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RECIFE, 2016
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RECIFE, 2016
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AGRADECIMENTOS
A Deus que iluminou o meu caminho e a minha vida nesta jornada. Aos meus familiares pelo
amor, incentivo e compreensão. A universidade Federal de Pernambuco que foi o local de
grandes aprendizados. Ao meu professor orientador pela atenção e orientação dada ao meu
trabalho.
Agradeço também a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para o
desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso e não aqui citadas.
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RESUMO
Este trabalho propõe um estudo sobre fundações, especificamente sobre sapatas isoladas. O
trabalho consiste no estudo de 3 etapas: a primeira é investigação do solo; a segunda é em
dimensionamento (tanto da geometria quanto da armadura); e, por fim, a terceira, que é a
execução.
ABSTRACT
This work proposes a study on foundations, specifically on isolated shoes. The work consists
of the study of 3 stages: the first one is investigation of the soil; The second is in dimensioning
(both geometry and armor); And, finally, the third, which is execution.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
A – Menor dimensão da sapata
B – Maior dimensão da sapata
D – Profundidade da cota de fundação
h – Altura no pescoço da sapata
h0 – Altura na extremidade da sapata
ap – Menor dimensão da secção transversal do pilar
bp – Maior dimensão da secção transversal do pilar
C – Dimensão do balanço da sapata
ex – Excentricidade em relação ao eixo x
ey – Excentricidade em relação ao eixo y
lb,nec – Comprimento de ancoragem necessário
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 14
1.1 Justificativa e Motivação ............................................................................................ 15
1.2 Objetivos Gerais e Específicos.................................................................................... 16
2 INVESTIGAÇÃO DO SOLO........................................................................................ 16
2.1 Tensões de Ruptura.................................................................................................... 16
2.1.1 Métodos Analíticos.................................................................................................... 17
2.1.2 Métodos Empíricos .................................................................................................... 18
2.1.3 Execução de prova de carga....................................................................................... 19
2.2Recalque........................................................................................................................ 20
2.3Riscos............................................................................................................................. 21
3 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................... 23
3.1 Dimensionamento da Geometria................................................................................ 23
3.1.1Dimensionamento da Área da base............................................................................. 23
3.1.2 Dimensionamento das alturas..................................................................................... 32
3.2 Dimensionamento da Armadura ............................................................................... 34
4 EXECUÇÃO .................................................................................................................. 38
4.1 Preparação do terreno.................................................................................................
38
4.2 Locação .......................................................................................................................
39
4.3 Escavação .....................................................................................................................
40
4.3.1 Rebaixamento temporário do nível da água ..............................................................
40
4.3.2 Riscos mais comuns de ruptura ou desprendimento de solo e rochas........................
41
4.3.3 Sistemas de proteção em escavações ........................................................................
42
4.3.4 Escavação das sapatas................................................................................................
44
4.4 Preparo da superfície de apoio...................................................................................
44
4.5 Montagem das formas ................................................................................................
45
4.6 Colocação das armaduras ..........................................................................................
47
4.7 Concretagem................................................................................................................
48
4.7.1 Características do Concreto .......................................................................................
49
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1 INTRODUÇÃO
Fundações são estruturas responsáveis por transmitir os esforços das construções para o
solo. De acordo com a NBR-6122 (1996), pode-se ter as seguintes subdivisões: a fundação
direta, também chamada de fundação superficial; e as fundações profundas. As fundações
diretas possuem a altura menor que o dobro de sua dimensão máxima. As mais comuns são os
blocos de fundação e as sapatas. Os blocos são elementos de fundação de concreto simples, e
dimensionados de maneira que as tensões de tração sejam reduzidas, dispensando, assim, a
necessidade de armadura. As sapatas são elementos de concreto armado e são dimensionados
de forma que as tensões de tração sejam combatidas pela armadura, e as tensões de compressão
pelo concreto. As fundações profundas possuem profundidade maior que o dobro da sua
dimensão máxima, como os diversos tipos de estacas e os tubulões.
