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POSICIONAMENTO DE MOÇAMBIQUE
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Fluxos Comerciais em Moçambique: Tendências e Medidas de Política
Edição de 2016
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
POSICIONAMENTO DE MOÇAMBIQUE
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Fluxos Comerciais em Moçambique: Tendências e Medidas de Política
Edição de 2016
FICHA TÉCNICA
TITULO:
Posicionamento de Moçambique no Comércio Internacional
REVISÃO:
Sabado Matsolo, Cláudia Langa, José Leonardo, Agonias Macia, Calado Silva,
Samuel Zita, Masaki Mifune e John Barns.
PRODUÇÃO:
Ministério da Indústria e Comércio (MIC)
Direcção de Planificação e Estudos - Cláudia Correia Langa e José Leonardo
Direcção Nacional Comércio Interno - Isabel Simango
Quadro Integrado Reforçado - Herlander Namuiche e Samuel Zita
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Masaki Mifune
MAQUETIZAÇÃO GRÁFICA:
Elográfico
EDIÇÃO:
1.ª Edição – 2016
TIRAGEM:
500 Exemplares
PUBLICADO POR:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Figuras
Figura 1.1: Grau de abertura comercial 2000-2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Figura 1.2: Balança corrente e fluxo de capital em Moçambique 2010-2014 . . . . . . . . . . . . . . 2
Figura 1.3: Principais produtos comerciais exportados de Moçambique 2000 e 2015 . . . . . . . . . 3
Figura 1.4: Tendência dos preços de commodities (Índice, 2005=100) . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Figura 1.5: Destinos das exportações e origem das importações de Moçambique (média, 2011-2015) . . 4
Figura 2.1: Valor das exportações de megaprojectos/indústria extractiva 2000-2015 (produtos
seleccionados) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 2.2: Valor das exportações, culturas de rendimento e alimentares 2000-2015 (produtos
seleccionados) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 2.3: Destinos das exportações por produto (média, 2011-2015). . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 2.4: Castanha de cajú exportada por Moçambique e tendência global . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 2.5: Destinos das exportações de castanha de cajú (média, 2006-2010 e 2011-2015) . . . . . 9
Figura 2.6: Gergelim exportado por Moçambique e tendência global. . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 2.7: Destinos das exportações de gergelim (média, 2006-2010 e 2011-2015) . . . . . . . . . 10
Figura 2.8: Amêndoa exportada por Moçambique e tendência global . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Tabelas
Tabela 1.1: Principais parceiros comerciais de Moçambique (média, 2011-2015) . . . . . . . . . . . 4
Tabela 2.1: Carteira dos principais produtos exportados e importados em Moçambique . . . . . . . 5
Tabela 2.2: Ranking mundial das exportações de castanha de cajú . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Tabela 2.3: Ranking mundial das exportações de gergelim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Tabela 2.4: Ranking mundial das exportações de amêndoa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Tabela 2.5: Ranking mundial das exportações de algodão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Tabela 2.6: Ranking mundial das exportações de banana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Tabela 2.7: Ranking mundial das exportações de açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Tabela 2.8: Ranking mundial das exportações de crustáceos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Tabela 4.1: Acordos de comércio preferencial – Moçambique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Tabela 4.2: Acordos bilaterais de investimento – Moçambique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Tabela 4.3: Ranking do Doing Business 2016 (comparação com países seleccionados
na África Subsaariana) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Tabela 4.4: Ranking da GCI 2015-2016 (comparação com países seleccionados na África Subsaariana). . 49
Tabela 4.5: Ranking do LPI 2016 na África Subsaariana (comparação com países seleccionados) . . 50
Quadros
Quadro 1.1: Os preços de commodities voláteis desestabilizam a economia. . . . . . . . . . . . . . 3
Quadro 2.1: Segurança alimentar e comércio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Quadro 3.1: Mudança nos hábitos alimentares e diversificação da procura de alimentos . . . . . . . 29
Quadro 3.2: Consumo em países em desenvolvimento e emergentes – Base da Pirâmide . . . . . . 33
Quadro 3.3: COP 21 e previsão da procura de energia – Cenário de Transição da IEA . . . . . . . . 34
Quadro 3.4: Cadeia de Valor Global (CVG) – oportunidades e riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Quadro 3.5: Comércio e Agenda de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Quadro 4.1: Funções atribuídas ao Minsitério da Indústria e Comércio . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Quadro 4.2: Mecanismo coordenação de questões ligadas ao Comércio – Ajuda ao Comércio
e QIR em Moçambique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Quadro 4.3: Índice de Desempenho Logístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Fluxos comerciais em
Moçambique: Tendência e
Medidas de Política
1.1 Panorama geral do Comércio em Moçambique
As reformas de políticas e a boa gestão macroeco- O Índice de Abertura Comercial mede a relação
nómica têm sido factores importantes para estimu- entre o valor combinado das importações e ex-
lar o desenvolvimento económico de Moçambique portações em relação à dimensão do PIB. A Fi-
ao longo dos últimos 15 anos, garantindo uma das gura 1.1 ilustra a importância da influência do co-
taxas de crescimento mais altas para as economias mércio na mudança a economia moçambicana.
não-petrolíferas africanas, com o crescimento real Verificou-se uma mudança notável na pontuação
anual do PIB durante o período 2002-2012 a regis- de Moçambique no índice desde 2000, em com-
tar uma média de 7,5 %. paração com as médias regionais e mundiais,
facto que sugere uma constante reintegração do
As reformas económicas desde 2000 resultaram na
comércio de Moçambique nas redes comerciais
reintegração gradual da economia nos mercados
regionais e mundiais.
regional e mundial, com impacto directo na estrutu-
ra comercial do país e permitindo que o comércio Uma análise mais detalhada do valor das impor-
desempenhasse um papel importante na facilita- tações e exportações como percentagem do PIB
ção do crescimento económico. durante o mesmo período mostra que as mudan-
ças na abertura comercial parecem ser, em grande
As características do comércio em Moçambique
medida, impulsionadas pelas exportações no pe-
mudaram significativamente nos últimos 15 anos,
ríodo 2000-2002 e pelas importações no período
uma vez que tanto as importações como as expor-
2008-12. Esta situação quase certamente reflecte
tações cresceram dramaticamente em resultado do
o início da exportação do alumínio no início da dé-
Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em mega-
cada e a importação de máquinas e equipamentos
projectos, e é provável que essa dinâmica continue
associados aos investimentos no sector de energia
num futuro previsível, com o potencial comercial do
e recursos minerais, principalmente carvão e gás
país a tornar-se uma realidade, particularmente no
natural, no fim da década passada e início da dé-
sector extractivo.
cada corrente.
