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Universidade Federal do Maranhão – UFMA

Centro de Ciências Sociais – CCSO / Departamento de Economia – DEPEN


Curso: Ciências Econômicas / Disciplina: Desenvolvimento do Capitalismo Contemporâneo
Docente: César Augustos Labre Lemos de Freitas / Discentes: Leandro Duarte Cantanhede e Ludmila de Jesus

Fordismo e a Organização do Trabalho no século XX

São Luís, 27 de julho de 2019.


Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Centro de Ciências Sociais – CCSO / Departamento de Economia – DEPEN
Curso: Ciências Econômicas / Disciplina: Desenvolvimento do Capitalismo Contemporâneo
Docente: César Augustos Labre Lemos de Freitas / Discentes: Leandro Duarte Cantanhede e Ludmila de Jesus

Fordismo e a Organização do Trabalho no século XX

Artigo para a disciplina de Desenvolvimento


do Capitalismo Contemporâneo ministrada
pelo docente César Augustus Labre Lemos
de Freitas para obtenção de nota no
componente curricular D.C.C.

São Luís, 27 de julho de 2019.


1.1 Introdução
O presente trabalho visa discorrer acerca do conjunto de práticas e princípios adotados e
implementados pelo empresário Henry Ford no início do século XX em suas fábricas e que se
convencionou chamar de Fordismo ou Sistema Fordista de Produção bem como suas implicações e
contribuições no que se refere a Organização do trabalho e sua posterior reestruturação.
O trabalho apresentará a seguinte estrutura:
Tratar-se-á de discorrer primeiramente sobre as causas, leia-se contexto, que
concorreram, contribuíram para a idealização desse novo conjunto sistemático, diz-se que Fordismo,
logo depois, discorreremos propriamente sobre o Fordismo, apresentando suas principais
características e toda a logística do sistema adotado por Ford, seguindo de um tópico sobre a linha de
montagem e como isso transformou, radicalmente, as relações de trabalho existentes naquela época,
contribuindo para reordenação do (s) papel (is) do (s) trabalhador (es) seguindo-se das implicações
práticas dessa mudança de curso e por fim apresentando-se às considerações finais.

1.2 O mundo à época de Henry Ford


O mundo passava por transformações drásticas, era a Segunda Revolução Industrial
acontecendo, a era da siderurgia, metalurgia, avanços na área da química, o capitalismo monopolista,
a luta contra os cartéis que dominavam o mercado e estrangulava a concorrência, o imperialismo que
dividia os continentes, africano e asiático, entre si. Administração como uma ciência efetivamente
capaz de solucionar os problemas que implicariam o desenvolvimento das organizações à medida que
o progresso econômico e tecnológico fosse atingido acontece no final do século XIX, início do século
XX, as teorias clássica e científica estão sendo desenvolvidas no ocidente para tentar explicar a
estrutura das organizações e sugerir os melhores métodos de gerenciamento no tocante a sua
administração.
Cronologicamente falando podemos estabelecer um nexo que diferencia radicalmente o modo
como o processo de trabalho era conduzido na época, havia uma unidade do processo de produção,
isto é, não havia dissociação entre saber e prática o que dava ao trabalhador/operário poderes
suficientes para se posicionar no “conflito de classes”, tal como concebemos em Marx.
Praticamente, o que se pretende dizer é que, o trabalhador dominava todo o processo
produtivo, desde a retirada da matéria prima, passando por seu tratamento até efetivamente ser
utilizado na indústria como meios de produção e confecção da mercadoria, ou seja, o trabalhador
escolhia as ferramentas que seriam utilizadas no trabalho, o horário e o tempo de duração da jornada
laboral, enfim, o trabalhador era “livre”.
Entretanto, já emergiam estudos de como melhorar/aperfeiçoar o tempo de trabalho e
maximizar a produção dos artigos produzidos nas fábricas e Taylor, através de sua “teoria dos
movimentos” primava pela redução drástica do (s) chamado (s) tempo (s) morto (s) de produção,
percebe-se aqui o princípio dessa dissociação, pois à medida que se controla o tempo de trabalho
abre-se o precedente para.... esse controle, domínio do tempo de trabalho concretizou-se na linha de
montagem idealizada por Ford.
Além disso, percebemos uma grande diferença no modo como eram produzidos os
saberes/conhecimentos técnicos, enquanto no século XIX, prevaleceu à construção desses
conhecimentos através da empiria/práxis (prática), no século XX privilegiou-se a aplicação do método
científico no que tange ao processo de trabalho, isto é, do cientificismo/intelectualidade e nesse
sentido novas figuras vão nos sendo apresentadas, tal como os supervisores/gerentes que agora
passam a se encarregar de criar métodos/formas para maximizar a produtividade de seus
trabalhadores, submetê-los ao controle absoluto da fábrica.

