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CURSINHO POPULAR

1º SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA (26/09/2019)

PARTE 1: LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÃO 1 (Enem, 2015) (3630227)

Posso mandar por e-mail?


Atualmente, é comum ―disparar‖ currículos na internet com a expectativa de alcançar o maior
número possível de selecionadores. Essa, no entanto, é uma ideia equivocada: é preciso saber
quem vai receber seu currículo e se a vaga é realmente indicada para seu perfil, sob o risco de estar
―queimando o filme‖ com um futuro empregador. Ao enviar o currículo por e-mail, tente saber quem
vai recebê-lo e faça um texto sucinto de apresentação, com a sugestão a seguir:
Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing.
Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e gostaria de me candidatar à vaga de
gerente de marketing. Meu currículo segue anexo.
Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010 (adaptado).

O texto integra um guia de modelos e técnicas de elaboração de textos e cumpre a função social de

A) divulgar um padrão oficial de redação e envio de currículos.


B) indicar um modelo de currículo para pleitear uma vaga de emprego.
C) instruir o leitor sobre como ser eficiente no envio de currículo por e-mail.
D) responder a uma pergunta de um assinante da revista sobre o envio de currículo por e-mail.
E) orientar o leitor sobre como alcançar o maior número possível de selecionadores de currículos.

QUESTÃO 2 (IA, 2015) (2387495)

A fala e a escrita: diferenças formais


As diferenças formais normalmente observadas entre fala e escrita nada mais são do que
diferenças acarretadas pelas condições de produção e uso da linguagem. Quando se fala em
diferenças entre linguagem oral e escrita, pensa-se em duas modalidades invariantes, quando, na
verdade, no interior de cada uma, há múltipla variação. Essa variação é causada por diversos
fatores. Se escolhermos para os registros da língua escrita uma estrutura dissertativa e, para o da
oral, uma conversação casual, informal, certamente essas diferenças serão encontradas. Pode-se,
no entanto, encontrar estratégias de língua oral nos registros escritos, bem como estratégias de
linguagem escrita na linguagem oral mais tensa. As diferenças formais existem muito mais em
função de gênero e registro (formal e informal) do que em função de modalidade (oral e escrita).
KATO. M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. 5. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 25. (adaptado).

A conclusão plausível a que se chega por meio da leitura desse trecho de um ensaio é que

A) a linguagem compõe-se de um sistema restrito, no qual as diferenças de modalidade se


manifestam desligadas do contexto.
B) a língua oral é mais abrangente, por isso pode apropriar-se de estratégias da língua escrita, o
mesmo não se verifica na escrita.
C) as categorias oral e escrita da língua apresentam variáveis a partir da escolha feita pelo falante
entre registro formal e informal.
D) as diferenças entre fala e escrita acontecem em decorrência de determinados contextos de
utilização da linguagem.
E) as variações entre língua oral e escrita se verificam a partir do fato de a língua oral ser informal e
a língua escrita, formal.

QUESTÃO 3 (Enem, 2010) (3640173)

É muito raro que um novo modo de comunicação ou de expressão suplante completamente os


anteriores. Fala-se menos desde que a escrita foi inventada? Claro que não. Contudo, a função da
palavra viva mudou, uma parte de suas missões nas culturas puramente orais tendo sido preenchida
pela escrita: transmissão dos conhecimentos e das narrativas, estabelecimento de contratos,
realização dos principais atos rituais ou sociais etc. Novos estilos de conhecimento (o conhecimento
―teórico‖, por exemplo) e novos gêneros (o código de leis, o romance etc.) surgiram. A escrita não
fez com que a palavra desaparecesse, ela exemplificou e reorganizou o sistema da comunicação e
da memória social. A fotografia substituiu a pintura? Não, ainda há pintores ativos. As pessoas
continuam, mais do que nunca, a visitar museus, exposições e galerias, compram as obras dos
artistas para pendurá-las em casa. Em contrapartida, é verdade que os pintores, os desenhistas, os
gravadores, os escultores não são mais – como foram até o século XIX – os únicos produtores de
imagens.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999 (fragmento).

A substituição pura e simples do antigo pelo novo ou do natural pelo técnico tem sido motivo de
preocupação de muita gente. O texto encaminha uma discussão em torno desse temor ao

A) considerar as relações entre o conhecimento teórico e o conhecimento empírico e acrescenta que


novos gêneros textuais surgiram com o progresso.
B) observar que a língua escrita não é uma transcrição fiel da língua oral e explica que as palavras
antigas devem ser utilizadas para preservar a tradição.
C) perguntar sobre a razão das pessoas visitarem museus, exposições etc., e reafirma que os
fotógrafos são os únicos responsáveis pela produção de obras de arte.
D) reconhecer que as pessoas temem que o avanço dos meios de comunicação, inclusive on-line,
substitua o homem e leve alguns profissionais ao esquecimento.
E) revelar o receio das pessoas em experimentar novos meios de comunicação, com medo de
sentirem retrógradas.

