Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Acadêmicos: RA:
Emanuel Minuce Mazzo 112368
Natália Costa Campaner 112362
Torque e Inércia rotacional, também conhecida por Momento de Inércia, são duas grandezas
físicas, pertinentes ao tema em questão, que constantemente se relacionam. A primeira diz
respeito ao trabalho desempenhado por um corpo que rotaciona em torno de um eixo fixo. A
outra, a dificuldade para rotacionar um corpo. A princípio, parecem ser meras adaptações do
movimento unidimensional. Todavia, suas vastas aplicações facilitam imensamente a nossa vida.
De forma quase mágica, somos capazes de mover uma porta cuja a massa facilmente ultrapassa
20 kg, com pouco esforço. Ou ainda, cortar vergalhões de ferro usando apenas um alicate. Não
é à toa que, há mais de 2000 anos, tais propriedades já eram alvos de indagação.
“Dê-me uma alavanca e eu moverei o mundo”. A celebre frase, atribuída a um dos maiores
matemáticos de todos os tempos, Arquimedes de Siracusa, embora absurda, e ao mesmo tempo
poética, é, também, lógica, de modo que se relaciona diretamente a um de seus trabalhos: A Lei
da Alavanca. Esta lei, predecessora a que define Torque, afirma que a razão das forças que
atuam sobre uma alavanca é a igual ao quociente de suas respectivas distâncias do ponto de
rotação.
F1 / F2 = d1 / d2
A História nos mostra que, apesar de vivermos em épocas diferentes, a natureza sempre foi alvo
de nossa admiração e, dessa forma, a ciência se repete; é posta à prova, para, assim, progredir.
Dito isso, estabelece-se o interesse maior nesse trabalho: a compreensão.
3. Objetivos
I. Objetivo Geral:
Investigar o movimento de translação e rotação em um sistema discos-massa.
4.1 – Definições
𝐼 = 𝑚 × 𝑟2 (4.1)
4.1.2 – Torque
Torque é o trabalho realizado por uma força pra rotacionar um corpo, definido por:
τ = F × r × sen θ (4.2)
Como todo Trabalho, o Torque também possui conservação de energia, sendo assim, a
energia potencial aplicada será convertida em torque, fazendo-o girar.
4.1.3 - Força Resultante
𝛴𝐹 = 𝐹1 + 𝐹2 + 𝐹3 + . . . + 𝐹𝑛 (4.3)
A Equação 4.1 é válida apenas para uma partícula que gira ao redor de um centro, cuja
a distância é invariável. Ao observarmos o experimento, fica claro que a massa do disco
não está concentrada em um ponto material, mas distribuída uniformemente por todo
ele. Sendo assim, precisa-se somar o seu valor de todas as partículas que constituem
esse corpo e, em seguida, realizar a integração do Momento, para então, obter o seu
valor para o cilindro em questão. Temos que:
𝑅
𝐼𝑡 = ∫0 𝑟 2 𝑑𝑚 (4.5)
𝐼𝑡 = ∫ 𝑟 2 × 𝜌 𝑑𝑉
0
O volume pode ser reescrito na forma A × h , onde A é a área do disco e h sua altura.
