Meio: Imprensa Pág: 120

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Mensal Área: 18,60 x 24,30 cm²

ID: 82742357 01-10-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 2

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R E N A U LT K A D J A R

Feito por medida

O Renault Kadjar livrou-se do espartilho da classe 2 nas portagens e apresenta-se agora
como um forte concorrente para combater a hegemonia do Qashqai no segmento dos crossovers
Texto Paulo M. Santos

O
Kadjar foi apresentado
em 2015 como a grande
arma da Renault para
entrar na batalha dos
crossovers de média
dimensão, o segmento de mercado com
maior crescimento na Europa. A expecta-
tiva era muita, pois este modelo partilha
mais de metade dos seus componentes
com o líder Nissan Qashqai.
No entanto, quando chegou a Portu- Os elegantes
gal, o veículo foi colocado na classe 2 das comandos
portagens, o que levou a marca francesa a cromados
adiar o lançamento deste modelo no nosso
país. Depois de uma leitura mais pormeno- da climatização
rizada da nossa obsoleta lei de portagens, rivalizam com
os engenheiros franceses puseram mãos o que de melhor
à obra e, após várias modificações, desde
o eixo traseiro ao aumento do peso bruto, se faz nalgumas
criaram um Kadjar único, feito à medida, marcas premium

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para Portugal, passando a pagar classe 1,
desde que equipado com o sistema Via Ver-
de. Este atraso acabou por ser fatal para as
aspirações de vendas da Renault.
Finalmente, em janeiro deste ano, o
Governo fez uma alteração à lei das porta-
gens, o que coincidiu com o lançamento
da versão mais moderna do Kadjar, apre-
sentada no final de 2018. Os novos Kadjar
já não necessitam de ser alterados para o
mercado nacional, pois passaram todos a
pagar classe 1, desde que equipados com
o sistema de pagamento eletrónico das
portagens, com exceção do modelo com
tração às quatro rodas. A Renault tem
assim o seu grande trunfo lançado para
discutir um jogo muito aguerrido com o
Nissan Qashqai, o Peugeot 3008 ou o Sko-
da Karoq, entre outros.
À CONQUISTA DO MERCADO
No interior, o que mais se destaca é o ecrã
tátil que domina a consola central. Não
é muito intuitivo e obriga a várias utili-
zações até começarmos a perceber o seu
funcionamento. Mas, em contrapartida, o
Kadjar mantém a possibilidade de regu-
larmos a climatização através de botões
físicos, o que já não acontece em muitos
modelos, nos quais esta função passou a
estar apenas disponível em irritantes sub-
menus do ecrã multimédia. E esta decisão
não foi um passo atrás. Bem pelo con-
trário, a climatização do Kadjar é não só
eficaz mas também fácil de utilizar e com
elegantes comandos cromados, a rivalizar
com os usados em modelos de topo de
algumas marcas premium.
O habitáculo não é excitante, mas ofe-
rece espaço suficiente para cinco ocupan-
tes. Os bancos são confortáveis e permi-
tem um elevado curso de adaptação para
quase todo o tipo de estatura. Os mate-
riais usados no revestimento são, no geral,
de boa qualidade, apesar de ainda exis-
tirem alguns plásticos duros em alguns
dos painéis.
Ao volante, o Kadjar mostra-se bas-
tante versátil, permitindo uma condu-
ção confortável e segura em todo o tipo
de terreno, quer seja uma estrada si-
nuosa de serra ou um estradão de terra.
A suspensão é bastante eficaz, não per-
mitindo que as irregularidades da estrada
se sintam dentro do habitáculo.
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País: Portugal
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DO SOM À LUZ
O sistema de som da Bose,
o teto panorâmico e os bancos
com comandos elétricos
complementam a versão mais
exclusiva do Kadjar
> CONEXÃO TOTAL
A versão Black Edition traz consigo um
sistema de som da prestigiada marca
Bose. Com graves profundos e agudos
bastante nítidos, este veículo oferece
uma outra dimensão acústica. A função
Renault R-Link2 permite espelhar o seu
smartphone, passando as suas apps
favoritas para o sistema de bordo de en-
tretenimento e informação. Para outras
ligações, o Kadjar possui quatro entradas
USB, duas auxiliares e duas tomadas 12v,
que podem carregar quase todo o tipo
de equipamento eletrónico, desde smar-
tphones a consolas portáteis de jogos
> HAJA LUZ
Se é daqueles que não gostam de se
sentir em ambientes fechados, esta
versão vem equipada com um teto de
abrir panorâmico de grandes dimensões
que se estende até aos lugares traseiros
> ADAPTÁVEL A TODOS
Envolvente e confortável, o banco
do condutor tem regulação eletrónica,
com um elevado curso que permite um
ajuste propício a indivíduos de qualquer
estatura. O apoio lombar é suficiente
para manter o corpo estável mesmo
em curvas mais apertadas
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Cores: Cor
Área: 18,60 x 23,84 cm²
O Kadjar está disponível com um mo-
tor 1.3 a gasolina com versões de 140 e
160 cavalos e dois Diesel: 1.5 dCi, de 115
cavalos, e o novo 1.7 Blue dCi, de 150 ca-
valos. Este último veio substituir o antigo
1.6 dCi, um dos motores mais usados nas
gamas da Renault, mas que, devido às no-
vas leis das emissões da União Europeia,
acabava por penalizar o preço final dos
veículos.
A nova motorização 1.7 dCi é a úni-
ca usada no modelo com tração integral.
Apesar de não estarmos perante um ver-
dadeiro todo o terreno, o Kadjar não quis
ficar mal nas andanças fora de estrada,
mesmo quando o colocamos a subir al-
gumas encostas mais íngremes ou a de-
senvencilhar-se de zonas com mais areia.
A passagem de duas para quatro rodas
motrizes é bastante fácil, com recurso a
um simples botão, que permite ainda blo-
quear o diferencial, para podermos sair
de situações de maior aperto. Com todas
estas andanças nas mais variadas estradas
e até fora delas, conseguimos um consu-
mo médio pouco acima dos sete litros aos
100 km.
PARA TODOS OS GOSTOS
Quanto a equipamentos, a Renault defi-
niu três níveis para o remodelado Kadjar.
A versão base, a Zen, está equipada com
jantes de 17 polegadas e não tem o ecrã tá-
til no qual podemos interagir com todo o
sistema de informação e entretenimento
do veículo. A um segundo nível, a propos-
ta é a Intens que, além da grelha cromada
e do ecrã multimédia de sete polegadas,
dispõe de alerta de transposição de fai-
xa, apoio ao estacionamento e portas USB
nos bancos traseiros. A Black Edition ofe-
rece alguns pormenores mais luxuosos
e de conforto (ver caixa Do Som à Luz).
Os preços começam nos 27 mil eu-
ros e atingem os 40 mil nas versões mais
equipadas e com motores mais muscula-
dos. Depois de fechar o ano passado com
três modelos entre os cinco mais vendi-
dos em Portugal (Clio, Captur e Megane),
a Renault tem finalmente o seu crossover
mais vendido na Europa a concorrer no
nosso país com todas as armas disponí-
veis. Serão elas suficientes para ganhar
esta luta e ficar com quatro modelos entre
os cinco mais vendidos? E