DEUS PLANEJOU OS TEMPOS

Quando Deus criou o universo físico, Ele também criou o tempo e o espaço em que este subsiste.

A Bíblia deixa claro que Deus dividiu os tempos em anos, de acordo com um plano. O livro aos
Hebreus diz:

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
tudo, por quem fez também o mundo [literalmente os “tempos”]. (Hebreus 1:1-2)

Pela fé entendemos que os mundos [literalmente os “tempos”] pela palavra de Deus foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Hebreus 11:3)

Deus tem “colocado em ordem” os tempos para executar Seu Plano de Redenção. Ele estabeleceu
um cronograma para realizar Seus propósitos. Ele não está inventando isto à medida que o tempo
passa.

Nós podemos descobrir Seu cronograma e como Ele está realizando Seus propósitos no tempo
exato, porque Deus, na verdade, revela Seu cronograma na Bíblia.

Nós também podemos entender o período especial em que vivemos e como este se encaixa dentro
do plano geral, mostrando que nós estamos vivendo no final dos tempos.

Os Tempos Estabelecidos por Deus

E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da
terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; (Atos
17:26)

Deus está realizando Seu Plano de Redenção e Seu Reino dentro de um cronograma e Ele mantém
Seu “tempo estabelecido”. Há tempos determinados no plano de Deus:

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em
que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu
certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. (Atos 17:30-31)

A segunda vinda

O dia da segunda vinda de Jesus já está marcado no Seu calendário. O profeta Daniel nos diz:

E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso
pertence ao tempo determinado do fim. (Daniel 8:19)

E no Novo Testamento Paulo nos diz:

Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor
Jesus Cristo; a qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor,
Rei dos reis e Senhor dos senhores; (1º Timóteo 6:14-15)

No livro dos Atos os discípulos perguntaram para Jesus:

Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu

neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. (Atos 1:6-7)
A encarnação

Deus trouxe Seu Filho ao mundo em um tempo pré-determinado:

Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que
seja senhor de tudo; mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado
pelo pai. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão
debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo
da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. (Gálatas 4:1-5)

Uma leitura cuidadosa desta passagem nos mostra que “a plenitude dos tempos”, a qual significa o
término de uma era, refere-se à morte e ressurreição de Cristo, quando Ele redimiu a humanidade.
Deus enviou Seu Filho encarnado um pouco antes de chegar “a plenitude dos tempos”.

Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos
tempos dos séculos; mas a seu tempo manifestou a sua palavra pela pregação que me foi
confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador; (Tito 1:2-3)

Então o tempo da primeira e segunda vinda de Jesus já foram determinadas no calendário de Deus.
É de se esperar que elas tenham uma posição especial em Seu cronograma.

Tempo da Semeadura e da Colheita

O tempo presente é comparado ao período entre a semeadura e a colheita (ceifa).

Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso
fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e seródia.
Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor
está próxima. (Tiago 5:7-8)

Jesus disse:

“... e a ceifa é o fim do mundo;” (Mateus 13:39)

Nós veremos que “o fim do mundo” é na verdade o término do tempo.

Jesus veio semeando a semente do Evangelho e logo será o tempo da colheita, quando Ele vier e
colher o precioso fruto da terra. Nesse ínterim, enquanto Deus continua a derramar a “chuva” do
Seu Espírito, nós continuamos semeando Sua Palavra, confiando que Seu Espírito a faça germinar
no coração dos homens.

Nós estamos vivendo no período de tempo peculiar que imediatamente precede o fim do mundo e a
Tribulação, período de sete anos de julgamento que começa quando o Senhor retorna para Sua
Igreja no Arrebatamento. A safra na terra está quase pronta para a época da colheita (sega).

E não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva, a
temporã e a tardia, ao seu tempo; e nos conserva as semanas determinadas da sega.
(Jeremias 5:24)

Deus fielmente mantém Suas determinações de acordo com o padrão das Suas Festas, as quais
estão relacionadas com o calendário anual da sega. Elas acontecem em tempos determinados e são
prenúncios dos eventos principais no plano de Deus. As Festas do primeiro mês foram cumpridas
na Sua primeira vinda, as Festas do sétimo mês serão cumpridas na Sua segunda vinda e o
Pentecostes no terceiro mês fala da Era da Igreja.
A soberania de Deus sobre o tempo

Deus está além do tempo como o Alfa e o Ômega. Ele vê o fim desde o início e em Sua soberania Ele
decreta que certas coisas irão acontecer em tempos determinados. Então Seu plano é executado no
tempo exato de acordo com o Seu querer e nada pode parar ou impedir isto.

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro
Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a
antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e
farei toda a minha vontade. (Isaías 46:9-10)

Deus cumpre Seu plano profético no tempo determinado. Será que Ele nos revelaria Seu
cronograma para que pudéssemos vê-Lo executando Seus propósitos no tempo exato?

1ª CHAVE: UM DIA = MIL ANOS

Deus dá muitos indícios em Sua Palavra sobre como Ele mede o tempo. Ele dá a primeira pista
através de Moisés, que escreveu o Salmo 90:

Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.
(Salmo 90:12)

A importância de se entender o tempo

Isto nos mostra que precisamos pedir a Deus que nos ensine a entender o tempo e como Ele o
conta.

No começo do Salmo Ele nos dá uma pista muito importante para se entender o tempo:

Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de

eternidade a eternidade, tu és Deus. (Salmo 90:2)

Isto mostra que Deus vê o tempo diferentemente de nós. Ele é eterno, além do tempo. Por isso, Ele
o vê como um todo, ou seja, do começo ao fim simultaneamente. Ele é capaz de exercer Sua
soberania sobre os tempos e suas durações. Ele determina como os tempos são revelados, a ordem
deles e a duração dos anos.

Após estabelecer a soberania de Deus sobre o tempo, o Salmo 90 nos dá a primeira chave para
entendê-lo:

Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da
noite. (Salmo 90:4)

Alguns veem isto como simplesmente dizer que Deus não experimenta o tempo como nós, uma vez
que ele está além dele. Mas certamente isto não significa que Deus é vago com relação ao tempo,
significando que todo período de tempo é o mesmo para Ele. Deus é um mestre matemático e usa
os números corretamente e com propósito.

A Primeira Chave para Entender o Tempo

Portanto, muitos mestres judaicos e Pais da Igreja têm visto isto como Deus dando, em código, a
chave para revelar a Sua estrutura de tempo. Em outras palavras, isto é uma expressão exata de
como Deus tem planejado o curso do tempo, onde 1 dia para o Senhor é igual a 1000 anos para o
homem.

Note que o verso não diz que 1 dia é um longo período de tempo, mas sim 1000 anos (e não 20, 50,
300 ou 3000). Por que escolher 1000 e não outro número?
Esta mesma chave mestra é confirmada no Novo Testamento por Pedro:

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia. (2º Pedro 3:8)

Uma tradução mais literal diz: “não deixem que este fato passe despercebido”.

A seguir, precisamos descobrir o projeto fundamental que Deus tem ordenado para a estrutura
geral do tempo, para então podermos usar a primeira chave. Não há muita dificuldade para se
encontrar este projeto divino.