(% de PIB) (% de PIB)
120 120
100 100
80 Guiado 80
pelas
importações
60 60
40 40
20 Guiado 20
pelas
exportações
0 0
00
06
07
08
09
10
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00
02
04
06
08
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20
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20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
As importações de bens e serviços (% do PIB) Moçambique África Subsariana Mundo
As exportações de bens e serviços (% do PIB)
Fonte: World Bank
Esta tendência é confirmada na Figura 1.2, que valor das exportações nos últimos 3 anos. Isto re-
ilustra o crescimento modesto do valor das expor- sultou num maior défice da balança corrente desde
tações durante o período de 2010-14, mas um cres- 2010, embora, como a Figura 1.2 indica, este tenha
cimento substancial das importações no mesmo sido compensado pelo crescimento constante do
período, com as importações a atingir o dobro do IDE durante o mesmo período.
(Milhões de USD)
8.000
6.000
4.000
2.000
-
(2.000)
(4.000)
(6.000)
(8.000)
(10.000)
2010 2011 2012 2013 2014
Bens - exportações 2.333 3.118 3.856 4.123 3.916
Bens - importações (3.512) (5.368) (7.903) (8.480) (7.952)
Conta Corrente (1.525) (2.997) (6.371) (6.254) (5.797)
IDE 1.018 3.559 5.629 6.175 4.349
Fonte: INE
A natureza dos produtos exportados por Moçam- 80% do total das exportações em 2000. No entan-
bique registou uma mudança significativa ao longo to, embora a exportação destes produtos tenha
dos últimos 15 anos, conforme ilustrado na Figu- continuado, o impacto do IDE na composição dos
ra 1.3. Moçambique é tradicionalmente conhecido principais produtos de exportação de Moçambique
pela exportação de crustáceos (principalmente tornou-se visível em 2015 com a exportação de alu-
camarão, carangueijo e lagosta) e de culturas de mínio, carvão, gás natural, areias pesadas e pedras
rendimento como a castanha de caju, o algodão, o preciosas, que representam cerca de 70% dos pro-
tabaco e o açúcar; estes produtos representaram dutos de exportação.
2000
(364 milhões USD)
Alumínio Outros
Crustáceos Outros
Algodão
Electricidade Areias
Gás Natural Pesadas
Castanha de Cajú
Pedras
Electricidade Alumínio Tabaco Acúcar Carvão Tabaco Acúcar Preciosas
Fonte: UN Comtrade
A instabilidade dos preços dos produtos de base pode ter diversos impactos negativos no crescimento económi-
co, provocando uma instabilidade na balança comercial e nas receitas do Estado e uma inflação imprevisível no
mercado interno para os consumidores finais.
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
01
03
05
07
09
11
13
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01
03
05
07
09
11
15
20
20
20
20
20
20
20
20
1
20
20
20
20
20
20
20
20
Figura 1.5: Destinos das exportações e origem das importações de Moçambique (média, 2011-2015)
Destinos das exportações Origem das importações
EUA
2%
Reino Unido
3%
Itália
2% Outros
21% Países Baixos Outros
Suíça 29% 23% África do Sul
2% 32%
Japão
3%
A Tabela 2.1 apresenta um resumo dos principais alumínio, os minerais e as culturas de rendimento,
produtos de exportação e importação de Moçam- enquanto as importações incluem a gasolina, pro-
bique em três grandes categorias: (i) megaprojec- dutos industriais e manufacturados, em especial
tos, indústrias extractivas (minerais) e produtos in- veículos, maquinaria e materiais de construção,
dustriais, (ii) culturas de rendimento e (iii) culturas bem como alimentos básicos, nomeadamente ce-
alimentares. As principais exportações incluem o reais, carne e peixe congelado.
Figura 2.1: Valor das exportações de megaprojectos/indústria extractiva 2000-2015 (produtos seleccionados)
(Milhões de USD)
3.000 100%
90% Pedras preciosas
2.500
80%
Areias pesadas
2.000 70%
60% Gás natural
1.500 50%
Carvão
40%
1.000 30% Eletricidade
20%
500 Alumínio
10%
- 0% % do total das exportações - áxis direito
2000 2005 2012 2013 2014 2015
Fonte: UN Comtrade
Figura 2.2: Valor das exportações, culturas de rendimento e alimentares 2000-2015 (produtos
seleccionados)
(Milhões de USD)
700 100%
Castanhas de caju
90%
600
80% Amêndoas
500 70% Gergelim
60% Crustaceances
400
50%
300 Banana
40%
30% Algodão
200
20% Açucar
100 10% Tabaco
- 0% % do total das exportações - áxis direito
2000 2005 2012 2013 2014 2015
Fonte: UN Comtrade
A Figura 2.3 resume os principais destinos das ex- altere significativamente assim que iniciar a exploração
portações em relação aos projectos industriais e a e o processamento de gás no norte de Moçambique.
recursos minerais e culturas de rendimento ao lon-
O mercado de areias pesadas mostra uma maior diver-
go do período de 2011 a 2015.
sidade com as exportações para a Ásia, a Europa e os
Mais de 90% do carvão de Moçambique é exportado EUA, embora a Índia e a China representem os maiores
para a Ásia, com mais de 50% para a Índia e outros mercados. A exportação de alumínio é um caso espe-
25% para a China. Quase todo o gás natural actualmen- cial, com 80% do alumínio produzido a ser exportado
te produzido em Moçambique é exportado para a Áfri- para os Países Baixos, uma vez que o Porto de Roter-
ca do Sul. No entanto, é provável que esta situação se dão é um centro logístico para o comércio da Europa.
