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Ruído

II
Índice Geral

1. Introdução - Ruído...................................................................................................................... 5
1.1. Características .................................................................................................................... 5
1.1.1. Frequência .................................................................................................................. 5
1.1.2. Nível Sonoro ............................................................................................................... 5
2. Enquadramento Legal e Normativo ........................................................................................... 3
2.1. Evolução do Quadro Legal e Normativo............................................................................. 4
2.2. Conceitos Introduzidos pelo Quadro Legal - Decreto-lei 182/2006 de 6 de Setembro ..... 6
2.3. Obrigações das Entidades Patronais .................................................................................. 6
3. Sonómetros ................................................................................................................................ 9
3.1. Tempo e Número de Medições .......................................................................................... 9
3.2. Regras a Aplicar na Medição de Ruído ............................................................................. 13
3.2.1. Funcionamento da Fonte (item 6 da NP IS0 1996-2) ............................................... 13
4. Definição da Rotinas de Trabalho - Medições.......................................................................... 14
5. Descrição escrita, sucinta e sumária do processo de cálculo do Lex8h e incertezas associadas
14
6. Informação obrigatória a incluir no relatório de Ruído ........................................................... 14
7. Recomendações para os diferentes valores obtidos (conclusões) .......................................... 15

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IV
1. Introdução - Ruído
O ruído é um dos contaminantes com maior presença no mundo do trabalho. Aliás,
é considerado por diversos estudiosos como o maior contaminante, em absoluto, dos
locais de trabalho. Embora não seja mortal, pelo menos não diretamente, o ruído afeta
gravemente para a saúde e bem-estar das pessoas. Para além da surdez, o ruído pode
ainda produzir distúrbios cardiovasculares importantes e ainda é uma das maiores
fontes de stress relacionado com o trabalho. 1
Ruído é um conjunto de sons desagradáveis, incomodativos ou perigosos capazes
de alterar o bem-estar fisiológico ou psicológico das pessoas, capaz de provocar lesões
auditivas que podem levar à surdez e de prejudicar a qualidade e a quantidade do
trabalho. O ruído é composto por um conjunto de sons. O som resulta de pequenas
variações de pressão num meio de propagação, geradas pelas vibrações de uma fonte
sonora. A transmissão do som é feita através ondas sonoras. As variações de pressão
referidas geram uma sensação no ouvido, mais concretamente no tímpano. É a esta
sensação aquilo a que chamamos Som. Na gama auditiva do ouvido médio humano,
estas variações de pressão vão desde 10-5 Pa a 102 Pa.2

1.1. Características
O ruído / som possui diversas características. As que afectam a saúde dos
trabalhadores são as seguintes:
 Frequência;
 Nível sonoro.

1.1.1. Frequência
O som propaga-se no meio através de ondas sonoras. Cada onda sonora é
caracterizada pela sua frequência. Quanto mais alta for a frequência mais alto, ou
agudo, se diz o som. Quanto mais baixa for a frequência mais baixo, ou grave, se diz o
som. A unidade de medida da frequência é o Hertz, Hz. 3

1.1.2. Nível Sonoro


Quando nos referimos ao nível sonoro podemos estar a falar de uma de três coisas
diferentes:

1
QuartzQuality. Serviços de Higiene.
Acedido em: http://www.quartzquality.com/Servicos/pt/Higiene-no-Local-de-Trabalho
2
Direção-Geral da Saúde. Organização de Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho em Serviços
de Saúde. 2006.
3
Higiene e Segurança no Trabalho. Manual Técnico do Formador. Núcleo de Formação, Estudos e
Consultoria.
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 Intensidade sonora;
 Pressão acústica;
 Potência sonora.