QUESTÃO 4 (IA, 2015) (1490660)

Algumas pessoas dizem que a eliminação da noção de erro dará a entender que, em termos de
língua, vale tudo. Não é bem assim. Na verdade, em termos de língua, tudo vale alguma coisa, mas
esse valor vai depender de uma série de fatores. Falar gíria vale? Claro que vale: no lugar certo, no
contexto adequado, com as pessoas certas, e mesmo no lugar errado, no contexto errado e com as
pessoas erradas, se a intenção do falante for precisamente se contrapor à ordem estabelecida, às
normas sociais convencionais. E usar palavrão? A mesma coisa. Usar a língua, tanto na modalidade
oral como na escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequação e o da
aceitabilidade.

BAGNO. M. Preconceito linguístico, o que é, como se faz. São Paulo: Ed. Loyola, 2009, p. 154 (adaptado).
O trecho do livro Preconceito linguístico faz uma reflexão, enfatizando que

A) a eficácia da comunicação deve ser priorizada, de modo que tudo é permitido dentro da língua,
mas o falante deve fazer as seleções certas tendo em vista a situação comunicativa.
B) a língua passa por transformações ao longo do tempo, sofrendo mudanças fonéticas e
morfológicas e, desse modo, cabe aos falantes adaptarem-se a essas mutações.
C) o avanço da comunicação tornou adequadas todas as maneiras de expressão, independente do
contexto enunciativo no qual se inserem os falantes.
D) o surgimento das variedades linguísticas contribuiu para individualizar determinados grupos de
falantes, reforçando suas identidades socioculturais.
E) o uso da língua na modalidade oral aceita as variedades linguísticas, como, por exemplo, as
gírias, porém os dialetos não-padrão devem ser evitados na modalidade escrita.

QUESTÃO 5 (Enem, 2012) (1490690)

LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.

Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua


interlocutora?

A) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.


B) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
C) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
D) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
E) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor

QUESTÃO 6 (Enem, 2011) (1490702)

O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um dos
melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte do
Envelhecimento. Cícero nota, primeiramente, que todas as idades têm seus encantos e suas
dificuldades. E depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida
longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos
atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento
pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo.
NOGUEIRA, P. Saúde & Bem-Estar Antienvelhecimento. Época 25 abr. 2009.

O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento, apresentando argumentos que levam a


inferir que seu objetivo é
A) esclarecer que a velhice é inevitável.
B) contar fatos sobre a arte de envelhecer.
C) defender a ideia de que a velhice é desagradável.
D) influenciar o leitor para que lute contra o envelhecimento.
E) mostrar às pessoas que é possível aceitar, sem angústia, o envelhecimento.

QUESTÃO 7 (Enem, 2014) (1490722)

A forte presença de palavras indígenas e africanas e de termos trazidos pelos imigrantes a


partir do século XIX é um dos traços que distinguem o português do Brasil e o português de
Portugal. Mas, olhando para a história dos empréstimos que o português brasileiro recebeu de
línguas europeias a partir do século XX, outra diferença também aparece: com a vinda ao Brasil da
família real portuguesa (1808) e, particularmente, com a Independência, Portugal deixou de ser o
intermediário obrigatório da assimilação desses empréstimos e, assim, Brasil e Portugal começaram
a divergir, não só por terem sofrido influências diferentes, mas também pela maneira como reagiram
a elas.
ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.

Os empréstimos linguísticos, recebidos de diversas línguas, são importantes na constituição do


português do Brasil porque

A) deixaram marcas da história vivida pela nação, como a colonização e a imigração.


B) transformaram em um só idioma línguas diferentes, como as africanas, as indígenas e as
europeias.
C) promoveram uma língua acessível a falantes de origens distintas, como o africano, o indígena e o
europeu.
D) guardaram uma relação de identidade entre os falantes do português do Brasil e os do português
de Portugal.
E) tornaram a língua do Brasil mais complexa do que as línguas de outros países que também
tiveram colonização portuguesa.

QUESTÃO 8 (Enem, 2012) (1591820)

BROWNE, D. Folha de S. Paulo, 13 ago. 2011.

As palavras e as expressões são mediadoras dos sentidos produzidos nos textos. Na fala de Hagar,
a expressão ―é como se‖ ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo da

A) conformidade, pois as condições meteorológicas evidenciam um acontecimento ruim.


B) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões usando um pronome reflexivo.
C) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a condição necessária para a sua
sobrevivência.
D) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à suposição do perigo iminente para os
homens.
E) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa para expressar o distanciamento dos
fatos.

QUESTÃO 9 (Enem, 2012) (1490686)

Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos


linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à

A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão ―rede social‖ para transmitir a ideia que
pretende veicular.
B) ironia para conferir um novo significado ao termo ―outra coisa‖.
C) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da
população rica.
D) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
E) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da
família.

QUESTÃO 10 (Enem, 2013) (1490732)

Dúvida

Dois compadres viajavam de carro por uma estrada de fazenda quando um bicho cruzou a frente do
carro. Um dos compadres falou:
— Passou um largato ali! O outro perguntou:
— Lagarto ou largato?
O primeiro respondeu:
— Num sei não, o bicho passou muito rápido.
(Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gênero, 2006.)
Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito ocorre
porque um dos personagens

A) reconhece a espécie do animal avistado.


B) tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil.
C) desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta.
D) constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.
E) apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.
PARTE II: LITERATURA

QUESTÃO 11- (IA, 2015) (1591846)

TEXTO I

“Obrigar a ler livro para prova é matar a literatura”, diz Ruffato

No primeiro dia da Festa Literária de Aquiraz, plateia ouviu dos escritores ideias e análises
sobre incentivo ao livro. Diante de um auditório especialmente cheio para uma noite de quinta-feira,
o escritor mineiro Luiz Ruffato criticou o uso instrumental da literatura para fins didáticos. Para ele,
obrigar alunos a ler um livro para a prova é ―matar a literatura‖. O melhor seria ―ler em sala,
conversar sobre literatura, ler as biografias dos autores. Não vejo mistério. É uma questão de
vontade política‖, disse.
A cearense Tércia Montenegro, com quem ele dividiu o palco, avalia que a ênfase deve ser
muito mais no prazer que o professor tem ao lidar com o assunto. ―Os alunos sabem quando você
não gosta. Eles são mais sensíveis do que a gente imagina.‖
SANTIAGO, A. Disponível em: http://goo.gl/JqOwPl. Acesso em: 15 jun. 2015.

TEXTO II

Disponível em: http://www.pictorem.com/5143/Book.html. Acesso em: 1 set. 2015.

A crítica de Luiz Ruffato e a ilustração de Pawel Kuczynski têm em comum o fato de enfatizarem

A) a instrumentalização da leitura literária.


B) a relação da literatura com o meio escolar.
C) a transformação da leitura num ato mecânico.
D) um aspecto da formação do leitor de literatura.
E) um método equivocado de incentivo à leitura.

QUESTÃO 12- (Enem, 2015)

Poesia quentinha

Projeto literário publica poemas em sacos de pão na capital mineira

Se a literatura é mesmo o alimento da alma, então os mineiros estão diante de um verdadeiro


banquete. Mais do que um pãozinho com manteiga, os moradores do bairro de Barreiro, em Belo
Horizonte (MG), estão consumindo poesia brasileira no café da manhã. Graças ao projeto ―Pão e
Poesia‖, que faz do saquinho de pão um espaço para veiculação de poemas, escritores como Affonso
Romano de Sant’Anna e Fernando Brant dividem espaço com estudants que passaram por oficinas de
escrita poética. São ao todo 250 mil embalagens, distribuídas em padarias da região de Belo Horizonte,
que trazem a boa literatura para o cotidiano de pessoas, além de dar uma chance a escritores novatos
de verem seus textos impressos. Criado em 2008 por um analista de sistemas apaixonado por
literatura, o ―Pão e Poesia‖ já recebeu dois prêmios do Ministério da Cultura.
Língua Portuguesa, n. 71, set. 2011.

A proposta de um projeto como o ―Pão e Poesia‖ objetiva inovar em sua área de atuação, pois:

A) privilegia novos escritores em detrimento daqueles já consagrados.


B) resgata poetas que haviam perdido espaços de publicação impressa.
C) prescinde de critérios de seleção em prol da popularização da literatura.
D) propõe acesso à literatura a públicos diversos.
E) alavanca projetos de premiações antes esquecidos.

QUESTÃO 13- (Enem, 2016)

GUTO MUNIZ. Disponível em: www.focoincena.com.br. Acesso em: 30 maio 2016.

A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do
teatro de rua é o fato de

A) dispensar o edifício teatral para a sua realização.


B) utilizar figurinos com adereços cômicos.
C) empregar elementos circenses na atuação.
D) excluir o uso de cenário na ambientação.
E) negar o uso de iluminação artificial.