A fundação direta mais utilizada é a sapata, podendo ser isolada ou corrida. Esse trabalho
propõe um estudo sobre sapatas isoladas e sobre esforços atuantes e resistentes nestas. Sapatas
isoladas são as que não possuem associação com qualquer outra sapata, onde os esforços
solicitantes são em função de um só pilar, podendo ele ser de esforços normais e cortantes e
momento fletor. As dimensões da sapata devem ser de um tamanho suficiente para que o solo
seja capaz de suportá-la sem romper ou produzir grandes recalques. É importante conhecermos
essa tensão máxima admissível no solo para podermos fazer a escolha do tipo da sapata.
Figura 01 – Dimensões da sapata
FONTE: autor
15
As sapatas flexíveis são de uso mais raro, sendo mais utilizadas em fundações sujeitas a
pequenas cargas e com a resistência do solo inferior a 0,15MP. As sapatas flexíveis apresentam
o comportamento estrutural de uma peça fletida, trabalhando à flexão nas duas direções
ortogonais. Portanto, as sapatas são dimensionadas ao momento fletor e à força cortante. A
verificação da punção em sapatas flexíveis é necessária, pois são mais críticas a esse fenômeno
quando comparadas às sapatas rígidas. Sapatas rígidas são aquelas em que o ângulo com a
horizontal com relação ao ponto da extremidade da sapata é maior ou igual a 30 graus, e são
mais utilizadas como elementos de fundações em terrenos que possuem boa resistência em
camadas próximas da superfície. Para o dimensionamento das armaduras longitudinais de
flexão, podem se usar vários métodos, que serão visto posteriormente. As sapatas rígidas podem
ser dimensionadas à flexão pelo modelo de Bielas e Tirantes.
2 INVESTIGAÇÃO DO SOLO
Onde Nc, Nq e NƔ são os fatores de capacidade de carga, que são obtidos através da figura 03.
Vale salientar que estes fatores de capacidade de carga dependem exclusivamente do ângulo
interno de atrito. As propriedades do solo como ângulo de atrito e peso especifico podem ser
obtidos através de algum método de prospecção direto, como o SPT.
Outro método empírico é através do SPT, onde a pressão admissível é estimada pelo
Número SPT médio em uma profundidade até 1,5 vezes a maior lado da fundação a partir da
cota de fundação. A tensão é igual ao número SPT médio dividido por 50.
2.2 Recalques
causa da migração das partículas de água no solo com consequente diminuição do indicie de
vazios.
É importante ressaltar que a previsão dos recalques é um dos exercícios é um dos
exercícios mais difíceis da geotecnia e o resultado dos cálculos, por mais sofisticados que
sejam, devem ser considerado como uma estimativa ( Velloso, Lopes, 2004).
Os métodos para o cálculo do recalque se dividem em 3 métodos: métodos racionais; métodos
teoricamente exatos ou adaptações deles; Métodos empíricos, é o método menos confiável para
para diferentes solos. Embora as tabelas não forneçam recalques, as tensões ali indicadas
2004).
2.3 Riscos
análise quantitativa satisfatória. Por sua vez os riscos humanos se subdividem em: organização
deficiente; uso insatisfatório de conhecimento disponível; e a corrupção.
Problemas causados pela falta de investigação do solo podem ser bastante onerosos, ou
até mesmo inviáveis de se corrigir. O risco admitido para certa obra deve ser proporcional ao
risco associado, isto é, para obras onde o insucesso causaria muito dano deve-se ser adotar um
coeficiente de segurança maior e gastar mais recursos com a investigação do solo.
Figura 07 – Gráfico da relação entre risco e custo por sondagem
FONTE: Autor
23
3 DIMENSIONAMENTO
A área deve ser de um tamanho suficiente para que o solo possa suportar os esforços
solicitantes. É uma tendência dimensionar a sapata isolada com balanços iguais, para que se
possa ter os momentos fletores solicitantes e a armadura de flexão não muito diferente nas duas
direções da sapata. Isto é as distancias entre a face do pilar e a extremidade da sapata sejam
iguais nas duas direções.