Portanto, dV = dA × h
𝑅
𝐼𝑡 = ∫ 𝑟 2 × 𝜌 × ℎ 𝑑𝐴
0
𝐼𝑡 = ∫ 𝑟 2 × 𝜌 × ℎ × 2 × 𝜋 × 𝑟 𝑑𝑟
0
Resolvendo essa integração:
𝑟4 × 𝜌 × ℎ × 𝜋 × 2
𝐼𝑡 =
4
Por fim, reescrevendo ρ como m / r2 × π × h e fazendo as devidas simplificações:
𝑟4 × 𝑚 × ℎ × 𝜋 × 2
𝐼𝑡 =
4 × 𝑟2 × 𝜋 × ℎ
2
𝐼𝑡 = 𝑚 ×2 𝑟 (4.6)
Como no experimento, foi-se utilizado dois discos unidos de raio diferentes, temos que
a Inercial Rotacional conjunto é dada pela soma das inércias de cada disco:
𝐼𝑡 = 𝑚 ×2 𝑟² + 𝑀 ×2 𝑅² (4.7)
Da Segunda Lei de Newton, pode-se afirmar que uma força é o produto da massa por
sua aceleração. Assim posto, temos que a força resultante é oriunda de uma massa
acelerada, que no experimento, é a massa suspensa, permitindo-se representá-la por:
𝛴𝐹 = 𝑃 + (−𝑇) = 𝑚 𝑠 × 𝑎 (4.8)
𝑚 × 𝑎 × 𝑟 2 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Podemos representar o Torque por 𝜏 = 𝑟
. Dessa forma, fica claro que o
torque depende do Momento de Inércia:
𝐼 ×𝑎 × sen 𝜃
𝜏= 𝑟
(4.9)
Por outro lado, temos que a força responsável pelo movimento é a tensão, sendo assim:
𝜏 = 𝑇 × 𝑟 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (4.10)
Da equação 4.9:
𝑇 = 𝑃 – (𝑚𝑠 × 𝑎)
𝑇 = (𝑚𝑠 × 𝑔) – (𝑚𝑠 × 𝑎)
𝑇 = 𝑚𝑠 × (𝑔 – 𝑎) (4.12)
𝑎 = 2ℎ / 𝑡 2 (4.14)
𝑔
𝐼𝑒 = 𝑟 2 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 × 𝑚𝑠 × ( − 1)
2ℎ
𝑡2
𝑔𝑡 2
𝐼𝑒 = 𝑟 2 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 × 𝑚𝑠 × ( − 1) (4.15)
2ℎ
Sabe-se por conceitos da dinâmica que quando a energia mecânica (Em) é conservada,
a sua variação é nula. Também, temos por base que a energia mecânica corresponde,
neste caso, a soma da energia cinética (Ec) – esta dada pela soma da energia cinética
rotacional com a energia cinética presente na massa suspensa (ms) - com a energia
potencial (Ep). Estas são dadas, respectivamente, pelas seguintes equações:
𝐼𝜔² 𝑚𝑠 ×𝑣²
𝐸𝑐 = + (4.16)
2 2
𝐸𝑝 = 𝑚𝑠 × 𝑔 × ℎ (4.17)
Desta maneira, podemos escrever que:
∆𝐸𝑚 = 0
𝐸𝑚𝑖 = 𝐸𝑚𝑓 (4.18)
Sendo:
Sendo:
𝑚𝑠 ×𝑣² 𝐼𝜔²
𝑚𝑠 × 𝑔 × ℎ = + (4.20)
2 2
Pode-se obter o valor da aceleração. Utilizando tal fórmula para o movimento descrito
no eixo y e adotando que a posição inicial (S0) e velocidade inicial (v0) correspondem
ambas a zero, temos que:
𝑎 × 𝑡²
ℎ=
2
𝑎 = 2 × ℎ × 𝑡 −2
Sendo h a altura percorrida pelo corpo.
Com isto, aplica-se esta equação em 4.21. Efetuando certas manipulações, chegamos
no valor do momento de inércia experimental pretendido:
𝑔𝑡 2
𝐼 = 𝑟 2 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 × 𝑚𝑠 × ( 2ℎ − 1) (4.26)
Observando os resultados obtidos pelos dois métodos, nota-se que estes são idênticos.
Portanto, ambos podem ser utilizados para cumprir o objetivo.
