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15 mil podiam tomar pílula que previne VIH.

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15 mil podiam tomar pílula que previne VIH. Apenas


mil tomam

Premium 15 mil podiam tomar pílula que previne VIH.


Apenas mil tomam
Comprimido de toma diária oferece uma eficácia de 90% na prevenção da transmissão do vírus da sida.
Trata-se de uma medicação de uso hospitalar, pelo que a sua utilização é muito inferior ao que é desejá-
vel.

Cerca de mil portugueses já tiveram acesso à pílula que previne o VIH, cerca de um ano e meio após o
início do programa de acesso precoce à profilaxia de pré-exposição (PrEP) em Portugal. De acordo com
os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), existem neste momento 600 a 700 pessoas integradas na
estratégia, mas os números andam longe do que é desejável. Isabel Aldir, diretora do Programa Nacional
há cerca de 15 mil pessoas que deveriam estar em PrEP e as
para a Infeção VIH/Sida, diz que
associações até acham que a medicação deveria ser aplicada em 20 mil pessoas.

"Ainda estamos muito longe de chegar a todos os que podem beneficiar desta estratégia. Mil
pessoas
é um número claramente insuficiente. Temos de alargar o acesso a mais pessoas", diz a
responsável pelo programa da DGS. Para cada pessoa a fazer PrEP existe um "benefício claro", pois a
estratégia "é extremamente eficaz" na prevenção do VIH, mas para haver benefícios "em termos de
saúde pública temos de chegar a um número maior de pessoas".

Destacando que é difícil avançar com um número exato, Isabel Aldir acredita que cerca de 15 mil pes-
soas deveriam tomar o medicamento - Truvada - que combina duas substâncias (emtricitabina e teno-
fovir) e que também é usado no tratamento da infeção por VIH. "Um número abissalmente diferente
daquele que temos", assume. Mas Luís Mendão, presidente do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamen-
tos, até vai mais longe: "O
que os especialistas em saúde pública dizem é que é preciso pôr
cerca de 20 mi pessoas em PrEP em Portugal. Só assim teremos uma descida de 40% na
taxa de novas infeções por VIH", diz ao DN.

Para este dirigente, "o facto de só ser disponibilizada em hospitais é uma barreira ao acesso. Estamos a
obrigar estas pessoas, que não são doentes, a levantar a medicação mensalmente num hospital. Há mui-
tas pessoas que deveriam fazer e não fazem por causa destas obrigações". Por isso, Luís Mendão
defende que a profilaxia de pré-exposição ao vírus "possa
ser disponibilizada com rigor e quali-
dade fora dos hospitais, onde os serviços de infecciologia já estão a transbordar".

"Estamos a obrigar estas pessoas, que não são doentes, a levantar a medicação mensalmente num hos-
pital."

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Atualmente, há uma primeira consulta num hospital para avaliação do candidato à estratégia, uma
segunda para ver o resultado dos exames e consultas trimensais para avaliação da PrEP e rastreio de
outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, as pessoas são obrigadas a ir à farmácia hospi-
é urgente a disponibilização
talar todos os meses para ter acesso ao fármaco. Para Luís Mendão,
da profilaxia nas farmácias comunitárias ou, pelo menos, que os utentes possam levan-
tar a medicação para três meses quando vão ao hospital.

A mesma opinião é partilhada por Gonçalo Lobo, presidente da Abraço - Associação de Apoio a Pessoas
com VIH/Sida, que defende que o acesso a esta medicação "tem de ser democratizado e colocado nas
organizações de base comunitária". São
estas instituições, explica, que trabalham com a
população "mais vulnerável, com homens que têm sexo com outros homens, com casais
serodiscordantes (em que um tem VIH e o outro não), com trabalhadores do sexo e com
comunidades migrantes, em que o uso do preservativo não é feito de forma consistente".

