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Alberto Caeiro

Alberto Caeiro apresenta-se como um “guardador de rebanhos” (que na verdade são pensamentos).
Só se importa em ver a realidade de forma objetiva e natural, com a qual contacta a todo o momento.
Mestre de Fernando Pessoa e dos outros heterónimos, Caeiro dá especial importância ao ato de observar e às
sensações, através de um discurso em verso livre e espontâneo.
Vê o mundo sem necessidade de explicações, sem princípio e sem fim, e confessa que existir é um facto
maravilhoso. Aproveita cada momento da vida e cada sensação que esta lhe presenteia.
Fazer poesia para o sujeito poético é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente e não se
interessa por os outros tempos e impressões, sobretudo visuais, e ainda porque recusa a introspeção, a
subjetividade, sendo assim, um poeta do real objetivo.

Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero e combate o vício de
pensar que tanto atormenta Fernando Pessoa.

Sistematização da poesia de Alberto Caeiro:


 Não possuí formações académicas (estudou apenas até ao 4º ano) e nunca teve uma profissão, foi apenas um
camponês;
 Usa o presente do indicativo (uma vez que vive o momento);
 Utilização de figuras de estilo muito simples: comparação, metáfora, polissíndeto (uso excessivo de “e” e
assíndeto (supressão dos “e” por vírgulas”;
 Linguagem e vocabulário muito simples, reduzido e familiar;
 Poucos adjetivos;
 Ausência de rimas (para as usar, precisamos de usar a razão, algo que o sujeito poético se recusa a utilizar);
 Muito espontâneo e objetivo: representa um momento em que se recusa a um envolvimento emocional ou
subjetivo na sua escrita, em que tivesse se projetar a sua “sombra” e a sua presença;
 Realismo sensorial > sensacionismo: o sujeito poético gosta das sensações tais como elas são, sem acrescentar
nem retirar qualquer elemento através do pensamento pessoal, convecção ou sentimento;
 Ligado à natureza, despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar é estar
doente dos olhos (anti metafisico). Quando pensamos, entramos num mundo onde tudo é incerto e obscuro;
 Deambulismo: uso da sensação visual;
 Ingénuo em relação aos outros poetas.

Notas:

 Caeiro não segue as regras: ele é espontâneo;


 O seu pensamento e escrita buscam alcançar a naturalidade/espontaneidade e simplicidade;
 “Olho” e “comovo-me” (no poema XIV) são exemplos de sensações; e “árvores e “flores” de objetos da natureza;
 No poema XXXVI, Caeiro critica os poetas que não sabem “florir”, isto é, aqueles que não sabem ser espontâneos
na sua escrita poética.
Ricardo Reis
Ricardo Reis foi um poeta sensista, materialista e neoclássico. É um poeta epicurista triste, pois defende o prazer
do momento “carpe diem” (aproveite o momento) como caminho para a felicidade.
Apesar de procurar este prazer e de querer alcançar a felicidade, considera que nunca se consegue a verdadeira
calma e tranquilidade, ou seja, sente que tem de viver em conformidade com as leis do destino, indiferente à dor,
conseguida pelo esforço estoico (naturalismo).

Epicurismo
Busca da felicidade Fuga à dor
Moderação dos prazeres Ataraxia (tranquilidade que evita as perturbações)

Estoicismo
Aceitação das leis do destino (leis da natureza) Indiferença face às paixões e à dor
Abdicação de lutar Autodisciplina

Horacionismo (Horácio foi um grande autor clássico e uma referencia para os artistas renascentistas)
“Carpe diem”: viver o momento Aure mediocritas – a felicidade está na natureza

Sistematização da poesia de Ricardo Reis:


 Uso frequente do hipérbato;
 Caracterizado por angústias e tristeza;
 Uso do gerúndio e do imperativo;
 Aceita a crença nos deuses, enquanto disciplinadora das nossas emoções e sentimentos (recurso à mitologia);
 Uso de latinismos;
 Figuras de estilo: metáforas, eufemismos, comparações;
 Estilo construído com muito rigor e muito denso;
 Poeta intelectual que sabe contemplar;
 Aceita a relatividade;
 Verdadeira sabedoria da vida: vive de forma equilibrada e serena;
 A sua escrita é fiel aos cânones clássicos;
 Efemeridade: a vida é breve, passa rápido.

Notas:
 O Eu lírico dirige-se muitas vezes à segunda pessoa do singular (no poema “Não tenhas nada nas mãos” por
exemplo) fazendo o uso do imperativo, a quem aconselha uma vida estoica e desapegada de perturbações
(paixões);
 Quando morremos, o Homem resume-se a nada mais, nada menos do que uma lembrança. Não interessa o
quanto rico e quando poder possuía;
 O poeta usa muitas vezes a figura de estilo eufemismo (atenuação da realidade > morte);
 Uso muitas vezes advérbios como: tranquilamente, silenciosamente, sossegadamente… que reforça a ideia da
ausência total de perturbação (ataraxia = epicurismo);
 No poema “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”, verso 5 (Depois pensemos…) > uso da razão;
 Usa também o sensacionismo (“ouvindo” e “vendo-o”…);
 O SP apresenta á Lídia um programa de relacionamento determinado pela aguda consciência da dor que a
natureza precária do Homem provoca (efemeridade da vida);
 Preferência pela natureza a qualquer outro valor > nega emoções intensas;
 A natureza cumpre o seu ciclo; o tempo passa a caminho para a morte;
 A ataraxia e o desejo de indiferença revelam a angústia do SP com a ideia de antecipação da morte. O SP não
reage ao fluir do tempo, fica indiferente.
 No poema “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” se as rosas (elemento da natureza” morressem, ele ficaria
indiferente.

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