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A noção de pessoa inclui a imagem que temos de nós mesmos.

A ideia da nossa identidade, do


nosso status na vida, está profundamente enraizada em nossa mente, e influencia de modo
constante as nossas relações com os outros. A menor palavra que ameace a imagem que temos
de nós mesmos é intolerável, mesmo que não tenhamos o menor problema em ver qualificativo
idêntico aplicado a outra pessoa, em circunstâncias diferentes. Se você grita insultos ou
bajulações na direção de um rochedo, as palavras ecoam de volta a você, que em nada se afeta
com isso. Mas se outra pessoa o insulta com as mesmas palavras, isso lhe traz uma perturbação
profunda… Se temos uma imagem forte de nós mesmos, tentaremos nos assegurar de que ela
seja reconhecida e aceita. Nada é mais doloroso do que vê-la posta em dúvida.

Mas que valor tem essa identidade? É interessante lembrar que a palavra “personalidade” vem
de persona, que significa “máscara” em latim – a máscara através da qual (per) a voz do ator faz
ressoar (sonat) sua fala. Mas enquanto o ator sabe que usa uma máscara, nós costumamos
esquecer de separar entre o papel que desempenhamos na sociedade e a nossa verdadeira
natureza.

Agarrando-nos ao confinado universo do ego, temos a tendência a nos preocupar unicamente


conosco. A menor contrariedade nos perturba e nos desencoraja. Somos obcecados pelos
nossos sucessos, nossas derrotas, nossas esperanças e nossas inquietudes, sendo assim quase
impossível alcançar a felicidade. O mundo estreito do ego é como um copo d’água em que
jogamos uma pitada de sal: a água se torna impossível de beber. Se, por outro lado, rompemos
as barreiras do ego e a mente se torna como um grande lago, a mesma pitada de sal não altera o
seu sabor em absolutamente nada.

Quando o ego deixa de ser considerado como a coisa mais importante do mundo, é muito mais
fácil sentirmos interesse por outras pessoas. Perceber os sofrimentos dos outros redobra a nossa
coragem e determinação para trabalharmos para o bem deles.

Se o ego constituísse realmente a nossa essência profunda, seria fácil compreender a nossa
inquietação diante da ideia de nos livrarmos dele. Mas se ele não é outra coisa senão ilusão,
libertar-se do ego não é extirpar o coração do nosso ser, mas simplesmente abrir os olhos.

Assim, vale a pena dedicar alguns momentos da nossa existência para deixar a mente repousar
na calma interior, isso permitirá que compreendamos melhor, por meio da análise e da
experiência direta, o lugar que o ego ocupa na nossa vida. Enquanto o sentimento de que o ego
é importante detiver as rédeas do nosso ser, jamais conheceremos uma paz duradoura. A
própria fonte da dor permanecerá intacta no mais profundo de nós e nos privará da mais
essencial das liberdades.

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