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foi a única coisa que salvou Harper na última vez, mas cada sessão na
Second Circle Tattoos a deixa mais e mais perto de Trent. Seus toques
prolongados a seduz, fazendo-a acreditar em uma vida sem medo, onde ela
poderá ser feliz e inteira no amor. Porém, quando mensagens enigmáticas
começam a aparecer no telefone de Harper, entregas estranhas chegam à sua
porta e depois da Second Circle ser vandalizada, Harper está convencida de que
seu ex-namorado está perseguindo-a e, pior, que ele sabe sobre Trent. Ela correu
de seu passado uma vez antes, será que desta vez ela terá força suficiente para
lutar com ele?
O envelope azul da penitenciária de Marion do
estado de Illinois dos Estados Unidos ainda estava
selado fortemente na mente de Harper Connelly.
Encontrava-se na bolsa dela, onde esteve desde que havia
coletado a correspondência no dia anterior. Fora de vista, mas não
fora da mente. Assim, até que abrisse o envelope, ela poderia
continuar fingindo que estava segura. Uma vez que o seu dedo
deslizasse sob o selo, ela seria incapaz de ignorar as decisões que
tomaria.
Parada na faixa de pedestres, esperando as luzes na Collins
Avenue mudarem, ela empurrou a carta profundamente em sua bolsa
e assistiu quando um jovem casal em pé do outro lado da rua se
beijavam profundamente, viu quando a mão dele suavemente cobriu o
rosto dela, enquanto o polegar deslizou levemente em sua maçã do
rosto. Harper desviou o olhar, tentando ignorar a sensação de vazio
no peito. Será que ela ainda poderia se lembrar do sentimento do
primeiro amor? Passou tanto tempo desde que experimentou os
momentos inebriantes de querer estar com outra pessoa o tempo
todo. De ser incapaz de parar de tocar um ao outro, como imãs que se
atraem.
Finalmente a luz mudou e Harper praticamente suspirou de alivio
antes de caminhar com a bolsa no ombro e atravessar a rua, não
poupando o jovem casal uma segunda olhada. Ela só tinha que
conseguir trabalhar hoje sem se transformar em uma pilha de nervos.
E então, ela poderia desmoronar com o envelope na bolsa.
Perdida em seus próprios pensamentos, sentiu alguém empurra-la
na calçada. Fazendo a pele de Harper saltar por dentro. Um zumbido
alto encheu sua cabeça e sentiu um calafrio trilhar em sua coluna.
Seu coração batia para fora do seu peito enquanto suas mãos
tremiam, se esforçando para segurar sua bolsa.
Ela cambaleou. E viu um homem elegante de cabelos brancos
segurando um pequeno cachorro que parecia mais um rato em uma
coleira. Ele murmurou um pedido de desculpas por empurra-la
distraído. Disposta a acalmar o coração, Harper tentou responder à
altura, mas sua boca estava tão seca que ela não pode responder.
Dando um sorriso fraco, ela rezou que bastasse para o perdão.
Ele era apenas um senhor com um cachorrinho, disse a si mesma,
enquanto inclinava-se contra o poste de luz mais próximo e contava
respirações de cinco em cinco, tentando retardar o pulso acelerado.
Nada tinha a ver com a carta que queimava um buraco em sua bolsa
e também seus pensamentos. E nem mesmo com um prisioneiro que
estava a mil milhas de distância. Harper observou seu quadro parado
e resolveu continuar a descer a rua arborizada com palmeiras que
levava até a estrada de areia que iria até o calçadão da praia pela
Miami Beach.
Um arrepio frio se apoderou dela apesar do calor sombrio. Ela
ainda não estava acostumada com o clima de alguma forma e depois
de tanto tempo, ainda não conseguia acreditar. Seriam uns vinte
graus mais frios na volta para casa. Estremecendo forte, ela olhou
para as mãos observando os próprios dedos se alargarem sem sua
permissão.
O casal que ela viu anteriormente, caminhavam de mãos dadas
chegando ao outro lado da rua. Harper olhava saudosamente. Ter
uma simples intimidade assim era impensável. Ela não precisava se
roçar com um estranho para saber. O remetente da carta tinha feito
isso certo. Mesmo depois de todos esses anos, não suportava o toque
de outro ser humano, nem por um segundo.
Ainda tremendo, ela pegou um leve casaco com capuz da sua bolsa
e colocou, desesperada por um pouco calor.
Virando a esquina na rua que a levava longe do oceano, ela retirou
as mãos de dentro das mangas e caminhou lentamente, tentando
diminuir os batimentos cardíacos. Ela tentou se concentrar nas
graciosas decorações dos edifícios famosos de Miami. Acreditando que
não teria que fugir e deixar este belo lugar. As fachadas e os designes
deslumbrantes estavam entre suas coisas favoritas sobre a cidade
virada para o mar. Pinturas com muito estilos de nomes como hortelã
fresca, creme de manteiga amarelo e rosa coral, decoravam a simetria
estilística dos edifícios, trazendo vida a noite quando as luzes de néon
se tornavam um farol para os festeiros. Harper se imaginava olhando
para fora das janelas redondas clássicas e esperando o gigante vapor
do oceano vindo de lugares distantes. A ornamentação extravagante e
painéis fantasiosos remetia a uma época em que os ricos bebiam
champanhe e dançavam Charleston1 nos salões do último andar.
A brisa do oceano soprou sobre seus cabelos castanho escuro
lançando-os sobre seu rosto. Ela mergulhou a mão na bolsa com
cuidado, evitando tocar no envelope e pegando um dos muitos
elásticos no fundo. Rapidamente, ela amarrou as camadas em um
coque bagunçado na base do pescoço e se dirigiu para a pequena loja
em que trabalhava.
José, seu chefe, já tinha esticado o toldo marrom sobre a área do
pátio do café que levava seu nome. A correria da manhã estava
prestes a começar.
Drea, a subgerente, estava sentada em uma das mesas, com o sol
refletindo sobre suas luzes naturais loiras que enfeitava seu cabelo
castanho em camadas. Ambas estavam com vinte e sete, mas com a
pele bronzeada e uma pequena estrutura em contraste com a figura
atlética de Harper, ela parecia mais jovem.
Alívio a inundou completamente, a simples visão de sua melhor
amiga a ajudava a conviver com o pânico.
— Bom dia querida. — Ela disse, na esperança que Drea não
notasse sua falta de folego.
Olhos castanhos olharam em sua direção.
— Bom dia Harper. — Curiosamente, ela inclinou a cabeça. —
Você está bem? — Desde o dia em que se conheceram, esta menina
acabou com ela. Privada como Harper, Drea ainda conseguia
intimidar suavemente a vida de Harper e já deixou claro que somente
um aviso de despejo iria expulsa-la. — Está Tudo bem. — Ela jogou a
1
Estilo de dança muito famosa na década de 20.
questão a distância. — Você chegou antes de mim? — Harper
perguntou, tentando distraí-la. — Eu estou no turno errado?
— Não, sou estou. Eu cheguei cedo. Minha tia me deu uma carona
essa manhã, uma vez que o meu carro só sai da loja à tarde. Pronta
para mais um dia no céu expresso? — Harper acenou com o queixo
em direção a porta principal.
Drea suspirou.
— Sair e passar o dia nas ilhas Keys? — Sussurrou ela.
— Eu ouvi isso, Drea. — José gritou de dentro conforme se virava,
bloqueando a entrada deixando-as entrar. — Você. — Ele gritou
apontando para a Drea. — Pode sair. Ela... Nem tanto!
Ambas riram enquanto entravam e iam em direção a sala de
descanso para guardar suas bolsas.
— Estou sentindo o amor, José. — Murmurou Drea.
— Eu ouvi isso também. — José riu, suavizando sua voz.
José’s South Beach existia há quase cinquenta anos. O José
original ainda vinha religiosamente tomar seu café todos os dias,
mesmo fazendo muito tempo que ele entregou as rédeas para seu
filho, José Junior.
A loja longa e fina era mais do que apenas um café. Tinha uma
comida agradável e em sua volta tinha macias paredes creme com
madeira clara. José estava ocupado carregando o balcão com os
produtos recém-feitos de pastelaria. Pastelitos cubanos tradicionais
estavam alinhados ao lado dos clássicos croissants e pãezinhos de
canela. Com um avental preto envolta da cintura, Drea empilhava as
saudáveis saladas e os sanduiches com refrigerantes.
Harper inclinou-se sobre o balcão ligando as máquinas de café
expresso, liquidificadores e as cafeteiras que ladeavam a parede
esquerda. Ela puxou a bandeja com jarras de metal vazias para ferver
o leite e coloca-las ao lado estação de café.
Horas mais tarde, uma vez que a multidão da hora do almoço
começou a sair, ela iniciou o processo de limpar as mesas, antes que
as atividades da parte da tarde começassem.
— Mas não significa apenas que ela tinha sangue nas mãos? —
Ela ouviu alguém dizer, enquanto limpava uma mesa no piloto
automático, Harper olhou para algumas adolescentes sentadas na
mesa ao lado. — Ela dizia, “Fora, maldita mancha”, mas não acho que
ela realmente tinha sangue nas mãos. E também não acho que ela
chegou a matar alguém.
Harper fez uma pausa. "Macbeth2". Ato 5, se ela não estava
enganada. As alucinações da manipuladora Lady Macbeth, foi um de
seus favoritos. Ela queria ajudar as meninas, mas livros escolares e
notas era outro lembrete das coisas que há muito tempo ela jurou
deixar no passado. Aquela vida se foi. Imediatamente, Harper pensou
no envelope azul, que estava em seu armário na parte de trás da loja.
Ela já não podia mais ignorar a carta, independentemente do quanto
a vida seria mais fácil se ela nunca abrisse essa porcaria. Pela
segunda vez naquele dia, seu peito apertou. Era melhor saber. Após
uma rápida olhada ao redor para garantir que ninguém precisasse
dela, entrou no cômodo dos fundos e abriu o envelope, desejando que
o passado pudesse realmente ficar enterrado.
***
2
Macbeth é uma tragédia do dramaturgo inglês William Shakespeare.
3
É o nome da loja de tatuagens que ele trabalha.
— Eu não ouvi nenhuma reclamação quando aquela loira tinha a
mão dentro das suas calças.
Cujo esfregou a mão na cabeça careca e, em seguida, coçou a
sobrancelha sorrindo presunçosamente.
— Cara, ela era louca. Como foi a ruiva?
— Curvas em todos os lugares certos, professora de ioga. — Disse
Trent. Cujo soltou uma gargalhada. Trent olhou para a bota dele
descansando sabre a borda da janela e fez uma anotação mental de
cuidar da pintura lascada do peitoril.
Second Circle Tattoos era seu bebê e orgulho, o subproduto de
uma juventude desperdiçada e recuperada pelo seu mentor, Jimmy
"Júnior" Silver. Foi uma longa jornada para a localização atual da
loja, estar em uma das ruas em ascensão de Miami. Anos de um
período de aprendizado antes de sair sozinho, anos que ele e Cuj
passaram em um estúdio de merda antes de morder a oportunidade e
investir neste lugar. A equipe que ele tinha construído tinha uma
reputação sólida, com pessoas vindo de todos os lugares para vê-los e
as loucuras de seu calendário lembrava-lhe diariamente que elas
gostavam de seu trabalho.
Bebendo um longo gole de café, Trent avistou uma morena
incrível, classicamente bonita, andando do outro lado da calçada.
Cujo soltou um assobio longo e tranquilo.
— Essa é uma poderosa distração de boa aparência.
Trent olhou, grato por ter tirado seus óculos para desfrutar de sua
pausa para o café. Merda, o que ela estava vestindo? A camisa de
botão antiquada que parecia ser dois tamanhos maiores,
emparelhado com shorts cáqui flácidos que pareciam ter perdido a
vontade de viver. Embora, tirando as roupas feias, tinha um corpo
tonificado. E ele era como um idiota para o tipo atlético, tonificado e
ainda cheio de curvas. Provavelmente um pouco mais baixa que seus
1,86 metros, mas com pernas que não acabavam mais. Sua pele era
porcelana branca e inferno, sim, como um tatuador, ele iria apostar
cem jardas de distância que ela era virgem de tatuagem, o melhor tipo
de tela.
Ela usava seu cabelo castanho escuro, espesso em um coque
desarrumado, revelando um pescoço lindo que era seu ponto fraco,
ele amava a parte de trás da orelha de uma garota.
Quando ela se aproximou, ele podia ver que ela estava segurando
uma caixa de doces da loja de café da rua.
— Para mim, querida? — Ele gritou do outro lado da rua, sorrindo
da forma que as garotas sempre gostavam. Ele ouviu Cujo rir a sua
esquerda... Mas preferiu ficar focado na mulher. Ela parecia confusa
por um instante antes de perceber que ele estava gritando com ela.
Droga. Um sorriso tímido, lento e lá estava aquele rubor na pele dela.
Tão excitante. Puta merda.
Ele esperou ansiosamente para ela dizer algo em troca, mas ela
continuou andando. Desapontado, ele só podia imaginar o quão
bonita aquelas bochechas rosadas ficariam quando ele a embrulhasse
em seus braços, nos lençóis macios de sua cama, deixando um
delicioso calor chegar ao seu redor.
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4
Aqui ela fala que fez uma pesquisa sobre ele no google.
— Eu gostaria de pensar que eu sou realmente bom em tudo. —
Suas palavras transpiraram confiança, mas a sua risada
autodepreciativa não o fez soar arrogante –Hey, uma pergunta para
você, querida e eu não estou tentando apressá-la. Mas, nós vamos
continuar com este papo sobre mim? Senão, eu vou pedir uma pizza,
porque eu estou morrendo de fome, ou você está pronta para me dizer
o porquê você está aqui?
***
***
***
O que você diria a alguém que tinha passado por algo tão
traumático? O que você faria? Não era como se ele tivesse anos de
formação, ele era apenas um profissional, que ouvia as histórias das
pessoas que utilizavam o processo de tatuagem como terapia.
Nenhuma tatuagem iria fazer isso acabar para Harper.
Ele se movia lentamente, com medo de que qualquer movimento
brusco pudesse assustá-la e enviá-la correndo para a porta. Se a
levasse para o quarto dos fundos e a deixasse à vontade, certamente
ele poderia convence-la a fazer isso.
— Siga-me. Se não gostar de nada que eu fizer, só dizer para parar
e eu vou me afastar imediatamente. Tudo bem?
Seu coração se partiu um pouco, quando ela colocou os braços em
volta de si e olhou para ele pela primeira vez desde que correu para a
porta. Ela o olhou brevemente nos olhos, fazendo-o se sentir como se
tivesse levado um soco no estômago. Ele viu algo passageiro naqueles
olhos notáveis que precisavam estar brilhando com felicidade, amor.
Inferno, até mesmo se via desejo, encoberto com medo.
Não houve nenhum movimento com a cabeça. Muito bem. Alívio
passou por ele.
Empurrando a porta, ele agradeceu ao ver que o quarto estava
impecável. Não era a primeira vez, mentalmente ele enviou um
obrigado à Pixie por seu empenho.
Ele acendeu as luzes completamente, pensando que a faria se
sentir mais segura.
— Suba aqui. — Deu um tapinha no couro preto da cama de
tatuagem, enquanto Harper o seguia. — Eu vou buscar uma garrafa
de água para você e então, nós daremos uma olhada nisto. — Na área
da cozinha, ele inclinou a testa por um momento no frigorífico.
Lutando para controlar a fúria que sentia pela pessoa que tinha feito
isso com ela e o desejo de socar uma parede queimava dentro dele.
Abrindo a garrafa de água quando retornou, ele sentiu suas mãos
tremerem. Ela tomou um gole pequeno.
— Tudo bem, Harper. Aqui está o que precisamos fazer. Querida,
você precisará tirar a blusa novamente e me entregar para eu poder
pendura-la no gancho da porta ou você mesma pode segura-la.
Qualquer coisa que faça você se sentir mais confortável. Irei fazer
cicatriz por cicatriz, olharei sobre cada uma e lhe direi se tem como
ou não tatua-la. Praticamente, você pode tatuar em qualquer coisa,
mas como a tinta se espalha e fica sobre o tecido cicatricial, o
resultado é menos previsível do que em uma pele sem cicatrizes. O
que torna mais difícil garantir o que vai aparecer quando estiver
pronto.
Ele agarrou um par de luvas do armário que ficava na parte de
trás da sala, antes de retornar e parar na frente de Harper.
— Quando eu der uma boa olhada, vou deixar você saber onde os
desafios podem estar e você pode me informar o que quer fazer. Você
acha que nós podemos fazer isso?
— Eu vou tentar. O que não nos mata nos torna mais fortes,
certo?
— Você acabou de citar Kelly Clarkson?
— Não, Nietzsche. — Harper respondeu com um sorriso silencioso.
— Não descreveria você como um fã da Kelly.
— Não. E se alguma vez você mencionar essa conversa, eu vou
negar todo o conhecimento dela.
Finalmente, um sorriso.
Trent estudou-a quando ela tirou a blusa pela segunda vez.
Qualquer pensamento inapropriado que passou pela sua cabeça
desapareceu no momento em que ele viu a extensão dos ferimentos.
Suas mãos ficaram frias e pela primeira vez em anos, ele se
perguntou se elas iriam continuar ficando frias. As luvas fizeram um
som estalado quando ele as puxou.
— Você quer que eu tire sua camisa?
— Não. — Ela disse rapidamente, puxando-a contra o peito. — Eu
só vou mantê-la... é... aqui.
Ele posicionou umas luzes que brilhavam em linha reta nas costas
dela, o que deixou as cicatrizes mais surpreendentes no relevo. Trent
apertou os lábios e soltou um suspiro suave. Seus ombros tremeram
ao ver que ela segurava a camiseta em seu peito como um cobertor de
segurança.
Dando um passo para trás, ele caminhou até a frente da cama e
sentou-se num banquinho com rodas.
Harper olhou para ele com medo e com uma forte determinação.
Ele se inclinou para frente, descansando os braços sobre os joelhos.
— Eu quero que você toque no meu braço. Nada assustador ou
estranho. Basta me tocar.
— Para que? Quero dizer, por que você quer que eu faça isso?
— Quando eu te toquei lá fora, anteriormente, você se retraiu.
Estou pensando que se você se acostumar em me tocar em primeiro
lugar, talvez você não se sentirá tão estranha.
Os dentes perfeitamente brancos de Harper, suavemente
morderam os lábios rosa.
Colocando o braço sobre a cama, com o lado interno voltado para
ela, Ele esperou pacientemente.
Timidamente, Harper levantou a mão esquerda, novamente seus
dedos se contraiam como se ela estivesse passando os dedos nas
teclas de um piano. Segundos se passaram. Inferno, ele poderia
esperar toda a noite se era isso o que ela precisava.
Ela exalou lentamente enquanto abaixava a blusa e movia seu
braço em direção a ele. Passando os dedos levemente pela sua pele,
ela começou com a parte interna do seu pulso, acariciando a
cobertura de gotas de sangue no canto de uma cruz tatuada no canto
de sua pele.
Estudando a tinta que tocava, podia vê-la em uma nova luz,
enquanto ela continuava pelo cotovelo, novamente se lembrou do
quão incrível um artista júnior poderia ser.
Seu toque era como uma lufada de ar sussurrando contra ele. Ele
assistiu a ponta de seu dedo escovar sobre a tinta, a pressão suave
provocava arrepios na sua espinha. As pontas dos dedos dela eram
tão frias como o mármore.
— É lindo. Você vai explicar isso para mim?
Trent estudou seu rosto enquanto ela continuava a tocá-lo. Com a
pele impecável, uma maçã do rosto elevada e longos cílios escuros que
ondulavam suavemente.
— Certo. Você conhece A Divina Comédia?
— A banda?5
Trent sorriu.
— Não, todas as minhas tatuagens são da Divina Comédia de
Dante. Algumas pessoas chamam “O Inferno de Dante”, mas isso não
é totalmente correto. São três capítulos. Inferno, Purgatório e Céu.
— Então, isso é...? — Harper fez uma pausa. — Céu. — Ele
levantou seu braço esquerdo e mostrou o Inferno e em suas costas, o
Purgatório.
Ela continuava acariciando lentamente seu braço, seus dedos
suaves enviavam tremores por todo seu corpo enquanto ela
atravessava o numeral romano XII. Ele ficou tão animado para
mostrar a Cujo depois de ter feito.
Cujo adorou até o ponto em que Trent contou-lhe tudo sobre as
doze almas que iluminam o mundo intelectualmente. Então, ele
apenas riu e chamou-o de burro imponente.
— Beatrice conduz Dante através de nove esferas celestes,
começando com a lua deixando-a inconstantemente aqui. — Ele
apontou para o Rosário enrolado em volta do seu pulso com uma cruz
presa no arame farpado. — As almas que abandonam a sua fé. Elas
sobem no meu braço até o nono Primum Mobile, o lar dos anjos. —
Ele aponta para a parte superior do bíceps. — Meu ombro é o destino
final. O firmamento, onde Deus mora.
Levantando o braço, ele deixou-a traçar as letras que estavam em
torno dele apenas acima do cotovelo. Tinha levado uma eternidade
para Junior conseguir que o texto ficasse azul-escuro com as estrelas
perfeitamente em torno dele e a maldição de Dante descrevia o
5
Ela pensa que ele está falando de uma banda britânica chamada The Divine Comedy (A Divina
Comédia).
“padrão de luzes” com tantos detalhes. .Diligite iustitiam qui iudicatis
terram.
— Você ama a justiça, vós que são juízes na terra. — Ela disse,
surpreendendo-o.
— Você conhece Dante?
Harper deixou cair à cabeça para se concentrar novamente em
suas tatuagens.
— É uma citação popular, não é?
Ele não tinha certeza.
— É a sexta esfera celeste. Júpiter, casa dos Governantes.
Os dedos dela continuaram sua perseguição lenta, brincando e
deslizando através das estrelas fixas de fé, esperança e amor.
— Nunca vi nada parecido. — Cara, aqueles olhos eram outra
coisa. Ela os levantou do seu braço para o rosto dele.
— Você vai ficar bem se eu tocar em você agora? — Ele sentiu a
ausência dos dedos dela, assim que deixaram a sua pele.
Harper franziu os lábios.
— Honestamente não sei. Eu acho que sim. Só vá devagar, ok?
Não deixo ninguém ver ou tocar minhas costas em anos. Só de você
fica em pé atrás de mim já é muita coisa.
O que era uma responsabilidade incrível ela confiar nele. Ele se
sentia homenageado.
Trent levantou e empurrou o banquinho de volta para o canto.
— Confie em mim. Tenho você.
***
***
— A tatuagem é simples. O tatuador insere uma agulha com tinta
onde quer que ele queira. No entanto, se houver algo diferente sobre a
pele, a tinta não vai pegar. A maior parte da sua cicatriz eu vou poder
tatuar e digo com bastante certeza que a tinta vai ficar onde
queremos.
Isso não era como nenhuma outra sessão que ele já tenha feito.
Claro, ele já tinha tatuado centenas de cicatrizes. Queimaduras.
Acidentes de moto. Mas nada como isto. E isso iria levar algum tempo
e paciência entre ambos.
— Algumas das maiores cicatrizes e eu diria que há três que se
enquadra nesta categoria, podem ser menos previsíveis. Então, você
tem duas opções com elas: o projeto pode conter apenas
sombreamento com nenhum detalhe de difícil contorno, ou podemos
contornar as cicatrizes completamente mostrando-as. Contudo, elas
não significaram mais nada. Só a verão como marcas abstratas.
Trent tomou um momento para deixar que ela absorvesse. Sem
pensar, ele estendeu a mão e segurou a dela contraindo nas dele,
acalmando o movimento frenético de seus dedos frios com as palmas
das mãos. Ela não tentou afastar-se imediatamente, o que ele tomou
como um sinal de progresso. O tremor acalmava enquanto ele
continuava a segura-la.
— Você está muito tranquila, querida. Vai ficar comigo? — Ele
queria puxá-la para perto e envolver seus braços em volta dela. Com
toda certeza ela estava mal, mas ao mesmo tempo, ele sabia que ela
estava com ele.
— Me desculpe. É só... — Ela o olhou enquanto seus olhos
brilhavam com lágrimas. — Queria ter feito isso há muitos anos e
estava com medo de que você dissesse não.
— Não vou dizer que não. Não agora. A menos que você queira
uma tatuagem idiota do Piu-Piu. — Ela soltou uma pequena risada,
assim como ele esperava. — Mas preciso saber o que tem em mente.
As cicatrizes não desaparecem totalmente, mas a tatuagem
certamente vai enganar quando olharem.
— Não tenho nada de muito concreto. — Ela disse. — Porque eu
quero poder trabalhar com as cicatrizes, mas não sei o que poderia
fazer. Eu quero fazer como meu mantra: O aço mais forte é forjado no
fogo mais quente. O aço de uma faca fez isso comigo, porém de
alguma forma sobrevivi e vou passar por cima disso. Eu imagino as
palavras em um roteiro forte e uma espécie de espada sendo formada
em chamas. E espero que as chamas possam cobrir a maioria das
minhas costas. Ah e quero que também seja feminino.
— Grande tema. Forte e poderoso. Eu estou supondo que as
cores...
— Sim. Eu... — Harper de repente parou, mordendo o lábio e
olhando para o chão.
Ele soltou uma das suas mãos, tocando em seu queixo, não
conseguia resistir, ele queria olhar para ela, precisava vê-la. Ela
estremeceu com o contato e ele tirou a mão.
— Você o quê? — Ele perguntou, chutando-se mentalmente por
assustá-la.
Sua voz tremia e ele sabia que as lágrimas estavam a um momento
de distância.
— Eu quero que seja tão incrível que ninguém nem ao menos tente
descobrir o que as cicatrizes são.
Chegando ao balcão, Trent pegou uma caixa de lenços colocando
ao lado dela. Seu tipo favorito de tatuagem. Nada determinado pelo
cliente, ou seja, ele poderia deixar seu fluxo criativo fluir. E esse era o
ponto ideal onde ele fazia seu melhor trabalho.
— Acontece que tatuagens incríveis é minha especialidade, então,
não se preocupe. Porém, uma grande parte das suas costas vai
demorar bastante, por isso, preciso de compromisso da sua parte.
Podemos ir tanto quanto você pode, mas a criatividade começa a ficar
sufocante depois de quatro ou cinco horas. Então, gostaria de sugerir
blocos de três a quatro horas. Talvez menos para começar. Ficar
apenas na cama vai ser difícil para você em primeiro lugar. O quão
rápido você deseja fazer?
Puta merda. Seu sorriso era deslumbrante. Um pouco triste, mas
bonito. Assumiu todo o rosto dela. Seus olhos pareciam mais perto de
esmeralda agora e brilhavam. Ele viu como ela calmamente se
recompôs. Ela endireitou os ombros, balançou a cabeça até que seu
cabelo caiu em suas costas enquanto soltava um longo suspiro.
— Para ontem é rápido demais?
Rindo, ele agarrou suas mãos novamente, tentando não levar isso
a nada pessoal quando ela estremeceu.
— Se eu pudesse. Isto poderia durar entre cinco ou até seis
sessões, dependendo de quanto tempo você pode ficar na cama e nós
vamos ter que dá espaços, preferencialmente a cada duas semanas.
Você precisará de tempo suficiente entre as sessões para se curar. Por
que não começamos comigo desenhando alguma coisa para você
amanhã ou algo assim? Eu vou fazer até algumas opções de design e
um preço bom para você. Pode entrar para dar uma olhada no design
quinta-feira e depois, vou descobrir por onde começamos?
— Sim. Eu não sei o que dizer. Dizer obrigada parece tão
inadequado.
— Espere até que esteja pronta, Harper. Você pode me agradecer
depois. Mas você vai me odiar só para começar.
Não adianta, porra. Após um último rolar na cama, o
sono já tinha ido embora durante a noite. Jogando as
cobertas de volta, Trent olhou para o relógio. Era apenas sete
horas antes de seu alarme disparar.
Sentando, ele ajustou sua ereção matinal e arrastou as duas mãos
pelo cabelo. Apenas cinco horas se passaram desde que ele colocou
Harper em um táxi por insistência, no entanto, ela era a razão pela
qual que ele estava acordado tão cedo... Visões dos dois se
embrulhando no lençol branco e nada mais, todos aqueles longos fios
escuros caindo sobre seu peito, encheram seus sonhos. Ele precisava
parar de pensar sobre isso agora, antes que ele tivesse um caso sério
de bolas azuis.
Puxando uma calça moletom, Trent entrou em sua cozinha e
pegou o pó de café e os filtros. Parecia que todo mundo tinha aquelas
máquinas de uma xícara que substituiu essas coisas de plástico, mas
parece um desperdício para ele. Você só acabou com metade de um
copo, depois de todo esse plástico, e, pelo menos, seu filtro de café
velho poderia ser reciclado.
Quando o café começou a ferver, ele agarrou seus materiais de arte
e seu laptop que estava na prateleira da sala e os colocou sobre a
mesa de bistrô na cozinha.
Ele começou a visualizar a tatuagem de Harper no momento em
que ela começou a falar sobre isso. Estava na sua mente e não o
deixou dormir até que desenhasse. Algumas das suas melhores obras
de arte começaram dessa forma, uma visão completamente formada
em sua mente que exigia cada grama de sua concentração, para ele
ter sucesso e poder colocar tudo no papel. Esse processo era a ruina
da sua adolescência quando seu talento ainda estava se formando e
mesmo assim, ele ainda não era capaz de processar o caleidoscópio de
imagens que caia em sua mente. Ainda era uma surpresa para ele
sobre a sua capacidade de capturar toda a extensão da sua
imaginação e desenha-lo, seja em um corpo humano ou em um
pedaço de papel.
O projeto seria ousado e brilhante. Quase tridimensional. Haveria
muito espaço para adicionar símbolos e camadas de significados
ocultos. Era um tema forte e uma oportunidade de fazer algo
realmente original. Ela estava certa ao dizer que a espada poderia ser
muito masculina, porém, se ele tatuar as chamas com imagens de
flores e uma escrita com caligrafia suave, o efeito seria
definitivamente suavizado.
Ouvindo o borbulhar final do bule de café, ele serviu-se de uma
grande caneca fumegante. Fala sério, nada melhor que o primeiro gole
de café da manhã. Bem, a menos que você inclua acordar com uma
mulher doce e sensual em seus braços. Isso realmente era a maneira
perfeita de começar o dia.
Sentando na cadeira, ele visualizou as belas características de
Harper e pegou a caneta.
***
6
Um saloon é uma espécie de bar típico do Velho Oeste norte-americano. Os saloons serviam clientes
típicos daquela época e região.
— Nada mal. Poucas gorjetas. — Disse ela com um bocejo. — Eu
estou indo para casa.
A batida do armário reverberou ao redor da pequena sala de
descanso quando Drea se deixou cair sobre o banco ao lado de
Harper, fazendo com que seus ombros se tocassem brevemente.
Harper se encolheu com a conexão, mesmo que fosse com uma das
únicas pessoas que sabia alguma coisa sobre seu passado.
A partir do momento que Drea a entrevistou há dois anos para o
trabalho no José’s, Drea não tinha levado seu comportamento
retraído como algo mais do que um desafio. De alguma forma, Drea
conseguiu fazer seguir sua vida e Harper estava contente com isso.
Mas, mesmo assim, Harper esperou até três meses atrás para contar
para ela uma pequena parte do que Nathan tinha feito e por que ela
estava se escondendo.
— Realmente? Você está bem?
— Cansada. Não consegui dormir direito.
— Se aquele estúpido do Eddie está fazendo barulho de no...
— Não é Eddie. — Harper cortou o discurso rapidamente. — Eu...
— Respirando fundo, Harper soprou o ar para fora de novo
lentamente.
— Eu, o quê? — Drea virou-se de seu assento para olhá-la
diretamente no rosto. — O que você fez? — Suas sobrancelhas
levantaram. — Espere. Este é um novo olhar para você. Você
realmente está com um olhar culpado.
— Eu fui ver se eu poderia fazer uma tatuagem.
— O quê? Espere. Mesmo? Onde? — Drea estreitou os olhos.
As mãos de Harper queimavam, com a incapacidade de controlar a
onda de pânico causada por simplesmente falar sobre seus planos.
— Minhas costas. Eu fui nos Second Circle Tattoos.
— Whoa. Isso é enorme. Eu não tinha ideia que você estava
considerando isso. Como foi? Você está bem? — Perguntou Drea, com
a preocupação suavizando seus traços dourados.
— Não, eu me apavorei como uma grande covarde. Mas sim, eu
vou ter algo elaborado. Eu sei como você se sente sobre tatuagens e,
quatro anos atrás, eu teria concordado com você, mas, por favor, não
me julgue por isso.