A – ap = B – bp. (3.1)
A tensão ou pressão de apoio que a área da base de uma sapata exerce no solo é um dos
fatores mais importantes relativos à interface base-solo. Diversos estudos apontam que a
pressão do solo na sapata não é necessariamente uniforme, pois ela depende de vários fatores
24
A distribuição real não é uniforme, mas a NBR 6118/90 admite que seja adotado
distribuição uniforme para as pressões do solo, representada pelas linhas tracejadas, para o caso
das sapatas rígidas. No dimensionamento estrutural, esta consideração eleva os valores dos
esforços solicitantes quando comparados com a situação em que se usa a distribuição real.
FONTE: R. C. Hibbeler
FONTE: Autor
𝑒 𝑒𝑦 1
b.1 – Dentro do núcleo central ( 𝑎𝑥 + ≤6)
𝑏
𝑒 𝑒𝑦 1
b.2 – Fora do núcleo central ( 𝑎𝑥 + ≥6)
𝑏
28
FONTE: Caputo
Zona 1
29
Fv 6.ex 6.𝑒𝑦
σ= (1 + + ) (3.2)
a.b a 𝑏
Zona 2
Zona 3
12 Fv b+2.s
σ= x (3.3)
b .tg(α) b2 + 12.s2
Onde:
3 𝑎−2𝑒𝑥
𝑡𝑔(𝛼) = 𝑥 (3.4)
2 𝑠+𝑒𝑦
𝑏 𝑏 𝑏2
𝑠= ×( +√ − 12 ) (3.5)
12 𝑒𝑦 𝑒𝑦 2
30
FONTE: Caputo
Zona 4
12 Fv a+2.t
σ= x (3.6)
a .tg(β) a2 + 12.t2
Onde:
3 𝑎−2𝑒𝑥
𝑡𝑔(𝛽) = 𝑥 (3.7)
2 𝑠+𝑒𝑦
𝑏 𝑏 𝑏2
𝑡= ×( +√ − 12) (3.8)
12 𝑒𝑦 𝑒𝑦 2
FONTE: Caputo
Zona 5
Neste caso, a região comprimida corresponde à área hachurada na figura abaixo.
A tensão máxima é calculada aproximadamente como:
𝐹𝑣
σ= × 𝛼 [12 − 3,9 (6𝛼 − 1) × (1 − 2𝛼) × (2,3 − 2𝛼)] (3.9)
𝑎.𝑏
Onde:
𝑒𝑥 𝑒𝑦
𝛼= + (Com ex e ey com sinal positivo). (3.10)
𝑎 𝑏
FONTE: Caputo
32
FONTE: Autor
h
A NBR 6118 diz que: para a sapata ser considerada rígida, ela tem que possuir
a−ap
h≥ ; o cobrimento necessário para um elemento estrutural em contato com
3
FONTE: NBR6118
h0
A altura na face da sapata deve ser o suficiente para permitir a dobra da armadura
de flexão. Para José Milton Araújo (2010), em seu livro Curso de Concreto
Armado volume 4, as alturas das faces das sapatas devem respeitar os seguintes
valores:
h
h0 ≥ 3 ; h0 ≥ 0,2m
34
Como a distribuição de deformações em uma secção transversal é não linear nas sapatas
rígidas, não é aplicável a teoria de flexão de vigas. A NBR 6118 (1996) e José Milton Araújo
(2010) recomendam que o comportamento estrutural da sapata seja analisado através do Modelo
de bielas e tirantes. Este método consiste em substituir a estrutura, ou parte da estrutura, por
uma estrutura de barras articuladas, geralmente plana ou em alguns casos espacial, que
representa seu comportamento. As barras comprimidas são denominadas bielas e representam
a compressão do concreto. As barras tracionadas são denominadas tirantes e representam as
forças de tração das armaduras.
