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TECHO DO TEXTO QUE COMPÕE AS DIRETRIZES CURRICULARES DOS ANOS INICIAIS –

SISTEMATIZADO EM 2018 E QUE DEVERÁ COMPOR O DOCUMENTO CURRICULAR DO


MUNICÍPIO:

4.5 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

As experiências vivenciadas dentro e fora da escola, com a família, amigos, e a comunidade em


geral, por exemplo, são constitutivas do desenvolvimento e da identidade da criança. Nessa
perspectiva, todas as experiências são aprendizagens e, quando um novo conhecimento é
aprendido, seja do contexto escolar ou fora dele, há uma implicação nesse desenvolvimento.

A Escola é a instituição social que possui, por excelência, as funções de socialização, formação
e construção de saberes. Dessa maneira, pensar na organização do currículo escolar, requer a
apreciação de todas as nuances dessas aprendizagens plurais, além de apresentar o saber
historicamente construído pela humanidade.

De acordo com o que é apresentado no Parecer CNE/CEB nº 07/2010, currículo é definido como
“[...] experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas
relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos educandos com os conhecimentos
historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos educandos”. E ainda
evidencia que na Educação Básica “[...] a organização do tempo curricular deve ser construída
em função das peculiaridades de seu meio e das características próprias dos seus educandos,
não se restringindo às aulas das várias disciplinas”.

Ressalta-se que a essa concepção de currículo subjaz uma concepção de desenvolvimento


humano, e cabe a escola promover esse desenvolvimento num determinado tempo e espaço
fazendo uso dos instrumentos culturais existentes nas práticas sociais.

Nesse sentido, o currículo é entendido como uma ampla rede de saberes, que transforma as
experiências escolares em aprendizagens significativas, construídas coletivamente. Gimeno
Sacristán (2000), neste contexto, ressalta esse aspecto ao citar Grundy (1987) quando diz:

O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é, não se


trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e
previamente à experiência humana. É, antes, um modo de organizar uma
série de práticas educativas (GIMENO SACRISTÁN apud GRUNDY, 2000,
p.14).

O currículo da Educação Básica e, de modo específico dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
configura-se como o conjunto de valores e práticas que proporcionam a produção e a
socialização de significados no espaço social, contribuindo, intensamente, para a construção de
identidades socioculturais do educando.

Neste sentido, na implementação do currículo, deve-se evidenciar a contextualização e a


interdisciplinaridade, ou seja, formas de interação e articulação entre diferentes campos de
saberes específicos, permitindo aos educandos a compreensão mais ampla da realidade.

Entende-se que a interdisciplinaridade parte do princípio de que todo conhecimento mantém um


diálogo permanente com outros conhecimentos e a contextualização requer a concretização dos
conteúdos curriculares em situações mais próximas e familiares aos educandos.

Neste documento, assumimos o currículo como um conjunto integrado e articulado de atividades


intencionadas, pedagogicamente concebidas a partir da visão crítica de ser humano, de mundo,
de sociedade, de trabalho, de cultura e de educação, organizadas para promover a construção, a
reconstrução, a socialização e a difusão do conhecimento. Essas atividades intencionadas, sob
sustentação de um aporte histórico-crítico, visam à formação integral dos educandos,
objetivando, também, torná-los cidadãos aptos a contribuir com o desenvolvimento
socioeconômico local, regional, nacional e global, na perspectiva da edificação de uma
sociedade democrática e solidária.

A concepção de currículo, adotada para a primeira etapa do Ensino Fundamental pela rede de
Ilhéus é constituída a partir da compreensão de que:

Currículos são plurais: O currículo envolve os diferentes saberes, culturas, conhecimentos e


relações que existem no universo de uma rede de educação. Assim sendo, é fruto de uma
construção cultural que reúne diversas perspectivas e muitas significações produzidas a partir
dos contextos, interesses e intenções que permeiam a diversidade dos atores e das ações que
acontecem dentro e fora da escola e da sala de aula. Para dar conta dessa pluralidade, o
Currículo escolar precisa ser construído a partir da escuta e da colaboração de educandos,
professores e gestores da Rede Municipal de Ensino.
Currículos são orientadores: O currículo “é também uma forma concreta de olhar para o
conhecimento e para as aprendizagens construídas no contexto de uma organização de
formação” (PACHECO, 2005, p. 36). O currículo não oferece todas as respostas, mas traz as
discussões temáticas, conceituais, procedimentais e valorativas para o ambiente da escola,
orientando a tomada de decisões sobre as aprendizagens até a “[...] racionalização dos meios
para obtê-las e comprovar seu sucesso” (SACRISTÁN, 2000, p. 125).