1.3 O Fordismo
Fordismo foi um sistema de produção e gestão idealizado por Henry Ford em 1913/1914 e
implementado em sua fábrica de automóveis. Consistia em padronizar, uniformizar, otimizar todo o
processo produtivo por meio da inserção de linhas de montagem/produção no chão de fábrica de
modo a tornar mais fácil, prático, dinâmico, a montagem dos objetos/produtos finais/acabados e/ou
semiacabados.
Além disso, Ford como um fiel seguidor de Taylor, pai da Administração Científica, baseou-se
também na teoria dos movimentos do trabalhador, elaborada por Friedrich Taylor, que buscava
eliminar movimentos desnecessários à execução das atividades laborais de modo a maximizar a
produtividade do fator trabalho nas indústrias e consequentemente aperfeiçoar a produtividade das
empresas. Vale lembrar e talvez o mais importante,

1.4 A linha de montagem e a reestruturação da dinâmica do processo de trabalho


Ford acreditava que o carro deveria ser um produto popular usado na locomoção das
pessoas, por essa razão deixaria de ser um artigo de luxo e se tornaria algo mais acessível à massa.
A linha de montagem por sua vez seria usada como mecanismo para alcançar tal feito uma
vez que ajudaria na padronização da fabricação, sendo possível controlar desde o tempo até a forma
que cada trabalhador realiza sua tarefa.
Por meio de um esquema simples, resumiremos as etapas do processo produtivo, que
preconizava o modelo de produção fordista:

Barateamento Produção em
Especialização Pagamento de Simplificação
da produção massa através Verticalização
da mão de salários acima de modelos
para consumo da linha de de produção
obra do mercado
em massa montagem

 Barateamento da produção para o consumo em massa - Ford percebeu que se


produzisse em grande escala seus custos com a produção seriam consideravelmente
diminuídos, a compra de insumos no atacado era vantajosa, diminuindo assim o preço do
carro o que na prática significava ganhar mercado e isso por sua vez significa vender
mais.
 Especialização da mão de obra – Com a divisão do trabalho Ford investiu pesado
na especialização da mão de obra que passava agora a realizar tarefas simples e
repetitivas.
 Pagamentos de salários acima da média – Henry de fato precisava de algo para
diminuir a rotatividade de seus funcionários para efetivamente conseguir tornar
operacional seu método já que o constante entra e sai de suas fábricas acabava por
demandar maiores custos com contratação e qualificação/treinamento de pessoal além
do tempo e dinheiro que estaria deixando de arrecadar. Além disso, Ford queria que
seus funcionários também tivessem tempo para consumir e dessa forma institui o
salário de U$5,00 a hora e a jornada de trabalho de oito horas diárias, o que de fato
representaram avanços consideráveis do ponto de vista da melhora das condições de
trabalho dos funcionários.
 Simplificação de modelos – Nessa competência Ford toma a simplificação por
pauta e aplica esse princípio à produção de seus carros, investindo pesado na
fabricação de um único modelo, Ford T, modelo esse que era tão simples e funcional que
vinha acompanhado de um manual bem intuitivo para que o proprietário do veículo
fizesse a manutenção.
 Verticalização da produção – Num sonho mais ambicioso Ford no auge de sua
produção faz o projeto de um parque industrial no qual reúne tudo que precisa para
montagem de um carro num único lugar produzindo desde o parafuso a capotaria.