A intensidade de um som está directamente associada à quantidade de energia que


esse som transporta. É definida como a quantidade de energia por segundo que
atravessa uma superfície plana colocada perpendicularmente à direcção de
propagação do som. A unidade em que se expressa a intensidade sonora é o W/m2
(watt por metro quadrado)

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Segurança | Ruído

2. Enquadramento Legal e Normativo

Os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional das


diferentes atividades. Significam, pois, as condições inseguras do trabalho capazes de
afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.
A Saúde Ocupacional tem como finalidades a gestão dos riscos profissionais, a
vigilância e a promoção da saúde dos trabalhadores. A qualidade de vida no trabalho,
conducente à realização pessoal e profissional, insere-se numa matriz de
desenvolvimento que integra como pilar fundamental as adequadas condições de
segurança e saúde nos locais de trabalho, geridas de uma forma integrada e global.
A saúde dos trabalhadores da Saúde tem sido objeto de diversos documentos
legislativos, nomeadamente a partir da década de 90 do século passado e,
presentemente, é contemplada pela Lei n.º 59/2008 de 11 de Setembro, que aprovou
o regime de contrato de trabalho em funções públicas.
 Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2010 define
o eixo fundamental das políticas no domínio da promoção da segurança e
saúde no trabalho.
 Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC), DGS 2009 -2012.
 Decreto - Lei n.º 441/91 de 14 de Novembro (Lei – Quadro), Decreto – Lei nº
26/94, de 14 de Fevereiro, que aprova o enquadramento nacional da
segurança e saúde no trabalho, revogado pela Lei 102/2009, mas que só
produz efeitos, para os trabalhadores que exercem funções nos serviços da
administração direta, indireta, regional e local, bem como nos órgãos e
serviços, referidos no nº 3 do art.º 3º da lei 12-A/2008, de 27 de Fevereiro,
após a entrada em vigor de diploma que regule a mesma matéria.
 Decreto - Lei n.º 503/99, de 20 Novembro, relativo a acidentes em serviço e
doenças profissionais na Administração Pública com a alteração efetuada
pelo artigo 9.º da Lei n.º 59/2008 de 11 de Setembro.
 Decreto Regulamentar nº 76/2007, de 17 de Julho, sobre Lista de Doenças
Profissionais, DR nº 136 - 1ª série. Pag.ª 4 499. Direcção-Geral da Saúde
Circular Informativa Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa -
Portugal - Tel 218 430 500 - Fax: 218 430 530 - Email: geral@dgs.pt 8
 Lei nº 98/2009, de 4 de Setembro, regulamenta o regime de acidentes de
trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração
profissionais, nos termos do art.º 284.º do Código do Trabalho, aprovado
pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro.
 Decreto - Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, sobre o regime jurídico da
promoção da segurança e saúde no trabalho.
 Diretiva Europeia 2003/10/CE – relativa às prescrições mínimas de
segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores devidos

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aos agentes físicos (ruído). Decreto-Lei nº182/2006 de 6 de Setembro –


transpõe para ordem jurídica interna a DE.
 Decreto Regulamentar n.º 76/2007 (Altera o DR 6/2001)
 NP ISO 9612:2009 – Acústica – Determinação da exposição ao ruído
ocupacional. Método de Engenharia (ISO 9612:2009)
 NP EN 458:2006 – Protetores auditivos. Recomendações relativas à seleção,
à utilização, aos cuidados na utilização e à manutenção dos protetores.
Documento guia.

2.1. Evolução do Quadro Legal e Normativo


A Portaria nº 53/71, de 3 de Fevereiro, que aprovava o Regulamento Geral de
Segurança e Higiene nos Estabelecimentos Industriais, e que foi posteriormente
alterada pela Portaria nº 702/80, de 22 de Setembro dita o enquadramento legislativo
dos perigos associados à exposição do ruído, bem como da proteção dos trabalhadores
ao ruido, tendo surgido em Portugal no ano de 1971.
Em 1987 surgiu um Decreto-Lei dedicado ao ruído, Decreto-Lei 251/87, de 24 de
Junho, que aprovou o Regulamento Geral sobre o Ruído.
Em 1989 o Decreto-Lei nº 292/89 de 2 de Setembro, altera alguns pontos no
Regulamento Geral sobre o Ruído.
Em 1986 surgiu a Diretiva Comunitária n.º 86/188/CEE, de 12 de Maio, que
estabelece o quadro geral de proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à
exposição ao ruído durante o trabalho, a mesma só viria a ser transposta para a ordem
jurídica interna em 1992 através pelo Decreto-Lei nº 72/92 e regulamentado pelo
Decreto Regulamentar 9/92.
O Decreto-Lei nº347/93, de 1 de Outubro e na Portaria nº 987/93, de 6 de Outubro,
que definiu os requisitos mínimos de segurança e saúde nos locais de trabalho.
Em paralelo com a evolução do quadro legislativo nacional, surgiram diversas
normas técnicas, tais como: NP 1733 (1981), as NP 1730:1, 2 e 3 (1996), e a série NP
EN 352 (1996) e NP EN 458 (1996). Mais recentemente, ISO CD 9612, que além de
substituir a versão de 1997, define metodologias alternativas de avaliação de ruído
ocupacional, bem como um processo de determinação das incertezas das medições de
ruído.
O Decreto-Lei nº 72/92, e o Decreto Regulamentar n.º 9/92, de 28 de Abril, o
Decreto-Lei nº 182/2006 de 6 de Setembro, que transpôs para o quadro legislativo
nacional a Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento e Conselho Europeu, de 6 de
Fevereiro. Através do presente Decreto-Lei foram definidos os requisitos mínimos de
segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos ao
ruído. O Decreto-lei em causa também atualizou as distinções das grandezas físicas

