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Resumo
A acupuntura visa à terapia e à cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através
da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos, porém essa técnica ainda é
anticientífica apesar de sua eficácia ter levado a Organização Mundial de Saúde a listar
enfermidades que podem ser tratadas pela acupuntura, tanto para seres humanos quanto
para os animais. A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é uma condição constrangedora,
com efeitos negativos do sono durante o dia e atividades que afetam a vida pessoal, familiar e
vida profissional. O erro no diagnóstico e o tratamento inadequado desta doença podem
aumentar o sofrimento dos doentes, com tratamentos invasivos e dolorosos desnecessários. O
objetivo é apresentar uma síntese dos principais temas na literatura sobre acupuntura e
sobre a síndrome das pernas inquietas (SPI). A coleta de dados dar-se-á através da técnica
da pesquisa bibliográfica, em artigos considerando a enfermidade e a técnica, escritos no
período (1990-2011), configurados em estudos de casos ou revisões, tendo como critérios de
inclusão artigos escritos no período de 1990 a 2011 e critérios de exclusão bibliográfica com
data inferior ou superior a esta. Concluiu-se que a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e a
acupuntura observam, de forma muito mais acentuada que a medicina ocidental, os
fenômenos naturais que agem e interagem no e com o corpo humano, por isso são muito
menos invasivas. Acredita-se também que uma visão holística ou global por parte da
medicina ocidental é muito superior à percepção fragmentada ou exageradamente
particularizada que normalmente a caracteriza.
1. INTRODUÇÃO
A medicina ocidental obteve formidáveis avanços em prol da humanidade, no decorrer dos
séculos; vacinas, medicamentos, técnicas cirúrgicas, dentre outros. Nas últimas décadas as
tecnologias de diagnósticos vieram fortalecer esse admirável mundo novo da saúde, que
permite que a média de vida do ser humano chegue a 80 anos em alguns países
desenvolvidos. Entretanto, milhares de doenças ainda espantam essa medicina tradicional,
ortodoxa e hermética, dogmática, que reluta em pensar alternativas de tratamento para aquelas
doenças de etiologias por ela desconhecidas e incuráveis.
Essa fantástica medicina também se espanta quando um pastor analfabeto faz “curas
milagrosas” na frente de milhões de pessoas e com o registro da Televisão. Essa medicina não
sabe explicar milhares de fenômenos provados e comprovados pelos sentidos humanos como,
por exemplo, a mulher estéril que muito deseja um filho e que faz desenvolver uma barriga
que imita claramente uma mulher em estado avançado de gravidez. Não entende também
como alguém, sob hipnose, se delicia com uma cebola pensando que está comendo uma maçã,
ou ainda, sob tal efeito, alguém faz crescer uma bolha d’água onde o hipnotizador encosta o
dedo dizendo-lhe que é a ponta de um cigarro aceso.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA
Os conhecimentos da acupuntura estiveram isolados do mundo ocidental por cerca de 5000
anos, distanciando a forma de raciocínio e linguagem. Além do empecilho semântico, a
prática dessa técnica se depara com deficiências no ensino e difusão científica (CIGNOLINI,
1990).
Segundo Gonçalves (2009), os princípios da MTC resistem há mais de 3 mil anos, sendo que
em todo o seu desenvolvimento histórico não faltaram os céticos que tentaram falseá-la, nem
as mentes verdadeiramente científicas que buscam transformar as idéias sem perder a
essência, com coerência admirável no processo de uma busca multiprofissional para equilibrar
dinamicamente as diferenças e fazer pontes para integrar os conhecimentos.
Conforme Altman (1992), no Oriente, a acupuntura vem sendo usada com finalidades
preventiva e terapêutica há vários milênios. De fato, agulhas de pedra e de espinha de peixe
foram utilizadas na China durante a Idade da Pedra (cerca de 3000 anos AC). Ney Jing ou
“Clássico do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna”, texto clássico e fundamental da
MTC, descreve aspectos anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e terapêuticos das
moléstias à luz da medicina oriental. Nesse tratado, já se afirmava que o sangue flui
continuamente por todo o corpo, sob controle do coração. Cerca de 2000 anos depois, mais
precisamente em 1628, William Harvey, proporia sua teoria sobre a circulação sanguínea.