2ª CHAVE: A SEMANA DA CRIAÇÃO É O PROJETO

Deus revelou o Seu padrão fundamental de tempo na criação da semana, a qual é o projeto para
todas as semanas. A Bíblia começa com os sete dias da criação. Por que Deus usou 7 dias e não 1, 3
ou 30 dias, se não para estabelecer um padrão e estrutura para o tempo?

O princípio da “semente”

Deus trabalha através do princípio da “semente”. Ele não criou nada novo depois daquela primeira
semana. Deus criou todas as coisas na forma de “semente” e então tudo se desenvolveu a partir do
projeto da “semente” original.

Assim como Ele criou todas as coisas para o homem em sete dias, Ele criou os tempos, ou os anos,
para o homem, de acordo com o projeto da Sua semana da criação. A “semente da história do
homem” é a semana da criação.

A Segunda Chave para Entender o Tempo

Vamos dar uma olhada de perto para ver a estrutura da semana da criação. Ao fim de seis dias, Ele
terminou Seu trabalho e viu que era bom:

E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia
sexto. (Gênesis 1:31)

E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda
a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele
descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera. (Gênesis 2:2-3)

Ele trabalhou por seis dias e descansou no sétimo. Isto então se tornou o padrão para a nossa
semana.

O sétimo dia

Sob Moisés, baseado nesta revelação do projeto da semana da criação, Deus ordenou que Israel
guardasse o sábado como um dia santo. Eles contavam o tempo em semanas, onde trabalhavam
por seis dias e descansavam no sétimo. Assim eles estavam relembrando a graça de Deus na
criação:

Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu,
nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e
a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor
o dia do sábado, e o santificou. (Gênesis 20:8-11)
Os sete dias da criação formam o projeto para o tempo

Vamos pegar a chave do Salmo 90:4 e 2º Pedro 3:8 e aplicá-la na semana da criação para ver o que
temos:

• 1 DIA = 1000 ANOS

• 1 SEMANA = 7 DIAS = 7000 ANOS

Os sete dias da semana da criação são uma representação dos sete mil anos da história do homem,
a “grande semana” da sua história. Aguardamos ver 6000 anos de trabalho seguido de 1000 anos
de perfeição e descanso, o grande dia de sábado:

Aplicando nossa chave em que 1 dia para o Senhor é como 1000 anos para o homem, no lado
direito da tabela acima nós vemos a semana correspondente da história – 6000 anos seguido por
mais 1000 anos especiais, ou seja, o aguardado Milênio.

1º DIA
Semana da Criação História do Homem
A luz é separada das trevas A queda
E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa O maior evento nos primeiros 1000
a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus anos da história Bíblica foi a queda
chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e do homem, quando as trevas do
a manhã, o dia primeiro. (Gênesis 1:3-5) pecado separou o homem da luz e
comunhão com Deus.
2º DIA
Separação entre as águas da expansão O dilúvio
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e O maior evento do segundo 1000
haja separação entre águas e águas. E fez Deus a anos da história Bíblica foi o dilúvio
expansão, e fez separação entre as águas que estavam no tempo de Noé, quando as águas
debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a que estavam no céu caíram e as
expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e águas dos abismos subiram.
foi a tarde e a manhã, o dia segundo. (Gênesis 1:6-8)
 3º DIA
A terra seca aparece e a vegetação cresce A conquista da terra prometida
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num O maior evento do terceiro 1000
lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou anos da história Bíblica foi a
Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas conquista da terra de Canaã, a qual
chamou Mares; e viu Deus que era bom. E disse Deus: foi coberta por vegetação.
Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore
frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente
está nela sobre a terra; e assim foi. E a terra produziu
erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a
árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua
espécie; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o
dia terceiro. (Gênesis 1:9-13)
4º DIA
O sol, a lua e as estrelas Nasce Jesus
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para O maior evento do quarto 1000 anos
haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para da história Bíblica foi o nascimento
sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E de Jesus em Israel, representado em
sejam para luminares na expansão dos céus, para Gênesis 37:9 e Apocalipse 12:1 pelo
iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes sol (Jacó), a lua (Raquel) e as
luminares: o luminar maior para governar o dia, e o estrelas (filhos deles).
luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E
Deus os pós na expansão dos céus para iluminar a terra, e
para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre
a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a
manhã, o dia quarto. (Gênesis 1:14-19)
5º DIA
Peixes e pássaros A Igreja – o peixe e a pomba
E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis O maior evento do quinto 1000 anos
de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão da história Bíblica foi o advento da
dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de Igreja, representada durante toda
alma vivente que as águas abundantemente produziram sua história pelo peixe e pela
conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a pomba.
sua espécie; e viu Deus que era bom. E Deus os abençoou,
dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos
mares; e as aves se multipliquem na terra. E foi a tarde e a
manhã, o dia quinto. (Gênesis 1:20-23)
6º DIA
Os animais e o homem O leão da tribo de Judá e o
E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua segundo Adão
espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua O maior evento no sexto 1000 anos
espécie; e assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme da história Bíblica será a segunda
a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o vinda de Jesus, o leão da tribo de
réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era Judá e o segundo Adão (homem).
bom. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda
a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E
criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e
Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e
sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move
sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a
erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra;
e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á
para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a
ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma
vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim
foi. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito
bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto. (Gênesis 1:24-31)
7º DIA
O descanso Cristo reina 1000 anos sobre a
Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram Terra
acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra O maior evento do sétimo 1000 anos
que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que da história Bíblica será o reino de
tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; 1000 de Cristo, quando Ele trará
porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara descanso para toda a Terra.
e fizera. (Gênesis 2:1-3)

1000 Anos de Descanso

Bem, se estivermos correto, é de se esperar que a Bíblia confirme este padrão de tempo. Será que
ela fala sobre 1000 anos de descanso no final dos tempos? A resposta é um retumbante “sim”! O
apóstolo João nos dá a conclusão definitiva.

Os profetas do Velho Testamento profetizaram estes anos de ouro, quando o Messias virá para
governar a Terra e estabelecer um reino de paz e livre de qualquer maldição. Este será chamado o
reino Messiânico, o qual é descrito em grandes detalhes no Velho Testamento, exceto a sua
duração.

Com a nossa chave apontando este tempo como sendo o dia de sábado da história, o Dia do Senhor
durará 1000 anos após os 6000 anos de governo pelo homem.

A confirmação do apóstolo João

João confirma isto no livro do Apocalipse. Depois de descrever a segunda vinda de Jesus como o
Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Apocalipse 19:16), ele então descreve o período dos 1000
anos:

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua
mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por
mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pós selo sobre ele, para que não mais
engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um
pouco de tempo. E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar;
e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de
Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas
testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os
outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira
ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição;
sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e
reinarão com ele mil anos. E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,
(Apocalipse 20:1-7)

A ênfase nos 1000 anos

O período de 1000 anos é enfatizado e repetido seis vezes para sublinhar sua importância. Como
veremos mais à frente, na época em que João escreveu o livro do Apocalipse esta teoria do tempo
era amplamente conhecida pelos judeus e mesmo pelos cristãos. Assim, quando Deus revelou para
João que esta era duraria 1000 anos, isto foi uma grande confirmação do pensamento que se tinha
sobre a estrutura do tempo para Deus.