Utilizando a equação 4.15 é possível definir uma formula capaz de calcular o tempo real
em que as condições iniciais são respeitadas. Para isso, o tempo será isolado em um dos
membros desta equação, obtendo-se:
2ℎ × 𝐼 2ℎ
𝑡 =√ + (4.27)
𝑚𝑠 × 𝑟 2 × 𝑔 𝑔
4.2.5 – Raio
Tendo em vista que para a prática experimental utiliza-se discos – cujo formato é circular
– é possível determinar a medida do raio (r) através do valor do diâmetro como é
demonstrado a seguir:
𝑑
𝑟= (4.28)
2
4.3- Teoria de Erros
As medidas obtidas experimentalmente não são exatas, uma vez que podem ocorrer
erros atuando no sistema e a fato de os instrumentos utilizados para mensurar as
grandezas físicas terem as suas imprecisões intrínsecas. Assim, será apresentado normas
que faram com que as medidas sejam representadas na seguinte forma:
𝑋 = (𝑋̅ ± 𝜎) (4.29)
4.3.1 - Média das grandezas
Para se obter o valor médio da grandeza desejada, faz-se necessário realizar a média
aritmética. Logo:
1
𝑋̅ = × ∑𝑛𝑖=1 𝑋𝑖 (4.30)
𝑛
∑𝑛
𝑖=1(𝑥𝑖 −𝑥̅ )
2
𝜎̅ = √ (4.31)
𝑛−1
𝜎𝑋 𝜎𝑎 𝜎𝑏 𝜎𝑐
=( + – )
𝑋 𝑎 𝑏 𝑐
𝜎𝑋 𝜎𝑎 𝜎𝑏 𝜎𝑐
=( + + ) (4.33)
𝑋 𝑎 𝑏 𝑐
É importante lembrar que o desvio de uma constante qualquer é zero, logo, a razão de
seu desvio por si mesma não precisa ser expressa na equação.
Outra relação entre os desvios padrão, que será necessária em cálculo, diz respeito a
soma:
Os resultados obtidos das equações não são exatos, pois as medidas utilizadas são
provenientes de aproximações feitas com base nos equipamentos utilizados. Dessa
forma, arredondamentos devem ser feitos de modo a terem maior coerência.
A teoria anteriormente apresentada será utilizada para se definir equações que visam
calcular os desvios de Momento de Inércia e Tempo Teórico.
A partir das equações 4.7 e 4.34, podemos definir o desvio padrão para o Momento de
Inércia Teórico como:
Onde:
𝜎𝑀 𝜎𝑅
𝜎𝐼𝑀 = 𝐼𝑀 × ( 𝑀 + ) (4.37)
𝑅
𝜎𝑚 𝜎𝑟
𝜎𝐼𝑚 = 𝐼𝑚 × ( 𝑚 + ) (4.38)
𝑟
𝑚𝑠 ×𝑟²×𝑡²×𝑔
𝐴= (4.39)
2×ℎ
𝐵 = 𝑚𝑠 × 𝑟² (4.40)
𝐼𝑒 = 𝐴 − 𝐵 (4.41)
𝜎𝑚𝑠 2𝜎𝑟
𝜎𝐵 = 𝐵 × ( + ) (4.44)
𝑚𝑠 𝑟
Fazendo-se uso da Equação 4.27, é possível estabelecer uma equação para o cálculo do
desvio do Tempo Teórico.
Se considerarmos 𝑡 = √𝐴 :
𝜎𝐴
𝜎𝑡 = 𝑡 × (4.45)
2𝐴
2ℎ × 𝐼 2ℎ
Onde 𝐴 =
𝑚𝑠× 𝑟2 × 𝑔
+ 𝑔
.
