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UMA VIAGEM PELO NOVO TESTAM
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Pastoraiis, Hebreeus e Gerrais | Pr. Ary Queiroz Vieirra Júniorr
Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

Sumário 
CAPÍTULO PRIMEIRO ...................................................................... 3
AS EPÍSTOLAS PASTORAIS ............................................................. 3
CAPÍTULO SEGUNDO ..................................................................... 6
EPÍSTOLAS PASTORAIS (PARTE II).................................................... 6
I TIMÓTEO ............................................................................ 6
II TIMÓTEO ........................................................................... 7
TITO ................................................................................... 7
CAPÍTULO TERCEIRO ..................................................................... 9
Hebreus e Gerais ...................................................................... 9
HEBREUS .............................................................................. 9
CAPÍTULO QUARTO ...................................................................... 13
EPÍSTOLAS GERAIS .................................................................... 13
AS EPÍSTOLAS GERAIS.............................................................. 13
TIAGO ................................................................................ 13
CAPÍTULO QUINTO....................................................................... 16
EPÍSTOLAS GERAIS .................................................................... 16
AS EPÍSTOLAS DE PEDRO .......................................................... 16
I PEDRO .............................................................................. 16
II PEDRO ............................................................................. 17
CAPÍTULO SEXTO ........................................................................ 19
EPÍSTOLAS GERAIS .................................................................... 19
JUDAS ................................................................................ 19
CAPÍTULO SÉTIMO ....................................................................... 21
EPÍSTOLAS GERAIS .................................................................... 21
JOÃO ................................................................................. 21
AS EPÍSTOLAS DE JOÃO ............................................................ 21
I JOÃO ............................................................................... 22
II JOÃO ............................................................................... 23
III JOÃO .............................................................................. 24

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 2 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

Pastorais, Hebreus e Gerais 
CAPÍTULO PRIMEIRO
AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
INTRODUÇÃO 
As Epístolas de Paulo a Timóteo (I e II Tm) e a Tito devem ser tratadas em grupo, da mesma 
maneira que as Epístolas da prisão (Ef, Fp, Cl e Fm), pelo que há em comum entre elas quanto 
ao estilo, propósito e cenário histórico. 
I  Tm,  II  Tm  e  Tt  foram  chamadas  “Pastorais”  pela  primeira  vez  no  século  dezoito,  por  D.  N.  [s1] Comentário: Não são Teologia
Pastoral, nem manual eclesiástico.
Bardot  (1703),  e  popularizadas  por  esse  título  em  1726,  por  Paul  Anton.  Nelas,  Paulo  instrui 
jovens  pastores,  amigos  íntimos  seus,  quanto  a  suas  lides  ministeriais  nas  circunstâncias  [s2] Comentário: Na verdade
delegados apóstolos, enviados para
históricas nas quais estavam inseridos.  cumprirem missões específicas.
 

CENÁRIO HISTÓRICO 
É fato que as viagens do Apóstolo como narradas  nas Pastorais não podem ser enquadradas 
nos itinerários de Paulo que são relatados em Atos.  
(1) Em  I  Tm  1:3,  o  autor  deixa  Timóteo  em  Éfeso,  com  quem  estava,  e  parte  para  a 
Macedônia achando que o veria em breve (I Tm 3:14). No entanto, na Primeira Viagem  [s3] Comentário: No contexto de
Atos, escritas durante a 1ª Viagem
Missionária,  Paulo  não  esteve  em  Éfeso,  não  passou  para  a  Macedônia  e  não  estava  Missionária: Gl, I e II Ts
com  Timóteo  (At  13,14).  Na  ida  da  Segunda  Viagem,  o  Espírito  Santo  lhe  proibiu  de 
[s4] Comentário: No contexto de
pregar  na  Ásia  (At  16:6),  portanto,  não  esteve  em  Éfeso  antes  de  partir  para  a  Atos, escritas durante a 2ª Viagem
Macedônia  (At  16:8‐10).  No  retorno  desta  viagem  Paulo  parte  de  Corinto,  passa  por  Missionária I e II Co e Rm
Éfeso rumo a Cesaréia, Jerusalém e Antioquia (At 18:18‐22). 
Na  ida  da  Terceira  Viagem  Missionária,  Paulo  exerceu  grande  ministério  em  Éfeso  (At  19)  e, 
depois de haver passado três anos lá, foi à Macedônia (At 20:1; cf. 20:31). Todavia, desta vez 
Timóteo não foi deixado em Éfeso, mas partiu com Paulo à Macedônia; foi com ele a Corinto e 
com  ele  regressa  à  Macedônia;  espera‐o  em  Trôade  e,  provavelmente,  está  com  ele  em 
Jerusalém (Rm 16:21; At 20:3‐5). 
Assim  somos  levados  a  concluir  que  todo  este  relato  do  itinerário  do  Apóstolo  em  Atos  não 
inclui a viagem mencionada em I Tm. 
(2) Em  Tt  1:5  somos  informados  que  o  escritor  deixou  Tito  em  Creta  para  completar  a 
organização  das  igrejas  nesta  ilha  e  posteriormente  desejava  vê‐lo  em  Nicópolis  (Tt 
3:12). 
Segundo Atos, todavia, em nenhuma das três viagens Paulo foi à Creta. Somente na viagem a 
Roma  (At  27:7‐15)  o  Apóstolo  passa  por  Creta,  mas  o  faz  como  prisioneiro  e  não  realiza 
nenhuma  obra  evangelística  na  ilha,  muito  menos  podia  fazer  planos  onde  haveria  de 
invernar. 
(3) II  Timóteo  nos  mostra  uma  espécie  de  prisão  que  não  se  coaduna  com  aquela  que 
Atos 28 nos informa. 
Em II Tm Paulo está preso numa masmorra, em Roma, difícil de ser encontrada (1:16,17), é 
considerado  um  malfeitor  (2:9)  e  aguarda  execução  (4:6‐8)  em  meio  ao  abandono  (1:15; 
4:10,11). 
Em franco contraste, a prisão narrada em Atos fornece um quadro de considerável liberdade 
pessoal tanto quanto de oportunidade de pregar o evangelho (At 28:16,30,31). Soma‐se a isto 

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o  fato  de  que,  nas  cartas  escritas  nesta  prisão,  Paulo  revela  esperança  de  ser  posto  em 
liberdade (Fp 1:25‐27; 2:24; Fm 22). 
Postos  estes  argumentos,  a  conclusão  inevitável  é  que  Paulo  foi  livre  da  prisão  em  Roma 
registrada em Atos, teria feito mais viagens, momento em que escreveu I Tm e Tt e teria sido 
novamente preso para ser martirizado, ocasião da escrita de II Tm. 
 
Um possível itinerário do Apóstolo Paulo pode ser esboçado como segue: 
(1) Paulo, tendo sido posto em liberdade (talvez em 63 d.C), vai em direção a Ásia Menor  [s5] Comentário: Preso em Roma
e, ao passar por Creta, deixa Tito na ilha (Tt 1:5).  [s6] Comentário: 62? Viaja até 64
(2) Em seguida chega a Éfeso, onde deixa Timóteo para pôr ordem na igreja (I Tm 1:3,4).  [s7] Comentário: 7 Igrejas do
(3) De  Éfeso  parte  à  Macedônia,  como  havia  planejado  (Fp  2:24;  I  Tm  1:3).  Ele  espera  Apocalipse
regressar em breve, mas prevê que sua ausência será prolongada (I Tm 3:14,15). Da 
Macedônia (talvez Filipos) escreve duas cartas: I Timóteo e Tito. 
(4) De acordo com o planejado, viaja a Nicópolis (Tt 3:12). Ali passa o inverno com Tito e, 
com ele, viaja à Espanha (Rm 15:24). “As palavras de Clemente de Roma, em 95 dC,  [s8] Comentário: O Canon
Muratoriano afirma que Paulo foi a
devem  ser tomadas  seriamente  acerca  de Paulo  ter  trabalhado  na  Espanha.  Isto foi  Espanha em 70 d.C
escrito  cedo  demais,  após  a  morte  de  Paulo  (dentro  de  trinta  anos)  para  ter  sido 
[s9] Comentário: Rm é escrita na 3ª
informação falsa e a igreja não contestá‐la” (Broadus David Hale).  Viagem Missionária
(5) Havendo regressado da Espanha, Paulo segue à Ásia Menor. Deixa Trófimo enfermo  [s10] Comentário: Depois da
em Mileto (II Tm 4:20). É possível que aqui tenha se encontrado com Timóteo, onde  barbaridade Neroniana de 64 fica
evidente que ao regressar da Espanha,
ocorreu a separação com lágrimas (II Tm 1:4).  o apostolo não mais desfrutou da
(6) Em Trôade ele visita Carpo, em cuja casa deixa a capa (II Tm 4:13). Dirige‐se a Roma  proteção política (Lc enfatiza
via Corinto, onde Erasto permanece (II Tm 4:20). “Volta a ser preso (não se sabe onde  continuamente a justiça relativa e as
vezes as qualidades de amizade e
ocorreu – Trôade, Corinto, Roma ou outro lugar). Quem reina é o cruel Nero. Esse é o  cooperação das autoridades Romanas
monstro  que  assassinou  seu  meio‐irmão,  sua  própria  mãe,  sua  esposa  (Otávia),  seu  ver At 21.31-23.9. No resgate do
tributo militar, etom 23.10; 28.12-35
tutor (Sêneca) e muitos outros. Quando Roma foi incendiada, em 64, o povo acusou  Claudio Lisias da carta a Felix 27.30
Nero  de  ter  ateado  fogo  à  cidade.  Ele  tentou  desviar  de  si  a  atenção  e  culpou  os  Centurião Julio; 28.7; o clero da Ilha
de Malta à Guarda pretoriana 29.16.
cristãos. O carnaval de sangue que se seguiu foi algo terrível” (William Hendriksen). 
 
