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Resumo
Introdução
A rinossinusite crônica (RSC) é uma doença de alta prevalência na população geral, com grande
impacto socioeconômico e que leva a um significativo prejuízo na qualidade de vida dos indivíduos
acometidos. Apesar dos avanços nas últimas décadas, a fisiopatogenia da RSC ainda continua muito
pouco elucidada, com provável etiologia multifatorial. O tratamento representa um grande desafio,
devido ao alto índice de recorrências e impacto na qualidade de vida. Estudos recentes têm
demonstrado que a resposta terapêutica de pacientes com RSC depende tanto de características
fenotípicas (com pólipos vs. sem pólipo nasal) como da presença de biomarcadores inflamatórios
(endotipos) na mucosa nasossinusal. Entretanto, a depender da população avaliada, há uma grande
heterogeneidade de biomarcadores na mucosa inflamada, que pode estar associado ao ambiente local
e/ou composição étnica. No Brasil, ainda não existem relatos fidedignos de como deva ser o padrão
inflamatório predominante em pacientes com RSC. O melhor entendimento dos endotipos da RSC na
população brasileira poderia auxiliar o modo como tais pacientes deveriam ser tratados clinica ou
cirurgicamente.
Objetivos
Estudar o perfil inflamatório, citocinas e quimiocinas humanas dos pacientes com RSC com pólipo
nasal (RSCcPN) em diferentes regiões do país, comparando-o com o de indivíduos controles.
Estabelecer a prevalência dos perfis inflamatórios dos pacientes com RSCcPN e avaliar a variablidade
conforme as diferentes regiões. Comparar os achados brasileiros nacionais com os achados de estudos
em outros países
Pacientes e métodos
O estudo será realizado em 10 centros de diversas regiões do país. Em cada um destes centros, serão
avaliados 16 pacientes com diagnóstico de RSCcPN com pólipos e 16 pacientes controles. Todos os
pacientes serão submetidos à biópsias dos pólipos nasais (casos) ou concha média (controles) após um
período mínimo de 30 dias sem uso de antibióticos ou corticoesteróides. Será realizada a identificação
do perfil inflamatório (Th1/Th2/Th17/Treg) pela determinação da concentração dos seguintes analitos
no tecido nasossinusal: EGF, eotaxina, G-CSF, GM-CSF, IFNα2, IFNγ, IL-10, IL-12P40, IL-12P70,
IL-13, IL-15, IL-17A, IL-1RA, IL-1α, IL-1β, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-7, IL-8, IP-10, MCP-1,
MIP-1α, MIP-1β, RANTES, TNFα, TNFβ, VEGF,FGF-2, TGF-α, FIT-3L, fractalcina, GRO, MCP-3,
MDC, PDGF-AA, PDGF-AB/BB, sCD40L e IL-9.
Summary
Introduction: Chronic rhinosinusitis (CRS) is a prevalent, multifactorial
disease. It causes great burden on patient’s quality of life and has a deep
economical impact. Despite recent advances, CRS pathophysiology it is still
poorly understood. Adequate treatment still represents a great challenge,
specially due to frequent recurrences. Recent studies have shown that the
treatment choices should take in consideration phenotypical and endotypical
features. However, different populations present different inflammatory
patterns, due to environmenal and ethnical influences. There is no data
regarding the predominant inflamattory pattern in brazillian population. Better
understanding of endotypes of CRS patients in Brazil will help on treatment
choices, both clinically and surgically.
Introdução
A rinossinusite crônica (RSC) é uma doença de alta prevalência na
população geral. Na Europa varia entre 7% e 27% dos adultos, nos EUA é de
14% e na China varia ente 2% e 8%. Em São Paulo, sua prevalência foi
estimada em 5,51%1. É uma doença crônica, com exacerbações agudas, que
traz um impacto médico e social bastante negativo. Estudos indicam que o
paciente portador de RSC tem uma queda importante de qualidade de vida,
ainda pior que a de pacientes portadores de doenças cardíacas2.
Classicamente, dividimos a RSC em dois fenótipos principais: Com e
Sem pólipo nasal (RSCsPN e RSCcPN). Entre eles, os portadores de
RSCcPN são os que mais sofrem e apresentam, após tratamento cirúrgico, a
maior taxa de recorrência da doença3.
Porém, com o avanço das pesquisas em biologia molecular, percebeu-
se que existem diferenças imunológicas importantes entre e até mesmo
dentro destes fenótipos básicos. Estes mecanismos imunológicos distintos
sugerem a presença de distintos endótipos que se manifestam clinicamente
de forma semelhante4. Estudos recentes têm demonstrado que a melhor
resposta terapêutica de pacientes com RSC depende tanto das
características fenotípicas (com pólipos vs. sem pólipo nasal; com asma vs.
sem asma, etc) como da presença de biomarcadores inflamatórios
(endotipos) na mucosa nasossinusal. Sabemos que pacientes com
inflamação do tipo Th2 tem melhor resposta ao uso de corticoesteróides,
enquanto pacientes do tipo Th1 podem se beneficiar do uso de macrolideos a
longo prazo. Além disso, o desenvolvimento de novas drogas, como os
imunobiológicos, com alvos específicos da cascata inflamatória (IgE, IL-5, IL-
4R) torna imperativo o conhecimento detalhado dos mecanismos
inflamatórios envolvidos em cada paciente5,6,7,8.
Em 2016, Tomassen et al publicaram um estudo que tentou avançar
na categorização dos pacientes com RSC baseados em uma seria de
biomarcadores celulares. Eles foram motivados pro descobertas recentes que
mostravam que apenas as inflamações do tipo Th1 e Th2 nao eram
suficientes para explicar os mecanismos fisiopatológicos de todos os
pacientes, especialmente em populações não-européias. Inicialmente, os
pacientes foram divididos em 10 subtipos de acordo com a presença de uma
série de biomarcadores (Interferon gama, IL-5, IL-17A, IL-22, TNF alfa, IL-1B,
IL-6, IL-8, MPO, ECP, Ige total, Ige especifica para superantígenos de S.
Aureus, albumina e TGF-beta 1). Em seguida, esses subtipos foram
pareados com características clinicas, principalmente a presença de polipose
nasal e de asma. De forma resumida, os resultados mostram que a presença
de IL-5 está relacionada à maior presença de polipose e asma, de forma
diretamente proporcional à sua intensidade5.
A depender da população avaliada, há uma grande heterogeneidade
de biomarcadores na mucosa nasossinusal inflamada e nos pólipos, que
pode estar associado ao ambiente local e/ou composição étnica. Pacientes
da Europa Ocidental e da Austrália apresentam mais perfil Th2, enquanto na
China, existe uma padrão misto Th1/Th2/Th176. Alem disso, esses perfis
podem mudar com o decorrer do tempo. Um estudo mostrou que na Tailândia
a porcentagem de pacientes com perfil inflamatório eosinofilico aumentou nos
últimos 10 anos, assim como a presença de de S. Aureus na mucosa
nasossinusal, sugerindo a interferência do ambiente nos mecanismos da
inflamação sinusal crônica7. Por outro lado, descendentes de asiáticos que
nasceram nos Estados Unidos mantém a preponderância de inflamação
neutrofilica, sugerindo a importância do mecanismo genético 8.
No Brasil, ainda não existem relatos fidedignos de como é o padrão
inflamatório predominante em pacientes com RSCcPN. O melhor
entendimento dos endótipos da RSC na população brasileira irá auxiliar o
modo como tais pacientes serão tratados, tanto clinica como cirurgicamente.
Objetivo
Casuística e Métodos
Pacientes
Critérios de exclusão:
Grupo RSCcPN
Autoimunidade, fibrose cística, imunodeficiência, discinesia ciliar,
pólipos unilaterais (suspeita ou confirmação).
Grupo Controle
História clinica de doença respiratória crônica
Para os dois grupos serão levantados dados sobre idade, sexo,
história de tabagismo, diagnóstico de alergias, asma, intolerância ao AAS
(ácido acetil salicílico) ou anti-inflamatórios não hormonais e número de
cirurgias endoscópicas nasais já realizadas por cada paciente, em prontuário
médico. Serão realizados testes laboratoriais de eosinofilia, dosagem de IgE
total e teste alérgico para alérgenos inalantes (ácaros, mofo, pêlos de
animais e pólen de gramíneas)
Todos os pacientes e controles serão convidados a participar do
projeto, sendo esclarecidos sobre procedimentos e objetivos do mesmo,
forma de coleta, riscos e possível acesso aos resultados, de acordo com o
TCLE.
Método
Extração do RNA
O DNA, RNA e proteínas serão extraídos pelo método de TRIzol® (Life
Technologies). A concentração total de ácidos nucleicos e proteínas será
quantificada por espectrofotômetro NanoDrop® 2000 (Thermo Scientific).
Análise estatística
Para comparar o seio etmoidal com o seio maxilar, os valores serão
ajustados por meio do PROC MIXED do SAS 9.4 e modelos de regressão
linear de efeitos mistos. Esses modelos são utilizados nos casos de análise
de variância em que há mais de uma observação medida, por indivíduo.
Serão estimados contrastes ortogonais para comparações múltiplas, entre os
grupos.
Para a comparação entre os três grupos, serão ajustados modelos de
regressão linear e, quando necessário, as comparações múltiplas serão
realizadas por meio de estimação de contrastes ortogonais.
Na análise dos eosinófilos e neutrófilos, com os valores de citocinas,
será aplicado o método de coeficiente de correlação de Spearman (Rho). Já
nas análises dos dados clínicos foi utilizado o modelo de regressão linear, e
no caso dos eosinófilos e neutrófilos, o teste não paramétrico de Wilcoxon.
Os softwares utilizados serão o SAS 9.4 e o R 3.4.2.
Resultados previstos
Referências Bibliográficas
1 - PILAN, R. R.; et al. Prevalence of chronic rhinosinusitis in Sao Paulo.
Rhinology, v. 50, n. 2, p. 129-38, Jun 2012.
6 – WANG, X.; ZHANG, N.; BO, M.; HOLTAPPELS, G.; ZHENG, M.; LOU, H.;
et al. Diversity of TH cytokine profiles in patients with chronic rhinosinusitis : a
multicenter study in Europe, Asia, and Oceania. J Allergy Clin Immunol.
2016;138(5):1344–53.