A MTC é uma medicina energética, ou seja, toma como base a existência de uma estrutura
energética para além do corpo físico, e afirma que no nosso corpo a energia circula por canais
que têm pontos específicos que, ao serem puncturados, reorganizam a circulação energética
de todo o corpo. A doença, por sua vez, é sempre uma desorganização da energia funcional
que controla e dinamiza os órgãos. A concepção filosófica chinesa a respeito do universo está
apoiada em três pilares básicos: a teoria do Yang/Yin, dos cinco movimentos e dos Zang Fu
(órgãos e vísceras) (MTC, 2006).
O conceito de yin-yang (Yin= pólo negativo e Yang= pólo positivo) é provavelmente o mais
importante e distintivo da teoria da medicina chinesa, o conceito yin-yang juntamente com o
Qi (energia fluídica) tem permeado a filosofia chinesa há séculos. Yin-yang representa
qualidades opostas, mas também complementares proporcionando equilíbrio ao organismo
(MACIOCIA, 1996).
Na China, a acupuntura é utilizada rotineiramente para o tratamento de diversas afecções. A
partir de 1970, tiveram início diversos estudos científicos no sentido de comprovar a eficácia
da acupuntura. Em 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41
doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura. Após vinte
e cinco anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS publicou o
documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual
expõe os resultados destas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura
– assim como das técnicas de moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laser-
acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu/tuina e acupressura (pressão digital nos
pontos) – em comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e
condições de saúde (BASSO, 2011).
Em Medicina Veterinária, a acupuntura também é indicada para o tratamento de diversas
doenças, tais como: gastrites, enterites, colites, bronquite, broncopneumonia, pleurisia,
miocardites, arritmia cardíaca, nefrites, alterações na micção, prostatite, cistite,
hipotiroidismo, hipertiroidismo, diabetes insipidus, espondilopatia hipertrófica, paralisia
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facial, epilepsia, seqüelas da cinomose, mastite, conjuntivite, otite média, entre outras
(ALTMAN, 1997).
Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e puncionar,
respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades pela aplicação de
estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos (JAGGAR, 1992;
SCHOEN, 1993) chamados acupontos. Trata-se também de uma terapia reflexa, em que o
estímulo de uma área age sobre outra(s). Para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo
nociceptivo (LUNDEBERG, 1993).
Em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), a acupuntura é capaz de promover
uma melhora funcional mais intensa que os métodos usuais de fisioterapia. Johansson et al.
(1993) estudaram 78 pacientes com hemiparesia severa, tanto direita quanto esquerda, e
observaram que aqueles que receberam o estímulo sensitivo se recuperaram mais rapidamente
e de forma mais intensa que os controles, com uma diferença significativa no equilíbrio,
mobilidade, atividades da vida diária, qualidade de vida e dias dispendidos no hospital ou com
cuidados de enfermeiras no domicílio.
Yao (1993) estudou o efeito pressor da acupuntura em animais hipotensos. Ratos com
hipotensão hemorrágica, ou seja, com pressão arterial média (PAM) correspondente a 60% do
valor controle antes da indução da hemorragia, tiveram a PAM elevada a 80% da PAM
controle, após aplicação de eletroacupuntura. Houve também um aumento significativo da
atividade do nervo esplênico, ou seja, inibição da resposta depressora pós-estimulatória
atribuível à inibição simpática.
Entretanto, além do sentido restrito de agulhamento, a palavra acupuntura pode ter sentido
mais amplo, o do estímulo do acuponto segundo as várias técnicas disponíveis (agulhamento,
alterações de temperatura, pressão e outras). A acupuntura faz parte de um conjunto de
conhecimentos teórico-empíricos, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas
de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu-
Shieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral)
(ALTMAN, 1997).
É uma característica da acupuntura manter a função imunológica em um estado ótimo,
regulando seus mecanismos. Em geral, a acupuntura pode restaurar a homeostase de um
organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em hipofunção. Meng (1992)
classifica essa situação como um efeito regulatório de dupla direção, mas essas ações
dependem do estado de saúde do organismo em questão.