— Você está brincando? — Os olhos de Drea se arregalaram. —
Como você pode dizer isso? Eu só não quero para mim, mas eu posso
ver porque você iria querer.
— Eu ainda não sei se eu vou fazer com ele. Vamos ver na quinta-
feira. — As covinhas de Trent apareceram em sua mente por um
breve momento.
— Espere um segundo. O que é isso no seu rosto? O que mais você
não está me dizendo?
— Nada.
— Nada minha bunda. Calma aí. Quem você disse que foi ver?
Second Circle Tattoos? É aquele estúdio desse cara gostoso? Super
alto com um tipo de cabelo bagunçado que você só quer enfiar as
mãos?
Harper se esforçou para esconder o sorriso.
— Então?
— Você está gamada pelo cara da tatuagem! — O grito foi tão alto
que poderia ter rachado o vidro. — Não posso dizer que culpo você.
Esse cara é um copo longo de água gelada. Coberto de muitas
tatuagens, mas quente do pescoço para cima, no entanto.
— Seu nome é Trent e não, eu não estou. Ele é bonito e tudo. E
realmente, realmente bom em tatuar.
— Trent, não é? Bem. — Drea bateu seu ombro. — A primeira vez
vai ser a mais difícil. Você sabe disso, certo? E eu nunca vi esse olhar
em seu rosto. Tenho que admitir. Parece bom aí.
***
Era uma maldita obra-prima. Trent estava trabalhando na
tatuagem de Harper e tomou a maior parte do seu dia, enfurnou-se
em seu escritório no intervalo entre seus clientes para terminá-la. Ele
foi pelo caminho mais longo do que o habitual em pesquisa e seus
olhos começaram a rebelar-se com a ideia de pesquisar outra coisa.
Tudo em torno de uma espada espetacular. O simbolismo vida e
morte de uma espada de dois gumes que representaria a vitória de
Harper sobre seu ataque.
Nos sonhos, as espadas geralmente representavam justiça e
coragem. Harper já tinha mostrado coragem em espadas e ele
esperava que ela tivesse justiça.
O punho foi enfeitado em pedras preciosas e símbolos celtas. Ele
sabia que a partir da conversa de ontem à noite, que ele poderia saber
o que aquilo significava, mas ele entendia que de alguma forma, ela
esperaria ele começar a tatuar suas costas para poder explicar seu
simbolismo.
A espada iria ficar linha reta em sua coluna vertebral. Ela foi
menos marcada lá, que a princípio não tinha feito nenhum sentido
para ele. Até perceber que a faca foi parada quando tocou o osso. Um
sentimento pesado estabeleceu-se em seu estômago. Ela teve sorte
que seu agressor não tinha danificado sua coluna vertebral.
Ele precisa de um esboço de suas costas para que pudesse expor o
desenho e alinhá-lo com as suas cicatrizes. As chamas, que ele
desenhou livremente chegariam em torno das rochas e subiriam pelos
lados exteriores das costas de Harper.
Inclinando-se para trás na cadeira, ele esfregou as mãos sobre o
rosto e nos cabelos.
A porta do escritório se abriu com um estrondo e Trent olhou para
cima, uma vez que a mesma bateu na parede.
— O que você está fazendo?
Ele soltou a respiração que não tinha percebido que ainda estava
segurando.
— Hey, Cujo. E aí, cara?
— Uau. Isso é seriamente uma tatuagem dolorida. Bom trabalho,
cara.
— Eu sou a porra de um gênio, eu sei. — Ele sorriu.
— Modesto também. — Cujo virou o esboço da tatuagem em cima
da mesa para que ele pudesse vê-lo melhor. — É para uma menina,
claramente. Vai demorar um pouco. Quem é ela?
Como descrever Harper? Por onde começar?
— Novo cliente. — Trent viu Cujo passar o dedo pelas bordas de
fogo. Não poderia falar sobre a sua situação com ninguém, nem
mesmo com seu melhor amigo, parecia um abuso de sua confiança.
— Ela já é tatuada? — Cujo mudou da mesa e sentou-se no braço
do sofá.
— Não. — Trent puxou o desenho mais perto. Era uma loucura,
mas assistir Cujo tocá-lo o irritava. Ele pertencia a Harper. E ele. Algo
profundamente pessoal entre os dois.
— Está tudo bem, cara? — Melhor amigo ou não, Trent não estava
pronto para compartilhar seus pensamentos.
— Sim. Por que?
— Você está sendo um binário7 em suas respostas. Você está
parecendo um bocado cauteloso.
Franzindo os lábios, Trent pegou sua caneta e começou a girar ao
redor de seus dedos.
— Apenas não quero entrar em detalhes. É a história dela, não
minha.
— Será que ela sabe da dor que vai passar para fazer para isso?
— Não mais do que o que ela já passou. — A pior dor não seria
física. O verdadeiro teste seria quando ele colocasse a máquina de
tatuagem em suas costas e fizesse o primeiro esboço. Ele só podia
imaginar o inferno emocional que ela passaria.
7
Binário: é a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida, usada
na Computação e na Teoria da Informação.
***
Era uma ideia idiota. Harper olhava para a caixa branca na mão.
Trent foi tão gentil com ela ontem, insistindo em conseguir um táxi
para casa e até mesmo indo longe demais pagando o motorista com
antecedência, que ela quis fazer algo para agradecer. Os bolos
pareciam uma ótima ideia, mas agora, do lado de fora do estúdio,
Harper não estava tinha tanta certeza.
Respirando fundo, Harper endireitou os ombros e entrou na loja.
Cada estação de tatuagem tinha alguém, alguns deitados de frentes e
outros sentados e havia uma fila de pessoas esperando na recepção.
Harper empalideceu quando viu um cara careca ter a imagem de um
cérebro tatuado em seu crânio. Ela desviou o olhar rapidamente
quando ele sorriu para ela, revelando um conjunto de dentes de ouro.
Um casal de jovens estava em pé perto da porta absortos em um
vídeo de rap. Um grupo de meninas estavam sentadas no sofá preto
preenchendo pedaços de papel ligados a uma prancheta. Música alta
soava e vídeos de rock estavam nos televisores de tela plana com
máquinas de tatuagem zumbindo ao fundo. Em comparação com o
silêncio da noite anterior, era um ataque sonoro.
Uma jovem mulher pequena com brilhante cabelo roxo cortado
sentou-se na recepção, com o telefone escondido entre a orelha e o
ombro enquanto ela furiosamente digitava algo em seu laptop. Seu
cabelo combinava com seu metálico bustiê roxo e unhas roxas longas.
Trent estava mesmo aqui? Harper olhou em volta até que viu o
boné de beisebol preto, o cabelo bagunçado escuro saindo nas costas
dando-lhe distância. Ele estava fazendo a parte de trás da perna de
um homem. Um dragão feroz cuspindo fogo estava tomando forma,
envolvendo-se em torno da panturrilha do cara.
— Oi. Posso ajudá-la? — Perguntou a moça da recepção. — Você
tem um compromisso marcado? — Ela se inclinou sobre a mesa,
revelando redemoinhos incrivelmente realistas de flores coloridas no
braço.
— Ei. Não. Eu só... hum... bem, vim ontem à noite e vi Trent. Ele
está fazendo um projeto para mim. Eu só trouxe esses doces para
dizer obrigado. — Oh meu Deus. Como isso soou pouco convincente?
— Eu posso ver que ele está muito ocupado. Posso deixá-los aqui e
você pode dar a ele mais tarde?
A mulher deu um sorriso brilhante.
— De jeito nenhum. Se você os deixar aqui, Cujo, o vácuo
humano. — Ela apontou a caneta na direção a um enorme cara
atraente com bíceps bem definidos, com a cabeça raspada e um
piercing na sua sobrancelha. — Vai comê-los antes de você sair por
aquela porta.
O homem chamado Cujo olhou para cima e jogou um beijo para a
recepcionista que retornou com uma língua para fora. Ele olhou para
Harper, com um olhar estranho de reconhecimento aparecendo em
seu rosto.
— Trent. — A recepcionista gritou por cima da música. — Entrega.
— Trent parou o que estava fazendo e virou-se em seu banquinho. Ele
sorriu para ela, colocando a máquina para baixo e inclinando-se para
dizer algo para seu cliente.
— Hey, Harper. E aí? — Ele disse, indo até ela.
Ele tirou as luvas pretas e jogou-as no lixo. Ele estava vestindo
uma camiseta preta, as mangas curtas destacavam seus braços
incríveis e jeans escuros que pendiam baixo em seus quadris.
— Eu trouxe isto para você. Para dizer obrigada. Pela noite
passada. — Ela viu Cujo olhar para cima a partir de sua estação e
levantar a sobrancelha perfurada para Trent.
— Foda-se, Cujo. — Trent latiu, mas ele estava sorrindo.
O calor subiu por suas bochechas. Tinha certeza de que seu rosto
estava vermelho brilhante.
— Merda, não gosto disso. Somente.... Você sabe o que eu quero
dizer. — Trent riu, sua humilhação agora estava completa. Ele olhou
para a caixa de pastelaria que ela segurava e lambeu os lábios.
— Mmm. Eu pulei o almoço. O que você tem aí?
Ele colocou uma das mãos sobre uma das dela e usou a outra
para abrir a tampa. Seu coração começou a bater forte quando seu
mecanismo de luta ou fuga apareceu. Um redemoinho de tontura
tomou conta dela quando a caixa balançou em seus dedos. Ele olhou
de suas mãos para seus olhos, quase desafiando-a a se afastar.
Trent se inclinou para ela, sussurrando.
— Nós fizemos isso antes, Harper.
Sua mão estava quente por cima da dela e apesar do sangue subir
à cabeça, não era debilitante tanto quanto esse tipo de contato
normalmente seria. Ela respirou fundo.
— Éclairs!8. — Ele pegou uma, dando uma mordida enorme, com
seus dentes brancos e perfeitos. — Cara, isso é bom. — Ele parecia
alheio ao seu ataque de pânico interno.
— Eu não sabia o que você gostava, então eu trouxe-lhe um pouco
de tudo. — Harper finalmente conseguiu falar.
— Sério, dezessete tipos de obrigado. — Ele murmurou com a boca
recheada de confeito açucarado. — Você não tem que fazer isso. —
Ele deu outra mordida gigante.
Ela se perguntou brevemente se seus lábios seriam tão suaves
quanto pareciam. Trent sorriu para ela quando ela corou,
imediatamente vergonhada de ser pega olhando.
— Como você está depois de ontem à noite?
Ela olhou ao redor, muito ciente do número de pessoas no
pequeno espaço.
— Bem. Eu acho. — Ela sussurrou enquanto o observava colocar o
último pedaço de éclair em sua boca antes de lamber o chocolate e
creme do seu dedo. Como poderia um cara parecer tão incrível
fazendo algo tão terrivelmente mundano quanto comer?
8
Éclairs: Éclair (Portugal) ou Bomba de chocolate (Brasil), também conhecida como água do pote, é um
doce de confeitaria caracterizado pelo formato longo, feito com massa de farinha de trigo, com recheio
cremoso (geralmente de natas ou chocolate) e cobertura de calda de chocolate endurecida.
Os dedos de Trent tocaram os dela quando ele pegou a caixa.
Vozes da fila de pessoas atrás dela o distraiu. Ela se virou para ver
duas meninas discutindo com Pixie sobre o seu tempo de espera, um
lembrete de quão ocupado Trent estava.
Era tola para fazer uma parada assim. E estranho. Harper acenou
com a cabeça em direção à porta.
— De qualquer forma. Desculpe por interromper. É melhor eu ir.
Trent olhou para ela, com as sobrancelhas franzidas por apenas
uma fração de segundo. Um lampejo de frustração cruzou seu rosto.
— Não se preocupe com a interrupção. Sempre apareça. Desculpe-
me não ter mais tempo agora. Está uma espécie de loucura hoje. —
Ele acenou com a cabeça em direção ao sofá de espera para as
pessoas. — Você ainda quer vir amanhã para verificar o seu projeto?
— Sim. Vou sair às três. Posso aparecer então?
— Parece bom. Eu vou me certificar de que esteja livre. E Harper,
eu estava falando sério quando disse que você deve aparecer por aqui
sempre.
— Ok, bem, eu vou vê-lo então. Tchau, Trent.
— Harper. — Ele chamou quando ela chegou à porta. Virando-se
ela viu-o tomar outra mordida de um dos doces. — Lembre-se. A
qualquer momento. — Disse ele com uma piscadela.
***
***
***
Cinco horas depois, ele segurava uma dose de uísque, ainda não
conseguia tirar Harper da sua cabeça. O uísque queimava quando
deslizava pela garganta de Trent, um mal necessário para afastar os
arrepios de elaboração das costas de Harper. Ele sentiu sua angústia
cada vez que ela se encolhia, cada vez que ele a ouviu contar suas
respirações até dez.
Quando ela finalmente se sentou, as bordas vermelhas de seus
olhos continham lágrimas que haviam caído enquanto ela tinha ficado
lá. Ela tinha rasgado suas entranhas para algo muito além e ele não
poderia fazer tudo melhorar.
Ele quis embalá-la, acalmar suas lágrimas e sentia o mesmo
aperto arrebatador que sentira antes com ela em seus braços. Em vez
disso, ele segurou-se e observou-a se afastar do estúdio.
Dele.
Trent embalou o copo na mão. Segurar Harper em seus braços o
fez se sentir como se estivesse no céu. Por muito tempo, depois de
Yasmin, a ideia de uma relação permanente parecia como o inferno.
Ele adorou o dia em que ela entrou na Junior’s em seu vigésimo
primeiro aniversário para sua primeira tatuagem, mas, apesar de
seus melhores esforços durante seus dois anos juntos, ele nunca era
suficiente para ela. Não ganhava o suficiente, não era famoso o
suficiente, não tinha conhecido as pessoas certas. A última vez que
tinha ouvido falar dela, estava de caso com algum rapper local.
Quanto a ele, tinha começado a ter meninas e muitas vezes
alternadamente. Ele era honesto com elas, sempre, sobre a natureza
de curto prazo de seus relacionamentos. Mas nos três dias desde que
conheceu Harper, ele não pensou em mais ninguém.
— Isso é alguma coisa. — Disse Cujo, quando entrou no escritório,
serviu-se de uma dose e engoliu metade. — Você conhece a história?
— Não realmente. Só que isso aconteceu há alguns anos atrás e
ela está escondendo-a desde então. Eu não quero forçar muito. — Não
que ele não quisesse saber. Estava roendo suas entranhas.
— Quem diabos faria isso a outro ser humano? Isso é muito
confuso. — Um arrepio visível passou por Cujo.
— Vai ser duro. Reservei para ela cinco ou seis sessões de algumas
horas cada e vamos ver no que vai dá. — Colocando um outro par de
dedos do líquido dourado, ele apertou os olhos fechados e deixou cair
a cabeça para trás no sofá para evitar o pensamento sobre o quão
dura a primeira sessão vai ser para ela.
— Quem você acha que fez isso?
— Não tenho ideia. Não posso suportar sequer pensar nisso.
— Há algo sobre ela, não é? — Perguntou Cujo. Trent abriu os
olhos e levantou uma sobrancelha para o seu amigo. — Para você, eu
quero dizer. Algo está acontecendo com você.
— Obrigado, Oprah.
— Ah, qual é, cara. Eu te conheço o suficiente. Eu posso dizer.
Você fica diferente ao lado dela.
Trent suspirou. Não havia nenhum ponto a negar. Voltou a encher
o copo e bebeu-o. Ele só não sabia o que ele ia fazer sobre isso.
***
9
Uma jogada famosa no basquete.
que a aplicação da lei fosse de pouca ajuda para ela ou sua família.
Quando os pneus do carro de seus pais foram cortados, a polícia
havia dito que era uma travessura. Quando seu irmão, Reid, foi
assaltado no caminho para casa do trabalho e tomaram a sua
declaração, nunca houve uma prisão ou mesmo uma entrevista com o
suspeito.
Harper olhou para o molho no fogão. Mesmo dentro da cela,
Nathan tinha o poder de feri-la, punindo-a. Porém, quando o carro
dela foi empurrado da estrada por uma van sem marcação, ela sabia
que tinha que sair. Seus dedos apertaram a colher de pau na mão,
lembrando daquela noite. O sentimento de impotência que havia
batido nela quando escutou o solavanco e a batida do para-choque da
van contra o carro dela. O terror que sentiu tentando manter o carro
na estrada e depois novamente quando a polícia não conseguiu
responder a sua ligação para o 911.
Isso tinha a assustado mais do que tudo. Determinada a não ser
uma vítima novamente, ela se reuniu com o Capitão Lourie. Vestida
em um terno e cheia de determinação para ser levada a sério, Harper
foi ao seu escritório. Na ponta de sua mesa havia uma fotografia. O
capitão e o Winston em um campo de golfe árido, com suas camisas
polos, vermelhos de queimadura solar que ambos ostentavam.
Linhas foram traçadas, lados escolhidos e estava claro que a
polícia nunca estaria do lado dela. Por comprimento, eles foram a
julgamento para proteger Nathan, o que valeu a sua decisão de
correr.
Só de pensar nisso fazia sentir-se doente. O espaguete que
borbulhava na panela e o reaquecimento do molho no micro-ondas
não estavam mais atraentes. Harper sentou-se no balcão, batendo os
dedos nos três anéis do fichário barato que detinha cópias
documentadas dos momentos mais terríveis de sua vida, as provas do
julgamento, da última correspondência legal, incluindo a carta do
serviço prisional.
Harper pegou o telefone, digitou o nome que ela queria, discou e
esperou.
— Brewster, Grayson e Ross. Como posso direcionar sua
chamada?
— Você poderia me colocar com Lydia Grayson, por favor?
O telefone tocou através de correio de voz.
— Hey, Lydia. É Harp... Taylor Kennedy. Estou com a carta que
você me enviou a respeito de Nathan. Eu não posso acreditar que eles
estão considerando a liberdade condicional por bom comportamento.
Estou considerando o convite para falar na audiência, mas eu
realmente não acho que eu posso fazer isso.
Sua voz começou a rachar e Harper respirou fundo, forçando-se a
manter o controle.
— Eu gostaria de dar a declaração como vítima e seguir em frente.
Você poderia entrar em contato?
Frio correu por ela como se suas veias estivessem cheias de água
gelada. Colocando o telefone para baixo, Harper se perguntou se
alguma vez chegaria o momento em que a simples menção de seu
nome não trouxesse uma reação tão visceral. E mesmo com uma
tatuagem cobrindo o que Nathan fez, seria sempre verdadeiramente
assim?
O estúdio estava vazio. Não havia ninguém para
perturbá-lo. Ninguém para censurar sua escolha de
música. A oportunidade perfeita para beber uma cerveja do
frigobar em seu escritório. Trent tinha recriado seu desenho
em um esboço forte, colocando o mapa das costas de Harper sobre a
mesa iluminada e mergulhado o papel de transferência por cima.
Ele adorava não precisar que a sua criatividade fosse autorizada,
podendo assim, se expressar como artista. A combinação com o
zumbido da tatuagem fazia com que fosse uma experiência inebriante.
Qualquer tatuador semi decente poderia tirar uma foto ou uma
imagem e recriá-la. Ou aprender cinco fontes diferentes para escrever
o que o coração do cliente desejasse. Porém, essa era uma experiência
muito diferente de trabalhar, como se fosse uma criação totalmente
nova para o cliente. Vendo a sua própria arte original na pele de outra
pessoa era o melhor tipo de emoção.
Desenhar o contorno o acalmava, um contraste bem-vindo para a
loucura que havia ocorrido no estúdio hoje. Aparentemente, Anya não
gostava de seu nome escrito com um I e talvez seu homem devesse ter
descoberto isso antes que Cujo escrevesse seu nome em seu bíceps.
Anya definitivamente não foi legal com ele, as lágrimas e a gritaria
foi uma espécie de brinde. Primeiramente, seu homem tentou culpar o
estúdio, mas quando Pixie deixou claro que a estúdio não tinha
qualquer responsabilidade, porque ele tinha assinado sobre a
ortografia, ele perdeu o controle. Seu punho acertou na mandíbula de
Cujo, o impacto enviou a cabeça dele estalando para trás. Trent e Eric
tinham agarrado tanto Cujo quanto o cliente, mas não antes que Cujo
conseguisse um duro golpe no nariz do cliente. Houve um estalo forte,
seguido por um ilegível, "O que, merda, cara!".
Duas meninas que falaram a Pixie que estavam de férias vindas do
Des Moines claramente não estavam acostumadas à Costa Leste,
deixaram o estúdio sem fazer as tatuagens que vieram para fazer.
Cujo teve que cancelar os clientes, sentou-se no banco com um bloco
de gelo em sua mão de tatuar e fez Trent ameaçar chamar a polícia
para obter o namorado de Anya fora.
Alguns dias simplesmente não saem como planejado.
O toque estridente do telefone do estúdio interrompeu sua
concentração.
— Second Circle Tattoos.
— Trent? — O som suave de sua voz acalmou-o imediatamente.
— Hey, Harper. Eu estava pensando em você. — A curva da chama
que ele estava apenas esboçando se levantariam para seu ombro
esquerdo. Ele terminou antes de se levantar, suas costas gemeram
em protesto.
— Você estava? — Surpresa atada em sua voz. — Acho que eu
estava pensando em você também.
Trent sorriu, continuando a sombra das chamas.
— Esses pensamentos, eles te expulsaram da lista agradável de
Santa?
— Eu... eu não sei... talvez. Eu não. Eu queria saber sobre alívio
da dor para amanhã. — Respondeu Harper. Trent se deu um chute
por sua resposta nervosa. — Eu sou totalmente inconsciente da
posição da Santa com tatuagens e automedicação.
Ele riu.
— Estou desenhando sobre a sua transferência. É apenas para o
alívio da dor? Você não está ligando para cancelar comigo, não é? —
Ele estava brincando. Quer dizer mais ou menos.
— Não. — Ela disse rapidamente. — Eu me perguntava se eu
poderia tomar alguma cerveja antes de começarmos. Ou qualquer
coisa?
Trent fez uma pausa, a ponta de seu lápis pousou sobre o papel.
Ele tinha várias sugestões para dar, mas não tinha certeza de que
qualquer uma delas seria de interesse de Harper.
— Como, tomar Tylenol. — Continuou ela. — Ou tomar uma
bebida ou algo assim? Estou nervosa que eu recue e você fará uma
bagunça.
— Eu não farei uma bagunça. Eu te disse. Eu sou incrível.
Precisamos passar mais tempo juntos para que eu possa convencê-la
disso. — Harper riu e ele imaginou-a enrolada em uma cama branca,
seu cabelo escuro em torno dela.
— Posso fazer alguma coisa?
Ele colocou o lápis de volta na jarra e caminhou até o sofá,
sentando-se em uma extremidade com o antebraço descansando
sobre o braço do sofá.
— Para ser honesto, não muito. — E cara, ele gostaria que
houvesse mais, mas como Harper lidaria? Ele teve uma líder de
torcida que derreteu como uma vela por causa de uma tatuagem nas
suas costelas e um linebacker10 que desmaiou ao ouvir o som da
máquina. — Coma uma refeição decente antes de começarmos. Quer
que eu pegue alguma coisa para você? — Ou levá-la para o almoço?
Ele não achava que ela estava pronta para isso. Mas talvez, depois
desse processo, ela estaria.
— Não, mas obrigada. Eu vou direto do José’s. Irei pegar alguma
coisa lá.
Trent escondeu sua decepção.
— Tenha algo rico em proteínas. As pessoas têm desmaiado na
cadeira porque acreditam em algo que não é. Se você comer alimentos
antes, o seu nível de açúcar no sangue estará alto e você vai parar de
sentir a cabeça leve. E ainda vai ser capaz de tolerar a dor, claro, isso
se você não for um cratchity11 porque está morrendo de fome.
10
Linebacker: é uma posição do futebol americano e canadense, que foi inventada pelo
treinador Fielding Yost da Universidade de Michigan.
11
Trent refere-se ao livro A Christmas Carol do autor Charles Dickens, que em Português é conhecido
como Um Conto de Natal, no livro Cratchity ou Bob cratchit é um pobre empregado, pai de quatro
— Cratchity? Isso nem sequer é uma palavra. — Disse Harper,
sufocando o que soou como uma risadinha.
Trent fechou os olhos e sorriu.
— Claro que é. Google está aí para isso.
— Eu vou pesquisar. Como você mesmo o soletra de qualquer
maneira? Se nós estivéssemos jogando Scrabble12, eu desafiaria que
esta palavra valha uns cinquenta pontos.
— Scrabble, hein? — Ela poderia parecer mais bonita? — Você
certamente sabe como fazer uma festa. Talvez eu possa deixar você
me desafiar em algum momento.
A ideia de passar o tempo com ela, fazendo nada, ficou mais e
mais atraente.
— Você vai. — Eles ficaram em silêncio por um momento. — Você
tem certeza que não há nada que eu possa fazer para a dor?
— É verdade, querida. Cremes entorpecentes afetam a superfície
da pele e os produtos químicos neles, às vezes, pode afetar a
tatuagem. Eles também não vão durar por muito tempo, desde que a
sua sessão começar. Analgésicos apenas diluem seu sangue, o que vai
fazer você sangrar mais, o que será ruim para você e nojento para
mim. Eu tenho alguma solução entorpecente, posso pulverizar uma
vez que estivermos em curso. Só funciona em pele machucada.
— E o álcool? — Perguntou ela, esperançosa.
Normalmente, Trent não tinha paciência para esse tipo de
conversa. Sim, havia um dano por ter agulhas cutucando sua pele
continuamente por qualquer período de tempo. Você, ou estava bem
com isso ou não. Em algumas pessoas doem mais. Algumas pessoas
doem menos. Ele se tornou um profissional de identificar clientes
assim que entravam no estúdio, passando-as para Lia, que tinha a
paciência de um santo. Foi diferente com Harper fazendo perguntas,
porém e pela primeira vez ele se viu desejando ter melhores respostas.
filhos, com um carinho especial pelo frágil Pequeno Tim, que tem problemas nas pernas, no livro a ceia
de natal deles é bem pobre o que significa que eles passam fome, porém são muito felizes.
12
É um jogo de palavras - cruzadas.
— Por mais que eu imagine que você seja uma bêbada realmente
bonita, é a mesma coisa com os analgésicos. Dilui o sangue. Minha
sugestão, para o que vale a pena: Durma hoje e tenha uma boa noite
de sono. Coma uma refeição decente antes de vir. Traga música ou
jogos em seu telefone ou algo para distração. Vinte minutos, suas
endorfinas vão surgir de qualquer maneira. Dentro de uma hora, eu
vou pulverizar suas costas se você não puder suportar isso.
— Eu não posso acreditar que eu realmente vou fazer isso. —
Disse Harper em voz baixa.
— É melhor você acreditar ou eu vou ter que fazer essa tatuagem
em Cujo enquanto ele estiver dormindo. É boa demais para ir para o
lixo.
— Eu não consigo imaginar isso. — Ela riu suavemente. —
Desculpe incomodá-lo. Eu vou deixar você voltar para ela.
— Não se preocupe, Harper. Eu gostaria de ter melhores respostas,
mas prometo que vou ser tão suave quanto possível. Estou realmente
ansioso para fazer isso por você.
— Eu estou ansiosa para ver você fazendo isso por mim também.
— Ele se sentiu bem.
Será que era apenas isso? Ele sabia exatamente o que ela queria
dizer. Houve um silêncio longo e confortável antes que um deles falou.
— Boa noite, Trent. Vejo você amanhã.
— Boa noite. — Ele desligou o telefone e sorriu. Este era um bom
lugar para estar. Fazendo grandes tatuagens que eram significativas,
em seu próprio estúdio com sua própria equipe. Ele olhou para o teto
e silenciosamente agradeceu ao Júnior por ter visto algo mais do que
o delinquente juvenil, que ele tinha flagrado fazendo grafite em toda a
lateral do seu estúdio.
Ele se levantou, ajeitou a calça jeans e voltou para a mesa. As
chamas pareciam boas e ele pegou o lápis para continuar
desenhando. Ele mal tinha colocado o lápis no papel quando o
telefone o perturbou novamente. Considerou ignorá-lo, deixá-lo cair
no correio de voz, para que Pixie lidasse na parte da manhã, mas o
número privado podia ser de Harper com mais perguntas.
— Second Circle Tattoos
— Trent Andrews? — Merda. A voz masculina definitivamente não
era de Harper. E agora, ele era obrigado a falar com quem quer que
fosse.
— Sim.
— Ei, Trent. É Michael Cooper. Eu sou um produtor em Los
Angeles, trabalho em um reality show com tatuadores amadores e o
prêmio será um contrato de locação para o seu próprio estúdio. — Ele
reprimiu um suspiro e, pela segunda vez naquela noite, colocou o
lápis para baixo. Olhou ao redor do escritório. Que possuía.
— Parece ótimo, Michael, mas eu já tenho um estúdio. — O cara
no final da linha riu.
— Sim. Eu sei disso. Nós não queremos que você entre na
competição. Queremos ver se você seria bom como um juiz.
Um o quê? Um juiz? Trent passou a mão pela sua mandíbula e o
queixo, momentaneamente atordoado. Como na terra ele chegou no
radar desse cara?
— Nossos pesquisadores se reduziram a encontrar um grupo de
artistas de tatuagens fenomenais, com um catálogo distinto no
trabalho. Enviamos um olheiro para visitar seu estúdio. O cara cuja
perna você trabalhou com o dragão, ele foi um dos meus assistentes
de produção. A tatuagem ficou fenomenal, homem. Totalmente adorei.
Adorei a vibração e seu estilo. Gostaríamos muito de colocá-lo na
frente de uma câmera com outro de nossos juízes. Grande estrela do
rock. Você vai encontrá-lo se puder vim para LA.
— Uau. Esta é uma responsabilidade, muito grande. Estou
totalmente lisonjeado. Eu não estou muito certo o que você quer dizer
sobre isto. — Michael deu uma gargalhada.
— Normalmente, as pessoas gritam: “Sim Michael, me escolhe!",
mas eu entendo a sua reserva. Podemos marcar um tempo para falar
sobre isso?
O que ele tem a perder? Não haveria nenhum mal, era só uma
conversa.
— Isso seria muito legal.
Trent colocou o telefone para baixo balançou a cabeça para a
loucura dele. Apertando os lábios, ele pensou em Yasmin. Ela
adoraria essa merda e ele não seria capaz de compartilhar a
derradeira saudação de um dedo para a miséria que ela lhe causou. E
seus pais? Embora eles tivessem visto sua paixão pelas tatuagens
começarem a pagar as contas, eles ainda realmente não entendiam.
Conseguir esse papel seria a prova definitiva para todos eles, não
seria? Ele tinha se tornado alguma coisa.
***
13
Estilo de vinho.
— Eu pensei que você disse que ele ficaria na prisão por um
tempo. — Drea mudou-se da cadeira para se sentar ao lado de Harper
no sofá de dois lugares, dobrando as pernas debaixo dela.
— Ele deveria ficar, mas ele fez todos esses cursos de reabilitação.
Gerenciamento de Raiva para Psicóticos ou algo assim. Tendo o
suficiente deles, significa que ele pode se formar mais cedo.
— Isso é besteira. — Disse Drea. — O que vai acontecer se ele sair?
— Ele vai tentar me encontrar. Ele já ameaçou. Porém, ele não
sabe que estou aqui. — Harper tomou um grande gole de vinho.
— Mas ele vai ter que ver um agente condicional, certo? E a polícia
vai vê-lo também. Ele não vai estar em alguma lista de agressor?
Harper riu, ela foi tão ingênua uma vez.
— Esses mesmos policiais testemunharam o pai de Nathan me
oferecendo dinheiro para retirar as acusações, porém, no tribunal
lotado de pessoas, falaram que eu estava inventando. Essa polícia? —
Cinismo amarrava suas palavras.
— Sério? Oh meu Deus, Harper. Então, o que você vai fazer?
— Eu não posso fazer muito sobre ele. Eles me pediram para
participar da audiência.
Drea estendeu a mão e colocou uma mão suave no braço dela.
— Você vai? Você sabe que eu gostaria de ir com você no mesmo
instante, se você me quiser lá.
Harper colocou o vinho para baixo e com cuidado colocou a mão
em cima da mão de Drea.
— Eu sei que você faria, querida, mas eu ainda não consigo
encará-lo. Entrei em contato com minha advogada hoje sobre a
apresentação de uma declaração de impacto para apreciação. Lydia
vai me ajudar.
Era por isso que a tatuagem dela era tão importante. Era hora de
seguir em frente e ela precisava se livrar do lembrete permanente,
recuperar essa parte dela. Caso contrário, Nathan sempre iria possuí-
la.
Sua mente vagou de volta para Trent trabalhando em seu design.
