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ARTIGO ARTICLE 1487

Acolhimento e vínculo em uma equipe


do Programa Saúde da Família

Receptiveness and links to clients


in a Family Health Program team

Maria Denise Schimith 1,2


Maria Alice Dias da Silva Lima 3

Abstract Introdução

1 4 a Coordenadoria This study analyzes the work by a Family Health Acolhimento e vínculo dependem do modo de
Regional de Saúde, Santa
Program (FHP) team, identifying the potential produção do trabalho em saúde 1. O acolhimen-
Maria, Brasil.
2 Centro Universitário for developing receptiveness by the team and to possibilita regular o acesso por meio da ofer-
Franciscano, fostering links between the health professionals ta de ações e serviços mais adequados, contri-
Santa Maria, Brasil.
3 Escola de Enfermagem,
and clients. This was a case study with a quali- buindo para a satisfação do usuário. O vínculo
Universidade Federal tative approach. The data were collected through entre profissional/paciente estimula a autono-
do Rio Grande do Sul, free observation, a semi-structured interview, mia e a cidadania, promovendo sua participa-
Porto Alegre, Brasil.
and documents. A dialectic approach was used ção durante a prestação de serviço 2.
Correspondência to analyze the material. A relationship was ob- Há uma relação entre acesso e acolhimento.
M. D. Schimith served between the organization of the work Para Carvalho & Campos 3, acolhimento é um
4 a Coordenadoria
Regional de Saúde.
process and the achievement of receptiveness arranjo tecnológico que busca garantir acesso
Rua André Marques 675, and links to clients. There are gaps in receptive- aos usuários com o objetivo de escutar todos
Santa Maria, RS ness to health services clients, especially in the os pacientes, resolver os problemas mais sim-
97010-041, Brasil.
madenise@terra.com.br
openness to demand, accountability for the pop- ples e/ou referenciá-los se necessário. A aco-
ulation’s health problems, and encouragement lhida consiste na abertura dos serviços para a
for client autonomy. Production of links is relat- demanda e a responsabilização por todos os
ed to the development of clinical activities. Ac- problemas de saúde de uma região. Prevê plasti-
cording to FHP team members, health services cidade, que é a capacidade de um serviço adap-
clients are viewed alternately as subjects and tar técnicas e combinar atividades de modo a
objects. The principles and guidelines of the Uni- melhor respondê-los, adequando-os a recursos
fied National Health System (SUS) do not repre- escassos e aspectos sociais, culturais e econô-
sent a project as conceived by the health profes- micos, presentes na vida diária 2. Ao sentir-se
sionals. The study concludes by proposing greater acolhida, a população procura, além dos seus
nursing staff involvement in clinical activities limites geográficos, serviços receptivos e reso-
and receptiveness to users of the program. lutivos 4.
O acolhimento na saúde, para Bueno & Mer-
Health Services Accessibility; Services Evalua- hy 5, deve construir uma nova ética, da diversi-
tion; Community Health Services; Basic Health dade e da tolerância aos diferentes, da inclusão
Services social com escuta clínica solidária, comprome-
tendo-se com a construção da cidadania. O aco-