De acordo com Gonçalves (2009), os meridianos da acupuntura são reconhecidos pela MTC
como canais que conectam a superfície do corpo com os órgãos internos, sendo que estes
canais têm a função de transportar a energia através de todo corpo. Nos últimos anos cerca de
17 teorias tentam compreender o sistema de pontos da acupuntura por uma perspectiva
ocidental, procurando principalmente característica histológicas distintas que pudessem
diferenciar os pontos de acupuntura do tecido circunvizinho; identificando estruturas, feixes
neurovasculares, acessórios neuromusculares e terminações nervo-sensoriais. Esta mesma
perspectiva de estudo foi transportada para estudar o sistema de meridianos de acupuntura,
tentando identificar as mesmas estruturas no trajeto dos canais de energia da MTC.
As regiões da pele onde encontramos uma alta concentração de terminações nervosas
sensoriais determinam os acupontos (pontos de aplicação da acupuntura) que se relacionam
intimamente com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e cápsulas articulares (WU,
1990). A estimulação dos acupontos possibilita acesso direto ao sistema nervoso central
(RISTOL, 1997; FARBER; TIMOIARIA, 1994).
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Vários autores sugeriram que pode existir uma correspondência entre os meridianos de
Acupuntura e o tecido conectivo. Trabalhos forneceram evidência experimental na
sustentação desta hipótese caracterizada por uma resposta do tecido conectivo ao agulhamento
que é quantitativamente diferente nos pontos de Acupuntura comparados com os pontos
controle, o que pode constituir um importante indício da natureza dos pontos e meridianos de
acupuntura (LANGEVIN, et. al. 2001).
A manipulação da agulha de acupuntura produz mudanças celulares que se propagam ao
longo do tecido conectivo plano. Estas mudanças podem ocorrer mesmo se a agulha for
colocada em qualquer ponto mas pode ser realçada quando a agulha é colocada exatamente
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A secundária refere-se a SPI que é derivada de algumas condições médicas, tais como a
gravidez, insuficiência renal crônica terminal, a deficiência de ferro e polineuropatias. SPI
pode aparecer durante a gravidez ou pode ser agravada por esta condição. Em um estudo em
500 mulheres grávidas, 19% apresentaram essa condição. Isso geralmente é uma forma
benigna de SPI, com o maior nível de gravidade no terceiro trimestre e uma tendência a
desaparecer após o parto (SYMVOULAKIS, et. al., 2010).
Segundo O’keeffe (1996); Danek et. al (1996), a SPI pode ter origem secundária, dentre as
causas relacionadas estão: deficiência de ferro, folato e vitamina B12 (com ou sem anemia);
gravidez; polineuropatia (uremia, diabetes mellitus, artrite reumatóide, doença de Charcot-
Marie-Tooth, abuso de álcool, avitaminoses, amiloidose, síndrome de Sjögren,
crioglobulinemia, lesões de plexo lombossacral, polineuropatia crônica idiopática); mielopatia
crônica; doença de Parkinson; doença pulmonar obstrutiva crônica; gastrectomia parcial;
carcinoma; hipotireoidismo; medicações (neurolépticos, lítio, beta-bloqueadores,
antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, bloqueadores de histamina, cafeína e álcool).
Com base nas diretrizes diagnósticas da International Restless Legs Syndrome Study Group,
estudos recentes estimam que a SPI é um distúrbio comum que afeta aproximadamente 5-10%
dos a população em geral na Europa e nos Estados Unidos. A menor prevalência ocorre entre
as populações de origem asiática (SEAH, et. al., 2001)
Um grande interesse nesta enfermidade vem sendo observado, talvez pela sua alta incidência,
de até 5%, na população em geral segundo alguns estudos (O’KEEFFE, 1996;
MONTPLAISIR, 1997). Um estudo realizado por Lavigne e Montplaisir, no Canadá, avaliou
cerca de 2.019 adultos. Aproximadamente 17% das mulheres e 13% dos homens relataram
sintomas compatíveis com a síndrome, como acordar durante a noite com sensações
desagradáveis nas pernas. Estes achados sugerem que a prevalência da doença pode ser
elevada em uma população.
Um estudo sobre o Reino Unido postos de atenção básica para o período 1994-1998 relataram
prevalência muito baixa (0,25%) e SPI incidência de 41 por 100.000 pessoas-ano. Este achado
poderia ser um indicativo da falta de consciência de SPI em ajustes da atenção primária,
levando ao reconhecimento pobre (VAN DE VIJVER, et. al., 2004).
No estudo REST, os autores Hening; Walters; Allen (2004) constataram que a prevalência
entre adultos cujos sintomas eram graves o suficiente para informá-los ao atendimento médico
primário foi estimado em mais de 3%. A maioria deles estavam experimentando ambos
relacionados ao sono e sintomas sensoriais. Cerca de nove em cada dez sofredores SPI
relataram pelo menos um dos sintomas relacionados com o sono. Quase sete em cada dez
desses pacientes disseram ter tomado mais de 30 minutos para pegar no sono, e
aproximadamente seis de cada dez acordou três ou mais vezes por noite.
A evidência sugere que a SPI não tem sido gerida de forma adequada, mesmo em casos raros,
quando foi reconhecida corretamente. Pacientes continuam a sofrer e são inadequadamente
referidos outros especialistas para investigação ou tratados com medicamentos não
apropriados para a SPI. Estes dados refletem a falta de boa prática médica orientações
relativas a esta doença (HENING, et al., 2004).
A SPI é caracterizada, sumariamente, pela sensação de inquietude noturna e ao descanso dos
membros inferiores, associados a queixas de parestesias e disestesias. A insônia é uma
consequência comum destes sintomas. Caracteriza-se por alterações da sensibilidade e
desconforto nos membros inferiores, mas que podem acometer também os braços e melhoram
quando a pessoa se movimenta. Embora os sintomas apareçam quase sempre à noite, nos
casos avançados podem manifestar-se também durante o dia.
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este exame ainda pode fazer um registro de o exame indica o número de movimentos da SPI e
o período em que eles ocorrem. Este mapeamento é importante porque permitirá ao médico
responsável pelo caso, em geral, um psiquiatra ou mesmo um neurologista, a definir o tipo e a
dosagem de medicamento a serem encaminhados aos seus portadores.
O diagnóstico da síndrome é atualmente baseado na história fornecida pelo paciente. Nenhum
exame complementar ou teste de laboratório é necessário ou útil para fornecer um diagnóstico
mais acurado. Os critérios analisados pelo médico para fornecer o diagnóstico são: o desejo
de mover os membros, associado geralmente a parestesias; incoordenação motora; sintomas
exacerbados exclusivamente em períodos de descanso; e a piora dos sintomas durante o fim
da tarde ou à noite. Determinados movimentos incômodos e periódicos dos membros (pernas)
ocorrem durante o sono na maioria dos pacientes portadores desta condição. Esses
movimentos também podem ser encontrados em praticamente todos os outros distúrbios do
sono e em até cerca de 40% das pessoas idosas sadias e assintomáticas. Na maioria destes
casos, o número de movimentos por noite, é menor que na síndrome das pernas inquietas.
Embora os sintomas descritos ocorram com frequência e os pacientes vivem suas vidas tendo
incapacidade funcional e sofrimento, a SPI ainda é subdiagnosticada (NICHOLS, et. al.,
2003). Há quem balance as pernas enquanto lê, escreve ou vê televisão, mas isso nada tem a
ver com a síndrome das pernas inquietas. São cacoetes que desaparecem assim que a pessoa
se dá conta do que está fazendo.
Conforme Almeida (s.d.) faz-se necessário não confundir esse distúrbio com alguns
movimentos rítmicos e repetitivos que aparecem, em situações específicas, por exemplo,
quando a pessoa está distraída, ou ainda, muito tensa, como numa situação de timidez ou
mesmo de apaixonamento, onde a pessoa sente suas pernas trêmulas. Estes podem ser
interpretados enquanto cacoetes que desaparecem tão logo a pessoa se dá conta do que está
fazendo, ou ainda, restritos a uma situação específica e não patológica.
O tratamento da SPI apresenta diversas controvérsias devido ao desconhecimento de suas
causas. Alguns dos medicamentos mais utilizados são a carbamazepina e a carbidopa-
levodopa, um medicamento utilizado no tratamento da doença de Parkinson. Há alguns
medicamentos que podem agravar ainda o quadro. O principal recurso que as pessoas
empregam no combate desta síndrome é a atividade física em sua grande variedade de
nuances possíveis (ALMEIDA, s.d.).
As principais medidas gerais no tratamento da SPI incluem diminuição ou parada de ingestão
de bebidas com cafeína, parar de fumar, redução na ingestão de álcool. Estas substâncias
podem precipitar ou exacerbar a condição clínica. Um banho quente antes de deitar tem
ajudado alguns pacientes (O'KEEFFE, 1996).
O tratamento da causa básica ou afastamento do fator exacerbante, quando identificados,
frequentemente é efetivo no alívio da sintomatologia. Assim, pacientes com deficiência de
ferro respondem muito bem à terapia com reposição de ferro. Suplementos de folato também
são benéficos em pacientes com essa deficiência, como no caso das mulheres grávidas.
Transplante renal e tratamento com eritropoitina para anemia podem aliviar a SPI associada à
uremia ou diálise (O'KEEFFE, 1996; DANEK, et. al., 1996).
estudo indicou uma associação significativa entre as duas condições. As análises indicaram
uma incidência de SPI em pacientes com a doença inflamatória intestinal de 43%. A
prevalência do problema neurológico foi de 30 % nos pacientes, e de apenas 9% nos esposos.
Comparados àqueles que não tinham pernas inquietas, os pacientes com o distúrbio
neurológico tinham maior média de idade (46,8, contra 42,6 anos), maior
comprometimento do intestino delgado (78%, contra 66,7%), mais anemia anterior
(49%, contra 33%) e menos comprometimento do cólon. Em quase 92% dos
pacientes a síndrome das pernas inquietas começou durante ou após o diagnóstico da
doença inflamatória intestinal. E mais de 44% daqueles que apresentavam as duas
condições afirmaram que havia uma relação entre a melhora dos sintomas das pernas
e dos sintomas da doença e Crohn (CORREIO DO BRASIL, 2009:01).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se que a acupuntura se apresenta como tratamento importante, melhorando
significativamente a qualidade de vida de pacientes vitimados por diversificadas doenças. Os
fortes indícios da relação da síndrome das pernas inquietas com a doença de Crohn, se
confirmada, pode se tranformar num formidável achado que comprovará a importância da
alimentação saudável para a saúde humana.
Estudos com equipe multidisciplinar de psicólogos, massoterapeuta, acupunturista, médico,
neurologista, psiquiatras, especialistas em sono, dentre outros, poderiam preencher as lagunas
desconhecidas, bem como idendificar a qual profissional cabe os trabalhos mais intensos e
frequentes com o paciente.
Deve-se ter em mente que todos os profissionais da saúde são importantes, no entanto as
origens das doenças estão contidas em inúmeras variáveis. Cada área do conhecimento tem
sua missão específica, os pacientes porém preferem um tratamento menos invasivo e doloroso
possível. A medicina ocidental tradicional presta inestimáveis serviços à humanidade. Num
acidente de trânsito, por exemplo, ela é insubstituível, igualmente as vacinas para prevenir
holocaustos epidêmicos.
A acupuntura também já provou e comprovou seu valor, sendo este reconhecido pela OMS.
Portanto, tanto a MTC, de modo geral, e a acupuntura em particular, quanto a medicina
Ocidental, devem trabalhar em conjunto para que os pacientes tenham o tratamento mais
apropriado e menos invasivo possível.
A medicina brasileira e o SUS estão imersos no caos e na anarquia devido à arrogância e
prepotência da medicina, de médicos e dos políticos. Atualmente sobram cirurgiões plásticos
e faltam clínicos para atender os milhões de pacientes que precisam aliviar sua dor e seu risco
de morte. Trata-se a rigor de um ultrage contra a cidadania e a dignidade humana, princípios
fundamentais da Constituição Brasileira que estão sendo desrespeitados de forma massificada
e brutal.
Portanto, é preciso repensar toda a medicina brasileira, tanto a privada quanto a pública. A
globalização precisa atingir todas as áreas humanas, verificando-se o que há de bom em todas
as culturas do planeta. É necessário um afastamento saudável do egocentrismo e do
etnocentrismo característicos da civilização ocidental. È necessário lembrar que as principais
fontes de observação e inspiração da ciência e da tecnologia são os fenômenos da natureza e
estes estão espalhados por todo o planeta e não somente no mundo ocidental.
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