Índia Itália
Países Baixos China 17%
25% 52% África do Sul
83% 95% EUA
Espanha 15% China
6% 16%
Fonte: UN Comtrade
5.000
12 20
1.500
4.000
9 15
1.000 3.000
6 10
2.000
500
3 5 1.000
0 - - -
2005 2012 2013 2014 2015
05
06
07
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09
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13
14
20
20
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20
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20
20
20
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20
Volume de exportação Valor de exportação
- áxis esquerdo - áxis direito Volume de exportação Valor de exportação
- áxis esquerdo - áxis direito
8 16
6 12
4 8
2 4
0 0
2005 2012 2013 2014 2015
Volume - castanha de caju Volume - castanha de caju
com casca descascado
Valor - castanha de caju Valor - castanha de caju
com casca descascado
Fonte: UN Comtrade
Esta situação pode ser parcialmente explicada pela importantes, com quotas de mercado de 17% e
percentagem do total de culturas que é processada, 14%, respectivamente (Fig. 2.5)
com a castanha de caju descascada a registar um
A quota do valor da castanha de cajú de Moçam-
valor de mercado superior à castanha de caju com
bique no mercado global caiu significativamente
casca, conforme é ilustrado na Figura 2.5. O valor de
de 2,25% em 2006 para 0,38% em 2014 e o país
mercado mais elevado de castanha de caju descas-
baixou no ranking mundial do 8º para o 16º lugar
cada significa que há potencial de crescimento para
durante o mesmo período (Tabela 2.2). Existe um
a economia de Moçambique para agregar valor antes
crescimento notável na exportação de cajú pelos
de exportar; no entanto, requer uma maior competiti-
países africanos nomeadamente na África Ociden-
vidade para ter acesso aos mercados de exportação.
tal, onde o valor das exportações na Costa do Mar-
A Índia é o principal destino das exportações fim duplicou e o Benim e o Burkina Faso surgiram
de cajú de Moçambique mas nos últimos cinco como exportadores importantes. Quanto à Tanzâ-
anos, os EUA e o Canadá tornaram-se mercados nia, vizinha de Moçambique, o valor das exporta-
Figura 2.5: Destinos das exportações de castanha de cajú (média, 2006-2010 e 2011-2015)
2006-2010 Média 2011-2015 Média
EAU Líbano
1% 2%
Fonte: UN Comtrade
2. Gergelim
Os agricultores moçambicanos têm sido incentivados godão e o tabaco. A primeira fábrica de processamento
a produzir gergelim, uma vez que o preço pago pelo de gergelim em Moçambique foi instalada na cidade
produto é considerado mais favorável que o de outras portuária de Nacala em 2010. Os volumes das expor-
culturas de rendimento mais tradicionais tais como o al- tações mostraram uma variação considerável durante o
40 40 1.500 3.000
30 30
1.000 2.000
20 20
500 1.000
10 10
0 0 - -
05
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20
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20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Fonte: UN Comtrade
3. Amêndoa
A amêndoa é uma cultura de exportação relativa- como um destino de exportação notável (Fig. 2.9).
mente nova para Moçambique, tendo-se registado As exportações para Singapura registaram uma
muito pouca produção antes de 2005. Os volumes e queda significativa ao longo do período 2006-14 e
os valores das exportações mostraram uma variação a China deixou de ser um dos 8 principais destinos
significativa, em contraste acentuado com as ten- de exportação.
dências globais, que têm mostrado um crescimento
Apesar de volumes instáveis de exportação, o
substancial ao longo do período 2005-15 (Fig 2.8)
ranking mundial de Moçambique em termos de
Os Países Baixos continuaram a ser o principal des- valor de exportação de amêndoa melhorou subs-
tino da amêndoa de Moçambique ao longo dos últi- tancialmente, passando do 43º lugar em 2006 para
mos 10 anos mas as exportações para os EUA e a o 14º lugar em 2014, e com uma quota global de
África do Sul registaram um crescimento significa- mercado a aumentar de quase zero para 0,29% no
tivo no período de 2011 a 2015 e a Austrália surgiu mesmo período (Tabela 2. 4).
10 20 1.400 7.000
1.200 6.000
8
15 1.000 5.000
6 800 4.000
10
600 3.000
4
400 2.000
5
2 200 1.000
0 0 - -
05
06
07
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10
11
12
13
14
05
06
07
08
09
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12
13
14
15
20
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20
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20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Índia
China 4% Austrália
4% EUA
9% 9%
EUA
Cingapura 22%
África do Sul 19% África do Sul
18% 20%
Fonte: UN Comtrade
4. Algodão
Historicamente, o algodão tem sido um importante período 2011-15, mas com Singapura, o Vietname
produto de exportação agrícola para Moçambique. e a Malásia a surgirem como parceiros comerciais
Produzido em grandes plantações durante o perí- importantes (Fig. 2.11).
odo colonial, hoje o algodão é uma das principais
A importância de Moçambique como exportador de
fontes de renda para as famílias rurais do centro e
algodão melhorou ligeiramente durante o período
norte de Moçambique.
2006-2014, tendo passado do 23º para o 18º lugar
No entanto, conforme observado no Capítulo 1, o no ranking mundial por valor de exportação e com
preço mundial do algodão é notavelmente volátil a quota do mercado mundial a aumentar de 0,48%
e, em resultado disso, o volume de exportação e o para 0,54% no mesmo período (Tabela 2.5).
valor do algodão moçambicano mostraram uma va-
Os EUA, a Índia e a Austrália são os líderes de mer-
riação considerável ao longo dos últimos 10 anos,
cado, tendo estes dois últimos países mais do que
com o crescimento no período 2010-2013 corres-
duplicado o valor das exportações de algodão ao
pondente à flutuação mundial dos preços (Fig.
longo dos últimos 10 anos. Em África, Moçambique
2.10). O volume e o valor de exportações globais
é ultrapassado por países da África Ocidental, com
também variaram, mostrando um crescimento sig-
o valor das exportações de algodão no Benim e na
nificativo a partir de 2009, registando um pico em
Costa do Marfim a crescer significativamente mais
2012 antes do seu declínio até aos níveis de 2014.
do que em Moçambique, e a Nigéria e o Burkina
A Ásia é o principal mercado do algodão moçam- Faso a ultrapassar Moçambique no ranking mun-
bicano, sendo a Indonésia o principal destino no dial.
