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NFPSS1
DIREITO CONSTITUCIONAL
Olá, futuros Delegados e Delegadas de Polícia!!! Animados??? O NFPSS será mais um instrumento
para que sua pontuação na prova objetiva seja um sucesso!!! Em breve vocês estarão curtindo as belezas
das cidades de Santa Teresa (ES) e Domingos Martins (ES)!!! Mas antes, foco total na reta final. Faremos
uma super revisão!!
Vamos começar?
CONSTITUCIONALISMO
Canotilho define o constitucionalismo como uma “... teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do
governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização polí-
tico-social de uma comunidade. Neste sentido, constitucionalismo moderno representará uma técnica
específica de limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de constitucionalismo transporta, assim,
um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa da política, tal como a teoria da democracia ou
a teoria do liberalismo”.
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Importante assinalar que a discussão contemporânea sobre a hermenêutica jurídica passa pelo
enfrentamento do problema que envolve o papel dos Tribunais no contexto de um Estado Democrático
de Direito.
Essa questão vem sendo trabalhada, por diversos autores, a partir de dois eixos temáticos, que
são chamados procedimentalismo e substancialismo. A grande diferença de cada um destes aportes
teóricos está no tipo de atividade que a jurisdição realiza no momento em que interpreta as disposições
constitucionais que guarnecem direitos fundamentais. As posturas procedimentalistas não reconhecem
um papel concretizador à jurisdição constitucional, reservando para esta apenas a função de controle das
“regras do jogo” democrático; já as posturas substancialistas reconhecem o papel concretizador e veem
o Judiciário com um locus privilegiado para a garantia do fortalecimento institucional das democracias
contemporâneas.
CONSTITUIÇÃO
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
- CF= não é apenas norma nem apenas fator social. Ela incorpora norma e
CONCRETISTA realidade.
(HESSE)
- Força normativa da CF.
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(flexível).
(e) Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
(f) Classificação Ontológica de Karl Loewenstein:
1) Normativa: sai do papel, sendo de fato cumprida;
2) Nominal: não consegue sair do papel, embora exista a boa intenção;
3) Semântica: legitima o status quo injusto, sendo feitas para se perpetua-
rem no poder (ditatoriais).
O preâmbulo apenas tem função interpretativa, não servindo como parâmetro para o controle de
constitucionalidade. O ADCT, por seu turno, possui status de norma constitucional e força normati-
va, podendo ser parâmetro do controle de constitucionalidade.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
A Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos
1. Hermenêutico
tradicionais de hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa interpretativa;
Clássico
Critérios clássicos: gramatical, histórico, sistemático, teleológico.
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MÁXIMA Deve-se atribuir à norma constitucional o sentido que confira a ela maior
EFETIVIDADE eficácia, mais efetividade social.
PODER CONSTITUINTE
Originário Derivado
Limitado
Condicionado
Ilimitado Jurídico
Incondicionado - Reformador: produz EC
Inicial - Decorrente: elabora as Constituições estaduais
e a LODFT
Indivisível
- Revisor: art. 3º do ADCT permitiu uma revisão
De fato e Político
da CF, com quórum diferenciado, ocorrida em
1993.
- Difuso: mutação constitucional
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#SELIGANADIFERENÇA
#EMENDASÀCONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (LIMITES FORMAIS)
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio. (LIMITES CIRCUNSTÂNCIAIS)
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, consi-
derando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. (LIMITES
FORMAIS)
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem. (LIMITES FORMAIS)
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§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. (LIMITES FORMAIS)
#OLHAOGANCHO
CF, art. 5º, § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Retroatividade
A lei nova retroage para atingir os atos ou fatos já consumados (direito
MÁXIMA (ou restitu-
adquirido, ato jurídico perfeito ou coisa julgada).
tória)
A nova lei, sem alcançar os atos ou fatos anteriores, atinge os seus efei-
Retroatividade tos ainda não ocorridos (efeitos pendentes). Exemplo: Lei que diminuísse
MÉDIA a taxa de juros e se aplicasse aos já vencidos mas não pagos” (prestação
vencida mas ainda não adimplida).
Retroatividade A nova lei incide imediatamente sobre os efeitos futuros dos atos ou fatos
MÍNIMA (temperada pretéritos, não atingindo, entretanto, nem os atos ou fatos pretéritos nem
ou mitigada) os seus efeitos pendentes.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Ocorre quando um poder do Estado deixa de fazer algo que a constituição deter-
mina. Não basta a inexistência de lei sobre determinada matéria para que se
verifique uma inconstitucionalidade por omissão. Devem estar presentes dois
requisitos:
POR OMISSÃO - Dever constitucional de legislar.
- Mora legislativa (elemento temporal): decurso de um tempo para que a norma
seja produzida. Existem hipóteses em que o próprio texto constitucional fixa o
prazo para a edição da norma. Do contrário, caberá ao Poder Judiciário definir
qual o prazo razoável, conforme a complexidade de cada caso concreto.
Divide-se em:
Procedimental (ou propriamente dita): não são observadas as normas cons-
titucionais sobre processo legislativo. Pode ser subjetiva (vício de iniciativa) ou
objetiva (demais regras do processo legislativo). Exemplo: ausência de retorno à
Casa iniciadora após alterações substanciais operadas pela Casa revisora.
Orgânica: vício de competência. Exemplo: lei estadual que dispõe sobre
matéria de competência federal
FORMAL (OU Por violação aos pressupostos objetivos do ato: violação de pressupostos
NOMODINÂMI- definidos na constituição como elementos determinantes de competência para
CA) órgãos legislativos no exercício da função legiferante. É o caso, por exemplo, das
medidas provisórias, que têm por pressupostos objetivos a relevância e a urgên-
cia.
#OLHAOGANCHO: Vem sendo mencionada também a inconstitucionalidade
por vício de decoro parlamentar. É o caso, por exemplo, de vendas de votos
para a aprovação de leis ou emendas constitucionais. A doutrina aponta que isso
geraria a inconstitucionalidade do ato. O STF, no entanto, apreciou a matéria em
obter dictum, rejeitando o argumento.
MATERIAL (OU
Incompatibilidade substantiva, ou seja, de conteúdo, entre normas constitucio-
NOMOESTÁTI-
nais e infraconstitucionais.
CA)
DIRETA Desconformidade entre leis ou outros atos normativos primários e a Constituição.
O vício não decorre da violação direta da Constituição, mas sim de outro ato
INDIRETA (OU
normativo no qual encontra fundamento. Exemplo: decreto que extrapola os
REFLEXA)
limites da lei por ele regulamentada, ainda que isso tenha causado também, de
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CONTROLE DIFUSO
É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou Tribunal, em caráter inciden-
CONCEITO
tal!
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalida-
de de lei ou ato normativo do Poder Público. (Cláusula de Reserva de Plenário
– Full Bench)
#EXCEÇÕES:
CLÁUSULA DE (a) Se o Tribunal já tiver decidido o tema.
RESERVA DO
PLENÁRIO (b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade.
(c) Decisão pela constitucionalidade da norma.
(d) Decisão de não recepção de norma.
(e) Interpretação conforme a constituição.
(f ) Atos normativos de efeitos concretos.
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CONTROLE CONCENTRADO
(a) Processo objetivo: não há partes;
(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em face
de artigo diverso do apontado pelo autor da ação. Apesar da causa de pedir ser
Noções Gerais aberta, o pedido deve ser fechado.
(c) Competência: STF ou TJ (no caso de controle estadual).
(d) Legitimados: art. 103, CF/88.
ADI
Cabível contra Lei ou ato normativo geral e abstrato.
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii) normas ante-
riores à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da norma); (iv) leis revo-
gadas; (v) súmulas; (vi) projeto de lei ainda não promulgado.
Não cabe contra OBS: No julgamento da ADI 5.449-MC (10/03/2016), o Plenário do STF, conso-
lidando o seu entendimento, afirmou ser possível a impugnação, em sede de
controle abstrato de constitucionalidade, de LEIS ORÇAMENTÁRIAS; As leis orça-
mentárias que materializem atos de aplicação primária da Constituição Federal
podem ser submetidas a controle de constitucionalidade em processos objetivos.
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Legitimidade Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a norma cons-
passiva titucional.
#MODULAÇÃODEEFEITOS
Lei nº 9.868/1999, artigo 27: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
COMPETÊNCIA TJ.
#AJUDAMARCINHO
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utili-
zando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodu-
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Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que
seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata.
Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em
dobro. Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que
concede prazo em dobro à Fazenda Pública. Assim, por exemplo, a Fazenda Pública não possui
prazo recursal em dobro no processo de controle concentrado de constitucionalidade, mesmo que
seja para a interposição de recurso extraordinário. (Info 929)
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de justiça
local e outra perante o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segun-
da – do STF – se preenchidas duas condições cumulativas: 1) se a decisão do Tribunal de Justiça for
pela procedência da ação e 2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da
Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal. (Info 927)
É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. Assim, tanto a decisão
do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. (Info 920)
Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele
poderá, de ofício, fazer a modulação dos efeitos dessa decisão. (Info 918)
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 642, STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada
da sua competência legislativa municipal.
Súmula 614, STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
#SELIGANADIFERENÇA
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#COLANARETINA
É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de precei-
to fundamental (ADPF)? SIM. É possível a celebração de acordo num processo de índole objeti-
va, como a ADPF, desde que fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo
subjacente (implícito), que comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar
que, na homologação deste acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídi-
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cas defendidas pelas partes no processo. O STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais
que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A homo-
logação estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade
à prestação jurisdicional. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
1º/3/2018 (Info 892).
TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal?
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utili-
zando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de repro-
dução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/
o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852).
DIREITOS FUNDAMENTAIS
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Liberdade XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as quali-
profissional ficações profissionais que a lei estabelecer;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter para-
militar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem
de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Liberdade de XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
associação atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimi-
dade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Direito adqui-
rido,
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
ato jurídico
Julgada;
perfeito
e coisa julgada
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Direitos
fundamentais LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade compe-
processuais tente;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais, direitos de 2ª dimensão, são prestações positivas a serem imple-
mentadas pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia subs-
tancial e social.
CONCEITO Segundo a CF/88 (Art. 6°), são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a prote-
ção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
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PODER LEGISLATIVO
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. IMUNIDADE MATERIAL.
§1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento peran-
te o STF.
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§2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos,
SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas
à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do
seu recebimento pela Mesa Diretora.
§6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas
ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.
§7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em
tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora
do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
# PERDA DO MANDATO
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
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§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vanta-
gens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou
pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato,
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º
e 3º.
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de inte-
resse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo
ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de
quinze meses para o término do mandato.
#COLANARETINA
Possibilidade de juiz afastar vereador da função que ocupa. É possível que o Juiz de primeiro
grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais as medidas cautelares de afasta-
mento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação.
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STJ. 5ª Turma. RHC 88804 RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 07/11/2017 (Info
617).
Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entan-
to, a respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves). O Poder Judiciário possui
competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas cautelares previstas
no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável, por
constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circuns-
tâncias de excepcional gravidade. Obs: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência
para impor tais medidas cautelares é do STF (art. 102, I, “b”, da CF/88). Importante, contudo, fazer
uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou indiretamente, que o
Deputado Federal ou Senador exerça o seu mandato, então, neste caso, o Supremo deverá enca-
minhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para
que a respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida.
Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas
no art. 319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse
Deputado ou Senador exerça seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá
rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar que havia sido determinada pelo Judiciário. Aplica
se, por analogia, a regra do §2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas
da prisão. STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 11/10/2017 (Info 881).
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#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 245 STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
Súmula 397 STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de
crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante
do acusado e a realização do inquérito.
Súmula 653 STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem
ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo
a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à
sua livre escolha.
Súmula vinculante 3 STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de conces-
são inicial de aposentadoria, reforma e pensão. #SEMPRECAI
Súmula 6 STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro
ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal,
ressalvada a competência revisora do judiciário.
Art. 58. (...) §3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
#MEDIDAPROVISÓRIA
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
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I – relativa a:
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo finan-
ceiro;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República.
§2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos
arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido conver-
tida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
§3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição,
se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes.
§5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provi-
sórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
§6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publi-
cação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas
da Casa em que estiver tramitando.
§7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo
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de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional.
§8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre
elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das
Casas do Congresso Nacional.
§10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos prati-
cados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
PODER EXECUTIVO
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em
até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
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§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presi-
dente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacio-
nal, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
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CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Infrações de natureza política administrativa que pode levar ao impeachment. Legislação é privativa
da
UNIÃO – lei 1079/50. Súmula Vinculante 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa
privativa da União.
Acusação pode ser formalizada por QUALQUER CIDADÃO em pleno gozo de seus direitos políticos.
Procedimento é BIFÁSICO:
1. Câmara dos deputados faz o juízo de admissibilidade;
2. Será processado e julgado pelo Senado Federal.
A acusação deve ser admitida por 2/3 da Câmara em votação aberta. O Senado, então, decide se
recebe ou não a denúncia.
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Senado é presidido pelo Ministro Presidente do STF; Sentença condenatória se materializa por meio
de uma RESOLUÇÃO: Esta, se aprovada por 2/3, acarreta o impedimento para o exercício de qualquer
função pública por 8 anos. A renúncia ao cargo, depois de já iniciado o processo, não obsta o regular
prosseguimento da ação.
CRIMES COMUNS
Infrações de natureza penal, crimes ou contravenções.
A acusação também deve ser admitida por 2/3 da Câmara, e a instauração do processo é ato discri-
cionário do STF.
PODER JUDICIÁRIO
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CF, Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública
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que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmu-
la poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão
ou cancelamento, na forma prevista na Lei nº 11.417/06.
O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas deter-
minadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública,
controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos
sobre idêntica questão.
O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previa-
mente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.
No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com
efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e
do Diário Oficial da União, o enunciado respectivo.
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O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a
revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do
processo.
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão
de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só
tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excep-
cional interesse público.
Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgo-
tamento das vias administrativas.
SEGURANÇA PÚBLICA
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
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órgãos:
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e inte-
resses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se
dispuser em lei;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos
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de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de
defesa civil.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, servi-
ços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será
fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).
#SELIGANADIFERENÇA
Art. 124. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, consiste em
garantir às pessoas o pleno e livre exercício dos direitos e garantias fundamentais, individuais, coleti-
vos, sociais e políticos estabelecidos na Constituição Federal e nesta Constituição.Parágrafo único. Fica
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assegurado, na forma da lei, o caráter democrático na formulação da política e no controle das ações
de segurança pública do Estado, com a participação da sociedade civil.
Art. 125. Os Municípios poderão instituir guardas municipais destinadas à proteção dos seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei municipal.
Art. 126. São órgãos da administração pública encarregados especificamente da segurança pública e
subordinados ao Governador do Estado e à Secretaria de Estado da Segurança Pública:
I - a Polícia Civil;
II - a Polícia Militar;
Art. 128. À Polícia Civil, essencial à defesa dos indivíduos, da sociedade e do patrimônio, dirigida por
delegado de polícia de carreira, incumbem as funções de polícia judiciária, polícia técnico-científica e
a apuração das infrações penais, exceto as militares.
§ 1º O delegado-chefe da Polícia Civil será nomeado pelo Governador do Estado e escolhido entre
os integrantes da última classe da carreira de delegado de polícia.§ 2° O exercício da função de auto-
ridade de polícia judiciária e de apuração de infrações penais compete ao delegado de carreira.
Art. 129. O exercício do cargo policial civil é privativo do servidor policial de carreira, recrutado
exclusivamente por concurso público de provas ou de provas e títulos, submetido a curso de forma-
ção policial, em consonância com os princípios constitucionais e fundamentais da defesa da pessoa
humana.
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ORDEM SOCIAL
A ideia de constituição social está materializada no Título VIII da CF/88, que trata da ordem
social. Nos termos do art. 193, a ordem social tem como base o primado do trabalho e como objeti-
vo, o bem-estar e a justiça sociais, estabelecendo perfeita harmonia com a ordem econômica, que se
funda, também, a teor do art.170, caput, na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa. A ordem
econômica tem por fim (objetivo), em igual medida, assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social.
Segundo José Afonso da Silva, “ter como objetivo o bem-estar e a justiça sociais quer dizer que as
relações econômicas e sociais do país, para gerarem o bem-estar, hão de propiciar trabalho e condição de
vida, material, espiritual e intelectual, adequada ao trabalhador e sua família, e que a riqueza produzida
no país, para gerar justiça social, há de ser equanimemente distribuída”.
SEGURIDADE SOCIAL
Segundo dispõe o artigo 194 da CF: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.”
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»» A universalidade objetiva refere-se às situações de risco social, devendo ter não apenas um caráter
reparador, mas também preventivo.
Diante das limitações orçamentárias e materiais, se toma como evidente que os direitos à saúde,
previdência e assistência social não são assegurados indistintamente, de forma integral, a todas as pessoas.
Existem limites e requisitos constitucionais e legais a serem observados. Assim, o princípio da universali-
dade deve ser harmonizado com os princípios da seletividade e distributividade.
Segundo o art. 195 da CF/88, a seguridade social será financiada por toda a sociedade (princípio·
da solidariedade), de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribui-
ções sociais:
- do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
#LEISECANELES:
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
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seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não
poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguri-
dade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noven-
ta dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando
o disposto no art. 150, III, “b”.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra,
do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos
I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na
forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
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DA SAÚDE
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons-
tituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes DIRETRIZES:
- Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais.
- Participação da comunidade.
Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Assim, as instituições privadas poderão participar
de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
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- Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como
bebidas e águas para consumo humano;
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA #AJUDAMARCINHO
Em, 25/04/2018, o STJ, ao julgar o REsp 1.657.156-RJ (Info 625), afirmou que o poder público é
obrigado a conceder medicamentos mesmo que não estejam incorporados em atos normativos do SUS,
desde que cumpridos três requisitos.
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença
cumulativa dos seguintes requisitos:
a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico
que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia,
para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS;
STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1657156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 12/09/2018 (recur-
so repetitivo) (Info 633).
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, o qual é aplicável aos proce-
dimentos médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegura-
dos o contraditório e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos os marcos jurídicos.
O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos serviços do
SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que ele teve com essas despesas.
Assim, o chamado “ressarcimento ao SUS”, criado pelo art. 32, é uma obrigação legal das operadoras de
planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas que o SUS teve ao atender uma pessoa que
seja cliente e que esteja coberta por esses planos. STF. Plenário.RE 597064/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes,
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Ação pedindo suplemento para criança lactente não perde o objeto pelo simples fato de
terem se passado vários anos sem o julgamento:
Como se trata de direito fundamental da pessoa e dever do Poder Público garantir a saúde e a
vida, não há que se falar que o pleito se tornou infrutífero pelo simples fato de a solução da demanda ter
demorado.
A necessidade ou não do fornecimento de leite especial para a criança deverá ser apurada em
fase de execução. Se ficar realmente comprovada a impossibilidade de se acolher o pedido principal, em
virtude da longa discussão judicial acerca do tema, nada impede que a parte requeira a conversão em
perdas e danos.
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 26647-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, , julgado em 2/2/2017
(Info 601).
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque
mínimo de determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar
novas interrupções no tratamento. Não há violação ao princípio da separação dos poderes no caso. Isso
porque com essa decisão o Poder Judiciário não está determinando metas nem prioridades do Estado,
nem tampouco interferindo na gestão de suas verbas. O que se está fazendo é controlar os atos e servi-
ços da Administração Pública que, neste caso, se mostraram ilegais ou abusivos já que, mesmo o Poder
Público se comprometendo a adquirir os medicamentos, há falta em seu estoque, ocasionando graves
prejuízos aos pacientes.
Assim, não tendo a Administração adquirido o medicamento em tempo hábil a dar continuidade
ao tratamento dos pacientes, atuou de forma ilegítima, violando o direito à saúde daqueles pacientes, o
que autoriza a ingerência do Poder Judiciário. STF. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
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DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
A Lei nº 8.212/91, em seu artigo 4º, define a Assistência Social como sendo “a política social que
provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infân-
cia, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independentemente de contribuição à
Seguridade Social”.
A finalidade de atendimento às necessidades vitais básicas revela a íntima conexão entre a assistên-
cia social e o princípio da dignidade da pessoa humana, o qual impõe o dever de proteção e promoção
dos bens e utilidades indispensáveis a uma existência digna (mínimo existencial).
OBS.: O STF adotou a seguinte tese – Tema 173 - Concessão de benefício assistencial a estran-
geiros residentes no Brasil: “Os estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência
social prevista no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitu-
cionais e legais”.
#DA EDUCAÇÃO
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercí-
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- Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carrei-
ra, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas.
- Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal.
- Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
- Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-
dade de cada um.
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autoridade competente.
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA #AJUDAMARCINHO
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respec-
tivamente, na educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de
31 de março para que referidas idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/8/2018 (Info 909).
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional:
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). Diante disso, nas escolas públicas
são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente vinculadas a uma religião específica. É o chamado
ensino religioso confessional. Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se
matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os princípios de sua
confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a partir de chamamento públi-
co e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a
CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas ou valores
daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutri-
nas religiosas. STF. Plenário.ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).
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São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que determinam que as
escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com defi-
ciência SEM que possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades,
anuidades e matrículas para cumprimento dessa obrigação. STF. Plenário. ADI 5357 MC-Referendo/
DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2016 (Info 829).
O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5
anos de idade. A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional indis-
ponível garantida às crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88). Os
Municípios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art.
211, § 2º, da CF/88), não podem se recusar a cumprir este mandato constitucional, juridicamente vinculan-
te, que lhes foi conferido pela Constituição Federal. STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel. Min. Celso
de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 827).
#DA CULTURA
A CF88 estabelece em seu artigo 215 o seguinte: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão
das manifestações culturais”.
Segundo leciona Marcelo Novelino os direitos culturais integram, ao lado dos direitos sociais e
econômicos, a segunda dimensão dos direitos fundamentais. Imprescindíveis ao pleno desenvolvimen-
to e à promoção das condições de vida digna, tais direitos são ligados ao valor de igualdade e a uma de
suas facetas, o direito à diferença (pluralismo), como fica evidenciado no dispositivo sobre a criação por
Lei do Plano Nacional de Cultura visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações
do poder público, tendo como uma de suas finalidades a valorização da diversidade étnica e regional (CF,
art. 215, § 3º, V).
- As formas de expressão.
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#DO DESPORTO
A CF88 consagra ser dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como
direito de cada um, observados:
MEIO AMBIENTE
A CF88 elenca em seu artigo 225: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
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librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas.
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, veda-
da qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
- A Mata Atlântica.
- A Serra do Mar
- O Pantanal Mato-Grossense.
- A Zona Costeira.
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ATENÇÃO: No Informativo nº 842 o STF entendeu ser inconstitucional lei estadual que regulamen-
ta a atividade da “vaquejada”. Segundo decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem
tratamento cruel, razão pela qual esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade
provocada pela “vaquejada” faz com que, mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser
permitida. #CUIDADO: apesar do entendimento, foi editada a Emenda Constitucional 96, em junho
de 2017, com o seguinte conteúdo:
Art. 225. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se conside-
ram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial
integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que asse-
gure o bem-estar dos animais envolvidos.” Assim, o constituinte reformador, a partir de uma reação
legislativa à decisão de inconstitucionalidade, editou a Emenda Constitucional 97 de 2017, que acres-
centa o § 7º ao art. 225 da CF/88 “para determinar que práticas desportivas que utilizem animais não
são consideradas cruéis”, em verdadeiro ativismo congressual.
# DA FAMÍLIA
A família desempenha um papel fundamental tanto para o indivíduo, quanto para a sociedade de
uma forma geral, sendo reconhecida pela Constituição Federal como sendo a base da sociedade e tem
especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes.
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§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem
e pela mulher.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
# DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A CF88 consagrou em seu texto o princípio do melhor interesse da criança que guarda íntima liga-
ção com a doutrina da proteção integral prevista pelo artigo 1º do ECA (Lei nº 8.069/90). Com o trata-
mento conferido pela Constituição, crianças (até 12 anos incompletos) e adolescentes (de 12 aos 18 anos)
passaram a ser considerados titulares dos direitos fundamentais, substituindo, assim, o antigo modelo
da “situação irregular” pelo da “proteção integral”, no qual as crianças e adolescentes são vistos como
titulares de direitos e deveres.
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acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as
formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portado-
ras de deficiência.
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
XXXIII;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos
da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
#COMPLEMENTANDO: Pedofilia poderá ser incluída no rol dos crimes hediondos. A Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal aprovou (25/04/2019) o Projeto de
Lei (PLS) 496/2018 que prevê a inclusão do crime de pedofilia como um dos crimes hediondos. O projeto
segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições
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§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legis-
lação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
# PROTEÇÃO AO IDOSO:
#LEISECANELES:
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito
à vida.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos
urbanos.
ÍNDIOS
De acordo com os ensinamentos do Professor Marcelo Novelino, a Constituição de 1988 foi, sem
dúvida, a que mais se preocupou com os direitos indígenas, dedicando um Capítulo específico ao tema,
além de consagrar diversos dispositivos protetivos dos índios. A fim de assegurar a proteção da identida-
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#LEISECANELES:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradi-
ções, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à
União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter perma-
nente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo
seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, caben-
do-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, “ad referendum” do Congresso
Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse
da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas
naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União,
segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização
ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de
boa fé.
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DIREITO ADMINISTRATIVO2
Vamos começar!
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que tem por objeto as regras e os princípios
aplicáveis à atividade administrativa preordenada à satisfação dos direitos fundamentais.
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(Hely Lopes) essa corrente, que nos parece a mais acertada, prestigia o critério
Critério da
funcional, segundo o qual o Direito Administrativo seria o ramo do direito que
Administração
envolve normas jurídicas disciplinadoras da Administração Pública, no exercí-
Pública
cio de sua função administrativa.
Fontes do Direito
a) fontes formais: são aquelas que emanam do Estado, criadas por meio de processos formais
estabelecidos pela ordem jurídica (ex.: lei); e fontes materiais (ou reais): são produzidas fora do ambiente
institucional (ex.: costumes).
b) fontes imediatas ou diretas: são aquelas que possuem força suficiente para gerar normas jurí-
dicas (ex.: lei e costume); e fontes mediatas ou indiretas: não possuem força suficiente para produção
de normas jurídicas, mas condicionam ou influenciam essa produção (ex.: doutrina e jurisprudência).
c) fontes escritas (ex.: lei em sentido amplo) e fontes não escritas ( jurisprudência, costumes e os
princípios gerais de direito).
Segundo leciona Celso Antônio Bandeira de Melo, o Direito Administrativo possui duas pedras de
toque, dos quais decorrem todos os demais princípios, são eles:
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- A supremacia do interesse público traz como efeito uma relação de verticalidade, uma relativa
preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou gerais, daqueles
interesses defendidos por particulares.
#SELIGANADIFERENÇA:
»» Regime Jurídico Administrativo designa os traços que tipificam o Direito Administrativo, colocan-
do a Administração Pública em uma posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.
A lista de princípios não está totalmente definida, mas todos guardam com os demais uma relação
lógica de coerência (sistema unidade). Por essa razão, compõe-se como conjunto harmônico de princí-
pios e regras.
Legalidade - Prismas:
• Vinculação Negativa: segundo a qual a legalidade representaria uma limitação para a atuação do
administrador.
• Vinculação Positiva: segundo o qual a atuação dos agentes públicos depende de autorização legal.
- (b) Proibição de promoção pessoal: o administrador não pode se valer das realizações públicas
para se promover.
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• Publicidade: os atos da Administração devem ser públicos, o que permite maior controle pelo povo.
Informativo 782 – STF: “É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Adminis-
tração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens
pecuniárias.” STF. Plenário. ARE 652777/SP. Rel. Min. Teori Zavascki. DJ: 23/04/2015 (Repercussão Geral).
• Eficiência: introduzido pela EC 19/00, esse princípio impõe a busca por melhores resultados, com o
menor custo possível.
• Indisponibilidade do interesse público: à medida que o administrador exerce função pública (múnus
público – atividade em nome do interesse do povo), ele não pode abrir mão desse interesse (direito),
justamente porque tal direito não o pertence.
• Autotutela: a Administração possui o poder-dever de anular seus atos ilegais e revogar os inconve-
nientes.
Princípios previstos na Lei 9.784/1999 – Processo Administrativo Federal, art. 2.º: Legalidade, finali-
dade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
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#OBS: Doutrina dos Atos Próprios Integra o conteúdo dogmático do princípio da moralidade
administrativa; preconiza a obrigação do sujeito titular de direitos ou prerrogativas públicas de respeitar
a aparência criada por sua própria conduta anterior nas relações jurídicas subsequentes, resguardando
a confiança gerada em terceiros, regra fundamental para a estabilidade e segurança no tráfego jurídico.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ÓRGÃOS PÚBLICOS
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura do Estado e tem como
Aspecto
função satisfazer o interesse público, a vontade política governamental. Nesse
Subjetivo
sentido, deve ser grafada com letras maiúsculas, pois refere-se aos sujeitos.
Aspecto Conjunto de atividades que esses órgãos e entidades desempenham. Ex.: fomentar
Objetivo iniciativa privada, prestar serviço público, exercer poder de polícia.
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
Distribuição interna de atividade dentro de uma
Transferência da atividade administrativa para
mesma PJ, resultando na criação de centros de
outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou
competências, denominados órgãos públicos,
não do aparelho estatal.
dentro de uma mesma estrutura hierárquica.
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ATOS ADMINISTRATIVOS
ATO ADMINISTRATIVO
É a manifestação unilateral de vontade da Administração Pública ou de seus
delegatários, no exercício da função delegada, que, sob o regime de direito
CONCEITO
público, pretende produzir efeitos jurídicos com o objetivo de implementar
o interesse público.
58 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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(a) Convalidação voluntária: a Administração quer salvar o ato que tem vício
de FORMA ou COMPETÊNCIA (são vícios passíveis de convalidação). Parte
da doutrina diz que, na hipótese de OBJETO PLURÍMO, também é possível
a convalidação voluntária.
CONVALIDAÇÃO (b) Convalidação involuntária: ocorre a decadência de anular os atos vicia-
dos. Veja a redação do art. 54 da lei nº 9784/99: Art. 54. O direito da Admi-
nistração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favo-
ráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
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# DA COMPETÊNCIA:
- A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
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- Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econô-
mica, jurídica ou territorial.
#COLANARETINA: Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
- O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
exercício da atribuição delegada.
- Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avoca-
ção temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
- Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a
autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
# DA MOTIVAÇÃO:
Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídi-
cos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
- A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concor-
dância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste
caso, serão parte integrante do ato.
- Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que repro-
duza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
- A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da
respectiva ata ou de termo escrito.
61 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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#SELIGANAJURIS#AJUDAMARCINHO:
(MS 18.338/DF) O art. 54 da Lei nº 9.784/99 prevê que a Administração Pública federal possui o
prazo de 5 anos para anular um ato administrativo ilegal, salvo comprovada má-fé (quando, então,
não haverá prazo). Trata-se, portanto, de um prazo para o exercício da autotutela.
62 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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em virtude da autonomia legislativa que gozam para regular a matéria em seus territórios.
- No entanto, o STJ entende que, se o Estado ou o Município não possuir em sua legislação previsão
de prazo decadencial para a anulação dos atos administrativos, deve-se aplicar, por analogia inte-
grativa, o art. 54 da Lei nº 9.784/99.
(Info 913) É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas
obtidas no acordo de leniência, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em
relação aos aderentes.
(MS 19.726/DF) O indiciado se defende dos fatos que lhe são imputados e não de sua classificação
legal. Assim, a posterior alteração da capitulação legal da conduta, não tem o condão de gerar
nulidade o Processo Administrativo Disciplinar. A descrição dos fatos ocorridos, desde que feita de
modo a viabilizar a defesa do acusado, afasta a alegação de ofensa ao princípio da ampla defesa.
(MS 11.493/DF) As irregularidades verificadas no processo disciplinar, para justificarem a sua anula-
ção, devem ser graves a ponto de afetar as garantias do devido processo legal, dependendo,
portanto, da efetiva demonstração de prejuízos à defesa do servidor, segundo o princípio da instru-
mentalidade das formas (pas de nullité sans grief).
(Info 598) A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve ocorrer, prefe-
rencialmente, no órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade.
- Por outro lado, o julgamento e a eventual aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual
o servidor efetivo estiver vinculado.
(Info 576) As informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de servidor públi-
co não configuram prova ilícita quando relacionadas com aspectos “não pessoais” e de interesse
da Administração Pública e da própria coletividade, especialmente quando exista, nas disposições
normativas acerca do seu uso, expressa menção da sua destinação somente para assuntos e maté-
rias afetas ao serviço, bem como advertência sobre monitoramento e acesso ao conteúdo das
comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou instruir procedimento administrativo.
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PODERES ADMINISTRATIVOS
PODERES ADMINISTRATIVOS
Classificação feita de acordo com o
grau de liberdade conferido ao admi-
Excesso X Desvio.
nistrador.
O excesso de poder ocorre em casos
a) Poder vinculado é aquela situa-
nos quais a autoridade pública atua
ção em que o administrador não tem
fora dos limites de sua competência, ou
liberdade, juízo de valor, conveniência
seja, exorbita ou extrapola a compe-
e oportunidade. Preenchidos os requi-
tência que lhe foi atribuída, praticando
sitos a autoridade tem que praticar o
Poder Vinculado atos que não estão previamente esti-
ato.
/ Discricionário pulados por lei.
b) Poder discricionário – no poder
O desvio de poder estará presente
discricionário há a conveniência e
sempre que o agente do Estado prati-
oportunidade do administrador. Essa
car o ato, até mesmo dentro dos limites
discricionariedade tem de estar dentro
da competência a ele conferida, mas
dos limites da lei, sob pena de se tratar
visando a alcançar outra finalidade que
de conduta arbitrária, sendo conside-
não aquela prevista em lei.
rada ilegal. Conveniência: modo de
atuação, oportunidade, momento.
64 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela
cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço público é o prestado pela Administração Pública para satisfazer necessidades da coletivi-
dade ou do Estado.
Modicidade O valor cobrado do usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo serviço.
65 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Apenas PJ ou consórcio de
PF ou PJ PF ou PJ
empresas
Mediante licitação na
Qualquer modalidade licitatória Não precisa licitar
modalidade CONCORRÊNCIA
66 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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DESAPROPRIAÇÃO
É a intervenção através da qual Estado se apropria da propriedade alheia,
após o devido processo legal, transferindo-a compulsoriamente e de manei-
CONCEITO
ra originária para o seu patrimônio, com fundamento no interesse público e,
normalmente, mediante indenização.
- Procedimento
- Aquisição originária (livre, portanto, de todos os ônus)
CARACTERÍSTICAS - Todo e qualquer bem ou direito que possua valor econômico pode ser
desapropriado
- Competência LEGISLATIVA é PRIVATIVA da União
67 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
(Info 626) Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a
restituição, pelo expropriado sucumbente, de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA
e do MPF.
#Súmula 479 STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
LICITAÇÕES
LICITAÇÕES
Licitação é o processo administrativo utilizado pela Administração Pública e pelas
demais
pessoas indicadas pela lei, com o objetivo de garantir a isonomia, selecionar a
CONCEITO melhor proposta e
promover o desenvolvimento nacional sustentável, por meio de critérios objetivos
e impessoais, para
celebração de contratos.
COMPETÊNCIA A União possui competência legislativa PRIVATIVA para editar normas gerais sobre
LEGISLATIVA licitações e contratos.
68 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
- PRINCÍPIO DA COMPETITIVIDADE
- PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIOS - PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
- PRINCÍPIO DO PROCEDIMENTO FORMAL
- PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO
(i) obras
(ii) serviços, inclusive de publicidade.
(iii) compras
OBJETO
(iv) alienações
(v) concessões e permissões
(vi) locações da Administração Pública
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CONTRATOS CONVÊNIOS
Interesses antagônicos Interesses convergentes
- FORMALISMO MODERADO
CARACTERÍSTICAS - BILATERALIDADE
- COMUTATIVIDADE
69 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
1. ALTERAÇÃO UNILATERAL
2. RESCISÃO UNILATERAL
CLÁUSULAS
3. FISCALIZAÇÃO
EXORBITANTES
4. APLICAÇÃO DE SANÇÕES
5. OCUPAÇÃO PROVISÓRIA
EQUILÍBRIO (i) Reajuste: mantém o equilíbrio.
ECONÔMICO-FI-
NANCEIRO (ii) Revisão: RECOMPÕE o equilíbrio que foi rompido.
1. INEXECUÇÃO CULPOSA:
(a) Culpa do contratado: Deve a Administração aplicar sanções, respeitados
o contraditório e a ampla defesa, sendo possível também a rescisão unilateral
do contrato.
(b) Culpa da Administração (“Fato da Administração”): Consiste na inexe-
cução das cláusulas contratuais por parte da Adm. Nesse caso, a Adminis-
tração deve rever as cláusulas do contrato para não prejudicar o contratado
(prorrogação do contrato, revisão dos valores devidos, etc.). O particular pode
tentar o distrato ou proceder à rescisão judicial do contrato.
2. INEXECUÇÃO SEM CULPA: fatos não imputáveis às partes
INEXECUÇÃO
A. TEORIA DA IMPREVISÃO: É aplicada aos eventos imprevisíveis, superve-
nientes e extracontratuais de natureza econômica (álea extraordinária econô-
mica), não imputáveis às partes, que desequilibram desproporcionalmente o
contrato.
B. FATO DO PRÍNCIPE: É fato extracontratual praticado pela Administração
que repercute no contrato administrativo (ex.: aumento de alíquota do tributo
que incide sobre o contrato). É fato GENÉRICO (álea extraordinária adminis-
trativa).
C. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR: Os artigos 78, XVII, e 79, §2º, impõe
à Administração o dever de indenizar o contratado em virtude da ocorrência
de caso fortuito ou força maior.
70 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
BENS PÚBLICOS
CRITÉRIO DA AFETAÇÃO PÚBLICA
Uso comum do povo De uso especial Dominicais
Bens especialmente afetados Bens públicos desafetados, ou
Bens destinados ao uso da aos serviços administrativos e seja, que NÃO são utilizados
coletividade em geral (rios, aos serviços públicos (aeropor- pela coletividade ou para pres-
praças...) tos, escolas e hospitais públi- tação de serviços administrati-
cos...) vos e públicos.
Alienabilidade relativa
Impenhorabilidade
REGIME JURÍDICO
Imprescritibilidade
Não onerabilidade
72 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
Direito real público que permite a utilização da propriedade alheia pelo Estado
ou por seus delegatários com o objetivo de atender o interesse público; Incidem
Servidão
apenas sobre bens imóveis, os quais devem ser vizinhos, mas não precisam ser
Administrativa
contíguos (prédio dominante e prédio serviente). NÃO há servidão sobre bens
móveis ou direitos.
73 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
#SELIGANAJURIS#AJUDAMARCINHO:
(Info 932) O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que,
no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o
responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui
responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no
exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros.
(Info 901) Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependên-
cias de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários.
- A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de
conservação e sinalização da rodovia.
74 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
- Não tem, contudo, como a concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada, mesmo
que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário.
- O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força
maior, que exclui o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma
impossibilidade absoluta de não ocorrência do dano.
(Info 854) Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua respon-
sabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive
morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das
condições legais de encarceramento.
(Info 581) O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista
na Lei nº 10.559/2002 (Lei de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indenização
por danos morais pelo mesmo episódio político. Inexiste vedação para a acumulação da reparação
econômica com indenização por danos morais, porquanto se tratam de verbas indenizatórias com
fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição patrimonial (danos emergentes e
lucros cessantes), ao passo que esta tem por escopo a tutela da integridade moral, expressão dos
direitos da personalidade.
(Info 563) É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha
ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de
ônibus). O fundamento legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 27
do CDC.
(Info 523) As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos
durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. Não se aplica o prazo prescricional de 5
anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932.
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O art. 37, §4º, não delimitou de quem seria a competência para legislar sobre a
probidade administrativa, nem tampouco os artigos tradicionais de competência
COMPETÊNCIA trazem a resposta. Em regra, a LIA trata de matéria cível e política, o que atrai a
LEGISLATIVA competência privativa da União. Além disso, a LIA traz normas sobre processo civil,
o que novamente atrai a competência privativa da União. No entanto, as normas
meramente administrativas devem ser consideradas apenas federais.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
nação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 3°
As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
SUJEITO
ATIVO OBS: Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encon-
tram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à
responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à respon-
sabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro espe-
cial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às
infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.
STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901).
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DECORRENTES DE CONCES-
SÃO OU APLICAÇÃO INDE-
VIDA DE BENEFÍCIO FINAN-
CEIRO OU TRIBUTÁRIO (ART.
10-A)
Art. 10-A. Constitui ato de
improbidade administrativa
qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributá-
rio contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da
Lei Complementar nº 116, de 31
de julho de 2003 (ISSQN).
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Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem
ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão
ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
PRESCRIÇÃO efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de
contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.
REPARAÇÃO AO ERÁRIO = IMPRESCRITÍVEL
CF. Art. 35. § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à
complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se,
no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei no 4.717/1965.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigato-
riamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações poste-
PROCEDI- riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
MENTO
JUDICIAL § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios
suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do CPC.
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notifica-
ção do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída
com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbida-
de, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento
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#SELIGANAJURIS#AJUDAMARCINHO:
(Info 914) A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar
de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa.
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 4/9/2018. Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo
político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta
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ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.
(Info 910) São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso
tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.
(Info 901) Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a
duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos
de improbidade administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de
responsabilidade. O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em
relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.
(Info 609) O Ministério Público pode instaurar inquérito civil para apurar ato de improbidade prati-
cado por magistrado e solicitar seu depoimento pessoal.
(Info 607) A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade
administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por
aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65.
(Info 584) Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU)
e sentença condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o
ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor
da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título remanescente.
(Info 576) A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por infringência às dispo-
sições contidas na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições) não impede a imposição de nenhuma das
sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil,
pelo ato de improbidade decorrente da mesma conduta.
(Info 581) No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e
de proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
tícios não podem ser fixadas abaixo de 3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art.
12, III, da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo desse patamar.
(Info 580) Ainda que não haja dano ao erário, é possível a condenação por ato de improbidade
administrativa que importe enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/92), excluindo-se, contudo,
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(STJ - AgInt no REsp 1542025/MG) Em regra, para a configuração dos atos de improbidade adminis-
trativa previstos no art. 10 da Lei nº 8.429/92 exige-se a presença do efetivo dano ao erário. Exceção:
no caso da conduta descrita no inciso VIII do art. 10, VIII não se exige a presença do efetivo dano
ao erário. Isso porque, neste caso, o dano é presumido (dano in re ipsa). Art. 10 (...) VIII - frustrar a
licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente.
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Consiste no direito de não ser declarado culpado, senão após o trânsito em julgado de senten-
ça penal condenatória (ou, na visão do STF – HC 126.292, ADCs 43 e 44; RE 964.246/SP com Repercussão
Geral – Após a prolação de Acórdão Condenatório por Tribunal de Segunda Instância, ao término do
devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para
sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação -
contraditório).
- Regra probatória: a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado além
de qualquer dúvida razoável;
a) Direito ao silêncio e direito de ser informado sobre tal direito: O silêncio não importa em
confissão ficta e não pode ser interpretado desfavoravelmente ao acusado.
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- Reconhecimento: Não demanda comportamento Ativo (apenas Passivo) por parte do acusado,
portanto o acusado é obrigado a participar, podendo ser determinada a condução coercitiva.
- Prova Invasiva são as intervenções corporais que pressupõem penetração no organismo humano,
implicando na utilização ou extração de alguma parte dele. Ex.: Exame de Sangue.
- Prova Não Invasiva consiste numa inspeção ou verificação corporal, sem que haja penetração no
organismo humano. Ex.: Revista Corporal; Etilômetro Passivo.
• PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
- Direito à informação: A parte adversa deve estar ciente da existência da demanda ou dos argu-
mentos da parte contrária.
#SELIGANADIFERENÇA
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(ii) autodefesa.
- Embora a ampla defesa se relacione com o contraditório, o professor Gustavo BADARÓ explica a
diferença entre eles:
Defesa Técnica: é a defesa exercida por Advogado. É obrigatória, sob pena de nulidade abso-
luta.
- Súmula 523 – STF: “No processo penal, a falta da defesa constitui NULIDADE ABSOLUTA, mas a
sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.” #SEMPRECAI
- Súmula 708 – STF: “É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renún-
cia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.”.
- Súmula 707 – STF: “Constitui Nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrar-
razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.”.
- Súmula 533 – STJ: “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público
nomeado.”.
Autodefesa: é a defesa exercida pelo próprio acusado. É renunciável, pois o acusado pode
optar pelo seu não exercício. Se desdobra em:
- Direito de audiência: direito de apresentar ao juiz da causa a sua defesa, pessoalmente, que se
materializa através do interrogatório. Daí o entendimento majoritário hoje sobre a natureza jurídica do
interrogatório, que é meio de defesa. Mas, por força do direito ao silêncio, não é obrigado a responder
qualquer indagação (Art. 5º, LXIII, CF).
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defensor e do acusado para todos os atos processuais. Direito fundamental de presenciar e participar da
instrução processual. Mas não é absoluto.
- Ninguém será processado e julgado senão pela autoridade competente de acordo com normas
preestabelecidas.
- Imparcialidade do Magistrado;
O CPP adota o PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE OU DA LEXFORI (art. 1º, CPP). Assim, como
regra, todo e qualquer processo penal que surgir no território nacional deve ser solucionado de acordo
com as regras do CPP.
#SELIGANASEXCEÇÕES:
a) Tratados, convenções e regras de direito internacional (art. 1º, I, CPP): Chefes de governo
estrangeiro ou de Estado estrangeiro (e suas famílias), embaixadores (e suas famílias), funcionários estran-
geiros do corpo diplomático (e suas famílias), funcionários de organizações internacionais em serviço
(ONU, OEA, etc.) gozam de imunidade diplomática, ou seja, gozam da prerrogativa de responderem em
seu país de origem pelo delito praticado no Brasil;
c) Processo de competência da Justiça Militar (art. 1º, III, CPP): isso porque na Justiça Castrense
se aplica o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar, conforme previsão do art. 124, CF;
d) Processos de competência do tribunal especial (art. 1º, IV, CPP): Esse inciso faz menção ao
antigo Tribunal de Segurança Nacional (vigente à CF de 1937). Hoje, os crimes contra a segurança nacio-
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nal estão definidos na Lei n 7.170/83 e compete ao STF processar e julgar os crimes políticos, com recurso
ordinário para o Supremo (art. 102, II, “b”, CF);
e) Crimes de imprensa (art. 1º, V, CPP): #LEMBRAR que o STF não recepcionou a Lei de Imprensa.
Eventuais ilícitos ou crimes cometidos nessa seara deverão analisados sob a égide do CC, CP, CPP e CPC.
#SELIGANADIFERENÇA:
- Normas Genuinamente Processuais: São aplicadas imediatamente sem prejuízo dos atos prati-
cados na vigência de lei anterior. Ex. normas de citação e intimação.
- Normas Processuais Mistas: São aquelas que contêm uma parte de normas penais e outra de
normas processuais penais. Aplica-se a regra das normas penais, ou seja, se for mais benéfico, retroage;
se for mais prejudicial, não retroage. Ex: art. 366 do CPP. Dispõe sobre a suspensão do processo – matéria
processual, mas também determina a suspensão da prescrição – direito material.
- Normas Processuais Heterotópicas: São normas processuais inseridas em diploma penal e vice-
-versa. Há de se olhar a real natureza da norma: se penal, não retroage, salvo para beneficiar o réu; se
processual penal, tem aplicação imediata, respeitando-se os atos praticados na vigência da lei anterior. Ex.
o direito ao silêncio está previsto no CPP (embora seja lei de cunho material).
A lei processual penal admitirá INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem como
o SUPLEMENTO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO (art. 3º, CPP).
SISTEMAS PROCESSUAIS
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A concentração de poderes nas mãos do juiz e a A separação das funções e a iniciativa probatória
residual restrita à fase judicial preservam a equi-
iniciativa acusatória dela decorrente são incom-
distância que o magistrado deve tomar quanto
patíveis com a garantia da imparcialidade (CADH,
ao interesse das partes, sendo compatíveis com a
art. 8º, §1º) e com o princípio do devido processo garantia da imparcialidade e com o princípio do
legal. devido processo legal.
Esse modelo mistura os outros dois. Portanto, há uma fase inquisitorial e uma fase acusatória. Rena-
to Brasileiro fala que, quando entrou em vigor o CPP, muitos defendiam que havia sido adotado o sistema
misto. Hoje em dia, porém, diante do novo texto constitucional, que expressamente separa cada uma das
funções e assegura ao acusado o exercício pleno de todos os seus direitos de defesa, não há dúvidas de
que adotamos o sistema acusatório.
Embora, hoje em dia, o IP seja inquisitorial, é certo, por exemplo, que o juiz não tem iniciativa
probatória no curso do inquérito.
INQUÉRITO POLICIAL
• CONCEITO
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materialidade e indícios de autoria, devendo lhes entregar ao titular da ação penal (MP ou ofendido) a
fim de formar a opinio delicti.
• NATUREZA JURÍDICA
• VALOR PROBATÓRIO
É relativo, uma vez que consiste na juntada de elementos de informação quanto à materialida-
de e os indícios de autoria para formar a opinio delicti do titular da ação penal, não realizado sob o
crivo do contraditório e da ampla defesa.
Os elementos de informação não podem, isoladamente, ser usados para fundamentar uma conde-
nação, de acordo com a inteligência do Art. 155 do CPP – “O juiz formará sua convicção pela livre aprecia-
ção da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.”.
- PROVAS IRREPETÍVEIS: São aquelas provas de iminente perecimento que não tem como ser
refeitas na fase processual (a evidência do fato desaparece depois). Exemplo: constatação de embriaguez
ao volante.
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munha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da
instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-
-lhe antecipadamente o depoimento.
• CARACTERÍSTICAS
(a) SIGILOSO.
(b) DISPENSÁVEL.
(c) ESCRITO.
(f) OFICIOSO: O delegado deverá abrir IP de ofício nos casos de crimes submetidos à ação penal
pública incondicionada
(g) INDISPONÍVEL: O delegado, uma vez instaurado o IP, não poderá arquivá-lo.
• INDICIAMENTO
Ato formal realizado pelo Delegado de Polícia no sentido de imputar ao investigado a materialidade
de um fato delituoso, desde que haja prova de materialidade e indícios de autoria.
Ato privativo do Delegado de Polícia. #VOCÊDELTA! O STF já decidiu que o ato de indiciar é priva-
tivo de delegado de polícia71 (art. 2º, § 6º, Lei 12.830/13), em que pese a atividade investigativa não ser
privativa da autoridade policial (ex. MP pode investigar).
OBS: Indiciamento envolvendo autoridades com foro por prerrogativa de função. Em regra, a auto-
ridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas exceções previstas em lei
de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b)
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Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41, parágrafo único, da Lei nº
8.625/93). Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro
por prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma
autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade (Info 825).
a) polícia administrativa ou ostensiva, que tem o papel preventivo. Figuram como polícia adminis-
trativa: polícia rodoviária, ferroviária, marítima, militar.
b) polícia judiciária ou civil seja ela na esfera estadual ou federal. Polícia civil é o gênero, cujas espé-
cies são as polícias federais e estaduais. O papel da polícia judiciária é repressivo.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V -
polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Obs: Estrutura. Com o advento da CF 88, a polícia judiciária passou a ser gerida por Delegados de
carreira, leia-se concursados e, necessariamente, bacharéis em direito, sendo que o tratamento protoco-
lar é o mesmo dispensado aos juízes, promotores, defensores e advogados - art. 3º da Lei 12.830/13:
O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o
mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e
do Ministério Público e os advogados.
Obs: Papel funcional. Qual o papel funcional da polícia judiciária? Cabe à polícia civil auxiliar o poder
Judiciário e confeccionar o inquérito policial ou outros procedimentos investigativos (art. 2º, §1º, da lei
12.830/13). § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que
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tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações
penais.
A redação original do artigo art. 7º sofreu importante alteração com as Leis nº 13.245/2016 e Lei nº
13.793/2019.
O art. 7º do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) traz um rol de direitos que são conferidos aos advo-
gados. #COLANARETINA
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública
em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não esti-
verem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de
tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019)
(...)
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procu-
ração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
(Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)
(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade abso-
luta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investi-
gatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no
curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
#APROFUNDANDO #AJUDAMARCINHO
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essa intimação não ocorra. O inquérito policial é um procedimento informativo, de natureza inquisi-
torial, destinado precipuamente à formação da opinio delicti do órgão acusatório. Logo, no inqué-
rito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa. Esse entendimento
justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se prestam, por si sós, a
fundamentar uma condenação criminal. A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas
da defesa técnica, sem, contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e
tempestiva do calendário de inquirições a ser definido pela autoridade policial. STF. 2ª Turma. Pet
7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933).
ATENÇÃO! O artigo 2º, §2º, da Lei nº 12.830/2013, de forma não exaustiva, também nos apresenta
um rol de diligências que poderão ser adotadas. Art. 2º, § 2º: Durante a investigação criminal, cabe ao
delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração
dos fatos.
Obs.1: Os requerimentos apresentados pela vítima ou pelo suspeito poderão ser indeferidos se o
delegado reputá-los impertinentes (art. 14 CPP: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade), ressalve-
-se, contudo, o exame de corpo de delito quando o crime apresentar vestígios (art. 158 CPP: Quando
a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.). Em que pese à omissão da lei, por analogia para combater
o indeferimento caberá recurso administrativo endereçado ao chefe de polícia. Nada impede que o MP
seja acionado para requisitar a diligência. (art. 184 CPP: Salvo o caso de exame de corpo de delito, o
juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária
ao esclarecimento da verdade).
#PRAZOPARACONCLUSÃODOIP SELIGANATABELA
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NÃO
7) Existência manifesta de causa extintiva da (STJ HC 307.562/RS)
punibilidade (STF Pet 3943)
Exceção: certidão de óbito Falsa
#SELIGANASSÚMULAS:
SÚMULA 524, STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promo-
tor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
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Súmula 234, STJ: A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
Portaria: é a peça escrita que demarca o início da investigação policial. A Portaria contém o
fato a ser investigado, os eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências imediatamente cumpri-
das e o desfecho onde o delegado determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-se assim
o inquérito. Obs: A portaria pode ser substituída por outras peças. Eventualmente o auto de prisão em
flagrante ou até mesmo a requisição emanada do juiz ou do MP funcionam como portaria, dispensando
que o Delegado baixe uma nova.
1) Nos crimes de ação penal pública incondicionada o inquérito policial pode ser instaurado:
b) por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público: (art. 5º, inciso II, do CPP).
c) por requerimento do ofendido ou de seu representante legal: CPP, art. 5º, § 1º.
d) notícia oferecida por qualquer do povo: segundo dispõe o art. 5º, § 3º, do CPP, qualquer
pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública pode-
rá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito. Cuida-se da chamada, comumente realizada através de uma
ocorrência policial (delatio criminis simples).
e) auto de prisão em flagrante delito: o auto de prisão em flagrante poderá servir como uma
das formas de instauração do inquérito policial, funcionando o próprio auto como a peça inaugural da
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investigação.
2) Nos crimes de ação penal pública condicionada o inquérito policial dependerá da represen-
tação do ofendido (delatio criminis postulatória) ou de requisição do Ministro da Justiça (CPP, art. 5º, §
4º). A representação, entendida como a manifestação da vítima ou de seu representante legal no sentido
demonstrando interesse na persecução penal, independe de maiores formalidades.
3) Nos crimes de ação penal de iniciativa privada: segundo prescreve o art. 5º, § 5º, do CPP,
a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito nos crimes de ação privada a requerimento
de quem tenha qualidade para intentá-la. No caso de morte ou ausência do ofendido, o requerimento
poderá ser formulado por seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31). O requerimento
é condição de procedibilidade do próprio inquérito policial, sem o qual a investigação sequer poderá
ter início. Esse requerimento deve ser formulado pelo ofendido dentro do prazo decadencial de 6 (seis)
meses, contado, em regra, do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
OBS: Atenção especial aos crimes contra a dignidade sexual. A Lei nº 13.718/2018 modificou o
tratamento legal anteriormente conferido ao tema. Indicamos a leitura da seguinte publicação no site do
Professor Márcio André: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/16de63b2df-
373d5a9da881c8a1c58794
#NOVIDADESLEGISLATIVAS
Art. 6º - CPP - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência
e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 13-A - CPP. Nos crimes previstos nos arts. 1481, 1492 e 149-A3, no § 3º do art. 1584 e no art. 1595
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069,
de 13 de julho de 19906 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou
o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da
iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
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Art. 13-B - CPP. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas,
o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização
judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização
e intensidade de radiofrequência.
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de auto-
rização judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem
judicial.
§3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de
72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requi-
sitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
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Regra na Distribuição da Competência: O art. 69, CPP, traz as regras de fixação da competência:
a) o lugar da infração; b) o domicílio ou residência do réu; c) a natureza da infração; d) a distribuição; e)
a conexão ou continência; f ) a prevenção; g) a prerrogativa de função.
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Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o
AÇÃO PENAL
FORO DE DOMICÍLIO OU DA RESIDÊNCIA DO RÉU, ainda quando conhe-
PRIVADA
cido o lugar da infração.
CRIMES
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será
PRATICADOS
competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
FORA DO
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo
TERRITÓRIO
da Capital da República.
BRASILEIRO
Justiça Estadual. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...) IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
CONTRAVENÇÃO
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas
PENAL
ou empresas públicas, EXCLUÍDAS AS CONTRAVENÇÕES e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
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#OLHAOGANCHO:
#SELIGA: No JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do lugar da ação ou omis-
são). Por sua vez, na ação penal privada, a competência será do lugar da infração ou do domicílio do réu
(foros concorrentes).
Também há a exceção nos casos de crimes contra vida, em que a competência será determi-
nada pela teoria da ATIVIDADE. Assim, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os atos
de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a competência para julgar o fato
será do local onde foi praticada a conduta (local da execução).
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o proces-
so por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime
de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e
uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato pratica-
do mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não
ocorrente lesão à autarquia federal.
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena
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Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firma-
da em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será
da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a
entorpecentes.
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento
dos crimes contra a economia popular.
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido negada?
• STF: Justiça Estadual • STJ: Justiça Federal. O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro
no exterior, por si só, não atrai a competência da Justiça Federal. Assim, em regra, compete à Justiça
Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e que lá não foi julgado em razão de o
agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para o Estado estrangeiro.
Somente será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das hipóteses do
art. 109 da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 1175638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019
(Info 936). Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa
sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida para a jurisdição brasileira, por negativa
de extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info
625). STJ. 6ª Turma. RHC 88.432/AP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/02/2019.
O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da
rede mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo
pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro
lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação de
internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que
a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela seguinte
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#FOCONALEI #COLARNARETINA
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser
restituídas enquanto interessarem ao processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas,
mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro
de boa-fé. (Art. 91, II, CP).
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, median-
te termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante. #SEMPRECAI
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo
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cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha,
se for pessoa idônea.
Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infra-
ção, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência
ilícita dos bens.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante repre-
sentação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda
antes de oferecida a denúncia ou queixa.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da
infração;
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de
tê-los adquirido de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado
a sentença condenatória.
I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar
concluída a diligência;
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação
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III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art.
126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do inte-
ressado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesa-
do ou a terceiro de boa-fé.
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em
qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.
(...)
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo de
15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão
ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal
dos imóveis. .
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a manu-
tenção do indiciado e de sua família.
AÇÃO PENAL
CONCEITO: “ação penal” é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz que aplique o direito
penal objetivo a um caso concreto.
- POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o pedido deverá ser juridicamente possível. Para o STJ,
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pedido juridicamente impossível é aquele que encontra expressa vedação legal. Ex.: pedido de condena-
ção criminal de agente menor de 18 anos (inimputável) na data do fato típico.
- INTERESSE EM AGIR:
1. Necessidade: não há pena sem processo. É inerente ao processo penal. Exceção: Juizados Espe-
ciais.
- JUSTA CAUSA: é um mínimo de lastro probatório necessário para o ajuizamento da ação penal,
demonstrando a viabilidade da pretensão punitiva.
- Representação do ofendido.
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PRINCÍPIOS PRINCÍPIOS
AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípio do NE PROCEDAT IUDEX EX OFFI-
CIO (princípio da iniciativa das partes): com
a adoção do sistema acusatório pela CF, ao juiz
Também se aplica nas ações de iniciativa privada.
não é dado iniciar um processo de ofício. Ou seja,
existe no Brasil o processo judicialiforme. Obs. A
execução pode se iniciar de ofício.
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envolvidos.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do
crime obrigará ao processo de todos, e o Minis-
tério Público velará pela sua indivisibilidade.
Princípio da oficiosidade: nos crimes de ação NÃO SE APLICA, pois até mesmo o início das
incondicionada, as autoridades devem agir de investigações depende de requerimento do
ofício, mesmo sem requerimento do ofendido. ofendido.
Na ação penal pública NÃO vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o MP não está obrigado
a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamen-
to implícito em relação a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre para formar sua
convicção, incluindo na denúncia as pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante
a constatação de indícios de autoria e materialidade. STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014 (Info 540).
Não oferecida a queixa-crime contra todos os supostos autores ou partícipes da prática delituosa,
há afronta ao princípio da indivisibilidade da ação penal, a implicar renúncia tácita ao direito de
querela, cuja eficácia extintiva da punibilidade estende-se a todos quantos alegadamente hajam
intervindo no cometimento da infração penal. STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 2/2/2016 (Info 813).
#Renúncia X Perdão:
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Por força do princípio da indivisibilidade, a renún- Por força do princípio da indivisibilidade, o perdão
cia concedida a um dos coautores ou partícipes concedido a um dos coautores ou partícipes do
do delito estende-se aos demais (extensabilidade delito estende-se aos demais, desde que haja
da renúncia – art. 49). aceitação.
#DEOLHONASSÚMULAS:
SÚMULA 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência domés-
tica contra a mulher é pública incondicionada.
Súmula 594, STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independente-
mente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
#CONEXÃO E CONTINÊNCIA
- Conexão intersubjetiva (inciso I): envolve a prática de vários crimes por várias pessoas.
(ii) Por concurso (concursal – inciso I, 2ª parte): duas ou mais pessoas, em concurso, praticam dois
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(iii) Por reciprocidade (inciso I – parte final): duas ou mais infrações são praticadas por várias
pessoas, umas contra as outras. Ex. Duas gangues combinam brigar. Nesse caso, teremos várias lesões
corporais. E quanto ao crime de rixa? Não é um bom exemplo, pois, nesse caso, teremos apenas um único
crime de rixa.
- Conexão objetiva, lógica, material ou teleológica (inciso II): ocorre em duas situações:
(i) Um crime é praticado para facilitar a execução do outro (conexão objetiva teleológica); Ex.
Mata o segurança para facilitar o sequestro da vítima;
#SELIGANASÚMULA
Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos
de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art.78, II, alínea “a”, do Código de
Processo Penal.
- Continência subjetiva (inciso I): duas ou mais pessoas praticam um crime, como na coautoria.
- Continência objetiva (inciso II): ocorrerá nos casos de concurso formal de crimes (70, CP), aber-
ratio ictus (73, CP) e aberratio delicti (74, CP).
1ª) prevalece o juiz que atua no local da consumação do crime mais grave (o que vale é a pena em
abstrato);
2ª) se os crimes têm a mesma gravidade, prevalece o juiz que atua no local da consumação do
maior número de infrações;
3ª) por sua vez, se os delitos têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, preva-
lece o juiz prevento.
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• SEPARAÇÃO FACULTATIVA DOS PROCESSOS (art. 80, CPP): quando as infrações tiverem sido prati-
cadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar
conveniente a separação.
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o proces-
so por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime
de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e
uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato pratica-
do mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não
ocorrente lesão à autarquia federal.
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena
figure como autor ou vítima.
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firma-
da em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será
da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a
entorpecentes.
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento
dos crimes contra a economia popular.
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PROVAS
# CONCEITOS IMPORTANTES
• MEIOS DE PROVA: são os meios através dos quais as fontes de prova são introduzidas no processo.
CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. #SEMPRECAI
• CONCEITO DE PROVA: trata-se de um conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz ou por 3º
(ex. perito), objetivando formar a convicção do juiz no tocante à existência ou inexistência de um fato,
falsidade ou veracidade de uma afirmação.
• SUJEITOS DA PROVA: podem ser pessoas ou coisas. Ex. a testemunha que diz que viu o agente
ceifando a vida da vítima é uma prova pessoal. O projétil de bala desferido contra a vítima é uma prova
real.
• FORMA DA PROVA: a prova poderá ser documental (ex. documento), material (ex. arma apreendida)
ou testemunhal (ex. depoimento de testemunha).
• FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA: fatos axiomáticos ou intuitivos (fatos evidentes, ex. carro
atropela a vítima e corta seu corpo em 2 pedaços), fatos notórios (ex. a água molha), presunções legais
(ex. inimputabilidade) e fatos inúteis (ex. provar a cor do prato que o agente lançou na vítima).
• FATOS QUE DEPENDEM DE PROVA: imputação constante da peça acusatória (o MP tem que provar
que houve o crime, sob pela de absolvição do acusado), costumes (ex. provar que foi durante o repou-
so noturno e que naquela cidade o repouso noturno se dá às “x” horas), direito estrangeiro, estadual
e municipal e fatos incontroversos e fatos controversos. Mesmo o fato sendo incontroverso, ou seja, já
admitido pelas partes, o juiz não está adstrito a ele.
111 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
• DESTINATÁRIO DA PROVA: em regra, o destinatário da prova é o juiz a quem competirá formar seu
livre convencimento sobre o fato. O Ministério Público, por sua vez, é o destinatário dos elementos de
informação (para a formação da sua opinio delicti).
• ÔNUS DA PROVA: o ônus da prova compete a quem alega. Contudo, é possível que o juiz determine
de ofício a realização de provas que repute relevantes (art. 156, CPP).
• PROVA TARIFADA: é quando o legislador já determina a espécie de prova para aquele caso em
concreto. Ex. se a infração deixar vestígio haverá de se ter o exame de corpo e delito.
• LIVRE PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ: o juiz fica livre para produzir a prova que entender mais
válida para aquele caso concreto, assim como a acusação e a defesa poderão requerer provas que
entendam hábeis a provar suas alegações.
• QUAL O SISTEMA DE APRECIAÇÃO DA PROVA QUE O CPP ADOTOU? O CPP adotou o sistema da
livre persuasão racional do juiz. O juiz está livre para fundamentar sua decisão mediante análise das
provas constantes dos autos, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos de
informação contidos no IP, salvo em se tratando de provas cautelares, antecipadas ou não-repetíveis.
• Teoria da prova ilícita por derivação ou dos frutos da árvore envenenada: provas ilícitas por deri-
vação são os meios probatórios que, não obstante produzidos, validamente, em momento posterior,
encontram-se afetados pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por
efeito de repercussão causal. É adotada pelo CPP. Vamos ver as teorias que excepcionam essa ilicitude:
• Teoria da limitação da mancha purgada, tinta diluída ou conexão atenuada: baixo nexo causal
entre a prova ilícita e a derivada;
#SELIGANADIFERENÇA
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SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras?
POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.
SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações dos bancos
Receita Federal
para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário".
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Fisco estadual,
SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art.
distrital,
6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001.
municipal
SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001).
CPI
Prevalece que CPI municipal não pode.
#DEOLHONOSJULGADOS:
Momento do interrogatório: O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório será realizado ao final
da instrução criminal. Este dispositivo se aplica: • aos processos penais militares; • aos processos
penais eleitorais e • a todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de
drogas). STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª
Turma. HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/08/2017.
Depoimento sem dano (INFO 556, STJ): admite-se nos casos de crime contra a dignidade sexual
contra criança ou adolescente; não gera nulidade o fato de o advogado/Defensor, Juiz e Promotor
não estarem presente fisicamente (acompanham, simultaneamente, por sistema de vídeo); é possí-
vel ainda que antes da fase judicial; não tem previsão legal expressa (Recomendação 33/2010 - CNJ).
A busca em veículo é equiparada à busca pessoal e não precisa de mandado judicial para a
sua realização. #EXCEÇÃO: será necessária a autorização judicial se o veículo é destinado à habita-
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ção do indivíduo (ex.trailers, cabines de caminhão, barcos), uma vez que serão inseridos no conceito
jurídico de domicílio (STF, Info 843).
São nulas as provas obtidas por dados ou conversas registradas no Whatsapp sem autorização
judicial (STJ, Info 583).
Inobservância da ordem de inquirição de testemunhas (art. 212, CPP) é causa de nulidade relativa,
do que depende de arguição em momento oportuno e comprovação do prejuízo à defesa (STJ, HC
212.618/RS).
Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização
judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido
entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma.RHC 86076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). CUIDADO PARA NÃO
CONFUNDIR: Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da
extração de dados e de conversas registradas no Whatsapp presentes no celular do suposto autor
de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagran-
te. STJ. 5ª Turma. RHC 67379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593). STJ. 6ª
Turma. RHC 51531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
#APOSTACICLOS: Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a prova, colhi-
da de forma coercitiva pela polícia, de conversa travada pelo investigado com terceira pessoa em
telefone celular, por meio do recurso “viva-voz”, que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito
de entorpecentes. STJ. 5ª Turma. REsp 1630097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017
(Info 603).
Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade, baseia-
-se em supostas declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem acompanhamento de
qualquer autoridade pública (autoridade policial, membro do Ministério Público) habilitada a confe-
rir-lhes fé pública e mínima confiabilidade. STF. 1ª Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
7/3/2017 (Info 856).
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razão de flagrante delito, seja em razão de ordem escrita ou fundamentada de autoridade judicial.
• ESPÉCIES DE PRISÃO:
Direito ao não uso de algemas: súmula vinculante 11 (O uso de algemas somente se faz neces-
sário quando para fins de evitar fuga do preso, preservar sua integridade física ou de terceiro e deve ser
fundamentado);
Direito ao silêncio;
Direito de identificação dos responsáveis por sua prisão e por seu interrogatório policial.
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#DEOLHONOSJULGADOS:
O art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº 13.769/2018, estabelece um poder-dever para
o juiz substituir a prisão preventiva por domiciliar de gestante, mãe de criança menor de
12 anos e mulher responsável por pessoa com deficiência, sempre que apresentada prova
idônea do requisito estabelecido na norma (art. 318, parágrafo único), ressalvadas as exce-
ções legais. A normatização de apenas duas das exceções não afasta a efetividade do que foi
decidido pelo STF no HC 143.641/SP, nos pontos não alcançados pela nova lei. O fato de o legislador
não ter inserido outras exceções na lei, não significa que o magistrado esteja proibido de negar o
benefício quando se deparar com casos excepcionais. Assim, deve prevalecer a interpretação teleo-
lógica da lei, assim como a proteção aos valores mais vulneráveis. Com efeito, naquilo que a lei não
regulou, o precedente do STF deve continuar sendo aplicado, pois uma interpretação restritiva da
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norma pode representar, em determinados casos, efetivo risco direto e indireto à criança ou ao defi-
ciente, cuja proteção deve ser integral e prioritária. STJ. 5ª Turma. HC 470549/TO, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 12/02/2019.
HIPÓTESES DOUTRINÁRIAS/
HIPÓTESES LEGAIS
JURISPRUDENCIAIS
- FLAGRANTE PREPARADO, CRIME DE ENSAIO
OU DELITO PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE
PROVOCADOR: quando o agente de polícia ou
um particular instiga alguém a cometer um crime
para que seja preso em flagrante. Em razão da
súmula 145/STF, não há crime quando a prepa-
ração do flagrante pela polícia torna impossível
sua consumação. Trata-se de crime impossível;
- FLAGRANTE PRÓPRIO ou REAL: quando o - FLAGRANTE ESPERADO: ocorre quando a
agente está cometendo a infração ou acaba de autoridade policial toma conhecimento da ocor-
cometê-la; rência daquele crime (ex. por interceptação tele-
- FLAGRANTE IMPRÓPRIO (IRREAL OU QUASE fônica autorizada judicialmente) e se dirige ao
FLAGRANTE): quando o agente está em fuga e local para prender os agentes em flagrante;
é capturado pela autoridade policial, logo após a - FLAGRANTE DIFERIDO OU RETARDADO:
prática da infração penal; ocorre quando a autoridade policial posterga
- FLAGRANTE PRESUMIDO (FICTO): quando o o flagrante para um momento mais oportuno,
agente é encontrado, logo após a infração penal, a fim de colher mais materialidade e um maior
com os objetos materiais do crime; número de autores envolvidos, a exemplo do
que ocorre na ação controlada. Tem previsão na
lei de lavagem de capitais, organização criminosa
e na lei de drogas;
- FLAGRANTE FORJADO OU URDIDO: ocor-
re quando um particular ou policiais implantam
uma situação de flagrante. A autoridade policial
pode responder por abuso de autoridade e o
particular por denunciação caluniosa.
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 64, STJ: Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado
pela defesa;
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Súmula 21, STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão
por excesso de prazo na instrução;
Súmula 347, STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crian-
ças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.
# FIANÇA:
• Não admitem fiança: racismo, ação de grupos armados, terrorismo, tortura, tráfico e hediondos.
• A fiança pode ser dispensada, reduzida ou aumentada, de acordo com a situação econômica do preso.
#SELIGANOLINK #NOVIDADELEGISLATIVA
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos
um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com defi-
ciência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
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III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto
no § 3º deste artigo.
Foi publicada a Lei nº 13.827, de 13.5.2019 que altera a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha),
para autorizar, nas hipóteses que especifica, a aplicação de medida protetiva de urgência, pela autorida-
de judicial ou policial, à mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes, e
para determinar o registro da medida protetiva de urgência em banco de dados mantido pelo Conselho
Nacional de Justiça. Vejamos como ficou a nova redação do artigo 12-C: “Verificada a existência de risco
atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar,
ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida:
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível
no momento da denúncia”.
A alteração realizada permite a aplicação de medida protetiva de urgência pela autoridade policial.
#JUIZ
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CPP. Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas
deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
(...)
CPP. Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça
e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade
ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou
impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção
de suspeição.
#MINISTÉRIOPÚBLICO
O Parquet deve conduzir-se com imparcialidade, pois deve defender os interesses da socieda-
de e fiscalizar a aplicação e a execução das leis, podendo, inclusive, pleitear a absolvição do acusado e
recorrer em favor do réu (órgão legitimado para a acusação e não órgão de acusação).
É sua atribuição, ainda, o controle externo da atividade policial. Para o exercício de suas funções
com autonomia e segurança, a Constituição garantiu os membros do MP vitaliciedade (após 2 anos),
irredutibilidade de vencimentos e inamovibilidade.
Os membros do MP estão sujeitos às seguintes vedações: receber, a qualquer título e sob qual-
quer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; exercer a advocacia; participar de socie-
dade comercial, na forma da lei; exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério; exercer atividade político-partidária; receber auxílio ou contribuições de pessoas
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#OFENDIDO
Observações:
b) Pode existir litisconsórcio impróprio entre MP e ofendido (até mesmo no Júri), quando houver
crime de ação penal pública conexo com crime de ação penal privada. Esse litisconsórcio é chamado
de impróprio porque são duas peças de acusação (queixa e denúncia), que se reunirão em um mesmo
processo por causa da conexão. Tem doutrinador que chama de Ação Penal Adesiva.
c) a vítima pode ser conduzida coercitivamente para prestar depoimento (art. 201, § 1º, CPP).
- A corrente majoritária defende que o assistente também tem interesse em uma condenação
justa e proporcional ao fato praticado, isto é, ele não possui apenas interesse econômico, mas também
busca que a justiça seja feita. O artigo 268 do CPP concede ao ofendido o direito de, facultativamente,
auxiliar o Ministério Público na acusação referente aos crimes que se apuram mediante ação pública,
incondicionada ou condicionada, dando-lhe a denominação de assistente.
- O CORREU NÃO PODE INTERVIR COMO ASSISTENTE DO MP, sob pena de ocasionar tumulto
processual, pois ora estaria acusando, ora se defendendo.
DA SENTENÇA
• EMENDATIO LIBELLI:
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topográfica do art. 383 no CPP (que está no título que trata sobre sentença) e pelo fato de que o acusa-
do se defende dos fatos imputados, e não da classificação que lhes atribuem. De forma excepcional,
jurisprudência e doutrina afirmam que é possível antecipar o momento da emendatio libelli nas hipóteses
em que a inadequada subsunção típica (tipificação): - macular a competência absoluta; - o adequado
procedimento; ou - restringir benefícios penais por excesso de acusação. STJ. 6ª Turma. HC 241206-SP,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/11/2014 (Info 553). STJ. 5ª Turma. HC 258581/RS, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 18/02/2016.
• MUTATIO LIBELLI:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato,
em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não conti-
da na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se
em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o
aditamento, quando feito oralmente.
O juiz precisa realizar a mutatio para reconhecer agravantes? Não. Juiz pode conhecer de
ofício. Não é necessária a mutatio. Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agra-
vantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 453-STF: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de
Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância
elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.
HABEAS CORPUS
- Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em razão das restri-
ções ao exame fático e probatório.
- Súmula 395 - STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o
ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
- Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma,
ou do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
- Súmula 693 - STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
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- Súmula 695 - STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
- Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de
decisão concessiva de “habeas corpus”.
- Pessoa sem ter capacidade postulatória que impetra um HC e este é negado, poderá ingressar
com recurso contra a decisão? Info 747 – STF: 1ª Turma do STF: SIM; 2ª Turma do STF e STJ: NÃO.
• Competência: infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenção penal e crimes com pena
máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa).
• Medidas despenalizadoras: composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes de
lesões corporais leves e culposas, suspensão condicional do processo.
#FOCONALEI:
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qual-
quer ato processual,
(...)
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração
penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer
dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
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§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil
de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realiza-
dos em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes
ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-
-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a neces-
sidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta,
ser-lhe-á designado defensor público.
#ATENÇÃO: As leis penais especiais previstas no edital (PC-ES) foram tratadas no NFPSS
de Direito Penal e no NFPSS de Direito Processual Penal. Como forma de evitar repetições
desnecessárias, sugerimos aos nossos alunos que façam a leitura dos dois materiais.
Lei no 8.137/1990
• Natureza das infrações: no art. 1º, I a IV8 da Lei 8.137/90 estão previstos os crimes materiais contra a
ordem tributária, pois nestes existe uma conduta instrumental, que é a fraude, e uma conduta final, que
é a supressão ou alteração do tributo. Não basta que o agente cometa as condutas previstas, pois elas
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• SV 24: não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei
nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
• Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990 (crime contra relação de consumo), é
imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão em condi-
ções impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para a comprovação da materialidade delitiva,
auto de infração informando a inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) - (Info 533
e 560 - STJ).
• A Súmula Vinculante 24 tem aplicação aos fatos ocorridos anteriormente à sua edição. Como
a SV 24 representa a mera consolidação da interpretação judicial que já era adotada pelo STF e pelo
STJ mesmo antes da sua edição, entende-se que é possível a aplicação do enunciado para fatos ocor-
ridos anteriormente à sua publicação. STF. 1ª Turma. RHC 122774/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
19/5/2015 (Info 786). STJ. 3ª Seção. EREsp 1318662-PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 28/11/2018
(Info 639).
• Não pratica o crime do art. 3º, III, da Lei 8.137/90 o auditor fiscal que corrige minuta de impug-
nação administrativa que posteriormente é ajuizada na Administração Tributária. É atípica a
conduta de agente público que procede à prévia correção quanto aos aspectos gramatical, estilísti-
co e técnico das impugnações administrativas, não configurando o crime de advocacia administrati-
va perante a Administração Fazendária. STJ. 6ª Turma. REsp 1770444-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha
Palheiro, julgado em 08/11/2018 (Info 639).
126 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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• Extinção da punibilidade pelo pagamento integral de débito mesmo após o trânsito em julga-
do. O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito em
julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 9º, § 2º, da
Lei nº 10.684/2003. STJ. 5ª Turma.HC 362478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/9/2017 (Info 611).
STF. 2ª Turma. RHC 128245, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2016.
• Pagamento da multa tributária não extingue a punibilidade do crime previsto no art. 1º, V, da
Lei 8.137/90. O pagamento da penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender
às exigências da autoridade tributária estadual quanto à exibição de livros e documentos fiscais não
se adequa a nenhuma das hipóteses de extinção de punibilidade previstas no § 2º do art. 9º da Lei
nº 10.684/2003. STJ. 6ª Turma. REsp 1630109-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
14/2/2017 (Info 598).
127 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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LAVAGEM DE DINHEIRO
LEI Nº 9.613/1998
1ª FASE: Nessa fase o agente introduz o dinheiro ilícito no sistema financeiro, dividin-
COLOCAÇÃO do-o em várias partes menores (uma parte ele transfere para paraísos fiscais,
através de mulas, outra parte ele troca por moeda estrangeira, etc.). Esse
- placement - procedimento é chamado de SMURFING.
2ª FASE:
DISSIMULAÇÃO Aqui o agente começa a fazer várias movimentações financeiras para dificul-
ou tar ainda mais o rastreamento da origem dos valores ilícitos. Ex.: transferên-
MASCARAMENTO cias eletrônicas.
- layering-
3ª FASE:
INTEGRAÇÃO Com a aparência lícita, os bens são formalmente incorporados no sistema
econômico. Ex.: compra de carro, compra de uma casa, etc.
- integration -
• O fato anterior precisa ser típico, ilícito e culpável? #CUIDADO! O fato anterior precisa ser apenas
TÍPICO e ILÍCITO, sendo irrelevantes discussões sobre autoria, culpabilidade36 ou punibilidade da
infração antecedente (art. 2º, §1º).
• Justa causa duplicada e crime antecedente: Sabemos que uma das condições da ação penal é a
justa causa, ou seja, o lastro probatório mínimo que o Promotor deverá instrumentalizar em sua denún-
cia. Pois bem. Aqui na lei de lavagem de capitais, o membro do Parquet deverá ficar atento a 2 (dois)
lastros probatórios, do que chamamos de “justa causa duplicada”: Comprovar que houve ocultação ou
dissimilação de dinheiro, bens ou valores; Comprovar que essa ocultação ou dissimilação de dinheiro,
bens ou valores se deu em razão da existência de uma infração penal, direta ou indiretamente.
128 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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• COMPETÊNCIA: Como regra, a competência será da JUSTIÇA ESTADUAL. Será da Justiça Federal nas
hipóteses previstas no art. 2º, III, “a”.
• AUTOLAVAGEM (selflaudering): aqui o autor da infração penal antecedente é o mesmo que comete
o crime de lavagem. Para o STF e o STJ, é possível puni-lo tanto pela infração penal antecedente quan-
to pelo crime de lavagem, por serem delitos autônomos, não havendo o que se falar em bis in idem.
• AÇÃO CONTROLADA: Trata-se de retardamento da interferência estatal, por motivo de política inves-
tigatória, a fim de se alcançar um maior número de participantes daquela associação, especialmente
os “chefes” dela.
• EFEITOS DA CONDENAÇÃO (art. 7º): Em caso de eventual condenação do acusado, quais os efeitos
de sua condenação? - Perda de bens em favor da União ou do Estado (a depender da competência);
- Interdição de do exercício de cargo ou função pública.
• CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO E CITAÇÃO DO ACUSADO POR EDITAL: sabemos que o art.
366 do CPP preconiza que, na hipótese de o acusado ser citado por edital, não comparecer e nem
constituir advogado, os autos ficarão suspensos (e a prescrição também), à exceção da produção
antecipada de provas. Pois bem. Como fica aqui na lei de lavagem de dinheiro? Na Lei de lavagem,
segundo o art. 2º, §2º, não há o que se falar em suspensão do processo e da prescrição nos casos
de acusado citado por edital que não comparece e nem constitui advogado. De toda forma, o juiz irá
nomear um defensor dativo para esse acusado aparentemente inerte.
• ACESSO A DADOS CADASTRAIS DOS INVESTIGADOS: o art. 17-B da lei nº 9.613/93 permite que a
autoridade policial e o MP tenham acesso aos dados cadastrais do investigado, independentemente
de autorização judicial. São eles: qualificação pessoal, filiação, endereço. O STJ já decidiu que o princí-
pio da intimidade (art. 5º, X, CF) não é absoluto.
#SELIGANADIFERENÇA
129 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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COLABORAÇÃO
LAVAGEM DE CAPITAIS ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
O juiz poderá, a requerimento das partes, conce-
der o perdão judicial, reduzir em até 2/3 a PPL ou
substituí-la por PRD daquele que tenha colabo-
rado efetiva e voluntariamente com a investiga-
ção e com o processo criminal, desde que dessa
A pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3 e ser colaboração advenha um ou mais dos seguintes
cumprida em regime aberto ou semiaberto, resultados:
facultando-se ao juiz deixar de aplica-la ou subs- I - a identificação dos demais coautores e partí-
tituí-la, a qualquer tempo, por PRD, se o autor, cipes da organização criminosa e das infrações
coautor ou partícipe colaborar espontaneamente penais por eles praticadas;
com as autoridades, prestando esclarecimentos
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divi-
que conduzam à apuração das infrações
são de tarefas da organização criminosa;
penais, à identificação dos autores, coautores e
III - a prevenção de infrações penais decorrentes
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
das atividades da organização criminosa;
valores objeto do crime.
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou
do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua
integridade física preservada.
#NOVIDADELEGISLATIVA
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham,
em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
LEI Nº 7.716/1989
#FOCONALEI #ARTIGOSMAISCOBRADOS:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de
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Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Adminis-
tração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público,
e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a 3 meses.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser moti-
vadamente declarados na sentença.
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
LEI Nº 12.037/2009
#FOCONALEI #ARTIGOSMAISCOBRADOS:
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos
nesta Lei.
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
IV – passaporte;
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os
documentos de identificação militares.
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III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre
si;
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquéri-
to, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados
aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de inves-
tigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação criminal poderá incluir a coleta
de material biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco
de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº
12.654, de 2012).
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão reve-
lar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero,
consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e
dados genéticos. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respon-
dendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
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diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabe-
lecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
CÓDIGO ELEITORAL
LEI Nº 4.737/65
Quando houver lacuna no Código Eleitoral deve-se utilizar o procedimento previsto no CPP.
Prisão em flagrante:
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c) desrespeito ao salvo-conduto.
Membros das mesas receptoras e os fiscais de partido não poderão ser presos nem detidos:
Candidatos:
Prazo do inquérito: igual do CPP – 10 dias se o investigado está preso e 30 dias se estiver solto.
Denúncia em 10 dias.
LEI Nº 12.830/2009
#FOCONALEI #ARTIGOSMAISCOBRADOS:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado
de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado
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ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de inte-
resse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispen-
sado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Públi-
ca e do Ministério Público e os advogados.
LEGISLAÇÃO ESTADUAL4
DOS DIREITOS
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
Art. 66 - Vencimento é a retribuição pecuniária mensal devida ao servidor público civil pelo efetivo
exercício do cargo, fixada em lei.
4 Eder Viegas
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buições típicas do cargo, a jornada de trabalho e demais requisitos exigidos para o exercício do cargo.
Art. 68 - Os vencimentos dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são
idênticos para cargo de atribuições iguais ou assemelhadas, observando-se como parâmetro aqueles
atribuídos aos servidores do Poder Executivo.
Art. 70 - A revisão geral da remuneração dos servidores públicos da administração direta, das autar-
quias e das fundações públicas far-se-á sempre na mesma data e nos mesmos índices.
§ 1º - Os vencimentos e os proventos dos servidores públicos estaduais deverão ser pagos até o último
dia útil do mês de trabalho, corrigindo-se os seus valores, se tal prazo ultrapassar o décimo dia do
mês subsequente ao vencido, com base nos índices oficiais de variação da economia do país. (Nova
redação dada pela Lei Complementar nº 80/1996).
§ 2º - As vantagens pecuniárias devidas ao servidor público serão pagas com base nos valores vigen-
tes no mês de pagamento inclusive quanto às parcelas em atraso.
Art. 71 - Nenhum servidor público poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração ou proven-
to, importância superior à soma dos valores fixados como remuneração, em espécie, a qualquer título,
por membro da Assembleia Legislativa, Desembargadores e Secretários de Estado, respectivamente,
de acordo com o Poder a cujo quadro de pessoal pertença, observado o disposto no art. 69.
§ 2º - O menor vencimento atribuído aos cargos de carreira não poderá ser inferior a um trinta avos
do maior vencimento, na forma deste artigo, incluída a gratificação de representação, quando houver.
Art. 72. O servidor público efetivo enquanto em exercício de cargo em comissão deixará de perceber
o vencimento ou remuneração do cargo efetivo, ressalvado o direito de opção, na forma do art. 96.
Art. 73 - O vencimento, a remuneração e os proventos não sofrerão descontos além dos previstos em
lei, nem serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar de:
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II – reposição de valores pagos indevidamente pela Fazenda Pública estadual, hipótese em que o
desconto será promovido em parcelas mensais não excedentes a vinte por cento da remuneração, ou
provento.
§ 1º - Caso os valores recebidos a maior sejam superiores à cinquenta por cento da remuneração que
deveria receber, fica o servidor público obrigado a devolvê-lo de uma só vez no prazo de setenta e
duas horas.
§ 3º - O servidor público em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver a sua
aposentadoria ou disponibilidade cassadas, terá o prazo de até sessenta dias, a partir da publicação
do ato, para quitá-lo.
Art. 74 - Mediante autorização do servidor público, poderá haver consignação em folha de pagamen-
to, a favor de terceiros, custeada pela entidade correspondente, a critério da administração, na forma
definida em regulamento.
Parágrafo único - A soma das consignações facultativas e compulsórias não poderá ultrapassar seten-
ta por cento do vencimento e vantagens permanentes atribuídos ao servidor público.
Art. 75 - A remuneração ou provento que o servidor público falecido tenha deixado de receber será
pago ao cônjuge ou companheiro sobrevivente ou à pessoa a quem o alvará judicial determinar.
VANTAGENS PECUNIÁRIAS
SEÇÃO I
DA ESPECIFICAÇÃO
Art. 76. Juntamente com o vencimento, serão pagas ao servidor público as seguintes vantagens pecu-
niárias:
I – indenização;
II – auxílios financeiros;
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§ 2º - As vantagens pecuniárias não serão computadas nem acumuladas para efeito de concessão
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
§ 4º - Nenhuma vantagem pecuniária poderá ser concedida sem autorização específica na lei de
diretrizes orçamentárias.
SEÇÃO II
DAS INDENIZAÇÕES
I – ajuda de custo;
II – diária; e
III – transporte.
SUBSEÇÃO I
DA AJUDA DE CUSTO
Art. 78 - A ajuda de custo é a retribuição concedida ao servidor público estadual para compen-
sar as despesas de sua mudança para novo local, em caráter permanente, no interesse do
serviço, pelo afastamento referido no art. 83, por prazo superior a 15 (quinze) dias e pelo
afastamento previsto nos arts. 57, II e 128 devendo ser paga adiantadamente.
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§ 3º - À família do servidor público que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo
e transporte para a localidade de origem.
Art. 79 - A ajuda de custo será fixada pelo Chefe do Poder competente e será calculada sobre
a remuneração mensal do servidor público, não podendo exceder a importância correspon-
dente a 03 (três) meses de vencimento, salvo a hipótese de cumprimento de missão no exte-
rior. (Nova redação dada pela Lei Complementar nº 80/1996)
Art. 80 - Não será concedida ajuda de custo ao servidor público que se afastar do cargo, ou
reassumí-lo, em virtude de mandato eletivo3, por ter sido cedido, na forma dos arts. 54, 55 e
56 ou afastado na forma do art. 57, I e III.
III – não comprovar a participação em missão a que se refere o art. 57, II.
IV - Ocorrer qualquer das hipóteses prevista no art. 84. (Acrescentado pela Lei Complementar
nº 80/1996).
Parágrafo único - O servidor público não estará obrigado a restituir a ajuda de custo quando
seu regresso à sede anterior for determinado de ofício ou decorrer de doença comprovada na
sua pessoa ou em pessoa de sua família.
Art. 82 - Será concedida a ajuda de custo àquele que, sendo servidor público do Estado, for
nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.
SUBSEÇÃO I
DA ESPECIFICAÇÃO
I – auxílio-transporte;
II – auxílio-alimentação;
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III – auxílio-creche; e
IV – bolsa de estudo.
SEÇÃO IV
SUBSEÇÃO I
DA ESPECIFICAÇÃO
I – gratificação por:
g) participação como membro de banca ou comissão de concurso; (Revogada pela Lei Comple-
mentar nº 80/1996)
i) produtividade;
II – adicional de:
a) tempo de serviço;
b) férias;
c) assiduidade;
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SUBSEÇÃO II
Art. 94 - Ao servidor público efetivo investido em função gratificada é devida uma gratificação pelo
seu exercício.
Parágrafo único - A gratificação prevista neste artigo será fixada por lei e recebida concomitantemen-
te com o vencimento ou remuneração do cargo efetivo.
Art. 95 - Não perderá a gratificação o servidor público que se ausentar em virtude de férias, luto,
casamento, licenças previstas no art. 122, I a IV e X, e serviço obrigatório por Lei.
SUBSEÇÃO III
Art. 96 - A gratificação por exercício de cargo em comissão será concedida ao servidor públi-
co que, investido em cargo de provimento em comissão, optar pelo vencimento do seu cargo
efetivo.
Parágrafo único. A gratificação a que se refere este artigo corresponderá a 65% (sessenta e
cinco por cento) do vencimento do cargo em comissão. (Nova redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 408/2007) 4
SUBSEÇÃO IV
Art. 97 - O servidor público que trabalhe com habitualidade em locais considerados insalubres ou
perigosos ou que exerça atividades penosas fará jus a uma gratificação calculada sobre o vencimento
do cargo efetivo ou em comissão que exerça.
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produzir sequelas.
§ 4º - As gratificações referidas neste artigo serão fixadas em percentuais variáveis entre quinze e
quarenta por cento do respectivo vencimento, de acordo com o grau de insalubridade, periculosidade
ou penosidade a que esteja exposto o servidor público, e que será definido em regulamento.
SUBSEÇÃO V
Art. 100 - A gratificação por execução de trabalho com risco de vida será concedida ao servidor
público que desempenhe atribuições ou encargos em circunstâncias potencialmente perigosas à sua
integridade física, com possibilidade de dano à vida.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo variará entre os limites de vinte e quarenta por cento,
calculados sobre o valor do vencimento do cargo exercido e será fixada em regulamento.
§ 2º - A gratificação por execução de trabalho com risco de vida apenas será devida enquanto o
servidor público execute suas atividades nas mesmas condições que deram causa à concessão da
vantagem, mantido o direito à percepção da mesma apenas nas ausências por motivo de férias, luto,
casamento, licenças previstas no art. 122, I a IV e X, e serviço obrigatório por lei.
§ 3º - A gratificação prevista neste artigo não será concedida ao servidor público que já estiver perce-
bendo a gratificação constante do art. 97.
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SUBSEÇÃO VI
Art. 101 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de cinquenta por cento em rela-
ção à hora normal de trabalho.
§ 1º - Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e tempo-
rárias, respeitado o limite máximo de duas horas diárias, e não excederá 180 (cento e oitenta) dias
por ano.
§ 2º - A gratificação somente será devida ao servidor público efetivo que trabalhe além da jornada
normal, vedada sua incorporação à remuneração.
Art. 106 - O Adicional de Tempo de Serviço, respeitado do disposto no artigo 166, será conce-
dido ao servidor público, a cada 05 (cinco) anos de efetivo exercício, no percentual de 5%
(cinco por cento), limitado a 35% (trinta e cinco por cento) e calculado sobre o valor do
respectivo vencimento. (Nova redação dada pela Lei Complementar nº 92/1996)
Parágrafo único - Em caso de acumulação legal, o adicional de tempo de serviço será devido
em razão do tempo prestado em cada cargo.
DO ADICIONAL DE ASSIDUIDADE
Art. 108. Após cada decênio ininterrupto de efetivo exercício prestado a administração direta, autar-
quias e fundações do Estado do Espírito Santo, o servidor público em atividade terá direito a um
adicional de assiduidade, em caráter permanente, correspondente a 2% (dois por cento) do venci-
mento básico do cargo, respeitando o limite de 15% (quinze por cento) com integração de mesma
vantagem concedida anteriormente sob regime jurídico diverso.
§ 1º A gratificação de assiduidade para o decênio em curso na data de promulgação desta Lei Comple-
mentar será calculada proporcionalmente e de forma mista.
§ 2º Para aplicação do disposto no § 1º será considerado percentual de 5% (cinco por cento) para os
anos já trabalhados e de 2% (dois por cento) para os anos a serem trabalhados até a Complemen-
tação do decênio. (Artigo 108 e §§ 1º e 2º nova redação dada pela Lei Complementar nº 141/1999)
Art. 109 - Interrompem a contagem do tempo de serviço, para efeito de cômputo de decênio previsto
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no “caput” deste artigo, os seguintes afastamentos: (Nova redação dada pela Lei Complementar nº
80/1994)
III - Licença por motivo de doença em pessoa da família, quando superiores a 30 (trinta) dias ininter-
ruptos ou não;
IV - Licença para tratamento da própria saúde, quando superiores a 60 (sessenta) dias, ininterruptos
ou não.
V - Faltas injustificadas;
§ 1º - A interrupção do exercício de que trata o “caput” deste artigo, determinará o reinício da conta-
gem do tempo de serviço para efeito de aquisição do benefício, a contar da data do término do afas-
tamento.
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Art. 110 - As faltas injustificadas ao serviço, bem como as decorrentes de penalidades disciplinares e
de suspensão, retardarão a concessão da assiduidade na proporção de sessenta dias por falta.
Art. 111 - O servidor público com direito ao adicional de assiduidade poderá optar pelo gozo de 3 (três)
meses de férias-prêmio, na forma prevista no art.118.(Nova redação dada pela Lei Complementar nº
80/1996)
DA GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo não poderá ser percebida cumulativamente pelo servidor
público que ocupe cargo efetivo e em comissão aos quais a mesma seja atribuída, distintamente,
sendo facultada, nesta hipótese, a opção pela de maior valor.
§ 2º - A gratificação de representação será fixada por lei até o limite máximo de cinqüenta por cento
do vencimento do cargo.
Art. 114. O servidor público terá direito anualmente ao décimo terceiro vencimento, com base no
número de meses de efetivo exercício no ano, na remuneração integral que estiver percebendo ou no
valor do provento a que o mesmo fizer jus, conforme dispuser o regulamento.
§ 1º O 13º vencimento será pago no mês de dezembro, proporcionalmente aos meses trabalhados, à
razão de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício no ano.
§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.
§ 4º Quando a admissão do servidor ocorrer durante o decurso do ano civil, o pagamento do 13º
vencimento será feito exclusivamente no mês de dezembro, na proporção dos meses de efetivo exer-
cício, observada a regra prevista no § 1º.
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13º vencimento, o pagamento será efetuado no mês subsequente ao do afastamento, à razão de 1/12
(um doze avos) por mês de efetivo exercício.
III - exoneração;
IV - falecimento;
V - aposentadoria. (NR) (Parágrafos 1º ao 7º e incisos, incluídos no Artigo 114 pela Lei Complementar
nº 880/2017).
DAS LICENÇAS
SEÇÃO I
VIII - trato de interesses particulares e licença especial. (Acrescentado pela Lei Complementar nº
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137/1999)
X - paternidade.
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 225 - O servidor público responde civil, penal e administrativamente, pelo exercício irregular de
suas atribuições.
Art. 226 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
importe prejuízo à Fazenda Pública estadual ou a terceiros.
§ 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Pública estadual deverá ser liquidada na forma
prevista no art. 73, § 2º.
§ 3º - A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o
limite do valor da herança recebida.
Art. 227 - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao servidor público,
nessa qualidade.
Art. 229 - As cominações civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes
entre si, bem assim as instâncias.
Art. 230 - A absolvição criminal só afasta a responsabilidade civil ou administrativa do servidor públi-
co, se concluir pela inexistência do fato ou lhe negar a autoria.
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TÍTULO II
CAPÍTULO ÚNICO
Do Código de Ética Policial
VII – exercer a função policial com probidade, discrição e moderação, fazendo observar as leis com
polidez;
VIII – não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam influir em suas decisões;
XI – preservar a confiança e o apreço de seus concidadãos pelo exemplo de uma conduta irrepreen-
sível na vida pública e na particular;
XI – não abandonar o posto em que deva ser substituído sem chegada do substituído;
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2 – quando solicitado por qualquer pessoa carente de socorro policial, encaminhando-a à autoridade
competente, quando insuficientes as providências de sua alçada.
CAPÍTULO I
Das Prerrogativas
VI – portar armas, mediante autorização do órgão competente. (Nova redação dada pela lei Comple-
mentar nº 03/1990).
Art. 179 - A função policial, pelas suas características e finalidades, fundamenta-se na hierarquia e na
disciplina.
§ 1º - A hierarquia policial civil é ordenação das autoridades, em diferentes níveis; segundo a compo-
sição do organismo da Polícia Civil e a classificação dos cargos dentro da estrutura do Quadro de
Pessoal da Polícia Civil.
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NFPSS
§ 1º - A ordenação dos cargos se faz por escalonamento vertical, de acordo com os padrões de
vencimentos fixados em lei, entendendo-se que os funcionários policiais de padrão mais elevado tem
precedência hierárquica sobre os de padrão inferior, quando exercerem funções no mesmo órgão ou
prestarem serviços em conjunto.
§ 4º - A hierarquia da função tem por base a posição das unidades administrativas na estrutura
organizacional da Polícia Civil e em relação ao titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública,
entendendo-se que os dirigentes de cada órgão se subordinam às chefias que lhes sejam superiores
e os funcionários policiais às autoridades sob as quais servirem.
Art. 181 - Os funcionários policiais integrantes do Quadro de Pessoal da Polícia Civil e demais funcio-
nários em exercício em órgãos policiais civis, sediados no interior do Estado, ficam subordinados à
autoridade policial local.
Art. 182 - Nos serviços em que intervier o trabalho de equipe, os funcionários especializados, técnico-
-científicos e administrativos ficam subordinados à autoridade policial que presida ao procedimento
formal.
Do Regime Disciplinar
CAPÍTULO I
Da Acumulação
Art. 183 - Ao funcionário policial é vedado exercer outra atividade, qualquer que seja a forma de
admissão, remunerada ou não, em entidade pública ou empresa privada, ressalvada a prática profis-
sional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos de carreira Médico Legista, o
magistério da Escola de Polícia Civil, a participação em órgão de deliberação coletiva e o encargo
de auxiliar ou membro de banca ou comissões de concurso, assegurado, porém, o direito dos atuais
ocupantes de dois cargos públicos em regime de acumulação legal remunerada. Vetado.
Parágrafo único - A ressalva prevista neste artigo fica necessariamente condicionada à compatibili-
dade de horários.
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NFPSS
CAPÍTULO II
Da Responsabilidade
Art. 184 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário policial responde civil, penal e
administrativamente.
Art. 185 - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo; que importe em prejuí-
zo da Fazenda Estadual ou terceiros.
§ 1º - A indenização do prejuízo causado à Fazenda Estadual poderá ser liquidada mediante desconto
em prestações mensais não excedentes da décima parte do vencimento, à míngua de outros bens que
respondam pela indenização.
Art. 188 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se sendo umas e outras inde-
pendentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.
Art. 189 - As faltas disciplinares cometidas por policiais militares postos à disposição de órgãos da
Polícia Civil ou que se encontrem na execução de serviços vinculados a autoridade policial civil, serão
levadas pela própria autoridade responsável pelo serviço ao conhecimento do organismo a que
pertençam, para o fim de que a apuração das faltas seja promovida de acordo com os regulamentos
específicos de cada órgão.
Art. 190 - Nas ações policiais, cabe ao superior hierárquico a responsabilidade integral das decisões
que tomar ou de atos que praticar, inclusive de missões e ordens por ele expressamente determinadas.
Art. 191 - Cometerá falta de natureza grave o superior hierárquico que dificultar, impedir ou de algu-
ma forma frustrar a aplicação de penalidade disciplinar.
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CAPÍTULO III
II – divulgar ou propiciar divulgação de fatos ocorridos na repartição bem como a de boatos e notícias
tendenciosas;
III – deixar habitualmente de saldar dívidas legítimas ou de pagar com regularidade pensões a que
esteja obrigado em virtude de decisão judicial;
VII – concorrer de qualquer forma para a defesa de interesse de pessoa custodiada ou presa, fora dos
casos previstos em lei;
VIII – manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoa de má reputação ou de notó-
rios e desabonadores antecedentes criminais, salvo em razão do serviço;
X – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determinada por lei ou pela autori-
dade competente;
XII – deixar de tratar com deferência e urbanidade devidas, intencionalmente ou por negligência, os
superiores hierárquicos e os subordinados;
XIII – deixar de exercer a autoridade compatível à sua classe, cargo ou função ou prevalecer-se, abusi-
vamente da condição de funcionário policial;
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NFPSS
XIV – comparecer a qualquer ato de serviço em visível estado de embriaguez ou ingerir bebidas alcoó-
licas durante o mesmo;
XVI – faltar ou chegar atrasado ao serviço e deixar de participar, com antecedência, à autori-
dade a que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo motivo
plenamente justificável;
XVII – não se apresentar ao serviço, sem motivo justo, ao fim de licença, de qualquer natureza, férias,
dispensa de serviço, ou ainda, depois de saber que qualquer delas foi interrompida por ordem legal
e superior;
XIX – deixar de freqüentar, com assiduidade, cursos instituídos pela Escola de Polícia Civil, quando
esteja matriculado;
CAPÍTULO IV
I – advertência;
III – suspensão;
IV – destituição de função;
VI – demissão;
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IV – os antecedentes do funcionário;
V – a reincidência;
VI – as circunstâncias atenuantes;
II – ter o funcionário:
b) haver cometido a infração sob coação irresistível de superior hierárquico ou sob influência de
violenta emoção provocada por ato injusto de terceiros;
d) ter mais de 5 (cinco) anos de serviço, com bom comportamento, antes da infração.
§ 2º - São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituam ou qualifiquem outra trans-
gressão disciplinar;
I – reincidência;
III – coação, instigação ou determinação para que outro funcionário policial, subordinado ou não,
pratique a transgressão ou dela participe;
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VI – premeditação.
II – ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço, da ordem
ou da segurança pública.
Art. 196 - A aplicação das penas de suspensão superior a 60 (sessenta) dias, demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade será sempre precedida de processo administrativo disciplinar. (Nova
redação dada pela Lei Complementar nº 03/1990)
Art. 197 - A aplicação das penas de suspensão até 60 (sessenta) dias, de destituição de função, de
alteração compulsória de localização e de advertência será precedida de investigação sumária. (Nova
redação dada pela Lei Complementar nº 03/1990)
Art. 199 - O ato punitivo mencionará sempre os fundamentos da penalidade, bem como, se tratando
de demissão, o período de incompatibilidade para o exercício de outro cargo ou função.
b) de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, quando a demissão for aplicada com nota “a bem do serviço público”.
Art. 200 - A pena de advertência será sempre aplicada por escrito ao infrator destinando-se às faltas
consideradas leves. (Nova redação dada pela Lei Complementar nº 03/1990)
II – faltas médias;
§ 1º - A pena de suspensão importa na perda total da remuneração correspondente aos dias que
durar. (Nova redação dada pela Lei Complementar nº 03/1990)
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Art. 202 - A destituição de função terá por fundamento a falta de exação no cumprimento do dever.
Art. 203 - A pena de alteração compulsória de localização será aplicada quando constatada a incom-
patibilidade ou inconveniência de permanecer o funcionário policial no exercício de suas atividades em
determinado órgão ou localidade.
I – crime contra os costumes ou contra o patrimônio e que por sua natureza e configuração, seja
considerado como infamante, de modo a incompatibilizar o funcionário policial para o exercício do
cargo ou função;
IV – ameaça ou ofensa física em serviço, contra superior hierárquico, funcionário vetado ou particular,
salvo se em legítima defesa;
VII – abandono do cargo, como tal entendida a ausência ao serviço, sem causa justificada, por mais
de 30 (trinta) dias consecutivos;
VIII – ausência ao serviço sem causa justificada, por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, não
consecutivos, no decurso de 1 (um) ano;
IX – transgressões dos incisos XXIX a LXXXI do artigo 192; (Nova redação dada pela Lei Complementar
nº 03/1990)
Parágrafo único - Poderá ser ainda aplicada a pena de demissão ocorrendo contumácia na prática de
transgressões disciplinares, de qualquer natureza, desde que o funcionário policial tenha sido punido
com pena de suspensão, por mais de 3 (três) vezes.
Art. 205 - Atendendo-se à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com a nota “a bem do
serviço público”, a qual constará sempre dos atos de demissão fundada nos incisos I, II, e IV do artigo
204 e nos incisos XLVIII, LVIII, LXXI, LXXIII, LXXV e LXXIX, do artigo 192.
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Art. 206 - Serão cassadas do funcionário policial, a quem for atribuída transgressão punível
com pena de demissão, as prerrogativas de uso da insígnia e identificação funcional e o porte
de armas, durante o período em que esteja respondendo ao competente processo administra-
tivo disciplinar.
Parágrafo único - O não atendimento à determinação deste artigo implica em suspensão de venci-
mento ou remuneração do indiciado, sem prejuízo das demais sanções disciplinares cabíveis.
Art. 208 - Ocorrendo a perda de função pública do funcionário policial, em razão de sentença conde-
natória transitada em julgado, será expedido pelo Governador do Estado ato declaratório de sua
desinvestidura.
CAPÍTULO V
III – o Delegado Chefe da Polícia Civil, nos casos previstos no artigo 197;
IV – o Delegado de Polícia nos casos previstos no artigo 200. (Nova redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 03/1990).
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Art. 124. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, consiste em
garantir às pessoas o pleno e livre exercício dos direitos e garantias fundamentais, individuais, coleti-
vos, sociais e políticos estabelecidos na Constituição Federal e nesta Constituição.
Parágrafo único. Fica assegurado, na forma da lei, o caráter democrático na formulação da política e
no controle das ações de segurança pública do Estado, com a participação da sociedade civil.
Art. 125. Os Municípios poderão instituir guardas municipais destinadas à proteção dos seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei municipal.
Art. 126. São órgãos da administração pública encarregados especificamente da segurança pública e
subordinados ao Governador do Estado e à Secretaria de Estado da Segurança Pública:
I - a Polícia Civil;
II - a Polícia Militar;
Art. 127. Os órgãos estaduais de segurança pública, referidos no artigo anterior, serão regidos por
legislação especial que definirá suas estruturas, competências, direitos, garantias, deveres e prerro-
gativas de seus integrantes, de modo a assegurar a eficácia de suas atividades e atuação harmônica,
respeitada a legislação federal.
Art. 128. À Polícia Civil, essencial à defesa dos indivíduos, da sociedade e do patrimônio, dirigida por
delegado de polícia de carreira, incumbem as funções de polícia judiciária, polícia técnico-
-científica e a apuração das infrações penais, exceto as militares.
Redação original em vigor, tendo em vista a ADI nº 2710-7. (acórdão pub. No D.J. do dia 13.06.2003)
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DIREITO CIVIL5
A LINDB é uma norma de sobredireito, ou seja, é uma norma sobre como se elaboram, se inter-
pretam e se aplicam as normas do ordenamento jurídico brasileiro.
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país QUARENTA E CINCO DIAS
depois de oficialmente publicada.
- Vacatio Legis: é o período que medeia entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor. Existem
três espécies:
• Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão. Exemplo: no novo CPC geralmente
temos a expressão na lei determinando “entra em vigor um ano depois de publicada”.
• Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da Lei de Intro-
dução, ou seja, no silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou,
no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial.
• Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publi-
cação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia TRÊS
MESES depois de oficialmente publicada.
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
- Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade e pode ser:
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CLASSIFICAÇÃO:
• Quanto à extensão:
Revogação total ou ab-rogação: ocorre quando se torna sem efeito uma norma de forma integral.
Revogação parcial ou derrogação: uma lei nova torna sem efeito parte de uma lei anterior.
• Quanto ao modo:
Revogação expressa (ou por via direta): a lei nova taxativamente declara revogada a lei anterior
ou aponta os dispositivos que pretende retirar.
Revogação tácita (ou por via obliqua): a lei posterior é incompatível com a anterior, não
havendo previsão expressa no texto a respeito da sua revogação.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revo-
gue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incom-
patível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, NÃO revoga
nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência.
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Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalte-
rável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
#APOSTACICLOS: A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona
legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes
e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado
em 13/6/2017 (Info 610).
#DEOLHONATABELA #PRINCIPAISREGRAS
CASAMENTO
O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge,
requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, que se apostile ao mesmo a adoção
do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao
competente registro.
Realizando-se o casamento no Brasil, aplica-se a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e
às formalidades da celebração.
As invalidades e o regime de bens serão regidos pela lei de domicílio dos nubentes. Tendo eles domi-
cílio diverso, se regerão pelo primeiro domicílio conjugal.
Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o
casamento e os demais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de
óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país da sede do Consulado.
Atenção, pois ambos devem ser brasileiros.
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DIVÓRCIO
As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divór-
cio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os
requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições
relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto
à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se
deu o casamento
Nesse caso, é indispensável a assistência de advogado (que deverá assinar a petição), mas dispensa-se
sua assinatura na escritura pública.
SUCESSÃO
Pela regra geral, a sucessão é regida pela lei de domicílio do de cujus. Porém, quanto aos bens situa-
dos no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos sucessores brasileiros, a não ser que a lei pessoal
do de cujus seja mais favorável a eles.
A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
BENS
Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que
estiverem situados.
Aplica-se, todavia, a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que
ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. Exceção: quando se tratar de penhor
aplica-se a lei do domicílio da pessoa que tem a coisa empenhada.
OBRIGAÇÕES
Para qualificar e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que elas foram constituídas.
A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Cuidado: o art. 435 do CC diz que se reputa celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Há,
portanto, duas regras distintas e a doutrina alega que a LINDB será aplicada aos contratos interna-
cionais (reputando-se celebrado no local em que residir o proponente), ao passo que o CC se aplica
a contratos nacionais. Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos
extrínsecos do ato.
#ATENÇÃO: as recentes alterações na LINDB, trazida pela Lei n.º 13.655/18, são no sentido de trazer
regras de interpretação, voltadas para principalmente para a administração pública. O tema pode cair
tanto em Direito Civil como em Direito Administrativo e é bastante rico em detalhes!
#NOVIDADELEGISLATIVA
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurí-
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Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as difi-
culdades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos
dos administrados.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de
mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação
nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de
direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condi-
cionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo
aos interesses gerais.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará
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em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de
orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva
do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicá-
vel, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
II – (VETADO);
- deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções
aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO).
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo
ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabi-
mento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre
os envolvidos.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso
de dolo ou erro grosseiro.
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Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa,
salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação
de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consul-
ta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação
ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde
a concepção, os direitos do nascituro. Parte inferior do formulário
Basta nascer e respirar pela primeira vez para se tornar pessoa humana, para adquirir direitos e
contrair obrigações. Colocar a salvo seus direitos do nascituro significa impedir que situações que venham
prejudicar os direitos que vão ser estabelecidos com seu nascimento possam ocorrer antes do mesmo.
a) Teoria natalista (Caio Mário, Venosa, Tepedino): a personalidade jurídica se inicia com o nasci-
mento com vida (momento da primeira respiração).
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d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Maria Helena): alguns sustentam que o
nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da personalidade (ex. plei-
tear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal. No entanto, não
tem personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa teoria é mais
afinada com a ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos existenciais e
patrimoniais.
- CAPACIDADE:
Lembrem-se da alteração dos artigos 3º e 4º realizada pelo Estatuto da Deficiência (Lei 13.146/2015),
táokei?
#SEMPRECAI: Aqueles que, por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vonta-
de são RELATIVAMENTE incapazes.
A menoridade cessa aos dezoito anos. Já a incapacidade cessa: a) pela concessão dos pais ou de
um deles na falta de outro, mediante INSTRUMENTO PÚBLICO, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; b) pelo casa-
mento; c) pelo exercício de emprego público efetivo; d) colação de grau em curso de ensino superior ; e)
pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que em função
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
- AUSÊNCIA: Sobre ausência, ler os artigos do CC (arts. 22 a 39). #ATENÇÃO aos artigos 25, 26,
28, 37 e 38, pois, estabelecem prazos relacionados aos procedimentos de ausência;
- COMORIÊNCIA: Art. 8º do Código Civil. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,
não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultanea-
mente mortos.
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Obs.: Ôôô, Delta? Atente-se ao detalhe: o artigo fala na mesma ocasião (TEMPO), em razão do
mesmo evento ou não, sendo essas pessoas ligadas por vínculos sucessórios, ok?
- DIREITOS DA PERSONALIDADE:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, OS DIREITOS DA PERSONALIDADE SÃO INTRANS-
MISSÍVEIS E IRRENUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Além disso, observar o entendimento dos Tribunais Superiores, no informativo 911 do STF, pois, o
Transgênero pode alterar o prenome e gênero sem cirurgia e sem necessidade de autorização judicial.
Também, no Informativo 632, o STJ afirmou que a inobservância do dever de informar e de obter o
consentimento informado do paciente viola o direito à autodeterminação e caracteriza responsabilidade
extracontratual, ou seja, passível de danos morais.
O rol dos direitos da personalidade é exemplificativo. Existe uma cláusula geral de proteção da
personalidade no direito brasileiro: a dignidade da pessoa humana. Dignidade não comporta um
conceito unívoco, mas comporta um núcleo duro, um conteúdo mínimo: (i) respeito à integridade
física e psíquica; (ii) reconhecimento de liberdade e igualdade; (iii) reconhecimento de um direito a um
mínimo existencial.
#SELIGA: quem tem personalidade jurídica tem capacidade genérica, mas a recíproca não é verda-
deira. Ex.: entes despersonalizados. Ter personalidade jurídica significa ter uma proteção funda-
mental (direitos da personalidade) enquanto a capacidade jurídica é a possibilidade de titularizar atos
jurídicos.
Lesados indiretos (art. 12, p. único, CC): ocorre quando a lesão é dirigida à personalidade de
alguém que já morreu. A lesão atinge diretamente o morto, mas não produz nenhum efeito, porque sua
personalidade já se extinguiu. Contudo, além do morto, serão atingidos indiretamente os familiares do
morto. Os familiares estarão legitimados a requerer indenização em nome próprio, defendendo
interesse próprio. Trata-se de uma legitimidade autônoma (ordinária) para o processo
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- NOME
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 19: O pseudônimo adotado para atividades LÍCITAS goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 12: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão a direito da personalidade, e reclamar perdas
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único: em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.
Parágrafo único: Em se tratando de morto ou ausente, são partes legítimas para requerer essa prote-
ção o cônjuge ou os descendentes.
#APOSTACICLOS
Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via pública. Os
familiares do morto ajuizaram ação de indenização por danos morais contra o jornal alegando que
houve violação aos direitos de imagem. O STF julgou a ação improcedente argumentando que
condenar o jornal seria uma forma de censura, o que afronta a liberdade de informação jornalística.
STF. 2ª Turma. ARE 892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/10/2018 (Info 921).
#DEOLHONAJURIS
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sem a sua autorização, em propagandas de um remédio para emagrecer. O STJ afirmou que, além
da indenização por danos morais e materiais, a atriz também tinha direito à restituição de todos
os benefícios econômicos que a ré obteve na venda de seus produtos (restituição do “lucro da
intervenção”). Lucro da intervenção é uma vantagem patrimonial obtida indevidamente com base
na exploração ou aproveitamento, de forma não autorizada, de um direito alheio. Dever de resti-
tuição do lucro da intervenção é o dever que o indivíduo possui de pagar aquilo que foi auferido
mediante indevida interferência nos direitos ou bens jurídicos de outra pessoa. A obrigação de
restituir o lucro da intervenção é baseada na vedação do enriquecimento sem causa (art. 884 do
CC). A ação de enriquecimento sem causa é subsidiária. Apesar disso, nada impede que a pessoa
prejudicada ingresse com ação cumulando os pedidos de reparação dos danos (responsabilidade
civil) e de restituição do indevidamente auferido (lucro da intervenção). Para a configuração do
enriquecimento sem causa por intervenção, não se faz imprescindível a existência de deslocamen-
to patrimonial, com o empobrecimento do titular do direito violado, bastando a demonstração de
que houve enriquecimento do interventor. O critério mais adequado para se fazer a quantificação
do lucro da intervenção é o do enriquecimento patrimonial (lucro patrimonial). A quantificação do
lucro da intervenção deverá ser feita por meio de perícia realizada na fase de liquidação de sentença,
devendo o perito observar os seguintes critérios: a) apuração do quantum debeatur com base no
denominado lucro patrimonial; b) delimitação do cálculo ao período no qual se verificou a indevida
intervenção no direito de imagem da autora; c) aferição do grau de contribuição de cada uma das
partes e d) distribuição do lucro obtido com a intervenção proporcionalmente à contribuição de
cada partícipe da relação jurídica. STJ. 3ª Turma. REsp 1698701-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 02/10/2018 (Info 634).
- PESSOA JURÍDICA
Atenção aos artigos. 41, 42, 43, 44, 5, 47, 50, 51, 52, 53, 55, 56, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 68, 69!!
- As pessoas jurídicas de direito público externo são os Estados estrangeiros e todas as pessoas que
forem regidas pelo direito internacional público;
- A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato consti-
tutivo no respectivo registro.
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- Decai em 03 (três) anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado,
por defeito do ato respectivo, contado do prazo da publicação de sua inscrição no registro.
- O direito de anular as decisões quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude.
- Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais;
- Quanto às fundações, o instituidor fará, por escritura pública ou por testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira como administrá-la.
- ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econô-
micos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vanta-
gens especiais.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquiren-
te ou ao herdeiro, SALVO disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedi-
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mento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
- FUNDAÇÕES
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por ESCRITURA PÚBLICA OU TESTAMENTO,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a manei-
ra de administrá-la.
– assistência social;
– saúde;
IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO).
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não
contrarie ou desvirtue o fim desta;
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III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, PODERÁ O JUIZ SUPRI-
-LA, A REQUERIMENTO DO INTERESSADO.
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da
fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à
minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
#SELIGA #TEORIAS
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obri-
gações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica
(desconsideração da pessoa jurídica).
• Desconsideração direta (regular): bens dos sócios ou administradores respondem por dívidas da
pessoa jurídica.
• Desconsideração inversa: bens da pessoa jurídica respondem por dívidas dos sócios e administra-
dores.
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• Desconsideração expansiva: tem o escopo de atingir o patrimônio do sócio oculto que se utiliza de
um terceiro aparente (“laranja”, “testa de ferro”) para controlar a sociedade.
(i) prejuízo ao credor (art. 4º, Lei nº 9605/98 e art. 28, §5º, Lei nº 8078/90).
#ALTERAÇÃO LEGISLATIVA:
A Medida Provisória 881/2019, alterou o Código Civil no artigo que trata sobre a possibilidade de
desconsideração da personalidade jurídica, vejamos:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e deter-
minadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores
ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa
jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natu-
reza
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§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o
caput não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
Bens considerados em si, observem que não perdem o caráter de imóveis, os materiais provisoria-
mente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
E são móveis, para os efeitos legais, os materiais destinados a alguma construção que não forem
empregados; Readquirem a essa qualidade, os provenientes da demolição de algum prédio.
#CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS: o art. 99 do Código Civil classifica os bens públicos de
acordo com a sua destinação (ou afetação): #JÁCAIUÉ? #UMAVEZSIMOUTRATAMBÉM
Bens de uso comum do povo: São aqueles destinados à utilização geral pelos indivíduos, poden-
do ser utilizados por todos em igualdade de condições independentemente de consentimento individua-
lizado por parte do Poder Público (uso coletivo). Exs: ruas, praças, rios, praias etc.
Bens de uso especial: São aqueles utilizados pela Administração para a prestação dos serviços
administrativos e dos serviços públicos em geral, ou seja, utilizados pela Administração para a satisfação
de seus objetivos. Exs: prédio onde funciona um órgão público.
Bens dominicais: São aqueles que não estão sendo utilizados para nenhuma destinação públi-
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ca (estão desafetados), abrangendo o denominado domínio privado do Estado. Exs: terras devolutas,
terrenos de marinha, prédios públicos desativados, móveis inservíveis, dívida ativa etc. Os bens públicos
dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam
sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
#ATENÇÃO: NAVIO E AEROVAVES: admitem hipoteca e possuem registro especial, no entanto são
bens móveis especiais.
O Código Civil trata dos bens públicos do art. 99 ao 103, além da CF em seus art. 20 e 26. Vale a
pena a o estudo!
Art. 90. Constitui UNIVERSALIDADE DE FATO a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à
mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas
próprias.
Sobre o tema, podemos ter três classificações distintas: bem principal, bem acessório e pertença.
Vejamos:
Art. 92. PRINCIPAL é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; ACESSÓRIO, aquele cuja
existência supõe a do principal.
Art. 93. São PERTENÇAS os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal NÃO abrangem as pertenças, salvo
se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
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Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de
negócio jurídico.
Atenção aos artigos: 108, 110, 119, 121, 123, 124, 125, 131, 133, 136, 137, 139, 143, 149, 153, 156, 157, 159,
167, 169, 170, 171, 182, 178, 179, 181!!
a) Manifestação de Vontade: É a soma da vontade interna + externa. Em geral pode ser expressa
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ou tácita. Todo negócio pressupõe, para existir, um agente emissor de vontade, em geral pessoa física ou
pessoa jurídica. Com base no princípio da boa-fé, o silêncio pode traduzir aceitação para evitar compor-
tamento contraditório. A proibição do comportamento contraditório encontra base na teoria do “Nemo
potest venire contra factum proprium”.
b) Agente Emissor da Vontade: Todo negócio deve ter um declarante, sob pena de não existir.
d) Forma: Trata-se do “revestimento exterior da vontade” do negócio jurídico. Isso significa que a
forma é o “veículo/meio” pelo qual a vontade se manifesta (Ex.: escrita, oral). Por isso, não se confunde
com a própria vontade, apesar de estar intimamente ligada a ela.
São, portanto, 4 os pressupostos de existência, sem os quais o negócio jurídico é inexistente (mani-
festação de vontade + agente emissor da vontade + objeto do negócio + forma).
2) PLANO DE VALIDADE: Verifica se o negócio possui aptidão para produzir efeitos. Os pressu-
postos de validade nada mais são que os pressupostos de existência qualificados.
A Lei, porém, excepcionalmente, exige a forma do negócio como pressuposto de validade do negó-
cio jurídico (negócio ad solemnitatem – art. 108 do CC: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 Vezes o maior salário mínimo vigente
no País”).
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Vício social: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre
um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação.
1) ERRO:
Espécies de erro:
• Erro impróprio? Incide apenas na vontade declarada, e não em sua intenção. Não foi adotada pelo
sistema jurídico brasileiro.
2) DOLO.
Causa de anulabilidade do negócio jurídico e consiste no artifício ou ardil empregado pela outra
parte ou por terceiro para prejudicar o declarante enganado. É um erro provocado.
Nos termos do art. 145, somente terá efeito invalidante o dolo principal, ou seja, se atacar a causa
do negócio. O dolo acidental, previsto no art. 146, por atacar aspectos secundários do negócio, não o
invalida, gerando apenas obrigação de pagar perdas e danos.
Dolo negativo consiste em uma omissão dolosa de informação ou silêncio intencional que
prejudica a outra parte do negócio. Traduz quebra do dever de informação e violação à boa fé obje-
tiva (art. 147, CC). Gera a invalidade do negócio jurídico.
Dolo Bilateral: Já no dolo bilateral, previsto no art. 150, nenhuma parte pode alegar dolo da outra
para anular o negócio.
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A coação traduz violência. Consiste em uma ameaça ou violência psicológica. Não se confun-
dem com a coação física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio.
4) ESTADO DE PERIGO.
Não era previsto no CC/16. É causa de anulação do negócio jurídico, quando o agente, diante
de uma situação de perigo de dano conhecido pela outra parte, assume uma obrigação excessiva-
mente onerosa, em franco desrespeito ao princípio da função social.
CHEQUE CAUÇÃO: o cheque caução como condição para atendimento emergencial em hospitais
é exemplo da teoria do estado de perigo para justificar a invalidade do ato praticado.
5) LESÃO:
Vício social do negócio jurídico. O negócio interno não é o mesmo do negócio manifestado.
Enunciado 152, III, Jornada de Direito Civil: “toda simulação, inclusive, a inocente (que não causa
prejuízo), é invalidante”.
#NÃOCONFUNDA:
• Simulação absoluta: na aparência há determinado negócio, mas na essência não há negócio algum,
o que gera a nulidade do ato praticado.
Enunciado 578 CJF: Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídico, sua alegação pres-
cinde de ação própria.
7) FRAUDE CONTRA CREDORES: É um vício social do negócio jurídico. Para fins de prova objeti-
va, os negócios praticados em fraude contra credores são anuláveis (art. 171, CC).
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...)
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II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo
sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante
hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajus-
tada.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a
pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que
hajam procedido de má-fé.
• Disposição onerosa: exige a colusão fraudulenta entre as partes (consilium fraudis – elemento subje-
tivo) e o prejuízo ao credor (eventus damni – elemento objetivo).
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a
insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
§1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Súmula 381 do STJ: nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusivi-
dade das cláusulas Ação de nulidade – Efeitos da Sentença: Erga omnes e Ex tunc.
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Ação anulatória é constitutiva negativa sujeita a prazo decadencial (art. 178 e 179, CC).
Enunciado 538 CJF: No que diz respeito a terceiros eventualmente prejudicados, o prazo decaden-
cial de que trata o art. 179 do Código Civil não se conta da celebração do negócio jurídico, mas da
ciência que dele tiverem.
É irratificável (art. 169, 1ª parte), ou seja, é insus- É ratificável (art. 172). Pode ser suprida, sanada,
cetível de confirmação. inclusive pelas partes.
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OBS: Os prazos prescricionais estão SEMPRE previstos na lei, e, no Código Civil, estão em 2 únicos
artigos (arts. 205 e 206).
PRAZO HIPÓTESES
01 ANO (i) Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
03 ANOS (i) Aluguéis de prédios; (ii) enriquecimento sem causa; (iii) reparação civil.
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Artigos mais cobrados: 233, 234, 235, 238, 241, 243, 244, 246, 252, 256, 259, 260, 262, 265, 269, 270,
272, 273, 275, 276, 277, 279, 280, 282, 283, 289, 290, 291, 296, 299, 300, 302, 303, 305, 309, 310, 313, 314,
315, 317, 320, 327, 330, 331, 333, 346, 347, 250, 356, 360, 362, 363, 364, 366, 369, 371, 372, 373, 381, 385,
388, 393, 395, 397, 398, 399, 408, 409, 412, 413, 414 e 416.
Os artigos trazidos acima, devidamente estudados, auxiliarão (e muito!), na resolução das questões
da prova. (depois você me conta!)
• Supressio: perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não exercício no tempo. Haveria
uma perda por renúncia tácita do titular do direito não exercido em determinado período de tempo.
• Surrectio: é o surgimento de um direito diante de práticas, usos e costumes. É o outro lado da moeda
da supressio. Um perde o direito em razão de sua inércia e o outro ganha.
• Tu quoque: (“Até tu, Brutus?”). Traduz a regra de ouro da boa-fé. Não faça com o outro o que você
não faria contra si mesmo. Visa a impedir que uma das partes na relação negocial surpreenda a outra,
colocando-a em situação injusta de desvantagem.
• Exepctio doli: excepctio é defesa e doli é dolo. É a defesa contra o dolo alheio. Ex. exceção do contrato
não cumprido.
• Duty to mitigate the loss: a boa-fé objetiva impõe ao credor o dever de mitigar o próprio prejuízo,
evitando o aumento da dívida do devedor, quando possível
#AJUDAMARCINHO
A mera notícia de decisão judicial determinando a indisponibilidade forçada dos bens do réu, no
cerne de outro processo, com objeto e partes distintas, NÃO possui o condão de interromper a
incidência dos juros moratórios. STJ. 3ª Turma. REsp 1740260-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 26/06/2018 (Info 629).
Se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço total ajustado evidenciar que o paga-
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mento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode declarar a perda integral daquela quantia
inicial como se arras confirmatórias fosse, sendo legítima a redução equitativa do valor a ser retido.
STJ. 3ª Turma. REsp 1513259-MS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
Artigos mais cobrados: 927, 928, 931, 932, 933, 934, 935, 936, 937, 938, 940, 943, 944 e 945.
Fazendo um paralelo com o estudo dos atos ilícitos, importante falar sobre as excludentes de ilici-
tude, lembrem-se que, nem sempre, elas isentam o agente do dever de ressarcir. Vejam:
a) Estado de necessidade (artigo 188, II, CC): se no atuar em estado de necessidade o agente
atingir terceiro
inocente (que não tiver sido responsável pelo dano), deverá indenizá-lo, com direito de regresso
contra o causador do dano, na forma dos artigos 929 e 930.
b) Legítima defesa (artigo 188, I, 1a parte, CC): Se atinge um terceiro inocente, deverá indenizá-
-lo, cabendo a regressão ao causador do dano, aplicando-se também os artigos 929 e 930.
c) Legítima defesa putativa: há o dever de indenizar. Nesse caso haverá a exclusão da culpabili-
dade, mas não da antijuridicidade.
e) Estrito cumprimento do dever legal e Exercício regular de direito (188, I, 2a parte, CC): É
óbvio que o estrito cumprimento do dever legal afasta a responsabilização, desde que não haja abuso.
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Trata-se de teoria inspirada na doutrina francesa (perte d’une chance). Na Inglaterra é chamada
de loss-of-a-chance. Segundo esta teoria, se alguém, praticando um ato ilícito, faz com que outra
pessoa perca uma oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo, esta conduta
enseja indenização pelos danos causados. Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua
conduta, faz com que a vítima perca a oportunidade de obter uma situação futura melhor. Com
base nesta teoria, indeniza-se não o dano causado, mas sim a chance perdida. Esta teoria é apli-
cada pelo STJ, que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo
de probabilidade, e não mera possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no espectro
da responsabilidade civil, em regra não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel. Min. Massami Uyeda,
julgado em 9/6/2009). (CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Ausência de coleta das células-tron-
co no momento do parto e teoria da perda de uma chance. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/647b-
ba344396e7c8170902bcf2e15551>. Acesso em: 28/03/2019)
Aqui, temos que lembrar que a responsabilidade civil se subdivide em subjetiva, que é a regra, e
objetiva. De acordo com o art. 927 parágrafo único do CC, a responsabilidade objetiva ocorrerá nos casos
especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem. Veja:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos espe-
cificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Logo:
1. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: A vítima tem o ônus de provar a culpa lato sensu do réu.
(i) da lei;
(ii) atividade de risco (cláusula geral de responsabilidade objetiva). Ex.: acidente de trabalho.
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a) Responsabilidade Objetiva Indireta ou por Atos de Outrem (art. 932 e 933). Os responsáveis só
respondem objetivamente se provada a culpa daquele por quem são responsáveis – responsabilidade
objetiva impura – (Villaça).
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de
sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 942. (...) Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as
pessoas designadas no art. 932.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tive-
rem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização
prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou
as pessoas que dele dependem.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele
por quem pagou, SALVO se o causador do dano for DESCENDENTE seu, ABSOLUTA OU RELATIVA-
MENTE INCAPAZ.
A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e
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equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão
responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC.
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a
vítima. Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio
mínimo do infante. Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a priva-
ção do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz. A responsabilidade dos pais dos
filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1436401-MG, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599)
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que ele
não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta O art. 932 do CC prevê que os
pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos praticados por seus filhos menores
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. O art. 932, I do CC, ao se referir à auto-
ridade e companhia dos pais em relação aos filhos, quis explicitar o poder familiar (a autoridade
parental não se esgota na guarda), compreendendo um plexo de deveres, como proteção, cuidado,
educação, informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e diária,
sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos. Em
outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo
fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta. STJ. 4ª Turma.
REsp 1436401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599).
Um menor, após ingerir bebida alcoólica, pegou o carro que pertencia à empresa de sua família e
foi dirigir levando um amigo no carona. O menor conduzia o automóvel em alta velocidade e, após
perder o controle em uma curva, colidiu com um poste, ocasionando graves lesões no amigo que
resultaram, inclusive, na amputação parcial de um de seus braços. O STJ afirmou que os pais e a
empresa proprietária do veículo são responsáveis solidariamente pelo pagamento da indenização
à vítima (amigo que estava no banco do carona). Em regra, a responsabilidade civil é individual de
quem, por sua própria conduta, causa dano a outrem. Porém, em determinadas situações, o orde-
namento jurídico atribui a alguém a responsabilidade por ato de outra pessoa – como no caso em
questão, em que cabe aos pais reparar os danos causados pelo filho menor, conforme prevê o art.
932 do Código Civil. Além disso, em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo
responde objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que provoca o
acidente. Assim, a empresa proprietária do veículo também tem responsabilidade. A vítima terá que
ser indenizada porque o menor agiu com culpa grave, nos termos da Súmula 145 do STJ: “No trans-
porte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos
causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. STJ. 3ª Turma. REsp 1637884/
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Uma revista fez uma reportagem sobre trabalho infantil. Para ilustrar a matéria, a revista utilizou
fotos de crianças simulando como se estivessem trabalhando em minas de talco. Ocorre que os pais
das crianças não autorizaram essas imagens. A revista deve ser condenada a pagar indenização por
danos morais pela violação do direito de imagem das crianças que tiveram as fotos publicadas na
reportagem sem a autorização dos pais. O ordenamento pátrio assegura o direito fundamental da
dignidade das crianças (art. 227 do CF/88), cujo melhor interesse deve ser preservado de interesses
econômicos de veículos de comunicação. O dever de indenização por dano à imagem de criança
veiculada sem a autorização do representante legal é in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628700/MG,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/02/2018.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Enunciado 557 CJF: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio
edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o
direito de regresso.
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#MARTELANDOJURIS
CURATELA
(637/2018): O magistrado poderá (EXCEÇÃO) decretar a prestação de contas pelo cônjuge cura-
dor, resguardando o interesse prevalente do curatelado e a proteção especial do interdito quando:
a) houver qualquer indício ou dúvida de malversação dos bens do incapaz, com a periclitação de
prejuízo ou desvio de seu patrimônio, no caso de bens comuns (EXCEÇÃO = precisa indício prejuí-
zo); e b) se tratar de bens incomunicáveis (REGRA = prestação contas, independente prejuízo),
excluídos da comunhão, ressalvadas situações excepcionais. REGRA: O art. 1.783 do CC prevê que se
o curador for o cônjuge do curatelado e eles forem casados sob o regime da comunhão universal,
em regra, ele não será obrigado à prestação de contas dos bens administrados durante a curatela,
“salvo determinação judicial” que o obrigue a prestar.
INTERDIÇÃO
(611/2017): A participação do MP como custos legis NÃO supre a ausência de nomeação de cura-
dor à lide. Mesmo a ação tendo sido proposta por outro legitimado, seria necessária a nomeação de
curador à lide. Com o CPC/2015, não importa, para fins de curador especial, se a ação foi propos-
ta ou não pelo MP. Se o interditando não apresentar advogado, o juiz deverá, obrigatoriamente,
nomear curador especial mesmo que o autor da ação não tenha sido o MP e mesmo que o Promo-
tor de Justiça esteja atuando nos autos como fiscal da ordem jurídica. A ausência de realização do
interrogatório do interditando (atual “entrevista”) acarreta a NULIDADE do processo de interdição.
O interrogatório (entrevista) do interditando é medida que garante o contraditório e a ampla defesa
de pessoa que se encontra em presumido estado de vulnerabilidade.
NOME
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tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade
tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa (INDEPENDE ordem judicial). Nas
certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedi-
ção de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação
judicial.
DIREITO AO ESQUECIMENTO
ASSOCIAÇÕES
(2017): O art. 1.023 do CC/02 – que trata da responsabilidade dos sócios da sociedade simples –
NÃO SE APLICA às associações civis.
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ENTIDADE DESPORTIVA
(2017): A autonomia das entidades desportivas não é absoluta. O art. 59 do CC é compatível com
a autonomia constitucional conferida aos clubes pelo art. 217, I, da CF/88.
SIGILO
(2017): A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil
pública que determinou o pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos econômi-
cos configura quebra de sigilo bancário.
DIREITOS AUTORAIS
(2017): O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em logra-
douros públicos, integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor a paisagem como
um todo, faz jus ao ressarcimento por danos de ordem material e moral em virtude da representa-
ção por terceiros de sua obra, com fins comerciais, sem a devida autorização e indicação de autoria,
ainda que tenha havido aquiescência do proprietário da obra.
(2017): Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a PESSOA JURÍDICA que figura como
encomendada na relação contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação
do art. 11, parágrafo único, da Lei nº 9.610/98. Assim, ocorrendo a utilização indevida da obra enco-
mendada, sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos
danos sofridos.
(2017): A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego
da tecnologia streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa
pelo titular dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à explo-
ração econômica desses direitos
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Por ausência de previsão legal e ante a inexistência de relação contratual, é descabida a cobrança
de multa moratória estabelecida unilateralmente em Regulamento de Arrecadação do ECAD. se
enquadra como direito conexo ao de autor, não encontra proteção na Lei de Direitos Autorais.
Isso porque a Lei nº 9.610/98 protege apenas os intérpretes ou executantes: de obras literárias
ou artísticas; ou de expressões do folclore. A simples locução de uma saudação telefônica não se
enquadra nessas situações que merecem proteção da Lei nº 9.610/98. O exercício dos direitos da
personalidade pode ser objeto de disposição voluntária, desde que não permanente nem geral,
estando condicionado à prévia autorização do titular e devendo sua utilização estar de acordo com
o contrato estabelecido entre as partes.
(2017): É possível averbar o contrato de cessão de direitos autorais firmado na vigência da Lei
nº 5.988/73 mesmo sem que tenha havido anterior registro da obra por seu titular no órgão oficial
competente. Em outras palavras, ainda que o titular dos direitos autorais sobre a música (cedente)
não tenha registrado sua canção no registro adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer
a averbação.
(2017): As IDEIAS que servem de base e a BIBLIOGRAFIA de que se vale autor de texto de disser-
tação de mestrado não estão abarcadas pela proteção aos direitos de autor.
(2017): A criação de nova espécie de seguro NÃO POSSUI a proteção da Lei de Direitos Autorais.
Súmula 63-STJ: São DEVIDOS direitos autorais pela retransmissão radiofônica de música em
estabelecimento comerciais.
NEGÓCIO JURÍDICO
(2017): A FRAUDE À EXECUÇÃO só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do bem for
posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que fora origi-
nariamente proposta em face da pessoa jurídica. ** O entendimento acima exposto permanece
válido com o CPC/2015? Haverá polêmica, mas pela redação literal do novo CPC, não. Isso porque
o CPC/2015 traz uma nova regra, que não havia no Código passado, afirmando que a fraude à
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execução tem como marco a data da citação da pessoa jurídica que é objeto da desconsideração:
Art. 792 (...) § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução veri-
fica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
PRESCRIÇÃO
(619/2018): O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verifi-
car a existência de débito NÃO tem o condão de interromper a prescrição.
(2016): Prescreve em 10 anos (art. 205 do CC) a pretensão de cobrar dívida decorrente de conserto
de automóvel por MECÂNICO que não tenha conhecimento técnico e formação intelectual sufi-
ciente para ser qualificado como profissional liberal.
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prescricional de 3 ANOS.
(2017): A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador.
A interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado,
salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários.
Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de
participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o PRAZO
PRESCRICIONAL é de 20 anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de
2002, o prazo é de 5 anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de 3 anos na ausência
de cláusula nesse sentido, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.
Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por
motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição
ou decadência.
DEPOSITÁRIO
(2016): O particular que aceita exercer o múnus público de depositário judicial tem o direito de
reter o depósito até que sejam ressarcidas as despesas com armazenagem e conservação do bem
guardado e pagos os seus honorários.
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OBRIGAÇÕES
(610/2017): A cobrança de DÍVIDA DE JOGO contraída por brasileiro em cassino que funciona legal-
mente no exterior é juridicamente POSSÍVEL e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a
soberania nacional.
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DIREITOS HUMANOS6
André de Carvalho Ramos define direitos humanos como um conjunto de direitos considera-
do indispensável para uma vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos
humanos são, em suma, todos os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna, não havendo um rol
predefinido.
(ii) Teoria POSITIVISTA Alicerça tais direitos na ordem jurídica posta, pelo que somente seriam
reconhecidos como direitos humanos aqueles positivados.
Na atualidade, encontra-se difundida a visão de que os direitos humanos se fundam nos reconhe-
cimentos da dignidade inerente a todos os membros da espécie humana, iguais em sua essência.
6 Eder Viegas
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Proibição ao retrocesso
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#OBS: A proibição do retrocesso não representa uma vedação absoluta a qualquer medida
de alteração da proteção de um direito específico.
#CUIDADO: a noção de historicidade dos direitos humanos não comporta a possibilidade de que
as normas que consagram certos direitos desapareçam do ordenamento jurídico ou tenham seu
escopo de proteção reduzido. Vigora a proibição do retrocesso.
f) IMPRESCRITIBILIDADE Os direitos humanos são imprescritíveis. Mas atente: o Brasil não assi-
nou a Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de Guerra e dos Crimes contra a Humanidade.
São características que, em conjunto, compõem uma proteção de intangibilidade aos direitos tidos
como essenciais a uma vida digna.
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h) PRIMAZIA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL Os direitos humanos não podem ser empre-
gados para eliminar direitos ou para justificar a inobservância de um direito. Diante d e um conflito
entre duas normas de direitos humanos, deve ser aplicada aquela que melhor proteja a dignidade
humana.
Esse princípio é consagrado no art. 5º do Pacto dos Direitos Civis e Políticos, que determina
que “2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos
ou vigentes em qualquer Estado-parte no presente Pacto em virtude de leis, convenções, regulamentos ou
costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau”.
Essa norma também é reiterada pelo art. 29 da Convenção Americana de Direitos Humanos
(Pacto de São José):
Art. 29 - Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de:
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista;
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconhecidos
de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção em
que seja parte um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma
democrática representativa de governo; e
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem e outros atos internacionais da mesma natureza.
- GERAÇÃO DE DIREITOS
SEGUNDA GERAÇÃO Refere-se aos direitos econômicos, sociais e culturais. São também conhe-
cidos como “direitos de igualdade”. Relaciona-se com as consequências negativas da Revolução Industrial
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TERCEIRA GERAÇÃO São os “direitos de fraternidade”, de caráter difuso, que não se distinguem
especificamente a um indivíduo ou a um grupo social, mas ao próprio gênero humano como um todo.
Ex.: direito ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade.
QUARTA GERAÇÃO (?) PAULO BONAVIDES defende a existência de uma quarta geração dos
direitos humanos, adequada ao período da globalização na área política e à formação de um mundo
marcado por fronteiras nacionais mais permeáveis, incluindo o direito à informação, à democracia e
ao pluralismo.
QUINTA GERAÇÃO (?) PAULO BONAVIDES defende ainda a existência de uma quinta gera-
ção de direitos humanos, preocupada com a PAZ MUNDIAL, entendida como fundamento da ‘alforria
espiritual, moral e social dos povos, das civilizações e das culturas’ da forma de governar a sociedade ‘de
modo a punir terrorista, julgar criminoso de guerra, encarcerar o torturador, manter invioláveis as bases
do pacto social, estabelecer e conservar por intangíveis as regras, princípios e cláusulas da comunhão
política.’
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privado se abstenham de violá-la. Por fim, tal categoria de gerações fere a indivisibilidade e a inter-
dependência desses direitos, abrindo a possibilidade de que prevaleça uma visão fragmentária e
hierarquizada dos direitos humanos, que permita ‘justificar políticas públicas que não reconhecem
indivisibilidade da dignidade humana e, portanto, dos direitos fundamentais, geralmente em detri-
mento da implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais ou do respeito aos direitos
civis e políticos.
#QUADRO RESUMO:
5a geração: paz -
ANTIGUIDADE
Parte importante dos povos da Antiguidade já definia normas relativas à proteção de valores vistos
como essenciais para a vida humana. O Código de Hamurabi (1690 a. C) consagrava a todos os indiví-
duos direitos como a vida a propriedade e a honra.
O Povo Judeu, nos Dez Mandamentos, definia normas relativas à proteção à vida (“não matarás”),
ao direito de propriedade (“não roubarás”), à proteção da família (“não cometerás adultério”) e da honra
(“não darás falso testemunho”).
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Na Grécia Antiga, fazia-se alusão a um Direito natural anterior ao indivíduo e superior a suas leis e
valores como a liberdade, a igualdade e a participação política.
Em Roma, a Lei das Doze Tábuas também conferir direitos como a igualdade e a propriedade
aos cidadãos romanos.
#ATENÇÃO: Nesse momento histórico, era traço comum a praticamente todos os povos o fato
de que os estrangeiros não faziam jus aos mesmos direitos. A mudança veio com a DOUTRINA
CRISTÃ, que não só veio a reiterar e acrescentar novos valores, como também avançar enfati-
camente na consagração da universalidade que é inerente aos direitos humanos. Também veio
conferir atenção especial a certos grupos de pessoas que se encontravam em situação de maior
fragilidade na sociedade, como os órfãos, viúvas, estrangeiros, doentes e as mulheres, antecipando
o espírito dos atuais sistemas de proteção dos direitos humanos, que consagram normas específicas
de proteção especial a pessoas em determinadas condições, como as crianças e as mulheres.
#CONCLUSÃO: A gênese da noção de direitos humanos e de parte de seu conteúdo tem marcante
influência religiosa.
IDADE MÉDIA
A Magna Carta, outorgada pelo Rei João Sem Terra, da Inglaterra, em 1215, é um marco impor-
tante, ao limitar os poderes do monarca inglês frente aos membros da nobreza que, em contrapartida,
adquiriam certos direitos, como a liberdade de locomoção, o livre acesso à justiça e certa proteção na
área tributária.
O Bill of Rights7, de 1689, avançaria na garantia de direitos e na limitação do poder estatal, fator
estreitamente relacionado com a proteção dos direitos humanos.
O ideário iluminista marcou a Independência Americana, em 1776, e alguns dos principais docu-
mentos relacionados com esse fato, a exemplo da Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia,
de 1775, e a Constituição dos EUA, de 1787.
A Revolução Francesa também foi guiada pelo ideário iluminista e veio a consagrar diversos direitos
da pessoa em documentos como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e as
Constituições de 1791 e 1793, que reconheceram expressamente a liberdade e a igualdade inerentes ao
ser humano.
7 Inglesa.
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A partir da segunda metade do século XIX, a preocupação com os direitos humanos passa a abran-
ger as questões sociais, emergindo ideários como o Marxismo.
O início do século XX foi marcado por uma maior preocupação social. Após a I Guerra, surgem as
primeiras organizações internacionais que atribuíram relevância à proteção dos direitos humanos: a Liga
das Nações e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Após a II Guerra Mundial, os direitos humanos adquirem o caráter de prioridade da sociedade inter-
nacional, mormente a partir da criação da ONU (1945) e da proclamação da Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948). Ela consiste em uma mera resolução da ONU e que, nesse sentido, não
é tecnicamente um tratado e não teria, a princípio, forca vinculante. Esse período pós-II Guerra é carac-
terizado pela abrangente positivação.
#OUSESABER: “A DUDH é um tratado, logo, possui efeito vinculante”. Errado! Na verdade, parcial-
mente, errado. Errado, pois, tecnicamente, a DUDH de 1948 é uma recomendação. Isso se deve,
inclusive, a razões históricas. A DUDH foi pensada inicialmente pela Comissão de Direitos Humanos
da ONU como uma etapa preliminar de um tratado específico sobre o assunto. Então, já, por isso,
a afirmação está errada. Uma ressalva, todavia, deve ser feita: As recomendações, em regra, real-
mente, não têm força vinculante. Esse não é, contudo, o entendimento majoritário sobre a DUDH.
Em razão de sua importância histórica e por funcionar como uma pauta mínima para os Direitos
Humanos, a Declaração é tida por integrante do conjunto de costumes e princípios gerais do direito
internacional, compondo, assim, o chamado “jus cogens”, logo, a doutrina majoritária entende que
a DUDH possui força vinculante! Nesses termos, a parte da afirmação que fala que a DUDH tem
força vinculante está certa.
Atualmente, em decorrência da complexidade da vida social, o escopo dos direitos humanos aumen-
tou sensivelmente, abrangendo inclusive outras áreas, como o meio ambiente e o comércio.
#IMPORTANTE: A história do Direito Internacional dos Direitos Humanos não se confunde intei-
ramente com a evolução histórica dos direitos humanos em geral (visto acima).
A partir de certo momento histórico, começa a afirmar-se a noção de que todos os seres huma-
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nos, indistintamente de quem sejam ou do lugar onde se encontrem, são destinatários de um rol comum
de direitos. O marco do Direito Internacional dos Direitos Humanos é a UNIVERSALIDADE.
#OBS: A internacionalização dos direitos humanos não ocorreu por meio da formação de um arca-
bouço normativo internacional, mas sim do próprio direito interno. Somente a partir do século XIX,
a proteção começa a se fundamentar também no DIP. Um dos primeiros tratados foi a Convenção
de Genebra para a Melhoria da Sorte dos Feridos e Enfermos dos Exércitos em Campanha.
Foi no Cristianismo que a noção de universalidade teve difusão generalizada. A Igreja Católica
medieval contribuiu para fortalecer a noção de um patrimônio jurídico comum a todo o gênero humano,
inclusive por meio dos estudos desenvolvidos por membros do clero, inclusive os que levaram ao desen-
volvimento do conceito e ‘intervenção ou ingerência humanitária’, que consistia na possibilidade de ação
de um povo no território onde vivesse outro povo cujos direitos não estivessem sendo respeitados.
A partir da segunda metade do século XIX, em 1864, com a assinatura do tratado voltado dire-
tamente à proteção da pessoa humana: Convenção de Genebra para melhoria da Sorte dos Feridos e
Enfermos dos Exércitos em Campanha, os direitos humanos passaram a ser positivados no Direito Inter-
nacional, e ser um direito interestatal.
A II Guerra Mundial foi o marco mais significativo da formação do Direito Internacional dos Direitos
Humanos. No universo jurídico, vivia-se a época do positivismo exacerbado, em que a dimensão axio-
lógica da norma tinha importância reduzida ou nula. A soberania nacional era entendida como pratica-
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mente absoluta, protegendo o Estado contra ações internacionais motivadas pela situação dos direitos
das pessoas nos respectivos âmbitos de competência.
Com o avanço da II Guerra, no Direito, a doutrina promovia o resgate do valor como elemento rele-
vante da norma, e afirmava-se uma nova orientação: a de que a soberania perderia seu caráter absoluto
quando ocorressem atos que violassem a dignidade da pessoa e que pudesse pôr em risco a estabilidade
internacional.
Na esteira da II Guerra, surgem, ainda, os primeiros Tribunais Internacionais voltados a julgar indi-
víduos envolvidos em violações de normas internacionais de direitos humanos, cujo maior exemplo é o
Tribunal Militar Internacional (conhecido como Tribunal de Nuremberg), precursor do Tribunal Penal Inter-
nacional (TPI).
Idade Moderna (séc. Iluminismo. Revolução Francesa. Internacionalização dos Direitos Huma-
XVIII) nos e consagração nas Constituições.
Segunda metade do Início do emprego nos tratados para promover os direitos humanos. Perda
século XIX do caráter meramente estatal.
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#COMPLEMENTAÇÃO: Até a fundação das Nações Unidas, em 1945, não havia, em DIP, preocu-
pação consciente e organizada sobre o tema dos direitos humanos. Havia alguns textos esparsos
para proteger minorias dentro do contexto da sucessão de Estados, além da proteção humanitária
em caso de guerra (Rezek). O direito humanitário é o precedente histórico mais concreto do
atual sistema internacional de proteção dos direitos humanos. Regulamento: Convenção de
Genebra (1830). Aplica-se em caso de guerra, mesmo que interna. Busca reduzir o impacto dos
conflitos armados na dignidade da pessoa humana, regulando a proteção jurídica mínima e a assis-
tência às vítimas dos conflitos (militares fora de combate e civis). Aplica-se independentemente do
motivo para o conflito. O direito humanitário, a Liga das Nações e a OIT são os primeiros marcos de
internacionalização dos direitos humanos. O moderno DIDH é um fenômeno pós-guerra. Surge da
necessidade de se evitar novas atrocidades cometidas pelos regimes totalitários e conflitos armados
do período (Flávia Piovesan). A criação do Tribunal de Nuremberg – com competência material para
julgar crimes do regime nazista – e a criação da ONU foram instrumentais para a internacionaliza-
ção dos direitos humanos.
SELIGA NA TABELA:
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
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Magna Carta (1215): outorgada pelo Rei João Sem Terra, da Inglaterra, limitou os
poderes do monarca inglês frente aos membros da nobreza que, em contrapar-
IDADE MÉDIA
tida, adquiriam certos direitos, como a liberdade de locomoção, o livre acesso à
justiça e certa proteção na área tributária.
1) Petition of Rights (1628): estabelece o dever do rei de não cobrar impostos sem
autorização do Parlamento e trata sobre o devido processo legal.
2) Habeas Corpus Act (1679): formalização da criação do habeas corpus para a
tutela da liberdade.
IDADE 3) Bill of Rights (1689): avança na garantia de direitos e na limitação do poder esta-
MODERNA tal, ainda que beneficiando mais a nobreza.
4) Revolução Americana: retrata o processo de independência das colônias britâ-
nicas na América do Norte, culminado em 1776, e ainda a criação da Constituição
norte-americana de 1787. Somente em 1791 foram aprovadas 10 Emendas que,
finalmente, introduziram um rol de direitos na Constituição norte- americana.
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De acordo com o art. 5º, § 3º, da CF: “os tratados e convenções internacionais sobre DH’s que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
Anteriormente, CF/88 apenas previa que “direitos e garantias expressos na CF não excluem outros
decorrentes do regime e princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais de que a República
do Brasil seja parte”.
A hierarquia dos tratados no plano interno sempre suscitou diversas discussões. Num primeiro
momento, entendia-se que os tratados incorporados ao nosso ordenamento tinham a mesma força
hierárquica que uma lei federal, não importando o tema que veiculavam (RE 80.004/SE).
Com base na tese do Min. Gilmar Mendes, o STF passou a entender que antes da EC 45/04 os
tratados de Direitos Humanos, incorporados ao nosso ordenamento teriam o status de norma supralegal
(entre a legislação ordinária e a CF). Esse mesmo status é dispensado àqueles tratados de Direitos Huma-
nos incorporados depois da EC 45/04 e que não tiverem o mesmo trâmite das Emendas Constitucionais.
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NFPSS
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE:
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#CUIDADO: André de Carvalho Ramos lembra que nem sempre os resultados do controle de
convencionalidade internacional coincidirão com os do controle nacional. Por exemplo, um
Tribunal interno pode afirmar que determinada norma legal brasileira é compatível com um tratado
de direitos humanos; em seguida, um órgão internacional de direitos humanos, ao analisar a mesma
situação, pode chegar à conclusão de que a referida lei viola o tratado.
De acordo com o art. 5º, §1º, da CRFB/88, as normas definidoras de direitos e garantias fundamen-
tais têm aplicação imediata.
#ATENÇÃO: A partir desse dispositivo, parte da doutrina entende que a emissão do Decreto do
Presidente da República, que promulga o tratado e ordena sua publicação, não seria mais necessá-
ria para que as normas internacionais gerem efeitos em território nacional.
Nesse sentido, Flávia Piovesan afirma que “basta o ato de ratificação (antecedido da assinatura do
tratado e de sua aprovação pelo Poder Legislativo) para que o tratado de direitos humanos tenha aplicabi-
lidade nos âmbitos internacional e interno”.
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O sistema global de proteção aos direitos humanos, possui como documentos mais importantes:
É composto por tratados abertos à adesão de todos os Estados, independentemente de sua locali-
zação geográfica e de órgãos voltados a promover a dignidade humana em todo o mundo, sendo admi-
nistrado principalmente pela ONU.
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NÃO
NÃO
4) Comitê para os Direitos *OBS: Consta no protocolo
SIM facultativo tal possibilidade,
das Crianças
porém o Brasil assinou mas não
promulgou.
Aqui, vale ressaltar que o Brasil não promulgou o decreto que reconheceu a competência do Comi-
tê de DH para apreciar petições individuais, apesar de ter cumprido todas as demais fases de internaliza-
ção do tratado: assinatura, aprovação pelo CN e ratificação.
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É sediado em Washington, capital dos EUA. É sediada em São José, Costa Rica.
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REQUISITOS: REQUISITOS:
• Esgotamento dos recursos internos, salvo • Aceitação da competência;
ineficácia ou inércia;
• Prévia avaliação pela Comissão;
• Petição apresentada dentro do prazo de 6
(seis) meses após a notificação da decisão • Quórum para deliberação: 5 juízes.
interna definitiva; Obs.: o Brasil reconheceu a competência obriga-
• Matéria não pendente em outro órgão inter- tória da corte por prazo indeterminado e fatos
nacional. ocorridos após 1998. Esse reconhecimento foi
feito SOB RESERVA DE RECIPROCIDADE.
ATENÇÃO: NÃO É NECESSÁRIO O ENDOS-
A sentença é obrigatória e INAPELÁVEL. Todavia,
SO DO ESTADO OU A COMPROVAÇÃO DA no caso de divergência, cabe pedido de esclare-
CONDIÇÃO DE VÍTIMA. cimento, DENTRO DO PRAZO DE 90 DIAS. ALÉM
DISSO, É DISPENSADA A HOMOLOGAÇÃO DA
O exame do caso gera um relatório (solução
SENTENÇA NA CORTE PARA FINS DE APLICA-
amistosa), a partir do qual são elaboradas reco-
mendações, ou encaminhamento do caso à ÇÃO NO BRASIL.
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Atente-se que a Declaração Internacional dos Direitos Humanos orienta-se pelos princípios da
universalidade, da igualdade e da não-discriminação
LEMBRE-SE:
A Organização internacional do Trabalho (OIT) é uma organização internacional que tem por objeti-
vo melhorar as condições do trabalho no mundo. Foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes,
que pôs fim à Primeira Guerra Mundial
Nas disposições gerais da referida Declaração, no artigo XII afirma que “...Ninguém será sujeito à
interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque
à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques...”
A Declaração Universal de Direitos Humanos não confere hierarquia entre as categorias de direitos
humanos.
A DUDH assegura a toda pessoa o direito de participar do governo e de seu próprio país, direta-
mente ou por meio de representantes.
Artigo 17.
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2. Os membros do Comitê serão eleitos em votação secreta dentre uma lista de pessoas indicadas
pelos Estados Partes. Cada Estado Parte pode indicar uma pessoa dentre os seus nacionais. Os Esta-
dos Partes terão presente a utilidade da indicação de pessoas que sejam também membros do Comi-
tê de Direitos Humanos estabelecido de acordo com o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos
e que estejam dispostas a servir no Comitê contra a Tortura.
3. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões bienais dos Estados Partes convocadas pelo
Secretário-Geral das Nações Unidas. Nestas reuniões, nas quais o quorum será estabelecido por dois
terços dos Estados Partes, serão eleitos membros do Comitê os candidatos que obtiverem o maior
número de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados Partes presentes e
votantes.
4. A primeira eleição se realizará no máximo seis meses após a data de entrada em vigor da presente
Convenção. Ao menos quatro meses antes da data de cada eleição, o Secretário-Geral das Nações
Unidas enviará uma carta aos Estados Partes para convidá-los a apresentar suas candidaturas no
prazo de três meses. O Secretário-Geral organizará uma lista por ordem alfabética de todos os candi-
datos assim designados, com indicações dos Estados Partes que os tiverem designado, e a comuni-
cará aos Estados Partes.
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão, caso suas candi-
daturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. No entanto, o mandato de cinco dos membros
eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos; imediatamente após a primeira eleição, o
presidente da reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente Artigo indicará, por sorteio, os nomes
desses cinco membros.
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Atenção aos artigos: art. 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 8º, 15, 22, 30, 31, 33.
A convenção possui 33 (trinta e três) artigos, sendo que o estudo da lei, juntamente com a legisla-
ção interna, conseguiremos acercar a questão da prova, pois, nas provas de Delegado foram cobradas
questões com texto literal da Convenção.
De acordo com o Art. 1º da referida Convenção, “...Para os fins da presente Convenção, o termo
“tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões;
de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de
intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de
qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra
pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquies-
cência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente
de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.”
Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão, caso suas candi-
daturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. No entanto, o mandato de cinco dos membros elei-
tos na primeira eleição expirará ao final de dois anos; imediatamente após a primeira eleição, o presidente
da reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente Artigo indicará, por sorteio, os nomes desses cinco
membros.
Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato
de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens
superiores ou circunstâncias excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à seguran-
ça nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação para
torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
218 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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DIREITO PENAL8
A matéria é longa e o momento é de revisão, portanto vamos abordar os pontos de maior rele-
vância, não sendo possível querer esgotar a matéria ou abordar de forma minuciosa todos os pontos do
nosso edital, neste momento temos que ser o mais objetivo possível.
Vem comigo!
POLÍTICA CRIMINAL: A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções
científicas concretas mais adequadas para o eficaz controle do crime.
POLÍTICA PENITENCIÁRIA: disciplina que define as diretrizes e as metas existentes para a gestão
do sistema penitenciário de um determinado local.
CRIMINALIZAÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Transformação de um fato em crime. Em essência
não há nenhuma diferença entre um fato crimi-
Transformação de uma pessoa em criminoso
noso e um fato normal, exceto pelo fato crimino-
so ter o rótulo de crime.
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SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL: há uma forte tendência de ser o poder punitivo exercido
precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos mora-
dores de rua, prostitutas e usuários de drogas.
A pessoa é punida mais pelo que é e menos pelo A pessoa é punida pelo que fez, não pelo que é.
que fez. A gravidade do ato que mensura o rigor da pena.
220 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utili-
zação de medida provisória em matéria penal.
#CUIDADO! O STF já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas.
#OLHAOGANCHO: da mesma forma que o costume não tem o condão de incriminar, também não
tem de descriminalizar (os costumes contrários às leis são chamados de DESUETUDO: contrariam
uma lei penal, mas não a revogam. Ex.: crime de casa de prostituição/jogo do bicho).
• Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes - prati-
cados antes de sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea.
Afirma ser legítima a intervenção penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui
meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por
outros ramos do ordenamento jurídico. A intervenção mínima é gênero do qual são espécies: a fragmen-
tariedade e a subsidiariedade. Vamos conferir?
221 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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»» Princípio da Ofensividade:
1) Proibição da incriminação de uma atitude interna, como as ideias, convicções, e desejos dos
homens.
2) Proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (princípio
da alteridade).
4) Proibição da incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.
»» Princípio da Insignificância:
Pode ser visto como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. Possui natureza jurídica
de causa supralegal de exclusão da tipicidade material, devendo ser analisado em conexão com os postu-
lados da fragmentariedade e da intervenção mínima.
Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (#SELIGA: a reincidên-
cia, a reiteração criminosa, a habitualidade delitiva NÃO são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação
do princípio da insignificância – STF Info 793).
222 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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O princípio da insignificância impróprio pressupõe a análise do que ocorreu após a prática do crime
até o momento do julgamento. Ex.: O réu casou, teve filhos, tem uma empresa com 50 funcioná-
rios?! Nesses casos, o juiz reconhece a existência do crime, mas conclui que a pena não é necessária.
Aqui não há causa supralegal de exclusão da tipicidade, há causa supralegal de extinção da
punibilidade. O Estado reconhece o crime, mas conclui pela desnecessidade de punição. A puni-
ção não é mais vantajosa para a sociedade.
A bagatela imprópria se ASSEMELHA ao perdão judicial (art. 107, IX, do CP). O fundamento da
bagatela imprópria e do perdão judicial é o mesmo, só que o perdão judicial está duplamente
previsto em lei, enquanto instituto bem como em relação às hipóteses legais em que ele incide. Em
contrapartida, no Brasil, não há previsão legal do princípio da insignificância impróprio.
Pessoal, por fim, COLEM NA RETINA essa revisão sobre a aplicação do princípio da insignificância.
Trata-se de um compilado das principais informações extraídas da jurisprudência, tomando por base os
comentários do Dizer o Direito. #DEOLHONAJURIS. #AJUDAMARCINHO.
Tráfico de drogas.
Contrabando.
Roubo.
Lesão corporal.
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Furto qualificado.
Obs. Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas hipóteses de
furto qualificado, tendo em vista que tal circunstância denota, em tese, maior ofensividade e reprova-
bilidade da conduta. Deve-se, todavia, considerar as circunstâncias peculiares de cada caso concreto,
de maneira a verificar se, diante do quadro completo do delito, a conduta do agente representa maior
reprovabilidade a desautorizar a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 5ª Turma. AgRg no
AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/11/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg
no AREsp 746011/MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/11/2015.
Crimes militares. Trata-se de tema extremamente polêmico, mas a posição majoritária é no sentido
de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes militares, sob pena de afronta à autorida-
de, hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja preservação é importante para o regular funcionamento
das instituições militares. O caso mais comum e que é provável que seja cobrado em sua prova é o
crime de posse de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar (art. 290 do CPM).
O Plenário do STF já assentou a inaplicabilidade do princípio da insignificância à posse de quantidade
reduzida de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar (art. 290 do CPM). STF.
2ª Turma. HC 118255, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2013. STF. 2ª Turma. ARE 856183
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/06/2015.
Crimes ambientais.
#AJUDAMARCINHO: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais,
devendo ser analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto para se verificar a atipicidade da
conduta em exame. STJ. 5° Turma. AgRg no AREsp 654.321/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 09/06/2015. É possível aplicar o princípio da insignificância para crimes ambientais. STF. 2ª
Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816).
PORÉM, CUIDADO:
#AJUDAMARCINHO: O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c
parágrafo único, II, da Lei 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em
lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca quan-
tidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos
224 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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não permitidos; Caso concreto: realização de pesca de 7kg de camarão em período de defeso com
o uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
8/5/2018 (Info 891). #JULGADORECENTE.
Descaminho.
“Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente (não configura a contravenção
penal prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941: exercício ilegal de profissão ou atividade).
225 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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6ª Turma. RHC 59839/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, supraindividual. O reconhecimento da atipicida-
julgado em 07/04/2016. de material nesses casos implicaria ignorar esse
preocupante quadro. STF. 1ª Turma. HC 102550,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/09/2011. STF.
2ª Turma. RHC 132706 AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 21/06/2016.
226 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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#VAICAIR: Com relação à polêmica sobre os crimes contra a Administração Pública, o STJ, em
novembro de 2017, editou a Súmula nº 599:
SÚMULA 599 DO STJ:O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a admi-
nistração pública.
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clan-
destina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no
artigo 183 da lei 9.472/97.
#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a pesca ilegal, nos seguintes termos: “Art.
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34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão compe-
tente:” Se a pessoa é flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca,
em um local onde esta atividade é proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de
Crimes com base no princípio da insignificância?
2ª TURMA DO STF
SIM. É possível aplicar o princípio da insignificân- NÃO. Não é possível aplicar o princípio da insig-
cia para crimes ambientais. nificância para crimes ambientais.
»» Princípio da Culpabilidade:
O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos mais relevantes para a sociedade.
Assim, o Estado não pode utilizar o Direito Penal para tutelar a moral, a religião, os valores ideológicos
etc., sob pena de prevalecer a intolerância.
»» Princípio da Proporcionalidade:
228 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Não é possível analisar esse princípio sob uma única ótica. Há dois aspectos fundamentais. Vamos
conferir?
• Garantismo negativo: proibição contra os excessos do Estado. Não se pode punir mais do que o
necessário para a proteção de um bem jurídico.
CF, art. 5, XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dono e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
229 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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#ATENÇÃO diz-se que o Código Penal adotou a Teoria da Territorialidade mitigada ou temperada.
#ATENÇÃO LEX TERTIA: é a combinação de aspectos mais benéficos de mais de uma lei, criando
uma terceira lei. É vedada (súmula 501 do STJ).
LEI PENAL Leis que tratam de matéria penal, mas que estão fora do Código Penal. Ex:
ESPECIAL: Lei de drogas.
LEI PENAL É a que tem vigência predeterminada no tempo. Ex. Lei nº 12.663/12 (Lei
TEMPORÁRIA: Geral da Copa do Mundo de Futebol de 2014).
São aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação.
LEI PENAL
Ex: Uma lei definindo crimes durante o período de intervenção federal no
EXCEPCIONAL:
estado do Rio de Janeiro.
#ATENÇÃO A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessa-
das as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3, CP).
230 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral
ESPECIALIDADE e qual é especial, prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa
também a quantidade de sanção penal reservada para as infrações penais.
231 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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A comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, pois
a lei específica pode narrar um ilícito penal mais rigoroso ou mais brando.
232 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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TEORIAS DO DELITO
SISTEMA CLÁSSICO (POSITIVISMO JURÍDICO)
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Conduta: movimento corporal
voluntário; Imputabilidade
Resultado naturalístico; Relação de contrariedade entre Dolo normativo ou culpa – inclui
o fato e o direito a consciência atual da ilicitude
Relação de causalidade;
Teoria psicológica
Tipicidade
SISTEMA NEOCLÁSSICO / NEOKANTISMO
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Conduta: ao invés de ação,
prefere-se comportamento, Imputabilidade
abrangendo omissão (adota Dolo normativo ou culpa - inclui
teoria causalista para o a consciência atual da ilicitude
conceito de crime, agregando Relação de contrariedade entre
ao tipo dados valorativos - o fato e o direito Exigibilidade de conduta
diversa
Resultado naturalístico;
Teoria psicológica-normativa
Relação de causalidade; da culpabilidade
Tipicidade
SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Potencial consciência da ilicitu-
Conduta - dolo e culpa (o dolo de
é natural, pois não contém a Exigibilidade de conduta diver-
consciência da ilicitude); sa
Relação de contrariedade entre
Resultado naturalístico; o fato e o direito Teoria normativa pura.
Relação de causalidade; Imputabilidade
Tipicidade. Teoria normativa pura.
Imputabilidade
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A função do Direito Penal é tutelar os bens jurí- A função do Direito Penal é punir, aplicar a norma.
dicos. O Direito Penal se ajusta à sociedade. A sociedade é que deve ajustar-se ao Direito Penal.
Resultado
Nexo Causal
#SELIGA A tipicidade penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade
formal é o juízo de subsunção/adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se
encaixa no modelo de crime previsto pela norma penal. A tipicidade formal não é suficiente, sendo
necessária a tipicidade material, expressada na lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penal-
mente protegido. O princípio da insignificância exclui a tipicidade material.
TEORIAS DA TIPICIDADE
TEORIA DO TIPO AVALORADO/
Fato típico não constitui emissão de valor sobre ilicitude.
TIPO MERAMENTE DESCRITIVO:
Trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade
como ratio cognoscendi, sendo vista, portanto, como um indí-
TEORIA INDICIÁRIA DO TIPO cio da ilicitude. Todo fato típico também é presumidamen-
(RATIO COGNOSCENDI): te ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilicitude. O
efeito prático da teoria indiciária é a inversão do ônus da
prova no tocante as excludentes da ilicitude.
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TEORIAS DA CONDUTA
Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que
Teoria Causalista produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos
sentidos.
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Atos ou movimentos reflexos. #ATENÇÃO Não se confundem com as ações em curto circuito que
são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra).
Sonambulismo e Hipnose
#ATENÇÃO Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal do fato não aceita os crimes de mera
suspeita, isto é, aqueles em que o agente não é punido por sua conduta, mas sim pela suspeita
despertada pelo seu modo de agir.
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resulta-
do. O dever de agir incumbe a quem:
A relação de causalidade ou nexo causal pode ser conceituado com o vínculo formado entre a
conduta praticada pelo agente ativo de um crime e o resultado por ele produzido. É através dela que se
conclui se o resultado foi ou não provocado pela conduta, autorizando, desde que presente a tipicidade
(adequação do fato à norma) a configuração da tipicidade.
Encontra previsão legal no artigo 13 e parágrafo primeiro, do Código Penal, onde está expresso que
o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa, sendo
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esta a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, bem como de que a superveniência
de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultados, impu-
tando-se os fatos anteriores a quem os praticou. A relação de causalidade, portanto, está relacionada
aos crimes materiais, compostos pelos delitos em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado
naturalístico, exigindo a produção deste para a consumação.
»» Teorias:
No art. 13, caput, do CP, foi adotada a teoria da equivalência dos antecedentes causais, ou teoria da
conditio sine qua non, criada por Glaser, e posteriormente desenvolvida por Von Buri e Stuart Mill.
Para esta teoria, causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido, quando ocor-
reu e como ocorreu. Toma como base o processo hipotético de eliminação de Thyrén para se constatar
se algum acontecimento deve ser inserido ou não no conceito de causa.
No art. 13, §1°, do CP, foi adotada a teoria da causalidade adequada, que teve origem nos estudos
de Von Kries. Segundo esta teoria, causa é o antecedente não só necessário, mas adequado à produção
do resultado.
Em uma perspectiva clássica, o tipo penal apresentava apenas aspectos objetivos, representados
na relação de causalidade. Buscando resolver esse problema, o sistema finalista conferiu ao tipo penal
também uma feição subjetiva, com a inclusão na conduta do dolo e da culpa. Para os adeptos da teoria
da imputação objetiva, contudo, o sistema finalista, ao liminar o tipo objetivo à relação de causalidade,
de acordo com a teoria da equivalência dos antecedentes, não resolve todos os problemas inerentes à
imputação.
Buscando solucionar tal problema, a teoria da imputação objetiva inseriu no tipo objetivo, dois
novos elementos, quais sejam, a criação de um risco proibido e a realização do risco no resultado, além
da já presente causalidade. A criação do risco proibido considera perigosa a ação que, aos olhos de um
observador objetivo dotado dos conhecimentos especiais do autor, situado no momento da prática da
ação, gere real possibilidade de dano para um determinado bem. Ademais, para que o resultado possa
ser atribuído ao agente, o risco proibido por ele criado deve ser realizado no resultado.
A teoria da imputação objetiva está intimamente ligada ao funcionalismo penal, pois este questiona
a validade do conceito de conduta desenvolvido pelos sistemas clássicos e finalista, sendo que ao conce-
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ber o Direito como regulador da sociedade, delimita o âmbito das expectativas normativas de conduta,
vinculando-se à teoria em comento.
Para o funcionalismo teleológico de Claus Roxin, parte-se da premissa de uma ideia a respeito do
Direito Penal, identificada como a proteção subsidiária de bens jurídicos mais relevantes e a respeito
da pena, que vem a ter um caráter preventivo geral e especial, para chegar a composição de um novo
modelo de sistema de imputação.
Já o funcionalismo sistêmico de Gunther Jakobs trabalha com a ideia central de competência e papel
social, sendo que em relação à imputação objetiva, com fundamento no argumento segundo o qual, o
comportamento social do homem é vinculado a papeis, traça quatro instituições -penais sobre as quais
desenvolve a referida teoria, quais sejam; risco permitido, princípio da confiança, proibição do regresso e
competência ou capacidade da vítima.
»» Concausas:
#SELIGANATABELA:
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Efeito jurídico:
1. preexistente e concomitante: o agente respon-
de pelo resultado naturalístico
2. superveniente:
2.1. que produzem por si só o resultado: agente
Efeito jurídico (em todas as modalidades): agente não responde pelo resultado naturalístico, mas
não responde pelo resultado naturalístico, mas somente pelo seu dolo (atos até então pratica-
somente pelo seu dolo (atos até então pratica- dos). Rompimento do nexo causal. Art. 13, §1º,
dos). CP (teoria da causalidade adequada). Exemplo:
acidente com a ambulância que transportava o
enfermo.
2.2. que não produzem por si só o resultado:
agente responde pelo resultado naturalístico.
Exemplo: omissão no tratamento médico após
um ato de atentado contra a vida da vítima.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado
se produza, só responde pelos atos já praticados.
São formas de tentativa abandonada, ou seja, a consumação do crime não ocorre em razão da
vontade do agente. A natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz majoritaria-
mente na jurisprudência é de causa de exclusão da tipicidade.
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não pode.
#ATENÇÃO
O instituto do arrependimento eficaz e da desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que
não tenha sido consumado. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1549809/DF, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 02/02/2016.
»» Arrependimento Posterior:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou resti-
tuída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
É a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que ocorre quando o responsável pelo crime
praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou
queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta. Seus fundamentos são a proteção
da vítima e o fomento ao arrependimento por parte do agente.
#OLHAOGANCHO:
Em regra, o arrependimento deve ser integral, mas o STF já admitiu o arrependimento posterior na
reparação parcial do dano.
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#VAIMARCINHO #DIZERODIREITO
Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na
direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil
entre o autor do crime a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de
pena prevista no art. 16 do CP é indispensável que o crime praticado seja patrimonial ou possua
efeitos patrimoniais. O arrependimento posterior exige a reparação do dano e isso é impossível
no caso do homicídio. STJ. 6ª Turma. REsp 1561276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
28/6/2016 (Info 590).
Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em
geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade mate-
rial de haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª Turma. REsp
1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 18/11/2014 (Info 554).
»» Crime Impossível:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
priedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Quando por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, jamais ocorrerá
a consumação. No crime impossível não há perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. Tem natureza
jurídica de causa de exclusão da tipicidade.
3. Objetiva Pura: Quando nenhum bem jurídico foi lesado ou exposto. Mas não importa se a inido-
neidade do meio ou do objeto é absoluta ou relativa.
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#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 145-STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a
sua consumação.
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração
do crime de furto.
#MAISJURISPRUDÊNCIA
O STF em julgamento do dia 22/08/17, publicado em 06/02/2018, entendeu que a Súmula 567 do
STJ pode ser relativizada a depender do caso concreto. vejamos a ementa do julgado:
Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Furto simples tentado. Artigo 155, caput, em combinação
com o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Conduta delituosa praticada em loja de departamento.
Estabelecimento vítima que exerceu a vigilância direta sobre a conduta do paciente. Acompanhamen-
to ininterrupto de todo o iter criminis. Ineficácia absoluta do meio empregado para a consecução do
delito, dadas as circunstâncias do caso concreto. Crime impossível caracterizado. Artigo 17 do Código
Penal. Atipicidade da conduta. Recurso provido. Com fundamento diverso, votaram pelo provimento
do recurso os eminentes Ministros Celso de Mello e Edson Fachin. 1. A forma específica mediante
a qual os funcionários do estabelecimento vítima exerceram a vigilância direta sobre a conduta do
paciente, acompanhando ininterruptamente todo o iter criminis, tornou impossível a consumação
do crime, dada a ineficácia absoluta do meio empregado. Tanto isso é verdade que, no momento
em que se dirigia para a área externada do estabelecimento comercial sem efetuar o pagamento do
produto escolhido, o paciente foi abordado na posse do bem, sendo esse restituído à vítima. 2. De
rigor, portanto, diante dessas circunstâncias, a incidência do art. 17 do Código Penal, segundo o qual
“não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime”. 3. Esse entendimento não conduz, automaticamente, à
atipicidade de toda e qualquer subtração em estabelecimento comercial que tenha sido monitorada
pelo corpo de seguranças ou pelo sistema de vigilância, sendo imprescindível, para se chegar a essa
conclusão, a análise individualizada das circunstâncias de cada caso concreto. 4. Recurso provido
para conceder a ordem de habeas corpus, reconhecendo-se a atipicidade da conduta imputada ao
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ERRO DE TIPO
Trata-se de uma falsa percepção da realidade, em que o agente não sabe o que faz. Possui previsão
expressa no art. 20 do Código Penal, podendo o erro recair sobre circunstâncias essenciais (erro
essencial) ou agregadas ao tipo penal (erro acidental).
Exclui o dolo, mas admite a responsabilidade a título de
ERRO DE TIPO EVITÁVEL
culpa, se prevista em lei.
ESSENCIAL
INEVITÁVEL Exclui o dolo e a culpa.
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ERRO DE PROIBIÇÃO
No erro de proibição o agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a ilicitude
do fato. Não é que o agente ignore os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP, considera
que “o desconhecimento da lei é inescusável”, não admitindo, portanto, a ignorantia legis. No erro de
proibição, o agente apesar de saber dos termos da lei, desconhece ou interpreta mal o seu conteúdo,
ou seja, não compreende com clareza seu caráter ilícito.
EVITÁVEL Causa de diminuição de pena de 1/6 até 1/3.
INEVITÁVEL Isenção de pena.
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Exemplo: pessoa que levou o carro de outrem Exemplo: holandês que acreditou que no Brasil
achando que fosse o seu. poderia usar drogas sem que praticasse crime.
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#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO
Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes,
deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que,
em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime
continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1471651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015
(Info 573).
Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de “Lavagem”
de Dinheiro). Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts.
6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569).
No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O
STJ entende que, em regra, a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em conside-
ração o número de infrações praticadas pelo agente com base na seguinte tabela: O critério para o
aumento no crime continuado é o número de crimes praticados: 2 crimes — aumenta 1/6 3 crimes
— aumenta 1/5 4 crimes — aumenta 1/4 5 crimes — aumenta 1/3 6 crimes — aumenta 1/2 7 ou
mais — aumenta 2/3 Porém, nem sempre será fácil trazer para os autos o número exato de crimes
que foram praticados, especialmente quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo, de
um padrasto que mora há meses ou anos com a sua enteada e contra ela pratica constantemen-
te estupro de vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo não havendo a informação do número exato
de crimes que foram cometidos, o juiz poderá aumentar a pena acima de 1/6 e, dependendo do
período de tempo, até chegar ao patamar máximo. Assim, constatando-se a ocorrência de diversos
crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o aumento da pena pela continuidade
delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a quantificação exata do núme-
ro de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311146-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador
convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559).
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O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem
seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito
roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata,
portanto, de crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, prati-
ca crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a
violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em
17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO.
Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto
fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que
violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018.
Existe precedente do STJ reconhecendo continuidade entre o art. 168-A e o art. 337-A do CP
Em função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts. 168-A e 337-A, apesar de cons-
tarem em títulos diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares, refletem
delitos que guardam estreita relação entre si, portanto cabível o instituto da continuidade deliti-
va (art. 71 do CP). STJ. REsp 1212911/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em
20/03/2012.
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Pressupõe: perigo atual + sem destinatário Pressupõe: agressão humana injusta + atual ou
certo. iminente + com destinatário certo.
Conclusão: cabe estado de necessidade Conclusão: não cabe legítima defesa contra
contra estado de necessidade. legítima defesa.
LEGÍTIMA DEFESA DEFENSIVA OU PASSIVA Apenas se defende, sem praticar fato típico.
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#OBS: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real
(não pode ser encarado como agressão injusta). Assim, se dois náufragos se agridem pelo colete
salva-vidas, ocorre estado de necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões
é injusta.
#ATENÇÃO: A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inim-
putável? SIM. A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito
analítico de crime, deve ser aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe
da capacidade de entendimento e autodeterminação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui
elemento da culpabilidade. No entanto, o agente deve ter maior cautela ao reprimir a agres-
são injusta no inimputável, se tinha consciência desse fato. Deve fugir ao combate, se possível.
CULPABILIDADE
Consiste no juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato
típico e antijurídico, quando podia entender o caráter ilícito do fato e agir
CONCEITO conforme o direito.
#ATENÇÃO Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é pressuposto
de pena.
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Doença mental ou
desenvolvimento
mental incompleto/
CAUSAS DE retardado
IMPUTABILIDADE
INIMPUTABILIDADE Menoridade
Embriaguez comple-
ta e acidental
POTENCIAL
CAUSA DE Erro de proibição
CONSCIÊNCIA
EXCLUSÃO inevitável
ELEMENTOS DA ILICITUDE
Obediência hierár-
quica
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#SELIGANOTERMO – TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Essa teoria surgiu na Itália e foi cria-
da para solucionar os crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada. No momento do
crime o sujeito está inconsciente. A teoria antecipa o momento da análise da imputabilidade.
A imputabilidade não será analisada no momento em que o crime foi praticado. Nesse momen-
to ele estava inconsciente. É antecipada para o momento anterior àquele em que o agente
livremente se colocou no estado de embriaguez. Para a embriaguez preordenada essa teoria
é perfeita, pois no momento anterior já existia o dolo - o fundamento é a causalidade mediata.
Antes de começar a beber já havia o dolo de cometer crime. O art. 28, II CP acolheu essa teoria
também para a embriaguez voluntária e culposa. No momento anterior, antes de beber, já
existia o dolo? Não. Por esse motivo, a doutrina critica a aplicação desta teoria à esta hipó-
tese, alegando que é um resquício da responsabilidade penal objetiva.
#OLHAOGANCHO O art. 45 da Lei de Drogas de fato traz uma causa especial de exclusão da
culpabilidade, que ocorre em razão da dependência. Essa excludente, não incide apenas no
delito de portar ou trazer consigo drogas, mas sim sobre qualquer infração penal praticada.
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TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
Circunstâncias incomunicáveis
Casos de impunibilidade
Concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração empreendida por duas ou mais
pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal, dependendo da existência de
cinco requisitos para sua configuração: pluralidade de agentes culpáveis, relevância causal das condutas
para a produção do resultado, vínculo subjetivo, unidade de infração penal para todo os agentes e exis-
tência de fato punível.
a) Pluralidade de Agentes Culpáveis: As condutas devem ser praticadas por pelo menos duas
pessoas, e, consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes. Essas condutas
podem ser principais, no caso da coautoria, ou então uma principal e outra acessória, praticadas pelo
autor e pelo partícipe, respectivamente. Os coautores ou partícipes, entretanto, devem ser culpáveis, ou
seja, dotados de culpabilidade.
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b) Relevância Causal das Condutas para a Produção do Resultado: Concorrer para a infração
penal importa dizer que cada uma das pessoas deve fazer algo para que a empreitada tenha vida no
âmbito da realidade. O caput do art. 29 fala em de qualquer modo, expressão que deve ser compreendi-
da como uma contribuição pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou
simultânea à execução, devendo a conduta individual influir diretamente na produção do resultado.
c) Vínculo Subjetivo: Também denominado de concurso de vontades, impõe que todos os agen-
tes estejam ligados entre si por um vínculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico, pois caso contrário
não haverá um crime praticado com concurso, mas vários crimes simultâneos, caracterizand0º a autoria
colateral. Os agentes devem revelar vontade homogênea, visando a produção do mesmo resultado, é o
denominado princípio da convergência, o que impede a contribuição dolosa para um crime culposo, nem
a concorrência culposa para um delito doloso. Por fim, cumpre salientar que o vínculo subjetivo não exige
ajuste prévio, muito menos estabilidade da união, sendo suficiente a atuação consciente do partícipe no
sentido de contribuir para a conduta do autor, ainda que este desconheça a colaboração.
Existem diversas teorias que buscam fornecer o conceito de autor, cumprindo trazer as mais impor-
tantes e com maior chance de cobrança em nossa prova.
a) Teoria Subjetiva ou Unitária: Não diferencia o autor do partícipe. Autor é aquele que de qual-
quer modo contribuir para a produção de um resultado penalmente relevante. Seu fundamento deriva
da teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non, pois qualquer colaboração para o
resultado, independente do seu grau, a ele deu causa.
b) Teoria Extensiva: Também com fundamento da teoria da equivalência dos antecedentes, não
distingue o autor do partícipe, todavia, ao admitir causas de diminuição da pena para estabelecer diver-
sos graus de autoria, é mais suave em relação à teoria anterior. Aparece nesse âmbito a figura do cúmpli-
ce, ou seja, o autor que concorre de modo menos importante para o resultado.
c) Teoria Objetiva ou Dualista: Opera nítida distinção entre autor e partícipe, tendo sido a teoria
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adotada pela lei 7.209/84 – Reforma da parte Geral do Código Penal, sendo subdividida em outras 03
(três) teorias:
d) Teoria objetivo-formal: Autor é quem realiza o núcleo (verbo) do tipo penal, ou seja, a conduta
criminosa descrita pelo preceito primário da norma incriminadora. Por sua vez, partícipe é quem de qual-
quer modo concorre para o crime, sem praticar o núcleo do tipo. A atuação do partícipe seria impune
se não existisse a norma de extensão pessoal prevista no caput do art. 29 do Código Penal, ou seja, a
adequação típica, na participação, é de subordinação mediata.
É a teoria adotada pelo Código Penal, devendo, entretanto, ser complementada pela teoria da
autoria mediata.
Teoria do Domínio do Fato: Foi criada na Alemanha, em 1939, por Hans Welzel, com a finalidade
de ampliar o conceito de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor aquele que,
mesmo não realizando o núcleo do tipo, domina finalisticamente todo o seu desenrolar. Welzel dizia
que autor é o senhor do fato.
Em outras palavras, autor é quem executa uma tarefa essencial para a ocorrência do delito. Se
deixar de praticar sua conduta, o delito não acontece da forma planejada. É quem controla finalistica-
mente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições.
Já o partícipe é quem executa tarefa não essencial (secundária, acessória). Será aquele que, embora
colabore dolosamente para o alcance do resultado, não exerce domínio sobre a ação.
a) Aquele que por sua vontade executa o núcleo do tipo (autor propriamente dito).
b) Aquele que planeja o crime para ser executado por outras pessoas (autor intelectual).
c) Aquele que se vale de um não culpável ou de pessoa que age sem dolo ou culpa para executar
o tipo (autor mediato).
Embora a teoria objetivo-formal seja adotada pelo Código Penal, a doutrina moderna tem traba-
lhado com a teoria do domínio do fato, como no caso de crimes tributários, onde é comum o Ministério
Público invocar a aplicação desta teoria para pedir a condenação do sócio, pois na maioria dos casos,
quem pratica a conduta de suprimir ou reduzir tributo é o empregado, gerente ou contador da pessoa
jurídica.
Contudo, os Tribunais Superiores têm advertido que a teoria do domínio do fato não permite que
a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da
conduta, fixando, então, certos limites a sua aplicação.
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#DEOLHONAJURIS
Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do domínio do fato para dar suporte à impu-
tação penal, sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes no
sentido de que o Presidente da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de divisas,
como dirigiu finalisticamente a atuação dos demais acusados.
Assim, não basta que o acusado se encontre em posição hierarquicamente superior. Isso
porque o próprio estatuto da empresa prevê que haja divisão de responsabilidades e, em grandes
corporações, empresas ou bancos há controles e auditorias exatamente porque nem mesmo os
sócios têm como saber tudo o que se passa.
STF. 2ª Turma. HC 127397/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/12/2016 (Info 850).
O diretor-geral da empresa de telefonia Vivo foi denunciado pelo fato de que na filial que funciona
no Estado de Pernambuco teriam sido inseridos elementos inexatos em livros fiscais.
Diante disso, o Ministério Público denunciou o referido diretor pela prática de crime contra a ordem
tributária (art. 1º, II, da Lei nº 8.137/90).
A denúncia aponta que, na condição de diretor da empresa, o acusado teria domínio do fato, o
poder de determinar, de decidir, e de fazer com que seus empregados contratados executassem o
ato, sendo responsável pelo delito.
O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não se pode invocar a teoria do
domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica
o diretor estatutário da empresa para lhe imputar um crime fiscal que teria sido supostamente prati-
cado na filial de um Estado-membro onde ele nem trabalha de forma fixa.
STF. 2ª Turma. HC 136250/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
#ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato tem aplicação apenas aos crimes dolosos e comissivos.
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#ATENÇÃO: É preciso destacar que no julgamento da Ação Penal 470 – Caso Mensalão – alguns
ministros do STF adotaram a teoria do domínio do fato, que posteriormente ganhou força com a
edição da Lei 12.850/13 – Lei do Crime Organizado, em especial no art. 2°, § 3°, que traz a previsão
de que a pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
»» Circunstâncias Incomunicáveis:
Circunstâncias incomunicáveis são as que não se estendem, isto é, não se transmitem aos coautores
ou partícipes de uma infração penal, pois se referem exclusivamente a determinado agente, incidindo
apenas em relação a ele.
Circunstâncias incomunicáveis
Elementares são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores que integram
a definição básica de uma infração penal. No homicídio simples, por exemplo, as elementares são matar
e alguém.
Circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para o fim de
aumentar ou diminuir a pena. No caso acima usado como exemplo, o homicídio, são circunstâncias o
relevante valor moral, o motivo torpe, o motivo fútil, dentre outras.
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INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Individualização da pena legislativa ou É a cominação da pena. Ocorre com a criação
abstrata: do tipo penal.
REGIMES
Não reincidente, com pena igual ou inferior a 4 anos. Casa de albergado ou outro
ABERTO
estabelecimento adequado.
Não reincidente, com pena superior a 4 anos e não excedente a 8anos. Colônia
SEMIABERTO
agrícola, industrial ou em estabelecimento similar.
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Aplicada pena privativa de liberdade com qualquer pena, se o crime for culposo;
O réu não for reincidente em crime doloso (salvo se a medida for recomendável e não ocorra
reincidência específica);
#SELIGANASSUMULAS
Súmula 718 do STF: a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.
Súmula 719 do STF: a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
Súmula 440 do STJ: fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravi-
dade abstrata do delito.
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, tem o direito
de cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias
judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis. A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso (Info 859 - STF).
-Súmula 241-STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial.
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar
a pena-base.
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NFPSS
Súmula 231-STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena
abaixo do mínimo legal.
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador,
o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
#OLHAOGANCHO: a confissão espontânea, parcial, qualificada ou retratada, todas elas, podem ser
utilizadas pelo juiz, em conjunto com as demais provas, para condenar o réu. Para o STJ, é irrelevan-
te se a confissão é total ou parcial, condicionada ou restrita, com ou sem retratação posterior. Basta
que ela tenha sido levada em consideração pelo magistrado para proferir a condenação. Essa é a
conclusão da Súmula 545/STJ.
Súmula 269 STJ: É admissível a adoção do regime prisional SEMIABERTO aos REINCIDENTES conde-
nados a PENA IGUAL ou inferior a quatro anos SE FAVORÁVEIS AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS.
#DEOLHONAJURIS
DOSIMETRIA DA PENA. Determinado réu foi condenado por furto qualificado por rompimento
de obstáculo (art. 155, § 4º, I, do CP). O STF considerou incorreta a sentença do juiz que, na 1ª fase
da dosimetria da pena, aumentou a pena-base com fundamento em três argumentos: a) Culpabi-
lidade. O magistrado afirmou que era patente a culpabilidade do réu considerando que ele tinha
plena consciência da ilicitude de seu ato. O juiz confundiu os conceitos. Para fins de dosimetria da
pena, culpabilidade consiste na reprovação social que o crime e o autor do fato merecem. Essa
culpabilidade de que trata o art. 59 do CP não tem nada a ver com a culpabilidade como requisito
do crime (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e inexigibilidade de conduta
diversa). b) Antecedentes. O juiz aumentou a pena pelo fato de o agente já responder a quatro
outros processos criminais. A jurisprudência entende que, em face do princípio da presunção de não
culpabilidade, os inquéritos policiais e ações penais em curso não podem ser considerados maus
antecedentes (Súmula 444-STJ e STF RE 591054/SC). c) Circunstâncias do crime. O julgador conside-
rou que as circunstâncias do crime eram negativas porque o crime foi praticado com rompimento
de obstáculo à subtração da coisa. Aqui, o erro do magistrado foi utilizar como circunstância judicial
(1ª fase da dosimetria) um elemento que ele já considerou como qualificadora (inciso I do § 4º do
art. 155). Houve, portanto, bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato). STF. 2ª Turma. HC 122940/
PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016 (Info 851).
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REQUISITO Não ser o réu reincidente em crime doloso, salvo se na condenação anterior
SUBJETIVO: foi aplicada somente a pena de multa (art. 77, I, e § 1°)
Pode ocorrer que o réu obtenha dois sursis ao mesmo tempo. Exemplo: durante
SURSIS SIMUL-
o período de prova o réu é condenado por crime culposo ou contravenção não
TÂNEOS:
sendo revogado o sursis anterior (hipótese de revogação facultativa).
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LIVRAMENTO CONDICIONAL
Forma de liberdade antecipada para crimes em que a pena privativa de
CONCEITO:
liberdade seja igual ou superior a dois anos.
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA 715 DO STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefí-
cios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
EFEITOS
Pena e medida de segurança
PRINCIPAIS
Penais (reincidência e seus efeitos na concessão de benefícios);
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a) pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde que o crime tenha sido cometido
com abuso do poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
#DEOLHONAJURIS
REGRA: a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exer-
cida no momento da prática do delito. EXCEÇÃO: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo
cargo guarda correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no
momento do crime, neste caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de
anular (evitar) a possibilidade de que o agente pratique novamente delitos da mesma natureza (Info
599 - STJ)
Não pode ser interpretado extensivamente com o intuito de permitir a cassação da aposentadoria,
ainda que a aposentadoria ocorra no curso da ação Penal, ou seja, antes da condenação. O rol do
art. 92 do CP é taxativo, consoante o STJ. (INFO 552, STJ).
#DEOLHONASÚMULA:
LEI DE FALÊNCIA: o art. 181, da Lei nº 11.101/05 estabelece como efeitos da condenação: a inabi-
litação para o exercício de atividade empresarial (inciso I), o impedimento para o exercício de cargo
ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei
(inciso II) e a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio (inciso III).
Tais efeitos não são automáticos, devendo ser declarados na sentença (art. 181, §1º); (#OLHAOGAN-
CHO Com o edital de empresarial)
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LEI DE TORTURA: a condenação pela prática de crime de tortura, se praticado por funcionário
público, acarretará a perda do cargo, função ou emprego público, bem como a interdição para
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada (art. 1º, §5º, Lei nº 9.455/97). Trata-se de efeito
automático, segundo o STJ (REsp 1.044.866/MG);
LEI DE DROGAS: no caso de crime de tráfico de drogas envolvendo funcionário púbico, o art. 56,
§1º, da Lei nº11.343/06 permite ao juiz promover o afastamento cautelar do servidor, comunicando
ao órgão respectivo. Em caso de condenação, a perda do cargo ou função pública seguirá a regra
do art. 92, CP;
CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS: o art. 7º, da Lei nº 9.613/98 traz os efeitos da condenação,
além dos previstos no CP: I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à
prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - a interdição do exercício de cargo ou função pública
de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das
pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de
INIMPUTÁVEIS:
segurança.
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Adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma
SEMI-
medida de segurança), que se contrapõe ao sistema do duplo binário (em que
IMPUTÁVEIS:
era possível a aplicação de ambos).
#ATENÇÃO A Lei da Reforma psiquiátrica propõe uma superação desse paradigma de interna-
ção/tratamento ambulatorial com base na espécie de pena! Há doutrina que defende que o trata-
mento da Medida de Segurança pelo CP fora revogado pela referida lei, mas fique atento ao texto
legal para as questões.
Anistia
Graça
Indulto
Abolitio criminis
Prescrição
Decadência
Perempção
Renúncia
Perdão do Ofendido
Retratação
Perdão Judicial
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RENÚNCIA AO É o ato unilateral (não depende de aceitação) e voluntário por meio do qual a
DIREITO DE pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de
QUEIXA queixa, antes do início do processo.
#AJUDAMARCINHO #NÃOCONFUNDA
GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(Indulto individual) (Indulto coletivo)
É um benefício concedido pelo
Congresso Nacional, com a Concedidos por Decreto do Presidente da República. Apagam o
sanção do Presidente da Repú- efeito executório da condenação.
blica (art. 48, VIII, CF/88) por A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s):
meio do qual se “perdoa” a
prática de um fato criminoso. • Procurador Geral da República
Normalmente incide sobre • Advogado Geral da União
crimes políticos, mas também
pode abranger outras espécies • Ministros de Estado
de delito.
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Pode ser concedida: Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais benefícios só podem
ser concedidos após o trânsito em julgado da condenação. Esse
• antes do trânsito em julgado entendimento, no entanto, está cada dia mais superado, consi-
(anistia própria) derando que o indulto natalino, por exemplo, permite que seja
concedido o benefício desde que tenha havido o trânsito em julga-
• depois do trânsito em julga- do para a acusação ou quando o MP recorreu, mas não para agra-
do (anistia imprópria) var a pena imposta (art. 5º, I e II, do Decreto 7.873/2012).
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ESPÉCIES DE PPP
ENQUANTO NÃO TRANSITAR Prescrição em abstrato
EM JULGADO A SENTENÇA
(ART. 109, CP) Pena em abstrato
a) Recebimento da Denúncia ou Queixa: se a denúncia for recebida por juiz de 1º grau, interrom-
pe-se com a publicação do despacho que a recebeu. Se for recebida por Tribunal, aí se conta da sessão
do julgamento do recurso (Súmula 709, STF). Se proferida por juiz incompetente, não tem o condão de
interromper.
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
#FOCANAJURISPRUDÊNCIA:
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#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 191 DO STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri
venha a desclassificar o crime.
REDUÇÃO PELA METADE DA PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos,
ao tempo da sentença.
#DEOLHONAJURIS:
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é necessário que,
no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. Se ele só completou a idade
após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo que isso tenha ocorrido antes do julgamento
de apelação interposta contra a sentença. Existe, no entanto, uma situação em que o condena-
do será beneficiado pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a
“sentença” (sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado opõe embargos
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No caso de crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, havendo sentença conde-
natória para um dos crimes e acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição
da pretensão punitiva de ambos é interrompida a cada provimento jurisdicional (art. 117, § 1º,
do CP). STJ. 5ª Turma. RHC 40177-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/8/2015
(Info 568).
#SÚMULAS
STJ:
Súmula 191 - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 438 - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
STF:
Súmula Nº 497: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
Súmula nº 592: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas
no código penal.
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HOMICÍDIO Em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo
SIMPLES de extermínio, ainda que por só um agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90).
MOTIVO TORPE = motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar com
sua herança.
MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime pratica-
do. Ex.: Concurseiro mata dono da salinha de estudo porque fechou o estabeleci-
mento mais cedo do que o previsto. #NãoFaçaIssoJamais #VaiReprovarNoPsico-
técnico #EAindaVaiPraCadeia (Rsrsrs).
Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
HOMICÍDIO
QUALIFICADO MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a vítima
perceba. Ex.: agente retira óleo do carro da vítima para lhe causar acidente fatal.
MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário)
sofrimento físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma
menos dolorosa.
TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte da vítima,
ou seja, trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de homicídio quali-
ficado.
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OBS: TORTURA COM RESULTADO MORTE (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97): crime
essencialmente preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima e, por
excesso, finda por causar-lhe a morte, culposamente.
TRAIÇÃO: é o ataque desleal, repentino e inesperado. Ex.: atirar na vítima pelas
costas.
EMBOSCADA: pressupõe o ocultamento do agente, que ataca a vítima com
surpresa. Ex.: o agente, escondido no jardim de entrada da casa da vítima, a ataca
quando esta chegava do serviço.
DISSIMULAÇÃO: fingimento, disfarçando o agente a sua intenção criminosa. Ex.:
o agente convida a vítima para jantar, levando-a para lugar ermo onde ocorre o
ataque fatal.
OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO: trata-se de caso clássico de interpretação analógica.
A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova quali-
ficadora ao crime de homicídio.
Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou
agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
HOMICÍDIO
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
FUNCIONAL
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou paren-
te consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
#SELIGA: houve também alteração na Lei nº 8.072/ 1990, tornando o homicídio
funcional espécie de crime hediondo.
STF INFO 849 - A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria
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gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não e ́ crime. E ́ preciso conferir inter-
pretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de
aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no
primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher,
bem como o princípio da proporcionalidade. STF. 1a Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco
Aurélio. julgado em 29/11/2016 (Info 849)
HOMICÍDIO QUALIFICADO X DOLO EVENTUAL:A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º,
II, do CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu
ter assumido o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de
o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não
se confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita
Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 13/06/2017
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio suposta-
mente praticado por agente que disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido - em razão
de choque com outro automóvel também participante do “racha” - tenha atingido o veículo da
vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação despro-
porcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso de “racha”, tendo em conta que
a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a
presença da qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma reação do agente a
uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ).
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro
à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante
(§ 4º do art. 121 do CP). Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente
para afastar a causa de aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo,
a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, §
4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa (INFO
554 DO STJ).
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Repouso Noturno: a causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto para
o furto simples como para o furto qualificado.
#AJUDAMARCINHO:
É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso notur-
no (art. 155, §1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, §4º). Não existe nenhuma
incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do §4º. São circunstâncias
diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o
agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz
aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topo-
gráfica do §1º (vem antes do §4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto
qualificado (§ 4º) - (Info 851-STF).
#DEOLHONASSÚMULAS:
273 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema
de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
#SELIGANATABELA:
Furto Privilegiado X Pequeno Valor X De Crime Continuado: Nos casos de continuidade delitiva,
o valor a ser considerado para fins de concessão do privilégio (artigo 155, § 2º do CP) ou do reconheci-
mento da insignificância é a soma dos bens subtraídos.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Possibilidade de aplicar o regime inicial aberto ao condenado por furto, mesmo ele sendo
reincidente, desde que seja insignificante o bem subtraído. A reincidência não impede, por si
só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso
concreto. No entanto, com base no caso concreto, o juiz pode entender que a absolvição com
base nesse princípio é penal ou socialmente indesejável. Nesta hipótese, o magistrado condena o
274 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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réu, mas utiliza a circunstância de o bem furtado ser insignificante para fins de fixar o regime inicial
aberto. Desse modo, o juiz não absolve o réu, mas utiliza a insignificância para criar uma exceção
jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no princípio da proporcionalidade STF.
1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
23/4/2019 (Info 938).
Consumação do Furto: Consuma-se o crime de furto com a inversão da posse do bem, ainda
que por breve tempo, seguida de perseguição imediata do agente ou recuperação da coisa roubada,
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STF e STJ). TEORIA DA AMOTIO ou
APPREHENSIO.
Furto Qualificado: as qualificadoras do art. 155, §4º, CP dizem respeito ao modo de execução do
agente.
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#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majo-
rante do roubo.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS:
§ 7º. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substân-
cias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
#DEOLHONASÚMULA:
276 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica
ou desvigiada.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS #AJUDAMARCINHO:
A Lei nº 13.654/2018 acrescentou uma nova hipótese de roubo majorado no inciso VI.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
(...)
A mesma lei acrescentou um novo parágrafo ao art. 157 prevendo duas novas hipóteses de roubo
circunstanciado, com pena maior.
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018) II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Além disso, foi alterada a redação do § 3º do art. 157 do Código Penal. Duas mudanças foram veri-
ficadas:
2) aumentou a pena do roubo com resultado lesão corporal grave. Antes era de 7 a 15 anos. Agora
é de 7 a 18 anos. Neste ponto, a Lei nº 13.654/2018 é mais gravosa e, portanto, irretroativa.
Art. 157 (...) § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
277 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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NFPSS
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído
pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
#ESQUEMATIZANDO:
#DEOLHONAJURIS:
O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo, com a modificação
operada pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal. Diante
disso, constata-se que houve abolitio criminis devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroa-
tivamente para excluir a referida causa de aumento da pena imposto aos réus condenados
por roubo majorado pelo emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis
in mellius prevista no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018.
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Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies
diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª
Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
24/4/2018 (Info 899).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
FURTO. É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repou-
so noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe
nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São
circunstâncias diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possí-
vel que o agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz
aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topográfica
do § 1º (vem antes do § 4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto quali-
ficado (§ 4º). STF. julgado em 13/12/2016 (Info 851). STJ, julgado em 4/12/2014 (Info 554).
LATROCÍNIO. Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante
armado, que deseja subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matan-
do o casal. João foge levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal ou um
único crime de latrocínio? STJ: concurso formal impróprio. STF e doutrina majoritária: um único crime
de latrocínio. STJ, julgado em 17/11/2015. STF, julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE!
LATROCÍNIO. Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da
vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que
sua participação se revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro
utilizando arma de fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo
que estava estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou
responsável por vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes utilizando o carro
subtraído. Depois de João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro atirou nas vítimas, que
acabaram morrendo. João pretendia responder apenas por roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II)
alegando que não participou nem queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado o
art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir
resultado mais grave, ciente de que atuava em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas
em cárcere sob a mira de arma de fogo. STF, julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE
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ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa” (art. 158 do CP). A ameaça de causar um “mal
espiritual” contra a vítima pode ser considerada como “grave ameaça” para fins de configuração do
crime de extorsão? SIM. Configura o delito de extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que
submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la e compeli-la a reali-
zar o pagamento de vantagem econômica indevida. STJ, julgado em 14/2/2017 (Info 598)
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 610 DO STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realize o agente a subtração de bens da vítima.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
SÚMULA 582 DO STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem,
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa
e pacífica ou desvigiada.
FURTO MAJORADO: A causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto
para o furto simples como para o furto qualificado.
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#SELIGANADIFERENÇA
MAIS DE UMA VÍTIMA E Ainda que no mesmo contexto fático, mediante uma só ação pratica-
PATRIMÔNIOS da contra vítimas diferentes, configura-se concurso formal de crimes,
DIVERSOS visto que violados patrimônios distintos (STJ, 2016).
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EXTORSÃO ROUBO
O agente faz com que a vítima entregue a coisa. O agente subtrai a coisa pretendida. Subtrair.
Constranger #OLHEOVERBO. #OLHEOVERBO.
Vantagem econômica indevida: bem móvel ou Vantagem econômica indevida: somente bem
imóvel. móvel.
DANO (ART. 163, CP) e RECEPTAÇÃO (ART. 180, CP): A Lei nº 13.531/2017 promove alteração
nas qualificadoras dos crimes de dano (art. 163 do CP) e receptação (art. 180) envolvendo bens públicos.
Corrigiu essas duas falhas e incluiu o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas
públicas” no rol do inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP. Compare:
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Súmula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou práti-
ca de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima
para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com
o agente.”
#SELIGANAJURIS
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a
216-A) e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da
vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). O bisavô está incluído dentro
dessa expressão “ascendente”. O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra
de limitação quanto ao número de gerações. Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra
sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP. STF. 2ª Turma.
RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR: crime único ou concurso material? Para o STJ,
caso as condutas tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático,
trata-se de crime único, pois é um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo). Consequên-
cia: a lei nova é mais favorável. Aplicação retroativa (INFO 543 DO STJ).
O agente abordou de forma violenta e sorrateira a vítima com a intenção de satisfazer sua lascívia,
o que ficou demonstrado por sua declarada intenção de “ficar” com a jovem – adolescente de 15
anos – e pela ação de impingir-lhe, à força, um beijo, após ela ser derrubada ao solo e mantida
subjugada pelo agressor, que a imobilizou pressionando o joelho sobre seu abdômen. Tal conduta
configura o delito do art. 213, § 1º do CP. STJ. 6ª Turma. REsp 1611910-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 11/10/2016 (Info 592).
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O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua roupa,
pratica, em tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Não importa que não tenha
havido penetração vaginal (conjunção carnal). STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei 13.772/2018 incluiu o art. 216-B ao Código Penal, com o seguinte
texto: Registro não autorizado da intimidade sexual - Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo e privado sem autorização dos participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano,
e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou
libidinoso de caráter íntimo.
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei 13.718/2018 alterou o art. 225 do Código Penal, que passa a ter o
seguinte texto: Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada. Assim, a discussão que havia na doutrina e na jurisprudência
acerca da ação penal ser pública incondicionada ou pública condicionada à representação, para
alguns crimes contra a dignidade sexual, perdeu objeto, sendo que todos os crimes contra a digni-
dade sexual passam a ser de ação pública incondicionada.
#OLHAOGANCHO Apesar de não ser equiparado a hediondo, por expressa disposição legal, o
crime de tráfico de pessoas exige o cumprimento de 2/3 da pena para concessão de livra-
mento condicional.
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FALSIDADE MATERIAL (Art. 297 e 298 do CP) FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP)
O documento não possui vício em sua forma
O documento possui vício em sua forma.
(refere-se ao conteúdo do documento).
#AJUDAMARCINHO #DEOLHONAJURIS
Inserir informação falsa em currículo Lattes não configura crime de falsidade ideológica.
Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. Isso não
configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque: 1) currículo Lattes não é considerado documento
por ser eletrônico e não ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não
é objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento é passível de averiguação, o STJ entende
que não há crime de falsidade ideológica mesmo que o agente tenha nele inserido informações falsas.
STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).
Falsa declaração de hipossuficiência não configura falsidade ideológica (art. 299). É atípica
a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios da justiça
gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter
os benefícios da gratuidade de justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada
documento para fins penais, já que é passível de comprovação posterior, seja por provocação da parte
contrária seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da causa. STJ. 6ª Turma. HC 261074-MS, Rel. Min.
Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546).
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Colocar fita na placa: crime do art. 311 do CP. A norma contida no art. 311 do Código Penal
busca resguardar a autenticidade dos sinais identificadores dos veículos automotores, sendo, pois, típica,
a simples conduta de alterar, com fita adesiva, a placa do automóvel, ainda que não caracterizada a fina-
lidade específica de fraudar a fé pública. Assim, a conduta de colocar uma fita adesiva ou isolante para
alterar o número ou as letras da placa do carro e, assim, evitar multas, pedágio, rodízio etc., configura o
delito do art. 311 do CP. STF. 2ª Turma. RHC 116371/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/8/2013 (Info
715). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1327888/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 03/03/2015.
Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de documento falso (art. 304):
É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com fundamento em
documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados da confissão do acusado, sendo
desnecessária a prova pericial para a comprovação da materialidade do crime, especialmente se a defesa
não requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame. O crime de uso de documento
falso se consuma com a simples utilização de documento comprovadamente falso, dada a sua natureza
de delito formal. STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador
convocado do TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).
O falso pode ser absorvido pelo descaminho, ainda que a pena da falsidade seja maior que do
descaminho (Info 587-STJ).
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa. Aprovada em 25/03/2015, DJe 06/04/2015.
SÚMULA 546 DO STJ:A competência para processar e julgar o crime de uso de documento
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor.
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
PECULATO
PECULATO-APROPRIAÇÃO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo
PECULATO e passa a agir como dono.
PRÓPRIO PECULATO-DESVIO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo e desvia
em proveito próprio ou de terceiro.
PECULATO PECULATO-FURTO: o agente não tem a posse do bem, mas se vale das facilidades
IMPRÓPRIO do cargo para subtrair ou concorrer para subtração.
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Súmula 599, STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração
pública.”
#DEOLHONAJURIS
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime,
conforme previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3a Seção. HC 379.269/MS, Rel. para acórdão
Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/05/2017.
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma
remunerada em defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judi-
ciária gratuita, enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais. Sendo equi-
parado a funcionário público, é possível que responda por corrupção passiva (art. 317 do CP). STJ.
5ª Turma. HC 264459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a causa de aumento
do art. 327, § 2º, do CP. (Info 816 - STF). É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de “imposição hierárquica”). A causa de aumento do § 2º do art. 327
aplica-se aos agentes políticos, inclusive o Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador de Estado) –
Info 757 do STF.
#SELIGA O STF (INFO 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para
a realização de deslocamentos por interesse particular.
#NÃOCONFUNDIR: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expres-
sa previsão legal. Veja a redação do art. 1°, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de respon-
sabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente
do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio
ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos.
A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e corrupção
passiva (arts. 316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-base alegando que
os “motivos do crime” (circunstância judicial do art. 59 do CP) seriam desfavoráveis. STJ. 3ª Seção.
EDv nos EREsp 1196136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/5/2017 (Info 608).
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
POSSE PORTE
Arma de fogo, acessório ou munição for encon- Arma de fogo encontrada em local diverso da
trada na residência ou no local de trabalho, residência ou do local de trabalho (nesse últi-
nesse último caso, desde que seja proprietário ou mo caso apenas para os proprietários e respon-
responsável pelo estabelecimento ou empresa. sáveis da empresa).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
NORMA PENAL EM BRANCO: Os tipos penais, ao fazerem menção a arma de fogo, acessório
ou munição de uso permitido ou restrito, devem ser complementados pelos Decretos 3.665/2000 e
5.123/2004.
PORTE DE MUNIÇÃO, SEM ARMA: É crime. Excepcionalmente, o STF (INFO 826) entende ser
atípica a conduta de portar munição desacompanhada de arma de fogo na forma de pingente.
#ATENÇÃO
OMISSÃO DE CAUTELA: Único crime do Estatuto que admite a modalidade culposa. Para ocor-
rer a consumação é necessário que o menor de 18 anos, ao menos, se apodere da arma de fogo. É um
crime omissivo, culposo e próprio. É um exemplo de crime culposo com tipo penal fechado (aquele tipo
em que a conduta ilegal do agente é completamente prevista pelo código)
#ATENÇÃO Se o agente tem a posse ilegal de arma e a deixa ao alcance de um menor, responde
pelos delitos de posse ilegal de arma de fogo (art. 12) e omissão de cautela (art. 13) em concurso material
de crimes (art. 69 do Código Penal).
CRIANÇA E ADOLESCENTE: vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente constitui o crime do art. 16, V (tipo penal autô-
nomo).
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#SELIGANAJURIS
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta
do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido
com registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. (Info 572
do STJ)
A posse (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de arma de fogo configura crime
mesmo que ela esteja desmuniciada. Da mesma forma, a posse ou o porte apenas da munição
(ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal conduta consiste em crime de
perigo abstrato, para cuja caracterização não importa o resultado concreto da ação. STF. 1ª Turma.
HC 131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (Info 844).
Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de
fogo tenha sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial para
a comprovação da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes previstos no arts. 12, 14
e 16 da Lei 10.826/2003 são de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança coletiva.
No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo constatar que a arma não tem nenhu-
ma condição de efetuar disparos não haverá crime.
SÚMULA 513 DO STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
#NOVIDADELEGISLATIVA LEI 13.497/2017. Altera a Lei n°. 8.072 de 25 de julho de 1990, para
incluir o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16) no rol dos
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crimes hediondos.
#ATENÇÃO O novo decreto de armas alterou os calibres que são permitidos ou restritos, não alte-
rando o estatuto em si no tocante aos crimes.
CRIMES HEDIONDOS
CRIMES HEDIONDOS
a) homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado;
b) lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de
morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição;
c) latrocínio;
d) extorsão qualificada pela morte;
d) extorsão mediante sequestro e na forma qualificada;
ROL TAXATIVO
e) estupro;
f ) estupro de vulnerável;
g) epidemia com resultado morte;
h) falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a
fins terapêuticos ou medicinais;
i) favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável;
j) genocídio;
k) posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no
art. 16 da Lei no 10.826/03 #NOVIDADE #VAICAIR.
a) Tortura;
EQUIPARADOS b) Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins;
c) Terrorismo.
LIVRAMENTO Cumprir 2/3 da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes
CONDICIONAL hediondos.
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#ATENÇÃO #AJUDAMARCINHO
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime
equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do
Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595).
O que dizia a Súmula 512-STJ: “A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º,
da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas.”
Atendendo o mandato constitucional de criminalização, constante do art. 5°, XLII, da CF, que expres-
sa que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito á pena de reclusão, nos
termos da lei, foi editada a lei n°. 7.716/1989 que disciplina os crimes resultantes da discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Note-se que a Constituição Federal determina ser inafiançável e imprescritível apenas a prática do
racismo, não podendo o preceito constitucional ser aplicado às demais formas de discriminação, sob
pena de incidência em analogia in mallam partem.
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Ainda neste ponto, cumpre trazer recente decisão do STJ no AREsp 686.965/DF, onde se decidiu
que a injúria racial (art. 140, § 3°, do CP) deve ser considerada imprescritível. O fundamento da
decisão foi no sentido de que a imprescritibilidade do delito de injúria racial foi reconhecida ao entendi-
mento de que esse crime, por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspira no sentido da
segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Lei n°. 7.716/89, cujo rol não é taxativo.
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Discriminar significa diferenciar, distinguir, tratar de forma diferente e prejudicial, enquanto a expres-
são preconceito, derivada do latim praejudicium, onde prae significa anterior e judicium traduz a ideia
de julgamento, pode ser definido como o conceito, opinião, sentimento ou juízo antecipado, formado
pela pessoa antes de possuir ou formar dados e elementos adequados para formar um conceito ou uma
opinião, independentemente de qualquer razão.
Raça: É o conjunto dos indivíduos identificados pela semelhança de características corporais, como
estrutura, cor da pele, forma física dentre outros, como produto de sua hereditariedade.
Cor: Expressão utilizada para determinar o aspecto cromático de alguma matéria. No sentido da lei,
cor é expressão utilizada para denotar a tonalidade da pele da pessoa, como cor branca, preta, amarela
e vermelha.
Etnia: Expressão utilizada para caracterizar o conjunto de pessoas identificadas pela similitude de
linguagem, cultura, traços físicos e mentais e tradição comuns.
Religião: É a crença ou doutrina religiosa. É a crença em relação a uma divindade ou a sua adoração.
#ATENÇÃO
O legislador não inseriu outras formas de discriminação na lei, como a discriminação sexual, em
razão da idade, por questões filosóficas ou políticas, razão pela qual, caso seja praticada discrimina-
ção em decorrência de qualquer destes motivos, a conduta será atípica em relação aos tipos penais
desta lei, podendo configurar crimes previstos no Código Penal.
Importante destacar que o STF já formou maioria para considerar que a homofobia deve receber o
mesmo tratamento da presente lei, no entanto, na data da elaboração deste material, ainda não foi
concluído o julgamento, sendo importante estar atento aos próximos andamentos, em especial às
conclusões finais do julgamento.
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NFPSS
ABUSO DE AUTORIDADE
A Lei de Abuso de Autoridade tem como principal função proteger os cidadãos de qualquer abuso
de poder por parte de um agente público, regulando o procedimento para que tais fatos sejam levados
ao conhecimento das autoridades e possibilitando a responsabilidade Administrativa, Civil e Penal do
autor do fato.
Dessa forma, a lei vai muito além de apenas definir o crime e os modos pelo qual pode ser pratica-
do, estabelece também as sanções cíveis e administrativas.
Cumpre ressaltar que a proteção do cidadão frente ao abuso de poder tem expressa previsão cons-
titucional: Art. 5°, inc. XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o
direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (...)
#SELIGANATABELA
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NFPSS
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar
culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a
autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de teste-
munhas, no máximo de três, se as houver. #COLANARETINA
#NÃOCONFUNDA
O agente pode receber três espécies de sanção: administrativa, cível e penal, sem que isso confi-
gure bis in idem. Tais sanções são autônomas e podem ser aplicadas cumulativamente.
#SELIGANATABELA
Advertência;
Repreensão;
ADMINISTRATIVA
Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta
dias, com perda de vencimentos e vantagens;
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NFPSS
Destituição de função;
Demissão;
Multa;
Detenção por dez dias a seis meses (crime de menor potencial ofensivo);
PENAL
Perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função
pública por prazo até três anos.
LEI DE TORTURA
ESPÉCIES DE TORTURA
Causa sofrimento físico ou mental através do emprego de violência ou
grave ameaça (art. 1º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei 9.455/97). Subdivide-se
em: tortura probatória (alíneas “a”), tortura crime (alíneas “b”) e tortura
discriminatória (alíneas “c”)
Art. 1º, II, parágrafo 1º, Lei 9.455/97 (Submeter pessoa presa ou sujeita a
TORTURA SEM
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
MOTIVAÇÃO
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal)
Art. 1º, II, parágrafo 2º, da Lei 9.455/97 (aquele que tinha o dever de evitar
TORTURA IMPRÓPRIA ou apurar, se omite diante da conduta daquele que submete pessoa presa
ou que cumpre medida de segurança a sofrimento físico ou mental).
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NFPSS
Há dolo de matar e a tortura é o meio de execu- Há dolo de torturar e a morte é resultado culpo-
ção escolhido para matar. so decorrente da tortura.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
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CAUSAS DE AUMENTO:
#DIZERODIREITO #DEOLHONAJURIS
Dessa forma, não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da
pena no regime prisional fechado.
STJ. 5ª Turma. HC 383090/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 21/03/2017.
STJ. 6ª Turma. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 11/10/2016.
Obs: existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de tortura deveria
ser obrigatoriamente o fechado: HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/6/2015. Penso
que se trata de uma posição minoritária e isolada do Min. Marco Aurélio. Os demais Ministros acom-
panharam o Relator mais por uma questão de praticidade do que de tese jurídica. Isso porque os
demais Ministros entendiam que, no caso concreto, nem caberia habeas corpus, considerando que
já havia trânsito em julgado. No entanto, eles não aderiram expressamente à tese do Relator. Não há
fundamento que justifique o § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90 (que obriga o regime inicial fechado
para crimes hediondos) ter sido declarado inconstitucional e o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 (que
prevê regra semelhante para um crime equiparado a hediondo) não o ser. Em provas de concurso,
deve-se ter atenção para a redação do enunciado.
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência de relações domésti-
cas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta da causa de aumento de pena
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NFPSS
prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei nº 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante genérica estatuída no
art. 61, II, “f”, do Código Penal. STJ. 6ª Turma. HC 362634-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 16/8/2016 (Info 589).
O STJ, no Informativo de nº 577, decidiu que a tortura de preso custodiado em delegacia praticada
por policial constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
#FOCONAJURIS
Competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA praticado por meio de WhatsApp
ou chat do Facebook: Justiça Estadual. O STF fixou a seguinte tese: Compete à Justiça Federal
processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envol-
vendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da
rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Auré-
lio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805).
O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da
rede mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo
pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro
lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação
de internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que
a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela seguinte análise:
• Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do mate-
rial feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta,
desde que esteja conectado à internet. • Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca
de informações privadas, como nas conversas via WhatsApp ou por meio de chat na rede social
Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat)
estabelecido na rede social Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo
emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação privada que não está acessível a qualquer
pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo pornográfico não foi disponibilizado em
um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção.
CC 150564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info 603).
300 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Competência no caso de pessoa que “baixa” conteúdo pedófilo da internet. Pessoa que
“baixa” da internet e armazena, em computador da escola, vídeos pornográficos envolvendo crian-
ças e adolescentes pratica o delito do art. 241-A, § 1º, I, do ECA, sendo esta conduta, neste caso
concreto, crime de competência da Justiça Estadual. STJ. 3ª Seção. CC 103011-PR, Rel. Min. Assusete
Magalhães, julgado em 13/3/2013 (Info 520).
Possibilidade de configuração dos crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA mesmo que as víti-
mas estivessem vestidas. Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em
poses nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças
de roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do
art. 240 e 241-B do ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando
fica clara a finalidade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente,
com enfoque nos órgãos genitais de adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —,
e de poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com conotação obscena e
pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
3/12/2015 (Info 577).
#APOSTACICLOS Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser conde-
nado por dois crimes de corrupção de menores (art. 244-B do ECA). A prática de crimes
em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por dois crimes de corrupção de
menores. Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos),
praticaram um roubo. João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por dois
crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP). STJ. 6ª Turma. REsp
1680114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/10/2017 (Info 613).
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CRIME ORGANIZADO
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
CONCEITO (Lei infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro)
12.850/13) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Trata-se de crime de
perigo abstrato.
#ATENÇÃO Antes da Lei 12.850/13, não existia a previsão de tipo penal
incriminador para Organizações Criminosas. A Convenção de Palermo era
inaplicável para tipificar crime ou cominar pena.
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INFILTRAÇÃO DE #OLHAOGANCHO:
AGENTES LEI DE DROGAS
Não há previsão de prazo.
LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações.
ECA
Não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de even-
tuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte)
dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial.
TODOS EXIGEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
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#MAISUMGANCHO
LEI DE ORGANIZAÇÕES
LEI DE DROGAS LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS
CRIMINOSAS
Art. 53. Em qualquer fase da
persecução criminal relativa aos
crimes previstos nesta Lei, são
permitidos, além dos previstos
em lei, mediante autorização Art. 8º Consiste a ação contro-
judicial e ouvido o Ministério lada em retardar a interven-
Público, os seguintes procedi- ção policial ou administrati-
mentos investigatórios: va relativa à ação praticada por
II - anão-atuação policial organização criminosa ou a ela
sobre os portadores de drogas, vinculada, desde que mantida Art. 4º-B. A ordem de prisão
seus precursores químicos ou sob observação e acompa- de pessoas ou as medidas
outros produtos utilizados em nhamento para que a medida assecuratórias de bens, direi-
sua produção, que se encon- legal se concretize no momen- tos ou valores poderão ser
trem no território brasileiro, to mais eficaz à formação de suspensas pelo juiz, ouvido o
com a finalidade de identifi- provas e obtenção de infor- Ministério Público, quando a
car e responsabilizar maior mações. sua execução imediata puder
número de integrantes de § 1º O retardamento da inter- comprometer as investiga-
operações de tráfico e distri- venção policial ou administrati- ções.
buição, sem prejuízo da ação va será previamente comuni-
penal cabível. cado ao juiz competente que,
Parágrafo único. Na hipótese se for o caso, estabelecerá os
do inciso II deste artigo, a auto- seus limites e comunicará ao
rização será concedida desde Ministério Público.
que sejam conhecidos o itine-
rário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de
colaboradores.
305 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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ESCUTA TELEFÔNICA
Inicialmente, devemos salientar que a Constituição Federal, em seu art. 5°, XII, afirma que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Em atenção ao inciso XII acima transcrito, foi editada a presente lei disciplinando os casos em que a
interceptação é autorizada, bem como indicando quais os seus requisitos.
#SELIGANATABELA:
INTERCEPTAÇÃO
ESCUTA TELEFÔNICA GRAVAÇÃO TELEFÔNICA
TELEFÔNICA
Ocorre quando o diálogo
telefônico travado entre duas
pessoas é gravado por um dos
Ocorre quando um tercei-
Ocorre quando um tercei- próprios interlocutores, sem
ro capta o diálogo telefônico
ro capta o diálogo telefônico o consentimento ou a ciência
travado entre duas pessoas,
travado entre duas pessoas, do outro. Também é chamada
sendo que um dos interlocuto-
sem que nenhum dos interlo- de gravação clandestina (obs.:
res sabe que está sendo reali-
cutores saiba. a palavra "clandestina" está
zada a escuta.
empregada não na acepção de
"ilícito", mas sim no sentido de
"feito às ocultas").
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Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investi-
gação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta,
devidamente justificada.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício
ou a requerimento:
Pelo seu conteúdo, podemos concluir que a presente lei tem aspectos predominantemente proces-
sual. Embora ela traga um tipo penal no art. 10, a maior parte do seu conteúdo tem como objeto a regu-
lamentação da obtenção de um meio de prova, que é a interceptação telefônica, que, na realidade, será
307 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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apenas mais um elemento de prova dentro do processo, não podendo prevalecer sobre nenhuma outra
prova, nem ser desprezada em detrimento de qualquer outro elemento probatório, em homenagem ao
princípio da relatividade das provas.
Importante destacar que o juiz pode determinar a interceptação de ofício, sendo que o Delegado
de Polícia só pode representar pela mesma em sede de Inquérito Policial, enquanto o Ministério Público
pode requerer tanto no Inquérito Policial, quanto no curso da Ação Penal.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que
estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execu-
ção da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo
uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação telefônica duran-
te o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano. STF (Inf 899)
Prorrogação do prazo.
I- As interceptações telefônicas podem ser prorrogadas sucessivas vezes pelo tempo necessário,
especialmente quando o caso for complexo e a prova indispensável.
II- A fundamentação da prorrogação pode manter-se idêntica à do pedido original, pois a repetição
das razões que justificaram a escuta não constitui, por si só, ilicitude. STJ. Julgado em 14/02/2012.
308 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Não há restrição legal ao número de vezes em que pode ocorrer a renovação da intercepta-
ção telefônica. A Lei n. 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica “não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de
prova”. A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual
período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua
necessidade. STF (Info 855).
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8°, ciente o Ministério Público.
#ATENÇÃO #COLANARETINA
Não é necessária a transcrição integral das conversas interceptadas, desde que possibilitado ao
investigado o pleno acesso a todas as conversas captadas, assim como disponibilizada a totalidade
do material que, direta e indiretamente, àquele se refira, sem prejuízo do poder do magistrado em
determinar a transcrição da integralidade ou de partes do áudio. STF. (lnfo 742).
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
309 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da
autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do
Código de Processo Penal.
#MAISJURISPRUDÊNCIA:
A ausência de autos apartados configura mera irregularidade que não viola os elementos essenciais
à validade da interceptação. STF. (lnfo 811)
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito,
a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte
interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facul-
tada a presença do acusado ou de seu representante legal.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
Obrigar o suspeito a colocar seu celular em “viva voz’” no momento de uma ligação é consi-
derado prova ilícita. STJ. (lnfo 603).
Degravação não precisa ser feita por peritos oficiais. É obrigatório que a degravação das conver-
sas interceptadas seja feita por perito oficio? NÃO. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que
não há necessidade de degravação dos diálogos em sua integridade por peritos oficiais, visto que a
Lei 9.296/96 não faz qualquer exigência nesse sentido. STJ. Julgado em 18/06/2013
310 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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Encontro de diálogos envolvendo autoridade com foro privativo e demora na remessa das
interceptações para o Tribunal competente para investigar o titular do cargo. A partir do
momento em que surgem indícios de participação de detentor de prerrogativa de foro nos fatos
apurados, cumpre à autoridade judicial declinar da competência, e não persistir na prática de atos
objetivando aprofundar a investigação. No caso concreto, um famoso “bicheiro· foi interceptado
pela polícia. Ele conversava constantemente com um Senador, a quem prestava favores. Depois de
meses de conversas gravadas entre o “bicheiro” e o Senador, o Juiz responsável remeteu os diálogos
para o STF. As interceptações foram declaradas nulas por violação ao princípio do juiz natural. STF.
Julgado em 25/10/2016.
311 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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CÓDIGO DE TRÂNSITO
#SELIGANASÚMULA
Súmula 575, STJ. Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada ou que se encontre em qualquer das circunstâncias descritas no art.
310, do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução de
veículo automotor. NÃO CONFUNDIR COM O 309, QUE É DE PERIGO CONCRETO:
Crime de Dano – Exige um efetivo dano ao bem jurídico protegido para que o delito seja conside-
rado consumado.
Crime de Perigo Concreto – Neste tipo penal a consumação se dá com o resultado, exige uma
comprovação de que realmente houve perigo de risco e de que houve uma lesão ao bem jurídico. O
delito dependerá sempre do resultado. São os crimes que necessitam de efetiva comprovação no caso
concreto mediante instrução probatória. Não existe presunção legal, contudo, a configuração do crime
vai depender de comprovação concreta de que existiu risco de perigo e de lesão.
Crime de Perigo Abstrato – É o perigo que já é considerado pela lei (de maneira presumida) por
simplesmente praticar conduta típica. O disposto no tipo penal retrata e descreve tão limitada a conduta,
sem fazer referência ao resultado naturalístico, ou seja, não faz referência ao resultado oriundo daquele
ilícito penal. Por essa razão grande parte dos doutrinadores denominaram tais crimes de crime de mera
conduta. Trata-se de presunção legal absoluta de perigo, independentemente de instrução probatória
Quase todos os crimes positivados no CTB correspondem também a uma infração administrativa
prevista no CTB. Assim, uma mesma conduta pode perfeitamente configurar crime e infração administra-
tiva. Não há bis in idem, uma vez que as sanções possuem naturezas diversas, sendo uma de natureza
penal e outra de natureza administrativa.
312 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
A sanção do art. 277, § 3º, do CTB dispensa demonstração da embriaguez por outros meios de
prova, uma vez que a infração reprimida não é a de embriaguez ao volante, prevista no art. 165,
mas a de recusa em se submeter aos procedimentos do caput do art. 277, de natureza instrumen-
tal e formal, consumada com o comportamento contrário ao comando legal. STJ. 2ª Turma. REsp
1.677.380-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/10/2017 (Info 612).
Obs: a conclusão acima exposta foi acolhida pelo legislador que, por meio da Lei nº 13.281/2016,
acrescentou uma infração administrativa exclusivamente para o condutor que se recusar a se subme-
ter ao teste de etilômetro e/ou exames clínicos. Logo, atualmente, tais situações se enquadram no
novo art. 165-A ao CTB, que tem a seguinte redação: Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste,
exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra
substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277.
Neste ponto, os crimes, suas causas de aumento e causas de diminuição devem ser lidos na literali-
dade da lei, pois as questões normalmente abordam de forma expressa seu texto.
EXECUÇÃO PENAL
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDA
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Envolve aspectos relacionados com a personali- Envolve a parte psicológica e psiquiátrica ates-
dade do condenado, seus antecedentes, sua vida tando a maturidade e disciplina do reeducando,
familiar e social, sua capacidade laborativa. sua capacidade de suportar frustrações.
Feito pela comissão técnica de classificação. - É um prognóstico criminológico.
#AJUDAMARCINHO #COLANARETINA
#SELIGA A prática de falta grave interrompe o prazo para a concessão da saída temporária
e para o trabalho externo?
314 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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SIM. 5ª Turma do STJ. HC 374086/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/06/2017.
NÃO. 6ª Turma do STJ. AgRg no REsp 1549712/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/10/2017.
PRESCRIÇÃO DE FALTA GRAVE: Apesar do silêncio da LEP, o STF entende que, por analogia, deve
ser aplicado o prazo prescricional penal mínimo de 3 anos (art. 109, VI do CP).
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
SAÍDA TEMPORÁRIA PERMISSÃO DE SAÍDA
Cunho ressocializador Cunho humanitário
Concedida por ato motivado do Juiz da execu-
ção, ouvidos o Ministério Público e a administra-
ção penitenciaria e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos:
I - comportamento adequado; Concedida pelo diretor do estabelecimento onde
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da se encontra o preso.
pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um
quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objeti-
vos da pena.
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I - visita à família;
II - frequência a curso supletivo profissionalizan- I - falecimento ou doença grave do cônju-
te, bem como de instrução do 2º grau ou supe- ge, companheira, ascendente, descendente ou
rior, na Comarca do Juízo da Execução; irmão;
III - participação em atividades que concorram II - necessidade de tratamento médico.
para o retorno ao convívio social.
REMIÇÃO DE PENA
REMIÇÃO PELO TRABALHO REMIÇÃO PELO ESTUDO
Pode ser aplicada ao condenado que cumpra
Somente é aplicada se o condenado cumpre pena em regime fechado, semiaberto, aberto
pena em regime fechado ou semiaberto. ou, ainda, que esteja em livramento condicio-
nal.
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
É possível a remição pela participação em coral musical. O reeducando tem direito à remição
de sua pena pela atividade musical realizada em coral. STJ. 6ª Turma. REsp 1666637-ES, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613)
Trabalho cumprido em jornada inferior ao mínimo legal pode ser aproveitado para fins de
remição caso tenha sido uma determinação da direção do presídio. Segundo o art. 30 da LEP,
a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no máximo, 8 horas.
Apesar disso, se um condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias
(menos do que prevê a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena.
Como esse trabalho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do presídio, isso
gerou uma legítima expectativa de que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja despre-
zado, sob pena de ofensa aos princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale
ressaltar, mais uma vez, o trabalho era cumprido com essa jornada por conta da determinação do
presídio e não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC 136509/
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Requisito Objetivo:
1/6 : Crimes comuns e Crimes hediondos come-
tidos antes da vigência da Lei n° 11.464/2007 (SV Requisitos Objetivos:
26) 1/3: Crimes comuns - primário
2/5: Crimes hediondos – primário 1/2: Crimes comuns - reincidente
3/5: Crimes hediondos – reincidente 2/3: Crimes hediondos – primário
#ATENÇÃO: Nos crimes contra a administra- Não se admite para o reincidente em crime
ção pública em que decorra prejuízo ou enrique- hediondo.
cimento ilícito, impõe-se, como condição para a
progressão de regime, a reparação integral do -Tenha reparado o dano, salvo efetiva impos-
dano causado ou a devolução do produto do sibilidade de fazê-lo.
ilícito praticado, com os acréscimos legais, nos
termos do artigo 33, §4º, do Código Penal.
Requisitos Subjetivos:
Comprovado comportamento satisfatório
durante a execução da pena, bom desempe-
nho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão
para prover à própria subsistência mediante
Requisito Subjetivo: trabalho honesto.
Bom comportamento carcerário. #ATENÇÃO Para o condenado por crime dolo-
so, cometido com violência ou grave amea-
ça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condi-
ções pessoais que façam presumir que o libera-
do não voltará a delinquir.
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#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
Data da prisão preventiva como marco inicial do tempo para a progressão de regime. Se o
condenado estava preso preventivamente, a data da prisão preventiva deve ser considerada como
termo inicial para fins de obtenção de progressão de regime e demais benefícios da execução penal,
desde que não ocorra condenação posterior por outro crime apta a configurar falta grave. STF. 1ª
Turma. RHC 142463/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/9/2017 (Info 877).
Condenado tem direito à progressão a partir da data em que preenche requisitos legais.
A data-base para subsequente progressão de regime é aquela em que o reeducando preencheu
os requisitos do art. 112 da LEP e não aquela em que o Juízo das Execuções deferiu o benefício. A
decisão do Juízo das Execuções que defere a progressão de regime é declaratória (e não consti-
tutiva). Algumas vezes, o reeducando preenche os requisitos em uma data, mas a decisão acaba
demorando meses para ser proferida. Não se pode desconsiderar, em prejuízo do reeducando, o
período em que permaneceu cumprindo pena enquanto o Judiciário analisava seu requerimento
de progressão. STF. 2ª Turma. HC 115254, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. STJ. 6ª
Turma. HC 369774/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/11/2016 (Info 595).
A decisão que indefere o pedido do condenado para ser dispensado do uso da tornoze-
leira eletrônica deverá apontar a necessidade da medida no caso concreto. A manutenção
de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica sem fundamentação concreta evidencia
constrangimento ilegal ao apenado. No caso concreto, o condenado pediu para ser dispensado do
uso da tornozeleira alegando que estava sendo vítima de preconceito no trabalho e faculdade e
que sempre apresentou ótimo comportamento carcerário. O juiz indeferiu o pedido sem enfrentar
o caso concreto, alegando simplesmente, de forma genérica, que o monitoramento eletrônico é a
melhor forma de fiscalização do trabalho externo. Essa decisão não está adequadamente motivada
porque não apontou a necessidade concreta da medida. STJ. 6ª Turma. HC 351273-CE, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 2/2/2017 (Info 597).
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Se a defesa ainda não foi intimada do acórdão condenatório, não é possível se iniciar a
execução provisória da pena. Pedro foi condenado a uma pena de 8 anos de reclusão e o TJ
manteve a condenação. O Ministério Público foi intimado do acórdão e requereu que o Tribunal
determinasse imediatamente a prisão do condenado, dando início à execução provisória da pena.
Vale ressaltar, no entanto, que a Defensoria Pública ainda não foi intimada do acórdão. Diante deste
caso, o TJ poderá determinar a imediata prisão do condenado, mesmo antes da intimação da defesa
acerca do acórdão? NÃO. Se ainda não houve a intimação da Defensoria Pública acerca do acór-
dão condenatório, mostra-se ilegal a imediata expedição de mandado de prisão em desfavor do
condenado. Como a Defensoria Pública ainda não foi intimada, não se encerrou a jurisdição em 2ª
instância, considerando que é possível que interponha embargos de declaração, por exemplo. STJ.
5ª Turma. HC 371870-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 13/12/2016 (Info 597).
Súmula 192/STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impos-
tas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos à administração estadual.
Súmula 439/STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada.
Súmula 493/STJ: inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial
ao regime aberto.
Súmula 520/STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.
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como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
Súmula Vinculante 9: O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi
recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput
do artigo 58.
#APOSTACICLOS Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não auto-
riza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
O que fazer em caso de déficit de vagas no estabelecimento adequado? Havendo “déficit” de vagas,
deve ser determinada:
3) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progrida ao regi-
me aberto.
Súmula 700/STF: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da
execução penal.
Súmula 715/STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determi-
nado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como
o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
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imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
Súmula 717/STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença
não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
CITAÇÃO POR EDITAL: Incabível, os autos deverão ser remetidos ao juízo comum.
MEDIDAS Composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes
DESPENALIZADORAS: de lesões corporais leves e culposas, suspensão condicional do processo.
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/95
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possi-
bilitando ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de
denúncia ou requisição de inquérito policial.
Súmula 723 do STJ: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se
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a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior
a um ano.
f ) no âmbito da unidade doméstica, familiar ou em qualquer relação íntima de afeto (art. 5º):
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
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#SURRADESUMULAS #SAINDODOFORNO
Súmula 588, STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos.”
Súmula 589, STJ: “É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais
praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.”
Súmula 600, STJ: “Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei
n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.”
LEI MARIA DA PENHA. A ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento
da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11.805-DF,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 103/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604).
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada.
SÚMULA 536 DO STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se apli-
cam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA #NOTÍCIAQUENTE
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A Lei n° 13.641/2018 alterou a Lei Maria da Penha passando a prever expressamente um crime
específico para o descumprimento de medidas protetivas:
“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
#ATENÇÃO Antes da inovação legislativa, o STJ entendi que o descumprimento das medidas prote-
tivas não ensejava o delito de desobediência (art. 330, CP)
Outro ponto que merece destaque é a previsão expressa da impossibilidade de concessão de fiança
por parte do Delegado de Polícia para o referido crime, que em tese comportaria tal medida caute-
lar pelo quantum da pena:
#SELIGA Era costume falar que a Lei Maria da Penha não trazia crimes, mas apenas os mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar com a mulher, mas com o novo art. 24-A passamos a ter
o primeiro delito previsto expressamente na Lei n° 11.340/2006.
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA #NOTÍCIAQUENTE
A Lei n° 13.827/2019 alterou a Lei Maria da Penha passando a prever a possibilidade do delegado
de polícia determinar medidas de proteção:
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher
em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamen-
te afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no
momento da denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo
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de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medi-
da aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgên-
cia, não será concedida liberdade provisória ao preso.
LEI DE DROGAS
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
O art. 33, caput, é um crime de ação múltipla, de modo que, se praticar diferentes condutas previs-
tas nesse dispositivo, apenas resta configurado um único crime.
ATENÇÃO: A condenação pelo art. 28 da Lei de Drogas não gera reincidência, segundo entendi-
mento do STJ que mudou sua posição anterior.
O Art. 28 não importará prisão em flagrante, devendo o autor ser imediatamente encaminha-
do ao juízo competente, ou, na falta, assumir o compromisso de comparecer, lavrando-se termo
circunstanciado. Aqui a impossibilidade é absoluta. Jamais haverá prisão.
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO
Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se
configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a trans-
posição de fronteiras.
TRÁFICO DE DROGAS. Agente que pratica delitos da Lei de Drogas envolvendo criança ou adoles-
cente responde também por corrupção de menores? Caso o delito praticado pelo agente e pelo
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menor de 18 anos não esteja previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu responderá pelo
crime da Lei de Drogas e também pelo delito do art. 244-B do ECA (corrupção de menores). Caso
o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos seja o art. 33, 34, 35, 36 ou 37 da Lei nº
11.343/2006: ele responderá apenas pelo crime da Lei de Drogas com a causa de aumento de pena
do art. 40, VI. Não será punido pelo art. 244-B do ECA para evitar bis in idem. Na hipótese de o
delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de
Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, porém, se a conduta
estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito,
mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/11/2016 (Info 595).
LEI DE DROGAS. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para
formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o bene-
fício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596). #IMPORTANTE
LEI DE DROGAS. Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar
o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com
ele foi muito elevada? O tema é polêmico. 1ª Turma do STF: encontramos precedentes afirmando
que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício.
Nesse sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja
integrado, de alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento
da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844). 2ª Turma do STF: a quantidade de drogas encontrada não
constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto
no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (RHC 138715/MS,Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
23/5/2017. Info 866). STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
23/5/2017 (Info 866). Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso
seja perguntado, penso que a 2ª corrente é majoritária.
Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33, responderá
apenas pelo art. 36 da Lei de Drogas.
Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do art. 33, respon-
derá apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (não será condenado pelo art. 36) - (Info
534 - STJ)
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Segundo o STJ e o STF, para configuração do tipo de associação para o tráfico (art. 35), é necessá-
rio que haja estabilidade e permanência na associação criminosa. É atípica a conduta se não
houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual).
a) se o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não está previsto nos arts. 33 a 37 da
Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, além do tráfico
de drogas;
b) se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por
aquele delito, mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006
(Info 595 -STJ).
Se o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional (art. 40, III), inci-
dirá a causa de aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. É irrelevante
se o agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local (Info 858).
Para incidir a majorante do art. 40, III, é necessário que haja a efetiva comercialização da droga pelo
agente dentro do meio de transporte público.
A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para aumentar a pena-base do
réu e também para afastar o tráfico privilegiado ou para, reconhecendo-se o direito ao benefício,
conceder ao réu uma menor redução de pena, sob pena de bis in idem.
#CUIDADO: A súmula 512, STJ foi cancelada, de maneira que o crime de tráfico privilegiado
não deve ser considerado hediondo.
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1. multa;
2. restritivas de direitos:
2.1. suspensão parcial ou total de
atividades;
2.2. interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
PENAS APLICADAS
2.3 proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsí-
ÀS PESSOAS
dios, subvenções ou doações;
JURÍDICAS
3. prestação de serviços à comunidade:
3.1. custeio de programas e de projetos ambientais;
3.2. execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
3.3. manutenção de espaços públicos;
3.4. contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
SUBSTITUIÇÃO DA Nos crimes dolosos a pena do crime deve ser inferior a 4 anos.
PPL PELA PRD: #NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser de até 4 anos.
SUSPENSÃO Condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
CONDICIONAL DA
PENA: #NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser não superior a 2 anos.
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#DEOLHONAJURIS
O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo
suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se
exigindo, portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ.
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3ª Seção. EREsp 1417279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624).
A pessoa jurídica, mesmo podendo ser sujeito passivo de crimes ambientais, não pode ser paciente
de habeas corpus. Pode até ser impetrante, mas nunca paciente, o que não a afasta a possibilidade
de ser beneficiada indiretamente por um HC trancativo.
EXCEÇÕES
Obs.: Crimes cometidos nas áreas do artigo 225, §4º da CF seguem a regra geral de competência.
Ou seja, somente serão (rio interestadual, por ex.) da competência da justiça federal se houver inte-
resse específico e direto da União. Atenção! Patrimônio nacional é sinônimo de patrimônio da nação
brasileira e não patrimônio da União.
Se o animal estiver na lista do IBAMA dos animais ameaçados de extinção, a competência será da
justiça federal.
Crime de liberação de OGM (organismo geneticamente modificado – Ex.: Soja transgênica) no meio
ambiente será julgado pela justiça federal, já que os efeitos do crime extrapolam as fronteiras do
estado onde está o OGM.
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CRIMINOLOGIA9
Vamos ao NFPSS – Não Faça a Prova Sem Saber de Criminologia. Abordaremos os principais
pontos do nosso edital, procurando, de forma didática, sanar eventuais dúvidas e fixar os pontos que
merecem atenção, para que na hora da prova possamos marcar todas as questões com confiança e
certeza de que vamos fechar a matéria, garantindo pontos rumo à aprovação.
Vem comigo!
A palavra Criminologia tem sua etimologicamente do latim crimino, que significa crime, e do grego
logos, que consiste em estudo, significando, portanto, o estudo do crime. O termo Criminologia foi utiliza-
do pela primeira vez em 1883 por Paul Topinard, sendo que foi Raffaele Garófalo, em seu livro Criminolo-
gia, lançado em 1885, quem deu notoriedade ao termo.
Para Antonio García-Pablos de Molina, a Criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar que tem
por objeto o crime, o delinquente, a vítima e o controle social do comportamento delitivo; e que aporta uma
informação válida, contrastada e confiável, sobre a gênese, dinâmica e variáveis do crime – contemplando
este como fenômeno individual e como problema social, comunitário - assim como sua prevenção eficaz,
as formas de estratégias de reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva no infrator.
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A Criminologia é uma ciência do ser, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso,
vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito,
que é uma ciência do dever-ser, portanto, normativa e valorativa.
CIÊNCIA DO “SER”
CRIMINOLOGIA
(empírica)
CIÊNCIA DO “DEVER SER”
DIREITO
(caráter normativo e valorativo)
Com o advento da fase científica da Criminologia, esta passou a utilizar o método empírico ou
experimental e indutivo, cunhado pela Escola Positiva, para estudar seu objeto (crime, criminoso, vítima
e controle social), partindo da análise de fatos, do mundo do ser, para a regra, com base no método
biológico e sociológico.
OBJETOS DA CRIMINOLOGIA
Durante sua evolução histórica, a Criminologia passou por importantes mudanças em seu objeto
de estudo. A Escola Clássica, através dos pensamentos de Beccaria, se preocupava apenas com o estudo
crime, enquanto a Escola Positiva, capitaneada por Lombroso, se valia do estudo do delinquente. Em
meados do século XX a vítima passou a ter maior destaque, assim como os mecanismos de controle
social, assumindo um caráter interacionista e pluridimensional.
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ma e do controle social, sendo que tais pontos merecem atenção, pois são rotineiramente cobrados em
questões de concursos públicos.
Delito Em relação ao delito, a Criminologia tem toda uma atividade de análise, que verifica a
conduta antissocial, suas causas, o tratamento dado ao delinquente, visando sua reinserção na sociedade
e coibindo sua reincidência, bem como as falhas dos processos preventivos.
A Criminologia moderna deixou de aceitar o dogma de que nossa sociedade é consensual, afirman-
do ser uma sociedade conflitiva. Não se limita ao conceito jurídico-penal de delito, sob pena de perder
sua autonomia e funcionar como instrumento de auxílio do direito penal. Da mesma forma, rompe com o
conceito sociológico de que o crime seria uma mera conduta desviada que foge aos padrões. Portanto, o
delito é um fenômeno social e comunitário, que exige o estudo de suas múltiplas formas e enfoques para
a análise do fenômeno criminal.
Os clássicos entendiam o autor do fato, dotado de livre arbítrio, era visto como um pecador que
teria optado pelo mal quando poderia ter direcionado sua conduta para o bem.
A Criminologia moderna trata o delinquente como um ser histórico, real, complexo e enigmático,
um ser normal que pode estar sujeito às influências do meio e não aos determinismos.
Vítima Inicialmente deixada de lado no estuda da Criminologia, que a considerava como algo
insignificante na existência do delito, passou por 03 (três) grandes momentos nos estudos penais. A idade
de ouro, que compreende os primórdios da civilização até o fim da Alta Idade Média, onde a vítima
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possuía papel de destaque, traduzido pela Lei de Talião. O período de neutralização, que surgiu com
a Santa Inquisição, passando a vítima a perder importância frente ao Poder Público e ao monopólio da
jurisdição. Por fim, a revaloração da vítima, que ganhou destaque no Processo Penal com os pensamen-
tos da Escola Clássica, sendo objeto de leis como no caso dos Juizados Especiais Criminais, que conferiu
grande destaque processual à vítima.
Controle Social Formado por um conjunto de mecanismos e sanções sociais que submetem os
indivíduos às normas de convivência social. Há dois sistemas de controles que coexistem, o primeiro
deles, dito informal, está relacionado com a família, religião, escola, profissão, clubes e outros, enquanto
o segundo, chamado de formal, é representado pela Polícia, Ministério Público, Forças Armadas e demais
órgãos públicos, com caráter nitidamente mais rigoroso e com conotação político-criminal.
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FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA –
RELAÇÃO COM A POLÍTICA CRIMINAL E O DIREITO PENAL
A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções científicas concre-
tas mais adequadas para o eficaz controle do crime.
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essa base empírica em opções, alternativas e programas científicos, a partir de uma ótica valorativa
(momento decisivo). O DIREITO PENAL, por sua vez, analisa os fatos humanos indesejados, rotulando
crimes e cominando penas.
Os Modelos Teóricos da Criminologia podem ser classificados como Criminologia Clássica e Neoclás-
sica, Positivista e Moderna. Vamos analisar os pontos principais de cada um deles, buscando uma melhor
compreensão da matéria.
A Criminologia Clássica parte das ideias consagradas pelo Iluminismo, adotando as teorias do
Jusnaturalismo de Grócio e do Contratualismo de Rousseau, tendo como principais fundamentos que o
crime é um ente jurídico, não o considerando uma ação, mas sim uma infração; a punibilidade deve ser
baseada no livre-arbítrio; a pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral do criminoso,
de modo a prevenir o crime com celeridade e severidade, restaurando a ordem social; utiliza o método
lógico-dedutivo.
A Criminologia Positivista rompe com os dogmas dos Clássicos, abandonando seus estudos,
centralizando suas pesquisas no delinquente. O positivismo nega com veemência o livre arbítrio como
fundamento da responsabilidade, por ser o homem determinado em suas ações por causas endógenas e
por causas exógenas derivadas de fatores físicos, econômicos e sociais, servindo-se do método indutivo
ou experimental no estudo do crime. Para os positivistas, o criminoso era um ser atávico, fruto da regres-
são a estados primitivos da humanidade, sendo este o núcleo da construção da ideia do criminoso nato,
que seria uma variedade humana que se distinguia entre si por uma rica gama de anomalias ou estigmas
de origem atávica ou degenerativa.
Por fim, na Criminologia Moderna, o estudo do homem delinquente migrou para um segundo
plano, como consequência de mudanças sociais e da necessária superação dos enfoques individualistas
em atenção aos objetivos político-criminais, deslocando-se prioritariamente à conduta delitiva, à vítima e
ao controle social. O delinquente é examinado, em suas interdependências sociais, como unidade biop-
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sicossocial e não de uma perspectiva biopsicopatológica como em obras orientadas pelo espírito indivi-
dualista e correcionalista da criminologia tradicional.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
Nos dizeres de Shecaira, qualquer que seja a visão adotada para a análise criminológica, a sociedade
é como a cabeça de Janus, e suas duas faces são aspectos equivalentes da mesma realidade (SHECAIRA,
Sérgio S. Criminologia. P. 131).
Já as Teorias do Conflito pregam que a coesão e a ordem da sociedade são fundadas na força e
na coerção, na dominação de alguns e sujeição de outros, ignorando a existência de acordos de valores
que dão origem e estabelecem a força. A coerção imposta que traz coesão às organizações sociais. A
Teoria do Lebelling Approach ou Etiquetamento e a Teoria Crítica são as teorias com maior repercussão
dentro do conflito.
ESCOLA DE CHICAGO
A Escola de Chicago possui base sociológica inserida no que se chama de Teorias do Consenso. Isso
significa que, para a teoria, a finalidade da sociedade é atingida quando há um perfeito funcionamento
das suas instituições de forma que os indivíduos compartilham os objetivos comuns a todos os cidadãos,
aceitando as regras vigentes e compartilhando regras sociais dominantes. A ordem é baseada em um
consenso geral em torno de valores, derivando destes o estabelecimento da força.
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A escola de Chicago também é chamada de escola ecológica, por tratar a criminalidade com base
na análise das relações dos indivíduos com o meio em que vivem. Os Estudos foram feitos na cidade
de Chicago, onde se buscou observar a disposição geográfica do aparato urbano, a fim de se verificar
padrões de maior ou menor criminalidade.
A cidade foi dividida em vários círculos concêntricos, em que seu centro era chamado de Loop. Foi
observado, que quanto mais próximas deste loop, maiores os índices de criminalidade da região. Parale-
lamente, verificou-se que quando mais longe do loop, melhores as condições financeiras da população.
A desorganização urbana de áreas próximas ao centro faz com que nesses locais sejam desenvol-
vidas atividades ilícitas. Ademais, há maior abandono do Estado com relação à iluminação, à segurança
pública e outros fatores que contribuem para a deterioração do ambiente, já que poucas pessoas vivem
nesses locais.
Somado a isso, muitas das pessoas que vivem nessas regiões de alta criminalidade são imigrantes,
que não estão integrados à sociedade. Por essa razão, tem-se uma ausência de controle social informal, já
que foram separados de seus familiares e amigos ao se mudarem para o novo local (no estudo em ques-
tão, a cidade de Chicago). Essa ausência de controle social informal contribui também para o aumento
do número de delitos.
#SELIGANATABELA:
Abriu um novo campo para a criminologia, que até então se preocupava com a pessoa
do criminoso. Rompeu, portanto, com o positivismo criminológico. Até a Escola de
Pontos
Chicago, a solução proposta para o combate da criminalidade era centrada na pena.
Positivos
Aqui, por outro lado, já se verificam ideias de planejamento urbano, com políticas públi-
cas de integração dos indivíduos marginalizados à sociedade.
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Também denominada como uma Teoria do Consenso, tem como expoente Edwin Sutherland. O
autor tratou da criminalidade de colarinho branco, isto é, de crimes cometidos por pessoas das classes
mais ricas, buscando compreender o que levava esses indivíduos a praticaram delitos.
Sutherland percebeu que o delito surge com a inclusão da pessoa em uma associação diferencial,
que seria um grupo de pessoas que predispõe seus membros à violação da lei. O autor parte da premissa
de que toda conduta humana, inclusive a de praticar crimes, é aprendida. E o crime, assim como qualquer
outra conduta, é aprendido nas relações sociais em que a pessoa está inserida.
Normalmente, a pessoa aprende suas condutas em suas associações comuns com os demais
membros da sociedade e também nas associações diferenciais, em que a carga de aprendizado se dirige
à violação de normas. E quanto mais próximas e íntimas essas associações diferenciais, maior o grau de
aprendizado do comportamento criminoso.
#SELIGANATABELA:
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TEORIA DA ANOMIA
Inserida no tronco das Teorias Estruturais Funcionalistas, que se caracterizam por interpretar e
analisar o crime como fenômeno social, normal e funcional, a Teoria da Anomia tem origem no pensa-
mento de Émile Durkheim e é desenvolvida por Robert Merton, que adaptou a teoria em questão ao
modelo de vida americano da primeira metade do século XX. Durkheim desenvolve a ideia de que em
uma sociedade é necessário identificar quem cumpre cada função e como as funções de cada um se
relacionam. Para que isso funcione, deve haver uma consciência coletiva, que nada mais é do que um
conjunto de valores, regras, modos de agir, partilhados por toda a sociedade.
O crime, dentro de certos limites, era visto como algo natural, que possui sua própria função na
sociedade. Anomia não seria o crime, e sim o desmantelamento da consciência coletiva. Isto é, a popu-
lação passa a não mais agir de acordo com aqueles valores e regras dominantes, quebrando os vínculos
de solidariedade ora existentes.
A teoria tem caráter funcionalista e vê no crime até mesmo uma utilidade. A função na pena, porém,
não seria a prevenção, e sim a satisfação da consciência coletiva, reforçando aqueles valores sociais.
Merton vai além e institui as noções de metas culturais e meios institucionalizados para obtê-las. A socie-
dade de consumo impõe metas que os indivíduos, diante da ausência de oportunidades, não conseguem
atingir utilizando meios institucionalizados.
Diante desse cenário, alguns indivíduos cometem crimes, como os patrimoniais, para que consigam
alcançar as metas culturais. Merton se refere a esse tipo como não conformista inovador, por não se
conformar com a impossibilidade de atingimento dos objetivos sociais e inovar nos meios para atingi-los,
por meio do crime.
#SELIGANATABELA:
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Tem como representante Albert Cohen. A teoria, também inserida nas teorias do consenso, tem
um objeto mais restrito: as gangues urbanas. Ela não se propõe a estudar o fenômeno criminal de forma
ampla, restringindo a análise a gangues de jovens dos Estados Unidos.
A sociedade americana dos anos 50 vivia o chamado American Dream, em que determinados valo-
res eram impostos à sociedade como corretos e como aquilo que deveria ser alcançado. No entanto,
grande parte dos jovens americanos não podiam usufruir desses valores da cultura dominante, de modo
que acabavam formando as chamadas subculturas.
Esses jovens, desde cedo, internalizam a ideia de que vão fracassar na busca desses valores que se
mostram tão distantes. Com isso, acabam preferindo ser o oposto do que a sociedade espera que eles
sejam. Dessa forma, eles acabam por não buscar os valores dominantes, que só serviriam para lembra-los
de seu próprio fracasso. Criam, então, sua própria cultura dentro da cultura dominante. Exemplo disso
pode ser encontrado nas pichações em grandes cidades, que não deixam de ser uma forma de inserção
dessa subcultura em meio à cultura imposta.
Esses indivíduos buscam seus semelhantes no meio social e formam subculturas delinquentes, que
terão por referência valores com os quais todos os seus membros concordam.
#SELIGANATABELA:
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As minorias possuem subculturas que diferem e se chocam com as maiorias. Baseiam-se principal-
mente no jovem delinquente, sob o ponto de vista da rebeldia contra os valores estabelecidos pela
classe média dominante, razão pela qual passam a professar outros valores e metas, ou legitimando
práticas ilegais para alcançar as metas gerais.
Cohen se propôs a tentar explicar porque os jovens das classes mais baixas e de determinados bairros
tendem à delinquência, afirmando que por causa da estruturação das classes sociais, é muito difícil
para os membros da classe baixa terem acesso aos valores professados pelas classes dominantes.
Disso deriva um estado de frustração que culmina com a delinquência.
Não-utilitária: Não possui objetivos de ganhos.
Maldosa: Tendo em vista derivar do desprezo da sociedade da qual estão
despojados.
Características das
Negativista: Por possuir regras que, apesar de irem de encontro aos valores
Subculturas
da classe dominante, são legítimas conforme seus próprios padrões.
Delinquentes
Flexível: Não se especializa em determinado desvio.
Short-run Hedonism: Prazer imediato, sem objetivos ou metas em longo
prazo.
#DICADOCOACH: Subcultura não se confunde com contracultura. Esta tem seus valores em contra-
dição aos pregados pela sociedade tradicional, ao passo que a subcultura está inserida no contexto dos
valores dominantes, embora crie valores próprios diante da impossibilidade de atingimento dos que lhes
foram impostos.
LABELLING APPROACH
Aqui não temos uma teoria do consenso, mas sim uma teoria do conflito, que prega que a coesão
e a ordem da sociedade são fundadas na força e na coerção, na dominação de alguns e sujeição de
outros, ignorando a existência de acordos de valores que dão origem e estabelecem a força. A coerção
imposta que traz coesão às organizações sociais.
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ideia, pois, na verdade, o desvio decorre de um rótulo que é atribuído a esses indivíduos.
O rótulo funciona de duas maneiras: quando uma pessoa é rotulada, ela sofre um impacto em sua
própria identidade, passando a se comportar conforme as expectativas que os demais têm delas. O fenô-
meno está intrinsecamente relacionado à institucionalização e à prisionização. As pessoas presas ou insti-
tucionalizadas mudam muito, conforme sua personalidade vai sendo deteriorada pelo regime do local
em que estão. Ao final, esses indivíduos perdem grande parcela de sua identidade individual, passando a
adotar o rótulo que lhes foi atribuído. Deve-se ter visão crítica e perceber que o sistema, da forma como
é construído, serve apenas ao estímulo da reincidência, criando verdadeira carreira criminal.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Aqui não temos teoria do conflito, que também é conhecida como criminologia radical, nova
criminologia ou criminologia moderna, surgiu nos anos setenta do século passado. Tem como premissa o
redimensionamento do objeto da Criminologia a partir de uma nova visão do fenômeno criminal. Neste
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novo cenário, o papel desempenhado pelas estruturas de poder é reconhecido como relevante, ingres-
sando na atmosfera de análise científica como vetor produtor da criminalidade.
Alessandro Baratta, criminólogo italiano que inspirou a Criminologia Crítica no Brasil, tenta articular
uma ideia de mínima intervenção penal, um modelo de substituição de formas de controle, sem, contu-
do, abdicar das garantias. Como ele sintetizou: superação do sistema penal tradicional em direção a um
sistema de defesa e garantia dos direitos humanos.
Dentro desta análise da Criminologia Crítica, em especial da ideia de mínima intervenção penal
proposta por Baratta, devemos destacar alguns pontos sobre o Direito Penal Mínimo, que nos dizeres de
Paulo Queiroz, dizer que a intervenção do Direito Penal é mínima significa dizer que o Direito Penal deve
ser a ultima ratio, limitando e orientando o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminaliza-
ção de uma conduta somente se justifica se constituir um meio necessário para a proteção de determinado
bem jurídico. O Direito Penal somente deve atuar quando os demais ramos do Direito forem insuficientes
para proteger os bens jurídicos em conflito (QUEIROZ, Paulo. Sobre a Função do Juiz Criminal na Vigên-
cia de um Direito Penal Simbólico. IBCcrim, nº 74, 1999).
Destarte, sob o prisma do direito penal mínimo, deve-se observar o grau de lesividade da conduta
tida como ilícita, isto é, deve-se aferir se a conduta praticada pelo agente lesou o bem jurídico penalmen-
te protegido de tal sorte a merecer a aplicação da medida de ultima ratio. Somente vislumbrando-se uma
significante lesão ao bem jurídico tutelado é que as sanções penais poderão ser aplicadas em detrimento
do infrator.
Importa destacar que a teoria do direito penal mínimo não se resume a defender a exclusão da
tipicidade nos casos em que o grau de lesividade da conduta assim recomendar, pois, essa premissa é
típica do princípio da insignificância. Mais do que isso, o direito penal mínimo representa, antes e acima
de tudo, uma política criminal em crescente evolução que proclama a necessidade de ponderações que
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torne a persecução penal mais justa, mais razoável. A título de exemplo, podemos citar a Lei 12.403/11
(denominada Lei das Medidas Cautelares) que retrata nitidamente a busca por um direito penal minima-
lista, inovando de forma significativa a seara processual penal, corroborando com a excepcionalidade da
prisão provisória, antes tão banalizada.
A teoria do direito penal mínimo ganha ainda mais força quando observamos a real condição do
sistema prisional brasileiro, um meio cruel de punir o apenado, em total dissonância com a garantia conti-
da no art. 5º, XLVII, e, da Constituição Federal (proibição de penas cruéis). Assim, antes de submeter um
cidadão a medida tão degradante, há que se avaliar - com extrema prudência - a real necessidade de tal
censura.
Ao ensejo, cumpre trazer a lição de Callegari, para quem haja vista que o Direito Penal lida com o
bem jurídico liberdade, um dos mais importantes dentre todos, nada mais lógico do que esse ramo do Direi-
to se obrigar a dispor das máximas garantias individuais. E mais, conhecendo o nosso sistema carcerário,
fica claro que só formalmente a atuação do Direito Penal restringe-se à privação da liberdade. Na prática,
a sua ação vai mais além, afetando, muitíssimas vezes, outros bens jurídicos de extrema importância, como
a vida, a integridade física e a liberdade sexual, verbi gratia; uma vez que no atual sistema prisional são
frequentes as ocorrências de homicídios, atentados violentos ao pudor, agressões e diversos outros crimes
entre os que ali convivem (CALLEGARI, André Luiz. O Princípio da Intervenção Mínima no Direito Penal.
IBCcrim, n°. 70, 1998, p. 47).
#DICADOCOACH – Importante frisar que o Direito Penal Mínimo não busca a abolição do Direito
Penal, mas sim a indevida inflação deste, defendo a criação de crimes que efetivamente coloquem
em risco o bem jurídico que merece proteção. Assim, vale ressaltar que seus extremos opostos são
as teorias do Direito Penal Máximo e do Abolicionismo Penal.
Prevenção do delito no Estado Democrático de Direito é o conjunto de ações que visam coibir a
ocorrência de delitos. São divididas em medidas diretas e indiretas.
As medidas diretas estão relacionadas com o iter criminis, sendo implementadas através da repres-
são aos crimes mais graves, implementação de programas de tolerância zero, atuação da polícia ostensi-
va na comunidade, que nos pequenos crimes, adotam medidas administrativas em substituição ao direito
penal, aparelhamento e treinamento das polícias judiciárias, buscando a prevenção e a repressão de
todos os seguimentos da criminalidade, além da elevação de valores morais, através do culto à família,
religião e costumes.
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Já as medidas indiretas visam a causa dos delitos, sem atingi-los de imediato, focando dois cami-
nhos, quais sejam: o indivíduo e o meio em que este está inserido. Quanto ao indivíduo, as ações devem
considerar seu aspecto pessoal, levando em conta seu caráter e temperamento, moldando e motivando
sua conduta. Por fim, em relação ao meio social, este deve ser analisado sob uma ampla perspecti-
va, visando a redução da criminalidade, conjugando ações sociais, políticas e econômicas, que trazem
melhora na qualidade de vida da comunidade.
Ainda sobre a prevenção da Infração Penal no Estado Democrático de Direito, há que se ressaltar a
existência da Prevenção Primária, Secundária e Terciária, sendo que adotaremos os conceitos fornecidos
por Antonio García-Pablos de Molina, referência no saber criminológico.
Já a Prevenção Secundária, atua nos locais onde os índices de criminalidade são mais avançados.
É uma atuação mais concentrada e objetiva, com foco em áreas de maior violência, como comunidades
carentes dominadas pelo tráfico. Outra vez adotamos os ensinamentos de Antonio García-Pablos de
Molina, segundo quem os programas de prevenção secundária atuam mais tarde em termos etiológi-
cos e não quando ou onde o conflito criminal se produz ou é gerado, mas quando e onde o mesmo se
manifesta, quando e onde se exterioriza. Opera a curto e médio prazo, se orientando de forma seletiva
a setores específicos da sociedade.
Esta prevenção se manifesta através da política legislativa penal e da ação policial, visando uma
prevenção geral. Programas de prevenção policial, de controle dos meios arquitetônicos como instru-
mento de autoproteção, desenvolvidos em bairros localizados em terrenos mais baixos, são exemplos
dessa modalidade de prevenção.
Por fim, a Prevenção Terciária tem um único destinatário: a população carcerária, buscando
evitar a reincidência. É caracteriza por programas que atuam tardiamente no problema criminal, sendo na
maioria das vezes ineficazes, pois enfrentam um conjunto de regras informais existentes dentro das peni-
tenciárias, tanto por parte da população carcerária, quanto pela administração, que geram um estado
permanente de angústia e sofrimento, que ataca e imputa sofrimento ao condenado. Através de punições
formais e informais, ataques, violações morais e físicas, esse conjunto de regras busca despersonalizar o
indivíduo no cárcere, transformando-o em um objeto. Essas regras comprovam que o sistema prisional é
um mal necessário, porém, cruel.
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PROGRAMAS DE PREVENÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA
Estratégias de preven-
ção de natureza mais
CARACTERÍSTICA Combate as causas, a situacional que etiológi- Prevenção especial do
raiz do crime – preven- ca (não combate a raiz delito (ressocialização
PRINCIPAL ção etiológica. do crime, mas o impe- do criminoso).
de de se manifestar em
determinadas situações).
Se orienta seletivamente
aos grupos que osten-
O recluso (população
DESTINATÁRIO Todos os cidadãos. tam maior risco de sofrer
encarcerada).
ou protagonizar um
crime.
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Os Modelos de Reação ao Delito podem ser divididos em modelo clássico ou dissuasório, resso-
cializador e restaurador ou da justiça restaurativa.
O Modelo Clássico se polariza em torno da pena e do rigor e severidade da aplicação desta, com
o fim preventivo e de mecanismo intimidatório. Para esse modelo, a pena apresenta finalidade exclusiva-
mente retributiva, devendo ser proporcional ao dano causado e ostentar caráter intimidatório, para
a reprovação com a retribuição do mal causado e a prevenção de futuros delitos. Não há, portanto, preo-
cupação com a ressocialização do condenado ou a reparação dos danos causados pela infração penal.
Tem como protagonistas o Estado e o delinquente, assumindo a vítima e a sociedade posição secundária.
Assim, considerado humanista, o modelo ressocializador defende que a pena, com caráter utilitário,
apresenta finalidade de prevenção especial positiva, destinando-se à reinserção social mediante uma
intervenção positiva na pessoa do condenado, não se restringindo à noção de castigo, ou seja, de retri-
buição ao mal causado.
Ataca a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança), despontando a inelutável neces-
sidade de o Estado, de forma célere, implantar os direitos sociais progressiva e universalmente, atribuin-
do a fatores exógenos a etiologia delitiva; a prevenção primária liga-se à garantia de educação, saúde,
trabalho, segurança e qualidade de vida do povo, instrumentos preventivos de médio e longo prazo.
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Por fim, a Justiça Restaurativa pode ser conceituada como uma resposta ao crime diferente da
resposta da justiça criminal. Atua de forma objetiva quando busca solucionar o problema do crime consi-
derando suas causas e consequências, e de forma subjetiva quando incluiu pessoas direta e indiretamente
afetadas pelo crime, na solução dos problemas. As vítimas, em especial, têm um papel de maior relevân-
cia e proteção, sendo que ao infrator é oportunizado a reparação dos danos por ele causados.
Busca o restabelecimento do status quo ante dos protagonistas do conflito criminal, com a
composição de interesses entre as partes envolvidas e reparação do dano sofrido pela vítima, por
meio de acordo, consenso, transação, conciliação, mediação ou negociação, propiciando a restauração
do controle social abalado pela prática do delito, a assistência ao ofendido e a recuperação do delinquen-
te. No Brasil, um exemplo clássico da Justiça restaurativa, são os Juizados Especiais.
Segundo Natacha Alves, por conceber o crime como um conflito interpessoal, a solução do conflito
deve advir das próprias partes nele envolvidas, de forma flexível e informal, por meios alternativos ao
castigo, majorando a possibilidade de pacificação social do problema e reduzindo os efeitos deletérios e
estigmas oriundos da tradicional persecução penal.
Assim, a atuação das partes no processo restaurativo deve compreender a exposição dos fatos
e sentimentos da vítima e a assunção da culpa pelo ofensor, de forma voluntária e confidencial, pelo
processo de compreensão do mal praticado, garantindo-se a assistência jurídica necessária.
CRIMINOLOGIA CULTURAL
Segundo Jock Young, citado por Arcênio Cuco, “a Criminologia Cultural revela quase exatamente o
oposto da vida do crime mundano, enfatizando a natureza sensual do crime, o ímpeto de adrenalina de se
correr riscos – a voluntária assunção de risco ilícito e a dialética do medo e prazer. Quer dizer, regras são
transgredidas porque elas estão postas, o risco é um desafio e não um dissuasivo e o firme crescimento no
controle, a assustadora criminalização da vida cotidiana, provoca transgressão ao invés de conformidade.”
10 CUCO, Arcênio Francisco. Introdução à criminologia cultural: novo olhar sobre o velho objeto. Retirado de <http://ebooks.
pucrs.br/edipucrs/anais/cienciascriminais/IV/53.pdf>
11 VALENTE, Rafael Vinha. (Re)contextualizando o Homicídio: A Perspetiva da Criminologia Ambiental. Retirado de <https://
bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4953/1/PG%20RVV%2027476.pdf>
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Em texto publicado por Raphael Schimidt, Otávio Corrêa e Bruna Rivera12, os autores delimitam o
estudo da criminologia cultural da seguinte forma:
O estudo midiático está ligado a esta nova criminologia, pois aquele interfere diretamente na criação
de um pensamento, deformado, sobre o crime na grande massa. Enquanto a apresentação das subculturas
à sociedade e seus significados são exteriorizados por aqueles que as vivem, a mídia distorce e criminaliza
tais subculturas e suas representações. Esta produção cultural e a alimentação de ideias em grupos sociais,
vez mais é banalizada e difundida no senso comum.”.
É essencial a reflexão sobre esta proposição que a Criminologia Cultural suscita, abordar o crime e
seu contexto com um todo e não isoladamente, olhar ao redor e perceber o quão complexo são as rela-
ções produzidas pela cultura na qual se está inserido e quanto isto interfere na criminologia.
Sobre o tema, vale citar relevante estudo realizado por Arcénio Francisco Cuco:
“A Criminologia Cultural é desenvolvida inicialmente por Jeff Ferrell e Clinton Sanders, mas também se
podem encontrar algumas referências anteriores nas escolas sociológicas e criminológicas com maior ênfa-
se para a “nova criminologia” dos anos 70, particularmente, na Escola de Estudos Culturais de Birmingham.
Ainda se pode referir aos clássicos da Sociologia, em especial aos trabalhos de Karl Marx, Émile Durkheim,
Talcott Parsons e Robert Merton e também à Antropologia Social e a Sociologia Urbana de Jonathan Raban
e Michel de Certeau como tendo desempenhado algum papel para que Jeff Ferrell sugerisse a Criminologia
Cultural como “uma matriz emergente”, preocupadas com representações, imagens e significados do crime.
Para Ferrell, a Criminologia Cultural explora as diversas formas em que a dinâmica cultural se entre-
laça com as práticas do crime e controle da criminalidade na sociedade contemporânea. É possível dizer-se,
por isso, que a Criminologia Cultural enfatiza a centralidade do significado e representação na construção
12 https://jus.com.br/artigos/41911/criminologia-cultural-novos-horizontes-de-compreensao-nas-ciencias-criminais
350 RETA FINAL DELTA ES | @CICLOSR3 CPF: 122.164.647-83 ALUNO: Aline Monteiro Porto
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do crime como um acontecimento momentâneo, esforço subcultural e questão social. Com este sentido,
a Criminologia Cultural tenta quebrar as visões da Criminologia tradicional sobre o crime e as causas do
crime para incluir imagens de comportamento ilícito e representação simbólica da aplicação da lei, constru-
ção da cultura popular do crime e da ação penal e as emoções compartilhadas que animam acontecimen-
tos criminais, percepção de ameaça criminal e os esforços públicos no controle da criminalidade. Trata-se
de um foco que permite que os criminólogos percebam o crime como uma ação humana significativa,
permitindo também, que penetrem profundamente na política impugnada de controle da criminalidade.
Hayward define Criminologia Cultural como uma abordagem teórica, metodológica e intervencionista
para o estudo do crime, que coloca a criminalidade e o seu controle no contexto da cultura, ou seja, ela vê o
crime e as agências e instituições de controle da criminalidade como produtos culturais – como construções
criativas e, como tal, deve ser entendido em termos dos significados que carregam. Para além destes aspec-
tos, Hayward afirma que a Criminologia Cultural procura destacar a interação entre dois elementos-chave:
a relação entre construções ascendentes e construções descendentes. Sendo assim, o seu foco se assenta na
geração contínua de significado em torno da interação, concretamente no concernente às regras criadas, as
regras quebradas, da interação constante de empreendedorismo, inovação moral política e transgressão.
Ferrell (1995) afirma que Sutherland e a Escola de Chicago já sabiam desde a metade do século
passado, mediante inúmeros estudos de casos realizados na altura, que subculturas criminais incorporam
muito mais do que simples proximidade de associação de pessoas. Nesse sentido, importa salientar o
trabalho realizado por Donald R. Taft (1942), Professor de Sociologia na Universidade de Illinois que fez um
importante estudo sobre a criminalidade na sociedade americana, no qual analisou o crime como produto
cultural.
Nesse estudo, o autor tenta entender o crime a partir da cultura norte-americana, afastando-se, desta
forma, da explicação do crime segundo traços de personalidade anormal ou situação social anormal, pois,
para ele, nestes dois casos, o crime é pensado como algo incomum, explicável em termos de características
pessoais ou experiências de vida um tanto diferente daqueles que produzem padrões de comportamento
aprovados.
O autor apercebeu-se de que algumas práticas criminais nos Estados Unidos eram produto da própria
cultura americana. Constatou, por exemplo, que:
• A onda crescente de índices de criminalidade praticado por negros tinha como razão (não raramente) a
prevalência de atitudes raciais as quais negavam o status social do negro;
• As falhas econômicas eram grande fonte de sentimento de inferioridade e ressentimento que levava os
indivíduos ao crime, isso como resultado da natureza competitiva do sistema econômico americano;
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• O crime estava centrado em certos tipos de áreas de inadimplência das grandes cidades, sendo essas
áreas produto do crescimento normal da indústria dessas mesmas cidades;
• O submundo do crime (criminal underworld gang) depende do considerado mundo superior (upper-
world) de padrões considerados normais e, alguns dos seus valores, refletiam os valores aprovados no
grupo social normal;
• Havia prevalência de crimes de colarinho branco e de exploração de natureza graves não definidos como
crime.
(...)
Para Taft uma cultura normal não pode produzir crime anormal e, por isso, todas as pessoas deve-
riam ser consideradas criminosas e o crime em si ser tratado como normal. Duas observações são apre-
sentadas pelo autor: a primeira é que o normal pode produzir o anormal se os valores, na cultura geral,
resultarem em diferentes experiências para uns do que para outros. Por exemplo, americanos valorizam a
competição e o individualismo. Estas questões implicam experiências diferenciais porque alguns devem ter
sucessos e outros, falhas. Sendo assim, as falhas vão ajudar a explicar o crime.
O autor afirma que o crime é produto da própria cultura americana pelas seguintes razões: ela está
enraizada numa grande variedade de conflitos culturais entre comunidades onde jornais, revistas, rádios e
imagens expõem a atenção voluntária ou não a uma mistura de ideais conflitantes de padrões de compor-
tamento; personifica o materialismo e o consumismo; aumenta o individualismo declinando as relações
entre as pessoas promovendo desta forma o crime; promove uma cultura de lealdade entre grupos do
crime ou outsiders; promove a justiça privada; promove a ausência de uma atitude social; tolera a corrup-
ção; grande fé na lei e na punição como soluções para problemas sociais; não exige ou aprova a obediência
a todas as leis; dificulta a distinção do crime do não-crime.
O que se pode observar aqui é que todas estas questões que o autor elencou constituem ou corpori-
zam, hoje em dia, o debate da Criminologia Cultural, que no dizer de Hayward “tenta reorientar a crimino-
logia para as mudanças sociais e culturais contemporâneas13”, fundindo a fenomenologia das transgres-
sões contemporâneas com análises sociológicas da cultura da modernidade tardia.”
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“...falar de subcultura criminal é reconhecer não apenas uma associação de pessoas, mas uma rede
de símbolos, significados e conhecimentos. Os membros de uma subcultura criminal aprendem e negociam
motivos, unidade, racionalizações e atitudes, elaboram convenções de linguagem, aparências e formas de
se identificarem entre eles. A participação de maior ou menor grau, em uma subcultura, cria uma forma
coletiva de vida. Por sua vez, estas subculturas moldam a forma como seus membros devem se entender e
se valorizar. Uma íntima participação na forma de vida coletiva demonstra e exibe, para o membro e para
os outros, os atributos pessoais que o tornam digno de pertencer e ser aceito pelo grupo e, potencialmente,
tornando-se importante.
(...)
A pesquisa de Katz, por exemplo, relacionou os atos criminosos e estética, examinando estilos e signi-
ficados simbólicos que emergem na dinâmica cotidiana de acontecimentos criminais e subcultura criminais.
Ao prestar atenção aos óculos escuros e camisetas brancas, aos estilos precisos de andar e falar e outras
formas de identidade criminal esboçou a “cultura alternativa desviante”, o “desviante coerente estético”, na
qual membros de gangues de jovens e outros integram. Nestes casos, tal como em outras formas de crime,
dentro e fora da rua, o significado da criminalidade está ancorado no estilo das práticas coletivas.
(...)
Para Ferrell e Sanders, estes ensaios demonstram que, ambas subculturas criminais e seus estilos,
crescem fora da classe, idade, sexo e desigualdades étnicas, e em volta reproduzem-se e resistem a essas
falhas sociais. Por isso, os guardiões do status quo moral, regularmente concentram seus esforços no
controle social e jurídico sobre os símbolos coesos adotados e difundidos por membros jovens – insubordi-
nados a “gostos públicos”. E enquanto isso, a criminalização deste estilo de grupo pode, na essência, cons-
tituir uma tentativa “estúpida” para acabar com os grupos dissidentes e seus atos, negando a exibição de
símbolos de adesão e a conseqüência irônica dessa criminalização, é muitas vezes a ampliação do poder
desses símbolos de estilo, e por sua vez maior compromisso entre os membros do grupo que os criaram.”
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“Ferrell e Sanders afirmam que da mesma forma que o crime e a criminalização operam como
empresas culturais, todos os dias empresas de culturas populares (atividades sociais organizadas em torno
da arte, música e moda) são regularmente reformuladas como crime. Em alguns casos, os produtores de
arte ou música criam controvérsia para atiçar o consumo dos seus produtos culturais; em outros casos, os
grupos de extrema-direita, fundamentalistas religiosos e outros promovem esses conflitos culturais como
parte das suas agendas teo-políticas. Estes dois aspectos entrelaçam-se num dinâmico relacionamento
irônico e simbiótico de mútua amplificação.
Nesta análise vamo-nos concentrar naqueles casos em que tais conflitos não só criam controvér-
sias, mas também reconstroem a produção cultural, distribuição e consumo criminal e criminogênico, em
particular na música, arte, campanhas de criminalização e mídia, aspectos que dominaram as reflexões
de Ferrell e Sanders. O surgimento da música punk na Grã-Bretanha durante os anos 70, por exemplo,
incorporou a controvérsia e a criminalização. A mídia Britânica condenou de forma veemente o movimento
punk, chamando-o de uma violenta ameaça à sociedade britânica. Políticos britânicos aliados a empresá-
rios moralistas juntaram-se à crítica generalizada dos mídia, classificando o movimento como uma ameaça
a ordem civil e a moralidade.
Atualmente, outra controvérsia inspirada na experiência do punk britânico, ocorreu na música popu-
lar dos Estados Unidos. Durante os princípios dos anos 90, por exemplo, o governador da Flórida pediu ao
Ministério Público para indiciar o grupo de rap negro Live Crew sob a acusação de extorsão. Porque esta
tentativa falhou, um xerife local levou a banda ao tribunal civil sob acusação de obscenidade. Enviou seus
delegados e outros agentes disfarçados em lojas de discos, e, finalmente, prendeu o produtor e proprietário
do estúdio do grupo, também sob acusação de obscenidade. E em vários outros Estados norte-americanos,
várias outras atividades foram levadas a cabo pelas autoridades com vista ao desmantelamento do movi-
mento rap.
Se o “baixo” mundo da cultura punk e rap não escapou a criminalização, o mesmo se pode dizer em
relação à “alta cultura”, em particular nos escalões da galeria de arte e museu. Em 1990, a polícia de São
Francisco e a FBI invadiu o estúdio de Jock Sturges, fotógrafo cujos trabalhos pairam no Museu Metropolita-
no de Arte, o Museu de Arte Moderna, e de outras galerias e museus aclamados. A polícia prendeu também
o sócio de Sturges, Joe Semien, a quem o interrogou por dois dias antes de sua liberação. Com base em
uma série de fotos casuais que Sturges havia tirado com amigos em uma praia de nudismo, na França, os
promotores federais acusaram os dois homens de envolvimento com pornografia infantil.
(...)
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Na verdade, o que se tenta fazer com estes modelos crimogênicos construídos sobre arte e música
como núcleo desse pânico moral24, é desviar a atenção da discussão dos grandes e problemas políticos
mais complexos como a desigualdade econômica e étnica e da alienação da população jovem e trabalha-
dores criativos de instituições de confinamento. Esta idéia de associar a arte e a música ao crime dá uma
falsa e demagógica esperança ao público em geral que a insubordinação pode ser banida sem se precisar
de reformulação das estruturas de autoridade, quando pelo contrário dá origem a ambos (por um lado, a
insubordinação e, por outro, aos empresários moralistas que desejam suprimir a insubordinação).
(...)
A conclusão a que se pode chegar é de que tanto a produção coletiva da arte e música, assim como
as respostas midiatizadas das autoridades legais e morais incorporam políticas contínuas de crime, crimina-
lização e controle do crime. Isto implica que pesquisas em arte, música e cultura devem incorporar análise
crítica das campanhas de criminalização, procedimentos legais e teorias criminológicas. Quer dizer, ao
estudarmos a cultura, temos que prestar atenção aos aspectos ligados ao crime e à criminalização.”
Nesta parte interessa tentarmos estabelecer fronteiras entre estas três categorias, objetivando enten-
der se as manifestações nelas incorporadas são culturais ou criminais, se se tomar em consideração que
há sempre uma confusão e ambigüidade para se entender, se uma determinada manifestação é cultural
ou criminal. O exemplo elucidativo desta ambigüidade é como compreender melhor os músicos rap, punk
e outros grupos considerados outsiders? Como criminosos ou como promotores de obscenidade ou ainda
promotores de uma cultura marcam uma determinada geração? Estas ambigüidades, também são eviden-
tes quando a intenção é estabelecer fronteiras entre a cultura e o crime e mais difícil ainda quando há que
ter em consideração o poder e prestígio dos envolvidos.
Estas ambigüidades, no dizer de Ferrell e Sanders só podem ser explicadas por uma criminologia críti-
ca cultural. Pese embora estejam convencidos de que, esta criminologia, ainda irá confundir as categorias
de “cultura” e crime, para eles, o mais importante é que ela vai, ao mesmo tempo, começar a esboçar um
modelo para dar sentido a essa confusão. Existem já vários ensaios com esse sentido, alguns que se preocu-
pam em analisar as empresas da mídia, a midiatização do crime, as experiências cotidianas e a percepção
das conexões do crime com a mídia; outros que exploram estilos particulares de crime que surgem dentro
de subculturas criminalizadas e a interação desses estilos com a percepção coletiva da criminalização, do
controle social e criminal. Hoje em dia, a Criminologia Cultural também se preocupa em estudar os crimes
violentos e violência estatal, os crimes que ocorrem na guerra (por ambos os lados), no terrorismo e em sua
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Em City Limits, crime, consumer culture and urban experience Keith Hayward estabelece uma conexão
entre a lógica da cultura de consumo e certas práticas de crime na cidade. Ele mostra no livro que é possível
compreender a transgressão e o crime a partir do estudo do impacto da cultura de consumo e as experiên-
cias vividas nos grandes centros, entrelaçando esse fato ao conhecimento espacial da cidade. Jeff Ferrell, na
mesma senda do Hayward, em Tédio, crime e criminologia: um convite à criminologia cultural28 observou
que nas condições desumanizadoras do modernismo, o tédio havia se tornado parte da experiência da vida
cotidiana e que o tédio coletivo produz não apenas momentos ilícitos de excitação, mas irrupção da rebelião
política e cultura.
(...)
A Criminologia Cultural explora as diversas formas em que a dinâmica cultural se entrelaça com as
práticas do crime e controle da criminalidade na sociedade contemporânea. Ao incluir imagens de compor-
tamento ilícito e representação simbólica da aplicação da lei, construção da cultura popular do crime e da
ação penal e as emoções compartilhadas que animam acontecimentos criminais, percepção de ameaça
criminal e os esforços públicos no controle da criminalidade, a criminologia cultural tenta quebrar as visões
da Criminologia tradicional sobre o crime. Ela também deixa evidente que diferentes atores sociais intera-
gem dentro das interseções ambíguas de produção simbólica, experimentando a cultura e o crime como
resultado de processos emergentes dentro da dinâmica da vida cotidiana, sendo que pesquisa dentro do
âmbito criminológico devem ser orientado tendo em conta a dualidade – cultura/crime – para examinar
as diversas formas em que a cultura e o crime, não só colidem entre si, mas como também um produz o
outro.”
CRIMINOLOGIA AMBIENTAL
A ciência criminológica se encontra, nos dias atuais, focada numa cultura de controle, onde, cada
vez mais, o ideal da reabilitação é envolto em um descrédito pessimista, onde o foco acadêmico se altera,
perdendo o interesse no estudo etiológico e preocupando-se mais com a gestão dos riscos que advém
da ação, ou potencial ação, criminosa.
“Esta mudança de foco e até de paradigma, deve-se ao descrédito na reabilitação dos ofensores que
começou na década de 60 do século XX; e ao facto de existir uma necessidade cada vez maior de empre-
gar estratégias de prevenção mais simples, pragmáticas e eficazes (Newburn, 2007). É desta forma que, a
partir da década de 70 do século passado, surgiram perspetivas e teorias que alteram o foco da interven-
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ção, procurando “manipular ambientes em vez de humanos e dissuadir ofensores ao invés de os reabilitar”
(Newburn, 2007, p. 280), sendo que o âmago do estudo académico desloca-se para as dinâmicas do crime
e para a prevenção da conduta criminal (Wortley & Mazerolle, 2008).
É neste contexto histórico e epistemológico que surge a criminologia ambiental, termo que apesar de
ter sido inicialmente cunhado por Jeffery em 1971, foi desenvolvido por Brantingham e Brantingham que
procuraram dar mais ênfase ao ambiente e aos fatores a ele inerente. De acordo com Brantingham e Bran-
tingham (1981; 1991), o evento criminal comporta quatro elementos essenciais (ou dimensões), sendo eles o
ofensor, o seu alvo (vítima), a lei e o local (localizado, como já foi dito, no tempo e no espaço).
É necessário que todas estas dimensões estejam presentes para que se verifique um crime, senão
vejamos: Sem um ofensor disposto a quebrar a lei e sem um alvo que o ofensor possa atacar, não se pode
verificar um crime. Da mesma forma, se não houver uma lei que tipifique tal conduta como crime, também
não se poderá estar perante um ato ilícito. E mesmo que todas estas dimensões estejam presentes, é neces-
sário um local onde todas elas possam interagir, ou seja, é necessário que exista uma convergência espacial
e temporal dos intervenientes. Para a vítima (neste caso alvo), seria o proverbial “estar no local errado à
hora errada.”.
Assim, a criminologia ambiental procura estudar esta quarta dimensão, isto é, a dimensão espácio-
-temporal (Brantingham & Brantingham, 1991), bem como as interações entre as pessoas e o ambiente
circundante (Brantingham & Brantingham, 1998).
Wortley e Mazerolle (2008) apontam três premissas que basilam a perspectiva ambiental: (1) O
ambiente envolvente tem um papel preponderante no evento criminal, sendo que este poderá iniciar e
influenciar o comportamento (neste caso criminal) das pessoas que se encontram a interagir com deter-
minada situação. Contrariamente a perspetivas anteriores, a criminologia ambiental considera que o local
onde se dá o evento criminal pode ter características criminógenas, e não apenas os seus intervenientes
(ofensor e alvo); (2) Ao contrário do que se possa pensar, o crime não é aleatório, isto é, forma padrões
espácio-temporais. Por sua vez, estes padrões associam-se às localizações dos supra mencionados ambien-
tes com características criminógenas e aos fatores situacionais a estes inerentes que facilitam, propiciam, e
estabelecem oportunidades para que o evento criminal possa ocorrer (Brantingham & Brantingham, 1991);
(3) Por fim, fica claro que conhecer e perceber os referidos ambientes criminógenos, bem como os padrões
criminais, constitui uma vantagem imensurável na prevenção e controlo criminal, permitindo, sobretudo,
alterar as características criminogénicas dos ambientes, e dos alvos que os tornam especialmente vulnerá-
veis para os ofensores. Este é um dos pontos fortes desta perspetiva que a tornam especialmente pragmá-
tica e voltada para a prevenção.
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No seio académico existe ainda alguma confusão no que toca ao foco de estudo da criminologia
ambiental. Por norma, tal equívoco deve-se à existência de uma escola anterior, a denominada Escola de
Chicago (ou Ecológica) que, nas décadas de 20 e 30 do século XX, procurou estudar as relações simbióti-
cas entre as diversas populações da cidade de Chicago e as suas diversas áreas. Para explicar esta relação
surgiu a famosa teoria das zonas concêntricas, ficando patente que o meio envolvente onde as pessoas
viviam dentro da cidade, condicionava a sua conduta, podendo fomentar a criminalidade ou o comporta-
mento normativo. Desta forma, almejava-se alterar a conduta humana, alterando o meio em que que as
pessoas viviam (Newburn, 2007; Burke, 2009; Bernard, Snipes & Gerould, 2010).
Embora a criminologia ambiental tenha evoluído, em parte, a partir da escola de Chicago, esta forma
uma doutrina distinta e autónoma. Como explica Rossmo (2000), a principal diferença prende-se com a já
mencionada mudança de foco, neste caso passou-se do estudo do ofensor para o estudo do ato criminal.
Por sua vez, Brantingham e Brantingham (1981) denotam três diferenças preponderantes. Primeira-
mente, os criminólogos ambientais demonstram uma maior facilidade em utilizar conhecimentos de outras
áreas científicas, não se mantendo exclusivamente focados na sua área de origem. De facto, esta área é
particularmente multidisciplinar, procurando “beber” do conhecimento de várias áreas, nomeadamente a
ecologia humana, psicologia ambiental, geografia comportamental e ciências da cognição (Rossmo, 2000;
Wortley, 2012). Outra diferença apontada pelos Brantingham, prende-se com a disposição criminal. Com
esta perspetiva a criminologia deixa de se preocupar com as causas e motivações criminais, preocupando-
-se sim, com o evento criminal e com os padrões inerentes ao mesmo, procurando, sobretudo, estabelecer
como, onde e quando este ocorre. Por último, os académicos têm colocado mais relevo na imaginação
geográfica, usando-a de forma concomitante com a, anteriormente mais em voga, imaginação sociológica.
Desta forma, consegue-se uma imagem mais abrangente e fidedigna do evento criminal, o que por sua
vez facilita o entendimento e prevenção do mesmo (Brantingham & Brantingham, 1981). Ademais, como
alertam Brantingham e Brantingham (1981), esta perspetiva não postula um determinismo ambiental,
sendo que o ofensor passa por um processo de decisão, influenciado por esse mesmo ambiente, que visa
identificar oportunidades criminais e decidir qual a melhor forma de proceder face às mesmas. Nesta linha
de pensamento, Rossmo (2000) alerta que, embora o ambiente e os seus fatores possam estruturar e faci-
litar a oportunidade criminal, é o indivíduo que escolhe praticar um crime.
(...)
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Como já foi visto, a criminologia ambiental vê o crime como a interação entre o ofensor, a vítima e o
ambiente (cf. Anexo A). Tendo isto em mente, Rossmo (2000) propôs diferentes áreas de estudo consoante
a área (ou interação de áreas) em que se pretende focar. Desta forma, quanto ao ofensor pode-se estudar
a sua tipologia; quanto à vítima a vitimologia; e quanto ao ambiente a situação, paisagem e bairro envol-
ventes. No que concerne à interação ofensor/alvo pode-se estudar a preferência por determinados tipos de
vítima, as suas especificidades, e o estilo de caça do ofensor. No que toca à interação ofensor/ambiente, o
método de transporte do ofensor, os seus mapas mentais e espaços de atividade, bem como o seu território
de caça. Quanto à interação alvo/ambiente, o background do alvo, as dinâmicas do bairro envolvente, e
o local de encontro. Por último, no que diz respeito à interação ofensor/vítima/ambiente, o crime e a cena
do mesmo.”
“Pode-se resumir numa frase, nas palavras de Newburn (2007), o propósito desta teoria que é o
“estudo da razão pela qual determinados indivíduos decidem comportar-se de determinadas formas, em
determinadas circunstâncias” (p. 281); isto é, investigar o processo de tomada de decisão que culmina na
perpetração de uma ofensa (Beauregard & Leclerc, 2007). Apesar da sua denominação oficiosa, esta teoria
assume-se mais como uma ferramenta conceptual e heurística do que uma teoria criminológica no seu
conceito tradicional e convencional. Ao contrário de outros corpos teóricos, teoria da escolha racional preo-
cupa-se com a influência do meio ambiente e dos fatores situacionais no comportamento humano, focan-
do-se, essencialmente, no presente ao invés de se focar nas influências passadas (Cornish & Clarke, 2008).”
Segue o autor:
“(...)A principal premissa desta perspetiva é a de que o comportamento criminal resulta de uma
sequência de escolhas feitas pelo ofensor, sendo que este processo cognitivo é influenciado por fatores
psicossociais inerentes ao indivíduo que facilitam ou dispõe o seu envolvimento criminal (Cornish & Clarke,
1986a; Clarke, 1987). Este processo não se revela, de todo, estático, na medida em que a interação entre
ofensor e meio ambiente permite ao primeiro refinar e melhorar as decisões que toma e, por conseguinte,
todo o processo de tomada de decisão (Cornish, 1993). Segundo Nee e Ward (2015) a criação de esquemas
cognitivos é um dos exemplos deste dinamismo. Estes esquemas formam-se devido à repetida aprendi-
zagem e exposição a que o ofensor fica sujeito, guiando as respostas do mesmo em situações específicas,
no que pode ser entendido como uma espécie de atalho cognitivo. Ademais, a exposição a determinados
ambientes pode facilitar o desenvolvimento de esquemas cognitivos que tendam a percecionar a violência
de forma positiva.”
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“Brantingham e Brantingham (1993a, p. 264; 2008) definem padrão como sendo uma “relação reco-
nhecível de interconectividade de objetos, processos e regras.”. No âmbito da criminologia ambiental, os
padrões englobam diversos eventos criminais e respetivos comportamentos criminais, sendo a preocupação
desta perspetiva identificar e analisar tais padrões. Para tal, procede ao estudo dos processos intrínsecos
ao “evento criminal, à situação, ao espaço de atividade, a eventos precipitadores e potencial de motivação”
(Rossmo, 2000). Brantingham e Brantingham (2008) alertam para o facto de os padrões nem sempre serem
óbvios e facilmente discerníveis, adiantando que por vezes é necessário analisar o contexto ambiental de
forma holística em que determinado padrão, ou padrões, se insere(m). Tais padrões são, assim, fenómenos
complexos que poderão ser entendidos através da seleção do local do crime, e de modelos de processamen-
to de informação subjetivos e idiossincráticos em relação ao ofensor (Rebocho, 2009).
Brantingham e Brantingham (1984; 1993a; 2008) vão contra a ideia de que a ocorrência criminal é
aleatória, argumentando que existem padrões observáveis quanto à sua distribuição espacial e geográ-
fica. Nas palavras de Rossmo (2000): “Por muito caótico que o crime pareça ser, existe usualmente uma
aparente estrutura subjacente à sua distribuição espacial.”. Brantingham e Brantingham (2008) argumen-
tam ainda que existem locais mais propensos à atividade criminal do que outros, assim como populações
que cometem a maior parte das ofensas, e populações que tendem a ser vitimizadas de forma reiterada.
De facto, os “crimes são padronizados; as decisões para cometer os crimes são padronizadas; e o processo
de cometer um crime é padronizado.” (Brantingham & Brantingham, 2008, p. 79).
Brantingham e Brantingham (2008) entendem o crime como sendo o resultado de uma série de ações
que tomam lugar aquando um determinado sujeito, que está pronto para cometer uma ofensa, encontra
um alvo adequado; e sempre que os benefícios esperados superem os riscos. Este último ponto é congruen-
te com a perspetiva da escolha racional anteriormente exposta; e, sendo o resultado de uma tomada de
decisão, esta pode ser consciente ou inconsciente (até mesmo mista), mas nunca completamente aleatória
(Brantingham & Brantingham, 1993a).
(...)
No entanto, este processo não é, de todo, fixo. Assim, podem existir variâncias quanto à perceção do
ofensor no que toca às oportunidades existentes para delinquir, no que diz respeito ao nível de prontidão
criminal que este possui, no que concerne à distribuição espácio-temporal e adequabilidade dos alvos, e,
por último, nas situações que propiciam a ativação do comportamento criminal (Brantingham & Bran-
tingham, 1984; 2008).”
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“A teoria das atividades rotineiras teve a sua génese nos finais da década de 70 do século passado,
preocupando-se em explicar as taxas da criminalidade a um nível micro e macro. Assim, a nível micro, a
teoria postula que um crime ocorre quando um ofensor motivado encontra um alvo adequado, na ausên-
cia de um guardião capaz. Esta noção será desenvolvida mais à frente e em maior pormenor. Quanto ao
nível macro, a teoria postula que a interação que toma lugar ao nível micro pode ser facilitada por fatores
intrínsecos à sociedade/comunidade onde os intervenientes se encontram (Felson 2008). Criada por Cohen
e Felson, a perspetiva pretendia, inicialmente, explicar o aumento das taxas da criminalidade no período do
pós-guerra (segunda guerra mundial), sendo que os autores explicaram esta tendência em termos de opor-
tunidades criminais, resultantes de alterações nas atividades rotineiras (locais de lazer, trabalho e educa-
ção) das pessoas. “O crime é uma atividade tangível dependente de outras atividades da vida quotidiana”
(Felson, 2002, p. 165). Desta forma, Cohen e Felson argumentaram que alterações sociais e culturais cria-
ram novas oportunidades para a prática delitiva, argumentando ainda que existiu um aumento de alvos
disponíveis e uma redução de pessoas capazes de guardarem tais alvos visto que, cada vez mais, se verifica
uma descentralização das atividades rotineiras do contexto familiar/domiciliar (Cohen & Felson, 1979).
Embora não exista uma grande quantidade de estudos referentes à sazonalidade do crime de homi-
cídio, os poucos que, de facto, foram levados a cabo, mostram resultados que se afiguram congruentes
com a premissa da tangibilidade do comportamento criminal face às atividades rotineiras. No seu estudo,
Almeida (1999) verificou que a maior parte dos homicídios se davam nos meses de verão. Assim, adiantou
a hipótese de que isto poderia estar relacionado com o facto de nesta estação em particular os dias serem
mais longos, o que por sua vez proporciona um maior convívio interpessoal, coadjuvado com um maior
consumo de álcool. Por sua vez, Mohanty e colaboradores (2005), embora tenham associado a ocorrência
de homicídios aos meses de inverno, também descobriram que estes se davam, na sua maioria, durante os
períodos da tarde/noite, e aos fins-de-semana. Já Ceccato (2005) confirmou, até certo ponto, a tendência
de ambos os estudos anteriores, associando os homicídios aos meses quentes do ano, em que as pessoas
estão, por norma, de férias, a períodos noturnos, e aos fins de semana.
No fundo, o que estes estudos transparecem, é que o homicídio, à semelhança de outros crimes, asso-
cia-se às atividades rotineiras e aos fluxos de deslocação humana. Assim, períodos noturnos, de fim-de-se-
mana, e de férias, são os que, naturalmente, deixam as pessoas mais livres, e mais propensas ao convívio
com outros indivíduos. Por conseguinte, isto proporciona uma maior exposição a oportunidades criminais,
e uma maior probabilidade de exposição à violência.
No fundo, os autores pretendiam, com a criação desta perspetiva, proporcionar uma conceção do
crime alternativa à das teorias criminológicas dominantes (Felson & Cohen, 1980 cit. in Felson, 2008), sendo
que à semelhança da corrente teórica em que se insere (criminologia ambiental), postula a importância
do evento criminal em detrimento da habitual e já tão estudada, motivação do ofensor (Newburn, 2007).”
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MEDICINA LEGAL13
Dando continuidade aos estudos de Medicina Legal, vamos ao nosso NFPSS – Não Faça a Prova
Sem Saber. De forma resumida, vamos abordar todos os temas do edital, dando atenção especial aos
temas recorrentes em provas de delegado. Assim como nos demais materiais, nossas apostas ciclos vão
abordar o que cada ponto tem de mais importante.
Vem comigo!
A Medicina Legal, segundo os ensinamentos de Delton Croce, conceitua como sendo a ciência e
arte extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológi-
cos destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. Ainda, de acordo com
o referido autor, a Medicina Legal serve mais ao Direito, visando defender os interesses dos homens e da
sociedade, do que à Medicina.
Outro grande nome da Medicina Legal, Genival Veloso de França, conceitua a matéria como sendo
a contribuição da medicina, da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das
leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina.
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Corpo de Delito Enquanto o exame de corpo de delito é o registro, no Laudo Pericial, da exis-
tência e da realidade do delito, o corpo de delito é o próprio crime em sua tipicidade, é o conjunto
de vestígios materiais deixados pelo fato criminoso. O exame do corpo de delito pode ser direito,
quanto persistem os vestígios da infração, ou indireto, quando os vestígios materiais deixaram de existir
ou nem mesmo existiram.
Perícia Dentro da Medicina Legal, pode ser conceituada como todo procedimento médico, reque-
rido por autoridade policial ou judiciária, praticado por médico, visando esclarecer fatos de interessa da
justiça. É, portanto, toda sindicância praticada por médico, com o objetivo de esclarecer à justiça, fatos
específicos de natureza permanente, atendendo determinação de autoridades competentes.
#DICA DO COACH Obrigatória a leitura dos artigos 158 a 184 do Código de Processo Penal,
legislação aplicável ao tema e fonte da maioria das questões que envolvem este ponto do edital!
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
Os Documentos médico-legais são toda a gama de documentos elaborados por peritos, oficiais ou
extraoficiais, e podem ser classificados como:
• Atestados: Consiste na declaração escrita de determinado fato médico e suas possíveis consequên-
cias. É o resultado da avaliação realizada em um paciente, o teor de sua doença.
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• Depoimentos Orais: Normalmente prestados pelos peritos em face de autoridade policial ou judicial,
com o intuito de esclarecer uma questão médica específica.
Vamos dar atenção especial ao estudo da raça e do sexo, temas com maior incidência de cobrança
nas provas de Delegado de Polícia. Em relação ao estudo das raças, incialmente devemos considerar que
não existem raças superiores ou inferiores, nem mesmo raças puras. Existem diversas classificações de
raças, mas a classificação mais aceita doutrinariamente é feita por Ottolenghi, que divide as raças em 05
(cinco) tipos étnicos fundamentais, descritos na tabela abaixo:
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Pele amarela. Cabelos lisos. Face achatada de diante para trás. Fronte larga e baixa.
Tipo
Arcadas superciliares pouco salientes. Espaço interorbital largo. Fenda palpebral
Mongólico
pouco ampla, em amêndoa. Nariz curto, largo. Maxilares pequenos e mento saliente.
Pele negra. Cabelos crespos, em tufos. Crânio geralmente dolicocéfalo. Perfil prog-
Tipo nata; fronte alta, saliente, arqueada. Íris castanha. Nariz pequeno, de perfil côncavo e
Negroide narinas curtas e afastadas. Zigomas salientes. Prognatismo acentuado. Mento peque-
no.
Pele amarela trigueira, tendendo para o avermelhado. Estatura alta. Cabelos lisos
Tipo como crina de cavalo, pretos. Íris castanha. Crânio mesocéfalo. Supercílios espessos.
Indiano Ausência de barba e bigode. Orelhas pequenas. Nariz saliente, longo e estreito. Fron-
te vertical. Zigomas salientes e largos. Mandíbula desenvolvida.
Estatura alta. Pele trigueira. Cabelos pretos, ondulados e longos. Fronte estreita. Zigo-
Tipo
mas proeminentes. Nariz curto com narinas afastadas. Prognatismo, maxilar e alveo-
Australoide
lar. Dentes fortes. Maxilar desenvolvido. Cintura escapular larga; bacia estreita.
Determinar o sexo no vivo ou em cadáver recente e sem mutilações do aparelho reprodutor, via de
regra, não oferece grandes dificuldades. No entanto, quando nos deparamos com cadáveres em avan-
çado estado de putrefação, corpos carbonizados ou reduzidos a esqueleto, a tarefa deixa de ser simples,
exigindo conhecimentos mais técnicos.
Tanto o crânio, quanto o tórax, indicam elementos de presunção, tendo em vista que o primei-
ro, nas mulheres, tem a fronte mais vertical, a articulação frontonasal curva, saliências ósseas e apófises
mastoides e estiloides menos desenvolvidas que o crânio dos homens. Já o tórax feminino tende à forma
ovoide, mais achatado no sentido anteroposterior, enquanto no homem tende à forma conoide.
A bacia ou pelve, no entanto, é o elemento de certeza que diferencia homens e mulheres, pois
como às mulheres incumbe a maternidade, suas bacias têm constituição mais frágil, com diâmetros trans-
versais maiores. A grande e a pequena bacia mais largas, o sacro mais baixo e côncavo semente na sua
metade inferior. A inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada na mulher. Por fim, as dimensões
verticais da bacia masculina são maiores que as referidas dimensões na bacia feminina. A figura abaixo
demonstra com clareza as diferenças:
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BERTILONAGEM
Concebida por Bertillon, é uma fotografia comum, com redução fixa de 1/7 de
frente e de perfil direito, mantendo exata distancia focal, permitindo calcular
Fotografia
o tamanho exato do indivíduo. A comparação minuciosa dos elementos como
Sinalética
altura da fronte e aspecto da fenda palpebral, entre outros, ajudam na identifi-
cação.
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Impressões As impressões digitais, último ponto que Bertillon incluiu em sua ficha, teve cará-
Digitais ter de inferioridade em relação à antropometria.
A datiloscopia, estudo das digitais, tem como base a existência, na polpa dos dedos, de desenhos
característicos, individuais, formados pelas cristas papilares na derme. Conforme ensina Lacard, possuem
03 (três) propriedades que a valorizam: a perenidade, pois os desenhos surgem no sexto mês de gesta-
ção, conservando-se durante toda a vida e permanecendo após a morte, sendo destruídos apenas pela
putrefação; a imutabilidade, pois ainda que sofram queimaduras de 1° e 2° grau, limagem dos dedos ou
exposição a ácidos, em 48 (quarenta e oito) horas de repouso, reaparecem sem qualquer alteração; e por
fim, a variedade, ou seja, desenhos individuais, sendo que até os dias atuais, considerando as milhares
de fichas datiloscópicas, jamais foram encontradas duas impressões digitais idênticas.
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As linhas papilares das falanges se agrupam em 03 (três) sistemas: basilar, marginal ou central. Essas
linhas se dispõem em ângulos obtusos envolvendo o núcleo central das impressões digitais, formando o
delta – letra grega em forma de triangulo – base da classificação de Vucetich, sendo que a presença ou
não do delta caracteriza os 04 (quatro) tipos fundamentais, quais sejam: arco (ausência de delta), presilha
interna (delta à direita do observador), presilha externa (delta à esquerda do observador) e verticilo
(possui dois deltas, círculos concêntricos no centro da falange).
A Individual Datiloscópica é composta por duas partes. A primeira parte consiste na série, dada
pela mão direita, que compreende a fundamental, correspondente ao polegar direito, e a divisão,
que corresponde aos demais dedos da mão direita. A segunda parte consiste na seção, dada pela mão
esquerda, composta pela subclassificação, correspondente ao polegar esquerdo, e a subdivisão, que
corresponde aos demais dedos da mão esquerda.
Considerando o tamanho da matéria e a riqueza de detalhes de cada ponto, não há tempo hábil
para discorrermos sobre cada ponto, no entanto, vale destacar a equimose superficial, que ao se rege-
nerar, passa por uma contínua sucessão de cores, que se inicia pelas bordas, chamada por Legrand du
Saulle, de Espectro Equimótico. Em geral, é lívida ou vermelho escuro no 1° dia, violeta ou arroxeada
entre o 2° e o 3°, azul entre o 4° e o 6°, esverdeada entre o 7° e o 10°, amarelo-esverdeada entre 0 10° e
o 12°, e, por fim, amarelada entre o 12° e o 17° ou mais, conforme tabela abaixo:
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No entanto, o espectro equimótico nem sempre segue esta ordem cronológica. As petéquias geral-
mente desaparecem entre 04 (quatro) e 05 (cinco) dias. Nas pálpebras e bolsa escrotal não há alteração
de cores, permanecendo vermelho-escura durante todo o período. Nas crianças e jovens tendem a
desaparecer em menor período. A aplicabilidade do espectro equimótico tem validade para efusões de
sangue com cerca de 2 a 3 centímetros.
Sua importância médico-legal é extraordinária, pois permite ao perito precisar a sede da contusão e
precisar a data provável da violência, indicar o instrumento contundente, afirmar a natureza do atentado
e informar se a lesão foi causada em vida ou post mortem.
Armas Brancas As lesões causadas por armas brancas possuem como característica marcan-
te as soluções de continuidade da pele, chamadas de feridas incisas, produzidas por instrumentos que,
agem por um gume afiado – navalha, bisturi, faca, lâminas – por pressão ou deslizamento, linear ou
obliquamente sobre a pele e órgãos. As principais características das feridas incisas são: regularidade das
bordas e do fundo da lesão, ausência de vestígios traumáticos, hemorragia abundante. Em relação às
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bordas das feridas incisas, devemos ressaltar a predominância do comprimento sobre a profundidade;
afastamento das bordas das feridas; vertentes emparedadas; verticais se o instrumento agiu de forma
perpendicular ou em bisel, se o instrumento agiu de forma inclinada; profundidade maior no terço inicial
da ferida, sendo que a partir de então, gradualmente vai se aproximando da superfície, terminando em
uma escoriação linear que indica a saída do instrumento, chamada de cauda de escoriação, que estará
voltada para o lado em que terminou a ação do instrumento.
Lesões por Projéteis de Armas de Fogo Os tiros, a depender da distância em que o projétil
é disparado em relação ao alvo, podem ser classificados como:
• Tiros com a Arma Apoiada ou Encostada: Tiros disparados com a boca do cano da arma direta-
mente encostada na superfície do alvo, dando origem ao orifício de entrada em câmara de mina e
queimaduras, sendo que no geral, não teremos os sinais de zona de tatuagem e negro de fumo (zona
de esfumaçamento).
• Tiros a Curta Distância ou à Queima-Roupa: Indicam disparo com a arma posicionada a pouca
distância do alvo, estando presentes a maioria dos sinais, sendo que neste caso, inexistem os sinais de
queimaduras.
• Tiros de Longa Distância: Disparo realizado com a arma afastada do alvo. O orifício de entrada, via
de regra, é menor que o diâmetro do projetil, de aspecto circular. Há a presença da orla de contusão e
halo de enxugo, podendo haver ou não a aréola equimótica, estando ausentes todos os demais sinais
de vizinhança.
Os projéteis de arma de fogo, por sua peculiar ação, ao atuar sobre o alvo, perfurando e contun-
dindo de forma simultânea, produzem lesões características, que podem ser classificadas como de efeitos
primários ou secundários.
Efeitos Primários Produzidos exclusivamente pela ação mecânica do projétil, são caracterís-
ticos dos pontos de impacto, estando presentes em todos os casos, independente da distância do
tiro. Os efeitos primários resultam da ação do projétil contra um alvo animado ou não animado. No alvo
animado o projétil atinge a pessoa produzindo orlas de impacto ou embate, formando zonas de contorno
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que possuem características como a Orla de Escoriação, que é consequência da escoriação tegumentar
produzida pelo impacto rotatório e atrito do projétil, que inicialmente tem ação contundente. Pode ser
circular nos tiros perpendiculares ou ovalada nos tiros oblíquos, sendo meio de identificar a direção do
tiro; e a Orla de Enxugo, pois o projétil, ao deixar o cano da arma, carrega resíduos de pólvora, ferrugem,
graxa e outras substancias, que ao entrar em contato com a pele do indivíduo, resulta em uma auréola
escura em volta do orifício de entrada, decorrente da limpeza dos resíduos.
Existe ainda a orla de equimose formada enquanto no trajeto pelo tecido subcutâneo, onde o
projétil rompe vasos de calibres médio e pequeno, o que provoca infiltração hemorrágica que se traduz
externamente por uma orla equimótica ao redor do orifício de entrada. A união dessa Orla de Equimo-
se, com a Orla de Escoriação e com a Orla de Enxugo, forma o denominado Anel de Fisch. Importante
mencionar, que para alguns doutrinadores, o Anel de Fisch é formado exclusivamente pelas Orla de
Escoriação e Orla de Enxugo.
Efeitos Secundários Resultam da ação explosiva contra um alvo animado ou não animado.
Os efeitos secundários são os que resultam nos tiros à curta distância, assim como, da ação dos gases
e resíduos da combustão da pólvora, formando a Zona de Chamuscamento, formada pela ação dos
gases superaquecidos e inflamados que queimam a pele; Zona de Esfumaçamento, produzida pelo
depósito de fuligem decorrente da combustão da pólvora, também chamada de Negro de Fumo; e a
Zona de Tatuagem, produzida pelos grânulos de pólvora combusta ou incombusta que acompanham o
projétil, agindo como projéteis secundários, penetrando a pele.
Tiros com a Arma Encostada A boca da arma é firmemente apoiada na pele, sendo que
todo o material que sai do cano (cone de dispersão) não vai ter espaço para se expandir, penetrando
pelo orifício de entrada, formando uma ferida circular, com uma orla de escoriação, orla de enxugo e
com queimadura ao redor. A queimadura ao redor acontece em razão dos gases superaquecidos, que ao
entrar em contato com a pele, a queimam.
Esta modalidade de tiro possui alguns sinais característicos, encontrados apenas neste, que mere-
cem estudo em razão da constante cobrança em provas, vamos a eles:
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Orifício de Saída A lesão de saída exige uma maior atenção, pois o projétil, vindo de dentro
para fora, atinge primeiro a derme que é elástica, fazendo uma curvatura para fora. No entanto, a epider-
me, que não é tão elástica, não acompanha a derme, sendo que no momento em que a derme rompe, o
projétil arrasta a epiderme em seu trajeto, voltando a derme para sua posição anatômica inicial, trazendo
junto a epiderme. Portanto, a epiderme se torna rota, impossibilitando enxergar a derme por baixo, o que
significa ausência de orla de escoriação. Como o projétil passou por outras partes do corpo, deixando
todos os resíduos originários do disparo, também não há orla de enxugo. A lesão de saída normalmente
é maior que a lesão de entrada, via de regra, sem orla de escoriação, e sempre sem orla de enxugo.
Para fixar o tema e melhor diferenciar as lesões de entrada e de saída do projétil, conforme segue
ilustrado na tabela abaixo:
ENTRADA SAÍDA
Forma Arredondada (regular) Irregular
Ao entrar no organismo, o projétil está cheio de energia, sendo que a medida que vai tendo conta-
to com ossos, tecidos e órgãos, essa energia vai se dissipando, de acordo com a resistência oferecida
pelos ossos, tecidos ou órgãos. Ademais, o projetil pode transfixar ou não o corpo, atravessando, será
um ferimento transfixante, sendo que se não transfixar, será o caso de um ferimento penetrante,
também chamado de ferida cega ou em fundo de saco, que pode ser em sedenho, quando não para
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em nenhuma cavidade do corpo, ou cavitária, quando o projétil para em uma cavidade. Por fim, o trajeto
pode ser retilíneo ou sofrer desvios, como nos casos em que bate em ossos.
Projéteis de Alta Energia Os projéteis de alta velocidade possuem mais energia, e ao entrar no
corpo, empurra os tecidos para o lado. Quanto maior for a velocidade do projétil, essa força ou onda de
pressão que empurra os tecidos para o lado será maior, fazendo um túnel dito permanente, pois empurra
o tecido para o lado com força capaz de causar lesões, produzidas pela onda de pressão gerada pelo
projétil, e não pelo impacto direto deste. Essas lesões são de maior ou menor gravidade, a depender da
resistência oferecida pelos tecidos em volta do túnel.
Quanto aos sinais, os projéteis de alta energia possuem algumas diferenças em relação aos proje-
teis comuns, o Orifício de Entrada possui bordas irregulares e a presença de orla de escoriação ocorre
em poucos casos, enquanto o Orifício de Saída é maior, sendo equivalente a um rasgo. Estes projeteis
possuem maior poder de parada, o chamado stop power da arma, também se diferindo dos projeteis
comuns pela maior potência das ondas de pressão que produzem, visualizadas nas cavidades temporá-
rias pulsantes.
Como não se pode definir a vida, é teoricamente impossível conceituar a morte. No entanto, hodier-
namente, existem dois conceitos de morte, a cerebral, que consiste na cessação da atividade elétrica do
cérebro, na cortiça e nas estruturas mais profundas, e a circulatória, por parada cardíaca irreversível às
manobras de ressuscitação.
O diagnóstico da morte é matéria de estudo da Tanatologia Forense, sendo que quanto mais próxi-
mo o momento da morte, mais difícil seu diagnóstico, trazendo a Medicina Legal uma série de eventos
que auxiliam no diagnóstico da morte, como os fenômenos abióticos imediatos e consecutivos, e os
fenômenos transformativos, que serão objeto de estudos nos tópicos abaixo.
FENÔMENOS CADAVÉRICOS
• Fenômenos Abióticos Imediatos: Possuem valor relativo, pois apenas insinuam a morte, sendo
caracterizados pela perda de consciência, abolição do tônus muscular, perda da sensibilidade, relaxa-
mento dos esfíncteres, cessação da respiração, cessação dos batimentos cardíacos, ausência de pulso,
fácies hipocrática e pálpebras parcialmente cerradas.
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• Fenômenos Abióticos Consecutivos: Sinais que não apenas insinuam, mas indicam a morte, tais
como o resfriamento paulatino do corpo, rigidez cadavérica, espasmo cadavérico, manchas de hipós-
tase e livores cadavéricos e o dessecamento, que consiste na perda de peso, pergaminhamento da
pele e das mucosas dos lábios, modificação dos globos oculares, mancha da esclerótica, turvação da
córnea transparente, perda da tensão do globo ocular e formação da tela viscosa.
• Fenômenos Transformativos: Sinais de certeza da morte, pois resultam de alterações tão intensas
que tornam a vida absolutamente impossível. Compreendem os destrutivos, autólise, putrefação e
maceração, quanto os conservadores, mumificação e saponificação.
Comoriência Quando não é possível auferir qual dos indivíduos morreu antes do outro, as
mortes são tidas como havidas no mesmo instante.
Promoriência Ocorre quando é possível verificar a ordem das mortes, no caso de dois indiví-
duos que tiveram mortes em tempo próximo.
EXUMAÇÃO
O ato de exumar um cadáver, nada mais é do que desenterrar. Normalmente ocorre para fins de
perícia de DNA, para confirmar a identidade ou relações de parentesco, ou então, para apurar alguma
circunstância da morte, podendo influir diretamente na persecução penal. Embora o edital não traga
especificamente, importante saber que o ato enterrar cadáver é denominado inumação. Há também a
cremação, que consiste na redução do corpo a cinzas, através da queima do cadáver.
Causa jurídica da morte é toda e qualquer causa violenta ou acidental capaz de determinar a morte
do indivíduo, sendo que sua elucidação gera consequências legais, dependendo da causa determinante.
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• Suicídio: Morte ocasionada por aquele que deliberadamente consuma a própria morte.
• Morte Acidental: Morte decorrente dos mais variados meios de acidentes, desde que não produzida
dolosa por outrem.
Morte Súbita Surge sem sinais de trauma, sem previsão, sem que haja um agente provocador,
o indivíduo apresenta quadro de saúde aparentemente saudável, sendo que subitamente, desencadeia
processo que gera a morte, como nos casos de ataques do coração.
Morte Suspeita Ocorre quando não se pode afirmar a real causa da morte, podendo ser em
decorrência de violência praticada por outrem ou por causas naturais, dependendo de investigação para
apurar a real causa jurídica da morte.
Local do crime é toda área em que tenha ocorrido um fato, que pelo contexto assuma a configura-
ção de crime. O exame de tal local, ganha relevância na Medicina Legal, pois sua análise, feita por peritos,
serve como base para a identificação e responsabilização penal do autor. Para que a perícia reflita com
exatidão os acontecimentos, necessário se faz a preservação do local e de todos os vestígios e evidências,
sendo esta, inclusive, uma das obrigações do Delegado de Polícia, prevista no artigo 6° do CPP, que assim
prescreve:
Art. 6° Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
Este exame busca levantar todos os vestígios deixados pelo criminoso e pela ação delituosa, forne-
cendo elementos para que os Peritos, mediante análise técnica, esclarecem à Autoridade Policial ou
Judicial, a dinâmica dos acontecimentos, fornecendo provas para embasar a identificação e a responsa-
bilidade penal do infrator.
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TOXICOMANIA E EMBRIAGUEZ
Embriaguez Pode ser conceituada como a intoxicação alcoólica, ou por substancia de efeitos
análogos, aguda, imediata e passageira. Pode ser completa ou parcial, podendo ter caráter patológico,
pode ainda ser acidental, voluntária ou culposa, e ainda preordenada. A depender do caso concreto,
pode gerar inimputabilidade ou então excluir a imputabilidade.
Ação Térmica As lesões causadas por ação térmica, estão relacionadas com o calor e o com
frio, assim como com a variações elevadas de temperatura.
• Frio: quando há ação do elemento frio, podem ser observados três graus de geladuras. No primeiro
grau encontramos o eritema, enquanto no segundo grau estão presentes as flicteneas, bolsas com
transudação do plasma, sendo que por fim, no terceiro grau encontramos a necrose ou gangrena.
• Calor: Pode agir de forma difusa, através de insolação decorrente da incidência dos raios solares, e
através da intermação, que é a exposição a calor em ambientes confinados ou abertos, sem o areja-
mento necessário. Quando age de forma direita, através de chamas ou gases, a consequência são as
queimaduras, que podem ser classificadas em graus, assim como no caso das geladuras. O primeiro
grau é caracterizado pela aparição de eritema simples, também chamado de Sinal de Christinson.
O segundo grau apresenta flictenas com liquido límpido ou amarelado, também chamado de Sinal
de Chambert. No terceiro grau surge a escarificação por comprometimento e posterior necrose de
toda a pele. Por fim, o quarto grau é representada pela carbonização dos tecidos.
Ação Elétrica A eletricidade, forma de energia de ordem física, tem origem cósmica ou indus-
trial. A eletricidade atmosférica, quando atinge o indivíduo de forma letal, é denominada fulminação.
Se não houver o evento morte, ou seja, for não-letal, será chamada de fulguração. O sinal característico
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dessa origem de eletricidade, é o Sinal de Lichtenberg, que possui aspecto arboriforme. Se a origem da
descarga elétrica for eletricidade industrial, havendo morte, segundo alguns autores, estaremos diante
da eletrocussão. No entanto, a doutrina majoritária denomina que as lesões decorrentes de eletricidade
industrial, havendo ou não êxito letal, serão denominadas como eletroplessão. Nestes casos, o sinal
é de aspecto circular, elíptica ou em roseta, podendo inclusive não existir, sendo denominado Sinal de
Jellineck.
Ação Química As lesões por ação química estão relacionadas com cáusticos, produtores de
lesões viscerais e cutâneas, denominadas vitriolagem. Os venenos também estão relacionados com a
ação química.
• Cáusticos: Os cáusticos são tanto os ácidos, quanto as bases cáusticas, que determinam, na pele e nas
mucosas, ulcerações não hemorrágicas, causam queimaduras químicas ou danos progressivos até que
sejam inativadas as reações com os tecidos.
• Venenos: Não há uma definição satisfativa para veneno, pois até alimentos e medicamentos, inclusive
a água, a depender de determinadas circunstâncias, podem causar dados à saúde. Assim, poder-se-ia,
talvez, conceituar, conforme ensina Delton Croce, como toda substância de origem animal, vegetal ou
mineral, que independente da dose, introduzidas no organismo, danificam a saúde, podendo causar a
morte.
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tência de lesões genitais, presença de pelos ou manchas de sêmen, elementos capazes de comprovar a
existência dos crimes contra a liberdade sexual.
Perícia na Conjunção Carnal Conjunção carnal é o coito vaginal, isto é, a relação de contato
do pênis com a vagina, com ou sem ejaculação. Na mulher que não teve conjunção carnal, o exame do
hímen adquire importância.
RUPTURA ENTALHE
Se estendem até as bordas (completos). Não se estendem até as bordas (incompletos).
Por outro lado, nos casos de mulheres de vida sexual pregressa ou hímen complacente, a perí-
cia se baseia na presença de gravidez, de esperma na cavidade vaginal, contaminação venérea profunda,
ou então presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (esses dois últimos podem ser citados em
nossa prova, devemos decorar os nomes).
Perícia no Ato Libidinoso Ato libidinoso é todo ato praticado com a finalidade de satisfazer
com ou sem ejaculação o apetite sexual. Pode ser coito anal, oral, apalpadas e qualquer outro ato capaz
de satisfazer a lascívia do indivíduo.
Coito Oral: O coito oral é também chamado de felação. É preciso realizar o exame da secreção
bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras, dificultando a constatação, tanto nos lábios
como na cavidade bucal. O diagnóstico de certeza é feito através de provas biológicas que identifiquem
o sêmen na boca e das possíveis manifestações tardias de doenças sexualmente transmissíveis na mucosa
bucal. Pode-se também realizar a pesquisa de glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral.
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Coito Anal: O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do esfínc-
ter anal. O esfíncter é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos (esfíncter interno),
como músculos que controlamos (esfíncter externo). Quando ocorre o coito anal é possível perceber
sinais dele resultantes, tais como lesões anais e perianais, com a presença de escoriações e equimoses;
fístulas retrovaginais, que são rupturas dos tecidos entre o reto e a vagina; e, por fim, lesões em forma
de fenda ou de triângulo, chamadas de rágade.
Para a Medicina Legal, asfixias são energias físico-químicas que impedem a passagem de ar e
alteram a composição bioquímica do sangue, produzindo asfixia, alteram a função respiratória, inibindo
a hematose (transformação de sangue venoso em sangue arterial), alterando a bioquímica do sangue.
Asfixias são todas as formas de carência ou ausência de oxigênio, vital para o ser humano. Podem ser
classificadas em naturais ou violentas. Podem ainda ser classificadas em asfixias por constrição cervical,
por sufocação, restrição aos movimentos do tórax e por modificações do meio ambiente.
Por Constrição Cervical Constrição Cervical é a constrição do pescoço, podendo esta classe
de asfixias ser dividida em:
• Enforcamento: Asfixia determinada pela constrição do pescoço por um laço cuja extremidade se
acha fixa a um ponto, sendo que o próprio peso do corpo age como força vida. A posição da cabeça
sempre será oposta a posição do laço. O sulco formado pelo laço será sempre oblíquo ascendente e
com profundidade variável. Possui natureza eminentemente suicida.
• Estrangulamento: Asfixia por constrição do pescoço por laço tracionado por qualquer força que não
seja o próprio peso da vítima. O sulco formado pelo laço é horizontal e com profundidade uniforme.
Este tipo de constrição cervical é de caráter homicida.
Por Sufocação É o impedimento de entrada do ar atmosférico nas vias aéreas, de forma direta
ou indireta, ou ainda por permanência forçada em ambiente fechado.
• Sufocação Direta: Pode ocorrer por oclusão dos orifícios externos respiratórios pelo emprego da mão
ou objetos moles, pressupondo acentuada desproporção de forças entre o agente e a vítima. Também
pode ocorrer por oclusão das vias respiratórias por corpos estranhos (engasgamento) impedindo a
passagem de ar até os pulmões.
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• Sufocação Indireta: Causada pela compressão do tórax e abdome, ou seja, pela restrição ao movi-
mento do tórax, impedindo os movimentos respiratórios, levando à asfixia. Pode ser causada por
desmoronamento, atropelamentos de multidões, ação criminosa e crianças que dormem com os pais.
• Asfixia por Gases: Asfixia decorrente da exposição a gases irrespiráveis da mais variada gama de clas-
sificações, como gases de combate (lacrimogêneos e sufocantes), tóxicos (ácido cianídrico e monóxido
de carbono), industriais (ligados a infortunística) ou anestésicos (que interessam à Medicina Legal pela
possibilidade de responsabilização dos anestesistas).
• Asfixia por Sólidos: Ocorre quando há supressão de ar, impedindo a respiração, como nos casos de
soterramento que é a asfixia motivada por obstrução por terra ou substâncias pulverulentas. Na
maioria dos casos é de natureza acidental causada por desmoronamento ou desabamento. É possível,
também, o soterramento em grãos (soja, trigo etc.). A presença de material estranho nas vias respi-
ratórias e digestivas é do mais alto valor no diagnóstico, porque depende essencialmente do ato vital
de respiração e deglutição, não podendo, portanto, introduzirem-se tais substâncias post mortem. No
soterrado sempre se encontram lesões traumáticas de várias espécies que por si só podem produzir a
morte ou contribuir para tanto.
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momentos antes do início do trabalho de parto. A perícia do aborto consiste no diagnóstico de gravidez
pregressa.
Não constitui crime o aborto natural ou espontâneo, o aborto acidental e o aborto legal ou permiti-
do, qual seja, o terapêutico ou necessário, feito nos casos em que a interrupção da gravidez é necessária
para salvaguardar a vida da gestante, ou o sentimental, humanitário ou ético, consistente na interrupção
da gravidez, autorizada judicialmente, quando esta é decorrente de estupro.
#DICA DO COACH – Atentar para as decisões recentes do STF sobre aborto, em especial a deci-
são constante do Informativo 661, que autorizou o aborto do feto anencéfalo, não se exigindo
autorização judicial para tanto, e para a decisão constante do informativo 849, que reconheceu que
a interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante
(artigo 124, do CP) ou com o seu consentimento (artigo 126, do CP), não devem ser consideradas
como crime, sendo necessário conferir interpretação conforme a Constituição Federal aos artigos
124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de inci-
dência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa
hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionali-
dade.
Infanticídio Caso a interrupção da vida ocorra a partir do início do trabalho de parto, deixará
o crime de ser considerado aborto, caracterizando o infanticídio, que conforme preceitua o artigo 123
do Código Penal, consiste no ato da mãe, matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob
influência do estado puerperal. Assim, cumpre diferenciar dois institutos do tipo penal:
• Durante o parto: Período que vai desde a rotura das membranas até a expulsão do feto da placenta.
• Logo após o parto, sob a influência do estado puerperal: Possui sentido mais psicológico do que
cronológico. É um estado e não um tempo definido. O estado puerperal é justificado pelo trauma
psicológico e pelas condições do processo fisiológico do parto (angústia, inflamação, dores, sangra-
mento e extenuação), cujo resultado traria o estado confusional capaz de levar a mãe ao ato criminoso.
Necessário se faz diferenciar puerpério de estado puerperal. Enquanto puerpério é o período que
se inicia com a expulsão do feto e eliminação da placenta, durando entre 6 e 8 semanas, estado puerpe-
ral é uma alteração temporária da puérpera anteriormente sadia, que diminui sua capacidade de enten-
dimento e libera seus instintos. Como as alterações psíquicas do estado puerperal normalmente não mais
existem por ocasião da perícia psiquiátrica, em decorrência do seu caráter temporário, torna-se difícil o
diagnóstico diante de uma mulher que se encontra dentro dos padrões da normalidade mental. Assim,
a perícia do infanticídio é comumente feita na placenta, na mãe ou na criança, sendo que esta última
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pesquisa a prova de ser nascente, de infante nascido ou recém-nascido e a prova de vida extrauterina
autônoma.
Abandonar implica em um fazer ou não fazer, podendo ser caracterizado por deixar o recém-nasci-
do em local que o exponha a risco concreto, ou então o deixar desprovido dos cuidados necessários para
sua sobrevivência, exposto à própria sorte.
Menoridade O Código Penal adota o critério puramente biológico. Até os 18 anos o menor é
penalmente inimputável, ficando sujeitos aos preceitos de lei especial (ECA). Os menores com idade entre
12 e 18 anos são submetidos a processo especial, enquanto o menor de 12 anos fica excluído do direito
repressivo.
Sono Patológico O sono normal não pode ser considerado modificador. Já o Sono Patológi-
co, deve ser considerado como Fator de Modificação. Compreende o sonambulismo e o hipnotismo. O
primeiro é sintoma de perturbação mental, mais comum na infância que na idade adulta, é um sonho que
se executa durante o sonho. Já o hipnotismo é um processo para produzir, por sugestão, um estado de
transe que submete o hipnotizado, até certo ponto, à influência do hipnotizador.
Emoção e Paixão Ambos os sentimentos são gerados pelo sistema límbico, sendo que descar-
gas elétricas neste sistema podem desencadear sintomas semelhantes aos das psicoses ou aos produzi-
dos por drogas psicodélicas ou alucinógenas. O Código Penal em vigor, em seu art. 28, I, não considera
a emoção ou a paixão, excludentes de imputabilidade penal, porém reconhece atenuação da pena ao
agente. Também assim dispõe o art. 121, § 1.º, e os artigos 129, § 4.º, e 65, III, c, desde que a ação delituosa
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Surdo-Mudo A ausência de sensações auditivas afeta o contato com o meio exterior e a aqui-
sição de noções que dependem da linguagem falada, comprometendo o discernimento, principalmente
quando a deficiência for de nascença. No entanto, a surdo-mudez, por si só, não é suficiente para
determinar a inimputabilidade de alguém. Podem ser considerados inimputáveis, semi-imputáveis ou
com a plena capacidade de responder pelo fato.
Silvícolas São os habitantes das matas brasileiras, não integrados à vida em sociedade. Quando
se tratar de um índio que teve pouco ou nenhum contato com o homem civilizado, terá que ser totalmen-
te inimputável. À medida que for tomando conhecimento das normas da vida civilizada, sua capacidade
de entendimento quanto à ilicitude da conduta irá aumentando. Daí concluir-se que pode chegar a ser
semi-imputável ou totalmente imputável. Segundo o parágrafo único do art. 4 do CC: Parágrafo único. A
capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Toxicomanias É o abuso de substâncias tóxicas, que pela quantidade de droga ingerida, bem
como pelo tempo do vício, pode modificar a imputabilidade penal e a capacidade civil, sendo as mais
comuns, o abuso de cocaína, morfina, heroína, maconha e drogas psicotrópicas.
Doença Mental Não existe uma definição para doença mental, deve-se atentar às manifes-
tações que refletem anomalias do pensamento, do sentimento e da conduta. O pensamento racional
está deformado, comprometendo o juízo valorativo das alternativas existentes para a ação. Inimputável
é o indivíduo que, pela ausência total de entendimento do caráter ilícito do fato, realiza uma conduta
criminosa que tem relação com seu estado mental, isto é, a conduta é mero sintoma da doença. São
consideradas doenças mentais as demências, as psicoses, o alcoolismo crônico e as toxicomanias graves.
• Débil Mental: Com quociente intelectual entre 50 e 90, e idade mental entre 07 e 12 anos, são incapa-
zes de manter luta pela vida em igualdade de condições com pessoas normais, mas em circunstâncias
favoráveis, podem prover seu próprio sustento. São irritáveis, podendo facilmente se envolver em
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casos de violência, lesões corporais e homicídios. Integram o maior percentual das oligofrenias, sendo
considerados semi-imputáveis.
• Imbecil: Podem alcançar aprendizado medíocre, mediante grande esforço, em estabelecimentos espe-
cializados. Articulam a palavra e podem ter boa memória, sendo seu quociente intelectual entre 25 e
50 e a idade mental entre 03 e 07 anos. Sugestionáveis, são propensos à cólera e à violência, podendo
praticar atos de pequenos delitos. Têm precocidade sexual. São incapazes de prover a própria subsis-
tência em condições normais.
• Idiota: Caracterizados pela ausência ou parada do desenvolvimento das faculdades. Têm idade mental
abaixo dos 03 anos e quociente intelectual inferior a 25. São incapazes de cuidar da própria vida, sendo
que os idiotas profundos têm vida psíquica inferior a de animais superiores, como os primatas. O idiota
incompleto articula minimamente as palavras e possui acentuado instinto sexual.
A quem prefira, por mais abrangível, a denominação lesões pessoais, dado que envolve todas as
faces da pessoa, compreendendo dano ao corpo e/ou à saúde física ou mental, decorrente de agressões
materiais ou marais. Prima facie, o raciocínio verdadeiro sabido é que a pessoa se integra pela reunião
da parte corporal propriamente dita às partes fisiológica e psíquica. Fiquemos, porém, com a designação
consagrada em nosso diploma legal: lesões corporais.
Lesão corporal é todo e qualquer dano ocasionado à normalidade do corpo humano, quer do
ponto de vista anatômico, quer do fisiológico ou mental. O crime de lesão corporal é, assim, definido no
Código Penal como ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem, isto é, pela existência de dano
somático, funcional ou psíquico.
Neste ponto, fazemos referência ao estudo do artigo 129 do Código Penal, com todos seus pará-
grafos, pois é de lá que se extraem os conceitos de lesão corporal leve, grave e gravíssima, devendo
cada caso ser devidamente analisado e estudado em nossa NFPSS de Direito Penal, evitando repetições
e primando pela objetividade desse momento de revisão.
No entanto, neste ponto da matéria, importante traçar algumas explicações relacionadas ás crianças
e aos idosos, que me decorrência de suas particularidades, possuem pontos específicos a cada um.
No tocante às crianças, merece atenção especial a Síndrome da Criança Espancada, sendo que
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a maioria das vítimas são encontradas na faixa entre 0 (zero) e 4 (quatro) anos, as lesões são múltiplas e
variadas, podendo atingir várias partes do corpo, merecendo destaque a coexistência de lesões praticadas
em diferentes épocas. As lesões e maus-tratos são desencadeadas, na maioria dos casos, por pobreza,
ignorância, deficiências da criança, envolvimento dos pais com drogas e/ou álcool, bem como por pouca
idade e alterações psicoemocional grave dos pais ou responsáveis. O abuso físico está entre as principais
formas de maus-tratos, não possuindo, os pais, explicações plausíveis sobre as lesões, que em sua grande
maioria são compostas por equimoses, queimaduras, escoriações, fraturas, lesões com assinatura (cintos,
fios ou varas), assim como por traumatismos recentes associados com outros mais antigos, sendo que
nestes casos, o espectro equimótico, é de grande importância para a comprovação, lembrando que a
efusão de sangue tende a desaparecer em menor período nas crianças e jovens.
Crianças e idosos podem sofrer ainda maus-tratos decorrentes da privação de alimentação e/ou
privação de cuidados de higiene, apresentando desnutrição, doenças dermatológicas e outras doenças
relacionadas com a desnutrição, tais como impetigo e escabiose. Há ainda casos de maus-tratos envol-
vendo negligência de assistência médica; negligência de segurança; abuso emocional, que no caso da
criança, aumenta a possibilidade de, no futuro, esta vir a repetir os abusos com outras crianças; adminis-
tração intencional de remédios e drogas, normalmente com a intenção de atrair a atenção do cônjuge;
abusos sexuais, praticados na maioria das vezes na intimidade do lar, pelos pais, irmãos ou responsáveis
pela criança.
Nos tópicos acima, procuramos trazer os pontos principais de cada tema cobrado pelo nosso edital.
Com uma leitura atenta, sem dúvida a prova que se aproxima será resolvida com facilidade, nos colocan-
do à frente de nossos concorrentes, pois vamos gabaritar a não mais temida Medicina Legal.
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