1.5 Implicações práticas (consequências)


O que se pretendia com o fordismo era mais que dominar a força de trabalho tal como
preconizava Taylor, conquistar a adesão dos trabalhadores, ou seja, consistia num projeto de
hegemonia que extrapolava as barreiras do ambiente laboral para as fronteiras do convívio social.
A dissociação entre as esferas da concepção e da execução e a aceitação tácita de que:
“Produção de massa significava consumo de massa, um novo sistema de reprodução da força de
trabalho, uma nova política de controle e gerência da força de trabalho, uma nova estética e uma nova
psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democrática [...]. O Fordismo equivaleu ao maior
esforço coletivo para criar, com velocidade sem precedentes, e com uma consciência de propósito
sem igual na história, um novo tipo de trabalhador e um novo tipo de homem. Os novos métodos de
trabalho são inseparáveis de um modo específico de viver e de pensar a vida. (Harvey, 1992: 121)”
contribuíram para que se consolidasse um novo tipo de sociedade, pautado pela submissão dos
instintos primitivos/animalescos à racionalidade desse novo sistema.
Isso significa que as pessoas devem viver, seguindo a cartilha do “evangelho fordista”, cujo
principal objetivo é o de dominar, controlar, conservar a força de trabalho e sustentar essa nova
estrutura, reestrutura capitalista.

Além disso, outro efeito colateral dessa separação diz respeito à implantação de uma nova
mentalidade de consumo, isto é, o consumo em massa, ou seja, constitui-se um padrão de
comportamento baseado em padrão de consumo, isto é, a produção controlando a vida social e isso
perdurará até meados da década de 1980, quando a rigidez dá lugar a flexibilização/precarização das
relações de trabalho, percebemos aqui que a subjetividade é substituída pela materialidade das
relações sociais, quer dizer, as relações humanas, o homem, são pautadas, passa a ser, pelo que têm,
o que consome.

Esse estilo de vida que se eternizou ao longo da trajetória do capitalismo, denomina (ou)-se:
Americanismo ou American Way of Life e serviu de campanha de marketing que propagandeava e
promovia esse novo projeto, cuja base era o próprio fordismo.

Outro ponto importante, que se faz necessário frisar, e que diz respeito à própria logística do
sistema Ford diz respeito ao barateamento da produção para consumo em massa. Presume-se que a
adoção da produção em larga escala reduziria os custos de produção, isso aliado à verticalização da
produção. Entretanto, algo de especial relevância fica oculto ou, melhor dizendo, fora da perspectiva
nessa passagem, aqui, com relação à redução dos custos dos insumos, fica fora da discussão que
custos são esses, quer dizer, presume-se que referem-se aos meios de produção, matérias primas,
maquinaria, ferramentas de trabalho, instalações, etc. mas esquece-se de frisar que a própria mão de
obra é parte integrante dos meios de produção do que Karl Marx vai chamar de capital variável.

Portanto, fica evidente que essa dissociação entre saber e prática, concepção e execução,
que consequentemente acaba por desqualificar o trabalho do operário, obstando-o tão somente a
prática repetitiva e extenuante das tarefas cíclicas impostas pelo sistema da fábrica, como se o
operário fosse mera ferramenta, coadjuvante de todo o processo produtivo, de fato, torna a mão de
obra barata, desmantelando as relações sociais inerentes a tal processo, inviabilizando o poder de
barganha/negociação dos trabalhadores como um todo e suprimindo a própria humanidade dos
indivíduos que a ser tratados como meros objetos de trabalho a serviço do capitalismo.