Tácito registra esses  eventos assim: “Assim, para abafar o rumor, Nero pôs  como  culpados, 
que  puniu  com  crueldade  mais  refinada,  um  grupo  de  homens  detestados  por  seus  maus 
hábitos, que a plebe conhecia como cristãos ... Primeiro, os que confessaram foram presos; 
depois,  com  base  nas  informações  deles,  uma  grande  multidão  foi  condenada,  não  tanto 
como  incendiários  quanto  por  seu  ódio  à  raça  humana.  Sua  execução  acabou  sendo  um 
esporte:  alguns  foram  costurados  dentro  da  pele  de  animais  selvagens  e  jogados  aos  cães 
para  serem  despedaçados,  outros  foram  amarrados  em  cruzes  e  transformados  em  tochas 
vivas, para iluminar a cidade quando o dia acabava. Nero abriu os jardins do seu palácio para 
o espetáculo e organizava jogos no circo, misturando‐se à multidão ou pondo‐se em pé sobre 
uma  biga,  vestido  de  condutor.  Com  isso,  apesar  de  as  vítimas  serem  criminosos  que 
mereciam a mais severa punição, o povo começou a sentir pena delas, porque pareceu que 
estavam sendo sacrificadas para satisfazer a paixão por crueldade de um homem, e não para 
o bem do povo” (citado por F. F. Bruce). 
Paulo foi levado nesta onda de violência. A tradição afirma que ele foi decapitado em cerca 
de um ano após o incêndio de Roma (65 dC), fora desta cidade, na Via Óstia. 

AUTOR 
O escritor das Pastorais foi o Apóstolo Paulo (I Tm 1:1; II Tm 1:1; Tt 1:1). Segundo ele próprio, 
antigo perseguidor da igreja (I Tm 1:12‐17; cf. At 8:3; 9:1,2; 22:4,5; 26:9‐11; I Co 15:9). Após 
sua conversão, foi divinamente designado para Apóstolo (I Tm 1:1,11; 2:7; II Tm 1:1,11; Tt 1:1; 
cf. At 9:15; 22:14,15; 26:16‐18; II Co 12:12; Gl 1:1; 2:7) e sofreu muito em defesa da verdade e 
pelo ministério que recebeu (II Tm 1:12; 2:10; 3:10,11; cf. At 14; II Co 11; I Ts 1:6; 2:2). 

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Pastorais, Hebreus e Gerais

DESTINATÁRIOS 
Timóteo  era  um  homem  notável.  Seu  nome  significa  “honrar  ou  adorar  a  Deus”.  Suas  [s11] Comentário: Não precisamos
de super crentes
qualidades inquestionáveis eram a abnegação, a disposição para servir e a fidelidade (Fp 2:19‐
22; II Tm 1:2; 4:9,21). Está sempre disposto a ser enviado em viagens as mais arriscadas, que 
nem todos suportavam (At 13:13) apesar de sua juventude (I Tm 4:12; II Tm 2:22), timidez (II 
Tm 1:7) e “freqüentes enfermidades” (I Tm 5:23). 
Timóteo  era  cidadão  de  Listra  (At  16:1).  Provavelmente  um  convertido  de  Paulo  na  Primeira 
Viagem Missionária (c. 47 dC), pelo que este o chama de “filho” (I Co 4:7; I Tm 1:2; II Tm 1:2), 
todavia sua mãe Eunice e sua avó Lóide muito cooperaram para a sua conversão (II Tm 1:5). A 
partir da Segunda Viagem Missionária (At 16:1ss.) juntou‐se às missões de Paulo a quem serviu 
e com quem serviu até o fim. 
Quanto  a  Tito,  seu  nome  não  é  mencionado  em  Atos.  Mas  certamente  ele  é  um  daqueles 
“alguns  dentre  eles”  que  subiram  a  Jerusalém  para  o  Concílio  (At  15:2;  Gl  2:1,3).  Tito  é 
mencionado novamente durante a Terceira Viagem Missionária de Paulo, tendo sido enviado 
para uma missão em Corinto mais de uma vez (entre 54‐58 dC), daí seu nome ser mencionado 
nove vezes em II Coríntios (2:13; 7:6,13,14; 8:6,16,23; 12:18). Ele parecia ser o tipo de homem 
adequado para situações difíceis. A próxima menção a Tito é feita quando ele está a cargo da 
igreja em Creta (Tt 1:5). 
Uma  comparação  entre  I  Tm  4:12  e  Tt  2:15  parece  indicar  que  Tito  era  mais  velho  que 
Timóteo. Tito era mais  líder; Timóteo, mais seguidor. Timóteo necessitava de estímulos mais 
que Tito (II Tm 1:6; II Co 8:16,17). Ambos tinham em comum a inabalável lealdade à causa do 
evangelho, a disposição de servir em condições adversas e elevado respeito pelo seu amigo e 
superior, Paulo. 

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CAPÍTULO SEGUNDO
EPÍSTOLAS PASTORAIS (PARTE II)
I TIMÓTEO
I Timóteo foi escrita para (1) fortalecer o espírito de Timóteo (I Tm 4:!4; 6:12,20); (2) transmitir  [s12] Comentário: Manual da
liderança
orientações quanto aos erros que estavam sendo difundidos na igreja (I Tm 1:3‐11, 18‐24; 4; 6)  Diretrizes para a organização –
em  face  da  demora  de  Paulo  em  retornar  (I  Tm  3:14,15).  Para  Paulo,  a  eleição  do  tipo  (Administração)
adequado  de  líderes  era  o  melhor  antídoto  contra  o  erro  (cap  3);  e  (3)  fornecer  diretrizes  [s13] Comentário: Uso ilegítimo da
apropriadas para o culto público (cap 2).  lei

Versículo Chave: 3.15‐16; 6.11‐12 
Capítulo Chave: 3 

ESBOÇO 
 
I. Instrução concernente à doutrina (1:1‐20) 

II. Instrução concernente ao culto público (2:1‐15) 
III. Instrução concernente à eleição de oficiais (3:1‐16) 
IV. Instrução concernente aos falsos mestres (4:1‐16) 
V. Instrução concernente ao trato com diversos grupos (5:1‐25). 
VI. Diversas exortações (6:1‐21) 
 

COMENTÁRIO 
Após  a  saudação  (1:1,2),  Timóteo  é  encorajado  a  combater  o  erro  dos  que  se  recusam  a 
reconhecer sua condição pecaminosa à luz da lei de Deus (1:3‐11), como faz o próprio Paulo 
(1:12‐17). Em face disto, exorta Timóteo a cumprir sua responsabilidade (1:18‐20). 
Segue‐se as diretrizes para a adoração pública. Nela, deve‐se orar por todos os homens (2:1‐7) 
bem como comportar‐se de modo conveniente. Os homens devem levantar mãos santas (2:8) 
tanto quanto as mulheres (2:9‐15). E que estas se vistam decorosamente e se portem de modo 
a reconhecer sua honrosa posição, divinamente ordenada. 
O capítulo 3 ministra diretrizes quanto à instituição dos ofícios. Em 3:1‐7 temos o incentivo ao 
bispado  bem  como  os  requisitos  necessários  para  o  bispo.  Em  3:8‐13  temos  os  requisitos 
necessários  para  os  diáconos  e  as  mulheres  que  os  assistem.  Em  3:14‐16  se  encontram  as 
razões pelas quais estas diretrizes estão sendo comunicadas na forma escrita. 
O capítulo 4 traz diretrizes a Timóteo sobre como este deveria comportar‐se ante a apostasia. 
Em 4:1‐5 a apostasia é descrita. Em 4:6‐16 é ministrado como lidar com ela. 
Os deveres do ministro ante os vários grupos sociais da igreja são esboçados no capítulo 5. Em 
5:1,2 temos o como lidar com idosos, jovens, homens e mulheres; em 5:3‐16, com as viúvas; 
em 5:17‐25, com presbíteros e candidatos. 
No capítulo  6 temos exortações aos escravos (6:1,2),  quanto aos falsos mestres que aspiram 
fama e riquezas (6:3‐10), ao próprio Timóteo (6:11‐16), às pessoas ricas neste mundo (6:17‐19) 
e novamente a Timóteo (6:20‐21). 
 

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II TIMÓTEO
Em  II  Timóteo  Paulo  é  novamente  um  prisioneiro.  II  Tm  4:21  menciona  seu  último  inverno  [s14] Comentário: Manual de
combate
sobre a terra (talvez em 65 dC). Ele já havia estado perante o tribunal uma vez, e a maioria de  Persistência na sã doutrina
seus  amigos  o  havia  deixado  (1:15‐17;  4:10,11,16).  Ele  previa  o  pior  (4:6,18).  Em  face  dos 
acontecimentos ele escreve a Timóteo para que esse fosse a Roam o mais brevemente possível 
(4:9,21). Todavia, temeroso que ele não chegasse a tempo, Paulo concentra‐se em admoestá‐
lo  a  persistir  na  defesa  da  verdade  e  no  cumprimento  de  seu  ministério  em  meios  às 
dificuldades (4:1,2). 
 

