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As Estruturas Políticas em

Portugal na Época
Moderna

António Manuel Hespanha

Alunos: Renato Jerônimo dos Santos – 97077 & Hélio Domingos Lourenço – 97029
Nome António Manuel Botelho Hespanha
Nascimento 1945 Coimbra

Morte 1 de julho de 2019 (74 anos)


Lisboa
Cidadania Portugal
Formação Historiador Universidade de Coimbra
Professor Universidade Nova de Lisboa
António Manuel Hespanha
António Manuel Botelho Hespanha

Licenciado e pós-graduado em Direito e doutorado em História Institucional e Política, docente e investigador.

Sendo um dos historiadores mais citados internacionalmente, foi considerado, juntamente com o
espanhol Bartolomé Clavero, um dos grandes renovadores da história institucional e política dos países ibéricos e
suas extensões coloniais. "A forte influência de suas ideias sobre as gerações mais novas de historiadores e
de juristas se vê fácil e reiteradamente na base da argumentação de grande quantidade de estudos desenvolvidos
em Portugal e no Brasil, principalmente, mas, também, em vários outros países europeus e nos Estados Unidos.“

Para além de numerosa colaboração dispersa em jornais e revistas especializadas, portuguesas e estrangeiras, e
de várias traduções e adaptações de obras de referência no campo da História do Direito possui uma extensa
bibliografia de obras publicadas sobre essa temática.

António Manuel Hespanha é autor de diversos artigos e livros sobre História do Direito e das Instituições, dos quais
talvez o mais conhecido seja "As Vésperas do Leviathan", um vasto quadro das ideias e práticas políticas
no Portugal do Antigo Regime, isto é, anterior às revoluções liberais.

Este livro tem sido complementado por estudos de detalhe, no sentido de identificar pontos de alteridade entre a
organização política e jurídica do Antigo Regime e a da modernidade.
Algumas Obras publicadas

•"A História do Direito na História Social"; Lisboa, Livros Horizonte, 1977.


•"História das Instituições. Épocas medieval e moderna"; Coimbra, Almedina, 1982.
•"Poder e Instituições na Europa do Antigo Regime" (prefácio e selecção de textos), Lisboa, Gulbenkian, 1984.
•"Poder e Instituições no Antigo Regime. Guia de Estudo" Lisboa, Cosmos, 1992.
•"Lei, Justiça, Litigiosidade. História e prospectiva"; Lisboa, Gulbenkian, 1993.
•"La gracia del derecho. Economía de la Cultura en la Edad Moderna "; Madrid, Centro de Estúdios
Constitucionales, 1993.
•"As Vésperas do Leviathan. Instituições e Poder Político. Portugal, séc. XVIII"; Coimbra, Almedina, 1994; (ed.
Castelhana, Madrid, Tecnos, 1989).
•"A História de Portugal" (coord. José Mattoso), vol. IV (O Antigo Regime)(autor e coord.); Lisboa, Círculo de
Leitores, 1994.
•"História militar de Portugal", vol. II (Época moderna) (coord.), Lisboa, Círculo de Leitores, 2004.
•"Guiando a mão invisível. Direito, Estado e lei no liberalismo monárquico português", Coimbra, Almedina,
2004.
•“Imbecillitas. As bem-aventuranças da inferioridade nas sociedades de Antigo Regime”; São Paulo,
Annablume, 2010.
•“A política perdida - Ordem e Governo Antes da Modernidade"; Curitiba, Juruá Editora, 2010.
•“O caleidoscópio do Antigo Regime”; São Paulo, Alameda, 2010.
As Estruturas Políticas em Portugal na Época
Moderna