60
100 10.000
20.000
50
80 8.000
40 15.000
60 6.000
30
10.000
40
20 4.000
20 5.000
10 2.000
0 -
- -
05
06
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09
10
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05
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20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Volume de exportação Valor de exportação Volume de exportação Valor de exportação
- áxis esquerdo - áxis direito - áxis esquerdo - áxis direito
Fonte: UN Comtrade
Maurícias China
10% 14%
África do Sul
9%
Bangladesh Tailândia
3% 7%
Paquistão
3%
Fonte: UN Comtrade
5. Banana
A banana é uma das culturas frutícolas mais co- África do Sul como principal destino de exportação,
muns cultivadas em Moçambique, mas à seme- embora nos últimos 5 anos o mercado se tenha tor-
lhança do gergelim, a comercialização da banana nado mais diversificado com a entrada notável dos
é um desenvolvimento relativamente recente e a Estados do Golfo (Figura 2.13).
banana é uma cultura de exportação relativamente
O crescimento do valor das exportações de banana
nova para o país. Aproximadamente 60% da produ-
de Moçambique tem sido impressionante nos últi-
ção de banana é realizada em grandes plantações
mos dez anos, com o país a subir do 53º lugar em
comerciais, principalmente em Maputo, Manica e
2006 para o 20º lugar em 2014 e a quota de merca-
Nampula. O volume de exportações e o valor da
do a aumentar de quase zero para 0,41%, no mes-
banana aumentaram significativamente nos últimos
mo período (Tabela 2.6). Parece que Moçambique
10 anos de quase zero em 2004, superando a ten-
tem poucos concorrentes na região da África Aus-
dência global (Figura 2.12).
tral e olhando para África como um todo, Moçam-
O mercado de banana de Moçambique ao longo bique é ultrapassado na África Ocidental apenas
dos últimos 10 anos tem sido dominado pela vizinha pelos Camarões e pela Costa do Marfim.
20.000 12.000
90 30
15.000 9.000
60 20
10.000 6.000
30 10
5.000 3.000
- - - -
15
04
06
08
10
12
13
14
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Volume de exportação Valor de exportação Volume de exportação Valor de exportação
- áxis esquerdo - áxis direito - áxis esquerdo - áxis direito
Fonte: UN Comtrade
Arábia Saudita
18%
África do Sul
82% África do Sul
69%
Fonte: UN Comtrade
6. Açúcar
50.000
300 150 60.000
40.000
20.000
100 50 20.000
10.000
- - - -
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
2005 2007 2009 2010 2013 2015
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Volume de exportação - áxis esquerdo Volume de exportação - áxis esquerdo
Valor de exportação - áxis direito
Valor de exportação - áxis direito
Volume de importação - áxis esquerdo
Valor de importação - áxis direito
Fonte: UN Comtrade
Portugal
7%
Fonte: UN Comtrade
7. Crustáceos
Moçambique é famoso pelos seus mariscos, No entanto, a importância destes mercados redu-
sendo que o camarão representa cerca de 80% ziu nos últimos 5 anos, com volumes crescentes a
do volume de exportações de crustáceos. Não serem exportados para a Ásia, principalmente para
obstante, os volumes e o valor das exportações a China, que é responsável por 18% do volume de
caíram em dois terços nos últimos dez anos, em exportações.
contraste com as tendências globais em que os
O declínio no valor das exportações de crustáce-
volumes aumentaram de forma constante e os va-
os moçambicanos está reflectido no seu ranking
lores das exportações aumentaram significativa-
mundial, que caiu do 30º lugar em 2006 para o
mente (Figura 2.16).
44º lugar em 2014, com uma queda na quota de
A Europa é o principal destino das exportações mercado mundial de mais de dois terços de 0,63%
de crustáceos de Moçambique, com a Espanha e para 0,19% no mesmo período (Tabela 2.8). Numa
Portugal a assumirem consistentemente o controlo perspectiva mais positiva, Moçambique parece ter
de 50% do volume de exportações (Figura 2.17). poucos concorrentes regionais neste sector.
2.500 25.000
20 80
2.000 20.000
15 60
1.500 15.000
10 40
1.000 10.000
5 20
500 5.000
- - - -
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Volume de exportação Valor de exportação Volume de exportação Valor de exportação
- áxis esquerdo - áxis direito - áxis esquerdo - áxis direito
Fonte: UN Comtrade
China
Portugal 18% Espanha
23% 26%
Fonte: UN Comtrade
600 30
550
500 28
450
26
400
350 24
300
250 22
200
10
150
100
18
50
0 16
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
População Moçambique Arroz Trigo
- áxis direito
Milho Peixe congelado Animais vivos & Carnes
Além disso, prevê-se que a população de Moçam- sem um aumento substancial da produção agrícola
bique continue a crescer exponencialmente, atin- nacional, a importação de alimentos básicos con-
gindo a projecção de 40 milhões até 2030 e mais tinuará a aumentar, com as consequentes implica-
de 60 milhões até 2050 (Fig 2.19). Isto sugere que ções para a balança comercial do país.
(Milhões de pessoas)
140
120
100
80
60
40
20
0
1990 2000 2013 2030 2050 2100
Uma vez que o pão é um alimento básico para os últimos cinco anos registaram uma maior diver-
muitas famílias moçambicanas, o trigo é uma das sidade na oferta, com a Austrália a emergir como
principais importações de produtos alimentares do um fornecedor considerável e as importações dos
país. Durante o período de 2006 a 2010, os EUA, EAU, Canadá e Rússia a registarem um crescimen-
a Alemanha e a Argentina foram os principais for- to. Em contrapartida, as importações provenientes
necedores, com 70% das importações de trigo dos EUA registaram uma redução de cerca de dois
provenientes destes países (Fig. 2.20). No entanto, terços.
Fonte: UN Comtrade
2. Milho
A importação de milho é feita principalmente giu como fornecedor de 11% do milho importado
dentro da região da SADC, sendo a vizinha Áfri- e as importações do Malawi, embora pequenas,
ca do Sul o fornecedor dominante (Fig. 2.21). No triplicaram de 1% para 3% ao longo dos últimos
entanto, nos últimos cinco anos, a Zâmbia emer- dez anos.
Malawi
11%
África do Sul
91% África do Sul
82%
Fonte: UN Comtrade
Fonte: UN Comtrade
O valor das importações de peixe congelado au- A oferta é dominada por dois países da África
mentou de forma constante nos últimos 15 anos, Austral, sendo que a Namíbia fornece 60% das
com um aumento notório para mais de $80 mi- importações de peixe congelado e mais 26% são
lhões por ano nos últimos três anos (Fig 2.23). provenientes da África do Sul (Fig. 2.23).
Figura 2.23: Peixe congelado importado por Moçambique e origem das importações (média, 2011-2015)
60
África do Sul
40 26%
Namíbia
60%
20
-
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Fonte: UN Comtrade
5. Tomate
Quase todo o tomate fresco importado para Mo- variação ao longo do período de 2002 a 2014,
çambique é proveniente da vizinha África do Sul e mas Moçambique importou de forma constante
apesar de algum aumento da produção nacional, tomate fresco nos últimos dez anos. O valor da
o tomate importado domina o mercado de retalho conserva de tomate importada também registou
urbano de Moçambique (Fig.2.24). Com efeito, o um ligeiro aumento como proporção do valor to-
valor do tomate fresco importado registou uma tal do tomate importado.
Figura 2.24: Tomate importado por Moçambique e origem de importação dos tomates frescos (média, 2011-2015)
(Milhões de USD)
5
Outros
2%
4
1 África do Sul
98%
0
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
A importação de carne para Moçambique aumentou As importações de carne de vaca e produtos bo-
de forma constante nos últimos 15 anos e está am- vinos foram praticamente inexpressivas durante
plamente correlacionada com o crescimento popu- grande parte do período de 2001 a 2010, sendo a
lacional (conforme se pode ver na Fig. 2.25). Apesar média de apenas $1 milhão por ano mas registaram
do investimento comercial na indústria avícola de Mo- um crescimento acentuado nos últimos 5 anos. A
çambique, as importações de aves (especialmente importação de carne de porco e de outras carnes
de frango congelado) representam a maioria da car- tem sido reduzida e razoavelmente constante du-
ne importada, com os volumes a aumentarem subs- rante grande parte do período, embora tenha re-
tancialmente ao longo dos últimos 15 anos, sendo a gistado algum crescimento nos últimos 3 anos. A
maior parte proveniente do Brasil, embora a África do importação de animais vivos é quase que inteira-
Sul seja também um fornecedor importante (Fig. 2.25). mente proveniente da África do Sul e do Zimbabwe.
Figura 2.25: Carnes e animais vivos importados por Moçambique e origem das importações (média,
2011-2015)
(Milhões de USD)
60
50
40
30
20
10
-
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Carne bovina Carne de aves Carne suína Outras carnes Animais vivos
Fonte: UN Comtrade
A demografia como factor de mudança socioeco- O crescimento populacional leva a várias mudan-
nómica afecta todos os aspectos do desenvolvi- ças socioeconómicas, nomeadamente uma maior
mento humano. Prevê-se que a população global procura de alimentos e o crescimento da força de
cresça em aproximadamente 30% nos próximos 35 trabalho disponível. Se a população em idade acti-
anos, passando de 7,3 biliões em 2015 para 9,7 bi- va puder ser doptada de um conjunto de habilida-
liões em 2050, de acordo com as Perspectivas De- des apropriadas e absorvida na força de trabalho,
mográficas Mundiais (World Population Prospects) então o crescimento populacional pode contribuir
da ONU. de forma positiva para a produção interna, o cresci-
mento económico e a balança comercial. Todavia,
Tal como a Figura 3.1 mostra, prevê-se que a popu-
se a produção interna de alimentos não conseguir
lação em África cresça a um ritmo mais acelerado.
acompanhar o ritmo do crescimento populacional,
Em 2015, África representava 16% da população
a dependência da importação de alimentos aumen-
mundial, mas até 2050 prevê-se que este número
tará, tornando o país mais vulnerável às flutuações
aumente para mais de 25%, com a população de
dos preços globais das commodities.
África a ultrapassar a da China e da Índia.
Europa, 694 Outros, 615 África, 1.186 Outros, 1.112 Sudeste América
Outros, 1.478 Asiático, Latina,
792 784
Sudeste Sudeste
Asiático, 258 Asiático, 633 Amé-
América América rica do
Latina, América do Europa, Latina, América do Europa, Norte,
África, 478 365 Norte, 254 738 634 Norte, 358 China, 1.348 707 433
A Figura 3.2 ilustra a diferença existente entre a pro- o consumo tem ultrapassado a produção, facto que
dução e o consumo do trigo, arroz e milho na África levou ao aumento acentuado dos volumes das impor-
Subsaariana (excluindo a África do Sul) para os pe- tações. O crescimento da população na região irá pro-
ríodos 2002-04, 2012-14 e a projecção para 2024. A vavelmente exacerbar esta tendência para 2024, com
tendência mostra que em relação ao trigo e ao arroz, as importações líquidas a aumentarem ainda mais.
Figura 3.2: Produção, consumo e importações líquidas de cereais – África Subsaariana (excl. África do Sul)
Trigo Arroz Milho
(Milhares de ton) (Milhares de ton) (Milhares de ton) (Milhares de ton) (Milhares de ton) (Milhares de ton)
40 40 40 40 140 40
35 35 35 35 35
120
30
30 30 30 30
100
25
25 25 25 25
80 20
20 20 20 20
15
60
15 15 15 15 10
10 10 40
10 10 5
5 5 5 5 20 0
0 0 0 0 0 -5
2002-2004 2012-2014 2024 2002-2004 2012-2014 2024 2002-2004 2012-2014 2024
média média média média média média
Figura 3.3: Consumo de calorias per capita nos LDC e países desenvolvidos
(kcal/dia/pessoa)
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
2002-04 2012-14 2024 2002-04 2012-14 2024
média média média média
LDCs Países desenvolvidos
Cereais Laticínios Carne Peixe Óleos vegetais Açucar Outras
Fonte: OECD-FAO, Agricultural Outlook 2015-2024
(Idade)
60
50 50 China
45 46
42 43 42
40 41 Europa
40 38
38 37
35 35 34 36
33 América do Norte
30 30 29
28
25 26 25 América Latina
24 24
22 21 22
20 18 19 19 Mundo
18 17 17
16
10 África
Moçambique
0
1990 2000 2015 2030 2050
Não só a população mundial está a crescer, como zonas urbanas. As projecções demográficas para
também está a tornar-se mais urbanizada. A propor- 2015 indicam que do total de cerca de 25 milhões de
ção da população mundial que vive nas zonas urba- habitantes, 32% vivem nas zonas urbanas e 68% nas
nas deverá aumentar de 54% em 2014 para 66% em zonas rurais. Até 2030, prevê-se que a população ur-
2050. A população de Moçambique está também a bana de Moçambique represente 38% do total e em
urbanizar-se rapidamente. Em 1990, 75% da popu- menos de 35 anos, até 2050, metade da população
lação vivia nas zonas rurais e os restantes 25% nas moçambicana deverá viver nas vilas ou cidades.