Assim sendo, o currículo pode ser considerado como o cerne de uma proposta pedagógica, pois
tem a função de delimitar os aprendizados a serem desenvolvidos e referenciar as atividades a
serem realizadas em sala de aula, sempre tendo a compreensão e a melhoria da qualidade de
vida como base da sociedade, da própria escola, do trabalho do professor e do sentido da vida
do estudante.

Dessa forma, a principal intenção do Currículo para os anos iniciais do Ensino Fundamental é
justamente oferecer diretrizes e orientações a serem utilizadas no cotidiano escolar para
assegurar os direitos de aprendizagem a cada um dos educandos da Rede Municipal de Ensino
de Ilhéus.

Currículos são processos permanentes e não um produto acabado: Embora a Secretaria


municipal de Educação de Ilhéus considere o Currículo como o documento orientador do Projeto
Político-Pedagógico das escolas, ele não pode ser visto como algo posto e imutável, mas como
“a concretização das funções da própria escola e a forma particular de enfocá-las num momento
histórico e social determinado (SACRISTÁN, 2000, p. 15).

Cabe ressaltar que os currículos devem ser sempre revisados e atualizados, seja para
adequarem-se a mudanças que ocorrem de forma cada vez mais veloz em todos os setores da
sociedade, seja para incorporarem resultados de novas discussões, estudos e avaliações.
Embora a função do currículo não seja a de fechar-se à criatividade e à inovação, sua
característica mais fundamental é a clareza com que enuncia princípios e que cria clima e
roteiros instigantes ao diálogo, à aprendizagem e à troca de experiências mediadas por
conhecimentos amplos e significativos da história.

Professores são protagonistas do currículo: O professor é o sujeito principal para a


elaboração e implementação de um currículo escolar, uma vez que tem a função de
contextualizar e dar sentido aos aprendizados, tanto por meio dos seus conhecimentos e
práticas, quanto pela relação que estabelece com seus educandos. Para tanto, os educadores
precisam reconhecer o seu papel de agentes ativos nesse processo. Assim, concordamos com a
afirmação de Sacristán que diz:

O professor transforma o conteúdo do currículo de acordo com suas


próprias concepções epistemológicas e também o elabora em
conhecimento “pedagogicamente elaborado” de algum tipo e nível de
formalização enquanto a formação estritamente pedagógica lhe faça
organizar e acondicionar os conteúdos da matéria, adequando-os para
os educandos. (SACRISTÁN, 2000, p. 15).

Frente ao novo desafio que se impõe para a reestruturação curricular, diante da implementação
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, compreendendo a importância do envolvimento
do professor, o Currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental deverá ser reestruturado com
a colaboração dos professores da Rede Municipal de Ensino, que participarão do processo
enviando propostas ou integrando-se aos Grupos de Trabalho. Tal engajamento buscará, ainda,
garantir o protagonismo dos educadores frente ao desafio de tornar significativo o currículo a ser
praticado na escola.

Currículos devem ser centrados nos educandos: O propósito fundamental de um currículo é


dar condições e assegurar a aprendizagem e o desenvolvimento pleno de cada um dos
educandos, conforme determinam os marcos legais brasileiros.

Currículos também precisam dialogar com a realidade das crianças, de forma a conectarem-se
com seus interesses, necessidades e expectativas. As propostas curriculares precisam ainda
desenvolver conhecimentos, saberes, atitudes e valores que preparem as novas gerações para
as demandas da vida contemporânea e futura.

Considerando a relevância para os educandos da Rede Municipal de Ensino de Ilhéus, o


Currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental deve estruturar-se de forma a responder a
desafios históricos, como a garantia da qualidade social na educação pública, ao mesmo tempo
em que aponta para as aprendizagens que se fazem cada vez mais significativas para cidadãos
do século XXI e para o desenvolvimento de uma sociedade e um mundo sustentáveis e justos.

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