1.6 Considerações finais


Ford revolucionou o modo como as coisas são produzidas, de carros a smartphones em
algum momento do ciclo produtivo ainda vemos princípios adotados por Ford sendo utilizados. A linha
de produção automatizada não só maximizou a produção de bens que antes era inimaginável como
também possibilitou que mais pessoas pudessem ter acesso a esses bens, estava criada a sociedade
de consumo.
Ele foi eficaz ao maximizar a produtividade de sua empresa, ele criou um método inovador
que otimizou o tempo gasto na produção dos bens de consumo, foi eficiente descobrindo de que forma
o trabalho de seus funcionários pudesse ser executado da forma mais proveitosa e prática possível,
uma espécie de tolerância zero ao desperdício.
Ford fundou as bases do mundo moderno no que se refere à administração de empresas e
seu método foi responsável por popularizar uma infinidade de outros bens que de outra forma não nos
seria ofertado, do sorvete refrescante apreciado ao fim da refeição, assim como carros, perfumes,
celulares, roupas, etc. praticamente tudo isso está a nossa disposição para o consumo de forma muito
mais acessível que antes. Nunca o mundo fora tão sortido.
De forma geral, percebemos que o fordismo propiciou uma próspera e longeva era de
progresso econômico e social, as pessoas, de forma geral, tiveram sua qualidade de vida
consideravelmente melhorada, o desenvolvimento da indústria automobilística trouxe consigo uma
onda de crescimento econômico que não se vira em outras épocas, deu-se um salto “quali-
quantitativo” sem precedentes, enfim o fordismo unificou o mundo.
Entretanto, a rigidez do sistema fordista cobrou seu preço, quando se percebeu que, à
medida que a demanda por bens fosse atingida, outras formas para convencer as pessoas a
continuarem consumindo deveriam surgir e aí Ford, que não se adaptou às mudanças sutis, porém,
extremamente relevantes acabou anunciando o fim da hegemonia do Fordismo e deu margem à
flexibilização/precarização proposta pelo Toyotismo.
Além disso, o intensivo e extenuante ciclo de trabalho a que eram submetidos os
trabalhadores de Ford acabou por decretar o fim desse tipo de exploração da força de trabalho, a
mais valia absoluta deu lugar ao que Marx chamou de mais valia relativa, a acumulação relativa de
capitais e nesse sentido, percebemos que os princípios toyostistas eram os que mais se aproximavam
dessa nova realidade, desse novo momento do capitalismo contemporâneo, a era das
telecomunicações, do digital, da nuvem, do capitalismo fictício, virtual.
Aqui vemos que a adesão a um sistema de produção que do ponto de vista cronológico durou
menos que cem anos, teve o poder/capacidade, de moldar todo um estilo de vida, toda uma moral, que
sujeitou a humanidade, os instintos dos indivíduos aos seus desígnios, regras e princípios e como o
mundo do trabalho foi impactado por isso, uma vez que está na base de toda a cadeia capitalista, visto
que esta depende da atividade da força humana, empregada na transformação dos “nadas” em coisas
rentáveis que continuam a abastecer os supermercados e alimentando a “ávida” indústria capitalista.
Como estamos preparando as próximas gerações para assumir os postos de trabalho? Será
que eles ainda existirão? Que caminho estamos construindo/pavimentando e que novas relações
estão sendo estabelecidas para que se construa uma sociedade equilibrada e com menos desajustes?
Que organização do trabalho estamos sutil e diariamente construindo? São essas pequenas
modificações que vão moldando um novo ciclo de que irão gerar novos paradigmas e que serão
utilizados para e pelo capitalismo para ratificar sua existência e corroborar sua utilidade.
Cabe-nos, portanto, identificar essas mudanças e garantir que todos se beneficiem ao
máximo do “progresso” oriundo dessa mudança de perspectiva.

1.7 Referências bibliográficas

 Andressa de Freitas Ribeiro: Taylorismo, fordismo e Toyotismo.


 https://www.todamateria.com.br/fordismo/
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fordismo
 https://www.tribunapr.com.br/noticias/automoveis/e-da-ford-a-primeira-linha-de-
montagem-da-historia/
 https://administradores.com.br/artigos/a-contribuicao-de-henry-ford-para-a-
administracao-moderna
 https://administradores.com.br/artigos/ford-e-sua-importancia-na-linha-de-producao
 https://www.infoescola.com/administracao_/administracao-cientifica/

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