Figura 3.7: Taxa de população urbana mundial & Tendência da população rural e urbana de Moçambique 1990-2050
90
80
70 2014 2014
África do Sul
60
Brasil
2014
50 2014
Moçambique 1980
40 1980
Índia
30
1980
20 1980
10
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
(% da população urbana)
Fonte: UN, World Urbanization Prospects. Revisão de 2014; Banco Mundial
Figura 3.9: Subscrição de telefonia móvel e fixa & Chegadas e receitas do turismo internacional
(Milhões de subscrições) (Milhões de pessoas) (Milhões de USD)
14 2,5 350
300
12
2,0
10 250
1,5 200
8
6 1,0 150
4 100
0,5
2 50
0 0 0
2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013
Móvel celular Telefone fixo Turismo internacional, as chegadas - áxis esquerdo
Turismo internacional, a receita - áxis direito
Fonte: INE
Figura 3.10: Padrão de consumo por sector e segmento de renda – 2010 (média de 92 países)
Figura 3.11: Procura de energia por sector & Procura de energia primária total por recurso
(Mtoe) (Mtoe)
18.000 18.000
16.000 16.000
14.000 14.000
12.000 12.000
10.000 10.000
8.000 8.000
6.000 6.000
4.000 4.000
2.000 2.000
- -
1990 2013 2030 1990 2013 2030
Carvão Petróleo Gás Nuclear
Geração de energia Indústria Transporte Prédio
Hidro Bioenergia Outras energias renováveis
Fonte: IEA, World Energy Outlook 2015
Com base no pressuposto da AIE, a Figura 3.12 a gás, hidroeléctricas e outras fontes de energia
destaca esta previsão mostrando uma queda no renováveis. Com efeito, a redução da utilização do
uso de carvão e petróleo para a produção de petróleo e o aumento na utilização de gás já se es-
energia referente ao período de 2013 a 2030 e tabeleceram como uma tendência no período de
aumentos no uso de fontes de energia nucleares, 1990 a 2013.
Figura 3.12: Tendência de produção de electricidade por recurso – cenário de transição da AIE
(TWh)
35.000
1,002 221 16
30.000 2,242 209
30.618
848
1,885
25.000 1,528
624 35 134 5 2,197
1,578 308
23.233
3,266 464
20.000 Outros (2,134)
(629)
5% Carvão
5,187
Carvão 24%
(194) Outros
15.000 Hidro 41% 19% Petróleo
2,144 174 16%
2%
10.000 11.826 30.618 TWh
2,013 23.233 TWh
(2013) Hidro (2030)
1,760
Nuclear 18%
1,310 Gás
5.000 4,425 11% 24%
Gás
22% Petróleo Nuclear
5% 13%
-
o
o
90 os
o
Pe vão
Nu ás
Hi ar
O ro
Ca tal
Pe rvão
Nu Gás
Bi Hi r
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13 SP
Ca tal
Pe vão
Nu Gás
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20 C r
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20 tim
rg
rg
cle
cle
cle
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G
19 utr
to
to
to
So
m
m
tró
tró
tró
r
r
Ca
Figura 3.13: Indústria, valor acrescentado (% do PIB) 2014 – África Subsaariana e Países do Golfo
69 68
65 64
57
56
46
40
39 39
38
36
33
32 32
29 29 29 29
28 27
26 26
25 24
23 23 22 22
21 20
19
17 17 16 16
15 15 14 14
10
Co nia
Ca o
Sa ão
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Bu
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Ni
Ni
Existe uma forte correlação entre as mudanças no ín- as receitas dos Estados. O crescimento económico
dice de preços do combustível / energia (incluindo os na África Subsaariana, incluindo Moçambique, pare-
preços do petróleo bruto, do gás natural e do carvão) ce ser mais sensível a quedas no índice de preços do
e os valores das exportações mundiais. A exportação combustível / energia do que acontece na economia
de combustíveis minerais e petróleos é a maior com- global como um todo. Da mesma forma, a Figura 3.15
ponente do comércio mundial e teve um impacto sig- mostra uma correlação particularmente forte entre o /
nificativo na tendência do comércio durante o período índice de preços do combustível / energia e as recei-
de 2002 a 2014, conforme destacado na Figura 3.14. tas do governo em três países africanos ricos em re-
cursos ao longo do período de 2000 a 2014, um factor
As mudanças no índice de preços do combustível /
importante para Moçambique levar em consideração.
energia também parecem ter impacto sobre o PIB e
Figura 3.14: Tendência do preço dos combustíveis e comércio mundial (exportações) 2005-2014
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
00
01
02
20 3
04
05
06
07
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09
10
11
12
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0
20
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20
20
20
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20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Índice de preços energia/combustível PIB Mundial Receita pública - Angola Receita pública - Nigéria
PIB África Subsariana PIB Moçambique Receita pública - Gabão Índice de preços
energia/combustível
Fonte: IMF, World Economic Outlook
Por último, em relação à procura de energia, a Figura bustível / energia. No entanto, para Moçambique,
3.16 analisa a relação existente entre as mudanças as reduções de IDE só corresponderam visivelmen-
no índice de preços do combustível / energia e o IDE te a quedas no índice de preços do combustível
durante o período de 2000 a 2014 a nível mundial e, / energia nos últimos 3 anos, com um investimen-
especificamente, na Nigéria e Moçambique. to crescente na maior parte do período de 2000
a 2012, independentemente das mudanças nos
A nível mundial, embora haja um desfasamento
preços dos combustíveis e da energia. No entanto,
temporal, parece existir uma forte correlação entre
para a Nigéria, uma economia maior e mais madu-
as variáveis, com quedas visíveis no IDE na se-
ra, a correlação é mais acentuada.
quência de reduções no índice de preços do com-
Figura 3.16: Tendência do preço dos combustíveis e tendência global do IDE & Tendência do IDE de
Moçambique e da Nigéria
(biliões de USD) (USD, Índice 2005=100) (Biliões USD) (USD, Índice 2005=100)
2.000 250 10 250
1.800 9
1.600 200 8 200
1.400 7
1.200 150 6 150
1.000 5
800 100 4 100
600 3
400 50 2 50
200 1
- - - -
00
20 1
00
01
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14
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20
20
20
Objectivo 2: Acabar com a fome, alcançar a se- Objectivo 17: Fortalecer os meios de implemen-
gurança alimentar e uma melhor nutrição e pro- tação e revitalizar a parceria global para o de-
mover a agricultura sustentável senvolvimento sustentável
Meta 2.b: Corrigir e prevenir restrições co- Meta 17.11: Aumentar significativamente as
merciais e a distorção nos mercados agrí- exportações dos países em desenvolvimen-
colas mundiais, incluindo a eliminação pa- to, em particular com a finalidade de duplicar
ralela de todas as formas de subsídios de a quota das exportações mundiais dos LDCs
exportação agrícola e todas as medidas de até 2020.