Quando Jesus retornar, já está determinado para começar um período preciso de 1000 anos.
Somente quando o tempo em que estamos terminar é que o próximo período começa. Isto deixa
claro que Deus avança a história do homem de acordo com um plano de tempo definido. Se não,
por que estes 1000 anos seriam tão precisamente alocados para este segmento da história?

Este plano é a semana de sete dias, cada dia durando 1000 anos. O capítulo 20 do livro de
Apocalipse confirma isto descrevendo o período de descanso no final da história, que durará 1000
anos. Este é o grande dia de sábado.

OS 7000 ANOS DA HISTÓRIA DO HOMEM

Vamos agora desenvolver esta ilustração um pouco mais. O começo do processo é Adão, o primeiro
homem. Então, após seis dias (de acordo com Apocalipse 20) temos a segunda vinda de Cristo, o
segundo Adão, trazendo um novo dia, o sétimo dia ou o Milênio.

Genealogia Bíblica

Se olharmos a genealogia na Bíblia, veremos que foram 2000 anos de Adão até o nascimento de
Abraão, que trataremos mais adiante.

O Padrão de Tempo na Semana da Criação

Os primeiros dois dias leva-nos de Adão até Abraão. Depois, se pegarmos mais dois dias ou dois
mil anos, chegamos à época de Cristo em Sua primeira vinda. Mas o final do quarto dia não é o Seu
nascimento, como muitos acreditam, e sim Sua morte e ressurreição em 33 DC. Foi isto que trouxe
o período seguinte, a Era da Igreja.

É interessante notar que os dois principais períodos da história, a primeira e a segunda vinda de
Cristo, acontecem no final dos dias quatro e seis respectivamente.
Os quatro primeiros dias da história

Os quatro primeiros dias da semana da criação são destacados dos outros três como sendo o tempo
que Deus usou para preparar os céus e a Terra para a chegada da vida.

Da mesma forma, os primeiros 4000 anos da história do homem foram a preparação para a
primeira vinda de Jesus, quando Ele veio para nos dar a luz e a vida eterna.

O quarto dia

Assim como o sol apareceu no quarto dia da semana da criação, o Sol da justiça nasceu e raiou Sua
luz entre nós perto do findar dos 4000 anos (João 1:1-14).

O quinto e o sexto dia da história

Então, no quinto e sexto dia Deus fez brotar a vida. Semelhantemente, na Era da Igreja a vida de
Jesus cobriu a Terra através do Evangelho.

O final do sexto dia

Assim como Deus no sexto dia completou a obra da Sua criação com o casamento de Adão e Eva, os
quais reinaram juntos, no final do sexto dia (6000 anos) Cristo retornará para as bodas com a Sua
esposa (Igreja). Esta, que foi formada a partir Dele (Jesus) assim como Eva de Adão, reinará com
Ele sobre a Terra.

O sétimo dia

Assim como o sétimo dia foi um dia santo para repousar na perfeição do que Deus tinha criado, o
sétimo dia será 1000 anos de santidade sobre a Terra, onde o homem regozijará na perfeição do
reino de Deus.

Os Períodos de Tempo
Dois dias desde Adão até no nascimento de Abraão

Houveram dois dias desde Adão até o nascimento de Abraão. Os capítulos de 1 a 11 de Gênesis
tratam dos primeiros 2000 anos. Como ainda não havia Israel, chamaremos este período de Era
dos Gentios.

Dois dias desde o nascimento de Abraão até a crucificação

Houveram dois dias desde o nascimento de Abraão até a cruz de Cristo. Esta é a Era de Israel. O
capítulo 12 de Gênesis e os evangelhos cobrem estes 2000 anos.

O Cordeiro Pascal é reservado por quatro dias

Note que há exatamente quatro dias desde a fundação do mundo até a crucificação.

Vemos uma maravilhosa confirmação disto no cordeiro da Páscoa, o qual teria que ser escolhido e
separado no décimo dia do mês de Nisan, exatamente quatro dias antes de ser sacrificado. Da
mesma forma, Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, foi escolhido e separado desde a fundação do
mundo para ser sacrificado por nós quatro dias, ou seja, 4000 anos antes de morrer na cruz
(Apocalipse 13:8, 1º Pedro 1:18-20).

Dois dias da Era da Igreja

Também há dois dias entre a primeira e a segunda vinda de Jesus. Esta é a Era da Igreja, a qual
dura 2000 anos.

“O Dia do Senhor”

Então haverá o dia final, o sétimo, da história do homem, o Milênio, o Dia do Senhor. Realmente a
Bíblia faz sentido! Mas para isso, nós precisamos entender esta estrutura de tempo fundamental.
Isto explica o porquê que Jesus teve que vir e o porquê que Ele retornará após 2000 anos para
reinar por 1000 anos.

TESTEMUNHO DOS ANTIGOS ESCRITORES JUDAICOS

Os antigos escritores judaicos sabiam e confirmavam a teoria de que os sete dias da semana da
criação formam o projeto do tempo para Deus.

Eles ensinavam que o trato de Deus com o seu povo seria realizado dentro de uma “grande semana
de Sábado” que duraria 7000 anos. Isto era conhecido antes da época de Cristo. Tinha até uma
tradição judaica que atribuía isto a Elias.

Edward Gibbon

O historiador Edward Gibbon conclui em seu livro “Declínio e Queda do Império Romano”:

“A antiga e popular doutrina do Milênio estava intimamente conectada com a segunda vinda de
Cristo. Como o trabalho da criação foi concluído em seis dias, suas durações em seus estados
presentes, de acordo com a tradição a qual é atribuída ao profeta Elias, foi de 6000 anos.
Usando a mesma analogia, foi deduzido que este longo período de trabalho e combate, o qual já
está para se expirar, será sucedido por um jubiloso Sábado de 1000 anos e que Cristo, com a
horda triunfante de santos e eleitos, os quais escaparam da morte ou foram miraculosamente
ressuscitados, reinarão sobre a Terra até o tempo determinado para a última e geral
ressurreição.” (Volume 1, Capítulo XV, Parte 4: Progresso da Religião Cristã, pg. 636)
Rabi Elias, 200 AC

“O mundo durará 6000 anos: 2000 antes da Lei, 2000 sob a Lei [de Moisés] e 2000 sob o
governo do Messias.”

Tanna Debe Eliyahu (livro da literatura rabínica judaica)

O mundo existirá por 6000 anos. Nos primeiros 2000 anos haverá desolação (sem Torá [lei de
Moisés]). Então por 2000 a Torá florescerá e os próximos 2000 anos será a Era Messiânica.

Rabi Kattina

Na Gemara Sanhedrin, um comentário do Talmude [livro judaico sagrado], o Rabi Kattina diz:

“O mundo durará 6000 anos e 1000 anos estará assolada (qual seja, os inimigos Deus serão
destruídos), a respeito do que está escrito 'só o Senhor será exaltado naquele dia' [Isaías 2:11]. Da
mesma forma que a cada sete anos o sétimo é o ano do descanso, então dos 7000 anos do mundo,
o sétimo milênio será o do descanso milenar, onde só Deus será exaltado naquele dia.”

O Tannaim

No Talmude, o Tannaim (compêndio dos rabinos da época de Cristo) diz:

“Assim como foram seis dias de criação, o mundo durará 6000 anos. O sétimo 'dia terreno' será
os 1000 anos de governo do Messias.” (Sanhedrin 97a; Avodah Zarah 9a)

A enciclopédia da religião judaica diz que os rabinos se basearam no Salmo 90, versículo 4:

Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da
noite.