Imaginou-o em uma camiseta como naquela primeira noite e os jeans
escuros que envolviam seu bumbum. Ele sempre parecia ter seu boné
de beisebol, mas ela imaginou-o sem ele. Cada gota de sua
concentração focada em seu esboço.
Desta vez, o travesseiro bateu no seu ombro.
— Voltando a Trentville? — Drea questionou com uma risada.
— Desculpa. Eu não sei, Drea. Eu acho que ele pode estar sob
minha pele um pouco. Uma grande parte de mim não tem certeza se
estou pronta. Quer dizer, eu ainda posso surtar, mas pela primeira
vez em séculos, estou pensando sobre um cara.
— Então, vá com ele. — Drea se inclinou para colocar a mão de
leve no ombro de Harper, ignorando o vacilo sutil. — Não pode ser
certo eu ser a única pessoa no mundo que você vai tolerar tocar em
você.
— Você não é.
— O que você quer dizer, com “você não é”? Você já fez com ele? —
O grito atingiu os ouvidos de Harper.
— Não. Mas eu deixei ele me abraçar em seu escritório no outro
dia. — Recordar a força reconfortante de seus braços à fez suspirar.
Talvez Drea estivesse certa. Talvez ela não precisasse mais ficar
sozinha.
***
Ela não conseguia olhar para cima. Ele estava a observando. Ela
podia sentir isso. Esperando. Paciente. Imobilizada no banco do lado
de fora do estúdio, Harper estudou a hora em seu telefone celular.
Vinte minutos de atraso e ele sabia que ela estava sentada ali.
Isso é o que ela queria, certo? Por que não podia simplesmente
entrar lá? Por que isso era tão malditamente difícil? Cobrir as
cicatrizes nunca iria apagar as lembranças daquela noite, mas ela
podia seguir com o futuro se ela só fizesse isso.
Sua conversa mental estava em uma contínua roda gigante e foi
assim desde que devorou seu café da manhã. Se ela não for, Nathan
ganha. Bem, ganha novamente. Ele já havia ganhado quando ela
correu para escapar dele e desistiu de tudo o que conheceu. Quanto
tempo mais deixaria ele manter o controle de sua vida?
Não mais. Ela poderia fazer isso.
Harper levantou o olhar e olhou para a loja, imediatamente
travando os olhos com Trent. Já era tempo. Ela sabia disso. Ele deu a
ela o mais breve dos acenos. Harper devolveu.
O anel do sino foi perdido através da música alta. Sentia-se como
um geek14 que tinha acabado de entrar na festa das crianças legais.
Não podia ser verdade que cada pessoa ali estava olhando para ela,
mas certamente sentia o olhar dele.
— Hey, Harper. — Disse Cujo, quebrando o gelo. — Boa sorte hoje.
Vai parecer mortal quando terminar. — Ele se aproximou, inclinando-
se ligeiramente para bater o ombro dela com o seu.
Harper instintivamente colocou os braços em volta de si. Ela sabia
que Cujo não intencionava nada, mas ainda assim. Ela se forçou a
deixar cair os braços de volta para os lados.
Ela se virou.
— Hey, Trent.
Seu sorriso era de tirar o fôlego.
— Licorice? — Ele ofereceu-lhe o pacote de mastigáveis doces
vermelhos.
Harper pegou um pedaço.
— Maneira discreta de manter meu açúcar no sangue? — Ela deu
uma mordida na corda pegajosa.
— Não. Apenas amo alcaçuz vermelho e queria compartilhar. Não
passa de uma coincidência você estar fazendo sua tatuagem justo
agora.
14
Geek é uma gíria da língua inglesa cujo significado é alguém viciado em tecnologia, em computadores
e internet.
Harper riu. Era bom poder liberar um pouco da tensão que vinha
crescendo dentro dela.
— Acontece que eu amo, embora eu ache o alcaçuz preto melhor.
Ele apontou para a porta.
— É isso aí. Saia do meu estúdio. Alcaçuz preto é um passo de
adoração ao diabo.
— Um tipo de ponto de vista extremo, você não acha? — Caramba,
ela se ouviu rir?
— Na verdade, não. Gostar de alcaçuz vermelho e alcaçuz preto é
uma contradição.
— Isso não é um oxímoro15. Um paradoxo é uma combinação do
adjetivo-substantivo que combina termos contraditórios... como
mortos-vivos. Gostar de alcaçuz vermelho e preto não é.
— Wow. Scrabble. Definições extravagantes para a merda. Você é
uma professora de Inglês ou algo assim?
— Sim, eu... eu quero dizer, não. Eu trabalho em uma loja de café.
Eu apenas gosto de palavras isso é tudo. — Seu estômago virou. Por
que diabos ela tinha quase revelado sua carreira anterior para ele?
Seu trabalho foi a sua paixão, ela amava mais do que qualquer coisa.
Não que ela não pudesse fazê-lo novamente. Para isso, ela precisaria
registrar seus papéis e usar seu nome verdadeiro, o que não ia
acontecer. Nathan iria encontrá-la.
— Eu ainda estou esperando poder jogar Scrabble com você, mas
primeiro, há algo mais que precisamos fazer hoje. — Ele colocou o
pacote de alcaçuz para trás do balcão. — Você está bem? — Ele
perguntou.
Não era essa a pergunta de um milhão de dólares?
***
15
Oximoro: é uma figura de linguagem que consiste em relacionar numa mesma expressão ou
locução palavras que exprimem conceitos contrários.
Então, ela era uma professora de Inglês. Evolução interessante.
Por que diabos ela não estava ensinando? Escolas por toda a cidade
estavam clamando por grandes mestres. Hoje não era o dia de
pressiona-la para obter informações, mas ele queria saber.
— Este será o nosso quarto para as próximas muitas horas do
processo, no entanto. As transferências estão prontas lá para nós.
Quer dar uma olhada antes de começarmos?
A mão que ele segurava estava congelada até os ossos. Os dedos
de sua outra mão estavam queimando novamente. Nervosismo
irradiava dela. Cada instinto protetor nele estava gritando para puxá-
la em seus braços e segurá-la lá.
— Vamos raspar suas costas e, em seguida, colocar essas
transferências nela. Eu vou fazer isso com você de pé para que eu
possa ter certeza de que elas vão ficar em linha reta. Se estiver tudo
bem para você, eu vou pedir a Cujo para me ajudar, em vez de cortá-
la em pedaços.
— Como você fez isso? — Harper pegou as camadas que pareciam
papeis de cópias antigas.
— Alguns eu fiz a mão, outros fiz o esboço através do fax térmico,
como uma espécie de máquina de fax para projetos de tatuagem.
— Eu estou fazendo isso difícil para você, não é? — Harper de
repente se virou para ele. — Quero dizer, eu aposto que você
normalmente não tem que segurar as pessoas. As pessoas viajam
para vê-lo e não podem esperar para começar. Eles só querem uma
tatuagem feita por você, você é incrível e tudo. — Sua boca se curvou
em um pequeno sorriso. — Você teve que literalmente segurar minha
mão. — Disse ela, levantando as mãos unidas. — A cada passo do
caminho.
— Todo mundo é diferente, Harper. Se ajuda, esta é provavelmente
a situação mais única que eu já estive. Não posso dizer que
geralmente tenho que literalmente segurar a mão de alguém, mas não
é nenhuma dificuldade e eu vou ajudá-la de qualquer forma que
puder.
— Eu nunca quis uma tatuagem, você sabe. Antes, quero dizer. Eu
nunca teria pensado sobre a obtenção de uma, se isso não tivesse
acontecido. — Ela se virou para ele, apertando os dedos com tanta
força que ele se perguntou se era possível o fluxo de sangue. — Se a
cirurgia para remover as cicatrizes fosse uma opção, eu
provavelmente teria ido por esse caminho em vez disso.
Trent tentou ignorar a sensação de agitação em seu estômago. Ele
desejou que ela não tivesse dito isso a ele, desejava não saber que ela
detestava algo que era uma parte fundamental de quem ele era.
Ele a levou para a mesa de volta para ver as transferências que
esperava ser um dos melhores trabalhos que ele já tinha feito. Ela não
tinha ideia do quanto de si mesmo que ele tinha investido no detalhe
do projeto. Ele esperava que em determinado momento, ela
valorizasse a tatuagem mais do que apenas um truque para esconder
as cicatrizes e ver como uma indicação sobre quem ela era, o que ela
representava.
— Você sabe, caras adoram uma garota gostosa com uma
tatuagem durona, certo? — Disse ele, querendo trazer um sorriso de
volta ao rosto solene.
— Eu provavelmente sou a pessoa menos durona que existe. Eu
jogo Scrabble e trago doce em agradecimento. Durona para mim não é
não fazer reciclagem de meu lixo ou manter um livro da biblioteca
após sua data de vencimento.
Trent riu, amando seu senso de humor.
— Então, você está concordando com a parte da garota gostosa?
— Não! Quero dizer... porcaria... não... definitivamente não! —
Harper afobada era muito divertida. Poderia tornar-se uma ocupação
permanente.
— E eu amei o agradecimento com doces. Você pode traze-los a
qualquer dia da semana. — Ele riu quando Harper corou. — Bem,
como diz o ditado, a vida não é sobre se encontrar, ela é sobre a
criação de você mesmo. Pronta para ser recriada como uma durona?
Agora, seus olhos estavam brilhando.
— Tão pronta como eu nunca estive. Você está pronto para me
mostrar o quão incrível você é?
— Sempre. — Disse ele, sorrindo para ela. — Uma incrível
tatuagem durona saindo.
***
— Eu acho que há mais uma coisa que você precisa fazer antes de
começarmos. — Trent inclinou um longo espelho contra a parede.
— E isso seria? — O calor de seus dedos a sacudiu quando ele
envolveu em torno de seus pulsos.
— Não entre em pânico quando disser isso. Apenas me escute.
O tom de sua voz perturbava-a.
— Você precisa de um antes.
— Um o quê?
— Um antes... uma fotografia... para comparar com o depois. Para
ver o quão longe você foi.
— Não! — A ideia gelou seu estômago. Sentindo frio, ela agarrou a
camiseta. — Eu tenho vinte ângulos diferentes mostrados no
julgamento. Eu não preciso de outro ponto de vista.
— Você precisa. — Disse ele, chegando a colocar o cabelo atrás da
orelha. — E Isto é para você. Só você. Ninguém nunca vai vê-lo se
você não quiser que veja.
— Eu não posso... eu não... — Pânico se formava. Seu peito estava
apertando.
— Algum dia você vai fazer as pazes com isso, querida. Vai ser um
passo doloroso que formará a pessoa incrível que você é. Você vai ter
orgulho de sua própria força e determinação e gostará de ter o seu
próprio registro deste exato momento. Quando tiver alterado o
caminho em que estava.
Harper olhou para Trent. Ela podia sentir a sinceridade irradiando
dele e percebia que ele estava certo. Ela pegou seu telefone de seu
bolso traseiro.
— Por favor, não faça eu me arrepender confiando em você. —
Disse ela, entregando a ele.
— Nunca.
Tomado a fotografia e os esboços de suas costas, Harper se
agarrou ao casaco que ela estava atualmente
Estava vestindo, um top de biquíni com frente única. Foi sugestão
de Trent e um conforto para não se sentir tão exposta, mesmo que o
capuz pendurado em sua frente parecesse tão estranho.
Olhando no espelho, ela torceu um pouco e tentou sentir a tinta
roxa da transferência que cobria a maior parte de suas costas. A
gosma pegajosa que Trent tinha colocado lá antes de aplicar a
transferência, dizendo que ajudaria as linhas a permanecerem no
local enquanto ele tatuava, secando.
— Aqui. — Ele disse, virando-a para encará-lo. — Olha. — Ao
colocar o segundo espelho na frente dela, Harper podia ver toda sua
volta. Caramba, a tatuagem era enorme.
As veias do esboço roxo pareciam estranhas, como uma rede de
rios cruzando suas costas, mas a espada e o texto se destacaram,
estava tão bonita quanto ela esperava que fosse.
Lágrimas brotaram de seus olhos. Ela iria realmente fazer isso.
Depois de quatro anos, a evidência de Nathan em seu corpo seria
eliminada fisicamente, o impacto emocional diminuído.
Ela não estava brincando quando disse que não queria uma
tatuagem antes disso. Bem, muita das tatuagens que ela viu na
antiga escola em que ensinara que ficava no interior da cidade, tinha
uma quadrilha relacionada. Então, muitas crianças eram tatuadas
por tatuadores sem licença, dispostos a marcar permanentemente as
crianças menores de idade.
Aqui era diferente. Olhar para as linhas prestes a serem gravadas
em sua pele a deixava tonta. Seu coração batia em resposta ao
zumbido de adrenalina. Era isso o que todos sentiam naquele
momento antes de sua pele ser mudada irrevogavelmente? A
aceitação estranha da permanência das coisas, especialmente aqueles
que não poderia ser desfeito. Sua pele formigava com antecipação e
ela estremeceu um pouco, apesar do calor do quarto.
— Você tem certeza que quer fazer isso? — Disse Trent em voz
baixa. — Eu não pensaria menos de você se você não quiser.
Harper deu um último suspiro profundo.
— Eu preciso da minha vida de volta. Eu tenho vivido aqui por
muito tempo e não tive um mergulho no oceano. Eu não pedi para
que isso acontecesse comigo, mas é hora de eu parar de deixá-lo
governar o que eu faço. Eu sei que é hora de seguir em frente. Estou
com medo, Trent, mas eu realmente quero isso.
***
***
***
***
***
***
18
Tatuador famoso.
Cujo se inclinou sobre a mesa de bilhar, franzindo os lábios e
soprando no lado do rosto de Harper para distraí-la de sua tacada.
Trent cutucou longe com o seu quadril.
— Essa é a única maneira que você pode ganhar, Cuj?
Cujo endireitou e riu, piscando para Harper.
— Harper pode aguentar.
— Ela não deveria. Você não precisa ser um idiota. — A amiga de
Harper entrou na conversa da mesa ao lado, onde ela estava jogando
atualmente.
Trent virou-se para olhar para ela. Ela era uma coisa um pouco
mal-humorada; seu olhar fulminante foi direto em Cujo.
— Uau. A gatinha tem garras. — Cujo respondeu com um sorriso
irônico. — É chamado de diversão.
— Não. Chama-se ser um idiota. — Ela gritou de volta antes de
voltar ao seu jogo.
Cujo levantou uma sobrancelha para ele e deu de ombros. Eles
jogaram até que fossem os únicos no salão de bilhar, Drea,
eventualmente, se juntou a eles.
— Você redefiniu a palavra idiota. — Trent a ouviu dizer para Cujo,
que estava encostado a mesa de bilhar, com os braços cruzados na
frente do peito, enquanto Drea gesticulava loucamente diante dele.
A falta de espaço no salão estava totalmente trabalhando em favor
de Trent. A pequena mesa com cadeiras esmagadas, uma do lado da
outa, significava que Harper estava sentada tão perto dele que suas
coxas se tocavam.
Ela não vacilou visivelmente quando seu braço foi em torno do
encosto da cadeira, ocasionalmente, alisando os cabelos do seu
ombro. Na verdade, ele tinha certeza que estava provocando o arrepio
ocasional. De vez em quando, ela olhava de soslaio para ele, no que o
fez pensar em seu olhar de colegial sexy ou o cotovelo nas costelas
quando ele intencionalmente esfregou as costas de seu pescoço.
Drea veio até eles.
— Tenho que ir, estou abrindo na parte da manhã. — Disse ela,
pegando seu casaco e sua bolsa. — Você vem comigo, Harper, ou vai
ficar?
Harper olhou para ele.
— Eu deveria ir. Está ficando tarde.
— Eu vou levá-la até lá fora. — Ele se virou para Pixie. — Eu vou
estar de volta em um minuto para acertar a conta.
— Tome o tempo que você precisa, doce. — Disse ela com um
sorriso. Lançando um sorriso, ele caminhou atrás de Drea e Harper.
— Espere aqui. Eu vou pegar o carro. — Disse Drea desaparecendo
no estacionamento do lado, deixando-os lado a lado no meio-fio.
— Foi divertido esta noite. Obrigada, Trent.
— De nada, querida. A qualquer hora. — Ele fez uma pausa, por
mais uma vez totalmente incerto sobre o que fazer. Ele não queria
estragar tudo. Mas foda-se, você só vive uma vez.
Trent virou-se para Harper. Lembrando seu primeiro abraço no
estúdio, ele deslizou um dedo dentro do cinto de sua calça capri e
descansou a mão na parte de trás do seu pescoço. Olhando fixamente
em seus olhos, ele ficou aliviado ao ver apenas algum pânico leve e
uma dose saudável de atração, mas não medo.
— Você sabe o que vem depois, certo, Harper?
— Sim. — Ela disse, um pouco sem fôlego, passando a língua
sobre seu lábio inferior.
— E você não está me parando?
— Não, eu não estou.
Alívio e antecipação surgiu por dele. Puxando o laço único, ele a
puxou para ele, movendo-se lentamente enquanto sua mão deslizava
ao redor de sua cintura, se estabelecendo na parte inferior das suas
costas. Trent inclinou-se cautelosamente em direção a ela, seus olhos
nunca perdendo o contato com os dela, observando como suas
pupilas dilatavam em antecipação quando ele tocou os lábios nos
seus.
Cristo. Sua boca era suave e disposta, derretendo contra a sua.
Ele a puxou mais apertado para ele e a beijou novamente, passando
lentamente a língua pelos lábios, saboreando seu doce sabor. Se isso
não era como estar voltando para casa, ele não sabia o que era. Ele
ouviu o gemido suave dela que se perdeu no beijo e caramba, se não
era o som mais sexy que ele já tinha ouvido.
Ele sentiu sua tentativa de controle sobre seus bíceps e quase se
desfez quando as mãos dela foram em torno de sua cintura e de suas
costas. Ele estava duro como uma rocha depois de um beijo e não
havia nenhuma maneira que ela não poderia perceber. Um carro de
bombeiros passou através de um cruzamento nas proximidades e a
sirene interrompeu o momento, um lembrete de que eles estavam na
calçada. Mas ele não queria deixa-la ir. Ainda não.
Apesar de sua relutância, Trent afrouxou o aperto e se afastou um
pouco, no mesmo instante em que o carro de Drea parou na frente
deles. Sua respiração ainda estava acelerada no peito.
Com um último olhar, ele passou o polegar sobre o lábio inferior
inchado e empurrou o cabelo dela atrás da orelha. Seus olhos
estavam vidrados, os lábios entreabertos e um rosa quente
polvilhavam suas bochechas. Olhando um para o outro, eles tentaram
ganhar o controle de sua respiração.
— Sonhe comigo, Harper. — Disse ele, virando para caminhar de
volta para o salão de bilhar.
Se alongando com um gemido Harper se virou
para olhar para o despertador, 09:10 piscava em
vermelho. Uau. Quase dez horas de sono sem interrupção.
Quando foi a última vez que isso aconteceu?
Revirando em seu travesseiro, ela sorriu, levou os dedos aos lábios
e pensou sobre a noite passada. A boca de Trent tinha primeiramente
sido hesitante, então depois apaixonada. O pensamento fez seu
estômago revirar.
Seu corpo tinha respondido de tal maneira que tudo a consumiu.
Calor corria por suas veias e alívio inundou-a. A parte na qual ela
pensou que estivesse morta, estava mostrando sinais de recuperação.
Ela estremeceu, revivendo a sensação do polegar dele sobre a pele
macia atrás da sua orelha e o calor de sua mão na parte inferior das
costas. E não há nenhuma dúvida que ele gostou tanto quanto ela.
Sentiu-o contra ela.
Harper gritou quando enterrou a cabeça nos travesseiros. O
tempo, como disseram, está definitivamente mudando. Não sabendo o
que fazer com o excedente de energia que de repente ganhou, Harper
decidiu correr algumas milhas. E depois de dez milhas, dois
croissants e um chuveiro, era quase onze horas.
Harper abriu seu laptop. Ela passou por sua dose diária de fofocas
e fez uma nota de venda da Victoria Secret. Talvez as mudanças que
ela estava fazendo em sua vida devesse incluir a adição de algo sexy
de volta para ela. Conectando a conta que compartilhava com seus
pais, ela abriu a pasta de rascunhos, onde uma única mensagem
estava esperando. As mensagens de sua mãe sempre a animava,
começando sobre as idas e vindas de volta para casa. A mensagem
terminou, como sempre, com "Esteja segura, amor mãe xxx”. Harper
excluiu, substituindo com sua própria resposta.
Ao abrir sua segunda conta, ela respirou fundo. Havia um e-mail
de sua advogada com um projeto da sua declaração de impacto nele.
Demorou mais meia hora de estimulação na frente do computador e
mais duas xícaras de café antes que ela se forçasse a abri-lo. Lê-lo
agora era como ler sobre outra pessoa, uma bizarra experiência fora-
do-corpo. Como tinha sobrevivido ao que era feito para ela? Lendo o
relato em primeira pessoa fez a dor renascer através dela.
Visceralmente. Tão real. Trinta e dois pontos. A mandíbula quebrada.
Um nariz quebrado. Um osso molar fraturado. A lista continuava.
Envolvendo os braços em torno de si mesma, ela deixou que as
lágrimas descessem, tremendo apesar da manhã úmida de Miami.
Com os ombros curvados, ela fisicamente caiu em si mesma e sua
testa descansou na borda da mesa.
Será que ela nunca realmente escaparia dele? Ela tolamente fez
vista grossa quando Nathan usava cada vez mais cocaína, esperava
que o menino que ela tinha se apaixonado voltasse para ela, que de
alguma forma ela seria suficiente para ele se agarrar e voltar. Porém,
quanto mais o tempo passava, mais ele não tinha sequer tentando
esconder sua dependência dela. Quando ele foi preso, Harper tinha
entregado à polícia a pequena lata de metal onde Nathan mantinha as
oito esferas de coca. Por todo o bem que lhe fizera. No julgamento, sob
juramento, o policial afirmou que ela havia dito que as esferas eram
dela.
Todo mundo estava usando, contou, jurando que ela disse que era
apenas uma escapada... como o álcool. Quão ingênua uma pessoa
poderia ser? Durante o julgamento, ela aprendeu que um rato,
quando dada a escolha de comida, água ou cocaína, ele sempre
escolherá cocaína, até passaria fome ou teria uma overdose.
No início, sob o olhar atento de seu irmão, Nathan era ótimo para
ela. Mas com o tempo, ele se tornou alguém irreconhecível. Ela
sempre era uma pessoa caseira e ele passava cada vez mais tempo
com seus amigos festejando, ele a ignorava cada vez mais. Tanto
quanto ele não se preocupava mais com ela, ela não era mais
divertida, ou até mesmo interessante. Ele parou de falar com ela.
Tocá-la.
Memórias ressurgiram inundando seu café da manhã. Ela tinha
cozinhado sua carne assada favorita para o aniversário de dois anos
que ficou na mesa por uma hora antes de ele finalmente mandar uma
mensagem dizendo que ela deveria congelá-lo, porque ele estava
hospedado com amigos. Ela deixou um bilhete de amor feito com
palavras cruzadas no balcão para ele uma noite, mas encontrou os
pedaços espalhados em torno da cozinha na manhã seguinte. Ela
reuniu a coragem de comprar um livro sobre sexo para tentar corrigir
essa parte de seu relacionamento e ele riu e disse que ela era a único
que precisava.
Informar-se sobre sua vida amorosa extracurricular era o disjuntor
do negócio. Até aquele momento, ela não tinha percebido que nunca
seria capaz de consertar o que já estava quebrado.
Humilhação a invadiu. Ela correu para o banheiro apenas a tempo
de seu café da manhã vir à tona. Ela foi encontrada por seu melhor
amigo, ainda amarrada na cama. O horror nos olhos dos paramédicos
ofuscavam suas tentativas de profissionalismo. Ouvia as palavras
suaves de sua mãe no hospital sem ser capaz de vê-la por causa do
inchaço de seu rosto.
E Reid. Seu relacionamento com seu irmão não era capaz de
resistir ao julgamento. Dividido entre seu melhor amigo e sua irmã,
ele escolheu nenhum dos dois. Sua falta de apoio esmagou ela. Sim, a
declaração de impacto foi brutal, mas serviu como um lembrete
rigoroso. Ela iria bem por conta própria. Melhor do que bem. Ela não
tinha necessidade de colocar esse tipo de confiança em um outro
cara, só para ter seu coração arrancado novamente. Ou pior.
***
***
***
19
Flips-flops: chinelos de dedos;
20
Flats: sapatilhas baixas;
21
Estilo de sapato.
jeans escuros, ou então, ela teria seriamente se vestido demais para
ele.
Ele estendeu a mão para ela enquanto caminhavam até o carro,
mas ela não aceitou. Talvez se ele oferecesse para segurar seu
cardigan ou algo assim ela aceitaria?
— Esses são sapatos assassinos.
Harper não disse uma palavra. Apenas se focava onde pisava, nem
mesmo olhou para ele. Não era bem a resposta que ele esperava.
— Existem mais como esses em seu armário?
— Poucos. — Trent segurou a porta do carro aberta para ela
porque era a coisa cavalheiresca a fazer e porque ele também queria
pegar um vislumbre de suas coxas perfeitamente tonificadas quando
ela se abaixou para o banco. Ele fechou a porta e respirou fundo.
No restaurante, apropriadamente chamado Diablo, Trent observou
Harper empurrar o chorizo al vino22 em seu prato. Ela pegou na
tabla de carne, respondendo educadamente às suas tentativas para
iniciar uma conversa de verdade.
— Então, quanto tempo você trabalha no José’s? — Perguntou ele,
esperando que isso a estimularia a dizer como ela acabou em Miami.
— Um par de anos. — Ela murmurou um educado agradecimento
ao garçom que removeu seus pratos, observando com olhos
arregalados quando ele serviu a enorme paella de mariscos na mesa.
Ele comeu uma garfada; era sua refeição favorita. Mas esta noite,
embora o camarão estivesse suculento e o arroz cozido perfeito, era
como se ele não pudesse sentir os sabores, não com Harper estando
assim. Duas vezes ela olhou para cima, como se estivesse prestes a
dizer algo, mas ambas as vezes ela parou. Esta não era a Harper que
jogou bilhar com ele ontem à noite e o beijou do lado de fora, na
calçada, no meio-fio.
Trent tomou um gole de seu vinho, desejando por tudo no mundo
que ele não tivesse escolhido dirigir. Uma cerveja gelada a essa altura
seria ótima agora. Ou um jarro dela. Ou um barril.
22
Chorizo al vino é um prato espanhol com chouriço assado e servido com um molho de vinho tinto;
— Eu preciso lhe fazer uma pergunta pessoal, Harper. E eu quero
a resposta mais honesta que você puder me dar.
Ela parou de estudar sua comida e olhou para ele. Seus ombros
caíram. Claramente, ela sabia o que estava por vir.
— O que aconteceu? Ontem à noite você estava curtindo, sorrindo
e falando. E aquele beijo, por sinal, me manteve acordado metade da
noite com pensamentos altamente inapropriados. Hoje, parece que
você não quer estar aqui. O que aconteceu?
Harper mordeu o lábio. A mão que segurava o garfo começou a se
contorcer.
— Basta dizer o que está pensando. — Ele disse suavemente,
tomando-lhe a mão, acalmando seus dedos. — Bom ou mau, nós
podemos falar sobre isso.
— Eu sinto muito. Tem sido um dia ruim. Eu tenho coisas
acontecendo na minha vida e eu continuo indo para trás e para a
frente para saber se este é o momento certo para eu fazer isso. —
Empurrando o resto de sua comida ao redor em seu prato, ela evitou
olhar para ele.
— É sobre este jantar, ou está falando no geral? — Usando o
polegar e o indicador, ele ergueu seu queixo.
— Ambos. Não é você. Merda, eu pareço clichê. É apenas. Merda...
merda... — Tinha lágrimas em seus olhos vidrados.
— Quer sair daqui para que possamos conversar?
— Sim. — Ela suspirou. — Sim por favor. Eu realmente quero.
***
23
Sigla de uma banda de Rock.
— Na superfície e eu estou apenas sendo honesto aqui, eu vejo
uma sexy mulher com os olhos piscina mais apaixonados que
refletem seu humor.
Ele esfregou o ponto sensível sob seu ouvido, fazendo-a tremer.
— No interior, vejo uma mulher que é espirituosa e inteligente, que
está usando dez por cento de seu cérebro para trabalhar em uma loja
de café quando ela é claramente capaz de muito mais.
Ele moveu-se para beijar apenas sob seu queixo enquanto ele
gentilmente cutucava a areia.
— E eu vejo uma mulher que eu realmente quero beijar de novo e
eu estou meio que esperando que ela vá deixar.
Ele subiu em cima dela agora, com os lábios a centímetros longe
dela, esperando por sua permissão. Seu coração disparou, seja de
pânico ou paixão que ela não tinha certeza. Ela podia sentir sua
respiração suave e quente em sua boca e ela estremeceu.
— Sim. — Harper sussurrou. Trent lentamente abaixou-se e tocou
os lábios nos dela suavemente como um sussurro.
Ela sentiu a mão dele chegar até seu lado, se movendo pela sua
cintura e sobre seu ombro em uma trilha lenta e deslizando em seu
cabelo. Seus olhos permaneceram abertos, segurando seu olhar,
terrivelmente íntimo. Ele se afastou um pouco e estudou.
— Você é linda. — Ele sussurrou.
Quando sua boca encontrou a dela novamente, ela sentiu as
muralhas de gelo de dentro começarem a derreter um pouco quando
ela se abriu para encontrá-lo.
O toque macio de sua língua através dela causou arrepios em sua
espinha. Sua mão deslizou através de seu cabelo e suas ações se
tornaram mais urgente, sua língua moveu pelo seu lábio superior,
desesperada para prová-lo. A pressão de sua boca na dela se
intensificou, sensações inundaram as partes adormecidas por muito
tempo. Ela sentiu sua ereção contra sua perna e seu corpo
respondeu, empurrando suavemente contra ele.
Um suave gemido escapou dela quando ele a beijou mais uma vez
antes de ele levantar distância e ergueu-se sobre os antebraços.
— Estou seriamente atraído por você, Harper Connelly. — Ele
arrastou um dedo pela sua testa e no nariz antes de executar o
polegar pelo seu lábio.
Ele gemeu, inclinou-se para mais um beijo antes de sorrir e ficar
de pé. Ele espanou a areia fora de sua bunda bem a sério.
— Antes de você totalmente fazer-me esquecer de que estamos
nesta praia. — Disse, alcançando a mão para ela. — Acho que é hora
de eu te levar para casa.
Harper pegou a mão que ele oferecia, saboreando que ela
realmente desejava seu toque.
Trent deu zoom no logotipo da janela da frente,
ajustando a lente até que o ângulo estivesse perfeito.
Sorriu quando sua obra entrou em foco. Tinha valido a pena
cada hora que ele gastou para encontrar os tons certos de preto,
prata e cinza. O círculo perfeito segurando as palavras "Second
Circle Tattoos" era simples e imponente. Cujo ainda reclamou sobre
ele no dia em que ele tinha insistindo em mexer com a fonte e o
tamanho do texto. Mas a imagem do círculo continha o verdadeiro
coração estilizado sendo rasgado por tornados de ar era sua obra-
prima. O contraste do verdadeiro amor e luxúria contra um pano de
fundo dos ventos do desejo insaciável era o seu favorito,
pessoalmente, de toda a arte que ele havia criado.
Ele brincava com as configurações de exposição para ver se
poderia conseguir mais luzes, querendo os destaques de prata para
refletir mais. Ele odiava mentir para a equipe sobre por que ele estava
com Annie Leibovitz24 esta manhã, ele disse a eles que queria novas
fotos para o site, embora, na verdade, Michael lhe pedira para trazer
uma série de retratos do estúdio com ele para Los Angeles.
Ele checou a imagem novamente, gostando do contraste entre o
logotipo e o brilho do vidro. Sua mãe foi e ainda era, uma louca por
Dante, uma major em Inglês com especialização em poesia italiana.
Cristo, sua casa era preenchida com imagens gráficas de textos. Ele
cresceu aprendendo sobre a peregrinação de Dante pelo Inferno.
Guiado por Virgílio, ele teve que passar por todos os nove círculos.
24
Annie Leibovitz: é uma fotógrafa estadunidense que se notabilizou por realizar retratos, e cuja marca
é a colaboração íntima entre a retratista e seu retratado.
O Primeiro Círculo, o limbo, foi para aqueles cujo único pecado era
rejeitar Cristo e a Igreja. Chato para um menino que não era
remotamente religioso.
O Segundo Círculo, no entanto, era a luxúria. Muito mais
interessante para seu tesão de quatorze anos de idade. Um lugar para
as pessoas que deixam seus apetites balançarem seu raciocínio. Para
aqueles superados pela necessidade de amor sensual em sua vida.