MDG SDGs
(2000) (2015)
Rome Declaration
on World Food
Security(1996)
Quadro Institucional
e de Políticas do Comércio
em Moçambique
4.1 Quadro Institucional e de Políticas do Comércio
O comércio é uma questão transversal que afecta competências do MIC foi revisto em Abril de 2016
praticamente todos os sectores e que, por conse- e confere 16 atribuições a este Ministério (Quadro
guinte, requer uma abordagem holística e integra- 4.1).
da para garantir medidas de orientação efectivas e
Para operacionalizar estas atribuições, o MIC defi-
eficientes. Além disso, considerando que o sector niu quatro áreas fundamentais:
privado é o actor chave no sector do comércio, o
papel do governo em termos de promoção e faci- 1. Indústria
litação do papel do sector privado no desenvolvi- 2. Comércio Interno
mento económico e na melhoria do ambiente de
3. Comércio Externo
negócios é crucial para o crescimento do comércio
interno e internacional. 4. Apoio ao Sector Privado
O Ministério da Indústria e Comércio (MIC) é a Estas áreas estão reflectidas na estrutura organi-
instituição-chave com o mandato de promover o zacional do Ministério, que foi redefinida no seu
comércio, melhorar a competitividade e coordenar Estatuto. Existe também uma série de instituições
esta questão transversal em vários sectores e insti- especializadas que realizam funções específicas
tuições, de modo a maximizar os esforços com vis- no contexto do mandato do MIC e que estão sob a
ta a melhorar o comércio. O estatuto que define as sua tutela (Fig. 4.1).
Instituição Subordinadas/Tuteladas
Ministro IPEX Instituto para a Promoção de
Vice Ministro Exportações
Secretaria Permanente ICM Instituto de Cereais de
Moçambique
III: Promover o emprego, a produtividade e a com- Além do acima mencionado, o MIC é o Ministério
petitividade principal responsável pela realização de vários ob-
jectivos estratégicos relacionados com a Prioridade
IV: Desenvolver a infra-estrutura económica e so- III do PQG, cujos objectivos estratégicos funda-
cial mentais são os seguintes:
Aumentar a produção e a produtivi- Promover a industrialização orientada Promover a cadeia de valor dos pro-
dade em todos os sectores, com ên- para a modernização da economia e dutos primários nacionais asseguran-
fase na agricultura. para o aumento das exportações. do a integração do conteúdo local.
Incrementar os níveis de produção Promover as exportações para Fortalecer a integração e o cresci-
e de produtividade nas culturas permitir que os operadores econó- mento das indústrias nacionais na
alimentares básicas com vista a micos tirem vantagens das oportu- cadeia de valor dos megaprojec-
alcançar a auto-suficiência ali- nidades de mercados criadas pelo tos, privilegiando as pequenas e
mentar. sistema comercial multilateral. médias empresas moçambicanas.
Promover a comercialização agrí- Diversificar a base e os destinos Dinamizar a implantação de par-
cola orientada para o mercado das exportações. ques industriais, aqua-parques,
interno e externo, com incidência Implementar os instrumentos da zonas económicas especiais e
nos cereais, privilegiando a po- SADC para a consolidação da outras facilidades de apoio ao
tenciação dos intervenientes da Zona de Comércio Livre. desenvolvimento do sector produ-
comercialização ligados à rede de tivo.
Estimular o desenvolvimento da in-
armazenagem para a promoção Promover a incubação de empre-
dústria transformadora para o au-
do agro-processamento e melho- sas do ramo tecnológico e concur-
mento do valor acrescentado, de
ria da balança de pagamentos. sos de ideias de negócios para o
modo a reduzir os desequilíbrios
da balança comercial. desenvolvimento de novos produ-
tos e serviços.
(MIC)
Politica e estratégia comercial 1998
Sector
Privado (CTA
e outros
relevantes) Cooperação
multilateral
MASA (OMC-QIR,
ONU, IFI)
MIREME MMAIP
Sociedade
Civil, Media
As tarifas comerciais são uma medida fundamen- dada foi estabelecida em 100%. Aos produtos não
tal do comércio internacional para promover o co- agrícolas a tarifa aplicada foi de 9,5%, enquanto a
mércio e também incentivar a indústria e o negócio tarifa consolidada foi de 22,8%. A Figura 4.3 mostra
nacional. Em 2014, a tarifa aplicada aos produtos a tarifa aplicada aos produtos importados em Mo-
agrícolas foi de 13,8%, enquanto a tarifa consoli- çambique em 2014.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Fonte: WTO
Os acordos comerciais e os acordos de investimen- humanos entre dois ou mais países. A Tabela 4.2
to são quadros legais inseparáveis no sistema eco- apresenta os acordos de investimento bilaterais em
nómico global, uma vez que ambos promovem os vigor em Moçambique e/ou assinados a nível bila-
fluxos de mercadorias, meios financeiros e recursos teral.
O relatório “Doing Business”, produzido anualmen- relativamente bom ao lidar com autorizações de
te pelo Banco Mundial desde 2003, mede 10 as- construção, resolução de insolvência, protecção de
pectos do quadro legal e regulador de um país com investidores minoritários e registo de propriedade,
vista a comparar a facilidade de fazer negócio no enquanto na área de ligação à electricidade, aces-
contexto global. De acordo com o Doing Business so ao crédito e execução de contratos o desempe-
2016, Moçambique posicionou-se no 133º lugar no nho não seja satisfatório.
índice de um total de 189 países.
Vale a pena assinalar que o Ruanda regista um de-
A Tabela 4.3 apresenta uma comparação dos sempenho excelente em termos de obtenção de
rankings dos países da África Subsaariana e des- crédito, o que coloca o país na 2ª posição entre os
taca que Moçambique apresenta um desempenho países da África Subsaariana.