Versículo Chave: 2.3‐4 / 3.14‐17 
Capítulo Chave: 2 
Palavra Chave: Persistência no ministério 

ESBOÇO 
 
I. Perseverança nas provações atuais (1:1‐2:26) 
II. Encorajamento para o ministério nos dias trabalhosos que virão (3:1‐4:22) 
 

COMENTÁRIO 
(I) Após  a  saudação  (1:1,2)  e  ação  de  graças    (1:3‐5)  há  um  desafio  à  vida 
corajosa,  como  de  um  ministro  chamado  por  Deus  (1:6,7).  Como  Paulo, 
que  Timóteo  nunca  se  envergonhasse  do  evangelho  (1:8‐14)  e,  como 
Onesiforo,  que  ele  não  se  envergonharia  das  cadeias  de  Paulo  (1:15‐18), 
como fizeram “os que estão na Ásia”. 
Segue‐se às exortações de paciência no sofrimento (2:1‐13). E, quanto a sua conduta pessoal, 
que  Timóteo  evitasse  os  falatórios  inúteis,  seguisse  a  paz  e  a  santidade  e  estivesse  apto  a 
instruir (2:14‐26). 
(II) Timóteo  é  advertido  que  virão  tempos  difíceis  nos  quais  se  levantarão 
inimigos que têm “aparência de piedade”, mas que negam a eficácia dela 
(3:1‐9).  Que  Timóteo  perseverasse  na  sã  doutrina,  sabendo  que  ela  está 
baseada nas Escrituras Sagradas, inspirados por Deus (3:10‐17). 
Que Timóteo continuasse firme no cumprimento de sue ministério em face da apostasia (4:1‐
5) e do iminente martírio de Paulo (4:6‐8). 
Seguem‐se instruções pessoais (4:9‐18), saudações e uma bênção (4:19‐22). 
 

TITO
A  carta  a  Tito  foi  escrita  para  que  este  fosse  encontrar  Paulo  em  Nicópolis  (Tt  3:12)  tanto  [s15] Comentário: Diretrizes para a
santificação.
quanto fornecer diretrizes para a promoção da santificação em um povo reconhecidamente de 
má reputação (1:12,13). 
 

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Palavra Chave: Manual de Conduta 

Versículo Chave: 1.5/3.8 

Capítulo Chave: 2 
[s16] Comentário: Tito apresenta
ESBOÇO  duas seções principais: (1) de designar
presbíteros; (2) colocar as coisas em
  ordem.
I. Escolha de oficiais e estabelecimento da disciplina (1:1‐16) 
II. A conduta padrão da vida cristã (2:1‐3:15) 
 
COMENTÁRIO 
(I) Após  a  saudação  (1.1‐4),  Paulo  expressa  a  razão  pela  qual  Tito  foi  deixado  em 
Creta  (1.5)  e  como  deveria  proceder  na  escolha  de  pessoas  para  a  liderança  na 
igreja (1.6‐9). A razão para designar‐se oficiais conforme os requisitos necessários 
é a presença de falsos mestres, tanto quanto a má reputação dos cretenses (1.10‐
16). 
(II) A  norma  para  a  conduta  cristã  é  exigida  de  diferentes  grupos  de  modo  a 
adornarem a doutrina de Deus (2.1‐10). A razão disto é a manifestação universal 
da graça de Deus de modo a “purificar para si um povo seu, zeloso de boas obras” 
(2.11‐15). 
Quanto à vida pública, que os crentes obedeçam as autoridades (3.1) bem como sejam mansos 
para com todos (3:2), visto ter sido a graça de Deus, e não nossas obras, o que nos trouxe à 
salvação  (3.3‐8).  Por  outro  lado,  é  preciso  rejeitar  as  questões  estéreis  tanto  quanto  os 
homens irreconciliáveis (3.9‐11). 
Após algumas orientações com respeito aos itinerantes (3.12‐14) seguem‐se saudações finais e 
uma bênção (3.15). 
 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 8 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

CAPÍTULO TERCEIRO
Hebreus e Gerais
HEBREUS
“A  epístola  aos  hebreus  não  é  igual  a  nenhum  outro  livro  do  Novo  Testamento.  Ela  começa 
como  um  tratado,  continua  como  um  sermão  e  conclui  como  uma  carta”  (A.  T.  Robertson, 
citado por Broadus D. Hale). Está escrito no melhor grego literário do Novo Testamento. 
Certamente, à medida em que o tempo passava aos cristão primitivos, ficava claro a distância 
entre o cristianismo e o judaísmo. O cristianismo apresentava‐se como a revelação completa e 
superior  para  a  qual  a  instituição  judaica  era  apenas  uma  imperfeita  introdução.  Acresça‐se 
que  a  mensagem  cristã  deixava  claro  que  no  Senhor  Jesus  Cristo  encontrava‐se  a 
complementação e o cumprimento do qual a instituição mosaica foi apenas figura. Em suma, 
era  uma  tolice  cabal  apegar‐se  a  uma  instituição  que  já  tinha  servido  ao  seu  propósito  (Mc 
7:13) 
Por  outro  lado,  e  somando‐se  esta  revolução  à  mentalidade  judaica  do  primeiro  século,  os 
novos  cristãos  estavam  sendo  perseguidos  por  seus  compatriotas.  Toda  a  vida  dos  crentes 
judeus  estava  sendo  afetada.  Havia  o  perigo  de  imaginarem  que  o  cristianismo  deveria 
acontecer  dentro  do  judaísmo  ou  de,  simplesmente,  trazerem  sua  herança  judaica  para  a 
caminhada cristã. 
O  autor  descreve  sua  mensagem  como  “a  palavra  desta  exortação”  (13:22).  Ele  deseja 
despertar  aqueles  que  estavam  impedidos  em  seu  crescimento  (5:11‐6:3)  à  busca  da 
maturidade  cristã.  E  isto  só  aconteceria  quando  os  crentes  descansassem  na  suficiência  de 
Jesus Cristo, “autor e consumador da fé” (12:2), demonstrado em um total rompimento com o 
judaísmo (13:8,12,13). 
Para tal, o escritor assevera que tudo o que havia de bom no judaísmo não passava de figura 
ou sombra das realidades de Jesus Cristo (8:5,6; 9:23‐10:18). Além disso, é dito que Jesus cristo 
é  superior  a  tudo  aquilo  sobre  o  que  o  judaísmo  foi  construído:  revelações  através  dos 
profetas (1:1), dos anjos (1:4ss), a Moisés (3:1ss), a Arão (4:14ss; 7:1ss) ao sistema sacrificial 
(8:1ss).  O autor em nenhum momento condena estas coisas, todavia, deixa claro que já que 
cumpriram a finalidade para a qual foram designadas, devem ser abandonadas, uma vez que 
Cristo veio (9:23‐28; 10:1‐18; 7:22‐28; 8). 
Este livro tem muito a dizer aos cristãos modernos: 
Primeiro, que não devemos ficar perto demais dos elementos de nossa vida anterior. Fomos 
chamados ao rompimento total com aquelas velhas coisas que hoje só nos envergonham (Rm 
6:21). 
Segundo,  somos  alertados  por  esta  carta  contra  o  perigo  da  estagnação  espiritual,  de 
permanecermos sempre “crianças” (5:11‐6:3). 
Terceiro, a mensagem de Hebreus ainda nos adverte que não fomos chamados a esquivarmo‐
nos das dificuldades, cedendo às velhas práticas (12:4‐6). 
Quarto, em meio aos problemas desconcertantes da vida, o crente refugia‐se na suficiência de 
Jesus Cristo (12:2) e participa de seus sofrimentos (13:13,14). 
 
 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 9 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

AUTORIA 
Como os evangelhos e o livro de Atos, a carta aos “Hebreus” é anônima. A falta da saudação 
inicial nos priva do conhecimento de quem a escreveu. 
 
Com  esta  lacuna  posta  diante  de  nós,  muitos  nomes  têm  sido  propostos.  Clemente  de 
Alexandria (c. 180 dC) propôs Lucas como o seu   autor. Orígenes sugeriu Clemente de Roma. 
Tertuliano propôs Barnabé. João Calvino sugeriu Lucas ou Clemente de Roma. Martinho Lutero 
propôs Apolo. No início do século dezenove foi sugerido o nome de Silvano ou Silas (I Pe 5:12; 
At 15‐18). Jerônimo e Agostinho aceitaram a carta como sendo de Paulo. 
A respeito da autoria de “Hebreus”, podemos afirmar que...: 
a) É extremamente improvável que Paulo a tenha escrito. O autor de Hebreus se coloca fora 
do  grupo  apostólico  (2:3)  e  afirma  ter  sido  firmado  no  evangelho  por  aqueles  que  viram  ao 
Senhor (comparar com Gl 1:1,12ss; 2:6ss). Além disso, o autor não se identifica pelo nome, ao 
estilo das treze cartas paulinas. 
b) Por outro lado há muita semelhança entre as idéias desta carta e as paulinas, o que nos leva 
a crer que, de algum modo, ele esteve ligado a ela. Como? Não sabemos. 
Portanto, ficamos com a seguinte afirmação de Orígenes: 
“Se, portanto, qualquer igreja sustenta que esta carta é de Paulo, que ela  seja aprovada por 
isto  também  (como  por  sustentar  a  verdade  inquestionável),  pois  não  foi  sem  razão  que  os 
homens dos tempos idos a passaram como se fosse de Paulo, mas quem escreveu a epístola só 
Deus sabe certamente” (Eusébio em História Eclesiástica). 
DESTINATÁRIO 
Ainda por falta de saudação inicial, nos falta a informação precisa sobre para quem a carta foi 
escrita. O título “aos Hebreus” é encontrado na última metade do segundo século (c. de 200 
dC) e foi dado à carta por dedução óbvia de seu conteúdo. A carta foi escrita a quem tinha o 
Antigo  Testamento  como  fonte  autoritativa  e  nenhuma  indicação  há  acerca  de  religiões 
gentias. 
O fato da carta não fazer menção ao templo de Jerusalém (mas ao tabernáculo móvel) e destes 
leitores ainda não haverem “resistido até ao sangue” (12:4) aponta para uma audiência cristã‐
judaica  fora  da  Palestina.  A  expressão  “os  da  Itália  vos  saúdam”  (13:24)  pode  apoiar  uma 
destinação romana. 
 
