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nossofuturoroubado.com.br/o-perigo-plastico-ronda-nosso-alimento
O plástico invadiu as residências por sua praticidade, mas não se sabe o que espreita
tanto vindo da resina como dos plastificantes que lixiviam das embalagens para os
alimentos.
https://www.vox.com/science-and-health/2018/9/11/17614540/plastic-food-containers-
contamination-health-risks
Deves considerar o que estás comendo hoje. Talvez tenhas bebido um suco em uma
garrafa plástica e um cafezinho de uma máquina com suas cápsulas plásticas. Para o
desejum, podes ter tido frutas com iogurte. No almoço a salada pode ter sido embalada
em bandeja plástica e coberta com filme plástico, ou até mesmo ter sido guardada em
vasilhames plásticos.
Há uma boa chance de que, grande parte do que ingeriste, tenha sido embalado,
armazenado, aquecido, forrado ou servido em plástico. E, infelizmente, há evidências
científicas crescentes de que estes plásticos estão prejudicando a nossa saúde, desde
tempo em que estivemos no útero de nossa mãe.
A maioria de nossos recipientes para alimentos – de garrafas à lâmina interna das latas
de alumínio, de envoltórios plásticos a caixas para saladas – é feita usando resinas
plásticas como o policarbonatoBisfenol A (BPA) e Ftalatos.
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A principal causa de preocupação é que estes produtos químicos podem mexer com
nossos hormônios. Especificamente, eles podem imitar hormônios como o estrogênio,
interferir nas vias hormonais importantes da glândula tireoide e inibir os efeitos da
testosterona.
Agora imagina comer algo que tenha uma estrutura semelhante a teus hormônios e
possa agir como tal em teu corpo. Pode interferir no delicado equilíbrio que o corpo
precisa manter. E é isso que pode fazer, quando ingeridos os produtos químicos
presentes no plástico, ao longo dos anos, mesmo em baixas doses.
Mas neste exato momento, isso não está acontecendo. Então, como os pediatras
sugeriram, nós, pessoalmente, podemos repensar nosso uso dos plásticos nos quais
armazenamos nossos alimentos. Aqui, abaixo, podemos ver o que precisamos saber.
Primeiro, vamos percorrer algumas das pesquisas com animais, já que é importante
neste momento. (Pesquisadores que realizam experimentos com animais podem zerar e
quais doses podem causar determinados efeitos à saúde, algo que eles não podem fazer
em pesquisas com humanos – ver-se mais sobre isso depois.) E vamos começar com o
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polímero plástico mais temido: o BPA.
Em animais aquáticos, que são modelos importantes para doenças humanas (important
models for human disease), o Bisfenol A/BPA perturba os hormônios de várias maneiras
(variety of ways): como um mimetizador estrogênico, bloqueia outros hormônios sexuais
e interrompe o sistema hormonal da tireoide. Pesquisadores notaram que o Bisfenol
S/BPS, um composto estruturalmente muito semelhante ao BPA, tem efeitos
semelhantes em animais aquáticos, mas o uso de BPS significa (nt.: observar o cinismo dos
fabricantes ao ignorarem os efeitos nefastos de toda a família destas moléculas, principalmente para fetos e
crianças pequenas, criando esta desinformação de que os produtos agora são inócuos por serem BPA-free!!)
que os fabricantes podem alegar que seus produtos são livres de BPA.
Getty Images/Cultura RF
Um dos maiores problemas em tirar conclusões de estudos com animais é que muitos
deles envolvem doses muito altas – várias ordens de grandeza maior do que qualquer
coisa a que os humanos são expostos, explicou o dr. Frederick Vom Saal (Dr. Frederick
Vom Saal), endocrinologista e professor emérito da Universidade de Missouri e um dos
autores da revisão de 2009. E isso porque muitas das pesquisas iniciais sobre consumo
de fragmentos plásticos foram conduzidas por toxicologistas, em vez de
endocrinologistas.
“Para as toxinas, quanto mais se está exposto, maior o efeito. [Mas] isso não é verdade
para os hormônios”, disse ele. “Hormônios não são toxinas; são moléculas reguladoras
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que operam em um trilionésimo de um nível de uma grama.”
Ao todo, a pesquisa com animais sugere que os plásticos podem ser prejudiciais,
especialmente aos sistemas reprodutivos dos animais, podendo causar desenvolvimento
anormal de espermatozoides, óvulos e dos fetos.
Outra questão (another issue): nem sempre é claro que compostos fazem parte no
produto final de consumo de uma embalagem ou de um vasilhame, pois na fabricação
dos polímeros plásticos também são gerados muitos subprodutos que não são
especificamente avaliados quanto à sua segurança. O que significa que é difícil projetar
pesquisas para que se possa compreender os efeitos de um único produto químico.
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Existem também efeitos cognitivos potenciais. “Particularmente fortes são as
associações entre a exposição precoce ao BPA e comportamento alterado e
neurodesenvolvimento interrompido em crianças, bem como o aumento da
probabilidade de chiado na infância e asma”, escreveu o autor de uma das resenhas
(author of one of the reviews wrote). De fato, as crianças correm um risco particular
sobre efeitos para sua saúde por estas substâncias químicas, disse à AAP/American
Academy of Pediatrics (AAP said): “Os hormônios agem em todas as partes do corpo e até
mesmo pequenas perturbações nos momentos-chave do desenvolvimento podem ter
consequências permanentes e duradouras”.
Embora seja verdade que muitas empresas estão agora fabricando produtos livres de
ftalatos ou de BPA, os cientistas também estão preocupados com as substâncias
químicas substitutas. Mais uma vez, muitos deles são funcionalmente semelhantes aos
químicos anteriores, como o caso do BPA substituído pelo BPS (are functionally similar to
the chemicals of concern, like BPA and BPS).
“O peso das evidências sobre o ser humano [com o BPA] continua aumentando,”
resumiu Sheela Sathyanarayana, professora associada de pediatria no departamento de
saúde ambiental e ocupacional da Universidade de Washington e do Seattle Children’s
Research Institute. “Para os ftalatos, não vejo nenhuma controvérsia relacionada à
toxicidade reprodutiva masculina e o peso das evidências é extremamente forte. Eu
agora digo consistentemente que os ftalatos ‘causam’ anormalidades reprodutivas
masculinas porque as evidências sustentam isso ai.”
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A exceção a essa regra são substâncias consideradas “Geralmente reconhecidas como
seguras (GRAS)” (Generally Recognized as Safe (GRAS) — uma categoria que foi criada
para itens alimentares com uma longa história de uso, como cafeína ou açúcar, e
nenhuma evidência de efeitos colaterais prejudiciais.
Isso é porque o FDA não testa as coisas que são colocadas nessa lista. Deixa a decisão até
para as próprias fabricantes. A Consumer Reports (Consumer Reports) observou que
essas empresas não precisam mostrar nenhuma evidência revisada por pares antes de
colocar seus produtos na lista GRAS.
Getty Images/EyeEm
E no ano passado, um grupo formado pelo ‘Center for Food Safety’ (nt.: Centro de Segurança
Alimentar), pelo ‘Breast Cancer Prevention Partners‘ (nt.: Parceiros de Prevenção ao Câncer de Mama),
pelo ‘Center for Science in the Public Interest‘ (nt.: Centro de Ciência no Interesse Público), pelo
‘Environmental Defense Fund‘ (nt.: Fundo de Defesa Ambiental) e pelo ‘Environmental Working
Group/EWG‘ (nt.: Grupo de Trabalho Ambiental), processou a FDA (sued the FDA) por causa do
“sistema secreto GRAS”, chamando-o de “um esquema regulador no qual substâncias
químicas potencialmente inseguras podem ser adicionadas a alimentos com base em
conclusões dos fabricantes de produtos alimentícios e dos produtos químicos com óbvio
interesse próprio”.
Além da lista GRAS, a AAP alertou para a falta de avaliação adequada dos controvertidos
produtos ( nt.: são conhecidos como plastificantes e que dão certos atributos de interesse de mercado, às
resinas plásticas) agregados às embalagens plásticas como o BPA e os ftalatos. “Dos cerca
de 4.000 aditivos alimentares listados no website Substances Added to Food (nt.: substâncias
adicionadas aos alimentos) da FDA, os dados sobre os efeitos nos órgãos reprodutivos estão
disponíveis para menos de 300 e apenas dois têm informações sobre os efeitos no
desenvolvimento,” disse o grupo em um comunicado.
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Uma razão para essa incerteza é que nossas habilidades de fabricação passaram
zunindo por cima da lenta natureza da pesquisa baseada em evidências. De novo, é
extremamente difícil, se não impossível, obter o tipo de evidência que garantiria a
segurança completa destas substâncias, de modo que o ônus da prova recai sobre os
reguladores (burden of proof is on regulators) em vez de ser dos fabricantes.
Os reguladores também foram criticados por suas pesquisas sobre os riscos à saúde
provocados pelo BPA. O estudo CLARITY-BPA (CLARITY-BPA) liderado pela FDA, que
começou em 2012 e lançado na forma de um relatório preliminar (draft report) em
fevereiro deste ano de 2018, deu ao BPA luz verde, com um comunicado (press
announcement) dizendo que “é seguro para os usos atualmente autorizados em
embalagens e vasilhames de alimentos.”
O estudo final está programado para sair neste mês de setembro e será considerado
com resultados de outros estudos de BPA patrocinados pelo governo nas universidades.
As primeiras conclusões positivas do relatório inicial foram alarmantes para os cientistas
que vêm estudando este produto químico, há anos. Em abril passado, a Endocrine Society
divulgou uma declaração (released a statement) dizendo que tinha “preocupações
significativas com as conclusões do [relatório]” e criticou os métodos e o design do
estudo CLARITY.
Mas mesmo que se tenha feito todas estas coisas, é impossível evitar completamente
estes químicos comuns. O BPA pode ser encontrado em recibos de cartões de crédito
(sales receipts) e em utensílios plásticos (plastic utensils). Como uma recente reportagem
da publicação GQ (recent story in GQ), sobre o declínio da contagem de espermatozoides
em homens, apontando que os ftalatos são ainda mais ubíquos:
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