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lhimento deve resultar das relações no proces- em saúde, bem como apreender a intenciona-
so de atendimento, o que ocorre após ultrapas- lidade do trabalhador por meio do projeto pen-
sada a etapa do acesso. Nesse encontro entre sado, antes mesmo de sua execução.
profissionais e usuário, dá-se uma negociação Assim, surgem alguns questionamentos im-
visando a identificação de suas necessidades, pulsionadores desta pesquisa: a relação entre
uma busca de produção de vínculo, com o ob- usuários e profissionais no PSF proporciona
jetivo de lhe estimular a autonomia quanto à acolhimento e vínculo? A autonomização do
sua saúde 6. indivíduo está presente nessa relação? Os pro-
Segundo Campos 2, o vínculo com os usuá- fissionais de saúde exercem seu autogoverno
rios do serviço de saúde amplia a eficácia das durante o trabalho vivo, de forma que o modo
ações de saúde e favorece a participação do de produção possa ser modificado? Durante o
usuário durante a prestação do serviço. Esse encontro entre trabalhador e usuário ocorre
espaço deve ser utilizado para a construção de uma negociação entre sujeitos para que sejam
sujeitos autônomos, tanto profissionais quan- eleitas as necessidades de saúde?
to pacientes, pois não há construção de víncu- Com base nesses questionamentos, o obje-
lo sem que o usuário seja reconhecido na con- tivo deste estudo foi analisar o trabalho de uma
dição de sujeito, que fala, julga e deseja. Merhy equipe de Saúde da Família, no que se refere ao
7 afirma que a relação humanizada da assistên- acolhimento dos usuários e à produção de vín-
cia, que promove a acolhida, dá-se sob dois en- culo, durante o trabalho vivo em ato, procuran-
foques: o do usuário e o do trabalhador. do caracterizar o modo de produção de saúde
Matumoto 6 explica que o acolhimento é que está sendo construído, bem como as con-
determinado pela concepção de ser humano e cepções dos trabalhadores acerca do usuário
de saúde/doença em que o trabalho se baseia. do serviço.
Conclui que o porquê acolher desvenda o mo-
do como se efetiva a implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS) e como os trabalhadores Metodologia
envolvidos “se posicionam frente ao lema ‘Saú-
de como direito de todos e de cidadania’, através Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que se
dos princípios de universalidade, eqüidade, in- preocupa com a compreensão abrangente e
tegralidade e acesso” 6 (p. 21). profunda dos dados obtidos 10. Caracteriza-se
Acolhimento e vínculo podem ser identifi- como um estudo de caso. Os dados foram cole-
cados no encontro do trabalhador com o usuá- tados no período de agosto a novembro de 2001,
rio durante o trabalho vivo em ato. O trabalho por meio de observação livre por amostragem
vivo é o trabalho em ação, que está em processo de tempo, entrevista semi-estruturada 11 e con-
de construção. Durante o trabalho vivo em ato, sulta a documentos. Foram observadas, totali-
o trabalhador pode ser criativo e autônomo zando 54 horas e 15 minutos, jornadas de tra-
quanto aos instrumentos à sua disposição, den- balho aleatórias dos membros de uma equipe
tro de um objetivo que se pretende atingir 8. de Saúde da Família de um município da 4a Co-
Em 1994, o Ministério da Saúde propôs o ordenadoria Regional de Saúde, região admi-
Programa Saúde da Família (PSF) como uma nistrativa do Estado do Rio Grande do Sul, Bra-
estratégia para a reorientação do modelo assis- sil. O grupo que participou da investigação
tencial, a partir da organização da atenção bá- compôs-se de um médico, uma enfermeira e
sica, apostando no “estabelecimento de víncu- três auxiliares de enfermagem.
los e a criação de laços de compromisso e de co- O município escolhido está habilitado na
responsabilidade entre profissionais de saúde e Gestão Plena da Atenção Básica desde 1998,
a população” 9 (p. 7). O PSF pretende trabalhar conforme a Norma Operacional Básica – NOB
com o princípio da vigilância da saúde, com 01/96. Possui uma população total de 16.403 ha-
atuação inter e multidisciplinar, responsabili- bitantes, 8.209 na zona rural e 8.194 na urbana
zando-se pela integralidade das ações na área (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.
de abrangência, ou seja, cada equipe, compos- exe?ibge/cnv.poprs.def, acessado em 30/Mai/
ta por, no mínimo, um médico, um enfermeiro, 2002). A equipe abrange 3.784 pessoas, 1.029
dois auxiliares de enfermagem e cinco a seis famílias cadastradas, o que corresponde a
agentes comunitários de saúde, deve respon- 45,00% da população urbana e 20,54% do total
der por uma população adscrita em torno de das famílias estimadas do município (http://
três mil pessoas. www.datasus.gov.br/siab/siabs.htm, acessado
Justifica-se analisar acolhimento e vínculo em 14/Jan/2002).
no PSF pela necessidade de se conhecer o que A análise dos dados foi realizada por inter-
de fato ocorre durante a realização do trabalho médio de uma interpretação dialética, que re-

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vela o conteúdo intrínseco, conflitivo e antagô- observados somente durante a coleta de exa-
nico da realidade 12. Os passos utilizados fo- mes citopatológicos. Em alguns períodos, per-
ram: ordenação, classificação dos dados e aná- manece na unidade e não atua diretamente em
lise final. Na fase de ordenação, procedeu-se à nenhuma das atividades em curso. Esse acha-
organização dos dados obtidos por meio das do converge para os resultados já descritos por
observações e das entrevistas. Para a classifica- Almeida et al. 14, que classificaram 14,8% do
ção dos dados foi realizada a leitura exaustiva e tempo da jornada da enfermeira como sem ati-
repetida de todo o material empírico, desta- vidade. Confirmaram que a enfermeira realiza
cando estruturas de relevância: acolhimento, mais atividades administrativas do que de as-
acesso, responsabilização pelas necessidades sistência de enfermagem. O potencial da enfer-
do usuário, vínculo, estímulo à autonomia do meira não está sendo plenamente utilizado nos
usuário, concepção do usuário pelos trabalha- serviços de saúde e ela vem executando ações
dores, o trabalho da enfermeira e a implemen- do auxiliar de enfermagem.
tação do SUS. Apesar da dedicação exclusiva ao PSF, a en-
Consideraram-se as diretrizes para pesqui- fermeira não se constitui enquanto referência
sa com seres humanos para proteção dos direi- para as auxiliares. O profissional solicitado é o
tos dos envolvidos na pesquisa, conforme os médico e não a enfermeira, mesmo para casos
aspectos éticos apontados por Goldim 13 e pela de sua competência. Teixeira & Mishima 15, en-
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Sa- contraram dados diversos no que se refere à
úde (Resolução no 196. Diário Oficial da União presença da enfermeira na unidade.
1996; 10 out). Os profissionais aceitaram parti- A enfermeira escolhe desenvolver ativida-
cipar do estudo por meio do Termo de Consen- des de prevenção e promoção, em detrimento
timento Livre e Esclarecido. de ações clínicas, justificada pela dificuldade
Conservou-se o anonimato dos usuários en- em garantir à população seu direito à assistên-
volvidos na observação, utilizando-se nomes cia. Cecilio 16 diz que essa percepção faz parte
fictícios. Portanto, não houve solicitação de con- de uma visão “purista” da realidade baseada na
sentimento de forma escrita. Quando o atendi- vigilância da saúde. Defendemos que a unida-
mento era a portas fechadas, o profissional so- de básica deve ter suas funções ampliadas para
licitava a permissão para a nossa presença ex- atender integralmente os problemas de saúde
plicando que se tratava de uma pesquisa, e a de uma população, realizando, além da preven-
pessoa podia optar por ser observada ou não. ção e promoção, atendimento clínico amplia-
do, garantindo os meios necessários à manu-
tenção da vida.
A organização do serviço de saúde Campos 17, quando discute a organização
e o processo de trabalho do processo de trabalho em equipes de saúde,
propõe a possibilidade de se trabalhar com a
Analisamos o processo de trabalho da equipe, noção de campo e núcleo de conhecimento.
descrevendo o conjunto de atividades desen- No campo teríamos os saberes e responsabili-
volvidas, identificando as responsabilidades de dades comuns a várias profissões e especiali-
cada trabalhador com ênfase no trabalho da en- dades e, no núcleo, os específicos.
fermeira. Essa discussão faz-se necessária, pois Mesmo em situações de necessidades com-
o modo de organização entre os elementos que patíveis com o campo de conhecimento da en-
compõem o processo de trabalho é que conduz fermeira, a auxiliar não possui a opção “agen-
ao produto final e denota o projeto dos traba- dar para a enfermeira” no cardápio de ofertas.
lhadores, revelando o espaço micropolítico do Exemplo disso é a coleta do teste do pezinho
modelo de atenção que está se construindo 8. que é realizada pela auxiliar de enfermagem,
Identificamos alguns entraves no acolhimen- restrita ao procedimento. A enfermeira poderia
to à demanda e estabelecimento de vínculo com realizar uma consulta de puericultura, efeti-
os usuários em função da organização do traba- vando um acompanhamento dos recém-nasci-
lho da enfermagem. Assim, destaca-se o papel dos, otimizando a vinda da mãe e do bebê para
do enfermeiro no processo de construção de um a unidade. Nessa equipe o atendimento de pu-
novo modo de agir em saúde pública, identifi- ericultura é realizado pelo médico. A entrega
cando seu espaço e revelando os benefícios que de resultados de exames citopatológicos, mes-
a população pode usufruir desse novo andar. mo os não alterados, são agendados para o mé-
A enfermeira, nessa equipe, desenvolve pri- dico. Assim, se esses atendimentos fossem rea-
oritariamente atividades administrativas e edu- lizados pela enfermeira, já seria possível dimi-
cativas coletivas. Os momentos de encontro in- nuir a fila que é um fator de desumanização na
dividual com os pacientes são escassos e foram relação com os usuários.

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Portanto, a demanda única para o médico, la para consulta médica, disputa no momento
de atendimentos clínicos, contribui para a falta da distribuição das fichas e agenda médica lo-
de acesso e para a vinculação dos usuários a tada. A organização do processo de trabalho da
um único membro da equipe. A pouca movi- equipe de PSF mantém o sistema de forneci-
mentação na unidade quando o médico está au- mento de senhas para o acesso à consulta mé-
sente, confirma esse achado, o que caracteriza dica, o que também foi encontrado por Denti
o modelo médico hegemônico, conseqüência 21 . Com isso pode-se afirmar que a estratégia

da organização do processo de trabalho que di- do PSF vem mantendo a forma excludente de
reciona a demanda clínica para o médico na atendimento, no qual a prioridade é de quem
unidade básica. chegar primeiro. Além disso, a população está
sendo desumanamente tratada, tendo que en-
frentar fila na madrugada. Este é o ponto mais
Acolhimento e vínculo importante que a utilização do acolhimento,
na produção do cuidado enquanto ferramenta de organização do servi-
ço, propõe reverter.
A atividade de recepção de um serviço de saú- Teixeira 18 utiliza-se da expressão acolhimen-
de deve ser entendida como um espaço no qual to-diálogo para distinguir recepção dos demais
ocorre o reconhecimento das necessidades do momentos de permanência do usuário na uni-
usuário por meio da investigação, elaboração e dade.
negociação de quais serão atendidas 18. O que, Observa-se momentos de sensibilização da
nas palavras de Silva Jr. 19, chamamos acolhi- equipe a necessidades de usuários, mesmo
mento, é uma ferramenta que estrutura a rela- com paciente fora da área de abrangência, rea-
ção entre a equipe e a população e se define pe- lizando um acolhimento-diálogo e a criação de
la capacidade de solidariedade de uma equipe vínculo propondo o retorno como forma de di-
com as demandas do usuário, resultando nu- minuição do sofrimento. Essa ação reforça a
ma relação humanizada. teoria de Merhy 7, que considera o acolhimen-
As atividades de recepção nessa equipe são to enquanto componente do processo de cria-
feitas, via de regra, pelas auxiliares de enferma- ção de vínculo e do processo terapêutico.
gem, que seguem um cardápio preestabelecido Há diferenças no acolhimento realizado pe-
de opções de encaminhamento, limitado pela las auxiliares, o que demonstra o autogoverno
capacidade tecnológica da unidade. Constata- do trabalhador em saúde, justificado pelo jogo
mos que a auxiliar de enfermagem utiliza o cri- de subjetividades presentes nesses encontros.
tério “não tem febre” ou “não tem vaga” para ne- Esses achados concordam com Matumoto et
gar o acesso. Malta et al. 20 apontam para o aco- al. 22, evidenciando que neste momento estão
lhimento como a possibilidade de mudança do presentes as individualidades do trabalhador,
processo de trabalho a fim de atender a todos com seus sentimentos e subjetividades objeti-
que procuram o serviço de saúde, ultrapassan- vados no trabalho vivo em ato. Em alguns mo-
do portanto, o atendimento humanizado. mentos, a relação torna-se mais humana e o
Observou-se o encaminhamento de usuá- procedimento centra-se na necessidade do usu-
rios para o serviço de pronto-atendimento, di- ário, em outros a ação volta-se somente ao pro-
tado pela organização do trabalho e não pela cedimento.
necessidade do usuário. Esta conduta corres- Em alguns atendimentos, apesar da solici-
ponde ao que Campos 2 e Cecílio 16 apontam tação de informação do paciente, que demons-
como elementos que contribuem para a crista- tra sua necessidade de se tornar mais conhece-
lização do imaginário popular, no qual o pron- dor da própria doença, a auxiliar não elege isso
to-socorro é o local que resolve todos os proble- como necessidade de saúde.
mas agudos. O acolhimento tem como objetivo Em duas oportunidades um mesmo paci-
resolver o que é de competência da rede básica, ente procura o serviço para controle da glice-
independente da hora de chegada na unidade. mia e da pressão arterial, e o encaminhamento
A equipe também propicia aos seus usuá- final é o mesmo: procurar o médico. Ora, saben-
rios ações de desospitalização e ampliação da do que, para conseguir consulta, o paciente
função da rede básica. São exemplos disso as tem de enfrentar a fila e que os serviços de saú-
cirurgias ambulatoriais e as internações domi- de devem ter como princípio a eqüidade, a au-
ciliares para casos de baixa complexidade. O xiliar não poderia se somar ao paciente nessa
projeto pensado por alguns membros da equi- busca? Assim, tanto o usuário quanto o profis-
pe é de resolver toda a demanda possível, tor- sional terminam insatisfeitos; o primeiro por
nando-se a porta de entrada do sistema. No en- não ter sua necessidade atendida e o segundo
tanto, o não-acesso pode ser observado pela fi- por não se sentir autor desse processo. O pro-

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cesso de trabalho centrado no vínculo profissi- dor, desafia-nos a buscar o ser humano exis-
onal/paciente garantiria o equilíbrio entre au- tente no objeto de nosso cuidado, ao mesmo
tonomia e responsabilização 17. tempo genérico e singular. Genérico enquanto
Franco et al. 23 afirmam que a responsabili- representação intelectual, e singular enquanto
zação clínica e sanitária e a ação resolutiva, portador de necessidades, que se expõe a ris-
com o objetivo de defender a vida das pessoas, cos, que sofre e produz sofrimento do seu jeito
só são possíveis quando se acolhe e vincula. único.
Observamos situações contraditórias, indo do Diante de uma situação de revolta do usuá-
extremo de pleno abandono do usuário à sua rio devido à falta de medicamento, a auxiliar
própria sorte, a situações em que havia total diz entendê-lo. No entanto, coloca-se numa po-
responsabilização da equipe. sição de espectadora, quando afirma não ter
A noção de vínculo que o PSF implanta é a nada a ver com o problema. Enquanto especta-
de conhecer as pessoas e seus problemas. O pro- dora, não divide a responsabilidade e não re-
grama não se refere ao vínculo com a possibili- conhece os direitos dos cidadãos, tornando-os
dade de autonomização do usuário, nem com objetos. Essa situação corresponde ao que Pit-
sua participação na organização do serviço. ta 24 diz ao salientar que o doente que incomo-
O vínculo deve ser extensivo a toda a equi- da passa a ser objeto incômodo, mas ainda as-
pe de saúde, pois somente dessa maneira é sim um objeto.
possível atender de fato as demandas e neces- A integralidade do atendimento fica preju-
sidades dos sujeitos reais do trabalho em saú- dicada quando não se considera o usuário en-
de. É necessário que o projeto de acolhimento quanto sujeito, portador de direitos e de opções
e produção de vínculo seja um projeto de toda de vida. Por exemplo, a auxiliar identificou o
a equipe, a fim de que se concretize no traba- uso de cigarro e bebida alcoólica como um
lho vivo em ato. Para que isso ocorra a enfer- quadro estático, não problematizando a situa-
meira deve tornar seu trabalho mais voltado ção de vida dos envolvidos. Assim, quando um
para a clínica, valorizando o acolhimento e o usuário com hábitos insalubres utilizar o servi-
vínculo com o usuário do serviço e tornando- ço, a visão que predominará será essa, tornan-
se um profissional com maior resolutividade. do-se uma barreira na relação profissional/pa-