DATA 
Se a carta foi escrita a judeus‐cristãos de Roma, uma comparação de 10:32‐34 e 12:4 sugere 
uma perseguição grave no passado, mas sem martírio, o que colocaria a carta antes de 64 dC, 
ano  do  incêndio  de  Roma  e  do  desencadeamento  de  cruel  violência  contra  os  cristãos.  O 
imperador Cláudio, em 49 dC, ordenou expulsão de todos os judeus de Roma, com confisco de 
propriedades e maus tratos, mas sem martírio. Os quinze anos entre 49‐64 dC são uma data 
provável para a composição de Hebreus. 
 
   

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 10 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

ESBOÇO 
 
I.  A parte doutrinária (1:1 – 10:18) 
(1) Introdução: As duas revelações (1:1‐3) 
(2) Jesus é superior aos anjos (1:4‐2:18) 
(3) Jesus é superior a Moisés (3:1‐4:13) 
(4) Jesus é superior a Arão (4:14‐10:18) 
II.  A parte prática (10:19‐13:25) 
(1) A fé verdadeira e advertência (10:19‐39) 
(2) Exemplos de fé verdadeira (11:1‐40) 
(3) Esperança como estímulo de perseverança (12:1‐29) 
(4) Deveres cristãos (13:1‐17) 
(5) Conclusão e bênção (13:18‐25) 
COMENTÁRIO 
 
I. A parte doutrinária 
Todo  o  argumento  é  construído  em  torno  da  superioridade  de  Cristo.  Em  Seus 
pronunciamentos, Cristo é superior às palavras que vieram através dos pais (1:1‐3). 
Aqui são apresentadas sete qualificações de Cristo: Ele é Herdeiro de todas as coisas (1:2; Ef 
1:20‐23), Agente da criação (1:2; Jo 1:3), Resplendor da glória de Deus (1:3; I Jo 1:5; Jo 1:14), 
Expressão exata do Ser de Deus (1:3; Cl 1:15; II Co 4:4), por Sua palavra sustenta o Universo 
(1:3; Cl 1:17), Sacerdote que, pela oferta de Si mesmo, purifica pecados (1:3; Jo 1:29), e ocupa 
o trono soberano à destra de Deus (1:3; Sl 110:1; Ef 4:10). 
Em 1:4‐2:18 Jesus é apresentado como superior aos anjos, seres importantes para os judeus e 
que atribuíam importância ao judaísmo (At 7:53; Gl 3:19). 
Em 3:1‐4:13 Jesus é apresentado como superior a Moisés, como Mestre, assim como um filho 
é superior ao escravo da casa e como um fundador da casa é superior ao membro dela. Moisés 
não foi o fundador da família israelita de Deus. Jesus Cristo, todavia, é o fundador da família 
sobre a qual Ele é colocado. Seguem‐se aplicações e advertências  em 3:7‐4:13. 
A partir de 4:14 é demonstrada a superioridade de Jesus sobre Arão e todo o sistema sacrificial 
levítico.  Em  5:10  o  autor  menciona  Melquisedeque,  mas  interrompe  seu  pensamento  para 
uma advertência contra os perigos do retardamento espiritual, em 5:11‐6:20. 
 
Há três razões para este parêntese de 5:11‐6:20: 
Primeiro,  o  escritor  estava  pronto  a  continuar  sua  discussão  sobre  o  sacerdócio  de  Cristo, 
porém  seus  leitores  não  estavam  aptos  para  entendê‐la.  Eram  bebês  necessitados  de  leite 
(5:11‐14). 
Segundo, o escritor declara que não continuará aplicando seu tempo aos rudimentos da fé. Ele 
pretende continuar expondo os elevados princípios do cristianismo (6:1‐3). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 11 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

Terceiro, há necessidade de uma compreensão sobre os apóstatas (6:4‐6). Eles são chamados 
de “iluminados” (instruídos ou esclarecidos; cf. 10:26; II Pe 2:20). Deles se diz que “provaram o 
dom celestial”. Provar é entender em algum sentido o significado, mas não inclui comer nem 
digerir a ponto de tornar em nutrição. O apóstata é aquele que saboreia o gosto e o recusa (cf. 
Mt 27:34; Jo 6:54). 
Em  seguida  é  dito  que  “se  tornaram  participantes  do  Espírito  Santo”,  ou  seja,  que 
compartilharam  dos  seus  dons  e  operações  (cf.  Mt  7:21,22;    I  Co  12:13).  E  que  “provaram  a 
boa  palavra  de  Deus”,  o  que  significa  que  souberam  que  Deus  foi  fiel  à  Sua  promessa  em 
relação ao Messias; e “as virtudes do século futuro”, talvez um resumo de tudo o que foi dito 
(conhecimento acerca de Deus e de Sua Palavra, etc). 
Dos  apóstatas  é  dito  ser  impossível  que  aqueles  que  “recaíram,  sejam  outra  vez  renovados 
para  arrependimento”.  Eles  rejeitaram  tudo  o  que  constitui  a  verdade  e,  se  passaram  a 
considerar  Jesus  um  impostor,  não  mais  O  considerarão  o  Messias,  e,  se  consideram  o 
cristianismo uma fábula, não mais o considerarão a revelação de Deus. “De novo crucificaram 
o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”, ou seja, a conduta deles é que “nossos pais fizeram 
bem em crucificá‐lo como impostor”. 
Em 7:1 o autor retoma seu pensamento e segue comparando o sistema sacrificial levítico com 
o sacrifício e ministério superiores de Jesus, até 10:18. 
 
II. A parte prática 
Nesta  seção  há  uma  advertência  contra  a  negligência  e  a  apostasia  (10:19‐39),  seguida  por 
exemplos  de  fé  verdadeira  e  de  maturidade  espiritual  (11:1‐40),  extraídos  do  Antigo 
Testamento.  O  melhor  exemplo,  todavia,  é  do  próprio  Senhor  Jesus  que,  tendo  completado 
Seu ministério terreno e agora intercedendo nos céus por nós, virá outra vez. A certeza de Sua 
volta é estímulo para o crescimento do crente (12:1‐29). 
Em 13:1‐6 há deveres cristãos práticos dentro da sociedade e em 13:7‐17 deveres religiosos. 
Seguem‐se  um  pedido  de  oração  (13:18,19),  uma  bênção  (13:20,21),  uma  exortação  final 
(13:22), uma informação sobre Timóteo (13:23), uma saudação final e a bênção (13:24,25). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 12 


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Pastorais, Hebreus e Gerais

CAPÍTULO QUARTO
EPÍSTOLAS GERAIS
AS EPÍSTOLAS GERAIS
Após Hebreus, as próximas sete cartas do Novo Testamento (Tiago, I e II Pedro, I, II e II João e 
Judas) foram chamadas, a partir de Eusébio, o historiador da igreja (265‐340), de “católicas”, 
“gerais”  ou  “universais”.  O  termo  provém  do  grego  “katholikós”,  que  significa  geral  ou 
universal. 
Estas cartas foram assim chamadas por não terem sido endereçadas a igrejas em particular ou 
pessoas individuais, mas, se não a todas as igrejas, pelo menos um grupo maior delas. 
Esta  explicação  é  válida  para  Tiago,  I  e  II  Pedro,  I  João  e  Judas.  Contudo,  II  e  III  João  são 
endereçadas a um grupo, ou pessoa, o que as faria não caber na classificação. A resposta é que 
II e III João foram consideradas como anexos a I João e, portanto, foram agrupadas a elas. 
 

TIAGO
A primeira das “cartas gerais”, como arranjadas na ordem que conhecemos, é “Tiago”. 
Tiago é a carta menos doutrinária do Novo Testamento. Por outro lado, é a mais prática e rica 
em  instruções  para  o  viver  cotidiano,  assemelhando‐se  à  literatura  de  sabedoria  do  antigo 
Testamento (Jó, Provérbios e Eclesiastes). É o “Provérbios neotestamentário”. 
Ao leitor moderno “Tiago” tem muito a falar. A carta enfatiza problemas sociais. A religião nela  [s17] Comentário: Amós do N.T.
esboçada é dinâmica e participa ativamente no contexto social. A fé é prática. 
Esta  carta  tem  muito  a  dizer  a  esta  geração  mimada,  que  cambaleia  entre  o  materialismo 
consumista ateu e as ilusões das promessas de saúde e prosperidade do neo‐pentecostalismo. 
Ela nos desafia a termos “grande gozo quando cairdes em várias tentações” (1:2) e nos lembra 
os exemplos de paciência dos “profetas que falaram em nome do Senhor” e de Jó (5:10,11). 
 

AUTORIA 
O autor da carta identifica‐se como Tiago (1:1), do grego “Iácobo”, tradução do hebraico Jacó. 
 