Substituindo I pela equação 4.15, temos que:
2ℎ 𝑚 ×𝑟² 𝑀 × 𝑅² 2ℎ
𝐴= ( 2 + 2 )+ 𝑔
𝑚𝑠 × 𝑟2 × 𝑔
ℎ ×𝑚 ℎ × 𝑀 × 𝑅² 2ℎ
𝐴 = 𝑚 ×𝑔
𝑠
+ 𝑚𝑠 ×𝑟²×𝑔
+ 𝑔
Se substituirmos cada parcela dessa equação por uma incógnita, teremos:
𝐴=𝑎+𝑏+𝑐
Dessa forma, teremos que:
𝜎ℎ 𝜎𝑚 𝜎𝑚𝑠 𝜎𝑔
𝜎𝑎 = 𝑎 ( + + + )
ℎ 𝑚 𝑚𝑠 𝑔
ℎ ×𝑚 𝜎ℎ 𝜎𝑚 𝜎𝑚𝑠
𝜎𝑎 = ( )( ℎ + + ) (4.47)
𝑚𝑠 × 𝑔 𝑚 𝑚𝑠
𝜎2 𝜎ℎ 𝜎𝑔
𝜎𝑐 = 𝑐 ( + + )
2 ℎ 𝑔
2ℎ 𝜎ℎ
𝜎𝑐 = ( ) ( ) (4.49)
𝑔 ℎ
Para se obter o desvio do raio, utiliza-se a equação 4.28. Aplicando conceitos da Teoria
dos Erros, chega-se em:
𝜎𝑑
𝜎𝑟 = (4.50)
2
Com base no que foi exposto nesta seção, foi desenvolvida a base teórica necessária para a
execução do experimento e a análise dos resultados obtidos. Em sequência, será demonstrado
o desenvolvimento experimental, com detalhes da execução da prática em si.
5. Desenvolvimento Experimental
Nesta seção do relatório, é apresentada toda a execução da prática, desde dos materiais
utilizados até a execução do experimento em si. Há presente, também, os dados experimentais
e suas devidas interpretações.
Figura 2 - Foto do experimento Momento de Inércia, sendo 1 o disco com menor diâmetro, 2 o disco com maior
diâmetro, 3 o corpo suspenso e 4 o fio inextensível. Fonte: Alunos Engenharia Química - UEM.
Figura 3 - Foto do experimento do Momento de Inércia, sendo 1 o disco com menor diâmetro, 2 o disco com maior
diâmetro, 3 o corpo suspenso, 4 o fio inextensível, h a altura percorrida pelo cilindro e H a altura que os discos estão
do solo. Fonte: Alunos Engenharia Química – UEM.
Para a realização do experimento, foi fundamental, a princípio, aferir a massa do corpo cilíndrico
a ser suspenso por meio da balança digital. Em seguida, consultou-se a tabela próxima ao
sistema de discos presente na parede, como mostra a Figura 3 sequente:
Figura 4 - Tabela colada na parede próxima ao sistema de discos. Fonte: Alunos Engenharia Química-UEM.
Obteve-se, assim, as massas dos discos. Os valores dos diâmetros constados na Figura 3 foram
desconsiderados por não terem a garantia de exatidão. Então, com o auxílio do paquímetro foi
determinado o diâmetro do disco menor e com a trena, o diâmetro do disco maior. Todos esses
dados foram anotados na Tabela 1 com os respectivos desvios.
Após tais procedimentos, o cilindro em suspensão foi mantido na altura h determinada. Então,
mediu-se por meio da trena a distância do corpo até o chão, levando em conta que a atuação
da força peso é dada no centro de massa do objeto. O resultado aferido foi registrado, também,
na Tabela 1.
Sequencialmente, o objeto suspenso foi mantido parado, sem oscilar, e o disco foi liberado.
Desta forma, os discos acoplados começaram a rotacionar, enquanto o corpo começou a
transladar. O cronômetro foi, então, acionado assim que o cilindro iniciou o seu movimento e
travado no momento que este chegou ao chão. O tempo de percurso da altura h foi anotado na
Tabela 2.
Estes últimos passos foram repetidos mais outras 4 vezes, tendo que a distância percorrida pelo
corpo foi sempre igual. Os dados de tempo para cada caso foram registrados na Tabela 2.