35
A tensão σ𝑑 aplicada no topo é obtido pela divisão da carga de cálculo pela área da
secção do pilar. Há alguns casos que a tensão σ𝑑 é superior à resistência do concreto da sapata,
o que indica que a secção de contato não é capaz de absorver a carga 𝑁𝑑 . Para não haver o
esmagamento da biela de concreto, deve-se impor a condição 𝜎𝑐 ≤ 𝑓𝑐𝑑 , onde fcd é a resistência
à compressão de cálculo do concreto e 𝜎𝑐 é a tensão de compressão que atua na área 𝐿𝑠𝑒𝑛𝜃,
onde L é a largura da biela medida na horizontal. A força de compressão na biela é dada por:
𝐹𝑐 = 𝜎𝑐 𝐿𝑠𝑒𝑛𝜃 . (3.12)
sapata, 𝜃 = tan−1 1/2 e sen² 𝜃=0,20 , as bielas devem convergir para uma seção horizontal
dentro da sapata onde a tensão de compressão foi reduzida a 0,2𝑓𝑐𝑑 .
Logo, Se σ𝑑 ≤ 0,2 𝑓𝑐𝑑 , as bielas podem convergir para a seção do topo da sapata, sem
que ocorra esmagamento. Neste caso, o braço de alavanca é a própria altura útil da sapata junto
às faces do pilar ( Z=d ). Se σ𝑑 ≥ 0,2 𝑓𝑐𝑑 , as bielas devem convergir para uma seção situada a
uma distancia x do topo da sapata. A área dessa seção foi mostrada na figura acima. O valor de
x pode ser encontrado satisfazendo a seguinte equação:
𝑎×𝑏
(𝑎 +4𝑥)×( 𝑏+4𝑥)
≤ 0,2 fcd (3.13)
Quando a carga for centrada como no exemplo da figura acima, pode-se achar as áreas
de aço através das seguintes formulas:
𝑁𝑑 (𝐴−𝑎)
𝐴𝑠𝑥 = (3.14)
8𝑍𝑓𝑦𝑑
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𝑁𝑑 (𝐵−𝑏)
𝐴𝑠𝑦 = (3.15)
8𝑍𝑓𝑦𝑑
Onde 𝑅1𝑑 é a resultante das reações do terreno e 𝑥1 é a distancia de 𝑅1𝑑 até o eixo do
pilar.
(3.18)
1−𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣 = (3.19)
250
39
(3.20)
4. EXECUÇÃO
4.2 Locação
Com o projeto de fundação em mãos o primeiro passo para execução das sapatas é a sua
locação, para locar os elementos de fundação deve se retirar as coordenadas cartesianas do
projeto e fazer as devidas marcações no gabarito, a partir dessa marcação estica-se uma linha
de nylon nas duas direções o cruzamento dessas linhas será o local da sapata, essa etapa deve
ser feita com a maior precisão possível utilizando mão de obra e equipamentos especializados,
pois uma excentricidade no carregamento gera momentos fletores que não foram levados em
conta no dimensionamento da fundação isso pode levar a estrutura ao colapso.
4.3 Escavação
- Operação de máquinas;
- Sobrecargas nas bordas dos taludes;
- Execução de talude inadequado;
- Aumento da umidade do solo;
- Falta de estabelecimento de fluxo;
- Vibrações na obra e adjacências;
- Realização de escavações abaixo do lençol freático;
42
Antes de dar início à escavação o projeto deverá ser revisto e deverá ser efetuado um
levantamento da natureza geológica e demais características do terreno, da envolvente, da obra
em si e do subsolo.
Imediatamente após a marcação do terreno da zona a escavar, abrir uma valeta
impermeável destinada a desviar as águas da chuva ou outras.
Nos casos de risco de queda de árvores, linhas de transmissão, deslizamento de rochas
e objetos de qualquer natureza, é necessário o escoramento, a amarração ou a retirada dos
mesmos, devendo ser feita de maneira a não acarretar obstruções no fluxo de ações
emergenciais.
Muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação
devem ser escoradas, segundo as especificações técnicas de profissional legalmente habilitado.
As cargas e sobrecargas ocasionais, bem como possíveis vibrações, devem ser levadas
em consideração para a determinação das paredes do talude, a construção do escoramento e o
cálculo dos seus elementos estruturais. O material retirado das escavações deve ser depositado
a uma distância mínima que assegure a segurança dos taludes.
Figura 32 – Medidas de afastamento mínimo comumente adotadas.
43
Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25m (um metro e
vinte e cinco centímetros) devem ter sua estabilidade garantida por meio de estruturas
dimensionadas para este fim. Em valas com profundidade inferior a 1,25 m deve ser utilizado
escoramento sempre que as paredes laterais forem constituídas de solo passível de
desmoronamento, bem como nos casos em que, devido aos serviços de escavação, constate-se
a possibilidade de alteração da estabilidade do que estiver próximo à região dos serviços. A
definição do tipo de escoramento a empregar depende da qualidade do terreno, da profundidade
escavação e das condições locais.
No caso de escavação manual de valas, o escoramento deve ser executado
concomitantemente à escavação, ficando a profundidade da vala, para escavação manual em
limitada em até 2,00m. No caso de escavação mecânica, a distância máxima entre o último
ponto escorado e a frente da escavação deve ser de 2,00 m. A remoção do escoramento deve
ser feita cuidadosamente e a medida que for sendo feito o reaterro.
De acordo com a NR-18 as escavações com mais de 1,25 m (um metro e vinte e cinco
centímetros) de profundidade devem dispor de escadas de acesso em locais estratégicos, que
permitam a saída rápida e segura dos trabalhadores em caso de emergência.
Figura 33 – Instalação de escadas quando necessário.
44
Os materiais usados devem ser isentos de trincas, falhas ou nós, para não comprometer
a resistência aos esforços a suportar.
Com os locais das sapatas devidamente locados deve se executar a escavação até cota
de projeto mais 5cm para concreto “magro”, a escavação deve ser realizada deixando uma folga
a mais na largura da sapata para permitir o trabalho dos operários.
Chegando a cota de projeto deve se examinar as caracteriza do terreno comparando as
com as características predefinidas no projeto, realizando observações visuais e ensaios
normalizados.
É prudente contemplar sistemas de recolha e poços para recepção de águas que afluem
ao fundo da escavação para bombeamento.
Antes de começar a montagem das formas deve se garantir a locação exata da sapata, as
formas podem ficar perdidas como nas formas de alvenaria ou situações particulares em que
não seja possível ou viável recuperar o material, pode-se também escolher as formas
reutilizáveis (madeira, fibra, metálica e outras), normalmente nas fundações utiliza se materiais
reaproveitados devido à inexistência de exigências estéticas.
• Caso se deseje a recuperação do material para reutilização deve ser aplicado óleo
desmoldante.
• Em seguida, coloca se as fôrmas de acordo com o projeto de locação. Deve-se
conferir as marcações dos pilares e checar o nível da sapata.
• Preparar as fôrmas da borda da base da sapata, apoiando-as em estacas cravadas no
fundo e nas laterais da vala, atentando para o correto nivelamento dos topos das formas
laterais.
• Verificar o alinhamento e esquadro das peças para manter a largura e o comprimento
da sapata constantes.
• Uma vez montadas as fôrmas de borda, determinar a altura do começo do pilar,
atentando para um correto ângulo de inclinação das laterais da sapata.
A armação das sapatas pode ser feita no local ou pré fabricadas este último ganhou bastante
espaço na construção civil nos últimos anos, comprando o aço cortado, dobrado e armado
facilita a organização e gerenciamento da obra, dispensando o espaço usado para estocagem e
armações. Também elimina as perdas de aço, aumenta a produtividade e diminui a mão de obra.