Para se alcançar os níveis desejáveis de PrEP, diz Gonçalo Lobo, "é preciso repensar o modelo de dis-
pensa" deste medicamento, que se destina a diminuir as hipóteses de alguém sujeito a risco - e que não
está infetado por VIH - vir a contrair o vírus quando exposto ao mesmo.

Isabel Aldir também não tem dúvidas: "A estratégia tem de sair das paredes do hospital. É fundamental
trabalhando com "as organizações, com os
aproximar a PrEP das pessoas." Isto pode ser feito
cuidados de saúde primários e nas consultas" de doenças sexualmente transmissíveis.

"A estratégia tem de sair das paredes do hospital. É fundamental aproximar a PrEP das pessoas."

As alterações "obrigam a preparação prévia e a mudanças que estão a ser estudadas e trabalhadas".
Segundo a diretora do Programa para a Infeção VIH/Sida, "temos de fazer um caminho prévio - e
está a ser feito". Não consegue adiantar uma previsão para que outras instituições dis-
ponibilizem a PrEP, mas acredita que será possível "a curto prazo tornar isto uma reali-
dade". Até porque, assume, se houvesse 15 a 20 mil pessoas a fazer esta medicação, os hospitais não
teriam capacidade de resposta.

PrEP não dispensa o preservativo


é altamente eficaz na proteção para a infeção por VIH, mas
A profilaxia de pré-exposição
não protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), sendo o preser-
vativo a melhor forma de evitar o contágio. "A prevenção ideal para pessoas em situação de
risco acrescido é usar a PrEP e o preservativo", diz Luís Mendão. E dá um exemplo: "No sexo anal rece-
tivo, o preservativo tem uma proteção na ordem dos 75% a 80%, o que é claramente insuficiente para
uma população em que a prevalência do VIH é muito alta. Com a PrEP temos uma proteção que supera
os 99,5%."

Nos últimos anos assistiu-se a um aumento do número de outras DST em Portugal, como gonorreia, sífi-
lis e Chlamydia trachomatis. Contudo, reforça o dirigente do GAT, está
errada a ideia de que este
aumento se deve ao facto de as pessoas a fazer PrEP não usarem preservativo: "O
número de pessoas a fazer PrEP é praticamente irrelevante neste momento. As pessoas
já não usavam preservativo. Por isso é que a PrEP é tão importante." Na sua opinião, o que
existe é mais rastreio. "Muitas destas infeções não são sintomáticas. A pessoa pode infetar-se e trans-

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mitir sem ter sintomas. Quando começamos a rastrear, vamos encontrar mais infeções do que encon-
trávamos."

De acordo com a norma da DGS, a PrEP é recomendada a pessoas que nos "últimos seis meses tiveram
relações sexuais sem uso consistente de preservativo numa das seguintes condições: parceiros sexuais
com estatuto serológico para VIH desconhecido e diagnóstico de infeção sexualmente transmissível;
pessoas cujo parceiro(a) está infetado por VIH, sem acompanhamento médico e que não utiliza consis-
tentemente preservativo; pessoas que referem uso de substâncias psicoativas durante as relações sexu-
ais; utilizadores de drogas injetadas que partilham agulhas e parceiros serodiscordantes em situação de
preconceção ou gravidez.

Em Portugal, está
aprovada para maiores de 18 anos, mas, garante Isabel Aldir, pode ser
usada em pessoas com idade inferior "se existir necessidade", uma vez que a sua utilização
foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para idades superiores a 12 anos.

Tal como o DN noticiou, Portugal já atingiu o chamado 90/90/90, que diz respeito aos objetivos estabe-
lecidos no programa das Nações Unidas para o combate ao VIH/Sida: 90% dos infetados diagnosticados,
90% em tratamento e 90% com carga viral não detetável. Uma meta alcançada com base nos dados de
2017. Neste ano, Portugal tinha mais de 92% de pessoas com a infeção já diagnosticada e 90,2% de
doentes diagnosticados em tratamento. Quanto à última meta de 90, os dados oficiais indicam que 93%
dos doentes em tratamento tinham o vírus suprimido.

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