ciente.
A enfermeira diante de um paciente porta-
As concepções dos trabalhadores dor de uma doença terminal apóia-se na hipó-
acerca dos serviços tese de que “não há mais nada a se fazer”, to-
mando o usuário como um corpo que porta ne-
Analisar as representações que o trabalhador cessidades biológicas. Cecílio 25 (p. 116) diz que
tem do usuário do serviço permite-nos conhe- o usuário traz uma “cesta de necessidades de
cer como os profissionais se relacionam com saúde” e cabe à equipe, com sensibilidade e
seu objeto de trabalho, denotando o projeto preparo, desvendar para melhor atendê-lo.
pensado para a produção do cuidado. Esse co- Constatamos a indiferença da equipe dian-
nhecimento possibilita intervir na relação en- te do relato da Agente Comunitária de Saúde
tre trabalhadores e usuários para tentar trans- sobre um recém-nascido que ainda não reali-
formar os serviços em espaços de construção zou o teste do pezinho. A enfermeira diz que
de sujeitos autônomos e criativos. não tomará nenhuma atitude, pois a mãe tem
Identifica-se que existe um conceito prede- responsabilidades com os filhos. O que se es-
terminado do usuário, definindo-o como por- pera de um trabalhador de saúde, quando to-
tador de necessidades emocionais, ou seja, a ma conhecimento de um problema, é que pro-
somatização é a forma predominante do pro- cure acolher de forma a responsabilizar-se pe-
cesso saúde-doença. las necessidades de saúde do paciente. Con-
Um dos trabalhadores caracteriza os usuá- cordamos com Dussault 26 quando fala da situ-
rios que “batem ponto” no serviço como de- ação desfavorável em que o doente se encontra
pendentes emocionais, sem questionar o por- em relação aos rumos de sua doença, não ten-
quê dessa atitude. É possível que suas necessi- do condições, por falta de informação, de defi-
dades de saúde não estejam sendo ouvidas e, nir suas necessidades e como satisfazê-las.
portanto, não atendidas, por isso o retorno in- Um trabalhador da equipe refere-se ao usu-
sistente. Além disso, aparece uma avaliação de ário como “teimoso”. A visão de que o usuário
que o sofrimento do usuário não é real, faz par- deve cumprir o estabelecido pela equipe e de
te de sua fantasia, uma invenção para conse- que são responsáveis pelas falhas do programa,
guir ser ouvido. Pitta 24, quando fala dos inte- leva-nos a questionar: será possível estabele-
resses em jogo na relação entre doente e cuida- cer vínculo enquanto o trabalhador necessitar