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utilizadas em questão de acordo com as indicações constantes na norma ISO


1999:1990.
O Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de setembro, relativo às prescrições mínimas de
segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos
aos agentes físicos (ruído), é aplicável a todas as atividades dos setores privado,
cooperativo e social, da administração pública central, regional e local, dos institutos
públicos e das demais pessoas coletivas de direito público, bem como a trabalhadores
por conta própria.
Este decreto vem definir que não é permitida, em situação alguma, a exposição
pessoal diária ou semanal de trabalhadores a níveis de ruído iguais ou superiores a 87
dB(A) ou a valores de pico iguais ou superiores a 140 dB(C), sendo estes valores
definidos como os Valores Limite de Exposição (VLE) ao ruído, em cuja determinação
se passa a considerar a atenuação dos protetores auditivos. Esta consideração significa
que se fosse possível medir os níveis de ruído no interior do canal auditivo, utilizando
um protetor auditivo conveniente, a exposição do trabalhador nunca deverá ser igual
ou superior ao nível sonoro contínuo equivalente (LEX,8h) de 87 dB(A) ou a valores de
pico (LCpico) iguais ou superiores a 140 dB(C). Relativamente à legislação revogada,
em que o VLE diária era de 90 dB(A), este parâmetro sofre uma redução de 3 dB(A),
que considerando que o ruído é quantificado segundo uma escala logarítmica, significa
uma redução de 50% no nível de pressão sonora.
Para além de um VLE consideravelmente inferior, o Decreto-Lei 182/2006, de 6 de
setembro substitui o até então denominado como nível de ação (NA) por dois níveis
distintos, denominados agora como valores de ação inferiores e valores de ação
superiores, respetivamente.

Este diploma legal passou a definir três níveis de intervenção:

 Valores de ação inferiores: LEX,8h = 80 dB(A) e LCpico = 135 dB(C);


 Valores de ação superiores: LEX,8h = 85 dB(A) e LCpico = 137 dB(C);
 Valores limite de exposição: LEX,8h = 87 dB(A) e LCpico = 140 dB(C)

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2.2. Conceitos Introduzidos pelo Quadro Legal - Decreto-


lei 182/2006 de 6 de Setembro
EXPOSIÇÃO PESSOAL DIÁRIA AO RUÍDO E NÍVEL CONTINUO EQUIVALENTE
SONORO
EXPOSIÇÃO PESSOAL DIÁRIA EFECTIVA
MÉDIA SEMANAL DOS VALORES DIÁRIOS DA EXPOSIÇÃO PESSOAL AO RUÍDO
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA DE PICO
NÍVEL SONORO PONDERADO A
RUÍDO IMPULSIVO
VALORES DE ACÇÃO SUPERIORES E INFERIORES, E VALORES LIMITE DE
EXPOSIÇÃO
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR CASO SEJAM ULTRAPASSADOS O LIMITE
SUPERIOR, INFERIOR E MÁXIMO