No Novo Testamento quatro pessoas são chamadas Tiago: 
 
(1) Tiago, o pai do Apóstolo Judas (Lc 6:16; At 1:13). Em Mt 10:3 e Mc 3:17 este 
Judas (não o Iscariotes) é chamado Tadeu. Este Tiago não pode ser seriamente 
considerado o autor da carta. 
(2) Tiago, o filho de Alfeu (Mc 3:18), filho de outra Maria (Mc 15:40) e, talvez, o 
irmão de Mateus (Levi, Mc 2:14). Este Tiago é mencionado pela última vez em 
At 1:13, no Novo Testamento. Não há evidência na história de que este Tiago 
tenha sido o escritor da carta. 
(3) Tiago, o filho de Zebedeu e irmão de João (Mc 1:19; 3:17). Em At 12:1,2 este 
Tiago foi decapitado por Herodes Agripa I (c. de 44 dC), o primeiro dos doze a 
ser  morto.  A  morte  prematura  refuta  a  autoria  desta  carta  pelo  filho  de 
Zebedeu. Além disso, se este Tiago ou o filho de Alfeu tivessem, um ou outro, 
escrito  esta  carta,  provavelmente  teriam  se  identificado  como  “apóstolos”, 
como o fizeram Paulo e Pedro. 
(4) Resta‐nos o Tiago, um dos irmãos de nosso Senhor (Mc 6:3; Mt 13:55). Tiago, 
como seus irmãos, não aceitava a obra de Jesus (Mt 12:46‐50; Mc 3:20‐33; Lc 
8:19‐21),  nem  cria  nele  (Jo  7:1‐9).  Tanto  que  quando  Jesus  estava  na  cruz, 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 13 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

cumprindo seu dever de  filho mais velho, encomendou Sua mãe ao apóstolo 
João. 
 
Paulo (I Co 15:7) afirma que o Jesus ressurreto apareceu particularmente a Tiago. Em At 1:14 
ele certamente estava com os discípulos no cenáculo. Em seguida Tiago já é mencionado numa 
posição de liderança na igreja em Jerusalém (Gl 1:19; 2:9; At 12:17; 15:14‐21; 21:18). “Josefo, o 
historiador  judeu  do  final  do  primeiro  século,  escreveu  que  Tiago,  o  ‘justo’,  era  o  irmão  de 
Jesus, ‘chamado o Cristo’, e que Tiago foi morto por orem do sumo sacerdote Anano, depois 
da  morte  do  procurador  romano  Festo  e  antes  da  chegada  de  seu  sucessor,  Albino.  Tiago, 
juntamente com alguns outros, foi acusado de ser um transgressor da lei e foi apedrejado até 
a morte em 62 dC” (citação de Boradus David Hale). 
Que  Jesus  tinha  outros  irmãos,  a  comparação  dos  textos  seguintes  provará:  Mt  1:25;  Lc  2:7; 
7:12; 8:42; Jo 1:18. 
“Tertuliano (final do segundo século e começo do terceiro), em seu comentário sobre Mt 1:25, 
afirmou que tanto a virgindade como o casamento são santos em Cristo, pelo próprio fato de 
que  Maria  foi  primeiramente  uma  virgem  (e  deu  nascimento  a  seu  primogênito)  e  depois 
esposa de José, no sentido completo da palavra, dando filhos a ele. As tentativas de ir‐se além 
do sentido claro de Mateus 1:25 e Lucas 2:7 nada mais são que ‘agarrar‐se a qualquer coisa’, 
para  se  tentar  sustentar  a  crescente  veneração  de  Maria  e  sua  ‘virgindade  perpétua’,  que 
levou  a  seu  título  de  ‘mãe  de  Deus’,  e  à  sua  adoração  como  a  ‘deusa‐mãe’”  (Broadus  David 
Hale). 
A evidência interna da carta identifica‐a com o discurso de Tiago em At 15:13‐21 e com a sua 
carta em At 15:23‐30 (Tg 2:5 cf. At 15:13; Tg 2:7 cf. At 15:17; Am 9:12; Tg 1:1 cf At 15:34). 
O autor desta carta revela impressionante familiaridade com o ensino de Jesus, especialmente 
com o sermão do monte, aponto de citá‐lo livremente, sem consultar os evangelhos, até então 
inexistentes em forma escrita definitiva. Além disso, ele é claramente um judeu (1:11; 2:2,21; 
3:6,12; 4:4; 5:4,7). 
Tudo isto aponta para Tiago, irmão do Senhor, como o autor desta carta. 
 
DESTINATÁRIO 
A expressão “às doze tribos que andam dispersas”(1:1) pode referir‐se aos judeus dispersos no 
mundo de fala grega, mas certamente cristãos (1:18; 2:7; 5:7 cf At 2:5‐11; 8:1; 11:19), o que 
nos leva a concluir que os leitores seriam judeus cristãos que viviam fora da Palestina. 
 
DATA 
A  carta  reflete  uma  época  primeva  do  cristianismo.  A  simplicidade  teológica  de  Tg  2:14‐26 
parece preceder a carta aos Gálatas, o Concílio de Atos 15 e a carta aos Romanos, quando a 
controvérsia  judaizante  explodia.  Termos  como  “sinagoga”  em  2:2  indicam  um  cristianismo 
primitivo. 
Estes fatos juntos nos fazem concluir a favor de uma data não após 48 dC. 
 
ESBOÇO 
 
I. Realidade contra imitação (1:1‐2:26)  O teste da fé (1.1‐18) 
II. Quanto aos mestres (3:1‐18)  As características da fé (1.19 – 5.6) 
III. O mundo contra Deus (4:1‐5:6)  O triunfo da fé (5.7‐20) 
IV. A conduta cristã no mundo (5:7‐20) 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 14 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

COMENTÁRIO 
(I) Tiago escreve como um pastor afeiçoado ao seu povo e que conhece muito bem 
suas tendências nocivas. Após a saudação em 1:1, ele introduz os testes de fé. As 
provações exterrnas se destinam a produzir paciência e dependência de Deus (1:2‐
12). Ao passo que as tentações íntimas não provém dAquele que concede “todo o 
dom perfeito” (1:13‐18). Estas devem ser restringidas com extrema prontidão. 
Prosseguindo em seus testes, Tiago afirma como a fé reage ante a adoração pública. Para isso, 
ensina um princípio (1:21,22), ilustra‐o (1:23‐25) e aplica‐o (1:26‐27). 
A  fé  genuína  deve  produzir  imparcialidade  ante  as  variadas  classes  sociais  (2:1‐13)  tanto 
quanto resultar em atos (2:14‐26). Uma fé que não se traduz em obras é ilegítimas, e morta. 
Abraão foi “justificado pelas obras”, na medida em que as obras são a evidência de que houve 
justificação (2:21). De modo que não há contradição alguma entre Tiago e Paulo (Rm 4). Paulo 
escreveu  sobre  as  bases  da  salvação,  porquanto  lutava  contra  o  legalismo  que  defendia  a 
salvação  nas  bases  da  obediência  à  lei.  Tiago  escreveu  sobre  os  resultados  da  salvação,  pois 
lutava  contra  a  tendência  humana  ao  antinomianismo,  a  idéia  do  desprezo  à  conduta  ética 
conforme  a  lei  moral  de  Deus.  Ambos,  Paulo  e  Tiago,  acreditavam  que  a  fé  genuína  produz, 
necessariamente, um viver justo. 
(II) Quanto  aos  mestres,  Tiago  adverte  acerca  das  responsabilidades  que 
acompanhavam  a  tarefa  e  do  perigo  correspondente  (3:1‐12).  Que,  pois,  eles 
controlem  a  língua  e  distingam  entre  a  sabedoria  deste  mundo  (3:13‐16)  e  a 
verdadeira sabedoria, proveniente de Deus (3:17‐18). 
(III) O sistema mundano é inimizade contra Deus. A busca do prazer produz intrigas e 
arrogância (4:1‐6).  A única opção ao crente é a submissão ao Senhor, e somente 
isto  lhe  trará  felicidade  real  (4:7‐10),  humildade  no  trato  com  outros  (4:11,12)  e 
nas  lides  da  vida  (4:13‐17).  Do  contrário,  o  afã  pelas  riquezas  pode  levar  ao 
egoísmo, à soberba e à injustiça (5:1‐6). 
(IV) Segue‐se  uma  exortação  para  a  verdadeira  conduta  cristã  em  um  mundo  que 
passa.  Que  os  crentes  suportem  os  sofrimentos  presentes,  sob  a  perspectiva  da 
vinda  do  Senhor  (5:7‐12).  Por  fim,  os  crentes  são  estimulados  às  atividades 
práticas dentro da comunidade (5:13‐20). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 15 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

CAPÍTULO QUINTO
EPÍSTOLAS GERAIS
AS EPÍSTOLAS DE PEDRO

I PEDRO
O  Apóstolo  Pedro  escreve  a  um  grupo  específico  de  cristãos  por  uma  ampla  área  (1:1).  Eles 
estavam sofrendo perseguição (1:6,7) e muito mais haveriam de sofrer (4:12). 
O autor escreveu para encorajá‐los em meio aos sofrimentos. Para tal lembra‐lhes que foram 
gerados  para  uma  “viva  esperança”  (1:3,21;  3:5)  e  que  vivessem  de  tal  modo  a  tornar  esta 
esperança atraente aos pagãos (3:15). 
Que  os  crentes  entendessem  que  tudo  estava  sob  o  controle  de  Deus  (4:19),  que  dirige  a 
história  para  o  bem  daqueles  a  quem  elegeu  (1:2)  e  chamou  (1:15)  e  dos  quais  cuida  nos 
sofrimentos (5:6,7) e aperfeiçoa através dos sofrimentos (5:10). 
Portanto,  sofrer  como  cristão  é  uma  honra  (4:17‐18),  ao  passo  que  sofrer  pelos  erros  que 
cometeu é vergonha.  
Também há na carta exortações e conselhos práticos que orientam os relacionamentos do dia‐
a‐dia (2:13‐3:17). 
 
