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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCAS HUMANAS E


TECNOLOGIAS/DCHT XXI

PEDAGOGIA

PROGRAMA PLATAFORMA FREIRE – UBATÃ

PROJETO DE PESQUISA

ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E

AFRICANA: A aplicabilidade da lei 10.639/2003

Projeto de Pesquisa apresentado à professora


Harlle Costa da Universidade Estadual da Bahia,
Departamento de Ciências Humanas e
Tecnologias como requisito necessário para a
conclusão da disciplina Pesquisa na Educação
Básica.

UBATÃ – BA
2013
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
CAMPUS XXI – IPIAÚ / UBATÃ – PLATAFORMA FREIRE
CURSO: PEDAGOGIA / TURMA 2
DISCIPLINA: PESQUISA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DOCENTE: HARLLE COSTA
DISCENTE: SINILDES COSTA FERNANDES

PROJETO DE PESQUISA

ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E

AFRICANA: A aplicabilidade da lei 10.639/2003

UBATÃ – BA
2013
INTRODUÇÃO

A lei 10.639/2003 que instituiu a obrigatoriedade do ensino sobre a História e


Cultura Afro Brasileira e Africana foi a primeira assinada pelo Presidente Luís Inácio
Lula da Silva no início do seu mandato em 2003. A referida lei altera a lei de diretrizes
e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/1996) inclui no currículo oficial da Rede de
Ensino a obrigatoriedade da temática “História da Cultura Afra Brasileira”. A lei acima
citada, determina que os conteúdos devem ser ministrados em todo âmbito do currículo
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literaturas e História
Brasileira.Dessa forma esta pesquisa buscará analisar de forma compreensiva e
aprofundada a aplicabilidade da lei supracitada na Escola Municipal Saturnino Faustino
da cidade de Ubatã-BA.
Em diferentes estudos realizados em nosso país, descobriu-se que grande parte
dos alunos negros possui dificuldade em afirmar sua origem étnica. Uma das causas
dessa situação é a ausência de referências positivas na narrativa da história dos negros
tanto no Brasil, quanto de sua história ainda em continente africano. Observamos que
nas escolas e nos livros didáticos há uma tendência de enfocar apenas o período da
escravidão, aludindo as formas de dominação e submissão entre senhores e escravos.
Sendo assim, percebe-se, que é elevado o número de escolas onde não há
reflexão sobre as relações raciais no planejamento escolar. Isto proporciona entre outros
problemas dificuldades nas relações interpessoais respeitáveis e igualitárias.
Nesse sentido é preciso que a escola tenha uma reflexão crítica para que o aluno
não se torne um repetidor de pensamentos estereotipados. Pois é na infância e na
adolescência que os jovens absorvem grande quantidade de informações, principalmente
no que diz respeito às diferenças raciais. Sendo assim, é papel da escola, de forma
democrática e comprometida com a promoção do ser humano e de sua integralidade,
fomentar a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças
e as características próprias de grupos sociais e minorias. Ou seja, a educação é
essencial no processo de formação de qualquer sociedade e abre caminhos para a
ampliação de novos conhecimentos.
Com essa pesquisa investigaremos na Escola Municipal Saturnino Faustino do
município de Ubatã a aplicabilidade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no
contexto escolar considerando o que estabelece a lei 10.639/2003. Objetivando observar
de que forma essa mesma escola tem contribuído para fomentar relações pautadas no
respeito às diferenças étnicas e culturais,observar possíveis situações de discriminação
racial entre os educandos e professores, além de identificar as principais dificuldades da
instituição para plena efetivação da lei.
Inicialmente faremos estudos bibliográficos, sobre a trajetória do negro no Brasil
até os dias atuais, incluindo a implantação da lei a ser pesquisada. No segundo momento
faremos uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, numa escola do município de
Ubatã-BA, com entrevistas semi estruturadas, observações, análise de documentos e
preenchimento de fichário. Em seguida, realizaremos a análise dos dados coletados para
a conclusão da pesquisa.
HIPÓTESES

Para a efetiva implantação da Lei 10.639/2003 faz-se necessário uma postura


compromissada do educador em levar a cultura e a história da África e do afro-brasileiro
ao cotidiano escolar. O ensino do tema supracitado é fundamental para romper com
práticas não expressivas, bem como para o avanço qualitativo das relações raciais nos
âmbitos educacionais e sociais.
JUSTIFICATIVA

A escolha do tema deve-se a observação da dificuldade que algumas instituições


escolares têm em inserir em suas aulas, temáticas referentes ao ensino de História da
Cultura Afro Brasileira e Africana. Observa-se que mesmo depois de 10 anos da criação
da lei 10.639/2003 que obriga a inserção da temática supracitada no currículo escolar,
muitas instituições de ensino não conseguem legitimá-la na sua totalidade. Por essa
razão, pesquisaremos como a referida lei tem sido aplicada numa Escola Municipal
Saturnino Faustino da cidade de Ubatã-Ba.
É sabido que os africanos e seus descendentes muito contribuíram para a
formação do povo brasileiro e que sua rica cultura exerce influencia sobre os nossos
costumes até os dias de hoje. A exemplo disso pode-se destacar a culinária, a música, a
dança, a medicina e etc.
OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