Muita gente pensaria que por luxúria valia a pena ser punido por
uma violenta tempestade que os soprava para trás e para a frente
sempre.
Quem não gosta de um pouco de amor sensual em sua vida? A
mente de Trent vagou de volta para Harper na praia. Seus
pensamentos sobre as últimas doze horas definitivamente poderiam
pousar ali.
Voltando para dentro, ele notou que Eric e Lia estavam apenas
encerrando com seus clientes. Enquanto caminhava de volta para seu
escritório para abandonar o paletó, ouviu Pixie anunciar sua chegada.
Para uma coisa pequena, essa menina certamente tinha voz.
Sextas-feiras eram sempre ocupadas. Talvez não suficiente o
bastante para a maníaca loucura dos sábados, porém, todos estavam
em seus postos. Se ele não guardar seus pensamentos de Harper para
mais tarde, ele não faria nada.
***
***
***
26
Tom Sawyer é o personagem principal dos livros infantis: As Aventuras de Tom Sawyer, As Viagens de
Tom Sawyer e Tom Sawyer Detective, de Mark Twain.
uma olhada nele para mim antes de eu entregá-lo. Será honesta
comigo?
Harper olhou para a avaliação do personagem de tia Polly e sorriu
com orgulho. Era uma escolha interessante, muitas pessoas teriam
escolhido Huckleberry Finn ou Tom Sawyer.
— Eu adoraria, Joanie. Você fez uma ótima escolha. Vou trazê-lo
de volta para você em alguns dias, ok?
Depois de Joanie sair e Drea desaparecer nos fundos, Trent
chegou ao balcão, usando o bolso do seu avental para puxá-la para
ele.
— Você vai me dizer o que estava dizendo sobre mim? — Sua voz
era baixa e rouca.
Não confiando em sua voz com uma resposta, Harper
simplesmente balançou a cabeça.
— Pensei que não. — Ele murmurou antes de pressionar seus
lábios nos dela. — Tenho pensado em fazer isso o dia todo.
A porta de vaivém para a área da equipe abriu e Harper
rapidamente voltou ao seu lado do balcão. Trent sorriu.
Drea depositou a jaqueta e a bolsa de Harper em suas mãos.
— Largue o avental e saia antes que eu bata em sua bunda gorda.
Agora vá. Eu prometo que vou trancar logo depois que você sair, se
você não contar a José.
***
27
Na realidade ela quer falar DPA (Demonstrações Públicas de Afeto)
Isso ia ser um grande compromisso para ela. Depois disso, sua
cicatriz provavelmente seria irreconhecível. A tatuagem ainda estaria
muito longe de terminar, mas o esboço seria suficiente, os detalhes e
o sombreamento estaria no lugar para distrair o olho.
Ele não podia esperar a hora para vê-la sem nada nas costas, ou
um biquíni, ou simplesmente em nada. Ora, havia um pensamento
para distraí-lo da baba que tinha começado a fluir dos alto-falantes.
Sim. Pensamentos de Harper nua definitivamente poderia distraí-lo
do inferno do cantarolar acompanhado por um pandeiro.
***
***
Trent vibrou de raiva. Não haveria nenhuma maneira que ele
pudesse manter o foco no trabalho sobre o punho de prata intrincado
da máquina. Suas mãos tremiam, o requinte necessário para fazer
esses pequenos padrões era impossível agora. Ele trocou as
máquinas. As linhas incrivelmente precisas com três agulhas que ele
tinha selecionado eram importantes demais para estragar. E sua
concentração estava abalada. A fúria que sentia ao ouvir a lista de
seus ferimentos consumiu ele. Ele queria abraçá-la.
Ele se inclinou e beijou a base de sua coluna que estava sendo
deixada descoberta, transmitindo o que as palavras não podiam.
Pegando sua curva magnum rodada, ele mudou para sombrear as
rochas da espada, algo que ele poderia fazer em seu sono. Ele
observou como as agulhas circulavam sua pele, fazendo uma pausa
para limpar a tinta excedente a distância.
Ele recitou mentalmente os benefícios de por que uma curva
magnum rodada era melhor do que um magnum empilhada. Menos
impacto para a pele, desvia melhor a pele, se movem mais livremente
sobre a pele. Qualquer coisa para acalmar a raiva ainda fervendo
dentro dele. Harper descansou a cabeça em seus braços e
estremeceu. Ele podia ver os solavancos aparecerem em seus braços,
seus pelos louros finos de pé. Porra.
Deixando seu equipamento desligado, ele se levantou e se agachou
na frente da cama para olhar para ela. Quando seus olhos finalmente
se encontraram, os dela estavam molhados de lágrimas. Ele podia ver
o esforço que estava tomando para manter-se. Ele admirava o
controle que ela estava começando a mostrar.
— Eu realmente quero ser normal com você, Trent. Eu quero
seguir em frente, vestir um biquíni na praia. Eu quero aproveitar e
dançar novamente. Eu quero antecipar a primeira noite que você irá
dormir na minha casa e a primeira vez que, você sabe... supondo que
não será desse jeito. — Ela sorriu para ele, mas não chegou a atingir
os olhos. — Agora que você tem uma ideia do que aconteceu, você
ainda quer ser normal comigo?
As palavras o sufocaram. Até que ele pudesse encontrar sua voz,
ele pegou a mão dela, virou-a e beijou a palma da mão. Ele queria
protegê-la para o resto de sua vida.
— Mais do que você imagina. Podemos tentar absolutamente ser
normais, porque eu quero que você olhe para a frente de todas essas
coisas. Inferno, eu também quero olhar para a frente, especialmente
na parte do sexo. — Ele riu suavemente.
Ela sorriu e corou.
— Depois de tudo o que eu disse, é a parte do sexo o que você
pega.
— Eu sou um cara. Nós sempre pegamos a parte do sexo, mesmo
se você não mencionar sexo. E isso fez você sorrir. — Ele pegou um
lenço e enxugou as lágrimas dela. — Então, a partir de hoje, você e eu
somos normais, certo? Eu sei o suficiente sobre o que aconteceu e
você sabe que não afeta o que eu penso de você. E se algo que
fazemos desencadeia memórias, vamos falar sobre isso antes de
prosseguir. Combinado?
Ela apertou sua mão com a que ele tinha acabado de beijar.
— Combinado. — Disse ela. E desta vez quando ela sorria, atingiu
seus olhos.
Merda. Trent moveu seu copo de café para o outro lado
e tentou sacudir-se das gotas de líquido escaldante que
foram atualmente queimando seu braço e caindo sobre o
assento do banco do carro.
Harper caminhava na sua direção com um minúsculo short
jeans, que mostrava suas tonificadas pernas de corredora e com um
top branco e um top de biquíni preto por baixo. Ele nunca viu ela em
tão pouca roupa e ela parecia positivamente deliciosa. Sim,
provavelmente era ruim para os negócios fechar o estúdio em uma
sexta-feira em pleno maio, mas era ótimo para a moral e veio com a
vantagem adicional de passar o dia com Harper. Os caras estavam
falando sobre o festival de música na praia por semanas e era uma
ótima desculpa para tirar um dia de folga.
Ele saiu do carro, colocou seu café no capô, se aproximou e pegou
as malas dela, pousando um beijo rápido nos lábios.
— Bom dia, querida. Você está maravilhosa. Como você dormiu?
— Como um bebê. Minhas costas estão muito melhor hoje. É irreal
a diferença de alguns dias.
Trent colocou as malas no porta-malas antes de fechar.
— Deixe-me ver. — Disse ele virando e levantando o top. — Mmm.
— O que quer dizer 'mmm'? — Perguntou Harper, impaciente.
— Nada... só... Mmm.
— Há algo errado? Será que eu não coloquei o creme direito ou
algo assim? — Ela tentou olhar por cima do ombro.
Trent passou o dedo na borda da espada antes de seguir os
contornos para as chamas, apreciando a forma como ela estremeceu
em resposta.
— Não. Muito quente, é tudo. — Disse ele em agradecimento,
continuando a acariciá-la. — Eu te disse... garota quente com uma
tatuagem fodona... na verdade, uma tatuagem fodona feita por mim
na minha garota quente... Funciona para mim.
Ele riu quando ela se virou e bateu-lhe nas costelas.
— Você é um idiota, Trent Andrews.
— Então, eu falei, Srta. Connelly. Eu falei.
Era um dia glorioso e a temperatura deveria chegar a meados dos
vinte e seis pela tarde. Ainda era cedo o suficiente em maio e a praia
não estaria tão louca como seria em julho.
O caminho para a praia estava cheio de adornos, cabelos de rock
clássico dos anos 80 e um monte de risadas. Eles acharam o resto
dos caras perto da água e com cobertores ao lado deles. Cujo já
estava deitado de bruços em uma enorme toalha de praia. Eric e Pixie
estavam nadando e Lia estava sentada em uma cadeira baixa de praia
lendo um livro erótico de bolso, não que capa da frente desse
qualquer indício.
Havia uma área de palco montado mais longe da praia e mesmo
que ainda estivesse razoavelmente cedo, uma estação de rádio local
estava transmitindo ao vivo, um mix de música pop irritantemente
cativante dos alto-falantes.
Trent agarrou a mão de Harper e puxou-a para um longo beijo de
bom dia. A sensação de suas pequenas mãos segurando em seus
bíceps o fez gemer.
— Hey. — Ele resmungou quando ela o empurrou. — Eu estava
gostando disso.
— Eu estou começando a queimar. — Disse ela, sorrindo.
— Então sou eu.
— Não, é uma espécie de queimadura de terceiro grau a caminho.
— Ele viu quando ela remexeu na bolsa. — Você poderia passar um
pouco nas minhas costas, por favor?
Visões de esfregar o creme em sua pele macia passou por sua
cabeça, fazendo um caminho até seus calções. Ele leu o rótulo do
protetor solar e riu.
— Fator 90? Harper, baby. Sério?
— O que há de errado nisso? Eu não quero ter câncer de pele.
— Sim, mas você não pode querer parecer como um fantasma!
Você é a pessoa mais pálida que eu conheço. — Disse Trent,
levantando-se nos cotovelos. — Olhe ao seu redor, Harper. Todo
mundo aqui tem um pouco de cor.
Ele tinha razão, tudo o que podia ver tinha tons dourados.
— Aqui. — Trent buscou ao redor em sua própria bolsa. — Fator
30. Ele tem todo tipo de material UVA nele. Você não vai fritar.
— Não, eu só vou assar em meus próprios ossos.
Rindo, ele esguichou um pouco do creme em sua mão.
— Onde você quer? — Disse ele, levantando uma sobrancelha
sugestivamente.
— Eu posso fazer isso sozinha, você sabe. Eu não tenho doze anos.
— Aturdida. Apenas como ele gostava dela.
— E onde é que a diversão entra nisso? — Tomando a iniciativa,
ele agarrou sua perna quando ela riu, alisando o creme lentamente
para cima e para baixo de suas longas pernas.
Má ideia. Ele ia ficar mais duro do que granito em poucos minutos.
Ele esfregou o creme em suas panturrilhas macias, suaves, bem
devagar para massagear os músculos firmes dela. Alcançando seus
joelhos e acariciando suavemente a parte de trás deles, seguiu até as
coxas em direção a barra de seu short. Sua pele perfeita estava
quente do sol.
Cara, se ela tivesse um pouco de cor sobre aquelas pernas mais
brancas do que o branco, provavelmente, ela pareceria mais
deslumbrante do que já era.
Quando seus dedos tocaram suavemente sob a barra, ele não pôde
resistir.
— Você está deixando eles hoje, Harper? — Ele sussurrou, tão
perto de sua boca que seus lábios tocaram os dela enquanto falava.
Verdade seja dita, ele estava desesperado para vê-la sem eles.
Menos uma peça de roupa entre ele e a Terra Prometida.
Um rubor suave passou sobre sua pele úmida, tentando-o e ele
roubou um beijo rápido.
— Trent. — Ela sussurrou, olhando para Cujo e Lia. Ela pegou a
mão dele, que ainda estava se movendo sob a barra.
Amando que ele poderia constrangê-la assim, ele sorriu.
— Ninguém está prestando atenção. — Inclinando-se sobre ela, ele
a beijou suavemente. — Deixe-me tira-los para você, querida. — Ele
murmurou baixinho contra seus lábios. — Você sabe que você me
quer.
Chegando neles, ele desabotoou e, lentamente, desceu o zíper,
roçando seu estômago com os nós dos dedos, quando abaixou.
Ele gemeu quando foi atingido nas costelas por um lance de
futebol perfeito de Cujo, que agora estava sentado em sua toalha.
— Obtenha um quarto de merda, cara.
Os olhos de Harper viraram ligeiramente para o lado e seu rubor
se aprofundou.
Com uma piscadela para ela, ele se lançou para o amigo e levou-o
para a areia.
— Oh meu Deus, vocês são meninos! — Lia gritou, sacudindo a
areia de dentro de sua bolsa.
Eles continuaram a lutar, rolando sobre os cobertores.
Cujo finalmente desistiu.
— Velho.
Harper puxou alguns papéis de sua bolsa. Ele amava o jeito que
ela mordia o lábio quando estava se concentrando e quão energizada
e animada ela parecia quando falava sobre a ajuda de sua amiga,
Joanie.
Enquanto caminhava em direção à água para lavar a areia, ele
desejou que pudesse simplesmente arrastar Harper com ele, mas a
tatuagem dela não estava nem perto de estar curado. Seria perto do
fim do verão quando todas as sessões seriam feitas e mais uma etapa
de cura de duas a três semanas.
Era ótimo vê-la em um top minúsculo com a parte superior da
tatuagem aparecendo. Ela estava sempre tão abotoada com mangas
compridas. Ela parecia mais jovem hoje, mais despreocupada. Ele não
podia esperar para a tatuagem cura-la o suficiente para que pudesse
mostrar.
Ele deveria comprar-lhe o biquíni preto-e-branco de bolinhas que
ela queria. Ele ficaria ótimo com a tatuagem dela e o novo tom que ela
estava conseguindo. Mais dias de praia eram necessários. Ou um
tempo na varanda do seu condomínio seria perfeito para uma
pequena tarde deliciosa.
Mergulhar na água ajudou-o a refrescar o seu desejo e se livrar da
ereção que vinha crescendo com o pensamento dela em duas peças.
Ir devagar iria matá-lo, mas não havia uma sombra de dúvida em
sua mente que a mulher inteligente e perspicaz embrulhada em um
corpo sexy valia a pena. A verdade era que ele estava gostando de ter
que trabalhar por isso.
Virou-se na água para olhar para ela. Harper colocou os papéis
para baixo e virou sobre seu estômago, sem o short, sua bunda
empinada ficou visível a todos. Ele só podia esperar que a espera
fosse breve.
***
Os meninos de Abercrombie28 não tinham nada como esses
homens. Todos eles eram pegáveis. Cujo com a sua altura muscular,
cabeça calva e olhos azuis penetrantes. Eric com o porte de um
corredor atlético e cabelos loiros. E Trent.
O breve flash que ela teve dele naquela primeira noite no estúdio
era nada além de uma provocação. Ele tinha, Deus sabe quanto, um
pacote e esse louco V, essas coisas que a levam à lugares que
atualmente pareciam estar ocupando somente seus sonhos. Com
calções que pendiam em seus quadris, ele era a fantasia de cada
menina. Ao vê-lo caminhar até a praia todo molhado, passando a mão
no seu cabelo escuro com as duas mãos, com seu bíceps e peitorais
flexionados, a fazia vibrar.
Ele sentou na toalha a sua frente e descansou a cabeça em seu
estômago. Ela passou os dedos pelos cabelos incrivelmente escuros, o
sol o secou e o deixou com ondas suaves, desarrumado.
Harper nunca tinha se sentido mais viva. Era perfeito, o som de
gaivotas que voam sobre a água azul cristalina, o sol quente em sua
pele, toques suaves sedutores de Trent quando eles ficavam juntos.
— Por mais que eu não queira lhe interromper. — Disse ele, em
voz baixa. — Você poderia colocar um pouco de protetor solar em
mim?
Ela derramou um pouco em suas mãos e esfregou-as.
Trent se sentou e Harper ajoelhou-se atrás dele, suas coxas
apertadas contra seus quadris.
Sua pele estava quente quando ela passou o creme sobre os
ombros, tendo mais de um momento para admirar seus músculos
antes de ir mais baixo. Ela não teve a oportunidade de verificar o
resto de suas tatuagens de perto antes. Elas eram espetaculares.
— Diga-me mais sobre suas tatuagens.
— O que você quer saber? — Trent perguntou preguiçosamente,
acariciando com os dedos o topo de uma das coxas dela.
28
Abercrombie nome de uma loja de roupa masculina, que tem modelos tipo as “angels” da victoria
secrets.
— O que elas querem dizer. O que significa a que tem nas costas?
— Suas mãos fizeram progresso lento e constante, esfregando o creme
mais e mais. Parecia um pouco com uma paisagem montanhosa com
anjos levando os seres humanos até o cume.
— Purgatório.
— E essa. — Ela acariciou as mãos sobre um belo casal abraçado.
— Nossa, bem, ela é incrível.
— Minha mãe costumava me dizer que a razão da Divina Comédia
é interessante, porque mostra como o amor está ligado a tudo. Os
sete terraços na montanha do purgatório refletem cada um dos sete
pecados. As pessoas acabam lá por causa de seu amor por algo
considerado profano.
Ela se inclinou e beijou seu ombro.
Trent rapidamente virou a cabeça e capturou seus lábios, rindo
enquanto ele a pegava desprevenida.
— Sim, é um pouco estranho, certo? Dante queria mostrar que o
amor que vem de Deus é puro, mas que quando chega em nossas
mãos, temos uma tendência a estragar tudo. O amor pode ser
abusado por nós, meros mortais. Assim, como o amor muito forte
pode ser luxúria. Ou quando o amor é muito abusado, pode levar um
cara para a ira.
Suas palavras bateram muito perto de casa. Harper cutucou
novamente para que ela pudesse dar uma olhada. Havia tantos
detalhes para ver. Ela podia ver elementos da história que se
lembrava.
— Quem fez isso para você?
— Junior. Ele encontrou Cujo e eu quando tínhamos treze anos,
pichando a parte de trás de seu estúdio.
Harper riu.
— Você era uma criança vândala, eu posso ver isso de alguma
forma.
— Sim... Tudo culpa do Cujo... o pior problema que eu já entrei
estava com ele. Mas Júnior me ensinou tudo que sei. Ele fez tudo isso
em dois anos, assim, até eu ser velho o suficiente.
— Bem, ele fez um trabalho espetacular. Desejaria tê-lo conhecido.
— Eu também. Ele era outra coisa. Metade do meu tamanho, mas
poderia chutar a minha bunda daqui para Nova York. Se eu puder ser
tão bom quanto ele, eu vou ser feliz.
Harper colocou os braços ao redor da cintura de Trent, inclinando-
se contra suas costas.
— Sinto muito. — Ela sussurrou em sua pele. Suas mãos cobriram
as dela.
— Está tudo bom. Júnior teve tempo de fazer as pazes com o
mundo antes de ir e o homem tinha uma vida louca. Ele me deu três
presentes, minha surpreendente tinta, o Road Runner e uma carreira
que eu amo. Todas as coisas que considero, eu amo o cara.
Harper tinha a sensação de que a partir de tudo o que ela tinha
ouvido falar, Junior tinha se sentido da mesma maneira sobre o
homem altamente adorável sentado à sua frente.
Trent puxou os braços apertados em torno de sua frente e
suspirou. O sol converteu o mar em uma água-marinha espumante.
Os pais corriam pela água rasa, perseguindo crianças cobertas de
picolés derretidos enquanto levavam pequenos baldes de plásticos.
Casais caminhavam de mãos dadas, parando periodicamente para
beijar ou simplesmente para se olharem nos olhos.
— Isso é bom. — Disse Trent, voltando-se para ela com um sorriso
suave. — Se você sabe o que quero dizer. — Ela sabia, porque sentiu
isso também.
— É normal. — Disse ela, beijando-o suavemente. — Eu gosto do
normal. Estou bem com todas as outras coisas que temos de
trabalhar, mas normal pode ser muito espetacular. Só de estar aqui
com você, em um belo dia. Isso é bom.
Pela primeira vez em anos, Harper se permitiu pensar que talvez
tudo fosse funcionar do jeito que era suposto.
Cujo pegou uma pizza para o jantar, complementando com
cervejas que todo mundo estava bebendo clandestinamente em copos
de plástico, todos, até Trent, o condutor pessoal designado. O festival
estava em pleno andamento agora e a multidão estava ficando maior.
A música tocada do palco principal pela praia inspirou Pixie e Lia a
arrastarem Harper para dançar, mesmo que ela não quisesse.
No final da noite, dirigindo seu carro com as janelas abertas, ela
respirou o ar fresco. Fechando os olhos, bocejou e deixou que o
zumbido do motor a acalmasse.
— Acorde, dorminhoca. — Harper abriu os olhos, surpresa ao
encontrar-se estacionada em frente a seu apartamento. Uau, um dia
inteiro de praia, sol e Trent poderia realmente acabar com uma
menina. O relógio no painel mostrava onze horas.
— Acho que você me esgotou hoje. — Disse ela, levantando os
braços e esticando o melhor que podia.
— Esse era o plano.
Harper não podia conter seu bocejo.
— Desculpe, eu desmaiei em você. — Ela olhou para baixo e
percebeu que ela ainda estava usando o gigante casaco com capuz
que Trent lhe emprestara quando a noite tinha esfriado.
— Não se preocupe. Você estava bonita enquanto estava dormindo.
Deixe-me ajudá-la a pegar as suas coisas do carro.
Andando para o seu lado do carro, Trent abriu a porta e ajudou-a
sair. Harper começou a puxar seu braço do casaco para levantá-lo
sobre sua cabeça.
— Eu deveria lhe devolver.
— Nah. Fica com isso. Ele fica bem em você. — Ele ajudou-a
puxando de volta para baixo e, em seguida, puxou o enorme capuz
sobre a cabeça.
Rindo, Harper puxou-o para trás para que ela pudesse ver.
— Idiota.
— Como eu disse esta manhã... Eu falei, senhorita Connelly. Eu
falei.
Trent levou as malas até a porta.
— Então... umm. — Ela realmente não sabia o que fazer.
— Não fique tão malditamente nervosa. Eu não mordo e eu não
vou entrar. Ainda não. — Ele colocou as mãos em cada lado do rosto.
— Você, realmente é bonita Harper. Obrigado por passar o dia
comigo.
Foi tudo muito lento, a maneira como ele puxou-a delicadamente
em direção a ele e colocou seus lábios macios nos dela. Sua
proximidade fazia com que a escuridão parecesse mais íntima. Sua
língua tocou os lábios e sua provocação tornou-se muito.
Ela gemeu. Sem espera, ela fez. Esse som veio dela quando ele
colocou os braços ao redor da cintura e sentiu seu corpo firme a
empurrar contra a porta.
De repente, ele se afastou dela.
— Tenho que sair daqui. — Disse ele, descendo a dois passos da
porta. — Tenho um encontro com um banho de água fria. —
Acrescentou com uma careta.
— Obrigada mais uma vez pelo belo dia, Trent. E desculpe sobre o
chuveiro frio.
— Eu também. — Disse ele com uma risada antes de entrar em
seu carro.
— Estas são para você. — Disse Eddie, segurando um
enorme ramo de rosas amarelas.
De pé na entrada de seu prédio, Harper segurou os
mantimentos mudando para outro braço para que pudesse
seguras as flores.
— É, Eddie... Hum... Obrigada.
— Que merda?
— Isso é doce vindo de você.
Sua risada barulhenta encheu o velho corredor.
— Oh Harper, eu totalmente desejo que você pudesse ver seu
rosto. Elas não são minhas, embora talvez eu devesse ter pensado
nisso. O cara da entrega estava aqui quando eu cheguei em casa da
minha corrida, então eu assinei por você.
O alívio passou por ela. Por um breve momento, ela pensou que ele
estava dando em cima dela. Para ser justo, ainda era cedo e seu café
não tinha entrado ainda. Eddie era um bom vizinho, mas não era o
tipo dela. Qual era exatamente o tipo dela? Será que ela ainda tem
um? Se tivesse de adivinhar, o tipo dela deveria ter provavelmente
1,86 metros de altura, um corpo bem construído, cabelos ondulados
escuros dando um toque perfeito e olhos mais escuros do que rocha
vulcânica. Ah, e o corpo construído tinha que ter uma infinidade de
músculos e tatuagens.
O som da voz de Eddie tirou-a de seu devaneio.
— Você sabe, eu tenho uma irmã, Harper. E se algum cara vir
farejando em torno dela, eu iria verifica-lo e ameaçar espanca-lo se ele
a maltratasse. Você precisa de mim para fazer o mesmo por você?
O rosto de Eddie era sincero quando disse, pela primeira vez,
Harper estava genuinamente grata que o segurança amante de metal
era seu vizinho.
— Eu acho que estou bem, Eddie. — Ela sorriu, escondendo seu
rosto nas flores para que pudesse desfrutar de sua fragrância. — Ele
parece ser um cara legal, mas eu vou manter isso em mente.
— Ok. — Eddie virou-se para subir as escadas, mas fez uma pausa
antes de virar o poste. — Você sabe que se você gritar, eu vou ser
capaz de ouvi-la, certo?
— Pensamento agradável, Eddie. Obrigada. Muito reconfortante. —
Ela o viu desaparecer até o primeiro conjunto de escadas, em silêncio,
murmurando obrigado virando de costas.
Abrindo a porta de seu apartamento, ela deixou as chaves sobre a
mesa pequena ao lado da porta, em seguida, caminhou até a cozinha.
Colocando o buquê brilhante no balcão, Harper estudou as flores por
um momento. Ela puxou o pequeno envelope branco e abriu.
A boca de Harper ficou seca e seu coração batia forte quando ela
olhou para a mensagem. Um número desconhecido. Harper inalou
lentamente pelo nariz e expirou pela boca. Não havia nenhuma razão
29
É uma prática que consiste num indivíduo conseguir obter prazer sexual através da observação de
pessoas.
para entrar em pânico por algo que era provavelmente um número
errado. Poucas pessoas tinham seu número de celular de Miami. As
letras no texto que compunham Harper saltaram para ela. As cartas
de anagramas sempre tinham caído em um lugar dentro dela, como
um Tetris de alfabeto. Nathan costumava dizer que era estranho. Os
melhores anagramas sempre continham palavras para distrair a
atenção os tornando mais difícil de formar novas palavras. Ela já
podia ver as palavras e começou a amarra-los em frases. Elogiá-la
nesta tempestade. Dentro do exército soviético. Uma pessoa muito
séria. Mas nenhuma delas utilizava todas as letras do texto. Harper
balançou a cabeça e desviou o olhar do telefone. Isso era bobagem.
Havia tantas combinações possíveis. Como neste mundo pode
realmente significar alguma coisa? Ela olhou para trás. Esqueça. Isto.
Não é. Sobre. Você. É que eu deixei: Harper, eu senti sua falta. Isso
ainda não acabou.
Drea arremessou a cortina.
— Este é mais o seu tamanho.
Harper deixou cair o telefone de volta em sua bolsa. Era um erro,
alguém acidentalmente errou o número ou teve problemas de
autocorreção. Lendo qualquer coisa sobre isso era loucura. Ela
precisava parar de imaginar o pior.
***
***
Uma brisa fresca soprou para dentro do carro através das janelas
abertas quando Trent a levou para casa. Era um alívio abençoado
para o calor sufocante que estava na boate e no bar, claro, o que era
suposto ser.
Inclinando a cabeça para trás contra o encosto de cabeça, Harper
fechou os olhos e se concentrou em ouvir Trent cantarolando um rock
clássico no rádio.
Quem diria que o cara tinha movimentos na pista de dança?
Talvez ele realmente fosse incrível em tudo.
O céu noturno estava manchado de tinta preta, iluminado por
uma lua baixa e um punhado de estrelas. Havia um cara quente ao
volante deste carro, igualmente quente, levando-a para casa enquanto
ele gentilmente segurava a mão dela com seu forte aperto.
Engraçado como ela tinha que fazer todo o caminho para Miami
para encontrar tudo isso. Quão diferente a sua vida teria sido se o
ataque não tivesse acontecido? Quatro anos mais tarde e ela estaria
começando a se perguntar se era exatamente onde ela deveria estar.
— O que você está pensando? — Trent rompeu seu devaneio. —
Eu posso ouvir essas engrenagens girar daqui. — Ele olhou para ela e
sorriu.
— Eu estava pensando que é engraçado como a vida acaba.
— De que maneira, querida?
— Eu estava pensando, sobre tudo o que me levou a estar sentada
aqui neste carro incrível com uma cara ainda mais surpreendente. —
Ele sorriu com isso. — Eu quero dizer o quão louco as voltas e
reviravoltas da minha vida têm sido até chegar a Miami. Tudo o que
tive que passar. Um ônibus diferente e eu poderia ter terminado na
Costa Oeste. E, no entanto, aqui estou eu.
— Eu acredito que há um plano maior para todos nós. Eu acho
que o universo conspira para nos dar o que precisamos, não o que
nós queremos.
Suas vísceras se transformaram em geleia quando Trent levantou
a mão e beijou suavemente os nós dos seus dedos.
Momentos depois, ele virou na rua tranquila de Harper e
estacionou em frente a seu prédio. Era bem depois da uma da manhã,
mas Harper sentia-se energizada em vez de cansada.
— Eu acho que essa é a minha parada. — Disse ela.
— Eu acho que sim. — Trent virou o carro, empurrando-os em
silêncio.
Harper destravou o cinto de segurança.
Trent não havia se movido, estava sentado virado em sua direção,
ainda com o cinto de segurança. Em um momento de bravura, Harper
deslizou pelo banco e destravou o dele também. Um sorriso se
espalhou pelo rosto de Trent e caramba, se aquelas covinhas não
faziam isso com ela o tempo todo.
Harper abraçou sua confiança, montou seu colo e colocou as mãos
em cada lado do seu rosto. Os dedos de Trent arrastaram pelas suas
costas, estabelecendo-se na bunda dela. Ele puxou-a com força em
direção a ele.
Deixando escapar um suspiro rápido, ela se inclinou para frente e
tocou os lábios através dos seus.
— Não vai correr? — Trent implorou contra seus lábios.
— Não vou correr. — Harper prometeu.
Com um gemido de alívio, Trent a devorou. Ele virou quase um
selvagem, beijando, lambendo, sugando os lábios dela.
Tiros de excitação a percorreu, inflamando sentimentos
profundamente dentro de seu núcleo. Ela estremeceu quando Trent a
puxou apertado contra ele.
— Mmm... Harper, as coisas que você faz para mim. — Suas mãos
deslizaram sobre sua pele nua, medindo a largura de sua parte
inferior das costas. Harper tremia enquanto seus lábios abriam
caminho para o lado de seu pescoço e de volta, chegando ao descanso
da sua orelha. — Está tudo bem? — Ele sussurrou contra ela, seu
tom preocupado a fazia derreter. Puxando para trás, ela olhou em
seus olhos de pálpebras pesadas escuras.
— Melhor do que bem. — Ela gemeu quando uma de suas mãos
correu até o interior de sua blusa e acariciou a parte inferior de seu
seio.
— Você vai me matar. — Ele rosnou, puxando-a de volta para sua
boca. Sua língua sondou mais profundamente, girando dentro de sua
boca. Seu gosto era inebriante. Cada curso criava um puxão profundo
em seu clitóris. Se ele encostasse contra ela com mais força, ela
poderia vir.
— Oh Deus, Trent, por favor. — Ela gemeu quando as pontas dos
dedos dele esfregaram seu mamilo, apertando-o suavemente.
— Por favor, o que, baby? — Ele respirou contra seus lábios.
— Mais... por favor.
— Como isso? — Ele perguntou, segurando seus quadris com as
duas mãos e puxando-a com força contra ele.
— Ah, sim... oh é... eu... — A explosão começou bem no fundo e
mudou-se através de cada parte dela. Onda após onda douradas a fez
estremecer.
Descendo, Harper estava vagamente consciente de Trent,
segurando-a contra ele, esfregando as mãos para cima e para baixo
em suas costas, acalmando-a enquanto tentava recolher a respiração.
Seus olhos estavam começando a se sentirem pesados, quando um
veículo virou a rua e seus faróis brilhantes deram um lembrete
assustador de que eles ainda estavam no carro de Trent. Não só
estavam no carro, mas como Trent ainda estava duro como pedra
debaixo dela.
— Você é tão bonita quando goza, Harper. Estou honrado que você
me deixe ver isso.