2.3. Obrigações das Entidades Patronais


1. Avaliação dos riscos: Nas atividades suscetíveis de apresentar riscos de exposição
ao ruído, o empregador deve avaliar e, se necessário, medir os níveis de ruído a que os
trabalhadores se encontram expostos. Nesta avaliação devem ser tidos em
consideração os seguintes princípios:

a) Avaliar o nível, a natureza e a duração da exposição ao ruído dos trabalhadores,


considerando também a exposição ao ruído de características impulsivas;

b) A avaliação deve ser feita em concordância com os valores de ação inferiores,


superiores e os valores limite de exposição definidos pela regulamentação;

c) A avaliação deve ter particular atenção à possibilidade de haver trabalhadores


com especial sensibilidade aos riscos profissionais a que estão expostos;

d) A avaliação de riscos deve considerar a possibilidade de interação entre o ruído,


demais vibrações e as substâncias ototóxicas eventualmente presentes nos locais
de trabalho;

e) Considerar as interferências que o ruído pode provocar na perceção adequada


de sinais de aviso, alarme e alerta necessários à redução de riscos de acidente;

f) Ter em conta as informações disponibilizadas pelos fabricantes dos


equipamentos, nomeadamente no que respeita aos riscos profissionais associados
ao seu funcionamento;

g) Garantir que os equipamentos de trabalho de substituição se encontram de


acordo com os princípios gerais de diminuição das emissões sonoras;
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h) Ter em consideração a possibilidade de a exposição ao ruído dos trabalhadores


se prolongar para além da duração máxima de um período normal de trabalho;

i) Utilizar, a informação resultante da vigilância médica da saúde dos trabalhadores


expostos ao ruído laboral, respeitando as restrições definidas por legislação
específica;

j) Garantir a disponibilidade de equipamentos de proteção auditiva com


características de atenuação adequadas às características do ruído em questão.

2. A avaliação de riscos deve ser efetuada com uma periodicidade mínima de um


ano, sempre que sejam alcançados ou ultrapassados os níveis de ação superiores
(LEX,8h = 85 dB(A) e LCpico = 137 dB(C)). Deve ainda ser atualizada sempre que se
introduzam alterações significativas aos processos produtivos, nomeadamente a
instalação de novos equipamentos, alteração do “lay-out” ou criação de novos postos
de trabalho. A medição dos níveis de ruído, para além de poder ser realizada por
entidades acreditadas, pode também ser realizada por técnicos de higiene e segurança
do trabalho, com certificado de aptidão profissional válido e com formação específica
em instrumentação e metodologias de medição e avaliação da exposição ao ruído
laboral.

3. Redução da exposição: De acordo com os princípios gerais de prevenção dos riscos,


a entidade empregadora deve utilizar todos os meios disponíveis para conseguir
eliminar na origem ou reduzir ao mínimo possível os riscos associados ao ruído no local
de trabalho, seguindo as seguintes principais linhas orientadoras:

a) Procurar adotar métodos de trabalho alternativos que permitam diminuir os


tempos de exposição dos trabalhadores ao ruído;

b) Escolher equipamentos de trabalho bem concebidos, ergonómicos e que


produzam o mínimo ruído possível;

c) Conceber, dispor e organizar os locais e os postos de trabalho de forma adequada;

d) Proporcionar informação e formação aos trabalhadores, com o objetivo de


garantir uma utilização correta e segura dos equipamentos de trabalho e reduzir ao
mínimo a sua exposição ao ruído;

e) Recorrer à implementação de medidas técnicas de redução de ruído, tais como o


encapsulamento de fontes ruidosas, instalação de painéis absorventes e
equipamentos amortecedores para evitar a transmissão de ruído para as
estruturas;

f) Desenvolver, implementar e garantir uma correta programação das atividades de


manutenção dos locais de trabalho e de todos os equipamentos a estes associados;

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g) Adotar medidas de organização do trabalho, de forma a diminuir a duração da


exposição ao ruído;

h) Ajustar os horários de trabalho e os respetivos períodos de descanso,


considerando-os como uma possível forma de reduzir a exposição dos
trabalhadores ao ruído.

3. Proteção individual: Em todas as situações em que não seja possível reduzir a


exposição ao ruído através das medidas anteriormente referidas, o empregador
deve garantir a disponibilidade de equipamentos de proteção auditiva individual,
sempre que seja ultrapassado um dos valores de ação inferiores, e assegurar a sua
efetiva utilização, sempre que o nível de exposição ao ruído alcance ou ultrapasse
os valores de ação superiores.