Tabela 4.3: Ranking do Doing Business 2016 (comparação com países seleccionados na África
Subsaariana)
Ranking mundial (de 189)
Resolução de Insolvência
Investidores Minoritários
Pagamento de impostos
Obtenção de alvarás de
Registo de propriedade
Acesso à electricidade
Acesso ao crédito
Cumprimento de
Protecção dos
construção
fronteiras
contratos
Maurícias 32 3 2 1 9 4 3 1 4 1 1
Ruanda 62 14 3 8 1 1 9 5 28 20 6
Botswana 72 28 11 10 3 10 7 6 3 21 3
África do Sul 73 17 10 31 11 7 1 2 21 16 2
Seychelles 95 22 20 16 2 13 15 3 7 23 4
Zâmbia 97 8 14 11 32 2 9 4 26 22 15
Namíbia 101 35 5 2 41 7 4 9 15 10 11
Suazilândia 105 32 8 25 15 10 22 8 1 41 10
Quênia 108 31 28 12 17 3 17 11 22 9 29
Gana 114 13 23 9 5 4 4 15 36 14 36
Lesoto 114 15 38 20 13 33 12 16 2 8 22
Uganda 122 36 33 30 18 4 12 14 19 6 14
Cabo Verde 126 7 12 17 4 13 37 10 11 2 39
Moçambique 133 18 1 28 12 33 12 20 20 46 5
Tanzânia 139 21 21 3 22 33 20 26 40 3 12
Malavi 141 33 4 35 7 33 17 12 16 28 37
Zimbábue 155 43 46 27 16 12 7 24 8 38 33
Angola 181 27 13 29 38 45 4 23 41 47 39
Fonte: World Bank, Doing Business 2016
O Índice de Competitividade Global, iniciado pelo tais como as Nações Unidas. De acordo com a sua
Fórum Económico Mundial (World Economic Forum edição de 2015-2016, Moçambique ocupa o 133º
– WEF) em 2004, avalia o desempenho de um país lugar de um total de 140 países. A Tabela 4.4 apre-
em relação a um conjunto de instituições, políticas senta uma comparação dos rankings dos países
e factores que determinam a prosperidade econó- da África Subsaariana, em que Moçambique de-
mica actual e a médio prazo. O índice integra as- monstra um desempenho relativamente satisfatório
pectos macroeconómicos e de micro negócios da em relação à eficiência do mercado de trabalho e
competitividade num único índice constituído por inovação, enquanto existe uma percepção mais ne-
mais de 110 variáveis, das quais dois terços resul- gativa no que se refere à infra-estrutura, desenvol-
tam da Pesquisa Executiva de Opinião e um terço vimento do mercado financeiro e aos sectores da
é proveniente de fontes disponíveis publicamente, saúde e educação.
Tabela 4.4: Ranking da GCI 2015-2016 (comparação com países seleccionados na África Subsaariana)
Ranking mundial (de 140)
Eficiência do mercado de
Sofisticação de negócios
Mercadorias dos bens
Tamanho do mercado
Desenvolvimento do
mercado financeiro
Saúde e educação
Ensino superior e
macroeconómico
Disponibilidade
Infra-estrutura
Eficiência das
tecnológica
Instituições
Ambiente
formação
Inovação
primária
trabalho
Maurícias 46 34 37 73 42 52 25 57 34 65 119 34 78
África do Sul 49 38 68 85 126 83 38 107 12 50 29 33 38
Ruanda 58 17 97 92 88 120 44 8 28 103 126 69 46
Botswana 71 37 96 9 119 100 95 39 63 91 105 111 102
Namíbia 85 44 66 71 116 109 85 49 50 87 114 77 74
Costa do
91 62 85 74 129 108 75 69 60 102 81 93 53
Marfim
Zâmbia 96 46 120 83 122 78 53 87 62 108 89 85 52
Seychelles 97 61 47 61 64 92 65 43 106 71 140 62 87
Quênia 99 91 99 123 114 98 84 31 42 94 71 48 41
Gabão 103 78 110 18 111 125 124 71 97 112 110 129 129
Cape Verde 112 66 94 124 51 81 99 125 111 77 138 106 100
Lesoto 113 45 113 44 130 116 88 75 127 123 133 105 70
Tanzânia 120 96 127 84 124 135 121 46 101 131 72 114 105
Zimbábue 125 112 129 104 106 117 131 134 124 118 115 130 128
Suazilândia 128 74 104 93 135 118 111 101 82 125 132 123 124
Madagáscar 130 129 138 101 123 131 119 42 133 129 106 119 106
Moçambique 133 126 126 122 133 136 112 98 126 124 101 120 83
Malavi 135 92 135 140 121 133 117 29 100 133 127 121 121
Fonte: World Economic Forum, The Global Competitiveness Report 2015-2016
Tabela 4.5: Ranking do LPI 2016 na África Subsaariana (comparação com países seleccionados)
LPI Ranking
Prazo de envio
Infra-estrutura
internacionais
Localização e
competência
Qualidade e
seguimento
Embarques
Alfândegas
logística
Regional Global
África do Sul 1 20 18 21 23 22 17 24
Quênia 2 42 39 42 46 40 38 46
Botswana 3 57 48 54 70 75 70 43
Uganda 4 58 51 67 74 57 59 45
Tanzânia 5 61 60 60 63 58 60 64
Ruanda 6 62 52 76 59 63 58 69
Namíbia 7 79 73 64 86 86 100 85
Burkina Faso 8 81 84 71 83 71 103 88
Moçambique 9 84 88 116 58 109 79 97
Gana 10 88 93 86 85 98 101 82
Nigéria 11 90 92 96 118 74 82 95
Togo 12 92 89 117 93 106 91 76
Costa do Marfim 13 95 70 89 105 87 89 128
Fonte: World Bank, Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy 2016
FAO (2015) “The State of Agricultural Commodity Markets 2015-2016,” FAO: Rome
IEA (2015) “World Energy Outlook Special Report - Energy and Climate Change,” IEA: Paris
IMF (2016) “World Economic Outlook Database April 2016,” IMF: Washington DC
OECD/WTO (2015) “Aid for Trade at a Glance 2015: Reducing Trade Costs for Inclusive, Sustainable Growth,” OECD:
Paris
UNDESA (2015) “World Population Prospects The 2015 Revision,” United Nations: New York
UNDESA (2015) “World Urbanization Prospects The 2014 Revision,” United Nations: New York
UNIDO (2013) “Industrial Development Report 2013 - Sustaining Employment Growth: The Role of Manufacturing and
Structural Change,” UNIDO: Vienna
UNIDO (2015) “Industrial Development Report 2016 - The Role of Technology and Innovation in Inclusive and Sustaina-
ble Industrial Development,” UNIDO: Vienna
World Economic Forum (2015) “The Global Competitiveness Report 2015-2016.” World Economic Forum: Geneva
World Bank (2016) “Connecting to Compete 2016 Trade Logistics in the Global Economy,” World Bank: Washington DC
World Bank (2015) “Doing Business 2016 Measuring Regulatory Quality and Efficiency,” World Bank: Washington DC
WTO “Regional trade agreements and preferential trade agreements,” WTO: Geneva