Enterrando a cabeça mais para dentro da curva do pescoço de
Trent, Harper ficou momentaneamente sem palavras. Não sabendo o
que fazer, ela passou a se afastar dele.
Seu braço estendeu e puxou-a para trás.
— Ei, aonde você está indo?
Harper olhou para baixo enquanto brincava com os botões de sua
camisa, vergonha passava por ela.
— Ei, olhe para mim Harper. — Ele esperou, até que ela levantou
os olhos para ele. — Este foi um passo incrível na direção certa, não
foi? — Ele pegou as duas mãos na sua, trazendo-as para seus lábios
enquanto beijava os nós dos seus dedos.
— Mas... e você? — Perguntou Harper calmamente.
— Eu? — Trent parecia genuinamente confuso.
— Você não... você sabe... — Alívio inundou suas feições enquanto
ele ria.
— Você pode usar as palavras, Harper. Eu não gozei, é o que você
quer dizer?
— Senhor, isso poderia ficar mais embaraçoso?
— Estou bem. Este não é o primeiro caso de bolas azuis que já tive
e, infelizmente, pouco provável será o último.
Envolvendo seus braços ao redor dela, ele a puxou de volta em
direção ao seu peito. Harper não conseguiu resistir quando ele
inclinou sua mão estendendo-a para acariciar seu cabelo.
— Você. — Ele beijou sua testa. — É uma. — Seu nariz. —
Impressionante. — Uma face. — Mulher. — A outra. — Sexy. — Seus
lábios tocaram os dela em um beijo quente e amoroso. — Agora, saia
do meu carro e entre em seu apartamento antes que eu decida levá-la
lá e ter o meu mau caminho com você.
Inclinando-se para frente, ela roubou um último beijo.
— Boa noite, Trent.
Ela acenou quando chegou à porta. Talvez ela não estivesse
fugindo de nada. Houve uma mudança monumental. Talvez agora ela
estivesse correndo para alguma coisa.
O baixo estava tão alto que Trent podia senti-lo
vibrando em seu peito antes mesmo de entrar no prédio.
Como Cujo tinha conseguido bilhetes para o mais quente
lançamento da banda de metal na décima primeira hora, era
uma incógnita, mas Trent não estava reclamando. Cujo tinha um
pequeno livro de pessoas que conhecia, pessoas que ele
constantemente aproveitava.
O local, um velho armazém caído em um dos bairros mais ásperos
de Miami, era bem conhecido por sediar shows de metal e rock
pesado. Verdadeiros amantes da música se reuniam lá para ver suas
bandas favoritas e era raro não vender por fora.
Eles passaram direto na frente em vez de ficar na fila. Ele pagaria
para ter crescido em Miami. Trent tinha ido para a escola com um dos
caras que trabalhava na portaria, na qual, já o tinha tatuado.
No andar superior, tinha uma varanda com vista para o palco,
onde eles poderiam ficar longe dos corpos fluentes e da multidão de
surfistas desonestos. Ao mesmo tempo, ele teria sido o primeiro cara
a está lá fora perto do palco, mas aos trinta e dois anos, ele estava
ficando velho demais para essa merda.
Indo para o bar, eles pegaram algumas cervejas e foram até a
borda para assistir a banda. Cinco caras ingleses em seus primeiros
vinte anos estavam fazendo as rondas de metal com comentários
fenomenais. Para ser tão jovem e ter o mundo a seus pés tinha que
ser bastante impressionante.
O som era insano. A voz do cantor era totalmente contraditória,
angelical na harmonia com cada nota de cristal clara e brutalmente
crua quando ele gritava através do coro.
Estava demasiadamente alto para uma conversa. Dada a forma
como embalado estava, era uma espécie de alívio que Harper não
tivesse vindo com eles, por causa disso. Não que ele não a quisesse do
seu lado, ele não viu ela por dois dias e já estava ficando cheio de
tiques e protegê-la nesta loucura estaria fora de seu controle mesmo.
Seu celular vibrou no bolso de trás.
***
A- !!! Obrigado!!
30
Van Buren County é um condado situado no estado norte-americano de Michigan.
31
Nesses casos, os anagramas foram feitos a partir das palavras em inglês. Anagramas são palavras com
as mesmas letras, porém escritas diferentes. Ex: amor e roma.
Ela amassou o guardanapo em uma bola na mão e rebocou um
sorriso falso no rosto.
— O quê? Não, estou bem. José me enviou uma mudança de
turno. Estava esperando por mais algumas horas.
Ela bloqueou o celular. Ela precisava ligar para Lydia.
***
32
Em combate é uma posição de alerta no nível máximo.
— Eu me ofereci para fazer o meu grande discurso de irmão em
você, mas ela parecia pensar que você não precisaria dele. Eddie. —
Disse ele, estendendo a mão.
— Trent. — Ele respondeu, apertando a mão de Eddie brevemente,
mas com firmeza. — É bom saber que você tem as costas dela, cara.
— Eu vivo em cima dela. Posso ouvi-la se ela gritar.
— Pensamento agradável. — Ele teria que lembrar de perguntar a
Harper sobre Eddie mais tarde.
— Sim, bem, eu vou ter o seu couro se você fizer alguma coisa
para perturbar essa menina. Considere-se avisado.
Eddie deixou o prédio e deixou a porta meio fechada, um período
audível em sua conversa. Trent virou-se para as escadas, observando,
o edifício velho até que era limpo, mas precisaria de alguma
manutenção.
Ele encontrou o apartamento número oito e bateu na porta.
— Conheci o seu vizinho. — Disse a Harper, quando ela o deixou
entrar. — Aquele que pensa que é intimidante.
— Você? — Ela beijou-o e então, rapidamente o levou para a
cozinha, onde uma campainha estava soando. — Intimidado, quero
dizer.
— Eu não deixo as pessoas me intimidarem. — Disse ele, inalando
o aroma rico de alimentos cozidos. — Agora, fornos, por outro lado...
Ela riu e puxou uma bandeja de canapés do forno e colocou-os em
um rack para esfriar.
Qualquer coisa que levam mais de um pote ou em um forno de
micro-ondas tendem a dar-lhe pesadelos. Mas Harper parecia estar
no seu melhor elemento.
— Estes parecem deliciosos. — Ele pegou um, soprando sobre ele
quando passou de mão em mão para esfriá-lo.
— É só massa folhada com cogumelos.
Ele colocou na boca e estremeceu, procurando rapidamente para
uma cerveja.
— Quente. — Murmurou.
Harper riu e passou-lhe um copo de água gelada.
— Quer um beijo para melhorar? — Ele perguntou, mostrando sua
língua.
— Eew, não. — Ele sorriu com a reação de Harper, com o nariz
todo amassado.
Ele se ofereceu para ajudar, mas Harper era inflexível sobre ele
sentar e relaxar na frente da TV. Ele não podia fazer, não quando
Harper estava debruçada sobre a esquerda, direita, no centro e na
cozinha com o pequeno vestido. Então, ele pulou do banquinho sob a
barra de café da manhã para lhe fazer companhia. O pequeno bonsai
sentou no balcão ao lado dele, o olhar no rosto de Harper quando ele
tinha dado a ela valeu a pena a longa viagem até Marathon.
Sentado ao lado dele, parecia que tinha um papel graduado do
ensino médio. Apenas seu olhar para ele o fazia estremecer. O dia em
que ele chutou a areia da escola fora de seus sapatos era um dos
melhores em sua vida.
— O que é isso?
Harper levantou os olhos do prato que ela estava lavando na pia.
Vendo o papel em sua mão, seu rosto iluminado como um fogo de
artifício.
— É a última atribuição de Joanie. Ela está tentando se formar.
Ela tem um A menos.
Estava escrito por todo o seu rosto, a alegria que vinha de ensinar
e ele se perguntava quando ela seria realmente limpa e confirmasse o
que ele já tinha adivinhado.
— Ela já se formou?
— Ainda não, mas eu sei que ela conseguirá. — Disse Harper,
voltando a limpar o prato. Ele queria pressionar. Pergunte-lhe mais.
Mas esta noite não era a noite.
Apesar de seu apartamento ser um pouco pequeno, ela tinha feito
um grande trabalho de decorar o lugar. O deixava caseiro. Como se
alguém realmente vivesse uma vida aqui. Será que sempre voltava de
onde ela veio? O pensamento o chutou no intestino. Quando estava
em casa para ela de qualquer maneira? Na outra noite, ela tinha
mencionado que tinha ficado em um ônibus. Ele estava desesperado
para saber mais sobre ela.
Harper caminhou ao redor da cozinha e ficou diante dele, o vestido
de verão listrado em cinza e preto mostravam suas curvas
perfeitamente.
— Temos alguns minutos antes que eu tenha que desenformar os
nossos aperitivos. Quer ir sentar no sofá ou algo assim?
Trent colocou os braços ao redor da cintura dela, puxando-a entre
suas pernas até as coxas dela tocarem no banquinho.
— O 'ou algo assim’ parece promissor.
Seus lábios tocaram os dela enquanto suas mãos percorriam seu
traseiro, dando-lhe um grande aperto. Sua língua tocou a dela,
acariciando a ponta suavemente. Cara, ela tinha um gosto tão bom
pra caralho. Todo doce e especiarias.
Harper chegou até a deslizar ambas as mãos nos cabelos de Trent.
Ela podia mexer em tudo o que ela quisesse, a sensação de suas
unhas suavemente arrastando contra seu couro cabeludo valeria
qualquer dano que ela fizesse para ele.
Um gemido ressoou profundamente em seu peito enquanto ela se
inclinou para ele e ele sentiu seu sorriso sexy contra os seus lábios.
— Você tem esse efeito em mim. — Ele murmurou contra seus
lábios.
Um zumbido alto veio da cozinha e Harper moveu os lábios dos
dele. Fornos, ele odiava.
Durante o jantar ele aprendeu muito mais sobre ela. Ela odiava
filmes de terror, amava o Natal e era campeã de xadrez júnior em sua
escola.
Ela também era boa com flertes. O jeito que ela realizou seus olhos
enquanto ele conversava com ela sobre como montou o Second Circle
com Cujo, rindo das histórias de seus percalços ao longo do caminho.
Acariciando seu braço com as pontas dos dedos quando ele fez uma
pausa para beber seu vinho. Era difícil desde o momento em que ele
entrou e viu que o vestido estava se agarrando a suas curvas
deliciosas.
Estava claro que ela ainda estava evitando detalhes sobre seu
passado e tinha abertamente se corrigido duas vezes quando o
assunto tinha se desviado muito perto de sua cidade natal e o que ela
fez antes de se mudar para Miami.
Ele sabia o suficiente sobre o que aconteceu, mas não entendia por
que ela tinha sentido a necessidade de correr. O cara estava na
cadeia, então por que ela ainda se sentia tão ameaçada e assustada?
Então, com medo de que ela deixou toda a sua vida para trás.
— Isso foi o mais impressionante jantar caseiro que tive em um
tempo muito longo, Harper.
— Fico feliz que você tenha gostado. Há sobras que você pode levar
para casa amanhã. — Harper levantou-se para limpar a mesa.
Trent colocou a mão em seu pulso para detê-la.
— Minha mãe me mataria se ela soubesse que eu deixei você
cozinhar para mim e limpar. Sente-se. Eu faço isso.
Ele observou enquanto ela cuidadosamente pegava a taça pela
haste, rodando suavemente o vinho rico, vermelho-sangue em torno
do fundo. A forma em que seus lábios se abriram para saborear e o
gemido enquanto saboreava o vinho o fez gemer. Sacudindo o
pensamento, ele reuniu os pratos e os enxaguou antes de voltar para
sua cadeira. Quando a sua vida tinha se transformado em um
romance do caralho?
***
***
***
Harper sentia-se tão tonta como uma adolescente quando ela releu
a mensagem.
***
***
***
***
***
33
Crayola; Giz de cera
— Tudo bem, querida. Eu não posso fazer isso. Eu não posso
passar mais de três a quatro horas de merda nisso. Eu sei que você o
ama e eu não tenho ideia do por que, isso fere os dentes. Podemos,
por favor, por favor, por favor, não as ouvir hoje? — Um olhar para o
seu rosto e Harper começou a rir.
— O que aconteceu com o cliente tem sempre razão? Você não
disse nada na última vez que estive aqui. — Harper virou-se
ajoelhando-se sobre a mesa, tentando agarrar o iPod das mãos de
Trent.
Ele levantou-o acima de sua cabeça fora de seu alcance,
mostrando uma magnífica polegada de seu estômago tanquinho.
— Sim, mas eu estava tentando levá-la para a cama comigo e
estava sendo agradável. Eu não tinha lambido calda de chocolate dos
seus mamilos perfeitos antes. Eu acho que me dá algum direito a ser
um pouco mais honesto agora.
— Oh meu Deus, você é inacreditável.
Ainda segurando o iPod em uma das mãos sobre a cabeça, ele
envolveu a outra mais apertada em volta da cintura e puxou-a para
si, beijando-a, brincando.
— Mmm. Uma vantagem inesperada dessa conversa. — Ele soltou
um gemido quando Harper lhe deu uma cotovelada nas costelas,
empurrando-o para longe.
— Bem. Se não ouviremos country. O que podemos ouvir? — Trent
enfiou a mão no bolso de trás da calça jeans e pegou seu telefone e
acenou para ela.
— NÃO. De jeito nenhum. Eu não quero alguma mensagem
subliminar me dizendo que eu deveria ir pular de uma ponte ou me
tornar um adorador do diabo.
Trent soltou uma gargalhada alta.
— Sério Harper. — Continuou ele, rindo. — Onde diabos você tira
essas ideias?
Ela deu-lhe o olho do mal, mas ele continuou rindo como se fosse
a coisa mais engraçada que já tivesse ouvido.
Ele deslizou seu iPod no bolso de trás.
— Eu estou indo educá-la na fina arte do metal esta tarde,
querida. De acordo com nosso contrato de locação, a adoração
satânica não é permitida no local e nós só sacrificamos animais vivos
às terças-feiras e sábados, para que você esteja segura.
Com um gemido, Harper se sentou, empurrando para baixo o
vestido sem alças para revelar suas costas enquanto Trent brincava
com a estação de encaixe.
Bateria em um ritmo rápido foram seguidos por guitarras. A voz
rouca cantava sobre um homem branco que vinha do outro lado do
mar se juntando ao ritmo cativante.
— Isto. — Disse Trent. — É o começo de Metal da Harper 101. Até
o final deste, você vai querer saber o que diabos viu no country. Para
começar o clássico Iron Maiden. 'Run to the Hills'. — Ele empurrou o
cabelo para trás, colocou o boné de beisebol para trás, calçou as
luvas e sentou-se em seu banquinho.
Não era tão mau como Harper estava esperando. Você poderia
ouvir as letras e o refrão realmente era atrativo, não que ela nunca
fosse dizer a Trent. Seu pé estava batendo quando ele endireitou o
cabo de uma de suas máquinas de tatuagem.
Uma vez que estava feito, ele olhou para ela.
— Você está usando um biquíni completo, ou apenas a parte
superior? — Completo. Parecia estranho apenas vestir o topo. —
Lembrou o TOC, mas isso é quem ela era. — Tire seu vestido todo. Ele
vai me dar mais inspiração para trabalhar. — Um olhar para os olhos
dele disse que ele não estava brincando.
— O que eu ganho em troca de ser sua musa? — À concepção de
uma tatuagem fodona, o que mais? — Oh. Ela gostava de sua
confiança. Ela gostava. Muito.
Ajoelhando-se na cama para encará-lo, ela contorceu o vestido
para baixo lentamente através de seu estômago plano e sobre os
quadris. Os olhos de Trent escureceram e ele lambeu seu lábio
inferior antes de mordê-lo enquanto ele a olhava descer o vestido até
os joelhos.
Balançando a cabeça, ele sorriu.
— Você continua a me surpreender, Harper. Totalmente pensei
que você iria dizer não. Isso é incrível. Deveria ter lhe pedido para
fazer isso da última vez que você esteve aqui. OK. Deite-se, digno de
nota. Eu tenho um pouco de tinta para brincar e algumas inscrições
até suas costas estar concluída.
A máquina começou a zumbir e a sensação habitual de
antecipação tingida com um pouco de medo surgiu nela. Suas mãos
acariciaram sua pele. Pele que ele tinha raspado no chuveiro naquela
manhã. A vaselina que ele esfregou em sua pele estava um pouco
pegajosa.
— Sexta sigle que eles lançaram e o primeiro com seu novo
vocalista, Bruce Dickinson. Você verá muito isso no metal. Existe
uma grande quantidade de movimentos de pessoas entre as bandas.
Às vezes permanente, às vezes não. Eu vou começar com Dio e Ozzy
como exemplos. Este foi provavelmente sua canção de maior sucesso
comercial... discutível se é ou não é o melhor, mas definitivamente um
dos mais populares.
Talvez fosse porque a natureza da relação deles tinha mudado
muito desde última consulta, mas parecia mais intimista ter Trent
fazendo a tatuagem dela. Quando as agulhas começaram a fazer as
suas coisas em sua pele, ele tirou o fôlego. A música terminou e Trent
se inclinou para alinhar a próxima.
A voz do assombro começou a contagem decrescente.
— Oito... sete... seis... seis... seis... cinco... quatro ..
— Oh ótimo. — Harper murmurou. — Seis seis seis? Sério?
— Que contagem regressiva de metal estaria completa sem pelo
menos uma oferta do Slipknot? Metal nu. Esta é a Heretic Anthem de
Iowa, o seu segundo álbum. Nascido em Des Moines, Iowa,
curiosamente e famoso por usar máscaras quando eles se
apresentam.
— Parece que o cara vai vomitar suas cordas vocais. — Seu biquíni
caiu solto quando Trent desamarrou as cordas.
— Ei. O que você está fazendo?
— Eu já vi o que está embaixo, querida. É assim fica mais fácil
para mim com ele fora do caminho. Se eu não fizer isso, você vai
acabar com letras faltando.
— Se mais uma roupa sair eu poderia muito bem estar nua. — Ela
resmungou, mais para si mesma do que Trent.
— Agora há um pensamento. O que eu tenho que fazer para você
ficar nua na minha cama?
— Eu não estou recebendo para estar nessa lista.
— Que lista? — Ele parou para mudar as músicas novamente. — A
“Quantas namoradas nuas Trent tatuou no quarto dos fundo?" Essa
lista.
Ela saltou quando Trent apareceu agachado na frente dela. Merda.
Ele parecia chateado.
— Só para ficar bem claro, não há nenhuma lista. Eu não tatuei
nenhuma namorada no passado. Eu não tive qualquer pessoa nua na
minha cama. Eu não uso o que eu faço como uma maneira de pegar
garotas e transar. — Ele estudou-a atentamente até que seu rosto
suavizou e ele acariciou sua bochecha com o dedo e se inclinou para
um beijo suave. — Mas para você, eu fiz uma exceção definitiva. Você
é uma primeira de muitas maneiras, querida.
De pé, ele acariciou seu rosto mais uma vez antes de retornar ao
seu banco.
Uma primeira de muitas maneiras. Que diabos ele quis dizer com
isso?
Altas batidas momentaneamente precedidas por Cujo que abriu a
porta e enfiou a cabeça para dentro.
Harper agarrou as cordas do biquíni com pânico, mas Trent
simplesmente colocou a mão sobre a dela quando ela tentou amarrá-
los enquanto ele continuava a limpar sua parte traseira com um
pano.
— O que vocês, crianças loucas, estão fazendo aqui? — O polegar
de Trent continuou a esfregar contra seu pulso, acalmando-a. Se ela
ficasse deitada em sua frente, Cujo não conseguiria ver nada.
— Estou ampliando o conhecimento musical de Harper no gênero
metal. Certo, querida?
— Algo assim. — Harper virou a cabeça olhando para o gigante
careca que estava sorrindo para ela.
— Então, qual é o próximo na lista? Metallica? — Ele entrou e
inclinou-se na cama, olhando para suas costas.
— Nah. Eu vou acabar com isso. Provavelmente algum Killswitch
Engage, talvez alguns Converge e Cannibal Corpse, Dio e
provavelmente alguns Korn em nome dos velhos tempos, eu acho. —
Oh meu Deus. Será que eles não percebem que ela estava
praticamente nua entre eles? Eles estavam tendo essa conversa super
normal.
— Isso parece épico, T. Poderia ser o melhor trabalho que você já
fez. Você mal pode ver a... é... bem... você sabe. — Ele parou.
Houve um momento estranho. Harper jurou que ela podia ver a
deriva um tumbleweed34.
— Está tudo bem. Essa é a ideia geral, por isso é bom que você
não pode vê-los.
Houve um suspiro de alívio.
— Fico feliz que você disse isso Harper, porque eu acho que o seu
garoto estava prestes a me rasgar.
— Ainda posso, idiota, se você não sair e parar com esse olhar
fodido para minha menina. — Trent riu e pegou a máquina de
tatuagem para carregar a próxima rodada de tinta.
Quando Cujo fechou a porta, ele pressionou o play com a mão
livre.
— Desculpe por isso, querida. — Disse Trent. — Às vezes ele não
pensa antes de sua boca falar besteira.
Um vento soprando assobiou através dos alto-falantes, seguido por
uma introdução elétrica. Trent surpreendeu-a ao cantar sobre um
34
Tumbleweed é o nome que se dá para aquelas plantas rolantes, muito comum em filmes de velho
oeste, que sempre aparecem em algum momento de suspense, silêncio ou substituindo o famoso “cri
cri…” São basicamente bolas de mato seco que secam e o vento arranca fazendo elas rolarem pelo
deserto.
mergulhador santo sendo pressionado por muito tempo. Ela podia
sentir a vibração na cama quando ele bateu o pé junto com a batida.
— Desculpe... boas lembranças por essa música. Eu e Cujo
tocávamos ela no air guitar35. Saiu quando eu tinha três anos, mas o
tio de Cujo era um grande fã, ainda joga até hoje. Voltamos ao metal.
Então, nós conversamos sobre organizações intercambiáveis... este é
o Dio, 'Holy Diver'. Ele substituiu Ozzy no Sabbath por alguns anos
antes de fazer sua própria carreira. Não é o meu favorito, mas teve
alguns momentos de diversão com ele.
Harper encontrou sua zona e estabeleceu-se quando Trent
continuou a trabalhar nas suas costas. Por mais que ela odiasse
admitir, a música era muito melhor do que ela pensava que seria.
Talvez porque Trent estava explicando sobre as bandas ou porque o
estilo era interessante. Ela ouviu a maior parte, algumas ela pedia
para Trent pular, para sua diversão. Ao que parece, death metal e
algo chamado matemática-algo-ou-outro foram definitivamente além
de seus limites sonoros.
— Isso está realmente começando a soar mortal, Harper. Até o
momento eu cobri a escritura e as rochas hoje, o que só dará mais
uma sessão. Está tudo bem se você tiver mais alguns minutos ou algo
assim? Eu só quero ajeitar mais alguns detalhes.
Começando a sentir-se muito cansada, ela simplesmente assentiu
com a cabeça confirmando.
— Última música do dia. Metallica. — Sua cabeça estava
começando a doer, mas não ia falar para Trent. Ele tentou tanto
manter a mente dela ocupada enquanto se concentrava em fazer a
sua tatuagem.
Uma guitarra lenta acústica começou a tocar. Harper esperou
pelas pesadas guitarras elétricas que estavam por vir, ou gritos, mas
isso não aconteceu. Não houve grunhidos ou gritos vocais. Apenas
uma introdução de guitarra longa e doce.
— 'Nothing Else Matters’. Supostamente escrita enquanto o cantor
James Hetfield estava no telefone com sua namorada falando sobre
35
Jogo de vídeo game onde se toca uma guitarra.
como eles ainda estavam próximos um do outro, mesmo quando
estavam separados com ele fazendo uma turnê. O mais próximo de
uma canção de amor que você irá ter de uma banda de metal.
As letras eram bonitas. Falavam sobre nunca ter aberto o caminho
antes e como cada dia é algo novo. Harper relaxou e deixou a suave
melodia tomar conta dela, as palavras que foram tão cuidadosamente
escolhidas e ainda poderia ter sido escrito por ela. Ela suspirou.
Deveria ser muito incrível alguém escrever uma canção especial tão
comovente para você. Ela nem sequer podia compreender o
sentimento para se tornar um sucesso lendário.
Trent estava cuidadosamente limpando suas costas. Ela podia
sentir a água ser pulverizada e limpada todo o excesso de tinta.
O creme que ele estava passando nela era bom e ele está sendo tão
gentil com sua pele queimada. Ele iria ajudá-la com a dor da primeira
noite neste momento. Sorrindo para si mesma, ela se lembrou da
noite após a primeira sessão de tatuagem, quando ele falou sobre a
emergência se ela caísse. Ele devia ter pensado que ela era patética.
A sensação dos dedos dele suavemente correndo pelas suas costas
acendeu fogos de artifício dentro dela. Havia algo sobre a intimidade
de ficar praticamente nua enquanto Trent trabalhava em sua
tatuagem que de repente se tornou incrivelmente erótica.
Enquanto suas mãos continuavam o acidente vascular cerebral
massageando com o creme em suas costas, um calor começou em sua
barriga e espalhou pelo seu núcleo. Puxando os joelhos apertados
juntos na cama, ela apertou suas coxas antes de lembrar que Trent
podia ver exatamente o que ela estava fazendo.
O barulho das rodas de seu banco parou na frente dela. Abrindo
um olho, Harper olhou para ele e sorriu suavemente. Estava escrito
no seu rosto que ele estava se sentindo da mesma maneira. Seu olhar
suave era pesado com emoção e sua boca estava ligeiramente aberta
enquanto passava o dedo sobre o lábio inferior.
Levantando o queixo, ela o encontrou no meio do caminho quando
ele se moveu para beijá-la, um encontro sincero com seus lábios
macios e quentes tocando os dela suavemente antes de passar a mão
no cabelo dela para puxá-la na direção dele.
Ele tinha sabor de café, alcaçuz vermelho e algo exclusivamente
Trent. Um sabor que ela não conseguia obter o suficiente.
Sua língua se moveu lentamente contra a dela e seus olhos se
fecharam enquanto ela tentava mostrar tudo o que estava sentindo
através de um lado do corpo onde se juntaram. Um arrepio percorreu-
a quando ele puxou seu broche de cabelo, massageando suavemente
o couro cabeludo antes de mergulhar mais fundo em seu cabelo,
segurando um punhado de cabelo ao lado de sua cabeça.
Harper se sentia tão distante, fora de seu próprio corpo que quis
experimentar qual sensação seria em beijar alguém que você
realmente ama. Ela não podia ignorar os sentimentos que tinha
dentro dela por mais tempo. Era hora de aceitar o fato de que ela o
amava.
E que iria quebrar seu coração se tivesse que correr novamente.
***
36
Medicação usada para tratamento de transtornos, como por exemplo a ansiedade.
mental para isso ser o mais espetacular, assim como era em sua
cabeça.
Terceiro. Bem, era uma terceira-de-merda sensação. Algo sobre a
combinação de tudo isso. Cristo, ele devia uma carta de
agradecimento ao Metallica. Observando-a relaxar, vendo-a afetá-la...
oh homem, quando ela apertou suas coxas e levantou perfeitamente o
bonito bumbum. Sabendo que a tinta em seu corpo era dele, uma
sensação louca de propriedade e orgulho que ela estava usando sua
marca. Ele a amava. Era tão simples. Ele tinha considerado que
poderia estar caindo, mas era hora de admitir que ela tinha seu
coração.
Ele precisava levá-la para casa, agora, ou ele irá explodir se
demorar mais do que quinze minutos.
— Cristo, você é outra coisa, Harper. — Disse ele depois de um
tempo, necessitando que um deles fizesse uma jogada.
Segurando seu biquíni desamarrado no peito com um braço,
Harper mudou-se para sentar-se. Suas bochechas estavam coradas e
seus olhos estavam maduros com o calor.
— Eu preciso de analgésicos e álcool para dormir em nenhuma
ordem particular.
— Você ainda está voltando para casa comigo, certo? Por favor. —
Será que ele quer que ela ouça o desespero em sua voz?
Ela maliciosamente passou a ponta dos dedos em sua ereção
muito dura.
— Você pode esperar por muito tempo?
Impedi-la devia ser seu curso de ação, mas ele se sentia tão bem,
especialmente quando ela apertou-o... mmm... apenas isso.
Botões estavam pipocando em suas calças e ele ainda não
conseguia afastá-la. Cristo, este era a seu estúdio, pelo amor de Deus.
Seus funcionários estavam lá fora. Não deveria um deles estar
crescidos o suficiente para pará-lo?
Uma vez que suas mãos estavam dentro de suas calças, ele sabia
que não estava dando para trás até que ela tivesse feito tudo o que ela
queria fazer.
— Harper.
— O quê? Pare? Continue?
Ela ficou na frente dele e puxou o top do biquíni, empurrando-o de
volta até que sua bunda atingiu a parede. Com o pouco de sangue
que restava em seu cérebro, ele estendeu a mão e moveu a fechadura
da porta.
Harper abaixou suas calças e como fúria, a sua ereção surgiu
livre.
Envolvendo ambas as mãos em todo o comprimento do seu eixo,
Harper acariciou de cima para baixo algumas vezes.
Observando-a cair joelhos e alinhando a boca perfeita até o final
do seu eixo era uma overdose de estimulação visual. Harper olhou
para ele, seus intensos olhos verdes pesados e encapuzados quando
ela sacudiu sua língua em toda a sua umidade.
Seu abdômen apertou involuntariamente com a primeira
varredura.
Abrindo sua boca, ela prendeu a cabeça, puxando-a para fora e
deixando a saliva lubrifica-lo ainda mais antes de deslizar mais dele
de volta para aquela boca doce. Lábios cor de rosa cercavam ele, o
que lhe permitia deslizar mais longe em sua garganta. Sua língua
acariciava a parte inferior de seu pau, uma pressão perfeita, até que
ela se retirou e provocou sua coroa.
Ele engoliu em seco, esperando não se libertar cedo demais,
querendo desfrutar durante o tempo que ela estava disposta a fazer
isso por ele. Suas faces coravam enquanto olhava sua boca engolindo
sua ereção.
Perdendo-se no momento, ele inclinou a cabeça para trás contra a
parede e gemeu. Ele enfiou as mãos em seu cabelo duramente e fez o
seu melhor para não a puxar na direção dele. Ele já estava deslizando
para baixo a parte de trás de sua garganta.
Merda. Ele estava gozando.
— Harper, você precisa... Eu vou... — Ele tentou afasta-la, mas ela
alcançou suas coxas, agarrando sua bunda e puxando-o para ela. —
Harper. Fooddaaa. — Suas bolas apertadas chegaram lá no fundo de
sua garganta. Ele bateu a cabeça contra a parede enquanto seus
olhos reviravam.
Ele ainda estava tentando reunir algum pensamento compreensivo
quando Harper levantou-se na frente dele, usando o polegar para
limpar o canto da boca.
— Jesus querida. Você é uma surpresa constante para mim.
Venha aqui. — Estendendo os braços, ele os envolveu em torno de
seus ombros, puxando-a firmemente enquanto sua respiração
continuava rápida e furiosa.
Metallica estava encerrando a balada. Timing perfeito. Ele nunca
mais seria capaz de ouvir essa canção sem pensar em Harper
ajoelhada, sugando-o.
Beijando o topo de sua cabeça, ele esfregou as mãos nos braços
dela e percebeu que ela estava praticamente nua e ele ainda não
tinha enfaixado suas costas.
— É melhor não cuidar de você aqui, querida. Você precisará de
algum curativo nas suas costas. Então, eu poderei te levar para casa
e vou lhe mostrar o quanto eu gostei disso.
— Foi... você sabe... bom?
— Querida, foi muito melhor do que bom.
— É só que... bem, eu estou começando a fazer isso. E eu posso
não ser, você sabe, o que ele me falou que eu era. E eu gostaria de
tentar coisas novas. Com você... é claro. Eu não quero que você me
trate como se eu fosse sempre quebrar. Eu quero saber o que você
gosta. E como você gosta.
Trent sorriu.
— Você está tentando me seduzir com conversa suja, Harper
Connelly? Porque eu gosto.
O rubor suave de cores que se aproximou do rosto era uma das
coisas mais bonitas sobre ela.
— Você sabe o que quero dizer. — Disse ela, atingindo-o no braço.
— Ow. — Ele fingiu recuar e riu quando ela fez uma careta para
ele. Era tão fácil perturba-la. — Eu sei o que você quer dizer. Mas, às
vezes, é mais quente do que o inferno ouvir a sua menina dizer. Para
colocar em palavras o que ela quer de você. O que ela pensa que você
pode fazer por ela. E eu sei que essa coisa de professora de escola do
interior e apropriada que você tem isso, mas também há uma garota
quente com uma boca suja.
Ele tocou os lábios nos dela uma última vez, segurando as três
palavras que ele queria colocar para fora.
DEZESSEIS
— Ow, ow, ow.
Trent riu, ao ver se contorcer um corpo nu debaixo dele.
— Você conhece as regras até agora. Você tem que lubrificar-
se três vezes por dia.
Era uma noite longa e dolorosa para ela. Ele odiava meninas que
não podiam sentir um pouco de dor, mas vendo seus olhos
lacrimejarem com lágrimas cada vez que ela rolava de costas, estava
perto de quebrar seu coração, droga.
Como ela não tinha dormido até as primeiras horas, ele não teve
coragem de acordá-la cedo. Nenhum dos dois tinha que estar no
trabalho até o meio-dia, de modo que ficaram na cama até as nove.
Parecia cruel forçá-la a entrar no chuveiro e se lavar com o sabão
antibacteriano, mas Trent viu as consequências de tatuagens que não
haviam sido limpas adequadamente.
Quando ele tirou o creme, Harper fugiu dele, embora ela pensasse
que ele iria vestir apenas um pequeno par de shorts cinza que ele não
tinha ideia onde estava.
Fixando-a em cima da cama, sentar em toda a sua bunda era a
única solução.
— Eu juro querida, isso vai fazer você se sentir melhor. Sabe disso.
Isso é o que, a sua terceira vez?
— O que não torna melhor que a primeira. É quase horrível,
porque eu sei o que está por vir.
Ele apertou um pouco de creme nas pontas dos dedos e esfregou-o
suavemente.
— Você sabe. — Disse ele, inclinando-se sobre ela, seus braços
tendo o peso para mantê-lo fora de suas costas até que ele pudesse
sussurrar em seu ouvido. — Falando em vir37, eu provavelmente
poderia ter feito você gozar ontem à noite.
Quando ele finalmente chegou a sua casa depois de saírem do
estúdio, ele encorajou-a a estar no topo. Se ela queria mais dele, ele
estava disposto, pronto e capaz.
— Eu te odeio agora. — Ela resmungou, mas sua bunda levantou e
esfregou contra ele em desacordo.
— Mmm. — Ele gemeu. — Eu realmente gosto do quanto que você
me odeia.
Ele sentiu sua risada enquanto seu peito vibrava sob suas mãos.
— Mostre-me o quanto você gosta que eu odeie você. — A voz de
Harper era como embrulho de seda em torno dele.
Deslizando a calcinha para baixo sobre sua bunda, ele colocou um
rastro de beijos suaves ao longo da pele sem os adornos brancos. Ela
estava começando a ficar com um pouco de cor em outro lugar agora
que ela abandonou o UVB 100. Estaria surpreendente quando tudo
terminasse.
— Trent Vincent Andrews! — Veio uma voz de dentro do
condomínio.
— O que foi isso? — Harper saltou. Trent fez uma careta. A manhã
estava preste a ficar muito divertida.
— Você está em casa, querido?
Os olhos de Harper passaram longe.
— Vincent?
Trent pulou da cama e jogou o edredom sobre Harper.
— Minha mãe aparece, você está nua, eu tenho uma furiosa ereção
e ainda assim você se concentra no meu nome do meio?
37
Vir também quer dizer gozar, em inglês.
— Eu não o vejo você como um Vincent. — Disse ela, rindo para o
edredom enquanto ele puxava suas calças de brim da noite passada
antes de passar a mão pelo cabelo.
— Você tem cinco minutos. Pegue uma camiseta limpa na gaveta,
se você precisar de uma. — Ele puxou uma para si mesmo e colou-a
sobre sua cabeça.
— Shorts na parte inferior.
— O quê? Não... tira ela daqui... eu não encontrar com ela assim.
— Ela assobiou quando o som de passos foi em direção ao quarto. —
Vá levá-la para fora.
— Cinco minutos. — Ele murmurou para ela com uma piscadela
antes de sair pela porta.
***
***
***
Trent, Ainda bem que você pôde sair e nos ver. Acho que este é o
começo de uma viagem fantástica. Michael.
***
***
O chão estava se movendo. Ok, talvez fosse o teto. Trent caiu de
cara na cama. Ele olhou para o relógio na mesa de cabeceira; as luzes
intermitentes verdes começavam com três era tudo que ele precisava
saber. Puta merda, aqueles caras sabem beber.
Eles tinham ido a um high-end bar serviço de garrafa e passaram
a noite na seção VIP. Vodka e tequila fluíam como a água. Ele era um
cara mais de cerveja, mas tinha mantido a sua própria. Embora agora
fosse uma questão diferente, com a cabeça e o estômago ameaçando
fazer uma rebelião.
Indo até o banheiro para se lavar, ele deu uma boa olhada no
espelho. Cristo, ele olhou áspero. Talvez um banho rápido enquanto
aguardava alguns dos comprimidos fazerem efeito seria uma coisa
boa.
Estar sob o spray era legal, ele olhou para a pequena laje e
imaginou Harper com as mãos sobre ela enquanto se inclinou para
ele. Apesar da frieza do chuveiro, seu pau saltou para a vida e
precisava de algum alívio.
Um par de golpes e ele simplesmente não iria cortá-la.
Pegando uma toalha, ele tentou chegar em seu telefone, ele
movimentou duas vezes antes de fechar um olho e realmente
conseguir segurar sua bola.
O telefone tocou várias vezes indo para correio de voz. Trent tentou
novamente. Segunda vez e o charme.
— Olá? — Harper murmurou baixinho.
— Hey querida. Onde você está? — Ele acabou a calúnia ou o que?
Ele ouviu-a rir baixinho.
— Miami.
— Ha ha. Você é engraçada. Eu já te disse isso? Não, realmente,
onde você está?
— Na cama. — Disse ela com um suspiro e ele jurou que podia
ouvi-la organizando seu travesseiro e arrumando o edredom. Ele
podia vê-la, ali deitada nua, como sua primeira noite juntos.
Bochechas coradas tudo de sua vida amorosa, seu cabelo espalhado
ao redor dela, tão confusa, mas tão inegavelmente quente.
— Porra. Você está nua? — Ele fechou os olhos para as paredes
pararem de se mover.
— Não exatamente baby. Eu roubei sua camiseta.
O pensamento dela em apenas sua camisa o fez gemer.
— Desejaria que estivesse aí agora para vê-la vestida nela. — Ele
começou a se derramar lentamente. Longo, movimentos firmes para
cima e para baixo para o som de sua voz.
— Você bebeu por acaso, Trent Andrews? — Sua risada
assegurou-lhe que ela não era louca.
Merda. Ela era perfeita para ele.
— Estava pensando, você quer fazer sexo por telefone comigo?
— Sério? Eu não tenho certeza se...
Trent já estava pronto para a incerteza e a cortou rapidamente.
— Sim, Harper. Tenho certeza. Estou tão duro só de pensar em
você todos os dias... por favor, vamos amor?
— Talvez. Vai depender do que você quer que eu faça.
— Eu quero tirar a camiseta que você está vestindo. Levantá-la da
sua cintura querida. — Ele podia ouvi-la a arrastando ao redor. —
Agora, eu quero que você lambe dois de seus dedos.
Houve uma longa pausa, seguido pelo som dela fazendo o que ele
pediu. — Ok... O que você quer que eu faça agora?
— Eu quero que você os deslize para baixo e circule o seu clitóris
para mim, querida. — O gemido que ele deu foi alto e ele esfregou o
polegar sobre sua ponta, precisando da lubrificação.
— É uma sensação... boa, uhm, Trent? Você está... você está se
acariciando?
Ele deixou escapar um suspiro quando puxou um pouco mais
difícil todo o caminho até suas bolas e voltar antes de puxar por cima
de sua coroa.
— Ah, sim, querida. Eu estou fodendo para você. Deslize um de
seus dedos dentro de você e me fale como está.
Nossa, era como se ele nunca tivesse tido relações sexuais antes.
Ele ia despejar toda a sua carga no algodão egípcio de oitocentos
dólares em questão de minutos.
Seu suspiro o fez se mover um pouco mais rápido.
— Deus Trent, eu estou tão molhada. Eu queria que você estivesse
aqui para... — Sua respiração estava vindo mais rápido. — Trent, eu
estou..
— Deslize os dois dedos em para mim, Harper. Imagine que sou eu
batendo dentro e fora de você. Eu estou gozando em breve e eu
preciso que você goze comigo. Esfregue o seu clitóris assim como eu
faria se estive aí, enquanto você brinca com você mesma e venha para
mim.
— Trent, eu... oh meu Deus...
— Eu estou gozando também, querida... ah... porra... — Ele
despejou jorros quentes sobre o peito e a cama enquanto ele a ouvia
choramingando leve.
Nenhum deles disse nada por um tempo. Trent usou a toalha para
limpar-se e depois deixou-a cair no chão ao lado da cama. Ele
desligou a luz na mesa de lado, mergulhando a sala na escuridão da
noite.
— Obrigado, querida — Ele sussurrou.
— Eu sinto falta de você, baby. — Sua voz sonolenta o fez sorrir. O
que ele não daria para ela está envolta de seus braços agora.
Agarrado por trás dela, sentindo sua bunda macia empurrar apertado
contra ele.
— Nem metade do que eu estou sentindo sua falta. Eu am... — O
bip em seu ouvido informou-lhe que o celular tinha morrido.
Provavelmente foi a melhor coisa. Ele queria ser capaz de lembrar a
primeira vez que falasse para Harper que a amava.
Era errado que uma pasta de arquivos expansíveis
pudesse trazer há uma pessoa tanta felicidade? Colocou
uma nova caneta gel vermelha para fora do bloco sobre a
mesa de café, porque vamos considerar, o professor não
precisa usar uma caneta vermelha. Harper pegou os
separadores da pasta e escreveu seus nomes: Joanie, Milo, Anton.
Depois de anexar as guias, ela inseriu os planos de aula
cuidadosamente elaborados e os objetivos de aprendizagem de seus
três estudantes em seus respectivos bolsos. Ela estava ensinando
novamente e era o sentimento mais glorioso do mundo. Ela olhou
para as restantes nove folhas na pasta e se perguntou o que ela teria
que fazer para preenchê-los todos.
Harper abriu seu laptop e viu que havia três mensagens. José
tinha enviado a programação para a semana que vem e acrescentou
os dias no seu calendário. A próxima era de Trent. Uma mensagem
curta, pensando em você e um link para um artigo de sua revista
favorita de tatuagem titulada "Razões porque amamos meninas
tatuadas." Ela sorriu enquanto lia. A última era da biblioteca de
MiamiDade que estava promovendo um Festival de Literatura Infantil
que parecia divertido. Ela fez uma nota da data.
Harper levantou a xícara de chá e encostou-se no sofá. As
maneiras em que sua vida estava mudando eram infinitas. Aulas de
autodefesa, ensinar, Apaixonar-se. Caramba, até mesmo sexo por
telefone. Ela tocou seu rosto com as costas da mão e fez uma careta
para o calor de seu embaraço.
Não ser capaz de ensinar era uma das piores partes da fuga, mas a
semente de uma ideia foi crescendo: Ela podia dá aulas particulares,
sem ter que revelar tudo sobre seu passado. Não era forte, mas
pensava em ter um homem em sua vida e um divertido grupo de
amigos se desenvolvendo.
Se não houvesse nenhum maníaco, enigmático, assediador ex na
foto, seria perfeito.
No final da tarde, ela não estava se sentindo tão perfeita quando
Frankie definiu a sessão.
— Vai se sentir um pouco desconfortável, eu sei. Mas eu não
estaria treinando-a corretamente se eu não a empurrar. — Harper
olhou para fora da janela do escritório de Frankie e viu dois caras se
aquecendo no ringue mais próximo do escritório. A ideia deles
tocando-a fez seu estômago embrulhar, mas Frankie estava certo. Ela
precisava se acostumar com as pessoas tocando-a.
— Ok, Frankie. — Disse ela, enquadrando os ombros. — Vamos
fazer isso.
Frankie saltou de sua cadeira, muito mais animado sobre a
próxima hora do que ela. Harper seguiu Frankie até a porta. Ele se
virou para olhar para ela. — Eu tenho as suas costas garota, não
importa o que aconteça. Você diz para e tudo para. Ok?
Harper mastigou o interior de seu lábio e assentiu.
— Jace. Leon. Quero que vocês conheçam Harper, uma amiga de
Trent. — Ambos os rapazes riram para ela.
— Fico feliz em ajudar, Harper. — Disse Leon e adiantou-se para
apertar a mão dela. Cada polegada de sua pele estava coberta por
tatuagens coloridas, até mesmo o pescoço e o lado raspado de seu
crânio.
— Também, Leon, pelo menos eu penso assim.
Jace riu quando ele pegou a mão dela em um aperto firme.
— Vá devagar com nós, Harper. Frankie falou que você tem
habilidades, menina. — Sua mão parecia minúscula na mão dele e ele
se elevava sobre ela. Harper tentou ignorar a percepção de que ele
poderia facilmente empurrá-la para baixo e mantê-la lá.
— Ok Harper. — Frankie interrompeu a direção que seus
pensamentos tinham tomado. — Vamos derrubar esses covardes.
Harper respirou fundo, o cheiro de suor e desinfetante queimava
seu nariz. Jace olhou para ela, saltando suavemente de pé para pé.
Ele iria na direção dela, que era o propósito do exercício, mas ele
sorriu para ela e Harper encontrou sua tentativa de colocá-la à
vontade encantador.
O controlo apertado de suas grandes mãos ao redor de seus bíceps
assustou-a, a mudança foi repentina e Harper não podia se mover,
ficou congelada no local.
Em algum lugar distante, Frankie gritava com ela e ela precisava
se concentrar no que ele estava dizendo.
Suave é a parte mais difícil. Harper focou no rosto de Jace e
concentrou-se em ignorar o contato físico entre eles. Usando o
calcanhar de sua mão, ela enfiou a mão sob o queixo duro.
Jace deu um passo rápido ou dois para trás.
— Cara, Harper. Frankie vai precisar me pagar, você é perigosa,
menina. Eu deveria ter usado o meu protetor de boca.
Uma risada escapou e o peso pressionando seu peito foi erguido
ligeiramente.
— Ok, brilhante. — Disse Leon saltando sobre as cordas do ringue
e empurrando Jace. — Sai fora do caminho e deixa que um homem de
verdade tenha uma chance.
Leon piscou para ela quando se abaixou e torceu em torno dela,
seus pés se moverão tão rapidamente e silenciosamente, era difícil
descobrir onde ele iria. Braços estavam em torno de seu meio, seu
peito duro batendo contra as costas dela antes que ela tivesse uma
chance de respirar.
Harper olhou para Frankie, que disse:
— Você consegue. — E ela conseguiu. Harper, impulsionada pela
confiança de Frankie e o tropeço de Jace, deu uma cotovelada rápida
nas costelas de Leon. Capaz de se libertar de seus braços, Harper
girou rapidamente com a perna estendida. A dor aguda ricocheteou
sua perna quando a canela atingiu a traseira de seus joelhos, mas
rapidamente desapareceu quando ela viu a forma prostrada de Leon
na esteira.
— Eu consegui, Frankie. — Disse ela, chocada.
Frankie estava rindo, em voz alta.
— Sim você conseguiu, boa garota. — Ele se virou olhando para
Leon que estava levantando-se da esteira. — Eu disse que ela era
espontânea.
— Oh meu Deus, desculpe. — Disse Harper, oferecendo a Leon
uma mão. O mínimo que podia fazer era ajudá-lo.
— Não se preocupe, durona. — Ele respondeu com uma careta.
Era perto de fechar a academia e estava tranquilo. Uma batida na
janela do escritório de Frankie o assustou quando ela passou por ele,
dirigindo-se para a porta da frente. Frankie acenou para ela entrar.
— Hey Harper, desculpe a segura-la antes de ir, mas eu queria
saber se eu poderia falar com você sobre Anton.
— Claro, Frankie, o que foi?
Frankie abriu a gaveta da mesa e tirou uma prova escrita à mão
com um B + em vermelho na parte superior.
— Melhor nota que ele já teve e ele me falou que foi por sua causa.
— Bem, isso é muito gentil da parte dele, mas ele fez todo o
trabalho duro. Eu só o ajudei a descobrir uma abordagem. — Ajudar
ele era o ponto alto de uma semana já agitada. Ela amou cada minuto
disso.
— Você está sendo humilde, senhora. O garoto foi estudante D
todo o semestre. Ele não ficou apenas bom por conta própria. —
Frankie se inclinou para trás em sua cadeira, girando-a ligeiramente
da esquerda para a direita.
— Às vezes as crianças só precisam descobrir como aprender. Em
uma grande sala de aula, é um pouco difícil para o professor
descobrir isso com cada criança. — Explicar algo para cada criança
de uma forma que ele ou ela entendesse era duro, mas
definitivamente a parte mais gratificante do trabalho.
Harper subiu os degraus de seu prédio sentindo-se feliz e dolorida.
Sentia-se mais forte e era uma sensação gratificante. Ela não podia
esperar para chamar Trent e dizer-lhe como ela tinha ido. Ela podia
sentir seu rosto ficando vermelho enquanto pensava sobre o seu
último telefonema.
— Harper Connelly?
— Sim? — Ela se virou e viu uma van de entrega de flores parada
no meio-fio, o motorista gritava pela janela.
— Espere. Eu tenho uma entrega para você. — O motorista, um
jovem esguio com cabelos ligeiramente gordurosos, tinha tatuagens
que cobriam a metade superior de cada braço. Ele caminhou em sua
direção com um enorme arranjo floral branco.
— Eu gosto de suas tatuagens. — Disse ela enquanto ele
entregava-lhe o vaso.
— Obrigado. Fiz no Second Circle. Um cara chamado Trent. Artista
muito bom. Eu poderia ligar para ele se quiser.
Harper escondeu o sorriso por detrás das flores.
— Eu estou bem. Obrigada,
Praticamente dançando em seu apartamento, ela colocou as flores
sobre o balcão e pegou o cartão. Trent era tão bem planejado. Ele
sabia o quanto ela amava as rosas amarelas ele tinha enviado antes.
Em memória. O que diabos? O cartão tinha uma rosa branca que
descansava em uma Bíblia branca e prata. Estou triste de ouvir sobre
sua perda. Harper olhou para o envelope. Ele era definitivamente
dirigido a Harper Connelly. Uma onda de náusea tomou conta dela
quando ela virou o envelope e o cartão à procura de pistas.
Ela pegou o telefone dela.
— Olá, floricultura. Sou Addison, como posso ajudá-la?
— Eu tenho uma entrega e não há nenhum nome no cartão. Eu
não tenho ideia de quem seja e eu queria saber se você poderia me
dizer. — Harper forneceu os detalhes da entrega e depois de alguns
momentos em espera, Addison falou novamente.
— Sinto muito, mas não havia nenhum nome dado a nós para o
cartão e não estamos autorizados a dar informações pessoais.
Harper desligou o telefone. Ela estava em apuros. Problema real.
***
***
***
Trent puxou a camiseta sobre a cabeça dela. Era uma pena ter que
encobrir esses belos seios, mas ele queria ver como ela ficava, assim
como ele a imaginou.
Harper deitou-se na cama, com as pernas ligeiramente
espalhadas, a bainha da camiseta cobria o que ele precisava ver.
Tomando um momento, ele tirou suas botas e estendeu a mão
para o botão de sua calça jeans. Cristo, Harper era de tirar o fôlego.
Lábios inchados de seus beijos e um resplendor suave através de
suas bochechas. Esse cobertor escuro de cabelos espalhados por todo
o edredom branco, seus olhos um profundo verde esmeralda. E um
sorriso. Só para ele.
Isso era tudo o que ele precisava. Isso era o que ele queria ver em
casa. Seu coração balançou em seu peito quando ele percebeu que
queria isso. Esta era a única coisa que ele desejava.
Ele tirou seus jeans e cuecas boxer, parando para tirar um
preservativo da sua carteira. Agarrando sua ereção pulsante em sua
mão, ele acariciou-o algumas vezes antes de rolar o preservativo.
Harper estava esfregando as coxas juntos na cama em antecipação.
Quando sua camiseta levantou um pouco até estômago, ele podia ver
a conjugação de umidade brilhando entre suas coxas, tudo para ele.
— Querida, seriamente, eu amo ir lá embaixo e sentir o seu gosto,
mas se eu não chegar dentro de você agora, eu acho que eu vou
explodir.
Trent se arrastou até a cama até pressionar diretamente sobre
Harper. Por um momento ele estudou-a atentamente, podia ver as
emoções não ditas em seus olhos, podia ver tudo o que ele estava
sentindo refletindo de volta para ele.
Levantando seu peso sobre os antebraços, ele empurrou
firmemente dentro dela, violando os lábios quentes macios, onde ela
estava molhada e pronta para ele, até que ele foi abraçado dentro
dela.
Ele não conseguia conter o gemido profundo que fugiu quando ele
empurrou fundo. Dando a Harper um momento para se ajustar a ele,
ele alisou o cabelo do rosto dela e abaixou para beijá-la suavemente.
— Eu senti tanto a sua falta querida. Tanto. — Ele se retirou dela
antes de mergulhar de volta com um disco rígido. — Diga-me que
você também sentiu.
O rosto de Harper era tão incrivelmente expressivo.
— Eu senti sua falta também, Trent. Tanto que me assustou. —
Ela embrulhou suas longas pernas em torno dele e apertou-as,
puxando-o mais profundo.
Beijando-a com uma suavidade e traindo a sua necessidade, ele
deslizou de volta para ela. As pontas dos dedos se arrastaram
lentamente seus lados, através de suas costelas, fazendo-o estremecer
com a intimidade brincalhona.
— Eu senti falta disso. — Ele murmurou baixinho contra seus
lábios. — Eu senti falta por estar tão profundamente dentro de você.
Eu senti falta do jeito que você suspira quando eu deslizo fundo. Eu
senti falta desse momento, pouco antes de você gozar para mim.
Afastando-se, ele manteve-se equilibrado em sua entrada. Harper
soltou um agudo suave, levantando seus quadris contra ele, puxando
suas costas com as unhas.
Ele empurrou de volta, mais rápido desta vez, até que ele estava
apertado dentro dela. Ela saltou e pressionou sobre o seu pau duro.
Ela queria ele lá.
— Porra, eu senti sua falta. — Ele rosnou antes de devorá-la. Ele
lambeu a pele ao longo do lado do pescoço dela, mordeu o lóbulo da
sua orelha e beijou-a com uma necessidade que ele sentia que
pudesse morrer. Ele adorava a sensação de seu aperto em torno dele;
sua pele macia e quente pressionando-o.
Empurrando forte e gemendo, ele empurrou e empurrou até que
ele podia sentir suas bolas se apertando. Ele continuou a bombear
até que ele podia sentir-se desmoronando ao seu redor. Harper
gemeu, arqueando para trás enquanto ela ordenhava sua libertação.
Olhando profundamente nos olhos da mulher que ele amava, ele
veio mais difícil do que ele sabia que era possível.
— Você pode sair de meu assento, por favor? —
Harper olhou para cima para ver Drea encarando
Cujo. O redemoinho de luzes cor de rosa, vermelhos e
alaranjados na discoteca que piscavam em seu rosto, não
fazia nada para esconder o olhar ameaçador que ela estava
lhe dando.
Cujo se inclinou para frente.
— Não é o seu lugar, docinho. Eu só estou conversando com
Harper.
— O quê? Eu não posso mais ir ao banheiro agora? — Ela gritou
por cima da batida.
— O quê? Aqui virou escola? — Ele imitou seu arremesso
perfeitamente. Harper abafou uma risada estranha, embora o atrito
entre os dois era inquietante. — Você honestamente pediu para
Harper guardar um lugar? — Cujo brincou.
Ele riu quando Drea saiu pisando duro em direção ao bar.
Harper se virou para Cujo.
— Eu realmente não sei o que está dando nela hoje.
— Não é o seu problema. Todos nós temos dias ruins. Ela só
parece ter mais do que a maioria. — Cujo colocou o braço em torno do
seu ombro e Harper se encolheu. — Desculpe Harp. Eu não queria. —
Cujo levantou o braço rapidamente.
Harper pegou a mão dele antes que ele pudesse tira-la.
— Não Cujo. Pode deixar. Está tudo bem. Quero dizer, não ainda,
mas está ficando melhor.
— Quer tirar o seu braço da minha menina? — Trent apareceu ao
seu lado, dando-lhe uma piscadela reconfortante e colocando uma
mão quente em seu ombro.
— Não é verdade, cara. Ela se encaixa perfeitamente comigo. —
Harper tentou resistir quando Cujo a puxou mais apertado para o seu
lado, sabendo que ele estava apenas fazendo isso para chatear Trent.
— O que você diz, Harper? Foge comigo e deixa esse idiota. Eu sou
melhor na cama do que esse sessenta aí.
— Sessenta?
— Segundos... que é o tempo que ele dura, certo?
— Você é um filho da puta. — Trent segurou Cujo e conseguiu
puxá-lo em uma chave de braço.
— Se a carapuça serviu. — Cujo conseguiu moer para fora com a
cabeça presa entre o corpo e o braço de Trent. Trent deu um tapa na
parte de cima de sua cabeça e deixou-o ir. Cujo ficou de pé sorrindo e
rangeu seu pescoço de lado a lado. — Honestamente, H, se você
quiser um homem de verdade, você sabe onde estou. Tenho coisas
acontecendo lá embaixo que só você pode sonhar. — Com uma
piscadela, ele se afastou para falar com Pixie.
Seu celular vibrou em seu bolso e piscou quando Trent beijava sua
testa.
— Eu vou pegar outra cerveja. Quer alguma coisa?
Sorrindo, ela balançou a cabeça.
— Não, obrigada.
Ela ligou o telefone.
Será que você gostou das suas flores? Tão triste que Taylor
morreu. Você não acha?
Ela olhou para onde Trent se destacava no bar, conversando com o
barman. Ela e Trent estavam apenas encontrando seu caminho
juntos. Ela não poderia viver consigo mesma se ele se machucasse
enquanto cuidava dela. No entanto, a compulsão habitual de correr
não estava lá. Pela primeira vez em muito tempo, ela queria lutar.
***
***
***
40
Tapas, são aperitivos servidos em bares e restaurantes, geralmente acompanhados por uma bebida,
que pode ser alcoólica ou não.
Pouco antes das nove, Harper estava deitada de bruços,
embrulhada suavemente na cama de Trent. Ele tinha a seduzido até
seu estado atual, beijando-a apaixonadamente, enquanto removia
lentamente a blusa e o sutiã.
Descansando a testa em seus braços e fechando os olhos, Harper
foi surpreendentemente embalado pelo som de Trent terminando a
configuração de sua estação.
Fazia sentido para ela agora por que as pessoas optam por fazer
tatuagens. É difícil não se comover com as lágrimas de um homem
adulto com a imagem do pé de seu filho recém-nascido tatuado em
seu ombro. Ou veja um veterano de guerra, que tem a data tatuada
da sua última turnê de dever sob a insígnia do SELO da Marinha.
Pessoas comemorando, celebrando e simplesmente reconhecendo um
momento no tempo com a sua tatuagem. Haveria sempre aqueles que
vinham com idade suficiente para serem tatuados, mas não maduros
o suficiente para escolher algo verdadeiramente significativo, há
aqueles também que saem com tatuagens do estoque de um livro.
Mas a maioria feita no estúdio de Trent tem histórias reais.
Na semana passada, Trent falou para ela, que o estúdio tinha
chegado a um impasse quando um jovem de Yonkers41 contou a
história de como seu avô foi libertado de Auschwitz42 em 27 de
janeiro de 1945. Ninguém tinha falado uma palavra quando Lia com
lágrimas criou seis dígitos tatuados do seu avô, do lado exterior do
seu braço esquerdo.
Todos tinham uma história. Assim como ela. Assim como Kit.
A paixão de Trent não era sobre ser o melhor artista de tatuagem
do mundo. Era mais profundamente pessoal, o que fazia sua
admiração por ele crescer
. Por mútuo acordo, metal e nem música country estava tocando.
Ela tomou a iniciativa de fazer uma lista única para os dois. One
41
Yonkers é uma cidade localizada no estado americano de Nova Iorque, no Condado de Westchester.
42
Auschwitz é o nome de uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polônia operados
pelo Terceiro Reich nas áreas polonesas anexadas pela Alemanha Nazista, maior símbolo do Holocausto
perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Republic estava atualmente falando sobre segredos, Harper se
lembrou de que tinha essas músicas, mas estava a construir até
compartilhando tudo com ele.
— Pronto, querida?
Harper se virou um pouco para vê-lo virar o chapéu de beisebol
antes de puxar as luvas.
Ele se inclinou e beijou-a mais uma vez antes que ela pudesse
responder.
— Sempre. — Ela respirou contra seus lábios.
O rosto de Trent estava maduro com antecipação. Ele disse a ela
que queria que o momento em que ele tatuasse todos os detalhes do
punho fosse verdadeiramente simbólico para ela, então, eles
concordaram que ele não diria a ela o significado de todos os detalhes
até que ele estivesse tatuando-os em suas costas. Embora ela tivesse
visto a concepção global das cores, ela não sabia o que significava.
Mas ela confiava que Trent a conhecia bem o suficiente para escolher
algo perfeito.
— Aqui vamos nós.
A picada da agulha em sua pele cortou seus pensamentos
enquanto se ajustava à dor. Tornou-se um exorcismo das sortes. A
dor e o resultante da tatuagem estavam purificando-a de todas as
más lembranças que ela tinha e Trent estava ajudando-a a
reabastecer sua memória com bons momentos.
Era assustador ter que admitir que Trent estava se tornando tão
necessário para ela como o ar e a água.
Trent quebrou o silêncio, espalhando seus pensamentos.
— O que você sabe sobre os símbolos celtas?
A quantidade de tinta em um espaço muito pequeno estava
começando a irritar ela, as agulhas se deslocavam em uma área tão
pequena se tornando cada vez mais dolorosa. Ela pensou em voltar
para o esboço de sua tatuagem, lembrando que o cabo era feito de
nós da trindade, predominantemente celta e em torno tinha espirais
com pedras preciosas.
— Não muito. — Respondeu Harper com os dentes cerrados.
— Os nós da trindade celta ou triquetra pode significar muitas
coisas diferentes. No cristianismo significa o Pai, Filho e o Espírito
Santo. Os pagãos celebravam a Virgem, Mãe e a Anciã. Vida, morte e
renascimento em qualquer outro lugar. Eu prefiro esse. Que significa
o crescimento do espírito, ou seja, a vida é eterna e o amor que nunca
termina.
A energia calmante encheu a sala quando Trent descreveu o
significado por de trás das linhas que seriam permanentemente
gravadas em suas costas. O que começou como sendo puramente um
disfarce para algo tão horrível, estava se tornando uma definição de
quem ela era e o que ela esperava, muito além de sua intenção inicial.
— As espirais ou triskelions celtas, representam o ciclo eterno da
vida, morte e renascimento espiritual. Eu acordei na manhã depois
que eu conheci você e eu sabia que tinha que incluí-los de alguma
forma, porque é isso que eu acho que essa tatuagem significa para
você. — Harper sentiu Trent parar para limpar um pouco da tinta
excedente de suas costas. — E eu acho que uma parte de você morreu
quando aquilo aconteceu. — Ele se inclinou e beijou perto da base de
sua espinha, muito longe de onde estava a tatuagem. — Espero, que
este seja um renascimento para você, Harper. Isso é o que eu vejo
quando eu olho para você querida.
Engolindo o poder de suas palavras, mas com medo de falar, de
revelar a profundidade de seus verdadeiros sentimentos, Harper
permaneceu em silêncio.
Trent explicou que as duas extremidades das alças tinham
incorporado pedras de ágata de musgo.
— É a mais poderosa ágata. — Disse ele. — Acredita-se que serve
para ajudar a equilibrar a energia emocional, permitindo que o
usuário deixe ir a raiva e amargura.
Harper podia sentir a agulha indo para a esquerda de sua espinha
quando Trent fechou a pedra verde. Ela deixou o foco da sua mente,
visualizar a raiva reprimida e a frustração, fazendo-os sair de seu
corpo.
— A pedra central se chama aventurine, aventurina vermelha na
verdade. Pode ser considerado o seu birthstone43. Kit me garantiu
que ela suporta o seu chacra da raiz, se por acaso você acreditar. Não
me peça para explicar, porque não é minha coisa, mas ela é uma
grande adepta. Ela diz que o chacra da raiz garante que suas
necessidades básicas de segurança e saúde sejam atendidas. Ele
também ajuda o usuário a ver novas possibilidades e oportunidades.
E ela estava. Tudo estava ficando cada vez mais claro. Ela queria
ficar com o Trent. Essa noite não era à noite, porque ela não queria
manchar a noite incrivelmente intimista, mas amanhã ela contaria
para ele sobre as mensagens.
— Ouch. — O grito saiu por acidente quando Trent voltou sobre as
colisões de sua coluna vertebral. Harper fez uma careta. Trent estava
fazendo o seu melhor para mover a localização da agulha ao redor, ela
podia sentir isso, mas estava realmente começando a doer.
Ela ouviu Trent pousar o equipamento e deslize o banco ficando na
frente dela.
— Esse foi o pior, Harp. Você está sendo incrivelmente muito
corajosa. Eu já teria homens adultos chorando neste momento. — Ele
fez uma pausa por um momento antes de beijá-la suavemente na
cabeça. — Temos duas opções. Eu posso parar em um minuto e
podemos deixar para uma próxima vez, ou eu posso continuar por
mais vinte minutos e isso estará acabado. As nomeações finais, vão
ser curtas e doces. Na realidade muito menos dolorosa.
Harper respirou fundo e soltou o ar duramente. Determinada a
não chorar, ela mordeu o lábio com força. Ele parou o dilúvio
pendente, mas as lágrimas ainda ameaçavam.
— Oh querida. — Trent a beijou suavemente. — Eu trocaria de
lugar com você num piscar de olhos se pudesse. Eu sei que dói aonde
estou trabalhando.
43
birthstones está associado com os meses do ano, e cada um se acredita ter muitos poderes de cura. Eles
estão conectados com o ano em que você nasceu e seu signo do zodíaco. Aqueles que acreditam nos
poderes mágicos de birthstones usá-los para combater os efeitos do que eles acreditam ser o seu mau
karma.
Harper acenou com a cabeça. Ele entendeu.
— Você pode fazer isso em quinze?
Trent beijou o lado do olho, onde uma única lágrima estava
fazendo uma pausa para a liberdade.
— Eu vou fazer em dez.
— Hey, Harper, venha aqui. — Sussurrou José
quando Harper chegou no início de seu turno. Sua
testa enrugou quando ele acenou com a cabeça em
direção a uma mesa no canto. — Há um cara ali
perguntando por você. O cara é de uma aparência
estranha em um terno. Está tudo bem?
Harper balançou a cabeça ligeiramente.
— Eu não sei. Deixa eu ir ver o que ele quer.
— Você está me procurando? — Disse Harper quando ela alcançou
sua mesa.
— Harper Connelly? — Ele perguntou, com seus olhos redondos
observando-a. Ela assentiu com a cabeça. — Bem, sente-se senhorita
Connelly. Posso arranjar-lhe um café?
— Não, obrigada. Você se importaria de me dizer por que está
aqui?
— Claro. — Ele enfiou a mão em uma sacola e tirou uma pasta
verde, com O JARDIM VIDA ETERNA CEMITÉRIO gravado em ouro
sobre ele. — Estou aqui para o compromisso das duas horas que você
reservou. Para discutir os detalhes do funeral de sua amiga... — Ele
abriu a pasta olhando os detalhes, mas ela já sabia. — Ah sim, está
aqui. Para sua amiga, Taylor Kennedy.
Harper violentamente se empurrou para trás da mesa e saiu
correndo da loja, ignorando o grito de preocupação de José. Lágrimas
escorriam pelo seu rosto, mas ela ignorou os olhares estranhos que
recebia e se concentrou no seu destino. Sua bolsa se debateu ao redor
do seu ombro e seus sapatos se soltaram quando ela correu para o
único lugar que ela sabia que iria se sentir segura.
Abrindo a porta da Second Circle, ela esquadrinhou o estúdio e
encontrou Trent quando ele voltava da área principal de seu
escritório. Ela correu para os seus braços deixando tudo sair.
***
***
***
— Mora comigo.
Os batimentos cardíacos de Harper aceleraram com as palavras.
— Estou falando sério, Harper. Mora comigo. Quero que fiquemos
juntos. O tempo todo. Não só apenas quando nos esprememos na
noite.
Ela nunca pensou que iria ouvir essas palavras novamente. Ou
mesmo que fosse querer. E agora que ela tinha, simplesmente não era
assim tão fácil. Ela estava presa. Ela não queria correr mais, mas
criar raízes permanentes parecia demais, ela se perguntava se estava
pronta.
Ela colocou a xícara de café na mesa de bistrô ao lado da última
lição de Joanie, uma sinopse do Morro dos Ventos Uivantes que
Joanie tinha estruturado lindamente.
— Estou velho demais para fazer uma mala para uma festa do
pijama e seriamente já tive o suficiente de ir para o trabalho sem
cueca porque eu não tinha nenhuma roupa limpa para vestir. —
Trent sorriu.
Ele era tão extremamente atraente com pijama xadrez e com o
peito nu de fora. Suas tatuagens eram impressionantes na luz do sol
da manhã. Harper estudou seu rosto. Ele era um bom homem, forte,
sincero e ele queria que eles avançassem. Era apenas algo natural.
Em qualquer outra circunstância, Harper teria se sentido como a
mulher mais sortuda do mundo.
— Não é um pouco cedo? Quero dizer, nós só nos conhecemos há
alguns meses. — Houve um compromisso a ser alcançado? Ainda
tinha muita coisa em sua cabeça como um psiquiatra em um dia de
campo. Se ela fosse morar com ele, Nathan descobriria onde eles
viviam o que colocaria em risco a vida Trent. Por outro lado, se ela
fosse morar com ele, ela definitivamente ia está mais segura. Mas
tirando toda essa loucura de lado, quem se muda com seu namorado
depois de um curto período de tempo?
A mão dele alcançou em torno de seu pescoço e seu polegar
acariciou sua bochecha suavemente.
— Mais tempo só vai provar o que eu já sei, Harper, mas se você
não está pronta é só dizer.
O olhar de expectativa em seu rosto era tudo o que ela não podia
suportar. Por que não poderia ser apenas o dia mais feliz de sua vida
e acabar logo com isso? Trent levantou uma sobrancelha para ela.
Silencio.
— Então?
— Eu não sei o que pensar para ser honesta. Os últimos meses
que tivemos... Como você disse mesmo? Há sim, meu mundo ficou de
cabeça para baixo. Eu estou apenas começando a encontrar-me
novamente. Eu tenho fortes sentimentos por você, Trent. — Harper
estendeu a mão e colocou na bochecha dele. — Você não precisa se
preocupar com isso.
Trent recostou-se na cadeira, afastando-se de sua mão. Ele
esfregou a mão pela sua mandíbula sombreada da manhã.
— Talvez eu devesse dar-lhe algum espaço. — Disse ela.
Ele bateu com o copo. Café espirrou sobre o aro amassado em
torno da base.
— Onde diabos você tirou a ideia que eu quero espaço? Eu quero
você aqui. Comigo. O tempo todo. Eu quero voltar para casa e ouvir o
chuveiro caindo e ficar animado porque eu sei que você está nele. Eu
quero lutar todos os dias para ir à academia porque eu vou odiar a
ideia de deixar seu corpo quente para trás na cama. Eu quero ouvir a
chave girar na fechadura e me sentir satisfeito por saber que você
está em casa. Eu não quero nenhuma porra espaço Harper.
Harper riu.
— O que é tão engraçado?
— Eu não quis dizer o espaço que você está pensando. Eu quis
dizer espaço, como o espaço do armário, uma gaveta no quarto, parte
do balcão no banheiro.
A boca de Trent se contraiu e um leve sorriso fez caminho até seus
lábios.
— Como um compromisso. Um compromisso que eu quero muito.
Eu me lembro de você falando no carro sobre algo ser um passo na
direção certa para um objetivo que ambos concordarem. Bem, eu
quero todas essas coisas que você acabou de dizer, com você
eventualmente. E se começarmos a deixar as coisas na casa de um
dos dois, é um passo, certo?
Trent estendeu a mão, flexionando seu bíceps delicioso tatuado e
coçou o lado de sua cabeça. Sem falar, ele ficou de pé, agarrando
Harper e puxando-a para o elevador de segurança.
— Trent. — Ela gritou, chutando seus pés para se libertar. — O
que você está fazendo?
Ele deu um tapa na bunda dela de brincadeira e riu enquanto a
levava para o corredor.
Chegando ao quarto, Trent jogou-a sobre a cama.
— Estamos fazendo o espaço. Hoje, agora mesmo. — Ele começou
abrindo suas gavetas, olhando dentro de cada uma antes de tirar
coisas para fora e dividindo-as entre as outras.
— Ok, isso é para a sua roupa intima. Eu preciso ver sutiãs,
calcinhas e qualquer outra merda feminina que você tem aqui antes
do final do dia.
Como uma pantera à espreita, Trent se lançou para a cama,
agarrando seu tornozelo e puxando-a para a borda da cama antes de
varrer em seus braços para caminhar até o banheiro. Ele a levou no
canto da vaidade, onde as coisas dele estavam espalhadas através das
duas pias.
— Escolha um.
— Escolher um o quê?
— Um lado da pia. Qual você quer?
— Você está me dando uma pia inteira? Espere... pare...
Trent agarrou-a e começou a fazer cócegas nela. Harper não
reconheceu os risos femininos que escapavam dela.
Apontando para a pia mais distante da porta, ela viu quando ele
empurrou sua escova de dente, creme dental e produtos de higiene
para o outro lado da pia.
Ele fez a mesma coisa com as gavetas e criou um espaço embaixo
da pia.
— Espero ver escova de dente, pasta de dentes, xampu e seja o
que for que faz você ter o cheiro de baunilha aqui.
— Você gosta da baunilha? — Ele nunca deixou de surpreendê-la,
ele sempre lembrava de todos os detalhes.
Virando-se, ele agarrou seu rosto com as duas mãos e beijou-a
com força. Ele arrastou beijos atrás da orelha e respirou fundo antes
de voltar para encará-la.
— Absolutamente. Eu amo a porra do cheiro de baunilha. — Ele
murmurou contra seus lábios antes de beijá-la novamente, desta vez
suavemente.
— Ah e é melhor eu ver uma caixa de absorventes também.
— Oh meu Deus, agora você exagerou! — Harper corou
furiosamente.
— Eu quero você para muito mais do que apenas sexo, Harper. —
Ele agarrou a mão dela e levou-a de volta para o quarto antes de abrir
todas as portas do armário. Em poucos minutos havia espaço
suficiente e cabides vazios. — Eu vou arrumar algumas coisas agora e
então, nós vamos até a sua casa para fazer a mesma coisa. Eu estou
me mudando para sua casa e você também estará se mudando para a
minha e tudo isso vai ser hoje.
— Ow. — Harper rangeu quando Trent golpeou suavemente seu
bumbum. — O que foi isso?
— Eu não posso manter minhas mãos fora de sua bunda perfeita.
— Seu sorriso rápido fez seu coração apertar. — E já estou indo até a
sua casa antes que você mude de ideia.
Harper observou como sua boa forma poderosa caminhou em
direção a seu armário recém-arranjado. Ela quase se derreteu quando
ele baixou as calças do pijama e olhando por cima do ombro, piscou
para ela.
Harper trancou o apartamento de Trent e sorriu para
seu novo chaveiro, o crânio cor de rosa era brilhante
com um pouco de curva na parte superior da carcaça da
íris que refletia na porta.
Os últimos quatro anos tinha lhe dado uma apreciação
renovada para as pequenas coisas da vida. Eles tinham
adquirido chaves repartidas da casa de cada um e Trent tinha
comprado o anel de chave. Portanto, bem, não para ela, mas até que
era bonitinho. Ele colocou suas respectivas chaves do condomínio no
chaveiro e entregou-o de volta para ela. Quem diria que um crânio
pudesse fazê-la a garota mais feliz do mundo? Ele também a
presenteou com um novo telefone impressionante, completo com
números novos, conforme a polícia tomou distância.
Ela se dirigiu até o shopping para atender Drea. Elas caminharam
para a loja favorita de Drea e não meia hora depois, Harper já estava
sentada em um banco de provador observando-a puxar em um par de
calças brim vermelhas brilhantes.
— Então Dre, qual é o negócio entre você e Cujo? O que aconteceu
na outra noite?
— Urrgghh! Ele é irritante. Eu não sei como você não vê isso.
— Você está certa, eu não sei. Ele tem sido bom para mim, doce
mesmo.
Harper se inclinou para frente, observando Drea virar de um lado
ao outro para verificar o ajuste. Drea caiu ao seu lado no banco.
— Não é do mesmo jeito com você? A maneira como ele trata as
mulheres. Você viu como ele estava com a loira na outra noite. E ele
me trata como se eu fosse estúpida. Eu sei que eu só trabalho em
uma loja de café, mas eu ajudo também o José a gerenciar. Eu não
sou estúpida.
Harper colocou o braço em torno de sua amiga.
— Não, você definitivamente não é. Tem certeza não há nenhuma
maneira de você estar misturando as coisas? Eu trabalho no café,
tecnicamente, abaixo de você e ele não me faz sentir pequena.
Drea suspirou.
— Eu não sei. Acho que não. Talvez ele simplesmente não gosta de
mim e você é a namorada do chefe, então, ele tem que ser bom com
você.
Poderia realmente ser isso? Era uma possibilidade, mas de alguma
forma simplesmente isso não era certo. Ela lembrou-se dele sentado
com ela na sua primeira tatuagem, quando ela estive tão claramente
triste, ele riu e brincou com Trent até que, juntos, eles tinham tirado
a dor dela.
— Eu sei o que você está dizendo, Dre, mas eu, eu não sei, eu
realmente luto com isso. Eu não estou dizendo que é você ou ele... eu
só quero saber se você começou com o pé errado com ele.
— Você não vê como ele é arrogante? Penso que ele é do tipo que
pega o que precisa de uma mulher e, em seguida, deixa-a, assim não
haverá responsabilidades. Não se importa como ela se afeta e quanto
dói. Ele é como meu pai.
— Eu não tinha ideia, Drea.
— Merda. — Drea limpou furiosamente seus olhos, tomando uma
respiração profunda. — Você sabe o que? Está tudo bem, Harper. Ele
não gosta de mim, tudo bem. Ele não vai falar comigo se você não
estiver por perto e mesmo que fale, normalmente, somente vai ser
para dizer algo por dizer. Eu só vou evitá-lo quando estivermos
juntos.
Harper olhou para a amiga, perguntando se ela estava mesmo
ciente quão infeliz ela soou sobre ele. Enquanto Drea pagava a calça
jeans, Harper pegou o telefone e enviou uma mensagem de texto para
Trent. Ele iria amar o conjunto pequeno de sutiã e calcinha que Drea
tinha a encorajado a comprar. Um rico cetim verde-esmeralda com
laço preto. Ela bateu a tela e, em seguida, parou quando viu a
mensagem recebida. Não há para onde correr.
***
45
É um programa capaz de se propagar automaticamente através de redes, enviando cópias de si
mesmo de computador para computador.
46
É um software que pode se instalar ou executar no computador sem que você tenha conhecimento ou
sem o seu consentimento ou controle
— Realmente, meio inteligente. — Disse Trent. — Eles picharam
uma citação de Dante no logotipo, na verdade, do second circle, canto
cinco... — Os olhos de Lopes estavam começando a revirar. — De
qualquer forma. — Disse ele, cortando o assunto. — Estava escrito
Amor condusse noi ad una morte que quer dizer amor nos trouxe
para uma morte.
As unhas de Harper pressionaram em sua pele, suas mãos
estavam úmidas.
— Escreva-o para mim. — Disse Lopes, passando um bloco e
caneta sobre a mesa para Trent. Eles encerraram a conversa com a
logística de terem seus dispositivos verificados.
Trent segurou a porta da delegacia aberta para Harper. Ele colocou
o braço em volta dos ombros de Harper e puxou-a para o seu lado
enquanto eles andavam pelo estacionamento. Harper olhou para ele,
o enrijecimento de sua mandíbula traindo seu nervosismo.
— Estava pensando sobre o que Lopes acabou de dizer. — Ele
começou, casualmente, como seus próprios nervos permitiriam. —
Precisamos ter cuidado, querida. Isso parece mais complicado do que
eu imaginei. Eu me sentiria melhor se nós apenas ficássemos juntos,
como todas as noites, e, tanto quanto pudermos durante o dia,
enquanto esperamos que isso acabe.
— Nós não podemos parar de viver nossas vidas só porque algo de
ruim está lá fora. Um milhão de coisas poderiam acontecer a nós dois
em qualquer dia. — Sua voz quebrou um pouco, mas ela lhe deu um
sorriso tenso.
Ele se virou para olhar para ela, depositando seus próprios medos.
— Você trabalha com Cujo diariamente. Isso é perigoso. — Disse
ela com um encolher de ombros.
Ele riu vendo como ela significava para ele. Que ela iria tentar e
fazê-lo se sentir melhor, era apenas uma das razões que ele estaria lá
para ela a cada hora. Se ele não podia mais ir a loja, que assim seja.
Ele poderia muito bem ser seu bebê, seu orgulho e alegria, mas ele
simplesmente não era sua principal prioridade.
***
***
— Não sei como ela vai levar tudo isso. — Trent levantou um pé na
pequena mesinha contra a janela do estúdio, que vibrava ao som de
AC / DC "You Shook Me All Night Long".
— Bem. — Disse Pixie, olhando para a rua. — Você está prestes a
descobrir, garotão. — Ela bateu na lateral de seu rosto bem-
humorado e caminhou de volta para o estúdio.
47
É como se fosse um aniversário de verão, que tem tudo da praia envolvido.
Trent virou a cabeça e observou Harper caminhar em direção a ele.
Ela obviamente tinha ido em casa trocar de roupa. Um vestido de
verão preto, equipado com um cinto verde-esmeralda espesso exibia
sua cintura fina e figura incrível. Sapatos pretos de plataforma davam
a impressão que suas pernas recém-bronzeadas passaram por
milhas. Ela tinha um balanço sexy nos seus quadris enquanto se
movia.
Se empurrando para fora da janela, ele correu para chegar nela
antes que ela chegasse ao estúdio.
— Eu juro que você simplesmente parou meu coração, querida. —
Levando-se por seu sorriso, ele a puxou e permitiu que seus lábios
escovassem os dela. Aqueles lindos olhos verdes se fecharam quando
ele a levou mais profundo, o que o espantou ao perceber o quanto ela
respondeu a ele. Como eles se encaixam.
Afastando-se, ele deu-lhe um pouco de espaço e sorriu quando ela
encontrou seu equilíbrio novamente.
— Você acha que nunca vamos nos cansar disso? — Harper
perguntou com um rubor envergonhado.
— Cristo, eu espero que não. Basta se lembrar como se sentiu
agora, porque você poderá está com raiva de mim daqui a um minuto.
— Hum. Eu acho que não gostei de ouvir isso. — Harper levantou
uma sobrancelha para ele.
Ele pegou a mão dela e a levou para o estúdio antes de puxá-la na
frente dele, de costas para o seu peito. Era a posição mais segura
para se evitar um pontapé nas bolas e a melhor posição para bloquear
uma fuga rápida.
Ele sentiu a ingestão rápida da respiração de Harper quando ela se
virou para encará-lo com uma mão sobre sua boca.
— O que você fez? — Ela disse por entre os dedos.
— Feliz aniversário, querida.
Ele a empurrou pela porta quando todos lá dentro gritaram.
— Surpresa!
***
***
***
***
48
Technicolor é uma marca norte-americana pertencente à Technicolor Motion Picture Corporation em
que o processo consistia na coloração dos filmes.
dilatadas quando eles se mudaram juntos. Ela o amava tanto quanto
ele a amava. E ela estava se afastando antes que ele dissesse a ela.
O atendente do portão fez a última chamada para o voo. Ele
percebeu que não ligaria para ela hoje. E isso não era a porra de uma
merda? Ele embarcou no avião, tentando evitar olhar para o assento
vazio ao lado dele, pegou seu telefone e anexado a fotografia e
escreveu: “Você disse que não iria correr, Harper. Você não confia em
nós ainda”.
***
Um dia pós Trent, ela estava acabada. Drea tinha falado com Trent
e deixou José conhecer os ossos mais desencapados. Harper passou o
tempo todo na cama com um balde de pipoca e com várias caixas de
lenços.
Nem mesmo uma tigela de sopa de macarrão com galinha a fez
comer.
No segundo dia seu progresso foi menor, sob a forma de uma
chuveirada e pijamas limpos. Porém, as lágrimas ainda não tinham
parado e a dor batia constante em seu peito. Palavras ecoavam em
sua mente. Meia vida. Decisão. Status. Tudo. Doeu escutá-las, mas
havia algo nas palavras de Trent que ressoava toda vez que ela as
repetiu.
No terceiro dia, Harper finalmente desceu as escadas e pegou seu
telefone, mas só porque Drea a acusara de ser como a menina dos
romances de vampiros que passou seis meses miseráveis sentada em
sua janela à espera do seu amor voltar. Isso a fez sorrir brevemente
até que ela viu as dezoitos chamadas não atendidas e as oito
mensagens.
Uma rápida olhada mostrou que a maioria era de Trent. Seu
coração quebrou mais uma vez quando ela se forçou a ouvi-las,
conseguiu apenas ler as quatro primeiras antes de cair no chão da
cozinha da Drea em lágrimas.
O despertador de Drea no quarto de hóspedes tocou, sinalizando o
início do dia quarto dia pós Trent. As lágrimas não caiam mais com
antes e Harper decidiu que hoje seria tão bom quanto qualquer outro
dia para tentar voltar com alguma aparência de uma rotina normal.
O café ainda era o mesmo. Era uma sensação muito estranha o
resto do mundo está exatamente como você deixou quando tudo em
sua vida, estava se transformando em destruição.
José foi cauteloso com ela. Seus amigos falaram oi e esperavam
que ela estivesse se sentindo melhor, mas Harper sentia o oposto. Os
clientes pediam suas comidas e bebidas e Harper lhes servia em
piloto automático.
Ao final da tarde, Harper estava começando a ficar com a cabeça
em marcha novamente. A enxurrada emocional de três dias deixou ela
com uma ressaca inacreditável, mas o nevoeiro estava levantando
lentamente. O cansaço ameaçava consumi-la, mas Harper não
poderia digerir a ideia de voltar para casa.
Felizmente, ela ficou de dá uma passada na casa de Celine para
trabalhar com Milo, um compromisso que ela realmente queria
manter.
— Posso ter um grande colombiano49? — Harper virou-se de
repente do vapor do leite e ficou cara-a-cara com Cujo.
— Como você está? Você parece uma merda, Harper. — Ele sorriu
suavemente.
Havia bondade em seus olhos.
— Obrigada. Já estive melhor.
— Você pode conseguir um café e vim falar comigo um pouco? —
Ele não parecia zangado, mas os olhos podem se enganar. Ela olhou
em volta e, em seguida, para o lado de fora.
— Não. Ele não está comigo, Harper. Ele está em LA. Não teve
escolha, ao assinar o contrato significa que ele tinha que ir.
49
Algum doce ou salgado Colombiano.
— Hei Harper, esse cara está te incomodando? — José surgiu do
lado dela se esticando todo, mesmo que ainda não fosse páreo para
Cujo.
Harper foi esmagada com o apoio que sentia vindo dele.
— Ele só quer conversar comigo. Está tudo bem se eu fizer uma
pausa?
— Claro que sim. Aqui, tome isso. Eu posso fazer outra. — Ele
entregou-lhe um café misto.
Sentaram-se em uma pequena mesa na luz do sol, Cujo passou a
mão sobre o topo da cabeça, que bizarramente mostrava um pouco de
penugem loiras. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos.
— Ele está louco de preocupação, você sabe. — Cujo arrancou a
tampa do seu café e soprou a superfície para esfriá-la. — Ele
precisava saber que você está segura.
Harper tomou um gole da bebida gelada mista, mas sentou-se um
gosto de concreto em sua língua, sem graça e sem sabor.
— Por que você está aqui, Cujo?
— Bem, no começo eu estava vindo para dar-lhe uma palestra
sobre por que você não deveria ter corrido dele, mas olhando para
você, eu vejo que você já sabe disso. Então, eu vim perguntar se você
poderia perdoá-lo por ser um idiota. — Ele olhou por cima da borda
da taça enquanto tomava a bebida.
— Ele está bem? — Ela precisava saber.
— Pergunta estúpida, Harper. Ele está tão bem quanto você.
Então, ele não está bem.
— Tudo o que eu vim dizer é que... olha... eu sei que você já
passou por alguma merda. Eu não posso mesmo começar a pensar
em todas as maneiras que normalmente iriam foder um ser humano.
Mas há uma diferença entre a garota que você era no primeiro dia que
eu a vi no estúdio e a garota da noite do seu aniversário, antes de
toda essa merda aparecer. O mesmo eu digo para ele. Vocês são feitos
um para o outro. Você está melhor por causa de pessoas que a
ajudaram. Realmente me incomoda que você esteja fodendo a melhor
coisa que poderia ter acontecido com vocês dois.
Merda. Lágrimas de novo. Harper passou a mão por de baixo do
seu olho para mantê-las e deu um bom e longo gole da sua bebida,
esperando que a dor de gelo no céu da sua boca tomasse da sua
mente a dor.
— Quando você começou a ser tão sensível comigo, Cujo?
— Aww, harper. Sinto muito. Eu não queria fazer você chorar, mas
você tem que saber que ele te ama. E porque ele te ama, ele vai cuidar
de você e protegê-la. Merda, ele faria qualquer coisa por você. Vocês
só precisam parar com isso.
— É mais complicado do que parece. — Ela estudou sua bebida,
observando o creme branco se derreter no café.
— Não é não. Você ama ele. Você me disse. É incrivelmente
simples.
Ele esfregou a mão na parte de trás da antes de ficar de pé.
Abaixando-se, beijou o topo de sua cabeça.
— Eu vou ligar para ele e falar que eu encontrei você e que você
parece uma merda. Ele vai voltar para casa amanhã, se ele não puder
chegar em um voo hoje à noite. Pense sobre o que você vai dizer a ele.
Harper pegou sua bebida e assistiu ele atravessar a rua.
— Bom passeio, homem! — Ele gritou para um motociclista com
um capacete prata sentado em uma enorme besta negra.
O capacete balançou em sua direção antes que o motor acelerasse
em níveis ensurdecedores, saindo.
A tela de seu telefone chamou a atenção de Harper. Ela agarrou ele
na esperança de ver o nome de Trent.
Aproveite o resto de sua bebida, Taylor.
Reid. Harper colocou a fotografia de volta no balcão da
cozinha. Suspirando, ela tomou um gole de chá, com as
mãos envolvidas em torno de ambos os lados da caneca. Onde
ele estava? Apesar de tudo, ela sentia falta dele. Perdeu o menino
que derrubou Clinton Baines, só porque ele ia colocar grama molhada
na parte de trás do vestido dela. Quem tinha levado uma bronca
quando Harper cronometrou errado, jogando mal e tinha quebrado a
janela do banheiro.
Ele havia escolhido Nathan desde ela e ainda realmente não fazia
sentido o porquê. Eles estavam tão unidos até o ataque. Essa talvez
seja a parte mais comovente de toda a bagunça.
Pela primeira vez em anos, ela tinha de alguma forma improvável
construído um grupo de amigos. Drea era sua rocha. Os amigos de
Trent tinham a abraçado como se ela fosse um deles. Eles sabiam que
algo horrível tinha acontecido, mas não deixaram de estar lá para ela.
Cujo a tratava como uma irmã, lembrando-a de Reid na forma como
ele brincava com ela. Lia e Pixie procuravam o conselho dela, levaram
ela para suas lojas favoritas e ajudou a fazer essa festa de aniversário
para ela.
E então há Trent, que de alguma forma conseguiu esgueirar-se
passando por toda defesa que ela tinha construído no coração.
Ninguém mais poderia fazê-la vibrar com a necessidade de um único
toque. Ele tinha a capacidade de acalmar até mesmo suas arestas
mais ásperas. Ele encorajou-a a confiar nele mais e mais. E embora,
ele não contou a ela sobre o show, se ela lesse os sinais direito, ele a
amava tanto quanto ela o amava.
Então, o que mais estava lá? Claro, ela não queria machucá-lo por
Nathan, mas Trent era um menino grande que poderia cuidar de si
mesmo.
Ela não queria que ele passasse a tremenda oportunidade de ir
fazer o show. Ela não tinha absorvido os detalhes quando ele falou
para ela. Será que ela chegou a dizer o quanto estava orgulhosa dele
antes de deixá-lo em estado de choque no restaurante?
Ela olhou para o ferrolho extra que Eddie instalou ontem depois
que o Detective Lopes saiu do seu apartamento. Ele estava focado no
público que a câmera da CCTV50 capturou de alguém que enviou
uma mensagem de um telefone que a polícia já tinha confirmado
como registrado em Idaho. Ele também lhe entregou de volta o laptop,
limpo dos vírus que estavam monitorando a atividade de computador.
Uma ligação para Lydia tinha confirmado que o passaporte de
Nathan ainda estava sendo mantido e que ele tinha feito a sua
nomeação no início da noite com seu oficial de condicional um dia
antes do texto. O computador de Lydia ainda estava com um
especialista em TI, sendo verificado.
Sua mão estendeu e agarrou o belo colar que Trent tinha projetado
para ela, a bela gota de vidro com redemoinhos vermelhos e laranjas
que representavam as chamas em suas costas... o fogo mais quente
que ela tinha resistido. Ela esfregou-o entre os dedos como um
amuleto da sorte. Um talismã para mantê-la segura.
Através de todos os pensamentos piscando em sua mente a uma
velocidade rápida, um foi ressoando mais alto. Ela precisava de Trent.
Mais do que isso, ela adorava Trent e queria estar com ele.
Ela olhou para o relógio. Se Cujo estivesse certo, Trent
provavelmente estaria desembarcando muito em breve, encurtando a
viagem que tinha planejado para os dois. E se ele não estiver
preparado para dar-lhe uma segunda chance? Ok, talvez uma terceira
50
Circuito Fechado de Televisão.
ou até mesmo quarta chance. E se a sua paciência estivesse no fim e
aparentemente limitada com ela?
Seu telefone tocou. Cujo.
Ele está indo para o estúdio.
Essa era provavelmente a última chance que ela teria para fazer as
coisas certas.
***
Ele não iria até ela. Uma decisão que ele tomou, quando secou
uma garrafa. Ele pediu desculpas, por texto, por correio de voz e não
tinha recebido nada de volta. O último par de dias ele tinha fornecido
espaço necessário, porém esse espaço ainda não tinha fornecido
clareza.
Harper sabia como ele se sentia em relação a ela. Ele colocou o
mundo em um prato para ela antes que ele fosse e ela jogou de volta
em seu rosto. A ironia continuou batendo-lhe com força. Yasmin,
havia o deixado porque ele não poderia dar a ela qualquer coisa que
ela queria. Harper deixou ele, porque ele estava tentando dar tudo
para ela.
Mais do que tudo, esse tempo longe tinha solidificado uma coisa.
Trent ainda amava Harper. Essa parte era simples. Todo o resto era
tão complicado pra caralho que sua cabeça queria explodir.
Trancado no escritório, ele se esticou no sofá e fechou os olhos
enquanto esperava Cujo iniciar o turno dele. Ele pegou um voo de seis
horas em Los Angeles e agora estava perto das três. Sua bolsa de
viagem foi jogada no canto e o conteúdo da bagagem de mão estava
derramado sobre a mesa.
O táxi se dirigiu para o caminho de seu apartamento, até que ele
percebeu que não poderia estar lá sem Harper, então ele redirecionou
o motorista para cá. Embora, era tão difícil encarar os caras. Eles não
podiam esperar para ouvir os detalhes do show.
Se fosse apenas uma semana atrás, ele estaria sentado aqui
pensando que tinha o mundo em suas mãos? Era incrível a rapidez
com que o mundo mudava.
Ele olhou para a pasta de plástico azul com todos os locais de
filmagem e detalhes.
Ele disse para Dred que tinha levado um fora totalmente
embriagado. Trent acabou derramando suas entranhas sobre Harper.
Acariciando a mão pela sua mandíbula, ele examinou se a sua
decisão de não ir vê-la fazia sentido. Talvez ela precisasse dele para
lhe mostrar o quanto ele estaria lá para ela, não importa o que
acontecesse.
A tímida batida na porta o irritou.
— Eu disse que eu precisava de uma soneca. Por favor, vá se foder!
— Ele puxou o braço por cima dos olhos. Outro estrondo na porta,
desta vez com mais força. — Que porra é essa? Sério, você quer ser
demitido?
— É a Ha... Harper.
Trent sentou-se rapidamente e esfregou as mãos em seu rosto.
— Posso entrar? — Sua voz vacilou.
Caminhando para a porta, ele destravou e a escancarou.