AUTORIA 
O autor se identifica na saudação (1:1) e afirma ter isto testemunha dos sofrimentos de Jesus 
(5:1).  Ademais,  as  similaridades  na  fraseologia  entre  esta  carta  e  os  sermões  de  Pedro 
registrados  em  Atos  (cf.  I  Pe  1:20;  At  2:23;  I  Pe  4:5;  at  10:42)  tanto  quanto  a  presença 
marcante  do  ensino  de  Jesus  na  carta  (cf.  I  Pe  2:12,13‐17;  2:21;3:14;  4:13;  Mt  5:10‐12,16; 
10:38; 17:24‐27) apontam para a autoria petrina. 
 
DATA 
Se  “Babilônia”,  em  5:13,  é  símbolo  oculto  para  Roma,  a  presença  de  Pedro  em  Roma  no 
período próximo a sua morte encaixa‐se com as informações da igreja primitiva. Além de ficar 
fácil explicar a presença de Marcos (cf. II Tm 4:11) e Silvano com ele. 
As datas prováveis são 63‐64 dC, antes da perseguição por Nero e do segundo aprisionamento 
de Paulo, ou 65‐68, depois da morte de Paulo e  antes da morte de Pedro. 
ESBOÇO 
 
I. A vocação do crente:  
a. sua salvação (1:3‐12) 
b. sua santificação (1:13‐2:12) 
II. A submissão do crente (2:13‐3:12) 
III. O sofrimento do crente (3:13‐5:14) 
 
COMENTÁRIO 
(I) Após  a  saudação  usual  (1:1,2),  Pedro  descreve  a  obra  trinitária  da  salvação  dos 
crentes sob uma perspectiva futura (1:3‐5), um gozo presente (1:6‐9) e a predição 
feita no passado, pelos profetas (1:10‐12). 
Esta salvação implica em certos deveres que os salvos assumem em relação a si mesmos (1:13‐
21)  e  para  com  a  sociedade  (1:22‐25).  Este  crescimento  em  santidade  acontece  tanto  em 
termos individuais (2:1‐3,11,12) como coletivamente (2:4‐10). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 16 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

(II) Os  crentes  devem estar submissos às  autoridades constituídas (2:13,14) a fim de 


promover a justiça (2:15,17), nas relações de trabalho (2:18‐25), familiares (3:1‐7) 
e na igreja (3:8‐12). 
(III) O tema do sofrimento é freqüentemente retomado por Pedro. Ele já o mencionou 
em 1:6‐7;  2:12,18‐20,  sendo Cristo o  supremo modelo (2:21‐25). Em  3:13‐16, ele 
exorta seus  leitores a uma vida reta, talvez em face de uma possível chegada de 
maiores  perseguições.  Em  3:17  ele  afirma,  pela  segunda  vez  (ver  2:20),  que,  se 
porventura  os  crentes  vierem  a  sofrer,  que  seja  por  causa  da  justiça  e  não  por 
terem feito o mal (ver ainda 4:15‐16), como Cristo também sofreu (3:18‐22). 
O propósito dos sofrimentos é levar‐nos à vontade de Deus e a rejeitarmos os costumes dos 
homens  mundanos  (4:1‐6).  Que  em  meio  às  dificuldades  os  crentes  se  edificassem 
mutuamente pela oração, exercícios do amor e dos dons espirituais (4:7‐11). E que os crentes 
não  estranhem  as  dificuldades  que  surgirão.  Deus  tem  tudo  sob  o  Seu  controle  e  um  dia  os 
crentes serão vindicados (4:12‐19). 
Em  5:1‐4  há  uma  palavra  especial  dirigida  aos  presbíteros  da  igreja.  A  forma  como  devem 
pastorear o “rebanho de Deus” é com mansidão, a motivação é não “por torpe ganância”, e a 
maneira como devem fazê‐lo é “servindo de exemplo ao rebanho”. 
A igreja como um todo deve se revestir de humildade para com Deus e uns para com os outros 
(5:5‐7), ser vigilante e resistir ao diabo (5:8,9), certa de que sua vocação à eterna glória será, 
por Deus, consumada (5:10,11). 
Pedro  conclui  com  saudações  e  bênção,  mencionando  Silvano  e  Marcos  e  esclarecendo  o 
propósito da carta (5:12‐14). 
 

II PEDRO
Pelos capítulos dois e três, fica claro que o propósito desta carta era advertir os leitores contra 
a  heresia  introduzida  pelos  falsos  mestres.  Contra  a  moralidade  frouxa  e  a  negação  da 
realidade  da  vinda  de  nosso  Senhor.  Pedro  contende,  estabelecendo  o  verdadeiro 
conhecimento  da  fé  cristã  como  o  melhor  antídoto  para  aquela  doutrinação  herética  (1:2,3; 
3:8,18). 
A  evidência  do  verdadeiro  conhecimento  é  o  tema  do  primeiro  capítulo.  Pedro  relembra  a 
necessidade  dos  crentes  crescerem  nas  virtudes  cristãs  bem  como  afirma  aos  seus  leitores 
quão  digna  de  crédito  é  a  fé  cristã,  apoiada  sobre  testemunhas  oculares  (1:16‐18)  e 
comprovada pelas profecias divinamente inspiradas (1:20,21). 
Ao contrario das predições dos verdadeiros profetas do Antigo Testamento, os falsos mestres 
receberão  a  devida  condenação  (1:9).  Sua  negação  de  Cristo  (2:1),  seu  desafio  à  autoridade 
apostólica (2:2,10‐16,18,19; 3:3), sua avareza (2:3,14,15) e seu escárnio com  respeito à volta 
de Cristo (3:1‐16) caracteriza‐os como heréticos, contra os quais esta carta peleja. 
 
AUTORIA 
O  autor  afirma  ser  “Simão  Pedro,  servo  e  Apóstolo  de  Jesus  Cristo”  (1:1).  O  anúncio  de  sua 
morte iminente (1:14) coaduna‐se com as palavras de Jesus em João 21:18. O autor afirma ter 
estado presente na transfiguração (1:16‐18), no que é apoiado pelas narrativas dos Evangelhos 
(Mt 17:1‐8; Mc 9:2‐8; Lc 9:26‐28). Por duas vezes afirma ser Apóstolo (1:1; 3:2); diz que esta é 
sua segunda carta (3:1) e chama Paulo de “nosso amado  irmão” (3:15), adequando  somente 
para alguém que o conhecia bem e o tem como seu igual. 
DATA 
Conforme II Pe 3:1 esta carta foi escrita aos mesmos leitores de I Pedro (1:1). Sendo. Portanto, 
uma  carta  circular  e  necessariamente  composta  entre  a  primeira  carta  e  o  martírio  do 
Apóstolo (provavelmente em 68 dC). Se I Pedro foi escrita por volta de 64‐65 dC, II Pedro teria 
sido entre 65 e 68 dC. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 17 


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Pastorais, Hebreus e Gerais

 
ESBOÇO 
 
II. O verdadeiro conhecimento da fé cristã (1:1‐21) 
III. Falsos mestres e falso ensino (2:1‐22) 
IV. A veracidade da vinda do Senhor e a vida presente sob essa perspectiva 
(3:1‐18) 
 
COMENTÁRIO 
(I) Após a saudação (1:12) Pedro afirma a suficiência do conhecimento de Cristo para 
uma  plena  vida  cristã  (1:3)  e  relembra  aos  leitores  da  corrupção  da  qual 
escaparam  e  das  “grandíssimas  e  preciosas  promessas”  (1:4)  que  lhes  foram 
dadas. 
Por  isso,  Pedro  insiste  com  eles  para  que  avancem,  que  ascendam  na  escada  das  virtudes 
cristãs  das  quais  a  fé  é  o  primeiro  degrau  (1:5‐7):  virtude,  ciência,  temperança,  paciência, 
piedade, amor e caridade. É o crescimento nestas virtudes que provam a eleição e confirmam 
a entrada no reino (1:8‐11). 
Tal conhecimento é cabalmente comprovado pelo aparecimento histórico do Salvador, tendo 
sido  testemunhado  pelos  apóstolos  (1:12‐18)  e  pelo  testemunho  prévio  das  Escrituras 
inspiradas pelo Espírito Santo (1:19‐21). 
(II) As afirmações de Pedro acerca da verdadeira profecia o levam a denunciar o falso 
ensino  da  parte  de  falsos  mestres  que  surgiam  de  dentro  da  igreja  (2:1‐3;  cf.  At 
20:30).  A  descrição  que  o  autor  faz  desses  mostra  a  certeza  da  sua  condenação 
(2:4‐9), a corrupção do seu car;ater (2:10‐16) e o perigo do seu ensino (2:17‐22). 
(III) Pedro  assevera  que  o  melhor  antídoto  contra  o  falso  ensino  é  o  testemunho 
verdadeiro  da  profecia  do  Antigo  Testamento  e  dos  apóstolos  (3:1,2).  Contra 
aqueles que negam a vinda do Senhor com base no argumento de que Deus não 
intervém em sua criação (3:3,4), o autor cita dois eventos passados (a criação e o 
dilúvio)  e  um  futuro  (a  recriação  deste  mundo  sob  fogo)  (3:3‐7).Além  disso,  a 
aparente delonga do retorno de nosso senhor se deve à diferente perspectiva de 
Deus  quanto  ao  tempo,  em  relação  à  nossa  (3:8)  e  ao  Seu  propósito  em  salvar 
todos  os  eleitos  (3:9).  No  entanto,  o  grande  dia  virá  (3:10‐13)  e  os  crentes  o 
aguardam vivendo em santidade e crescendo “na graça e conhecimento de nosso 
Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (3:14‐18). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 18 