A execução deve seguir a risca as plantas de armação respeitando:
• espaçamentos e sobreposição das barras;
• comprimentos de amarração;
• espaçamento;
• recobrimento;
As armaduras deverão estar isentas de depósitos superficiais que prejudiquem a aderência
(óleo, gelo, pinturas, ferrugem solta e outros elementos).
Nesta etapa, além da armadura da sapata, também deve se fazer o posicionamento da
armadura de arranque do pilar em relação à sapata, e a colocação das guias de arame,
para acompanhamento da declividade das superfícies do concreto se a fundação for tronco
piramidal.
Figura 37 – Armação de sapata com armadura de espera do pilar.
4.7 Concretagem
48
Em locais onde a fundação vai ficar em contato direto com água é muito importante o
controle tecnológico, divido a grande incidência de problemas de deterioração do concreto
nesse meio. Os principais problemas são: a formação tardia de etringita (DEF) e a reação álcali
agregado (RAA). Os problemas da DEF são o surgimento de fissuras de origem térmica, devido
ao calor de hidratação do cimento, quando a temperatura passa dos 65°C . A reação RAA,
reação entre os álcalis do cimento e os agregados, causa expansão pela formação de um gel
expansivo (também chamado de gel de sílica) que absorve água por osmose e se expande entre
os poros do concreto, até que os espaços vazios terminem e leve a um aumento de tensão. Esse
aumento nos esforços internos pode causar a fissuração , e perda de resistência do concreto.
O concreto deve possuir o fck solicitado pelo projeto. Também deve ser um concreto com
um abatimento pequeno, algo de aproximadamente 7 cm. Deve ser utilizado o cimento
pozolânico, também chamado de CP IV, pois é o cimento indicado para ambientes agressivos,
como é o caso das fundações.
4.8 Reaterro
5. EXEMPLO PRÁTICO
Este exemplo apresenta o dimensionamento de uma sapata isolada, considerada como rígida
e com ação centrada, utilizando o método das bielas. A sapata será dimensionada para um pilar
de 45 cm x 45 cm com barras longitudinais de ᵠ = 16mm, com uma ação vertical de Fv = 1000
kN. A resistência característica do concreto a ser utilizado na obra é de fck = 25 MPa e o aço
do tipo CA-50. A tensão admissível do solo é de σ adm = 200 kN/m2.
Considerando-se a sapata quadrada e com apenas uma carga centrada, logo a resultante está
dentro do núcleo central, e um acréscimo na ação atuante de 10%, obtém-se o valor de a,
conforme vimos na figura 11.a = 2,35 m.
Tratando-se de uma sapata rígida, a altura a ser adotada deve satisfazer à seguinte
𝑎−𝑎𝑝
condição:ℎ ≥ , e h> 𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 + c ; obtemos h>47cm. Com isso adotamos: h=50cm
3
Para o h0 , ho> h/3 ; e h>20; com isso obtemos o valor de h0= 20cm.
Conhecida toda a geometria da sapata, podemos calcular a tensão real de baixo da sapata, pois
temos o volume e a densidade da sapata. Com isso achamos que a tensão real é de 0,18Mpa.
Como a tensão real é menor que a tensão admissível do solo, as dimensões da sapata estão bem
projetadas.
Antes de podermos dimensionar a armadura, temos que verificar a tensão de contato
para verificarmpos se as bielas poderam convergir para a altura máxima sem ser esmagadas.
Como σ𝑑 ≤ 0,2 𝑓𝑐𝑑 , as bielas não são esmagadas e podem convergir para a altura máxima,
fazendo com que o braço de alavanca Z = h – cobrimento. (Z=45cm). Para dimensionar a
armadura utiliza-se a equação 3.14 para achar as áreas de aço que vão ser iguais a: Asx = Asy
50
=18 cm². A área de aço mínima é achado pela equação: 0,15% x a x h, com isso achamos
As,min= 17cm². A área da seção de armadura por metro de largura é igual a 7,23 cm² /m, o que
equivale a ∅ 10 c/11. Com todas as informações necessárias, podemos fazer o detalhamento
conforme a figura 39.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS