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Aula 8 (19/04)

-Requisitos dos testamentos ordinários.

Vamos começar pelo testamento público porque ele é o que exige mais formalidade. Os
demais, a formalidade sempre se remete ao testamento público. A finalidade do
testamento público é um ato em cartório que dá publicidade ao conteúdo do testamento,
porque nós temos também o testamento cerrado que é feito em cartório, mas, como o
nome tá dizendo, ele é lacrado, ele é cerrado, então você não vai ter acesso ao conteúdo,
a única coisa que você vai ter é saber que há um testamento.

Olha só, quando uma pessoa morre você pede certidões de ofícios que dizem se a pessoa
tem ou não um testamento, ok? E se esse testamento é público ou cerrado, é mais fácil
de você saber se a pessoa tem ou não um testamento, porque o particular é particular,
está lá guardado na gaveta da pessoa ou de alguém de confiança dela, geralmente um
advogado. O testamento público não! Ele é mais fácil e algumas pessoas, por razões que
a própria lei aponta, só podem fazer o testamento público. Então vamos ver os
requisitos e depois vamos ver os legitimados.

O art. 1862 do CC fala das formas ordinárias de testamento, que é o público, o cerrado e
o particular, e o 1863 CC fala que o testamento conjuntivo, simultâneo, recíproco ou
correspectivo é vedado. Eu já expliquei a vocês o que são esses tipos de testamento que
a lei proíbe.

Art. 1863 CC “É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo,


recíproco ou correspectivo.”

O art 1864 CC traz os requisitos essenciais do testamento público. Esses requisitos


também estão na Lei 6015/73 – lei de registros públicos.

Art. 1.864. “São requisitos essenciais do testamento público:

I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de
notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-
se de minuta, notas ou apontamentos;

II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao


testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o
quiser, na presença destas e do oficial;

III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador,


pelas testemunhas e pelo tabelião.

Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente


ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração
de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que
rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.”
O primeiro requisito é que esse testamento é escrito perante um tabelião! É escrito por
um tabelião ou substituto legal em seu livro de notas. Então, quais são os ofícios que
podem lavrar um testamento?

- Títulos e documentos e notas.

Então, como a gente faz em regra? Cada tabelionato, cada ofício tem o modelo, manda
para o advogado, o advogado preenche aquilo ali e devolve. Então você vai colocar
nesse arquivo virtual, qualificar e dizer qual é a última vontade, quais são as últimas
decisões para depois de sua morte.

Muito bem! Esse testamento, essas declarações,são feitas pelo testador na presença do
tabelião e esse tabelião vai ler o texto na presença da pessoa e de duas testemunhas e
nós já sabemos que essas testemunhas não podem estar contempladas sob pena de
(aluno fala). É, não sucede no testamento, ok?

Então, “I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu
livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo
este servir-se de minuta, notas ou apontamentos”

Foi isso que eu falei para vocês! Se o cartório não tiver uma estrutura de email, de
computador, coisa que é dificílimo de acontecer, ai você vai trabalhar da seguinte
maneira: mandar uma minuta para o tabelião para ele escrever isso. Agora o que que é
importante? O importante é que lavrado o instrumento, ele vai ser lido em voz alta pelo
testador e a duas testemunhas em um só tempo, ou o testador se quiser na presença de
um oficial, é o inciso II.

II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao


testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o
quiser, na presença destas e do oficial;

Então olhem lá, se o testador for surdo - não é mudo, é surdo-, ele é que vai ler o
testamento em voz alta, ok? Lido na presença das testemunhas.

Inciso III – “ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo


testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.”

Parágrafo único autoriza que pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem
como ser feita pela inserção de declaração de vontade, em partes impressas no livro de
notas, desde que rubricadas pelo testador, uma a uma.

“Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito


manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da
declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde
que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.”
O art. 1865 diz que “Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu
substituto legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo,
uma das testemunhas instrumentárias.”.

Então o analfabeto pode fazer testamento? Pode!

Vai estar circunstanciado no texto do testamento porque alguém vai ser indicado para
assinar a rogo! Não é procurador! Está assinando a rogo, a pedido daquela pessoa. E ai
vejam, qual é a diferença? O procurador assina com o próprio nome.

Qual é o seu nome? Eu dei uma procuração pro Lucas, pro Lucas assinar um contrato
pra mim. Que nome no Lucas vai assinar no contrato? Lucas! E vai anexar a
procuração.

Em baixo pode ser que até tenha um procurador escrito autorizado por mandado.

Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu


testamento, e, se não o souber, designará quem o leia em seu lugar,
presentes as testemunhas.

O surdo (e não o mudo, nem o surdo e mudo) pode fazer o testamento? O indivíduo
inteiramente surdo, sabendo ler, vai ler o seu testamento, em voz altar e perante as
testemunhas. O tabelião não vai ler. Quem vai ler é só o surdo. O tabelião passa o dedo
palavra por palavra. Mas se o sujeito é surdo, mas sabe ler, será ele quem lerá o
testamento.

Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será


lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto
legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador,
fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.

No caso do cego, diferente do surdo que não sabe ler, não é uma pessoa que é designada
por ele, será uma das testemunhas quem vai fazer a leitura. Então, tem a leitura do
tabelião e a leitura da testemunha.

-Testamento cerrado

É um testamento raro de se ver, porque não é prático. Diferente do testamento público,


que é prático, porque, uma vez que está registrado, todos tem acesso e depois é só você
pegar o testamento no cartório ou a versão que foi entregue ao testamenteiro.

Eu esqueci de dizer para vocês que no testamento público se nomeia um testamenteiro.


Este é o guardião do testamento, não é a pessoa que sucede o morto no testamento.
Aliás, ele não sucede o morto na sucessão legal ou testamentária (especificamente na
testamentária).

No momento em que a morte acontece, esse testamenteiro tem como uma das missões
chamar os herdeiros e legatários, na conformidade do testamento, mostrar e ler o
testamento se esses herdeiros desconhecem o testamento, abrir o inventário (o
testamenteiro é um dos legitimados para abrir um inventário). Ele também pode vir a ser
o inventariante, se a sucessão for exclusivamente testamentária, e ele vai ficar como a
pessoa encarregada por lei para que o testamento seja cumprido até o último momento,
até a última disposição testamentária.

Então, no testamento publico e no cerrado é no ato de elaboração do testamento que se


escolhe o testamenteiro. No público, é lavrado o testamento, registrado no livro e é
entregue duas vias do testamento certificado, uma para o testador e outra para o
testamenteiro. Se você anula o testamento público, quer cancelar, sem fazer um novo
testamento, a sucessão será legal, não será testamentária. Aqui você volta ao cartório,
faz o mesmo procedimento, lavra o cancelamento do testamento com todas as
disposições, justificando-o. Ele vai ser lido, arquivado no livro e será entregue ao ex-
testador e ao ex-testamenteiro duas vias.

Aluno: Inaudível

Para os dois. No cerrado terá só uma certidão da ata que cerrou o testamento, dizendo
que era o testamento. No público você tem o conteúdo deste testamento. Na verdade o
que fica certificado na mão do testamenteiro é o próprio testamento.

No cerrado, ele não tem o conteúdo do testamento. Ele nem pode abri-lo. Quem pode
abrir é o juiz. Ele só vai dizer que tem testamento, não saberá seu conteúdo, sendo
apenas o guardião. Depois de aberto pelo juiz, o testamenteiro irá acompanhar até o
final. Ele é quem representa o testamento, o espólio. Se o juiz ou o sucessor estiver
descumprindo uma das cláusulas testamentárias, o testamenteiro tem legitimidade para
ajuizar uma ação. Se estiver dilapidando o patrimônio, ele tem legitimidade para entrar
com uma ação de cobrança de crédito. Ele tem legitimidade para tudo desde que isso
esteja dentro das cláusulas testamentárias.

Voltando ao artigo 1.868:

Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a


seu rogo, e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo
tabelião ou seu substituto legal, observadas as seguintes
formalidades:

O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente ou manuscrito. Se for o primeiro,


deve constar que foi escrito mecanicamente. E recomenda-se que seja escrito na forma
de uma ata, não tendo parágrafos, para impedir a inserção de palavras.

Quais são as formalidades que o testamento cerrado deve cumprir?

I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas


testemunhas;

II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que


seja aprovado;
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na
presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e
testemunhas;

IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas


testemunhas e pelo testador.

Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito


mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a
sua assinatura, todas as paginas.

Art. 1.869. O tabelião deve começar o auto de aprovação


imediatamente depois da última palavra do testador, declarando, sob
sua fé, que o testador lhe entregou para ser aprovado na presença das
testemunhas; passando a cerrar e coser o instrumento aprovado.

Parágrafo único. Se não houver espaço na última folha do testamento,


para início da aprovação, o tabelião aporá nele o seu sinal público,
mencionando a circunstância no auto.

Vamos entender: o João chega ao cartório com um testamento fechado. Fez o


testamento, dobrou e entregou ao tabelião junto com o pedido, que é o auto de
aprovação, para que o tabelião lavre e cerre o testamento. Pergunto: O tabelião sabe
qual o conteúdo do testamento? Ele vai ler o testamento? Não.

No testamento público, como é aberto, o tabelião faz um juízo de admissibilidade.


Como ele tem fé pública e está vendo um ato nulo, ele tem que declarar de ofício.
Então, ele tem juízo de admissibilidade, pode falar que aquilo não é admissível.

Por que esse testamento não é legal, bom? Porque não tem uma segunda via. E atenção:
se você puxa uma certidão e diz que tem um testamento válido, não revogado nem
cancelado, ele tem que aparecer. O inventário vai ficar parado. O juiz não pode liberar
uma parte, 50% e depois tratar do resto, porque não se sabe se no testamento o testador
falou de todo o patrimônio, inclusive dando uma proposta de partilha.

Outra coisa, eu não sei o que é o 50% do disponível ou do indisponível. Eu sei a


totalidade do patrimônio. Sei que, da totalidade do patrimônio, 50% tem que ficar
reservado e 50% tem que ficar para o testamento. Agora, eu não sei qual patrimônio
ficou na legítima e qual patrimônio ficou para a parte disponível. Então o juiz não vai
andar com o inventário enquanto o testamento não aparecer. Já no público, eu tenho um
livro em cartório, pego uma certidão, uma segunda via e está tudo bem.

Aluno: Inaudível

Parou o inventário. Você precisará de uma certidão dizendo que aquele testamento foi
extraviado, não existe, perdeu ou rasgou. Você vai ter que provar.

Então, é um testamento pouco usado, pois traz uma incerteza muito grande.
Normalmente quem faz esse testamento coloca em cofre de banco para ficar garantido.
Não fica uma via com o testamenteiro aqui. Você só tem o que é entregue ao testador ou
testamenteiro, que é uma certidão de que houve a lavratura.

Gravado numa mídia e armazenado é o público e não o cerrado. Até porque se esse
testamento é aberto (se está gravado em uma mídia, você pode entender que ele está
abrindo o testamento), se ele é aberto sem a autorização do testador, há um
questionamento se pode ser válido ou não. Agora, se ele é aberto com autorização do
testador, está revogando-o. Se é gravado numa mídia, eu não sei se o testador está
sabendo.

Teve uma novela, Torre de Babel, em que um casal homoafetivo morreu em um


incêndio. Esse casal fez um testamento cerrado. A novela ficou rodando em torno de
quem seria beneficiado do testamento. O drama do testamento cerrado é você ter o
testamento.

Achou o testamento. Uma vez achado, o que vai fazer? O testamenteiro vai levar pro
juiz. Quem é o juiz? O do inventário. Quem abre o testamento é o juiz, tem que ser
aberto na presença do juiz. Então, há um ritual para abrir o testamento.

Vejam bem, o artigo 1.870 diz:

Art. 1.870. Se o tabelião tiver escrito o testamento a rogo do testador,


poderá, não obstante, aprová-lo.

Isso deve estar circunstanciado.

Art. 1.871. O testamento pode ser escrito em língua nacional ou


estrangeira, pelo próprio testador, ou por outrem, a seu rogo.

Por que pode ser em língua estrangeira? O que o testamento é? É a declaração da última
vontade do testador em relação ao seu patrimônio. Tem que estar muito claro? Não deve
suscitar dúvida, pois, havendo, o juiz não vai aplicar a cláusula do testamento. Se o
testador é um estrangeiro, ele pode fazer um testamento no Brasil, se ele reside no país?
Pode. E ele vai se expressar no idioma que for melhor conhecido por ele e mais claro
dizer a sua ultima vontade. Então, não é nem pelos herdeiros, é por ele. É a forma. Veja,
esse testamento cerrado pode ser escrito a mão. Então, ele vai escrever no idioma que
ele domina, que seja por ele mais claro.

Uma vez escrito em língua estrangeira, depois de aberto na presença do juiz, terá que
mandar traduzir por tradutor juramentado. Mas é válido.

Aluno: Inaudível

Pode ser público.

Aluno: Inaudível

Se ele mora aqui, presume-se que ele domina o idioma, mas se ele não dominar, pode
uma das testemunhas traduzir. A testemunha é um ponto importante, porque com a
morte, na dúvida a respeito do texto do testamento, será ela chamada.
O testamento público tem que estar em português, não pode ser escrito em língua
estrangeira. Mas, quando o testador não dominar o português totalmente, pode o
tradutor estar ao lado, e isso estará circunstanciado, ou a própria testemunha estar ao
lado traduzindo e conferindo o texto para ele

Prof: às vezes ele não tem tempo, não pode. Não tem como sair do lugar onde ele está,
por conta de uma doença que não tire sua capacidade, mas lhe tire a locomoção. Então
ele redigirá. Pega um laptop, escreve. Entendeu? Manda alguém imprimir e fecha. Vai
na cadeira de rodas ou o testador vem a ele para fazer... o tabelião vem a ele. O tabelião
pode ir à casa da pessoa fazer isso.

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Sendo em língua estrangeira, é para o testador poder expressar sua última vontade de
uma maneira mais segura para ele. É a maneira que ele tem. É o seu vernáculo para
dizer o que ele está pensando e dizer como ele quer que aquilo ali aconteça para depois
de sua morte.

Uma pergunta que fazemos, que a doutrina não responde, a doutrina também pergunta:

O brasileiro, nacional, domina um outro idioma e ele quer fazer o seu testamento em
outro idioma. Acha bonito, chique. Domina perfeitamente o idioma. Só sonha em
francês.

A lei permite que seja escrito em outro idioma. Não está falando que é no idioma nativo
do testador.

Aluno: o tabelião, como proceder?

Prof: Os herdeiros. Um tradutor juramento será indicado pelo juiz. O juiz pedirá para vc
traduzir esse texto para mim. Mesmo que o juiz domine aquele idioma, ele pedirá um
tradutor juramentado, pois o texto ficará nos autos e andará. Vai ao MP, à Procuradoria
do Estado, passa pelos oficiais do cartório para distribuírem corretamente.

Aluna: inaudível.

Prof: ele não lê o texto do testamento. O auto de aprovação é em português. O


testamento é que é em outro idioma.

O auto de aprovação dele. Ele está certificando que ele está recebendo de João, que tem
capacidade para testar, um testamento cerrado e que João está pedindo a ele que ele
lacre e cosa o testamento. E ele, no auto de aprovação, dirá que lacrou e coseu o
testamento. E que o devolveu ao João.

A única coisa que ficará registrada no cartório, no livro, é o ato de cerramento.

Essa é a principal diferença para o público. Porque o testamento público, vc tem o


testamento ali no cartório. Por isso, vc pode pedir a qualquer tempo.
Eu quero saber se ele fez um testamento. É só pedir uma certidão e o cartório dirá se ele
fez um testamento. Se for testamento público, irei lá e verei o que ele está testando.
Simples.

Se for um testamento cerrado, saberei que tem um testamento, mas não saberei o que ele
está dizendo. Até porque o testamento não está no cartório.

O ato de cozimento deve ser pedido. O pedido que vem deve ser em português. E se vier
em outro idioma já virá traduzido por tradutor juramentado. Porque isso também
constará do inventário. Faz parte da formalidade para validade daquele testamento. O
testamento em língua estrangeira só será traduzido uma vez aberto e aberto na presença
do juiz. Então essa tradução é posterior.

Se quiser acompanhar, pode. Já pode entregar o documento com a tradução. Mas cosida,
fechada também, que também será lacrada.

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O art. 1.872 diz que o analfabeto, ou quem não saiba ler ou não possa ler. O cego pode
fazer testamento cerrado? Não pode.

Art. 1.872. Não pode dispor de seus bens em testamento cerrado quem não saiba ou não
possa ler.

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Surdo mudo.

Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva todo, e
o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas,
escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja
aprovação lhe pede.

Então, ao surdo mudo é permitido o testamento, desde que seja manuscrito.

Art. 1.874. Depois de aprovado e cerrado, será o testamento entregue ao testador, e o


tabelião lançará, no seu livro, nota do lugar, dia, mês e ano em que o testamento foi aprovado
e entregue.

Art. 1.875. Falecido o testador, o testamento será apresentado ao juiz, que o abrirá e o
fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício externo que o torne eivado de
nulidade ou suspeito de falsidade.

Lembrando. Na revogação do testamento.

Art. 1.972. O testamento cerrado que o testador abrir ou dilacerar, ou for aberto ou
dilacerado com seu consentimento, haver-se-á como revogado.

Se isso foi feito sem o consentimento dele, é válido.


Quebrou o lacre. Dilacerado. Cortou a fita que o costurava.

Mesmo que esteja rasgado, mas se não foi com consentimento, vc pode juntar as partes.
Ele ainda é válido, mas vc deverá provar que o testador não tinha conhecimento disso.

Daí por que a pergunta dele não se aplica ao testamento cerrado, pois aquele que está na
nuvem. O texto que está na nuvem pode chegar ao conhecimento do testador. É como se
ele tivesse aberto.

O testador mostrou. Fez todo o ato de encerramento, de cosimento e mostrou o texto a


outra pessoa. Revogou. Porque ele está abrindo aquilo. Está tornando público algo que
não deveria estar público.

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Testamento particular

Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante
processo mecânico.

§ 1o Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e
assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o devem
subscrever.

Ela fez um testamento particular, chama a mim, a ela e a ele para serem as testemunhas
e ela lerá para nós o testamento e nós assinaremos em baixo dizendo que ouvimos a
leitura dela e que o texto confere com o que foi lido.

§ 2o Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em


branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença de pelo menos
três testemunhas, que o subscreverão.

Pelo menos três testemunhas. Pode ser mais.

Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dos
herdeiros legítimos.

No testamento particular também haverá o testamenteiro. O testamenteiro pode ser


indicado no testamento particular ou no codicilo.

O codicilo é um documento que se faz, também de última vontade, mas nele coloca
bens de pouco valor.

Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e
assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a
certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim
como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.

Pode no codicilo nomear ou substituir testamenteiro. 1883.


Se no testamento particular esqueceu de dizer quem é o testamenteiro, faz um codicilo e
diz que é o testamenteiro.

Aluno: inaudível.

Prof: normalmente, escolhe-se como testamenteiro alguém que sabe que não recusará e
sabe que cumprirá aquilo ali corretamente.

Ou combina com a pessoa. Pergunta se quer antes. É uma honra. A pessoa lhe confia a
última vontade.

Uma observação em relação ao codicilo. O que é um bem de pequeno valor? Um bem


de pequeno valor para mim não é a mesma coisa para o rapaz que descobriu o
Facebook. Para ele um milhão de reais não é nada. Para mim é muito.

Trata-se do valor real. Pode ser uma bijuteria que no mercado não teria grande valor,
mas tem uma história na família.

A questão do bem de pequeno valor é do pequeno valor, não na data em que foi feito o
codicilo. Pequeno valor na data da morte.

Por exemplo, se a Rosângela desenhar e tentar vender o desenho no mercado não


ganhará um real, mas vai que ela deu o desenho para sua tia, que guardou. Agora
Rosângela, quando a Tia morre é uma das artistas mais prestigiadas. Aquele desenho
que na época em que a tia recebeu era de pequeno valor, agora tem um grande valor no
mercado.

Qual é a consequência disso? Sai do codicilo e vai para a legítima.

Quem ia receber esse desenho era a afilhada da tia. Desculpe. Os herdeiros da tia é que
receberão.

Se está dizendo que toda pessoa capaz de testar pode fazer codicilo, a regra é a mesma
capacidade do testamento. E o art. 1.885 ainda diz que se o codicilo estiver fechado. Ele
é particular. Se ele existe ou não, descobrir-se-á na hora da morte. Se ele está fechado,
lacrado, a regra é a do testamento cerrado. Art. 1.885. Deverá abrir na presença do Juíz.

Prof, para que uma pessoa faz codicilo? Para poder dividir os bens de sua vida de forma
a não criar nenhuma confusão com a família, com os herdeiros e amigos. Dando
inclusive para pessoas de apreço pessoal. Pessoas que tem patrimônio, mas receberão
uma lembrança daquela pessoa. Tenho um amigo que faleceu. A família... eu gosto de
jazz e ele sabia disso. Um dia sua filha me liga e diz: Rosângela, tem aqui 7 CDs do Jon
Contrane para vc. Vc quer? Papai deixou numa carta dizendo para vc ficava isso. Para o
outro um livro. É um codicilo. O formato é de uma carta. Não precisa ser grande coisa.
Se lacrou, a regra é do testamento. No caso, como era do direito, não lacrou. Ele sabia o
que vinha. Então ela pode abrir.

O testamento particular é a mesma coisa. Ele pode estar aberto, num envelope não
lacrado. Agora, se ele estiver lacrado, vai abrir como se cerrado fosse.
Detalhe. O testamento particular tem uma característica que foge a dos outros
testamentos.

Art. 1878.

Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato da disposição, ou, ao menos,
sobre a sua leitura perante elas, e se reconhecerem as próprias assinaturas, assim como a do
testador, o testamento será confirmado.

O importante é que na hora da abertura do testamento as testemunhas estejam presentes,


ou pelo menos elas serão chamadas. Então, quem no testamento particular será chamado
a ser testemunha? Pessoas que possivelmente estejam vivas na hora em que esse
testamento for aberto. Ou aberto no sentido de produzir efeitos. Porque elas deverão,
perante o juiz, confirmar que o testamento foi lido na presença delas, que o texto era
aquele e que aquela assinatura é dela.

Parágrafo único. Se faltarem testemunhas, por morte ou ausência, e se pelo menos uma
delas o reconhecer, o testamento poderá ser confirmado, se, a critério do juiz, houver prova
suficiente de sua veracidade.

O juiz estará com a decisão de confirmar ou não aquele testamento. Deverá ter provas.
Os herdeiros ou os beneficiários deverão juntar provas suficientes da veracidade da
assinatura do testador e de que aquela era, realmente, sua última vontade.

Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionais declaradas na cédula,

Ou seja relatadas ali no texto.

o testamento particular de próprio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas,


poderá ser confirmado, a critério do juiz.

Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito em língua estrangeira, contanto que
as testemunhas a compreendam

Esse é o particular, pois elas deverão confirmar aquilo ali.

Testamento sem testemunha pode ser confirmado? Sim. Será confirmado pelo juiz. Mas
deverá justificar perante o juiz, no texto, por que não havia testemunha. Porque estava
numa casa, no meio da floresta, numa enchente, não tinha como ninguém chegar.

Isso para ser mais dramático foi encontrado ao lado do corpo. Quando levantaram o
corpo estava lá o testamento em baixo.

O juiz avaliará se aquilo ali é válido ou não. Primeiro ele avaliará se a pessoa tinha
capacidade para fazer um testamento naquelas circunstâncias. Isso é que os herdeiros
deverão provar. Na sequencia, ele provará se o que está sendo declarado é passível de
ser declarado dentro de um testamento. Superadas essas dificuldades, ele avaliará se as
circunstâncias ditas pelo testador. Ele está partindo da premissa que a pessoa tem
capacidade de testar e testou como podia, para quem podia. Ele avaliará se o fato de não
ter tido testemunha é algo relevante, algo verídico. Se ele chegar a essa conclusão, ele,
juiz, (? 1:08:28), que confirmará o testamento. Em momento nenhum ele chamará
alguém para testemunhar o que não pode ser testemunhado.

Testamentos especiais

Art. 1.886. São testamentos especiais:

I - o marítimo;

II - o aeronáutico;

III - o militar.

Não se admitem outros testamentos especiais além desses e eles são feitos na
modalidade do testamento público ou cerrado, conforme a própria lei estabelece.

Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante,
pode testar perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que
corresponda ao testamento público ou ao cerrado.

Parágrafo único. O registro do testamento será feito no diário de bordo.

Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, pode
testar perante pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo
antecedente.

Ou seja, na modalidade de testamento público ou cerrado e o testamento é lavrado no


livro de bordo.

Art. 1.890. O testamento marítimo ou aeronáutico ficará sob a guarda do comandante,


que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional,
contra recibo averbado no diário de bordo.

Art. 1.891. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer


na viagem, nem nos noventa dias subseqüentes ao seu desembarque em terra, onde possa
fazer, na forma ordinária, outro testamento.

Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem,
se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e
testar na forma ordinária.

Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em
campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de
comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal,
ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em que
assinará por ele uma delas.

O analfabeto ou quem estiver com a mão impedida de assinar pode fazer testamento
militar. Cego, surdo e surdo mudo não podem.
§ 1o Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo destacado, o testamento será
escrito pelo respectivo comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. [é o general.
Pode ser o comandante a fazer]

§ 2o Se o testador estiver em tratamento em hospital, o testamento será escrito pelo


respectivo oficial de saúde, ou pelo diretor do estabelecimento.

§ 3o Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento será escrito por aquele que o
substituir.

Isso é se a pessoa não puder escrever o testamento.

Art. 1.894. Se o testador souber escrever, poderá fazer o testamento de seu punho,
contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na presença de
duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de patente, que lhe faça as vezes neste mister.

Parágrafo único. O auditor, ou o oficial a quem o testamento se apresente notará, em


qualquer parte dele, lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado, nota esta que será
assinada por ele e pelas testemunhas.

Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja,
noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse
testamento apresentar as solenidades prescritas no parágrafo único do artigo antecedente.

Foi, inclusive, lavrado em livro próprio, que tem designado no código militar (há um
capítulo para testamento militar neste código).

Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou


feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas.

Parágrafo único. Não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou
convalescer do ferimento.

É aquela situação em que a pessoa, realmente, está nos seus últimos momentos. Não
tem condição de escrever, mas está lúcida.

Elas declararão isso de próprio punho. Será lavrado no livro e será válido se o testador
falecer. Se ele convalescer, ele fará o testamento.

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