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3. Sonómetros
O ruído é perigoso a um determinado nível equivalente a 90 dB (A) (Leq). O período
de valoração é de 8 horas por dia (um turno). A partir de 85 dB (A) podem-se produzir
danos no ouvido. Segundo os conhecimentos atuais, a revisão do ouvido interno
depende do seu nível sonoro, dado como nível equivalente (Leq) em dB (A). Para
realizar a medição utilizam-se os sonômetros LEQ. Podem-se produzir influências do
ruído das máquinas na agudeza auditiva e outras funções psicológicas que podem
conduzir à perda da audição.
Para cumprir com as prescrições do nível de som/ruído no posto de trabalho é
necessário comprovar tanto o nível de ruído durante um período, como a dose sonora
pessoal. Para isso aplicam-se sonômetros com memória de dados e relógio com tempo
real. Os trabalhadores podem levá-lo no corpo e armazenam a carga sonora durante 8
horas (90 dB durante 8 horas = 100 % da dose sonora). Os valores de medição sonora
podem ser lidos e representados de seguida no computador. Dos dados de medição é
possível extrair medidas ou disposições para amortecer o som e assim poder proteger
o trabalhador.
Para medir o ruído no sector industrial podem-se utilizar sonômetros da classe II.
Estes sonômetros em forma de portáteis permitem a medição precisa do ruído nas
máquinas e a posterior gravação dos dados. Os sonômetros com logger de dados são os
que mais se adapta à determinação e à documentação do ruído na partida, o
funcionamento e a paragem das máquinas. Estes sonômetros da classe II também se
recomendam para a autorização de novas máquinas.
Para realizar medições de ruído para uso judicial têm que se aplicar sonômetros
calibráveis (classe I). Com frequência são também aceites os aparelhos da classe II, já
que estes sonômetros podem documentar a superação de níveis sonoros com uma alta
precisão de ± 1,5 dB. Quase sempre se tomam como base as medições de ruído internas
ou privadas para realizar medições que se possam utilizar em julgamentos, como por
exemplo, as que se realizam através do organismo de vigilância judicial (por exemplo
em discussões com vizinhos ou inquilinos). Desta maneira evita-se a aquisição de
sonômetros da classe I muito mais dispendiosos.

3.1. Tempo e Número de Medições


Para poder seguir níveis sonoros oscilatórios nos instrumentos indicadores que
eram antes habituais, foram introduzidas diversas constantes temporais: Fast, Slow,
Impulse. Nas normas prescreve-se normalmente a valoração temporal que se deve
aplicar. Os impulsos sonoros breves são frequentemente considerados mais
perturbadores do que os acontecimentos sonoros mais longos. Por isso há que ter em
conta na medição sonora a duração dos impulsos sonoros isolados por meio de uma
valoração temporal.

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Diretrizes para a medição do som / ruído:

1. Valores limite de receção Estradas e caminhos-de-ferro - Prevenção de


ruído

Valores limite de receção em dB (A):

dia (6 - 22 noite (22 - 6


Lugar
horas) horas)

hospitais, escolas, balneários e centros de


57 47
descanso

zonas residenciais 59 49

zonas centro, povoações e zonas mistas 64 54

zonas industriais 69 59

2. Valores limite de receção Ruas - Saneamento de ruído

Valores limite de receção em dB (A)

dia (6 - 22 noite (22 - 6


Lugar
horas) horas)

hospitais, escolas, balneários e residências de


3ª idade, 70 60
zonas residenciais

zonas centro, povoações e zonas mistas 72 62

zonas industriais 75 65

3. Valores limite de receção Ruído aéreo

Valores limite de receção em dB (A)

Lugar / Zona

Zona de proteção 1 Leq >= 75

Zona de proteção 2 67 <= Leq < 75

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4. Valores limite de receção Ruído da indústria