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da obediência do usuário? Ao concebermos o A falta de acesso nos remete às várias dis-


usuário enquanto sujeito, esse pode ser autôno- cussões a que temos assistido e que são gene-
mo e julgar as orientações que há de respeitar. ralizadas como demanda reprimida. Enquanto
Entretanto, a enfermeira considera também quem está de frente para os problemas, os tra-
como trabalho da equipe a orientação dos di- balhadores, não sentirem isso como direito da
reitos dos usuários, promovendo assim sua ci- população e trouxerem à tona junto às instân-
dadania, e pode-se perceber que, quando as ati- cias do poder, será difícil incluir alguma estra-
vidades são desenvolvidas pelas agentes comu- tégia que reverta esse quadro.
nitárias ou pela enfermeira, de fato existe par- No entanto, a instância que se tenta con-
ticipação da comunidade no planejamento das vencer é outra, o usuário. Ao considerar o mu-
atividades. nicípio como colaborador do SUS e não como
parte efetiva do sistema, a enfermeira tenta
convencer a população de que deve colaborar
Modo de produção no PSF porque o SUS não cobre os custos. O verdadei-
e a implementação do SUS ro papel do trabalhador nesse sentido seria a
construção da cidadania estimulando as pes-
O PSF, como uma proposta de estratégia de soas a participar do Conselho Municipal de Sa-
mudança do modelo de atenção que tem como úde e lutar por seus direitos com o acompa-
objetivo a implantação do SUS, tem recebido nhamento da equipe.
várias críticas, principalmente no que tange à Existe um espaço aberto de possibilidades
sua incapacidade de enfrentamento do mode- na construção do sistema de saúde: que os ato-
lo neoliberal 2,27,28. res sociais sintam-se no direito de desejar a
Campos 29 considera quase impossível im- mudança e que consigam visualizar a concre-
plantar um modelo de saúde sem o acordo e o tude da proposta. Para que isso ocorra é preci-
empenho da maioria dos trabalhadores e ge- so que os trabalhadores de saúde desejem o
rentes em consolidá-lo. Baseados nisso, anali- SUS enquanto projeto de defesa da vida da po-
sou-se a posição que os trabalhadores assumem pulação e não tomem os serviços de saúde co-
na discussão sobre a efetivação dos princípios mo fonte de sofrimento. Quando os sujeitos
do SUS. trabalhadores se sentirem atores na busca des-
Aparece a falta de estrutura e o distancia- se projeto, é possível que avancemos em dire-
mento da Secretaria Municipal de Saúde preju- ção à implementação de um sistema legal e,
dicando o andamento do atendimento, o que acima de tudo, cidadão.
atinge sobretudo a população, já que é na indi-
vidualidade do sujeito real que recaem os mai-
ores prejuízos. Considerações finais
Observou-se a falta de medicação impossibi-
litando a continuidade do atendimento, e tam- A possibilidade de analisar o trabalho de uma
bém que a equipe sente-se insatisfeita com es- equipe de PSF, no que tange ao acolhimento e
sas condições de trabalho, revelando um senti- vínculo, revelou a forma de produção de saúde
mento de indignação quando se depara com o como resultante da articulação dos elementos
sofrimento do usuário e não consegue agir. que compõem o processo de trabalho e permi-
Parece já estar instituída a falta de medica- tiu identificar a participação da equipe no pro-
ção básica e exames laboratoriais. A opção dos jeto de construção do SUS.
usuários é pagar ou não fazer. Os usuários, ao A relação entre a organização do processo
se defrontarem com essa situação, ou se revol- de trabalho da equipe e a falta de acesso da po-
tam ou se resignam na sua condição de impo- pulação ao atendimento clínico foi um achado
tentes frente a isso. Bosi & Affonso 30 encontra- importante. A realidade da população adscrita
ram resultados semelhantes e constataram que é o atendimento centrado no médico e a ma-
o que ocorre no cotidiano vai além da ausência nutenção das filas em horários desumanos pa-
de direitos, é a falta de direitos para uma boa ra a garantia de acesso. Isso possibilita afirmar
parcela da população. Acreditamos que a opi- que não basta aumentar o número de equipes
nião dos trabalhadores é formada a partir de de Saúde da Família sem abrir espaços para
vivência diária com os problemas de saúde, mas novas formas de organização no processo de
é preocupante ouvir sua opinião de que os usu- trabalho.
ários deveriam pagar pelos serviços, sabendo O processo de trabalho deve ser acordado
que a conquista do SUS, público e gratuito, foi entre os membros da equipe, definindo-se cam-
conseguida graças ao esforço de vários atores po e núcleo de competência de cada profissio-
sociais, entre eles os próprios trabalhadores. nal, com o objetivo de acolher e produzir vín-