 Investigar a aplicabilidade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no


contexto escolar considerando o que estabelece a lei 10.639/2003.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Observar de que forma a escola tem contribuído para fomentar relações pautadas
no respeito às diferenças étnicas e culturais;
 Observar possíveis situações de discriminação racial entre os educandos e
professores;
 Identificar as principais dificuldades da instituição para plena efetivação da lei.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A história da sociedade brasileira se fundamentou na supressão dos direitos do


negro enquanto cidadão, reduzindo-o a uma mercadoria e patrimônio dos senhores,
sendo por isso considerado um “animal” destinado a realização das diversas atividades
no período colonial. Sendo escravizado por mais de três séculos e meio. Um período tão
longo e perverso que, segundo Santos (2000, p.62), “estigmatizou o negro como sub
pessoa e o colocou como incapacitado para a plena cidadania”.
Foi uma realidade imposta ao negro que serviu para sustentar, dentre outras
situações, as de natureza econômica desenvolvida na época, pela Coroa Portuguesa e
outros países europeus, relações essas pautadas na escravatura e, consequentemente, no
estabelecimento de classes sociais altamente hierarquizadas, tendo o negro-escravo
como aquele elemento que passaria a ocupar o lugar mais baixo na pirâmide social. De
acordo com Ferreira (2004, p.376) a escravidão foi um “regime social de sujeição do
homem e utilização de sua força explorada para fins econômicos como propriedade”.
Portanto, os africanos eram vistos como mercadoria muito valiosa, geradora de
uma alta lucratividade, o que implicava na necessidade de preservá-la. Contudo,
almejando a liberdade os negros escravos arquitetavam fugas e se rebelavam contra os
senhores gerando assim tensões, conflitos e a disseminação da violência, as quais em
alguns momentos acabavam em mortes dos dois lados.
Dentre os vários meios de resistência, destacam-se as fugas como um dos
meios mais comuns e vistos como uma das saídas para o fim das mazelas do sistema
escravocrata.
Superada a condição de escravo com assinatura da lei áurea na última década
do século XIX, os negros foram lançados à própria sorte. Sem preparação para o
trabalho nas cidades eles foram marginalizados sendo vistos pela sociedade excludente
como vagabundos, preguiçosos, baderneiros. Nesse sentido, Fonseca (2006, p.20) nos
adverte que “livre da escravidão, mas vitimados por intensa pobreza e preconceito e não
protegido por qualquer política de integração à sociedade, os negros ficaram à margem
dos projetos [...]”.
Sendo marginalizado, não teve direito a participar de nenhuma política pública
inclusive da educacional. Vale destacar que mesmo diante de tantas fragilidades, não se
submeteram de maneira passiva a forma de dominação a qual foram subjugados.
Lutaram de muitas formas para conseguir se livrar das amarras da escravidão e da
aculturação. A resistência do negro fez com que a cultura europeia difundida aqui no
Brasil fosse influenciada pela cultura africana. Nessa ótica, observamos que foi por
meio da luta em defesa de sua cultura, que o negro foi colaborando de maneira
significativa para a formação da pluralidade cultural existente no Brasil.
Essa luta do negro, agora chamado de afro descendente,não acaba com o fim
da escravidão, ela se estende durante todo o século XX, nesse contexto ela se dá em
busca do direito a educação, à saúde, contra o racismo e discriminação étnica. No
entanto, essa luta só ganha força na segunda metade da década de 1980, com o fim da
ditadura que deu mais liberdade política e civil às pessoas, cientes de suas necessidades,
os negros iniciam uma nova etapa em sua luta, a militância.
A partir da elaboração e da promulgação da Constituição Federal de 1988, o
movimento negro brasileiro começa a militar por seus direitos. Constitui um de seus
objetivos fundamentais, “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça,
sexo,cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação”. (BRASIL 1988,p.3).
Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), n°
9.9394/1996 ratifica a importância das ações interdisciplinares, no tocante ao resgate a
cultura popular e à valorização da pluralidade cultural.
Em 2003, foi aprovado e sancionado pelo Congresso Nacional a inclusão no
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da Temática“História e Cultura
Afro-Brasileira”.
A aprovação da refeirda lei foi um marco na luta dos afro-descendentes, uma
vez que no Brasil o negro e sua cultura sempre foram discriminados e marginalizados.
A introdução da Historia e Cultura-Afro no currículo escolar vem valorizar a
contribuição e a presença do negro e da cultura africana na formação do povo brasileiro.
Para Lopes (2003 apude Felip e Teruia 2007, p.504),
“A Lei 10.639/03 vem reconhecer a existência do
afro-brasileiro e seus ancestrais sua trajetória na
vida brasileira e na condição de sujeitos que
contribuíram para a construção da (nossa)
sociedade.”
E com esse reconhecimento é que celebramos os 10 anos da promulgação da
referida lei. Uma década pode ser encarada como espaço de tempo suficiente para
muitos avanços na área educacional, e, por conseguinte, na própria sociedade. Por outro
lado, em um país cuja história foi forjada em relação direta com o preconceito e a
discriminação racista a partir de quase 400 anos de escravidão, certamente é pouco
tempo para mudar nosso sistema educacional de forma a impactar nossas relações
sociais de maneira determinante.
Uma série de ações tem sido levada a cabo desde 2003, como cursos de
formação para professores, incentivo a pesquisas e publicações, mudanças curriculares,
etc.
A demanda por política de reparação e reconhecimento implica garantir a
negros e negras o ingresso e permanência na educação escolar; valorizar a história e
cultura afro-brasileira; viabilizar justiça e igualdade de direitos sociais, civis, culturais e
econômicos; valorizar a diversidade; apontar as implicações do racismo; questionar as
relações étnico-raciais sustentadas por preconceitos e discriminações direcionados/as a
negros e negras; valorizar e respeitar a história e cultura negras, desfazendo
folclorizações e estereotipações que refletem o racismo. (BRASIL, 2004).
O principal objetivo das Diretrizes é assegurar (em todos os níveis educacionais)
o reconhecimento e valorização da identidade negra, bem como o reconhecimento da
pluralidade étnico-racial, na tentativa de identificar e superar as manifestações de
racismo, preconceitos e discriminações e, consequentemente, produzir nas instituições
educacionais uma nova relação entre os diferentes grupos étnico-raciais (BRASIL,
2004).
Elas estão inseridas em um momento de avanço das discussões acerca da
dinâmica das relações raciais no Brasil, e outra consequência positiva deste momento é
a medida provisória n° 111, de 21 de março de 2003, convertida na Lei nº 10.678, que
cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR3,
fruto, novamente, do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro
brasileiro.
Em suma, sabemos que a instituição de políticas públicas não irá acabar com a
problemática das relações raciais no Brasil, contudo, é importante registrar que elas
representam um avanço significativo para que, daqui para frente, possamos inscrever
uma história da população negra diferente da que conhecemos. Nesse sentido, a escola
tem um papel importante que é o de garantir a efetivação da lei 10.639/20003, buscando
evidenciar as lutas e conquistas da população negra no Brasil, com o objetivo de
construir contra-discursos para desestabilizar discursos hegemônicos que querem
dominar e silenciar a história e cultura dos grupos étnico-raciais minoritarizados.
METODOLOGIA