QUESTÃO 14

O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,


não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria.
Deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
Ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

A partir da leitura de um trecho de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, é correto
afirmar que:

a) trata-se de um texto exclusivamente narrativo, uma vez que traz o relato dos episódios de uma
viagem da personagem Severino do sertão até o mar.
b) trata-se de um texto exclusivamente dramático, uma vez que é composto de falas das
personagens em prosa, além de comportar rubricas com marcações cênicas bastante nítidas.
c) trata-se de um auto, cujo gênero é dramático, misturando momentos de dramaticidade e lirismo.
d) trata-se de um texto exclusivamente dramático cuja classificação é de tragédia da vida dos mais
simples.
e) trata-se de um texto exclusivamente lírico, uma vez que apresenta o discurso individual de
Severino, que fala de si todo o tempo.

QUESTÃO 15 -(Enem, 2013)

Manta que costura causos e histórias no seio de uma família serve de metáfora da memória em
obra escrita por autora portuguesa

O que poderia valer mais do que a manta para aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias de
rainha? Palácios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os pés das
crianças e a memória da avó, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas
lembranças uma história. Histórias fantasiosas como a do vestido com um bolso que abrigava um
gnomo comedor de biscoitos; histórias de traquinagem como a do calção transformado em farrapos no
dia em que o menino, que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, quebrou o braço; histórias
de saudades, como o avental que carregou uma carta por mais de um mês … Muitas histórias
formavam aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma tia, o avô, a bisavó,
ela mesma, os antigos donos das roupas. Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a disputar a
manta, todas a queriam, mais do que aos quadros, joias e palácios deixados por ela. Felizmente, as
tias conseguiram chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma delas. E os
retalhos, à medida que iam se acabando, eram substituídos por outros retalhos, e novas e antigas
histórias foram sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo.
LASEVICIUS, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012 (adaptado).

A autora descreve a importância da manta para aquela família, ao verbalizar que ―novas e antigas
histórias foram sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo‖. Essa valorização evidencia-se
pela

A) oposição entre os objetos de valor, como joias, palácios e quadros, e a velha manta.
B) descrição detalhada dos aspectos físicos da manta, como cor e tamanho dos retalhos.
C) valorização da manta como objeto de herança familiar disputado por todos.
D) comparação entre a manta que protege do frio e a manta que aquecia os pés das crianças.
E) correlação entre os retalhos da manta e as muitas histórias de tradição oral que os formavam.

QUESTÃO 16- (Enem 2013)

A diva

Vamos ao teatro, Maria José?


Quem me dera,
desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,
tou podre. Outro dia a gente vamos.
Falou meio triste, culpada,
e um pouco alegre por recusar com orgulho.
TEATRO! Disse no espelho.
TEATRO! Mais alto, desgrenhada.
TEATRO! E os cacos voaram
sem nenhum aplauso.
Perfeita. PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com
base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é
produzido. Assim, o texto A diva

A) narra um fato real vivido por Maria José.


B) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.
C) relata uma experiência teatral profissional.
D) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.
E) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral

QUESTÃO 17-

Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se
os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos,
com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem
sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias. Naturalmente haveria também
escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões.
Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados
preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles
seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que
todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua
felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a
obediência. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com
uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados
diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em
contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores
humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht
mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor
A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de
opressão existentes na sociedade.
B) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo
homem ocidental.
C) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das
sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da
sociedade moderna.
D) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram
fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.
E) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais
fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.

QUESTÃO 18-

Aquele bêbado

— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores.


Acrescentou: — Álcool.
O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário
Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedavase de Índia Reclinada, de
Celso Antônio.
— Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos. Só ele sabia que andava mais bêbado que
um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu
féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.

A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto
porque, ao longo da narrativa, ocorre uma

A) aproximação exagerada da estética abstracionista.


B) metaforização do sentido literal do verbo ―beber‖.
C) apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.
D) exploração hiperbólica da expressão ―inúmeras coroas‖.
E) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.

QUESTÃO 19- O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um
gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro. (ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)

―Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na


língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (…)‖.
(CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:

A) Condenam essa regra gramatical.


B) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
C) Criticam a presença de regras na gramática.
D) Afirmam que não há regras para uso de pronomes.
E) Relativizam essa regra gramatical.

QUESTÃO 20- (Enem 2018)

―O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa. Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se
chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de
casa. Era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.

O sujeito poético questiona o uso do vocábulo ―enseada‖ porque a

A) terminologia mencionada é incorreta.


B) nomeação minimiza a percepção subjetiva.
C) palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
D) designação atribuída ao termo é desconhecida.
E) definição modifica o significado do termo no dicionário.

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