Valores limite de receção em dB (A)

dia (6 - 22 noite (22 - 6


Lugar
horas) horas)

a) em zonas industriais 70 70

b) em zonas de atividade profissional 65 50

c) em zonas centro, povoações e zonas


60 45
mistas

d) em zonas de residência habitual 55 40

e) em zonas meramente residenciais 50 35

f) balneários, hospitais e residências da 3ª


45 35
idade

O período noturno pode variar uma hora, sempre que for necessário por causa das
especificações do lugar ou por causa das condições de trabalho obrigatórias
observando a proteção de efeitos prejudiciais para o meio ambiente. Deve ser
garantido um descanso noturno de oito horas à vizinhança na área de repercussão da
instalação.
As pontas sonoras isoladas de breve duração não devem superar os valores
diretrizes de receção em mais de 30 dB (A) durante o dia e não más de 20 dB (A)
durante a noite.
Para a transmissão de sons no interior de edifícios ou na transmissão de som de
corpos, os valores diretrizes de receção para o nível de valoração para áreas com
necessidade de proteção não industriais segundo a DIN 4109, edição de novembro de
1989, independentemente da localização do edifício encontram-se as zonas
denominadas com letras de “a” a “f” de dia 35dB(A) e de noite 25 dB(A).

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5. Valores limite de receção em dB (A) Ruído na construção

Valores limite de receção em dB (A)

dia (7 - 20 noite (20 - 7


Lugar
horas) horas)

balneários, hospitais e residências da 3ª idade 45 35

zonas exclusivamente residenciais 50 35

zonas predominantemente residenciais 55 40

zonas com casas e com atividade profissional,


onde não existe um predomínio da atividade 60 45
profissional nem da zona residencial

zonas com predomínio de atividade profissional 65 50

zonas industriais e de atividade profissional


onde se encontram
as instalações e as casas dos proprietários e
70 70
diretivos
bem como de conselho e de supervisão da
empresa

6. Valores limite de receção Ruído no desporto

Valores limite de receção em dB (A)

dia (6 - 22 noite (22 - 6


Lugar
horas) horas)

balneários, hospitais e residências da 3ª


45 35
idade

zonas exclusivamente residenciais 50 35

zonas predominantemente residenciais 55 40

zonas com casas e com atividade


profissional, onde
60 45
não existe um predomínio da atividade
profissional nem de zona residencial

zonas com predomínio da atividade


65 50
profissional

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3.2. Regras a Aplicar na Medição de Ruído


3.2.1. Funcionamento da Fonte (item 6 da NP IS0 1996-
2)
A representatividade da caracterização das condições de funcionamento da fonte
sonora nos períodos de referência estabelecidos pelo RGR e para obtenção dos
indicadores de longa duração Ld, Le, Ln, LAeq,T (mensal), é melhor fundamentada
recorrendo a medições em contínuo em vez da técnica de amostragem. Todavia, as
medições de longa duração em contínuo devem incluir a análise qualitativa do
ambiente acústico, de forma a possibilitar a validação dos níveis sonoros registados.
Quando se recorre à técnica de amostragem pode optar-se por medir, durante o
período de referência em causa:
a) Em contínuo em todo o período de referência - neste caso há que estabelecer o
número mínimo de períodos de referência para representar o intervalo de tempo de
longa duração em questão – um ano ou um mês Para fontes que não apresentem
marcados regimes de sazonalidade deverão ser caracterizados pelo menos dois
períodos de referência (por exemplo, dois períodos diurnos). Para fontes com
marcados regimes de sazonalidade (por exemplo, dia útil versus fim de semana ou
feriado, verão versus inverno), deverão ser caracterizados pelo menos dois períodos
de referência para cada um desses regimes, ou seja, uma série de quatro períodos de
referência (por exemplo, quatro períodos diurnos).
b) Por amostragem no período de referência - neste caso é fundamental o
conhecimento prévio do regime de funcionamento da fonte no período de referência
em análise e no intervalo de tempo de longa duração em questão, para a escolha dos
intervalos de tempo de medição (momento de recolha das medições, número de
medições e respetiva duração). Para fontes que não apresentem marcadas flutuações
do nível sonoro ao longo do intervalo de tempo de referência nem marcados regimes
de sazonalidade, deverão ser caracterizados pelo menos dois dias, cada um com pelo
menos uma amostra, em cada um dos períodos de referência que estejam em causa.
Por amostra entende-se um intervalo de tempo de observação que pode conter uma ou
mais medições. Para fontes que apresentem marcadas flutuações do nível sonoro ao
longo do intervalo de tempo de referência que se apresentem associadas a ciclos
distintos de funcionamento da fonte, devem ser efetuadas pelo menos duas amostras
por ciclo. Para obter o valor do indicador de longa duração, mantém-se a necessidade
de efetuar recolhas em pelo menos dois dias. A duração de cada medição é determinada
fundamentalmente pela estabilização do sinal sonoro em termos de LAeq,t, a avaliar
pelo operador do sonómetro. Regra geral, para ensaios no interior, a duração mínima
de cada medição deve ser de 10 minutos; para ensaios no exterior, a duração mínima
deve ser de 15 minutos devido, normalmente, à multiplicidade de fontes e à
variabilidade das condições de propagação que influenciam o registo de medição.
Nota 1: Todas as opções de amostragem, incluindo os números de períodos de
referência, de amostras, de medições e duração da medição, devem ser devidamente