No decorrer do experimento, os valores do tempo para que o corpo percorresse a altura h foram
aferidos e constam na Tabela 2 a seguir. Tais dados apresentam os respectivos desvios, que
foram determinados com base na imprecisão fornecida pelo fabricante do cronômetro.
Tabela 2 - Dados experimentais dos tempos de percurso na vertical da massa ms.
Com o que foi mencionado nesta seção, pode-se aplicar tais resultados e desenvolver a
interpretação do experimento proposta em sequência. Serão utilizados os dados nas Tabelas 1
e 2, tendo como foco a análise dos movimentos de translação e rotação executados.
r (10-2 m) R (10-2 m)
3,470 ± 0,003 11,15 ± 0,03
Após realizados estes cálculos, pode-se obter o valor do momento de inércia teórico para cada
disco do movimento, sendo, deste modo, IM para o momento de inércia do disco maior e Im para
o momento de inércia do disco menor. Aplicando os dados dos raios, presentes na Tabela 3, e
das massas, descritas na Tabela 1, na equação 4.6 em cada caso, chegamos nos valores
pretendidos que estão descritos na Tabela 4 a seguir. Os resultados sequentes acompanham
seus desvios, dados pelas equações 4.37 e 4.38.
Tabela 4 - Dados dos momentos de inércia teóricos para cada disco do sistema, com seus respectivos desvios.
Tendo isto feito, pode-se utilizar tais dados e aplica-los na equação 4.7. Ao se realizar tal passo,
chega-se no momento de inércia teórico para todo o sistema (It). Este resultado prevê certo
desvio, sendo tal calculado pela equação 4.36. Assim, temos que: It = (1,707 ± 0,009) 10-2 Kg.m².
Em seguida, por meio dos dados dos tempos experimentais contidos na Tabela 2 e da equação
4.30, obtemos o valor do tempo médio (tm). Seu desvio é calculado ao se utilizar a equação 4.31.
Desta maneira: tm = (7,2 ± 0,1) s.
Com o intuito de determinar qual seria o tempo previsto pela teoria que a massa suspensa leva
para percorrer a altura h, aplica-se o valor do momento de inércia teórico na equação do tempo
teórico, mais precisamente, a equação 4.27. Também, pode-se aferir o desvio por este
apresentado pela equação 4.45. Logo, obtemos que: tt= (7,34 ± 0,03) s.
Os valores calculados do tempo médio experimental (tm) e do tempo “teórico” (tt) podem ser
reescritos na Tabela 4 a seguir:
Tabela 5 – Valores do tempo médio experimental e do tempo “teórico”, representados com os respectivos desvios.
tm (s) tt (s)
7,2 ± 0,1 7,34 ± 0,03
Assim, podemos estabelecer uma comparação entre estes. Utilizando a equação 4.35, descobre-
se o desvio percentual apresentado entre os dados da Tabela 4, como é demonstrado:
𝟕, 𝟑𝟒 − 𝟕, 𝟐
𝑫% = | | × 𝟏𝟎𝟎%
𝟕, 𝟑𝟒
𝑫% = 𝟏, 𝟗𝟎𝟕 %
Analisando tal divergência obtida entre a expectativa teórica e o que foi obtido na prática, nota-
se uma diferença de 1,907 %. Apesar dos resultados terem sido bem próximos, há um certo
desvio, podendo este ser justificado por erros sistemáticos ocorridos durante a execução do
experimento. Um atraso no acionamento do cronômetro, por exemplo, ou, até mesmo, um erro
de paralaxe ao se realizar a leitura da trena quando se media a altura h podem ter causado a
discrepância entre os tempos apresentados.
Ainda, de modo análogo ao que foi discutido previamente, podemos reescrever os valores do
momento de inércia experimental e teórico já calculados na Tabela 5 sequente. É válido ressaltar
que tais dados já constam com os respectivos desvios determinados de forma adequada.