O homem busca constantemente conhecer cada vez mais o mundo que o cerca.
Segundo Fachini (2001, p.10): “No processo do conhecimento quem conhece, de certo
modo, apropria-se do objeto que conheceu”. Na atualidade conhecer implica investir em
pesquisas, principalmente na área da educação. Sendo assim, esta pesquisa utilizará o
método pesquisa de campo e bibliográfica, a fim de identificar o conhecimento e a
aplicabilidade da Lei10.639/2003 numa escola do município de Ubatã.
Para maior validação da pesquisa, utilizaremos para coletar os dados, a
entrevista semi estruturada, fichamentos, análise de documentos.
O projeto insere-se no paradigma da pesquisa qualitativa, modalidade que não se
preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da
compreensão sobre um grupo social, etc. Esse método de pesquisa busca identificar a
presença ou não de certo atributo ou objeto no fenômeno sendo observado. Este tipo de
pesquisa é mais interpretativa e subjetiva, dependendo do ponto de vista do pesquisador,
o mesmo busca as nuances, os motivos e meios na observação do fenômeno (Ruiz,
2004:37). O estudo exposto centra-se ainda no método de procedimento voltado para
uma pesquisa de estudo de campo. Para (Fonseca, 2002),
A pesquisa de campo caracteriza-se pelas
investigações em que, além da pesquisa
bibliográfica e/ou documental se realiza coleta de
dados junto a pessoas, com o recurso de
diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-
facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.)
CRONOGRAMA

Atividades Outubro Novembro Dezembro


Observação de campo X
Realização de entrevistas X
Análise dos dados X
Pesquisa Bibliográfica X X
Construção do referencial teórico X X
Entrega do TCC X
REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-


raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:
MECSECAD/SEPPIR /INEP, 2004.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-


raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:
MECSECAD/SEPPIR /INEP, 2004.

BRASIL. Plano Nacional de Implementação das diretrizes curriculares nacionais


para educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura
afrobrasileira e africana. Secretaria especial de Políticas de Promoção da Igualdade
racial. Subsecretaria de políticas de Ações afirmativas. Brasília: MEC, 2009.

Comitê Nacional para a preparação da participação brasileira na III Conferência


Mundial das nações unidas contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e
intolerância correlata. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/discrim/relatorio.htm. Acessado em: 11/08/2013.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

LDBEN – Lei Federal n° 9394/96 – Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional

REVISTA Latino Americana de História Vol. 2, nº. 6 Agosto de 2013 Edição


Especial© by PPGHUNISINOS.

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