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Pastorais, Hebreus e Gerais

CAPÍTULO SEXTO
EPÍSTOLAS GERAIS
JUDAS
Lamentavelmente  a  epístola  de  Judas  é  bastante  desconhecida  dos  cristãos,  não  obstante 
possua  uma  importante  mensagem  aos  leitores  modernos  e  a  mais  bela  bênção  do  Novo 
Testamento:  “Ora,  àquele  que  é  poderoso  para  vos  guardar  de  tropeçar  e  apresentar‐vos 
irrepreensíveis, com alegria,  perante a sua glória. Ao ;único Deus sábio, Salvador nosso, seja 
glória e majestade , domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém” (Jd 24,25). 
Analisemos  a  carta  de  Judas  aqui,  antes  de  vermos  as  epístolas  de  João,  pela  inegável 
semelhança entre esta carta e II Pedro.  
Muito  de  Judas  (3‐18)  é  incrivelmente  semelhante  a  II  Pedro  (2:1‐3:3),  incluindo  o  uso  das 
mesmas palavras e idéias, como demonstra a tabela abaixo: 
 
Desefa 
II PEDRO  Enfoque  Propósito  Descrição  dos Falsos Mestres  c/ Falsos  Doxologia 
JUDAS  Mestres 
Referência  1                5                      8                   14                   17                  24             25 
4  2:1 
Dever 
5  2:5  Julgam.  Caract.  Julgam. 
Divisão  Introdução  do  Conclusão 
Passado  Presentes  Futuro 
6,7  2:4,6  Crente
Tópico  Razão para lutar Como lutar 
8,9  2:10,11  Cenário  Desconhecido 
11,12  2:15,16  Data  Cerca de 66‐80 d.C 
12,13  2:17 
16  2:18 
17  3:2 
18  3:3 
 
Embora  nenhuma  decisão  seja  conclusiva,  a  maioria  dos  estudiosos  acredita  que  Pedro  se 
utilizou de Judas, e não o contrário, na hipótese de um ter usado o outro, como maneira de 
explicar as semelhanças e diferenças. 
Um forte argumento a favor daqueles que acreditam que Pedro utilizou Judas é a premissa de 
ser  mais  provável  um  escritor  posterior  elaborar  a  partir  de  um  documento  mais  antigo,  ao 
invés  de  resumi‐lo.  Para  outros,  que  acreditam  que  Judas  se  utilizou  de  Pedro,  tem  peso  o 
argumento  de  que,  em  Pedro,  no  referir‐se  ao  aparecimento  dos  falsos  mestres,  é 
predominante o uso do tempo verbal futuro, mas Judas o faz com verbos no passado, o que, 
segundo esta linha de pensamento, o colocaria numa data posterior (cf. Jd. 18; II Pe 3:3). 
Pelo que lemos em Judas 3, o autor tencionava escrever aos seus leitores sobre a doutrina da 
salvação, mas a urgência dos últimos acontecimentos o levaram a mudar os planos e manejar 
sua  pena  na  defesa  da  fé.  Judas  considerou  sua  carta  uma  exortação  que  adverte  contra  a 
heresia surgida repentinamente (3). 
 
AUTORIA 
O autor identifica‐se com “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago” (1). Dos seis homens 
chamados Judas no Novo Testamento, Judas Iscariotes (Mc 3:19), Judas da Galiléia (At 5:37) e 
Judas de Damasco (At 9:14) não podem ser, por razões óbvias. Judas Barsabás é improvável (At 
15:22), ele teria usado seu nome completo e não consta que teria um irmão chamado Tiago. 
Judas, filho de Tiago, um dos apóstolos (Lc 6:16; Jo 14:22; At 1:13) idem, pois o autor da carta 
exclui‐se do grupo dos doze (17,18). 
Resta‐nos Judas, meio‐irmão de Jesus, conforme Mt 6:3, que, por razões semelhantes a de seu 
irmão Tiago (Tg 1:1), não usou sua relação natural  com  o Senhor como fonte de autoridade. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 19 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Pastorais, Hebreus e Gerais

Por outro lado, Tiago, era homem conhecido suficientemente para estabelecer a referência de 
sua pessoa (At 15; Gl 1:19). 
 
DESTINATÁRIO 
Pouco  se  pode  afirmar  acerca  dos  leitores  originais  de  Judas.  Do  versículo  três  deduz‐se  ter 
havido estreito relacionamento entre o autor e eles, o que nega a afirmação de que esta carta 
tinha por fim uma circulação geral, originalmente. 
 
DATA 
A data desta carta depende de como ela se relacionava com II Pedro. Se Pedro se utilizou dela, 
ela foi escrita antes de 68 dC, ano provável da morte de Pedro. Se, todavia, Judas fez uso de II 
Pedro, ela se localiza entre a data desta e a morte de Judas (64‐80 dC). 
 
O USO DOS APÓCRIFOS 
Judas  é  o  único  livro  do  Novo  Testamento  que  cita  livros  apócrifos.  Há  uma  citação  direta 
(14,15) de I Enoque (1:9) e uma possível citação da Assunção de Moisés (9).  
Duas verdades podem ser salientadas quanto a isso: 
 
(1) Judas, ao citar esses livros, não lhes atribui qualquer autoridade de “Escritura”. Ele 
apenas  faz  uso  de  literatura  conhecida  de  seus  leitores  para  ilustrar  sua 
advertência. Assim também como Paulo se refere a escritores pagãos (At 17:28; I 
Co  15:33;  Tt  1:12),  faz  uso  da  tradição  rabínica  (II  Tm  3:8)  e  cita  um  “midrash” 
judaico (I Co 10:4). 
(2) A  inspiração  divina  capacita  os  escritores  a  selecionarem  verdades  dentre  a 
tradição (Lc 1:1‐4). 
 

ESBOÇO 
 
I. Introdução (1‐4) 
II. Denúncia da impiedade e anúncio do julgamento dos falsos mestres (5‐16) 
III. Exortação e bênção final (17‐25) 
 

COMENTÁRIO 
(I) Após  a  saudação  (1,2)  Judas  esclarece  o  propósito  de  sua  carta  e  explica  uma 
mudança  de  planos  motivada  pelo  recente  movimento  que  exige  uma  urgente 
reação (3,4). 
(II) Ao  relembrar  aos  seus  leitores  exemplos  de  incredulidade  no  passado  (5‐7),  o 
autor  mostra  que  estes  novos  mestres  são  da  mesma  natureza  ímpia  daqueles 
exemplos  da  história  (8‐11).  Segue‐se  a  descrição  dos  falsos  mestres  e  sua 
condenação (12‐16). 
(III) A exortação aos fiéis começa com um lembrete da advertência apostólica (17‐19), 
seguida do dever pessoal (20,21) e de uns para com os outros (22,23), e termina 
com uma doxologia (24,25). 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 20 


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CAPÍTULO SÉTIMO
EPÍSTOLAS GERAIS
JOÃO

AS EPÍSTOLAS DE JOÃO
O Apóstolo João contribuiu com cinco livros para o cânon do Novo Testamento: O Evangelho 
de  João,  as  três  epístolas  que  ora  analisamos  e  o  Apocalipse.  Isto  faz  de  João  o  autor  mais 
versátil do NT, por ser o único a escrever nos três tipos de literatura encontrados ali: histórico, 
epistolar e apocalíptico. 
 
AUTORIA 
II e III João são, com justiça, denominadas de “irmãs gêmeas”. Uma simples comparação entre 
elas demonstra que, inquestionavelmente, provieram do mesmo autor, como revela a tabela 
abaixo: 
 
II JOÃO  III JOÃO 
1  1 
4  3 
10,11  8, 9, 10 
12  13,14 
 
Enquanto que a terceira  epístola foi destinada a um  indivíduo,  a segunda foi a  uma  igreja, o 
que explica as diferenças e a razão para que existam duas, e não só uma. 
Uma  nova  comparação  entre  II  e  III  João  com  a  I  João,  uma  carta  mais  extensa,  torna 
indubitável que todas provieram do mesmo autor. 
 
I JOÃO  II JOÃO 
1:4  12 
1:6,7; 2:6,11  4 
2:7  5,6 
2:14,24  2 
2:18; 4:1‐5  7 
2:23  9 
3:6,9  III Jo 11 
 
“Dos treze versículos de II João, pelo menos sete podem ser combinados com versículos de I 
João.  É  inescapável  o  fato  de  que  todas  as  três  epístolas  vieram  da  mesma  mão”  (Broadus 
David Hale). 
Avançando  o  raciocínio,  é  igualmente  impressionante  a  semelhança  de  palavras,  conceitos  e 
estilo entre as epístolas de João e o seu evangelho, especialmente entre esse e a carta mais 
extensa (I João). 
O quadro abaixo fornece algumas semelhanças entre o quarto evangelho e I João, no que têm 
em comum uma ou ambas as outras epístolas. 
 
Evangelho  I João  II João  III João 
2:24  4:1‐3  7   
8:31  3:18  1  1 
10:18  4:21  4  3 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 21 


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13:34  2:7  5   
14:21  5:3  6   
15:11; 16:24  1:4  12,13  13,14 
21:24    12
 
Já  determinamos  no  estudo  do  evangelho  de  João  que  este  Apóstolo,  o  “discípulo  a  quem 
Jesus  amava”,  filho  de  Zebedeu  e  irmão  de  Tiago,  o  escreveu  sendo  ele  o  mesmo  autor  das 
epístolas joaninas. 
 

DATA 
As epístolas de João foram escritas entre os anos 80 e 90 d.C. Contribuem para isso os fatos de 
que  o  evangelho  as  precedeu  e  da  falta  de  menção  a  perseguições,  o  que  as  encaixaria  no 
período anterior à perseguição sob Domiciano. 
 