Tabela 6 - Valores dos momentos de inércia experimental e teórico, com os devidos desvios.
Com isto, podemos determinar o desvio percentual apresentado entres ambos os valores, para
que se possa compará-los. Deste modo:
𝟎, 𝟎𝟏𝟕𝟎𝟕 − 𝟎, 𝟎𝟏𝟔
𝑫% = | | × 𝟏𝟎𝟎%
𝟎, 𝟎𝟏𝟕𝟎𝟕
𝑫% = 𝟔, 𝟐𝟕 %
De maneira similar ao paralelo desenvolvido entre os dados do tempo, os valores dos momentos
de inércia apresentaram certo desvio, mais exatamente 6,27%. Por meio deste resultado, infere-
se que o momento de inércia obtido de forma prática se distanciou um pouco do momento de
inércia descrito pela teoria. Novamente, a divergência pode ser justificada por erros
sistemáticos, como a questão do atraso no acionamento do cronômetro descrita anteriormente.
Mesmo com os desvios descritos, os valores teóricos e experimentais se tornaram bem próximos
e estão coerentes. Por se tratar de uma atividade experimental, erros e divergências já estão
previstos. Com o que foi desenvolvido no decorrer desta seção, pode-se analisar os resultados,
relacionando os com as condições iniciais e a parte experimental como um todo, que será
proposto em sequência.
Sequencialmente à obtenção dos dados experimentais, foi possível iniciar a interpretação dos
resultados e do experimento como um todo. Com isto, permite-se desenvolver a análise dos
resultados proposta nesta seção. As medidas experimentais da seção 5.4 – como a altura
percorrida pelo corpo cilíndrico, sendo esta mantida fixa, e as massas dos discos - foram
acompanhadas de seus respectivos desvios estabelecidos pelos fabricantes dos instrumentos de
aferição utilizados, sendo, portanto, os algarismos imprecisos intrínsecos e já previstos ao se
efetuar a prática. É necessário mencionar que para a realização do experimento adotou-se um
sistema com ausência de forças externas, com exceção da força peso, e desprezou-se as forças
dissipativas. Também, foi tido que o movimento de rotação dos discos e o movimento de
translação do corpo suspenso foram simultâneos, já que esses aparelhos estavam acoplados e
o cilindro ligado a estes pelo fio. A fim de precisar as informações contidas na Tabela 2,
considerou-se que o cilindro suspenso e os discos estavam, a princípio, em repouso, isto é, na
posição e no tempo iniciais a velocidade destes era igual a zero. Após a aferição do diâmetro dos
discos, tanto com o auxílio do paquímetro quanto com o da trena, calculou-se o raio de cada
disco por meio da equação já explicitada. O desvio que acompanha tal medida pôde, também,
ser determinado e este se mostrou coerente com o experimento e dentro dos padrões. É
imprescindível ressaltar que, para a apuração dos raios dos discos, teve-se que estes foram
mantidos fixos e constantes durante toda a experiência. Em seguida, calculou-se o momento de
inércia teórico igual a 0,01707 Kg.m², juntamente com o desvio, correspondendo este valor a
0,00009 Kg.m². Para cumprir com tal objetivo, utilizou-se os dados experimentais da Tabela 1,
bem como adotou-se que as massas, tanto dos discos quanto do corpo suspenso, foram tidas
constantes e fixas. Ainda, para que os cálculos anteriores fossem válidos para qualquer
temperatura, utilizou-se discos de material homogêneo, visto que por apresentarem esta
característica, suas densidades, consequentemente suas massas, permaneceriam inalteráveis
com uma mudança da temperatura ambiente. Além disso, obteve-se o tempo médio igual a 7,2
s, a partir dos tempos aferidos pelo cronômetro (Tabela 2), e seu devido desvio – que
corresponde a 0,1 s, valor coeso e obtido matematicamente, seguindo, também, a regra de
arredondamento. Com este resultado, permitiu-se calcular o momento de inércia experimental