O texto de António Manuel Hespanha, trata


de assuntos relacionados as estruturas
politicas de Portugal no perodo da época
moderna e faz criticas ao absolutismo, suas
ideias vão contra Perry Anderson, o autor
questiona o estado em termos de
centralidade.
Estrutura do Texto
O texto está estruturado em várias partes, vamos a elas!
A ORDEM SOCIAL COMO ORDEM NATURAL
De início o texto mostra as ideias relacionadas a fatos que se passaram na época moderna, pensamentos ligados a religião, e da
forma que essas ideias estão enraizadas no senso comum e de como é difícil removê-las, a época Moderna herda do período
medieval a ideia de que existe uma ordem universal abrangendo os homens e as coisas, tratava-se, afinal, de uma sociedade de
fortes raízes camponesas, uma sociedade tradicionalista, o indivíduo não estava, assim, na origem da constituição política ou da
organização social, são estas ideias muito difundidas por teólogos e por juristas acerca da relação entre ordem político-social e
natureza que explicam algumas das características mais notórias das sociedades de Antigo Regime.
(p.117-119)
O INDIVIDUALISMO
Discute a natureza do homem de forma mais racional, esta deixa de ser considerado como peça na grande máquina do universo,
e passa a ser um elemento autodeterminado e dinâmico, possuindo uma energia própria.
(p.119-121)
UM “ESTADO MODERNO”?
Aí vem uma pergunta, seria o estado em questão moderno? Alguns pensadores tentaram definir o que seria este estado
moderno, como por exemplo Karl Marx e Max Weber, a definição de estado parte de algumas ideias de força:
1- O Estado como separador do público e do privado, a autoridade da propriedade a política da economia;
2- O Estado concentrando poder em um só polo e eliminando o pluralismo que era característico do antigo regime;
3- O Estado foi a entidade que instituiu um modelo racional de governo seguindo normas estabelecidas.
A partir desses três conceitos já se tem uma ideia do que seria definido como “Estado” na era moderna.
(p.121-127)
RENDAS DOS OFICIAIS DA ADMINISTRAÇÃO PORTUGUESA (EXCLUINDO A ULTRAMARINA), EM 1640
As rendas também estavam descentralizadas na administração portuguesa, o poder estava repartido nas sociedades modernas entre a
coroa, igreja, conselhos, senhores, entre outros, apesar dos poderes que o rei possuía outras instancias tinham atribuições de que o rei
não dispunha.
(p.128-130)
O IMPERIO E A METROPOLE
Nesta parte se discute se o império e a metrópole eram ou não centralizados, e que apesar dessa visão dominante de centralidade que
fazia jus ao gênio colonizador, o autor Emanuel Hespanha vai em sentido contrário, explicando que toda essa imagem de centralização
era desajustada quando aplicada ao império ultramarino. (p.130)
UM PROJETO COLONIAL?
Aqui a questão é sobre o que motivou a expansão portuguesa, existem vários tópicos usados incidentalmente no discurso para justificar
a expansão, um deles era a ideia das cruzadas e de expansão da fé, além disso havia também o engrandecimento do rei e as finalidades
ligadas ao comercio, essas fatores que motivaram a expansão também mudavam com o tempo e o lugar, sendo assim parece que não
havia uma estratégia sistemática abrangendo todo o império.
(p.131)
A MOLDURA INSTITUCIONAL: FALTA DE HOMOGENEIDADE, DE CENTRALIDADE E DE HIERARQUIAS RÍGIDAS
UM ESTATUTO COLONIAL MÚLTIPLO
As colônias portuguesas embora tivessem ligação com a metrópole, faltava pelo menos até o período liberal uma
constituição unificando a população colonial, os nascidos de pais portugueses gozavam de um estatuto pleno, outros
como por exemplo os estrangeiros e libertos a única obrigação era aceitar a pregação e o comercio, a ordem politica
portuguesa podia variar muitíssimo, no Brasil, portugueses “de bons costumes” eram enviados como capitães de aldeias
para governar as aldeias, pois entendiam que os nativos eram incapacitados para se autogovernarem.
(p.131-132)
UM DIREITO PLURALISTA
Faltava um corpo geral de direito, a constituição pluralista do império, em que cada nação submetida podia gozar do privilégio de manter seu
direito, isso aplicado aos naturais, mas a presença das jurisdições oferecia aos nativos a possibilidade de recorrer também a este direito contra as
normas tradicionais, o que constituía um fator de desarticulação da logica política e jurídica autóctone, o sistema político-jurídico era inconstante
e pluralista na sua base.
(p.132-133)
UMA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA CENTRÍFUGA
VICE-REIS E GOVERNADORES
De acordo com a doutrina da época, os governadores gozavam de um poder extraordinário, estava sempre inserida a clausula de que poderiam
desobedecer ao regimento, por outro lado, o seu contexto politico não era o mundo estabilizado da politica dos reinos europeus, a justiça e o
governo estavam enraizados em tradições estáveis e duradouras, formalizadas em processos e fixados pelo tempo.
(p.133-134)
DONATARIOS, GOVERNADORES LOCAIS E JUÍZES
Um dos atos de poder mais importantes numa colônia era a concessão de terras para agricultura, dependia dos governadores das capitanias,
enquanto a avaliação da legalidade do uso da terra pelos sesmeiros estava a cargo dos magistrados que dependiam mais ou menos das elites
locais.
(p.134-135)
RELAÇÕES E DESEMBARGADORES
As relações coloniais tinham prerrogativas aos tribunais supremos do reino, e a doutrina jurídica considerava-os como tribunais soberanos, suas
decisões tem a mesma dignidade das decisões reais, podendo ser revogadas ou restringidas por atos régios, os governadores não podiam
controlar o conteúdo das decisões judiciais, afinal seus poderes sobre os juízes eram frágeis, os governadores se sentiam diminuídos por essa
supremacia.
(p.136)
CAMARAS MUNICIPAIS
Os desembargadores eram apenas uma das vias que as elites locais usavam para colonizar a administração, a câmara de Macau atuava como
mediador entre os dois impérios, sempre beneficiando as elites locais.
(p.136-137)
OFICIAIS E SERVIDORES
A administração do Brasil foi o exemplo mais importante de uma colônia de plantação, com população residente e bem estruturada, mas tinha
uma forma peculiar para combinar interesses sociais e administrativos, a venda de ofícios, porém, no início do século XVIII, um decreto
estabeleceu que os novos ofícios fossem dados a quem tivesse oferecido um “donativo” à fazenda, mais tarde os ofícios foram vendidos em
leilão, ou seja, os ofícios de justiça estavam a disposição das elites econômicas das colônias.
(p.136-139)
CONCLUSÃO
Parece difícil sustentar a tradicional imagem de um império centralizado, conduzido e drenado pela metrópole, isso vai obrigar à revisão de uma
grande quantidade de fatos inconsistentes desde o imperialismo e a exploração da metrópole até algum exagera na questão do pacto
colonial.p.139)
ESTRUTURAS DO IMAGINARIO E CONJUNTURA POLÍTICA: A REVOLUÇÃO DE 1640
A revolução de 1640 e o período filipino são dois momentos de confronto entre dois paradigmas de governo, tradicional e corporativo, de inicio
se constitui uma leitura nacionalista da história, mas esse nacionalismo por si só não teve virtudes, no século XVI, o intercambio cultural entre
Portugal e Espanha foi intenso, e a divisão dos partidos em 1580 não coincide com visões nacionalistas, e se tornou clara depois dos estudos de
Vitorino Magalhaes e Fernando Alvarez, no plano político a naturalidade do rei promovia o amor entre o rei e os vassalos e facilitava o oficio de
reinar.
Na Restauração, também o pathos nacionalista tem que ser bastante problematizado, os modelos de organização de poder nas sociedades de
antigo regime obedeciam a paradigmas bem diferentes dos dias de hoje, ate porque a sociedade ainda estava se constituindo e os reis não
tinham domínio de certas situações, na segunda metade do século XVIII, os reis não sabiam que terras e senhorios existiam no reino e nem qual
o estado jurídico-político exato de muitos deles, apesar do poder dos monarcas, a igreja tinha nessa sociedade um poder local sem comparação,
na questão tributária, havia muita dificuldade na arrecadação de impostos, o povo pediu tributação da nobreza e da igreja, os nobres procuravam
eximir-se por meio do serviço militar, no entanto a reação antifiscal não esgotava o universo das insatisfações, a nobreza via dificultada a sua
imediação com o monarca, nesse universo conturbado a primeira chave para restaurar o imaginário politico que dá unidade as contraditórias
insatisfações ligadas a restauração portuguesa seria não a chave nacionalista e sim a constitucionalista.
(P.139-147)
A HISTÓRIA PORTUGUESA SOBRE OS ÁUSTRIAS
A partir de 1650 por influência de Jaime Cortesão começa a aparecer estudos que procuram reduzir a perspectiva nacionalista, analisando
contextos sociais e econômicos que tinham condicionado a “união” e a ”restauração”, coube ainda a António de Oliveira em seus trabalhos sobre
revoltas populares no período filipino, chama atenção para os impactos das medidas do governo sobretudo as fiscais, algo importante neste
contexto é a forma espanhola-olivarista que apresentava características estruturalmente distintas da forma portuguesa, mais próxima do
tradicional sistema político europeu ocidental, a primeira apontava para um poder central mais centralizado, liberto de limitações corporativas, e
por isso, mais eficaz.
(P.147-148)

ASPECTOS CONSTITUCIONAIS.
A COMUNICAÇÃO ENTRE O REI E O REINO
O período da monarquia dual introduziu algumas novidades no plano da constituição política, como a força expansiva do modelo castelhano, e
também as exigências da evolução da pratica politica das novas unidades políticas, um exemplo de modificação é o advento das novas formas de
institucionalizar a comunicação politica entre coroa e os poderes periféricos, é a partir do início do século XVII, que uma nova ideia sobre o
funcionamento das cortes no seio da comunicação politica entre coroa e os estados se constitui, essas ideias tem as seguintes linhas de força:
*a audição do reino para fins tributários deve restringir-se ao universo dos que vão contribuir;
*o universo dos que com dos que contribuem e logo é um universo hierarquizado, dotado de cabeça, membros e extensões menores;
*ao lado das cortes há outros órgãos que representam o reino, como os conselhos e tribunais.
Essas medidas promovem a imagem de unidade como corpo político, dotado de cabeça e de extensões territoriais encabeçadas pelas cidades e
vilas.
(P.148-154)
JUSTIÇA E GOVERNO. JUNTA VERSUS CONSELHOS
Um dos aspectos das modificações da forma de poder na monarquia dual é a instituição de um novo equilíbrio entre “justiça” e
“governo, a estrutura sinodal - conselhos, com atribuições determinadas por lei e garantidas por eficazes mecanismos jurídicos
contra qualquer usurpação, mesmo por parte do rei - constituía um suporte organizacional adequado à decisão judicial,
garantindo a expressão de todos os pontos de vista e respeitando, por isso, a natureza tópica e argumentativa do processo
jurídico de decisão, a partir da primeira década do século XVII, as coisas começam a mudar, não apenas, , por uma questão de
estilo pessoal do rei ou dos seus ministros, mas porque o ritmo da evolução da conjuntura política, a premência das respostas
que tinham que ser dadas e as necessidades de uma política unitária e de mudanças, obrigavam a um novo modo de
institucionalização da ação política, a uma nova forma do poder central, o sinal mais evidente disto é constituído pela
multiplicação de juntas eventuais.
(P.154-159)
PECUNIA NERVUS RERUM. A IMPOSIÇÃO DE UMA ESTRUTURA FINANCEIRA “MODERNA”
A visão que decorre, quer da leitura das fontes literárias da época ou da literatura secundária sobre o período filipino, é a de que
houve um agravamento da carga fiscal, o poder real português de Seiscentos herdou o sistema financeiro do século anterior e a
estrutura seiscentista, as receitas da coroa eram basicamente idênticas à que se estabelecera a partir dos meados do século XVI,
tal estrutura caracteriza-se pela cobertura das despesas ordinárias do reino, a cobertura das despesas extraordinárias (“despesas
de Estado”) eram feitas com a sobra das rendas ordinárias e com o rendimento do comércio ultramarino, esta onda da tributação
extraordinária em Portugal como em Castela não representa senão o único expediente possível para atualizar as receitas da
coroa, recuperando perdas com a inflação dos finais do século XVI, compensando a evolução negativa do comércio da Índia e
respondendo ao aumento das despesas de Estado provocadas pelas operações bélicas, sobretudo no teatro atlântico,o
reequilíbrio do orçamento, em termos permanentes, interessava à coroa por duas razões:
Uma porque as receitas eram certas, podendo servir de base a operações creditícias e porque a sua cobrança era mais pontual, e
finalmente, porque evitava negociações continuadas em que sempre corria o risco de ter que ceder algo, embora no caso
português sejam espantosamente reduzidas as concessões ou contemporizações da coroa.
(P.159-163)
CONCLUSÃO
A arqueologia da Restauração poderá encontrar-se também aqui, nesta revolução da forma do poder, forma que na Monarquia Católica apontou
mais precocemente para sistemas de comunicação política, de governo e de alocação de recursos típicos das formações políticas estaduais, a
perplexidade dos estratos dirigentes portugueses perante estas novidades é evidente e no seu descontentamento e revolta, exprime-se, além do
mais, um forte apego às formas mais tradicionais de viver o poder, o exemplo mais típico é o da tributação que, por meio da décima, é
substancialmente elevada, reequilibrando o orçamento ordinário.
Para finalizar, apesar de no prazo imediato isso ter como saldo um fracasso da política católica e sobretudo, a política de Olivares, em Portugal
constituiu um fator de ‘modernização’ do sistema político português e embora, a curto prazo, tenha provocado uma reação que reinstalou, com a
Restauração, alguns dos elementos mais ‘conservadores’ desse sistema.

Referência bibliográfica:
HESPANHA, António Manuel. “As estruturas políticas em Portugal na Época Moderna”. In: TENGARRINHA, José (organizador). História de Portugal.
José Mattoso [et al]. Bauru, SP: UDUSC; São Paulo, SP: UNESP; Portugal, PO: Instituto Camões, 2001. P 117-181.

FIM!

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