O Livro de Enoque

O Livro de Enoque, embora não faça parte da Bíblia, foi algumas vezes citado pelos primeiros
escritores da igreja, por exemplo Judas 1:14-15.

A versão eslava (Os Segredos de Enoque) descreve a história do mundo desde Adão, indicando que
esta durará 7000 anos, que correspondem aos sete dias da criação e que o sétimo milênio virá após
a segunda vinda de Cristo:

Eu [Deus] disse à Adão: “A terra em que você está e de onde eu te tomei, para ela tu retornarás.
Não te destruirei, mas te enviarei de volta de onde Eu te tomei. Eu posso novamente tomar você
[através da ressurreição] na Minha segunda vinda”... “E eu abençoei o sétimo dia, o qual é o
Sábado em que Eu descansei de todo o Meu trabalho. E Eu também designei o oitavo dia, o qual
deve ser o primeiro dia depois de descansar do Meu trabalho. Os primeiros setes giram na forma
do sétimo mil e o oitavo será um tempo incontável, sem fim, sem anos, sem meses, sem semanas,
sem dias, sem horas”.

Depois de falar dos sete dias da criação, o escritor passa a falar em termos de mil. A duração de
cada dia é para ser medida em termos do sétimo dia, o qual é chamado de o “sétimo mil”.

Deus está dizendo para Enoque que cada um dos sete dias da Sua criação indica 1000 revoluções
da Terra ao redor do sol. Note que a menção da revolução coloca esta profecia muito à frente do seu
tempo em termos de conhecimento.

Os Segredos de Enoque sugere que o sétimo mil será abençoado como um tempo de descanso após
o retorno do Messias, quando Adão e sua descendência serão ressuscitados. O misterioso oitava dia
se encaixa no período eternal do Apocalipse 21 e 22. A versão mais extensa de Enoque, contendo o
material citado por Judas, também descreve a história total da Terra como 7000 anos.

Juntas, ambas versões revelam uma crença clara entre os antigos judeus e os primeiros cristãos de
que a história total da Terra seria de 7000 anos.

Conclusão

Portanto, no tempo do Novo Testamento esta já era uma teoria estabelecida. Foi neste sentido que
Pedro disse:

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia. (2º Pedro 3:8)

Note que ele estava chamando a atenção para algo que eles já tinham conhecimento. Para os
ouvintes daquele tempo, isto confirmava a bem conhecida estrutura de tempo baseada nos sete
dias da semana da criação: haveria seis dias, ou 6000 anos, do homem seguido de um grande
Sábado, os 1000 anos do “Dia do Senhor”.

OS ÚLTIMOS DIAS

Nós estamos estudando a estrutura do tempo para Deus baseada na semana da criação. Assim
como Deus completou o Seu trabalho em seis dias e descansou no sétimo, após seis dias, que são
6000 anos de história, Ele estabelecerá Seu Reino de paz sobre a Terra. Este durará um dia, que
são 1000 anos, o grande Sábado, quando a Terra entrará em descanso.

Este conceito era bem conhecido entre os rabinos judeus do tempo de Cristo. Este plano de 7000
anos de Deus é baseado em tipologia, mas ambos os apóstolos, Pedro e João, confirmaram isto.
Vamos dar uma olhada no que Pedro tem a dizer quando ele fala sobre a segunda vinda:

Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as
suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? (...)

Os últimos dias começaram na ressurreição de Cristo e são os três dias, ou 3000 anos,
remanescentes da história.

(…) Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o
princípio da criação. Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já
desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água
subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio,
(2º Pedro 3:4-6)

Deus retornará como Juiz

Ele responde para aqueles que duvidam que o Senhor retornará como um Juiz voltando para o
começo da semana da criação, dizendo que o mesmo Deus, o qual de maneira sobrenatural formou
o mundo e depois no julgamento enviou o dilúvio, um dia destruirá tudo isto com fogo:

Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e
se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. (2º Pedro
3:7)

Então ele dá a chave para entender o cronograma de Deus:

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia. (2º Pedro 3:8)

Claramente Pedro considera este fato como de grande importância. Alguns entendem que isto
significa que o tempo é inexpressivo para Deus, ou seja, para Ele o tempo não existe, pois Ele está
além ou “fora” do tempo. Mas se isto é uma afirmação vaga, por que Pedro coloca este fato como
uma peça de informação crucial em conexão com a futura intervenção de Deus no julgamento?

Se pegarmos isto literalmente, Pedro está confirmando que Deus está trabalhando dentro de um
cronograma e então nos dá a chave principal para entendê-lo, cujo princípio é que um dia para o
Senhor é como 1000 anos para o homem.

A demora da vinda do Senhor

A questão é a aparente demora da vinda do Senhor e a resposta de Pedro foi dar o fato chave para
responder a isto. Examinando o contexto da história desde os dias da criação até o final dos
tempos, ele disse que a chave é saber que “um dia para o Senhor é como mil anos”.

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é
longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a
arrepender-se. (2º Pedro 3:9)

Deus não é como um homem indolente que atrasa e perde compromissos. Ele não é negligente. Ele
está trabalhando dentro de um cronograma e age no tempo certo. A razão de Sua longanimidade
antes de iniciar o julgamento é porque Ele quer que muitos, tanto quanto possível, sejam salvos.
Mas o Dia do Senhor virá no tempo exato.

Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se
queimarão. (2º Pedro 3:10)

Portanto, Pedro, em sua explicação do porquê do longo período de tempo para a volta do Senhor,
confirma que a história do homem segue o princípio da semana da criação, onde os sete dias
representam 7000 anos.

Deus tem revelado que Ele conta os tempos em períodos de sete, incluindo os sete dias milenares
da história. Como houveram seis dias e então Ele descansou no sétimo, assim haverá 6000 anos
seguido por um grande Sábado que perdurará por 1000 anos, o chamado Milênio.

VISÃO DA IGREJA PRIMITIVA

Os Pais da Igreja primitiva concordavam com esta visão de que a história segue o princípio semana
da criação, onde os sete dias representam 7000 anos.

Epístola de Barnabé

A Epístola de Barnabé remonta do primeiro século e muitos líderes da igreja primitiva, como
Orígenes, Jerônimo, Clemente e Eusébio, acreditavam que ela foi genuinamente escrita pelo
Barnabé do Novo Testamento. Embora não faça parte da Bíblia, ela relata-nos sobre as crenças da
igreja primitiva:

(…) "Em seis dias, Deus fez as obras de suas mãos e as terminou no sétimo dia, e nele
descansou e o santificou." Prestai atenção, filhos, sobre o que significa: "terminou no
sétimo dia". Isso significa que o Senhor consumará o universo em seis mil anos, pois um
dia para ele significa mil anos. Ele próprio o atesta, dizendo: "Eis que um dia do Senhor
será como mil anos." Portanto, filhos, em "seis dias", que são seis mil anos, o universo será
consumado. "E ele descansou no sétimo dia." Isso quer dizer que seu Filho, quando vier
para pôr fim ao tempo do Iníquo [Anticristo], para julgar os ímpios e mudar o sol, a lua e
as estrelas, então ele, de fato, repousará no sétimo dia [o Milênio]. (...). (Epístola de
Barnabé, capítulo 15)
Irineu, 150 DC

Em “Contra as Heresias”, Irineu mencionou uma crença mantida pela igreja primitiva:

Esta é descrição do passado, tal como aconteceu, e ao mesmo tempo uma profecia para o
futuro: com efeito, "se um dia do Senhor é como mil anos", se a criação foi acabada em
seis dias, está claro que a consumação das coisas acontecerá no sexto milênio. (Livro V,
28-3, pg. 595)

Edward Gibbon

O historiador Edward Gibbon relatou que os 7000 anos do plano de Deus estavam cuidadosamente
inculcados na igreja primitiva. Ambos judeus e cristãos tinham este conhecimento no e desde antes
do primeiro século.

