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Alberto Caeiro apresenta-se como um “guardador de rebanhos” (que na verdade são pensamentos).
Só se importa em ver a realidade de forma objetiva e natural, com a qual contacta a todo o momento.
Mestre de Fernando Pessoa e dos outros heterónimos, Caeiro dá especial importância ao ato de observar e às
sensações, através de um discurso em verso livre e espontâneo.
Vê o mundo sem necessidade de explicações, sem princípio e sem fim, e confessa que existir é um facto
maravilhoso. Aproveita cada momento da vida e cada sensação que esta lhe presenteia.
Fazer poesia para o sujeito poético é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente e não se
interessa por os outros tempos e impressões, sobretudo visuais, e ainda porque recusa a introspeção, a
subjetividade, sendo assim, um poeta do real objetivo.
Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero e combate o vício de
pensar que tanto atormenta Fernando Pessoa.
Notas:
Epicurismo
Busca da felicidade Fuga à dor
Moderação dos prazeres Ataraxia (tranquilidade que evita as perturbações)
Estoicismo
Aceitação das leis do destino (leis da natureza) Indiferença face às paixões e à dor
Abdicação de lutar Autodisciplina
Horacionismo (Horácio foi um grande autor clássico e uma referencia para os artistas renascentistas)
“Carpe diem”: viver o momento Aure mediocritas – a felicidade está na natureza
Notas:
O Eu lírico dirige-se muitas vezes à segunda pessoa do singular (no poema “Não tenhas nada nas mãos” por
exemplo) fazendo o uso do imperativo, a quem aconselha uma vida estoica e desapegada de perturbações
(paixões);
Quando morremos, o Homem resume-se a nada mais, nada menos do que uma lembrança. Não interessa o
quanto rico e quando poder possuía;
O poeta usa muitas vezes a figura de estilo eufemismo (atenuação da realidade > morte);
Uso muitas vezes advérbios como: tranquilamente, silenciosamente, sossegadamente… que reforça a ideia da
ausência total de perturbação (ataraxia = epicurismo);
No poema “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”, verso 5 (Depois pensemos…) > uso da razão;
Usa também o sensacionismo (“ouvindo” e “vendo-o”…);
O SP apresenta á Lídia um programa de relacionamento determinado pela aguda consciência da dor que a
natureza precária do Homem provoca (efemeridade da vida);
Preferência pela natureza a qualquer outro valor > nega emoções intensas;
A natureza cumpre o seu ciclo; o tempo passa a caminho para a morte;
A ataraxia e o desejo de indiferença revelam a angústia do SP com a ideia de antecipação da morte. O SP não
reage ao fluir do tempo, fica indiferente.
No poema “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” se as rosas (elemento da natureza” morressem, ele ficaria
indiferente.