LOCAL DA COMPOSIÇÃO 
Pelas epístolas de Paulo aos Colossenses e a Timóteo e pelas cartas de Pedro, fica estabelecido 
que  a  heresia  gnóstica  estava  se  introduzindo  na  Ásia  Menor.  Acresça‐se  a  isso  as  tradições 
mais antigas que associavam João e sua literatura com Éfeso, capital daquela região. 

I JOÃO
Pelo que vimos acima, I João teria sido escrita a uma igreja, ou grupo de igrejas da Ásia Menor, 
em  torno  de  Éfeso,  para  advertir  seus  leitores  acerca  do  ensino  de  homens  heréticos  (2:18; 
4:1‐5). Tais mestres saíram de dentro da igreja, pelo que fica provado que não eram crentes 
(2:19;  4:1‐3).  O  ensino  que  negava  a  encarnação  de  Cristo  (4:3),  sua  vida  incoerente  com  o 
andar cristão (2:6‐10) e sua falta de amor (4:7‐13, 20,21) denunciavam sua natureza espúria. 
Como antídoto ao falso ensino, João enfatiza que o cristianismo autêntico caracteriza‐se pela 
fé em Jesus como o Cristo vindo em carne (4:2; 5:1,12,13), a obediência aos mandamentos de 
Deus  (2:15‐17;  2:29‐3:10)  e  uma  atitude  de  amor  a  Deus  e  ao  próximo  (2:4‐11,15;  3:11‐18; 
4:19‐21). 
 
ESBOÇO 
 
I. Introdução (1:1‐4) 
II. As provas para a comunhão (1:5‐2:14) 
III. As precauções para a comunhão (2:15‐28) 
IV. Características da comunhão (2:29‐5:3) 
V. Conseqüências da comunhão (5:4‐21) 
 
COMENTÁRIO 
(I) A introdução de João declara que a base de sua mensagem é a realidade histórica 
de Jesus Cristo (1:1‐4). Através desta mensagem é possível haver comunhão com o 
Pai, com o filho e com outros crentes. 
(II) É necessário que uma confissão em Cristo seja acompanhada por uma obediência 
prática aos mandamentos de Deus. Quando um crente peca, ele é perdoado, mas 
nem por isso ele economizará esforços na prática dos mandamentos de Deus. Esta 
atitude é prova de que conhece e pertence a Deus (1:5‐2:11). Ademais, os crentes, 
já perdoados e em comunhão com Deus, são fortalecidos para que possam vencer 
as tentações (2:12‐14). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 22 


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(III) As precauções para a comunhão são tanto práticas quanto doutrinárias (2:15‐23). 
De sorte que, em contraste com os “anticristos”, os crentes têm o conhecimento 
da verdade e a unção do Santo para não precisarem dar ouvidos àqueles (2:24‐28). 
(IV) Em seguida, João introduz o tema da regeneração e declara ser esta demonstrada 
na retidão (2:29‐3:10) e no amor (3:10‐23). Em 3:24 é iniciado o tema da habitação 
de  Deus  em  nós,  pelo  Espírito.  A  presença  do  Espírito  confirma  a  encarnação  de 
Cristo e a doutrina apostólica (4:1‐6) tanto quanto se revela pelo amor aos irmãos 
como  reflexo  da  realidade  da  encarnação  (4:7‐16).  Também  antecipa  a  perfeita 
comunhão  por  vir  pela  vitória  sobre  o  temor  (4:17‐19).  Em  4:20‐5:3  João 
novamente une os temas do amor e obediência a Deus e do amor ao próximo. 
(V) A  vitória  sobre  o  mundo  é  a  experiência  do  homem  regenerado,  que  tem  fé  em 
Jesus  (5:4,5),  plenamente  testificado  como  o  Cristo  (5:6‐13).  Segue‐se  a 
experiência do acesso a Deus, em oração (5:14‐17). 
(VI) A carta é concluída com três certezas (5:18‐20) e uma exortação (5:21). Primeira, 
que  o  homem  regenerado  não  permanece  no  pecado  (18);  segunda,  que  somos 
possessão de Deus (19) e terceira, que temos a vida eterna em Jesus Cristo (20). 
 
I Jo 5.18‐21 – 3 certezas: 
(1) O pecado é uma ameaça à comunhão e deve ser considerado algo estranho na posição 
do crente em Cristo (cf; Rm 6); 
(2) O crente está em Deus contra o sistema satânico do mundo; 
(3) A encarnação produz verdadeiro conhecimento e comunhão com Cristo. Visto ser Ele 
“o verdadeiro Deus e a vida eterna”, aquele que o conhece deve fugir do engodo de 
qualquer substituto. 

II JOÃO
Esta carta foi endereçada a uma igreja (1,13). O termo “eleita” também é usado em I Pe 5:13 
para referir‐se a uma igreja. 
O propósito desta carta é advertir a igreja contra a heresia do gnosticismo (7‐9) e adverti‐los a 
não darem boas vindas aos “anticristos”, mestres do erro (10,11). 
 

ESBOÇO 
I. Saudação (1‐4) 
II. Cumprir o mandamento já dado (5‐6) 
III. Conservar a verdade já possuída (7‐9) 
IV. Não receber falsos mestres (10,11) 
V. Conclusão e saudação final (12,13) 
 
COMENTÁRIO 
(I) Na introdução, o Apóstolo João apresenta‐se como “o presbítero” e fala da sua 
alegria de ver os crentes no amor e na verdade (1‐4). 
(II) Segue‐se uma exortação para que continuem no mandamento da verdade e do 
amor. (5‐6). 
(III) Os heréticos são descritos como aqueles que negam a encarnação de Jesus (7). 
Aqui a igreja é exortada a conservar a doutrina que os “anticristos” negam (8), 
permanecendo a certeza de que “quem persevera na doutrina de Cristo, esse 
tem tanto ao Pai como ao Filho” (9). 
(IV) Que os heréticos não recebam atenção nem hospitalidade para que o seu erro 
não seja promovido (10,11). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 23 


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(V) A carta é concluída com a esperança do autor em ver seus leitores (12) e com 
uma saudação final da parte da igreja de onde ele escreve (13). 
 

III JOÃO
Esta  carta  é  escrita  a  um  desconhecido  nosso  chamado  Gaio  (1).  João  se  refere  a  uma  carta 
anterior escrita à igreja, mas que um certo Diótrefes havia censurado e recusado hospitalidade 
aos enviados do Apóstolo (9). 
Diótrefes  não  apenas  não  recebeu  os  mensageiros  de  João,  como  também  excluiu  da  igreja 
aqueles que quiseram recebê‐los (10). 
Os mensageiros retornaram a João com as notícias e ele agora escreve a Gaio, solicitando‐lhe 
ajuda para aqueles missionários (5,6). 
Demétrio  é  colocado  em  contraste  com  Diótrefes  e,  possivelmente,  um  excluído  da  igreja  e 
seguidor fiel da verdade (12). 
 
ESBOÇO 
 
I. Saudação (1) 
II. Oração por saúde e alegria pela fidelidade (2‐4) 
III. Elogio pelo amparo aos missionários (5‐8) 
IV. Diótrefes é condenado pela inospitalidade e presunção (9,10) 
V. Elogio a Demétrio (11,12) 
VI. Saudação final (13,14) 
 
COMENTÁRIO 
(I) O autor identifica a si como “o presbítero” e o destinatário como “Gaio” (1). 
(II) O Apóstolo afirma seu amor por Gaio e seu interesse pelo seu bem estar físico 
e  espiritual  além  de  registrar  sua  alegria  por  saber  que  ele  está  firme  na 
verdade (2‐4). 
(III) João  solicita  a  Gaio  que  conceda  amparo  aos  seus  enviados,  para  que,  com 
isso, promova a verdade (5‐8). 
(IV) Segue‐se denúncia contra Diótrefes no que o autor afirma que seu problema é 
procurar “ter entre eles o primado”, ou seja, arrogância (9,10). 
(V) Ao  contrário,  em  favor  de  Diótrefes,  pesa  o  testemunho  da  verdade  e  dos 
crentes (11,12) de que “tem visto a Deus”. 
(VI) O  autor  tem  mais a escrever,  mas  porquanto  planeja  ver seus  leitores  face  a 
face, falará com eles pessoalmente. Segue a saudação final (13‐15). 
• Ao contrário de 1 e 2 Jo o autor não faz menção direta ao nome de Cristo. O VS 7  é 
uma menção indireta. 

I, II E III JOÃO
João reúne os conceitos que apresentou numa cadeia circular de 6 elos, a qual começa com o 
amor pelos irmãos (4.20 – 5.17): 
(1) O amor pelos crentes é o produto inseparável do amor por Deus (4.20‐5.1); 
(2) O amor por Deus emana da obediência a Seus mandamentos (5.2‐3); 
(3) A obediência a Deus é o resultado da fé em Seu Filho (5.4‐5); 
(4) Esta fé em Jesus, que era o Cristo n]ao só em seu batismo (a água), mas também em 
sua morte (o sangue; 5.6‐8); 
(5) O divino testemunho quanto à pessoa de Cristo é digno de plena confiança (5.9‐13); 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 24 


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(6) Esta  fé  produz  convicto  acesso  a  Deus  em  oração  (5.14‐17).  Visto  que  a  oração 
intercessória é uma manifestação do amor pelos outros a cadeia se fecha. 

É permitida a reprodução deste material para uso do Evangelho 
Citações da Bíblia da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (ACF), 
© 1994 1995, 1996, 1997. Novo Testamento © 1979‐1997. 
 
Autoria: Pr. Ary Queiroz Vieira Junior 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 25 

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