ondas dos EEG; vamos conhecer a aplicação do BIS
visualizando a reação do paciente à sedação. Na figura a seguir, temos o tipo de
sedação, a escala do BIS e a reação ocular do paciente a sedação.

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Figura 30. Ilustração do efeito anestésico e aplicação do BIS para avaliação da sedação. Observe de
baixo para cima a ilustração da reação ocular do paciente quanto à anestesia, enquanto consciente
rigidez da pálpebra ao ser puxada, olhos fixos, conforme é administrado à sedação, rotação ocular de
relaxamento alcançando na anestesia profunda o relaxamento total (adaptado de arquivo pessoal).

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A seguir vamos conhecer algumas alterações neste tipo de monitorização:

Alteração do BIS por outros equipamentos:

• Bisturi elétrico.
• Marca-passo provisório (durante cirurgia cardíaca, o BIS aumentou toda
vez que o marca-passo atrial foi ligado, diminuindo, em seguida, quando desligado).
• Manta térmica, colchão térmico (BIS eleva).
• Shaver durante artroscopia do ombro.
• Sistema otorrinolaringológico criou um campo eletromagnético ao redor da
cabeça do paciente e determinou o aumento do BIS.

Alteração clínica que afeta o valor do BIS:

• Hipoglicemia (causa um pequeno aumento nas ondas do BIS).


• Parada Cardíaca por Hipovolêmia (há diminuição do valor BIS, chegando
até zero, onda isoelétrica).
• Isquemia Cerebral (o BIS reflete a isquemia com onda isoelétrica).
• Hipotermia (a cada grau reduzido da temperatura o BIS cai uma unidade
do seu valor original).
• Pós-crise convulsiva (BIS diminuído após crise, mesmo valor encontrado
em sedação).
• Alzheimer (BIS diminuído quando comparado com pacientes normais na
mesma idade).

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Cuidados de Enfermagem

9 Higiene da região frontal com álcool 70% e secar com gaze limpa antes
da colocação do eletrodo BIS.
9 Troca do eletrodo a cada 24 horas.
9 Atenção às possíveis interferências (equipamentos ou alteração do
quadro clínico do paciente).
9 Atenção ao valor do BIS e troca da solução de sedação, para não causar
interferências no tratamento.
9 Valores falsamente elevados podem ocorrer em função do mau
posicionamento ou má adesão dos eletrodos.
9 A modificação na montagem dos eletrodos altera os valores do BIS
demonstrados pelo monitor.
9 Ao encontrar valores alterados comunicar imediatamente ao médico e/ou
a enfermeira.

----------- FIM DO MÓDULO II -----------

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