– 0,016 Kg.m²- assim como o seu desvio – igual a 0,005 Kg.m². Desta forma, tendo sido logrados
os dois momentos de inércia, pôde-se desenvolver a comparação entre a expectativa teórica e
o que foi atingido na prática. Analisando os desvios do momento de inércia experimental e do
teórico, observa-se que o apresentado pelo teórico é bem menor que o dado pelo experimental,
mais precisamente uma divergência de cerca de 56 vezes. Com isto, infere-se que o momento
de inércia teórico é bem mais preciso que o experimental, o que era o esperado. Nota-se que
nesta situação os valores se diferenciaram, sendo a divergência entres tais igual a 6,27%. Como
o que foi explicitado já na seção anterior, o desvio percentual obtido revela certa margem de
erro considerável e significativa. No entanto, é possível justificá-la: por se tratar de uma
atividade experimental, desvios são, de certa forma, admitidos, uma vez que erros sistemáticos
e de flutuação podem acontecer. No caso, é provável que um atraso no acionamento do
cronômetro ou uma leitura um pouco incerta da trena ou do paquímetro no momento de
medição dos diâmetros e da altura h tenham causado a diferença. Posteriormente, obteve-se o
tempo teórico que o corpo suspenso leva para percorrer a altura exposta na Tabela 1, sendo
este igual a 7,34 s, e, analogamente ao que foi descrito logo anteriormente, comparou-se o
tempo teórico com o tempo médio calculado pelos dados da Tabela 2. Novamente, nota-se que
o desvio dado pelo valor experimental é maior que o teórico – mais exatamente uma diferença
de cerca de 3 vezes - o que leva a concluir que o tempo teórico é mais preciso. Percebe-se que
há certa discrepância entre os resultados e um desvio percentual de 1,907%. Depreende-se que
o desvio obtido neste caso foi menor que o desvio obtido entre os momentos de inércia, logo,
o tempo experimental mostrou-se mais próximo do tempo proposto pela teoria do que o
momento de inércia experimental com o teórico. De maneira similar, explica-se a diferença
apresentada pelos mesmos erros sistemáticos citados previamente, tendo em vista que tais
falhas de execução da prática ocorridas desencadeiam desvios para todos os cálculos efetuados,
impactando, assim, em toda a análise e discussão. Apesar dos dados experimentais não terem
sido iguais aos teóricos, pôde-se investigar os movimentos do sistema disco-massa e, a partir
dos conceitos de conservação de energia mecânica e do torque, obteve-se as equações
necessárias para os cálculos de momento de inércia, o que, evidentemente, possibilitou a
discussão aqui apresentada, incluído a comparação entre a teoria e a prática.
7. Conclusão
Tendo em vista os objetivos da prática e os aspectos discutidos por este relatório, pode-se inferir
que o intuito do experimento foi atingido. A partir dos conceitos de torque, relacionados a 2ª
Lei de Newton, bem como, por meio da noção de conservação de energia mecânica, pode-se
atingir os instrumentos necessários para o cálculo do momento de inércia teórico. Ademais, por
via experimental, determinou-se a inércia rotacional de um sistema de discos homogêneos e
desenvolveu-se um estudo do movimento de translação e rotação em um conjunto discos-
massa. A fim de se chegar em tais conclusões, as condições iniciais dos movimentos foram
respeitadas e imprescindíveis para as constatações descritas na Análise dos Resultados.
8. Referências Bibliográficas
[2] Young e Freedman, Física I, 12ª Edição, Editora Pearson Education do Brasil (2008);
[3] H. Moysés Nussenzveig, Curso de Física Básica 1 – Mecânica, 3ª Edição, Editora Edfard
Blüncher Ltda (1993);
[4] Assis, André Koch Torres, Arquimedes, o centro de gravidade e a lei da alavanca, 1ª Edição,
Editora Apeiron Montreal (2008).