Lactâncio, 300 DC

O escritor cristão Lactâncio afirmava esta visão. Em sua obra “Instituições Divinas” ele diz:

Nós, a quem as Sagradas Escrituras instrui para o conhecimento da verdade, sabemos o

começo e o fim do mundo, a respeito do qual falaremos no final do nosso trabalho.
Portanto, saiba os filósofos, os quais enumeram milhares de anos desde o começo do
mundo, que os seis mil anos ainda não foram completados e, quando for, virá a
consumação. (Livro VII, Capítulo 14)

Ele também disse:

Portanto, uma vez que Deus completou o Seu trabalho em seis dias, é necessário que o
mundo permaneça neste estado por seis eras, que são 6000 anos. (…) Novamente, uma
vez que Deus, havendo terminado Seu trabalho, descansou e abençoou o sétimo dia, ao
final de seis mil anos todos os ímpios serão aniquilados da Terra e a justiça reinará por
1000 anos. (…). (Livro VII, Capítulo 14)

Metódio, bispo de Tiro em 300 DC

Metódio chama a atenção para o fato de que Adão morreu com a idade de 930 anos (Gênesis 5:5) e
não alcançou a idade de mil por causa da profecia de Deus em Gênesis 2:17, que diz “... porque no
dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Uma vez que um dia é igual a 1000 anos os olhos de Deus, Adão tinha que morrer antes do
dia (1000 anos) ser completado.

Também:

Da mesma forma que em seis dias Deus fez os céus e a Terra, findou o trabalho, abençoou
e santificou o sétimo dia, então, por ilustração, no sétimo mês, quando o fruto da Terra
tiver sido colhido, nós somos exortados a guardar a Festa (dos Tabernáculos) para o
Senhor, a qual significa que, quando este mundo tiver terminado no sétimo milênio, Deus
terá completado Seu trabalho e regozijará em nós.

Hipólito

Hipólito disse:

6000 anos precisam ser consumados para que o Sábado venha.

Bispo Hugh Latimer

Alguns autores da Reforma entenderam que a semana sabática de 7000 anos indicava que o fim
ocorreria em nossa geração. Bispo Latimer disse:

O mundo foi ordenado para durar, como todo homem instruído afirma, 6000 anos.
Destes, 5552 anos já se passaram [era o ano de 1552]. Portanto, restam somente mais 448
anos (terminando no ano 2000).

Arcebispo James Ussher

No século 17, a famosa cronologia da vida na Terra do arcebispo Ussher incluía esta hipótese.

Dr. Johnson

O famoso Dr. Johnson disse:

Por toda a escritura há uma notável representação típica de um grande e importante

Sábado, como um grande setenário, que ainda não aconteceu, o qual evidentemente
parece ser o setenário milenar, o grande Sábado de toda a Terra.

Mais escritos dos primeiros Pais da Igreja, tais como Vitorino (bispo de Pettau), Justino Mártir,
Jerônimo (tradutor da Bíblia Vulgata), poderiam ser fornecidos para embasar o argumento de que
a igreja primitiva acreditava que o Milênio começaria no final dos 6000 anos a partir de Adão.

Juntamente com 2º Pedro 3:8, isto mostra que esta crença fazia parte do ensino dos apóstolos e da
igreja primitiva.

AS ERAS DO TEMPO

Deus tem ordenado o rumo do tempo e nós podemos dividi-lo em quatro eras distintas.
A Era dos Gentios

A primeira era – 2000 anos – de Adão até Abraão. Esta inclui o dilúvio.

A Era de Israel

A segunda era – 2000 anos – de Abraão até a Cruz. Deus começa a trabalhar para revelar a Si e Seu
Messias através de um povo escolhido – Israel – e o nascimento de Abraão marca a origem desta
nação. O Êxodo é o nascimento de Israel como uma nação.

A Era da Igreja

A terceira era – 2000 anos – da Cruz até os sete anos da Tribulação, que é o começo dos “últimos
dias”. O mais interessante é que estamos vivendo na época perto do fim destes 2000 anos e final
dos 6000 anos da história do homem. O Senhor está vindo em breve!

A Era do Senhor

A quarta era – os 1000 anos finais – é a Era ou o Ano do Senhor. Este é o sétimo dia, o grande
Sábado do descanso, o qual durará por 1000 anos como previsto no capítulo 20 do Apocalipse.
Jesus, o Senhor do Sábado, governará:

Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor. (Marcos 2:28)

O Grande Sábado Milenar

Este grande Sábado milenar é certamente o cumprimento de todas as semanas sabáticas. Estas
foram guardadas para comemorar o término da criação de Deus no sétimo dia. Mas elas também
prenunciaram algo que Deus realizaria no futuro: a plenitude do destino da criação no sétimo dia
milenar.

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou
da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
(Colossences 2:16-17)

Isto é o que Hebreus 4:9 diz:

Portanto resta ainda um repouso sabático para o povo de Deus.

As semanas sabáticas apontam para o grande milenar dia de Sábado.

Ao primeiro Adão foi dado 6000 anos de domínio sobre a Terra. Desde a Queda, Deus vem
trabalhando para salvar o homem e estabelecer o Seu reino sobre ela, que será concluído no final
do sexto dia, quando o segundo Adão toma Sua autoridade e reina.

Assim, no sétimo dia a Terra entrará no Sábado de descanso. Seis dias foram dados para o homem
governar, mas o sétimo dia é o Dia do Senhor (Messias). Portanto, a história do homem está
designada para ter seis dias sob seu domínio e um dia de descanso sob o domínio de Deus. Este dia
final de 1000 anos é o Milênio.

Nós estamos vivendo bem perto do final do sexto dia.

Até os demônios conhecem o cronograma de Deus

Até os demônios sabem sobre o cronograma de Deus e que Cristo os expulsará da Terra e os punirá
no tempo determinado.
 E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui
atormentar-nos antes do tempo? (Mateus 8:29)

Eles sabiam que o tempo determinado para a condenação deles ainda não havia chegado, pois era
ainda o final do quarto dia, e isto vai acontecer somente ao final do sexto dia. Portanto,
atormentados eles usaram este fato para rogar a Jesus que adiasse o Seu julgamento sobre eles.

Apocalipse 12:12 diz que, no período da Tribulação, Satanás saberá que ele terá muito pouco
tempo. Mesmo agora ele sabe que seu tempo está se findando rapidamente.

(…) Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira,
sabendo que já tem pouco tempo.

ILUSTRAÇÃO DAS ERAS DO TEMPO

Para concluir, vamos dar uma olhada em algumas extraordinárias confirmações desta estrutura ao
aplicarmos esta chave tipológica a algumas partes da escritura.

1 O Cordeiro Pascal

O cordeiro da páscoa ilustra os primeiros quatro dias:

Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si
um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. (Êxodo 12:3)

E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação
de Israel o sacrificará à tarde. (Êxodo 12:6)

Quatro dias antes de ser sacrificado, o cordeiro da páscoa era separado. Por quê? Porque ele era a
ilustração de Jesus, o verdadeiro Cordeiro Pascal de Deus, o qual é o cumprimento desta
simbologia, pois Ele foi separado desde a fundação do mundo para ser sacrificado como nosso
cordeiro da páscoa.

No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo. (João 1:29)

Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais
sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. (1º Coríntios 5:7)

Jesus é o:

(…) Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. (Apocalipse 13:8)

Jesus foi separado por quatro dias

Como o cordeiro da páscoa teria que ser separado quatro dias antes do sacrifício, do mesmo modo
Jesus foi separado quatro dias, ou seja, quatro mil anos antes de morrer na cruz. Isto confirma que
haveria de haver exatamente 4000 anos desde a criação até a Cruz (e não Seu nascimento).

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados
da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o
precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na
verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas
manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; (1º Pedro 1:18-20)
2 O Profeta Oséias

O profeta Oséias descreveu os últimos três dias.

Porque para Efraim serei como um leão, e como um leãozinho à casa de Judá: (…) (Oséias
5:14)

Esta é a primeira vinda. Jesus veio para Israel como seu rei, o Leão da tribo de Judá. Mas eles O
rejeitaram como rei, portanto Ele passou a julgá-los.

O julgamento de Israel

(…) eu, eu o despedaçarei [lit. expulsarei], e ir-me-ei embora [voltar ao céu]; arrebatarei
[da sua terra], e não haverá quem livre. (Oséias 5:14)

Ele deixará a nação de Israel, a expulsará e a removerá da sua terra, porque ela O rejeitou.

Irei e voltarei ao meu lugar [céus – esta é Sua ascensão à destra de Deus no ano 33 DC],
até que se reconheçam culpados [pecaram ao rejeitá-Lo como seu Rei] (...) (Oséias 5:15)

Note que Ele não deixará Israel para sempre, mas somente até que se arrependam e O recebam
como seu rei. Jesus confirmou isto:

Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; porque eu vos digo que desde agora me não
vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor. (Mateus 23:38-39)

O “até que digais” significa que o Messias retornará para Israel após algum tempo.

A restauração de Israel

(…) até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles aflitos [na
Tribulação], ansiosamente me buscarão. (Oséias 5:15)

No final da Tribulação, Israel compreenderá que Jesus é o Messias e se arrependerá, dizendo:

Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a
ferida. (Oséias 6:1)

Estas são as palavras que os líderes dirão para convocar Israel a aceitar Jesus como Senhor:

Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante
dele. (Oséias 6:2)

Em uma extraordinária profecia, feita a centenas de anos antes de Cristo, Oséias predisse a
expulsão de Israel e a sua restauração final após dois dias, ou seja, dois mil anos. Eles aceitam que
o Messias os julgue, mas acreditam que Ele os restaurá novamente após um tempo.

Este versículo conta-nos o tempo que Cristo retornará para restaurar a Israel. Começando de
quando Jesus retornou para os céus, eles dizem: “Depois de dois dias [que é 2000 anos] nos
ressuscitará”.

Dois dias depois de Sua primeira vinda, que aconteceu no final do quarto dia, Ele retornará para
salvar a Israel. Portanto, Ele retornará no final do sexto dia, como previsto pelo cronograma que
vimos.

Então eles dirão:

(…) ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele. (Oséias 6:2)
Esta é uma profecia que diz que o Messias restaurará Israel e reinará sobre eles por um dia (1000
anos). Este é o Milênio e Apocalipse 20 confirma este padrão de tempo.

Desta forma, Oséias 6:2 nos dá um esboço dos últimos três dias da história.

A segunda vinda

A segunda vinda está determinada no cronograma de Deus depois de 2000 anos:

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída [do céu na Sua
segunda vinda], como a alva, é certa; (...) (Oséias 6:3)

Assim como o raiar do sol é certo e acontece num tempo determinado, assim também o Messias se
levantará e virá como o Sol da Justiça, enchendo a Terra com a Sua glória, para começar um novo
dia na história. E qual é o tempo determinado para isto acontecer? Após dois dias (2000 anos) de
Sua ascensão.

(…) e ele a nós virá como a chuva, como chuva seródia que rega a terra. (Oséias 6:3)

Desta maneira, 2000 anos após o ano da crucificação (e não do nascimento), Israel será
completamente restaurada por Deus na segunda vinda e viverá o Milênio à Sua destra regozijando
grandes bençãos espirituais.

Houveram quatro dias (4000 anos) desde Adão até a Cruz. Então Oséias predisse dois dias (2000
anos) da Cruz até a segunda vinda e mais um dia final de 1000 anos, o Sábado do descanso, o
Milênio, o terceiro dia da profecia.

Nós estamos perto do final dos 2000 anos, a partir da Cruz, e vemos a nação de Israel restabelecida
na terra se preparando para ser restaurada pelo Senhor! Isto certamente indica que Jesus virá na
nossa geração.
3 A Morte e Ressurreição de Jesus

A profecia de Oséias da morte e ressurreição após dois dias também se aplica a Jesus.

Assim como Jesus, que era a cabeça de Israel, morreu, ficou sepultado por dois dias e ressuscitou
ao terceiro dia, da mesma forma Israel seria expulsa da terra e espalhada por entre as nações por
dois dias (2000 anos) e ao terceiro dia seria exaltada novamente.

Assim como Jesus permaneceu por dois dias morto e sepultado, ou seja, oculto para o mundo,
antes de ressurgir novamente em Sua glória ao amanhecer do terceiro dia, da mesma forma Ele
tem permanecido oculto para o mundo por dois dias, mas logo retornará e aparecerá em Sua glória,
o Sol da Justiça, nascendo com cura em Suas asas (Malaquias 4:2), vindo ao amanhecer do terceiro
dia. Então todos os santos serão ressuscitados no raiar do terceiro dia.

4 A Semana da Paixão

Agora podemos colocar juntas as observações que foram feitas até aqui para mostrar que a semana
da paixão é um extraordinário símbolo de todo o tempo. Nesta semana se veem os eventos centrais
da drama da redenção, os quais proveem um retrato de todo o curso do tempo no qual Deus realiza
seu plano.

A semana começa ao anoitecer de domingo, na abertura do 10º dia de Nisan, quando o cordeiro
pascal é separado para o sacrifício. Da mesma maneira, Jesus foi ungido (separado) para Sua morte
e sepultamento por Maria (João 12:1-7). Sua entrada triunfal em Jerusalém na segunda-feira foi
Sua apresentação oficial a Israel como o Messias (Zacarias 9:9, Lucas 19:41-44).

Nos próximos quatro dias o cordeiro da páscoa teria que ser examinado contra defeitos físicos, pois
o mesmo teria que ser irrepreensível para se qualificar ao sacrifício. Da mesma forma, Jesus foi
examinado e testado pelos líderes, deste modo provando ser o Cordeiro de Deus, sem manchas e
sem pecados.

Então após quatro dias, no 17º dia de Nisan, quando o cordeiro da páscoa seria sacrificado, Cristo,
nosso Cordeiro Pascal, foi sacrificado por nós.

Assim como os Judeus removiam todo o fermento, que é o símbolo do pecado, de suas casas na
preparação para a Festa dos Pães Ázimos (15º dia de Nisan), assim também Cristo, o Cordeiro de
Deus, removeu o pecado do mundo.

Jesus cumpriu a Páscoa (14º dia de Nisan) com Sua morte (1º Coríntios 5:7) e ao terceiro dia (16º
dia de Nisan) ressuscitou, cumprindo a Festa das Primícias (1º Coríntios 15:3-4; 15:20-23).

Houveram sete dias, do 10º ao 16º de Nisan, durante o qual Cristo cumpriu as Festas do primeiro
mês através do Seu trabalho de redenção. Estes sete dias da semana da páscoa são análogos aos
sete dias da grande semana da história. Ambos têm o mesmo padrão: 4+2+1 = 7.

1) O Cordeiro de Deus foi separado para o sacrifício desde a fundação do mundo, para ser
oferecido após quatro dias (4000 anos) de preparação. Da mesma forma, Cristo foi
ungido para morte com quatro dias de antecedência, os quais foram os dias de
preparação antes do Seu sacrifício.
2) Então por dois dias (2000 anos) o Cordeiro de Deus foi oculto para o mundo.
Semelhantemente, quando Cristo morreu, Ele ficou sepultado (oculto) por dois dias.
Para muitos, durante este tempo ele está morto e sepultado – partiu para sempre.
3) Mas ao amanhecer do terceiro dia (de 1000 anos), Ele se revelará vivo, ressuscitado e
aparecerá em Sua glória, prenunciando um novo tempo (ano). Assim como aconteceu
no terceiro dia, quando Cristo apareceu vivo, ressurrecto, anunciando um novo tempo
 (dia). Tanto o dia de Sua ressurreição quanto o dia da Sua segunda vinda são grandes e
terríveis manifestação do Dia do Senhor, quando ele se manifesta como o Senhor.

5 Abraão

Temos visto que há importantes eventos no final do quarto, sexto e sétimo dias. Podemos também
aguardar um evento chave após a cada dois dias. Na verdade, de acordo com as genealogias
bíblicas, o nascimento de Abraão aconteceu por volta de 2000 anos depois de Adão. De fato, nós
veremos que Abraão nasceu exatamente no final dos dois dias a partir de Adão. Não há dúvida que
o nascimento e vida de Abraão foi um ponto alto na história da redenção, para centralizar o plano
de Deus no Messias, o qual é semente de Abraão. A Aliança Abraâmica formou a base legal de todo
o programa remissório de Deus e Abraão foi o pai de Israel – a nação escolhida por Deus.

A jornada de dois dias (2000 anos)

Há alguma indicação simbólica que Abraão realmente nasceu 2000 anos antes da Cruz? Sim! Os
2000 anos, ou dois dias, de Abraão conduzindo sua grande semente, Jesus, para o sacrifício na
Cruz (no Monte Moriá) é ilustrada pelos dois dias de caminhada que ele fez em Gênesis 22, onde
conduziu Isaque, sua semente menor, para o sacrifício no Monte Moriá.

Este é o mais extraordinário retrato do Velho Testamento sobre a morte e ressurreição de Cristo.
Deus ordenou a Abraão que sacrificasse o seu único filho Isaque no Monte Moriá (Gênesis 22:1-3),
o qual é uma ilustração de Deus oferecendo o Seu único Filho no mesmo monte.

Vemos que, após dois dias de caminhada:

Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe. (Gênesis 22:4)

Havia um lugar e um tempo determinado para o pai Abraão oferecer seu filho em holocausto e
recebê-lo vivo de volta (Hebreus 11:17-19). O lugar foi o Monte Moriá e o tempo foi após dois dias
de viagem, para que ele o recebesse vivo de volta no terceiro dia. Durante esta jornada, Deus estava
revelando para Abraão o que aconteceria no monte após os dois dias de caminhada, como resultado
de sua obediência.

(…) Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. (...) (Gênesis 22:8)

E chamou Abraão o nome daquele lugar: O Senhor Proverá; donde se diz até ao dia de
hoje: No monte do Senhor se proverá. (Gênesis 22:14)

Quando Abraão foi obediente em oferecer seu único filho Isaque, Deus correspondeu confirmando
que Ele também ofereceria Seu único Filho. Deus e Abraão são partes da Aliança agindo em
conjunto. Assim como Abraão começou sua caminhada de dois dias para sacrificar seu filho no
Monte Moriá, da mesma forma Deus começou a jornada para sacrificar o Seu Filho (para depois
recebê-Lo vivo de volta) no Monte Moriá.

A jornada de dois dias de Abraão rumo ao lugar determinado para o sacrifício de seu filho é uma
ilustração da jornada de dois dias de Deus para onde Ele ofereceria Seu Filho na Cruz. Isto então
confirma que há 2000 anos desde Abraão até a morte e ressurreição de Cristo.

Assim como Abraão recebeu seu filho vivo de volta no terceiro dia, semelhantemente o Pai recebeu
Seu Filho ressurrecto ao amanhecer do terceiro dia.

Abraão é uma sombra, um símbolo, do Pai e Isaque, que é a semente menor de Abraão, é um
símbolo do Filho, que é a semente maior. Da mesma forma que Abraão e seu amado filho Isaque
caminharam juntos por dois dias rumo ao lugar da morte e ressurreição, assim também Deus, o
Pai, foi para uma caminhada de dois dias com Seu amado Filho (maior que Isaque) rumo a Cruz.
Então ambos ofereceram seu respectivo o filho no mesmo lugar (Monte Moriá) após uma jornada
de dois “dias”. Desta maneira entendemos que há 2000 anos desde Abraão até a Cruz.

6 A Transfiguração Após Seis Dias

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os
conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto
resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com ele. (Mateus 17:1-3)

Cristo em Sua glória, no monte, após seis dias é uma ilustração de Seu Reino glorioso que será
estabelecido após os seis dias (6000 anos) da história humana.

7 Os Últimos Dias

A frase frequentemente usada “Os últimos dias” (Atos 2:17; 2º Pedro 3:3; 2º Timóteo 3:1) agora
ganha um novo significado.

Os dias anteriores são os quatro dias antes da Cruz e os últimos dias são os três após a ressurreição
de Cristo. Então nós estamos vivendo nos últimos dias.

8 Jesus Disse: “e no terceiro dia serei consumado”

Respondeu-lhes Jesus: Ide e dizei a essa raposa: Eis que vou expulsando demônios e
fazendo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia serei consumado [perfeito, completo].
(Lucas 13:32)

A linguagem aqui usada aponta para além do local do acontecimento e é uma profecia dos dois dias
da Era da Igreja, seguida pelo tempo futuro onde o Seu Reino será consumado.

9 As Bodas em Caná da Galiléia

E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; (…) (João 2:1)

No começo do terceiro dia após a primeira vinda de Jesus, haverá uma grande festa de casamento,
um tempo de grande regozijo.

10 Jesus Deixou Israel para Ficar em Samaria por Dois Dias

Em João 4, Jesus deixa Israel para ir a Samaria e, quando muitos samaritanos O aceitam, ele
permanece por lá, fora de Israel, por dois dias.

Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois
dias. (João 4:40)

Estes dois dias são a profecia da Era de 2000 anos da Igreja, onde Cristo veio habitar no meio dos
Gentios, e muitos creram Nele (João 4:41). Ele revelou-lhes a Nova Aliança, onde eles poderiam
adorar a Deus diretamente, sem terem que ir ao templo judaico.

Jesus foi enviado primeiramente a Israel, mas os samaritanos O descobriram e O proclamaram

como “o Salvador do mundo”.

E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos
ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo. (João 4:42)
 E dois dias depois partiu dali, e foi para a Galiléia. (João 4:43)

Depois de dois dias Ele retornou para Israel e, semelhantemente, muito em breve Jesus retornará
para a nação de Israel e ela O receberá como o Seu Messias.

11 Os Quatro Dias de Lázaro

Os quatro dias que Lázaro ficou na sepultura são os proféticos 4000 anos (João 11):

Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura. (João
11:17)

Lázaro representa toda a humanidade, a qual morreu em Adão. Durante 4000 anos (quatro dias) o
homem ficou sob o poder da morte. Mas após os quatro dias, Jesus chegou no tempo determinado
por Deus e derrotou a morte física e espiritual através da Sua morte e ressurreição. Lázaro é uma
ilustração do homem, morto no pecado durante quatro dias (4000 anos), sem esperança, o qual é
ressuscitado para uma nova vida através da obra e palavra de Jesus!

12 A Parábola do Bom Samaritano

A parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37) também revela que o presente tempo em que
estamos vivendo durará 2000 anos. A parábola foi dada não apenas para responder a questão
“Quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29), mas também a questão mais profunda “Que farei para
herdar a vida eterna?” (Lucas 10:25). E Jesus respondeu ambas. Mesmo os Pais da Igreja viram
que esta parábola continha uma extraordinária ilustração da salvação.

A jornada de Jerusalém a Jericó

(…) Descia um homem de Jerusalém para Jericó, (…) (Lucas 10:30)

Esta perigosa jornada de quase 30 quilômetros em um deserto estéril era conhecida como “o
caminho vermelho e sangrento”, com curvas repentinas e penhascos, um lugar perfeito para
emboscadas de ladrões. É um declive que vai de 700 metros acima do nível do mar para 400
metros abaixo, o lugar mais baixo da Terra próximo do Mar Morto. Foi imprudência do samaritano
ir sozinho.

Este homem representa todos nós em Adão.

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho;
(Isaías 53:6)

Esta é uma ilustração perfeita do caminho que o homem tomou quando, em pecado, se separou de
Deus. Ele foi criado para habitar em Jerusalém, a cidade da paz, a cidade do grande Deus, onde
Deus governa e onde Sua presença está, onde o homem tinha comunhão com Deus sob Sua
autoridade. Todavia, o homem pecou e imprudentemente seguiu o caminho da morte.

(…) e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se

retiraram, deixando-o meio morto. (Lucas 10:30)

Tendo saído de sob a proteção divina, Satanás e a maldição roubaram nossas bençãos. Nós
perdemos nossas vestes de justiça, nossa paz de espírito e corpo, nossa prosperidade e, pior, fomos
deixados quase mortos. Na verdade, no espírito estávamos mortos, e era só uma questão de tempo
para morrermos também fisicamente e entrar na morte eterna.

Esta é uma ilustração de todo homem – sem socorro e sem esperança, impossibilitado de salvar a si
mesmo. A Lei e a religião não poderiam ajudá-lo. Elas o viram, mas passaram de largo (Lucas
10:31-32). A Lei somente nos declara mortos, mas não pode nos salvar.

Jesus, o Bom Samaritano

Nossa única esperança é sermos salvos pelo Bom Samaritano – Jesus (Lucas 10:33). Os
samaritanos eram odiados pelos judeus. Da mesma maneira, Jesus foi desprezado e rejeitado pelos
homens. Nós éramos Seu inimigo. Quem, a não ser Jesus, poderia ser o próximo misericordioso,
que ama sacrificialmente e mostra misericórdia, mesmo para Seus inimigos?

Jesus é o nosso Bom Samaritano! Ele veio dar a Sua vida para nos salvar.

Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima

compaixão; (Lucas 10:33)

Jesus veio da Jerusalém celestial em uma missão: “achar e salvar os perdidos”. Quando não
tínhamos poder para nos salvar, Jesus tornou-se um homem (nosso próximo) e veio para nos
salvar. A compaixão de Jesus por nós causou Sua morte.

E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; (...) (Lucas 10:34)

Ele nos curou e derramou Seu Espírito em nós.

(…) e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
(Lucas 10:34)

Ele levantou-nos do pó e trouxe-nos para uma estalagem (a igreja), um local protegido, de paz e
livre de ladrões. Um local onde pudéssemos nos relacionar com outros viajantes (irmãos), onde
pudéssemos comer e beber para nos restabelecer. Jesus instituiu a igreja como um lugar onde Ele
cuida de nós.

Aqui Jesus revela a salvação pela graça. Tudo que o homem teve que fazer foi receber a ministração
do Bom Samaritano! O homem não conquistou isto, mas o recebeu de graça (por orgulho ele
poderia ter dito “deixe-me sozinho”).

Espírito Santo, o hospedeiro

No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o
que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. (Lucas 10:35)

Havia uma estalagem entre Jerusalém e Jericó. O bom samaritano retornou para Jerusalém.
Semelhantemente, Jesus retornou para a Jerusalém celestial, mas não nos deixou sozinhos, antes
nos entregou aos cuidados do hospedeiro – o Espírito Santo (João 14:16).

Toda benção que o Espírito nos dá já está inteiramente paga por Jesus, e agora somos convidados a
comer e a beber em Sua mesa. Nosso hospedeiro está incumbido de nos dar tudo que precisarmos.
Ele continuará a encher a nossa taça com vinho novo toda vez que pedirmos.

Dois denários é dois dias de salário

Note o sinal de quanto tempo Jesus estará ausente. Ele deu ao hospedeiro dois denários, os quais
são equivalentes a dois dias de salário.

Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, (…) (Mateus 20:2)

Era um dia de viagem para se chegar a Jerusalém e mais um dia de viagem para voltar – dois dias.
Isto significa que ele planejou estar ausente por dois dias para então retornar.
Jesus retornará após dois dias

Isto fala de Jesus vindo a primeira vez para nos salvar. Então Ele virá novamente e nos levará de
volta para Jerusalém com Ele (João 14:1-3). Depois de ter morrido para nos salvar, ter nos dado
Seu azeite e vinho, ter ascendido para a Jerusalém celestial, o nosso Bom Samaritano tem
prometido retornar para nós após dois dias (2000 anos). Jesus planeja estar ausente por dois dias
e então retornar. Os dois denários confirmam que estamos na era dos 2000 anos!

Nós estamos vivendo muito perto do fim dos 2000 anos desde a morte de Jesus, no ano 33 DC, o
fechamento do sexto dia a partir de Adão. O mundo está rapidamente rumando para o clímax do
Plano dos Tempos de Deus.