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justificadas em relatório, em face da sua representatividade para os intervalos de


tempo de referência e de longa duração em causa.
Nota 2: Se a diferença entre os níveis LAeq,T / LAeq,t do ruído ambiente, obtidos
nas várias amostras/medições, for superior a 5dB(A), deve realizar-se uma ou mais
amostras/medições adicionais, a não ser que o(s) ruído(s) particular(es) em avaliação
justifique(m) essa diferença, como pode ser o exemplo de uma fonte com ciclos de
funcionamento bem distintos do ponto de vista acústico (justificação a constar do
relatório).
Nota 3: Como exceção à regra de caracterização do ruído em pelo menos dois dias
para obtenção de indicadores de longa duração, pode ser aceitável a caracterização do
ruído apenas num dia se o valor obtido de LAeq,T for igual ou inferior em 10 dB(A) ao
valor limite regulamentar aplicável ou ao valor limiar de aplicação do critério de
incomodidade. Sempre que a fonte sonora for caracterizada por acontecimentos
acústicos discretos, o valor do indicador de longa duração Ld, Le, Ln ou LAeq,T
(mensal), pode ser calculado a partir dos valores médios de níveis de exposição sonora
LAE associados a cada tipo de acontecimentos, ponderados em função das suas
ocorrências relativas no intervalo de tempo de longa duração em causa.

4. Definição da Rotinas de Trabalho – Medições

5. Descrição escrita, sucinta e sumária do processo de


cálculo do Lex8h e incertezas associadas

6. Informação obrigatória a incluir no relatório de Ruído


No relatório deve constar a seguinte informação:
• Descrição detalhada do local de medição complementada com fotografias6 -
localização de fontes sonoras relevantes (referindo distâncias ao(s) ponto(s) de
medição); , incluindo: - posições do microfone (incluindo alturas acima do solo/piso de
interesse e distâncias a superfícies refletoras e obstáculos); - características do solo
envolvente;
• Descrição das condições de funcionamento da(s) fonte(s) em avaliação durante a
medição, incluindo, se relevante, o número de passagens de veículos/comboios/aviões
por categoria;
• Descrição das condições meteorológicas, incluindo velocidade do vento, direção
do vento, nebulosidade, temperatura, humidade, presença de precipitação e
localização do anemómetro e identificação das condições de propagação sonora
(favoráveis, não favoráveis, outras);

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• Dias em que se realizaram as medições e respetivos intervalos de tempo (hora de


início e duração), incluindo a fundamentação da representatividade das amostras
recolhidas face aos intervalos de tempo de referência e de longa duração em causa;
• Informação sobre o sistema de medição;
• Valores medidos dos indicadores relevantes LAeq,T, LAr, Ld, Le Ln ou LAE, e, se
aplicável, indicação dos valores obtidos LAeq,t em bandas de terços de oitava
assinalando a(s) banda(s) tonal(ais) e indicação da diferença entre LAeq,t medidos em
simultâneo com característica impulsiva e fast assinalando as medições em que se
detetou a impulsividade; se aplicável, incluir justificação da obtenção de
amostras/medições com diferenças de LAeq,T/LAeq,t superiores a 5dB(A).
• Tratamento de resultados, incluindo correções aos valores medidos e cálculos
intermédios para obtenção dos valores finais dos indicadores regulamentares;
• Método(s) utilizado(s) para extrapolação dos valores para outras condições, se for
o caso;
• Registos dos níveis sonoros em forma de adenda ao relatório, quando solicitados
pelas autoridades administrativas;

7. Recomendações para os diferentes valores obtidos


(conclusões)

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