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Portugal na Época
Moderna
Alunos: Renato Jerônimo dos Santos – 97077 & Hélio Domingos Lourenço – 97029
Nome António Manuel Botelho Hespanha
Nascimento 1945 Coimbra
Sendo um dos historiadores mais citados internacionalmente, foi considerado, juntamente com o
espanhol Bartolomé Clavero, um dos grandes renovadores da história institucional e política dos países ibéricos e
suas extensões coloniais. "A forte influência de suas ideias sobre as gerações mais novas de historiadores e
de juristas se vê fácil e reiteradamente na base da argumentação de grande quantidade de estudos desenvolvidos
em Portugal e no Brasil, principalmente, mas, também, em vários outros países europeus e nos Estados Unidos.“
Para além de numerosa colaboração dispersa em jornais e revistas especializadas, portuguesas e estrangeiras, e
de várias traduções e adaptações de obras de referência no campo da História do Direito possui uma extensa
bibliografia de obras publicadas sobre essa temática.
António Manuel Hespanha é autor de diversos artigos e livros sobre História do Direito e das Instituições, dos quais
talvez o mais conhecido seja "As Vésperas do Leviathan", um vasto quadro das ideias e práticas políticas
no Portugal do Antigo Regime, isto é, anterior às revoluções liberais.
Este livro tem sido complementado por estudos de detalhe, no sentido de identificar pontos de alteridade entre a
organização política e jurídica do Antigo Regime e a da modernidade.
Algumas Obras publicadas
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS.
A COMUNICAÇÃO ENTRE O REI E O REINO
O período da monarquia dual introduziu algumas novidades no plano da constituição política, como a força expansiva do modelo castelhano, e
também as exigências da evolução da pratica politica das novas unidades políticas, um exemplo de modificação é o advento das novas formas de
institucionalizar a comunicação politica entre coroa e os poderes periféricos, é a partir do início do século XVII, que uma nova ideia sobre o
funcionamento das cortes no seio da comunicação politica entre coroa e os estados se constitui, essas ideias tem as seguintes linhas de força:
*a audição do reino para fins tributários deve restringir-se ao universo dos que vão contribuir;
*o universo dos que com dos que contribuem e logo é um universo hierarquizado, dotado de cabeça, membros e extensões menores;
*ao lado das cortes há outros órgãos que representam o reino, como os conselhos e tribunais.
Essas medidas promovem a imagem de unidade como corpo político, dotado de cabeça e de extensões territoriais encabeçadas pelas cidades e
vilas.
(P.148-154)
JUSTIÇA E GOVERNO. JUNTA VERSUS CONSELHOS
Um dos aspectos das modificações da forma de poder na monarquia dual é a instituição de um novo equilíbrio entre “justiça” e
“governo, a estrutura sinodal - conselhos, com atribuições determinadas por lei e garantidas por eficazes mecanismos jurídicos
contra qualquer usurpação, mesmo por parte do rei - constituía um suporte organizacional adequado à decisão judicial,
garantindo a expressão de todos os pontos de vista e respeitando, por isso, a natureza tópica e argumentativa do processo
jurídico de decisão, a partir da primeira década do século XVII, as coisas começam a mudar, não apenas, , por uma questão de
estilo pessoal do rei ou dos seus ministros, mas porque o ritmo da evolução da conjuntura política, a premência das respostas
que tinham que ser dadas e as necessidades de uma política unitária e de mudanças, obrigavam a um novo modo de
institucionalização da ação política, a uma nova forma do poder central, o sinal mais evidente disto é constituído pela
multiplicação de juntas eventuais.
(P.154-159)
PECUNIA NERVUS RERUM. A IMPOSIÇÃO DE UMA ESTRUTURA FINANCEIRA “MODERNA”
A visão que decorre, quer da leitura das fontes literárias da época ou da literatura secundária sobre o período filipino, é a de que
houve um agravamento da carga fiscal, o poder real português de Seiscentos herdou o sistema financeiro do século anterior e a
estrutura seiscentista, as receitas da coroa eram basicamente idênticas à que se estabelecera a partir dos meados do século XVI,
tal estrutura caracteriza-se pela cobertura das despesas ordinárias do reino, a cobertura das despesas extraordinárias (“despesas
de Estado”) eram feitas com a sobra das rendas ordinárias e com o rendimento do comércio ultramarino, esta onda da tributação
extraordinária em Portugal como em Castela não representa senão o único expediente possível para atualizar as receitas da
coroa, recuperando perdas com a inflação dos finais do século XVI, compensando a evolução negativa do comércio da Índia e
respondendo ao aumento das despesas de Estado provocadas pelas operações bélicas, sobretudo no teatro atlântico,o
reequilíbrio do orçamento, em termos permanentes, interessava à coroa por duas razões:
Uma porque as receitas eram certas, podendo servir de base a operações creditícias e porque a sua cobrança era mais pontual, e
finalmente, porque evitava negociações continuadas em que sempre corria o risco de ter que ceder algo, embora no caso
português sejam espantosamente reduzidas as concessões ou contemporizações da coroa.
(P.159-163)
CONCLUSÃO
A arqueologia da Restauração poderá encontrar-se também aqui, nesta revolução da forma do poder, forma que na Monarquia Católica apontou
mais precocemente para sistemas de comunicação política, de governo e de alocação de recursos típicos das formações políticas estaduais, a
perplexidade dos estratos dirigentes portugueses perante estas novidades é evidente e no seu descontentamento e revolta, exprime-se, além do
mais, um forte apego às formas mais tradicionais de viver o poder, o exemplo mais típico é o da tributação que, por meio da décima, é
substancialmente elevada, reequilibrando o orçamento ordinário.
Para finalizar, apesar de no prazo imediato isso ter como saldo um fracasso da política católica e sobretudo, a política de Olivares, em Portugal
constituiu um fator de ‘modernização’ do sistema político português e embora, a curto prazo, tenha provocado uma reação que reinstalou, com a
Restauração, alguns dos elementos mais ‘conservadores’ desse sistema.
Referência bibliográfica:
HESPANHA, António Manuel. “As estruturas políticas em Portugal na Época Moderna”. In: TENGARRINHA, José (organizador). História de Portugal.
José Mattoso [et al]. Bauru, SP: UDUSC; São Paulo, SP: UNESP; Portugal, PO: Instituto Camões, 2001. P 117-181.
FIM!