Harper estava medonhamente pálida e parecia que tinha perdido
cinco quilos. Seus olhos estavam rodeados de olheiras. Ele tinha
pensado que se sentiria melhor de saber que ela estava sofrendo tanto
quanto ele, mas ele estava errado.
O instinto de puxá-la para ele e envolvê-la em seus braços era
forte. Ele estava rasgando-se por dentro de vê-la assim. Ela parecia
tão retalhada como ele se sentia.
A luz tinha saído de seus olhos verdes, mas havia um olhar
determinado quando ela ficou de frente para ele, ela segurava a porta
com a mão direita com tanta força que os nós dos dedos dela estavam
brancos.
— Eu preciso falar com você, se você me deixar. — Disse ela
baixinho.
***
***
51
É um short desfiado que tem como característica a de uma peça customizada e bem curta e justa.
ser simplesmente por cada parte de você que é tão incrivelmente sexy,
Harper.
As pernas dela enrolaram em torno de seus quadris, puxando-o
mais perto enquanto ela gemia baixinho.
— E cada parte de você é incrivelmente duro. — Ela sussurrou,
mordendo sua orelha.
Os lábios de Harper derreteram contra o seu enquanto ele abria o
botão de seu short. Levantando-a com as palmas das suas mãos, ele
deslizou seus shorts e sua minúscula calcinha pelas pernas dela.
— Ahh. Frio. — Ela gritou quando sua bunda bateu no granito
frio. Trent riu, continuando a despi-la.
Seus dedos deslizaram até suas coxas e ele sorriu quando ela se
abriu mais para ele. Um gemido suave passou entre eles quando ele
circulou o topo de suas coxas, deslizando-se sob sua camiseta para
abrir seu sutiã.
— Eu te amo, Harper Connelly.
— E eu te amo, Trent Andrews. — Disse ela com um grito quando
ele a pegou e levou-a para sua... a sua... cama.
— Santo Deus. Porra. Merda! — Trent virou-se para
ver o que deixou Pixie xingando como um marinheiro.
Dred estava de pé na soleira da porta, sua enorme
estrutura preenchia tudo completamente.
— Pensei em passar por aqui e ver se você é realmente bom em
toda esta merda. — Sorrindo, Trent aproximou-se e apertou a mão de
seu novo amigo. — Ótimo ver você, cara. O que você está fazendo na
cidade?
— Estamos tocando em Tampa amanhã à noite. Pensei em vir
mais cedo e fazer alguma nova tatuagem com você.
— De jeito nenhum, isso é loucura. Você devia ter dito que estava
chegando.
— Sim, bem, eu queria surpreendê-lo. Ver o que você pode fazer
em tempo real em vez de ter tempo para pensar sobre isso.
— Seria um prazer. Quer fazer um tour no estúdio?
— Wow. — Dred Zander estava de pé no meio do Second Circle.
Ele estava tendo totalmente um momento idiota de fã.
Havia um Escalade preto estacionado do lado de fora na rua e dois
seguranças corpulentos estavam na entrada do estúdio. Boa coisa. O
estúdio tinha um limite de cinquenta pessoas e ele não precisa do
chefe dos bombeiros no seu pescoço.
Pixie ainda estava olhando um pouco em estado de choque quando
se aproximou da mesa.
— Esta é a Pixie, nossa gerente de estúdio. Ela vai tirar os seus
dados quando você estiver pronto.
— Ei, Pixie, prazer em conhecê-la. — Trent nunca viu Pixie tão
inanimada. Ela não se mexia nem para pegar a mão que Dred tinha
oferecido.
— Pix? — Trent sorriu enquanto ela rapidamente se recompôs com
um aceno de cabeça e segurando a mão de Dred.
— Desculpa. Estava meio que fora do ar. Bem-vindo ao Second
Circle.
— Boas tatuagens você tem aí, Pixie. O que são esses?
— Flores. — Ela murmurou. Que diabos estava acontecendo com
Pixie? Eles já tiveram pessoas famosas no estúdio antes.
Dred riu.
— Eu posso ver que é. Eu só estava curioso para saber que tipo.
O telefone tocou e Pixie saltou para atender, efetivamente cortando
Dred para fora.
— Desculpe. — Trent se desculpou. — Felizmente, nós somos
geralmente muitos ocupados por aqui. Quer sentar e nós podemos
descobrir o que você está procurando? — Trent começou a caminhar
para uma das camas em direção a parte de trás do estúdio. — Nós
temos uma sessão na sala dos fundos aqui se você quiser um pouco
mais de privacidade.
Percebendo que Dred não estava prestando atenção, ele se virou
para vê-lo ainda olhando para as costas de Pixie.
— Ei cara. — Ele sussurrou. — Nós cobramos um extra pela
avaliação da equipe.
— O quê? Oh... certo, sim. Quanto? Eu definitivamente pago o
extra para uma visão mais próxima.
***
Harper olhou para seu novo telefone mais uma vez. Ele vinha
carregando por quase dez horas e ainda mostrava uma bateria
praticamente vazia. Caramba. Ela já tinha dado o número para Lydia
e seus pais. Ela teria que levá-lo na loja para substituí-lo ou conserta-
lo.
Felizmente, o dinheiro já não estava tão apertado como era. As
refeições que Joanie preparava para ela em vez do pagamento eram
deliciosas, o dinheiro que ela tinha guardado da tutoria era uma
dádiva de Deus e as suas despesas de aluguel tinha ido para baixo
desde que ela começou a viver com Trent. Era um simples prazer
caminhar até um caixa eletrônico e saber que ela poderia sacar o
dinheiro que queria.
Seu telefone quase morto tocou.
— Ei, Frankie.
— Ei Harper. Você poderia me fazer um favor? Você se importaria
de pegar Anton e seu amigo e trazê-los com você para o ginásio? É no
caminho da casa de Trent. Eu tenho um problema aqui que eu
preciso cuidar.
É claro que não seria um problema. Assim, mudando a logística,
ela desligou.
Sua mudança de manhã cedo, Harper andou ao redor do
condomínio. Ela já tinha feito duas lavagens de roupa. A cozinha era
limpa e o congelador já estava abastecido com porções grandes de
molho de macarrão e sopa.
Ela agarrou sua bolsa da academia e encheu com o que ela
precisava para sua lição de autodefesa à noite.
Um cronômetro soou alto. Deixando a bolsa no balcão da cozinha,
ela pegou uma luva de forno da gaveta.
Duas dúzias de biscoitos assados perfeitamente e o dobro de gotas
de chocolate estavam sentados no forno, à espera de ser removido.
Movendo-os para a mesa, ela decidiu que, uma vez que tivessem
esfriado, ela colocaria uma dúzia em um recipiente de plástico e iria
levá-los para o estúdio no caminho para o ginásio. Estava ficando
tarde e Trent nunca tinha tempo para parar e comer nas noites em
que ele estava trancado no estúdio. Além disso, ela iria começar a vê-
lo algumas horas antes do planejado. Bônus.
Havia uma fila de pessoas que espreitavam na janela do estúdio
quando ela chegou.
Um grande, homem calvo em um terno parou sua entrada.
— Você tem negócios aqui hoje, minha senhora?
— Não. — Ela começou e o homem colocou a mão do outro lado da
porta. — Quero dizer, meu namorado está lá e eu só preciso vê-lo.
O cara não se mexeu.
— Eu ouço essa desculpa um milhão de vezes por dia. — Ele
respondeu com uma voz monótona.
— Meu namorado é o proprietário, Trent Andrews. Eu trouxe
cookies. — Ela percebeu o quão idiota soou.
— Então você é a garota dele, hein? — Ele perguntou com um
sorriso irônico.
— Eu espero que sim. — Harper respondeu com um sorriso. —
Você sabe de algo que eu não sei?
— Ele estava tudo boo-hoo, perdido em LA. Ainda bem que deu
certo. — Harper sorriu. Ela sabia que era errado, mas deu-lhe uma
pequena sacudida de prazer saber que ele estava sofrendo como ela
ficou sobre a briga deles.
— Hey, Harper. Ele está na cama de trás. — Pixie gritou acima do
barulho.
Harper foi até sua mesa de recepção.
— O que há com os sósias de Tyson lá fora? Eu quase não pude
entrar aqui.
Pixie franziu a testa.
— Melhor ir perguntar ao seu menino. Estrela do rock famoso na
casa. — Pixie acentuou seu comentário com o puxão de sua caneta.
Eita, ele era enorme. Construído. E estava sem camisa. Ok, ela já
olhou o suficiente. Bem, talvez apenas por um segundo. Trent estava
debruçado sobre o cara e ela poderia jurar pela propagação de linhas
de transferência roxas que ele estava apenas começando uma luva no
braço inferior do outro homem. O cara na cadeira podia muito bem
ser uma estrela do rock, embora Harper nunca admitisse que ela não
tinha ideia de quem ele era.
Trent estava em sua habitual posição, boné virado para trás, luvas
e sentado em um banquinho.
Harper aproximou-se nervosamente. O grande tamanho do cara e
sua presença eram um pouco intimidante.
— Eu não mordo. — Oh Deus. Ele estava falando com ela.
— Desculpe-me?
Ele chupou ar entre com os dentes cerrados.
— Eu disse que eu não mordo. Você pode se aproximar. — Seus
olhos azuis brilhavam enquanto a observava de perto.
Trent olhou para cima.
— Ei querida. — Disse ele, colocando a máquina de tatuagem para
baixo e pegando sua mão. — Dred, esta é a minha menina, Harper.
Harper, este é Dred Zander da banda Preload. Ele é um dos outros
juízes que te falei.
Wow. Não que ela soubesse muito sobre o tipo de música que
Trent ouvia, mas, mesmo ela já tinha ouvido falar de Preload. Isso
certamente explicava a segurança do lado de fora.
Dred estendeu a mão e apertou a dela.
— Prazer em conhecê-la, Harper. E uma pena. Por um minuto, eu
pensei que você estava vindo para me ver.
— Não. — Exclamou Harper rapidamente, olhando para Trent, que
estava sorrindo para ela. — Quero dizer, não, eu só estava trazendo
para Trent alguns biscoitos. — Puta merda. Ela era realmente tão
idiota? Era como naquele momento em Dirty Dancing52 quando Baby
disse para Johnny que ela carregava uma melancia.
Dred se virou e sorriu enigmaticamente para Trent.
— Eu vejo o que você quer dizer, cara.
52
Filme de romance famoso que no Brasil é conhecido como “Ritmo Quente”.
— Eu sei que você vê. — Sorrindo, Trent estendeu a mão para ela.
Alcançando dentro de sua bolsa, ela tirou os biscoitos e entregou o
recipiente para ele. — Sério cara, ela é a melhor cozinheira do caralho
do planeta. — Trent fez uma pausa para tomar uma mordida gigante.
— Você tem que experimentar um. — Ele murmurou, oferecendo o
recipiente quase vazio.
Harper assistiu, mortificada, ao ver uma lenda do rock comer um
dos seus cookies.
Dred mastigou e gemeu.
— Eles são quase tão bons quanto sexo.
Harper riu.
— Não muito. — Respondeu Trent, dando-lhe um olhar que a fez
queimar. — Você tem que experimentar a sua carne assada. Poderia
trazer um homem adulto de joelhos. — Ele acenou com a cabeça em
direção a sua bolsa. — Onde você está indo? No Frankie?
— Sim. Mas antes eu vou pegar Anton na casa de um dos seus
amigos no caminho.
— Ok, manda uma SMS para mim quando você estiver acabado e
eu vou buscá-la.
— Gostaria de poder receber mensagem, mas eu não posso. O meu
telefone quebrou. Vamos precisar consertá-lo amanhã eu acho, o que
é uma porcaria. Vou ver com Frankie se posso ligar do seu.
— Vejo você mais tarde, querida.
— Tchau, Trent. Prazer em conhecê-lo, Dred.
A boca dele estava recheada com outro biscoito.
— Prazer em conhecê-la também. — Ele murmurou e migalhas
caíram em todos os lugares.
— E eu tenho outro trabalho para fazer. — Reclamou
Anton melancolicamente enquanto caminhávamos para o
estúdio de Frankie por um estacionamento deserto de um
centro médico.
Harper sorriu e olhou para os restos do que era um pôr do
sol glorioso. As crianças sempre pensavam que eles estavam
sobrecarregados com trabalhos de casa.
— Sobre o que é esse outro trabalho? — Ela perguntou.
— A batalha de Antietam53— Ela guiou Anton em torno de um
buraco gigante cheio de água marrom. A luz da rua piscava indecisa.
Escuro demais para está desligada, leve demais para ser ligada.
— Foi em 1862. O dia mais horrível de batalha que aconteceu nos
EUA. Há tanta coisa para escrever sobre isso.
— Eu posso querer escrever uma biografia do General Lee ou do
General McClellan, ou eu posso escrever sobre como a batalha
aconteceu.
— Todas as boas perguntas com muito espaço para pesquisa,
estruturação, elaboração e escrever um grande texto.
— Hey! — Anton gritou quando foi puxado para longe dela. Harper
estendeu a mão e conseguiu agarrar a parte inferior da camisa dele,
mas ela escorregou por entre seus dedos. Ela correu para o beco
estreito depois dele.
53
Batalha de Antietam: foi o primeiro grande confronto armado da Guerra de Secessão que se produziu
em território da União. A batalha teve lugar a 17 de Setembro de 1862, perto de Sharpsburg, no
condado de Washington, Maryland, Estados Unidos, e nos arredores de Antietam. A batalha fez parte da
Campanha de Maryland, e tratou-se da mais sangrenta da história dos Estados Unidos que, em apenas
um dia, registou 22 717 mortes.
— Entre na van, Taylor. — Harper olhou fixo na lâmina da faca
apontada para o pescoço de Anton. Nathan estava na sombra, de
costas para a parede, com Anton mantido firmemente na frente dele.
Ela olhou para o final do beco e passando pelas lixeiras
abarrotados, tinha uma van marrom estacionado no meio-fio, ela
tentou retardar sua respiração.
— Não o machuque, Nathan. Por favor. — Ela olhou em volta para
qualquer coisa que pudesse ajuda-los. Um pedaço de madeira ou um
tubo de metal descartado. Algo. Qualquer coisa.
Nathan estava drogado. Ela já viu aquele olhar enlouquecido
antes, seus olhos estavam tão grandes que as suas pupilas já tinham
ultrapassado o azul da sua íris. Sua respiração estava acelerada e
furiosa. Houve um brilho de suor em seu lábio superior, apesar da
brisa fresca da noite.
Seu rosto estava magro. Lá se foram as características que uma
vez foram belas, substituídas por um sorriso ameaçador. Firme,
musculoso e veias levantadas em torno dos braços que ela uma vez se
sentia segura dentro.
— Não há nenhuma opção aqui, Taylor. Entra na van ou eu vou
matar esse garoto, porra, aqui mesmo. — Ela olhou para Anton,
desejando que ele silenciosamente permanecesse quieto e silencioso.
Ele olhou para ela, com os olhos arregalados e o corpo congelado de
medo.
Suas unhas cavaram dolorosamente em suas palmas quando ela
apertou seus punhos. A visão de Nathan combinava com o pior
pesadelo de todos os professores de uma criança se machucar, o que
tornava difícil pensar. O que ela poderia fazer?
— Taylor! — Ele rosnou. — Mova-se antes que você me force a
fazer algo que você vai se arrepender. — A faca empurrou a pele do
pescoço de Anton. Uma pequena fatia, mas o suficiente para fazer um
pequeno filete de sangue escorrer do pescoço de Anton.
— Anton, não se mova. — Seus olhos estavam cheios de lágrimas,
mas ele ainda estava como uma estátua. Bom garoto. Harper
apressou-se em direção às portas abertas da van e entrou, jogando a
mochila de Anton na frente dela.
Ela girou e olhou de volta para a rua, a tempo de ver Nathan
empurrar Anton no chão. Ele aterrissou em cima do seu ombro e sua
cabeça bateu no concreto com um baque. Nathan marchara os
poucos passos para a van. Levante-se, Anton. Se mexa. Anton
começou a sentar-se lentamente. Ele estava bem.
As portas traseiras da van bateram. Ela teve alguns momentos
antes de Nathan subir no assento do motorista. Pense, pense. Se
gritasse, ele poderia voltar e matar Anton. Cooperar com Nathan era a
melhor maneira de garantir que Anton estaria seguro. Ela abriu a
mochila de Anton e a revirou, encontrou o telefone. Ela começou a
discar 911, mas a porta se abriu e se fechou. Nathan entrou sozinho.
Ela colocou o telefone por baixo do sutiã. Seu casaco de treino solto
iria esconder a forma.
Nathan subiu entre os assentos, com a faca em uma das mãos e
uma fita na outra.
— O que você fez com o Anton? — Ela sussurrou.
Ele colocou a ponta da lâmina em sua garganta.
— Não me faça te machucar, Taylor. Coloque seus braços atrás
das costas. — Ela estremeceu quando ele envolveu a fita firmemente
em torno de suas mãos, tentando flexionar seus dedos para manter a
circulação.
— Onde está Anton? Por favor, me diga que você não o matou. —
Ela olhou para a faca que ele deitou no assento ao lado dele,
enquanto ele subia no banco da frente. A lâmina estava impecável,
exceto pelo pouquinho de sangue na ponta. Nathan se balançou no
banco, xingando em um sussurro antes de rodar a chave na ignição.
A velha van balbuciou e vibrou com vida.
— Sente-se aqui perto de mim e não se mova. — Ele gritou,
ajustando o espelho retrovisor até que ela pudesse se ver nele. Ele
estava incrivelmente agitado, novamente drogado.
Harper se embaralhou no chão até que ela se sentou no banco do
passageiro de trás, posicionando-se de modo que pudesse ver um
pouco para fora do para-brisa.
— Nathan, você sabe que isso não vai acabar bem. Por favor,
deixe-me ir. Podemos descobrir como fazer isso.
— Descobrir como fazer isso? — Ele cuspiu. — Foda-se o
descobrir! Você está brincando comigo? Não há nada para descobrir,
Taylor. Você sempre será minha. Eu te falei isso. Acredita em mim
agora? — Uma explosão de risos irônicos avançou pelo meio da van.
— Agora, cale a boca. Você grita e isso ficará muito pior. A forma
como você se comportar determinará se isso vai ser rápido ou lento.
Então, se lembra disso antes de tentar me enganar, cadela.
Harper se esquadrinhou para o interior da van, esperando que
pudesse ter algo que ela poderia usar, mas era tão escuro. Se ela
pulasse em cima dele agora, sem o uso de seus braços, eles
provavelmente seriam mortos ou ele pegaria a faca.
Uma jaqueta de couro e um capacete de prata estavam no canto. A
moto. Claro. Era Nathan com a moto que era tão semelhante aos
projetos que ele e Reid utilizavam para trabalhar. Ele devia ter
mantido um dos que ele fez. Ele tinha pilotado para encontrá-la.
Nathan dirigiu bruscamente longe do meio-fio e Harper balançava
violentamente. Não era possível usar as mãos para parar a si mesma,
ela não tinha nenhuma maneira de não bater contra a parede de
metal da van. Sua visão ficou borrada no momento do impacto.
Harper olhou se concentrando na estrada à sua frente. Era
fundamental que ela soubesse onde estava sendo levada. Prédios
passavam muito rápidos no escuro, mas ela ficou aliviada ao ver a
Allison Park a sua direita. Eles estavam indo definitivamente em
direção ao norte. Onde ele estava levando ela? As lágrimas encheram
seus olhos, mas ela piscou-as ferozmente. Elas não iriam ajudá-la a
sair dessa. Ela precisava se concentrar e ter um plano para ficar
longe de Nathan, e, em seguida, alertar a polícia. Se ela não o fizesse,
bem, ela não podia dar ao luxo de se debruçar sobre essa opção.
O Canyon Ranch Hotel, com a sua envolvente única pedra branca
e rio ondulado de vidro escuro, passou. Em um sinal vermelho,
Harper olhou para as portas traseiras.
— Embriagado. — Ela olhou para Nathan, que estava estudando-a
no espelho retrovisor. Ele parecia quase arrependido.
— Por que você tem que fazer que isso seja tão difícil, Tay? Eu só
queria que nós estivéssemos juntos.
Harper estimava que quinze minutos já haviam se passado quando
a van de repente parou e Nathan saiu.
Quando as portas traseiras foram abertas, Harper viu que estavam
estacionados ao lado do esqueleto que uma vez era um clássico hotel
ou um edifício de apartamentos. Suas janelas estavam quebradas ao
longo e uma cerca de arame com sinais de cuidado sacudia na brisa
fresca.
Nathan arrastou-a da van. Seu pé bateu no chão em um ângulo
estranho, enviando uma dor por sua perna.
Ele empurrou-a através de uma abertura na cerca.
— Vamos. — Ele sussurrou ferozmente, empurrando a ponta da
faca em suas costas. — Não me faça ter que usar isso mais cedo do
que eu pretendo.
O corte da faca em sua pele fez Harper engasgar com a dor
intensa.
— Mmm, eu gosto um pouco do medo nos dias de hoje, Tay. A
maneira como você lutou comigo há alguns anos, me faz ter enorme
tesão. — O pensamento adoeceu-a. Ele estava tentando assustá-la e
estava funcionando. Seu coração acelerou com a familiaridade
horrível dele atrás dela com a faca na mão. Tonturas chegavam
enquanto ela engolia respirações. Tremendo, ela começou a contagem
até dez, com foco em sua respiração. Foco era a única coisa que
poderia salvá-la.
A ponta da lâmina deixou suas costas, mas os dedos cavados em
seu ombro a empurrava em torno da parte de trás da propriedade. O
crepúsculo tinha mudado o anoitecer e havia pouca luz na rua.
Enquanto eles se moviam através do paisagismo em direção a uma
piscina vazia, a propriedade estava ainda mais escura. Nathan
empurrou Harper em um pequeno anexo, fazendo-a cair para a frente.
Sem as mãos livres, ela caiu de cara no rasgado e desvanecido linóleo
azul. Uma dor aguda correu até sua bochecha quando o lado do rosto
dela fez contato com o chão duro.
Uma mão agarrou a parte de trás de seu capuz e ela foi arrastada
pelo chão coberto de lixo, antes de ser jogada, ela apoiou-se contra
uma cinzenta parede de alvenaria fria.
Ela estava em um bar ao lado da piscina deserta que era feito com
espelhos salpicados e vazios, com ilusão óptica. Luminárias
quebradas e fios pendurados no teto, balançavam em movimentos
perpétuos.
Nathan respirava pesadamente, andando para lá e para cá.
— Por que você faz isso, Taylor? — Ele sussurrou.
Harper permaneceu em silêncio, balançando a cabeça para limpar
o tremor por bater no chão. Ela tomou um tempo observando seus
arredores. Ela ouviu a voz de Frankie na cabeça dela, alto e claro.
Você tem que saber que vale a pena se defender.
— Eu apodreci naquele lugar por quatro anos e você estava
preparada para me deixar ficar lá por mais quatro. — Salivas
acumulavam nos cantos de sua boca enquanto ele estourava com ela.
Seus olhos fundos, rodeados por círculos pretos, centrados nela. —
Foda-se, o que fazer, o que fazer. — Ele murmurou enquanto andava
o comprimento da sala, passando a mão pelo cabelo curto, uma e
outra vez. Se ela não descobrisse alguma coisa em breve, ele iria
matá-la. Não se tratava de uma doença e confusão. Isso era sobre
vingança, puro e simples e o pensamento a aterrorizava.
— Nathan, esse não é você. É a droga falando. Você pode ter
ajuda.
— Ajuda? É isso que você queria que eu recebesse quando
escreveu a sua carta? — Nathan esfregou as mãos para cima e para
baixo dos braços enquanto olhava para ela. — Você quer saber do tipo
de ajuda que eu recebia na prisão? Porque eu posso dizer-lhe que tipo
de ajuda você pode dar e tirar de lá.
— Não faça isso, por favor Nathan. — Harper tentou comprimir o
pânico, substituindo a adrenalina que fazia que seu coração saltasse
como em uma corrida. Ela fechou os olhos e se concentrou nas
palavras de uma de suas primeiras sessões com Frankie... um lugar
de controle e não um lugar de medo.
Ela olhou para algo afiado que poderia se encostar e cortar a fita
de ligação das suas mãos. Uma moldura enferrujada de uma cadeira
estava contra a parede apenas polegadas de distância, a perna estava
dobrada e quebrada.
Silenciosamente, ela esperou até que Nathan estivesse andando
longe dela e, em seguida, embaralhou a curta distância para a
cadeira. Ele estava longe demais para perceber. Se ela pudesse ter os
braços livres, ela tinha opções. Possivelmente, o telefone, ou, pelo
menos, uma oportunidade de correr. Até mesmo lutar se fosse
preciso. Ele pode ter destruído ela na última vez, porém ele não teria
essa chance novamente.
***
***
***
54
É uma advertência que deve se dar a um imputado que se encontra em custódia da polícia dos
Estados Unidos, antes de que lhe façam perguntas relativas a comissão do ilícito
— Os paramédicos estão fazendo o melhor que podem. Cujo vai
encontrar você lá querida.
Desligando o telefone, ele sentou-se no pequeno banco do
passageiro da ambulância e assistiu o equipamento de rastreamento
dá o sinal sonoro sinais vitais de Harper. Não havia mais nada a fazer
senão rezar para que ela ficasse bem.
— Reid? — Ela murmurou.
Inclinando-se para frente, ele pegou sua mão, apertando-a
firmemente entre as suas. Parecia tão pequena, mas tão fria na dele.
— Reid não está aqui, baby. Eu não vou deixá-la sozinha por um
segundo. — Ele tranquilizou-a. O paramédico estava segurando a
gaze apertada contra o maior ferida do seu ombro. Ele estendeu a
mão e acariciou o cabelo de sua bochecha. — Eu amo você, querida.
— Sua voz falhou. — Não tenha ideias estúpidas sobre me deixar.
Depois de horas, Trent recostou a cabeça contra a parede e ficou
olhando para o teto de azulejos amarelados. Sentando-se em linha
reta, ele arrastou as mãos pelo o cabelo antes de curvar-se para trás,
com os cotovelos apoiados nos joelhos. Ele girou o anel em seu dedo
polegar ao redor.
— Ela vai ficar bem, cara. — Cujo sentou-se no chão de frente
para ele. — A enfermeira já falou que você vai poder vê-la em poucos
minutos.
Correndo até o meio-fio e ver Nathan sendo arrastado de Harper,
tinha arrancado sua última gota de controle. Ele pediu tanto para
Dred e Cujo segurá-lo, o impedindo de se lançar para o cara e rasgar
o rosto daquele maníaco com as mãos.
— Eu liguei para o resto dos caras. — Disse Cujo. — Achei que
você gostaria que eles soubessem que ela estava bem.
A viagem para o hospital com ela na ambulância havia arrancado
sua alma. Não viu muito sangue sair da pessoa que ele amava mais
do que qualquer outro lugar do mundo. Isso tinha praticamente o
paralisado.
Dred reapareceu com café, entregando um para Trent antes de
deslizar para o chão ao lado de Cujo.
— A polícia está aqui, homem, com um casal de rapazes de terno.
Colocamos eles com os meus rapazes da segurança. Eles vão para-los
por um tempo, mas você vai precisar lidar com eles eventualmente.
— Eu não dou a mínima para quem você acha que ela pode ver.
Eu sou sua melhor amiga. Deixe-me entrar lá. — Drea estava
protestando no corredor.
Cujo se levantou, alisando as pernas da calça jeans. Ele respirou
fundo e rangeu seu pescoço da esquerda para a direita.
— Eu vou pegar aquela mal-humorada. — Disse ele, sacudindo a
cabeça na direção da voz elevada de Drea. Trent o viu caminhar na
direção ao argumento de cerveja no posto de enfermagem.
— Senhor Andrews? — Um jovem médico de azul estendeu a mão.
— Eu sou o Dr. Yeung. Eu tenho o procurado após ver Harper. —
Todos se levantaram.
— Como ela está?
Cujo reapareceu com o braço em torno de Drea. Seu rosto
manchado de lágrimas era mais do que ele podia suportar. Eles se
juntaram a ele na frente do médico e Drea estendeu a mão para
agarrar a mão de Trent.
— Harper está sendo forte. Sua tomografia computadorizada
voltou muito bem, mas ela tem uma concussão desagradável.
Costuramos o ferimento na parte superior do seu ombro. É profundo,
mas felizmente não perdeu alguma coisa vital. O resto é mais
superficial, unimos ou simplesmente enfaixamos. Nós demos-lhe uma
vacina de tétano e limpamos o corte do seu pulso. Ela está em uma
dose de morfina para a dor e um antibiótico forte para prevenir a
infecção.
Os ombros de Trent relaxaram e o braço de Cujo foi em torno dele,
segurando-o. O alívio ameaçou trazer Trent de joelhos.
— Eu posso vê-la? — Ele esfregou as mãos sobre o rosto.
— Absolutamente. Ela pode ir para casa amanhã, mas precisa de
descanso. Ela ainda precisa ter cuidado com o ombro. Vou levá-lo
para ela e, em seguida, lhe dá algumas instruções de cuidados.
Harper estava mastigando o lado de sua unha, olhando
distraidamente para fora da pequena janela quando ele entrou em seu
quarto. Sua pele estava pálida e olheiras rodeavam seus olhos. Trent
correu para a cama, sentando-se suavemente no lado dela.
— Oh, querida. — Ele disse suavemente, tomando-lhe as mãos,
beijando cada junta suavemente antes de beijar o centro de sua
palma. — Você me assustou pra caralho.
***
56
Aqui ela se refere aos 12 círculos de Dante que ele tem tatuado.
Revirando os ombros para trás, Harper deu graças silenciosas que
nenhum dano permanente foi feito. A ferida no ombro havia sido
curada e a cicatriz era pequena. Harper tinha abraçado toda a
experiência como um encerramento gigante dos últimos quatro anos.
Nathan estava de volta para a prisão à espera da sua nova data do
julgamento e o seu pedido de fiança foi negado. Desta vez, ela teria a
coragem de enfrentá-lo com firmeza no tribunal, com seu novo marido
a seu lado.
Marido. Apenas a palavra a fez sorrir. Quando voltassem, ela teria
um casamento para planejar. E uma festa de noivado para participar.
Drea e Cujo queriam organizar a festa para eles e ambos até mesmo
concordam em trabalhar juntos para que isso acontecesse. O que
Harper não daria para ser uma mosca na parede. Ela deu-lhes cinco
minutos antes de começarem a matar um ao outro.
Seu paraíso, de dez dias de férias era o refúgio perfeito no meio do
cronograma de filmagem de Trent. Os produtores estavam realmente
animados sobre a recepção que o show estava recebendo do público.
Ele havia concluído as filmagens em quatros cidades de todo os
estados no Centro-Oeste e Nordeste. Ele até jantou com os seus pais
quando gravou em Chicago, enviando para ela uma foto dele, Dred e
sua mãe, fora da sua pizzaria favorita.
Mãos em volta da cintura dela a puxou-a.
— Bom dia, querida. — Veio a voz de Trent, rouca e profunda de
sono enquanto ele esfregava o nariz atrás de sua orelha antes de
beijar o lado de seu pescoço.
— Hey. — Ela sorriu quando ele beliscou ela suavemente.
— O que aconteceu para que você esteja fora da cama tão cedo?
Eu não viajo pelo mundo em um balde de metal para acordar sozinho
no paraíso. — Ele estendeu a mão no seu cabelo e puxou-a
suavemente para o lado, fazendo-a tremer.
— É tão bonito e tranquilo. Eu não queria perder um minuto.
Eles estavam juntos, abraçados, enquanto observavam as
ondulações brilharem na água, tanto quanto os olhos podiam ver.
— Eu tenho uma ideia realmente boa. — Sussurrou Trent com
uma voz rouca. Suas mãos foram para frente do robe de seda preto
curto que ela usava e começou a desatar o cinto que segurava juntos.
— Humm. — Ela murmurou enquanto ele puxava os dois
comprimentos do robe de seda. — E qual seria a sua grande ideia?
Trent deslizou as mãos dentro do manto e puxou-a de volta com
força contra ele. Harper riu na apreciação quando sentiu sua ereção
imprensando suas costas.
Deslizando as mãos até seus seios, ele parou.
— O que você está vestindo, Harper? — Agora ele parecia
acordado. Harper sorriu.
Ele virou-a e empurrou o manto de seus ombros. Sua mandíbula
afrouxou e seus olhos escureceram quando ele viu o pequeno biquíni
de bolinhas preto-e-branco.
— Jesus Cristo, mulher. — Seus olhos a olharam de cima a baixo.
Inclinando ela para frente, ele a colocou no elevador de emergência
sobre seus ombros.
— Você tem muito bom gosto. — Harper riu quando ele a levou de
volta para sua cama.
Às vezes você não pode lutar contra o amor.