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culo com os usuários. A atividade de acolhimen- ro, para os profissionais, a ligação entre o PSF e
to deve ser de responsabilidade de toda a equipe. a efetivação do SUS. O desafio de construção do
Identificou-se uma relação entre a produ- SUS deve ser assumido por todos os trabalha-
ção de vínculo e o atendimento clínico com dores, caso contrário não o implementaremos.
continuidade. Considerando que a atividade Gostaríamos de destacar a característica de
clínica aumenta a possibilidade de vínculo, as- programa focal dirigido a classes menos favo-
sim como a responsabilização com as necessi- recidas. Podemos afirmar que essa característi-
dades do paciente, sugerimos a aproximação ca se apresenta de modo provisório e insuficien-
da enfermeira a essas atividades, a fim de que te, em termos de estrutura física, como a equi-
suas ações tenham mais impacto na saúde da pe vem trabalhando. A limitação imposta à equi-
população, produzindo cuidados resolutivos. pe permite-nos dizer que o imaginário que a
A análise do espaço interno do serviço em sustenta é de que o PSF é para os excluídos e
questão permitiu compreender que a mudan- que, portanto, dispensa maiores investimentos.
ça do modelo assistencial relaciona-se muito O PSF foi implantado com o objetivo de re-
com os espaços micropolíticos de uma organi- orientar o modelo assistencial, descentralizar a
zação em saúde, portanto, somente a sigla PSF gestão da saúde e efetivar o SUS. No entanto, a
não significa necessariamente mudança. Pode- organização do processo de trabalho da equi-
mos constatar que se mantém a organização pe, a relação com os usuários nessa construção
por ações programáticas e que, do modelo de e, principalmente, o desafio de trabalhar com
vigilância à saúde, somente se retira a proposta equilíbrio entre autonomia e responsabilidade,
de território delimitado e população adscrita. não estão sendo pautados no processo de im-
Os princípios, diretrizes e a composição do plantação do PSF, seja pelos gestores, seja pe-
SUS não são compreendidos e tampouco defen- los trabalhadores.
didos por toda a equipe de saúde. Não está cla-

Resumo Colaboradores

Analisa-se o trabalho de uma equipe do Programa Saú- M. D. Schimith e M. A. D. S. Lima participaram con-
de da Família, identificando o potencial de acolhi- juntamente da concepção do artigo, da análise nele
mento e de construção de vínculo entre profissionais e contida, do atendimento às sugestões dos revisores e
usuários. É um estudo de caso, com abordagem quali- da revisão do texto final.
tativa. Os dados foram coletados por meio de observa-
ção livre, entrevista semi-estruturada e consulta a do-
cumentos. Para análise do material obtido, utilizou-se
abordagem dialética. Verificou-se uma relação entre a Referências
organização do processo de trabalho e a possibilidade
de concretização de acolhimento e vínculo. Existem la- 1. Merhy EE, Chakkour M, Stéfano E, Santos CM,
cunas no acolhimento aos usuários, sobretudo no que Rodrigues RA, Oliveira PCP. Em busca de ferramen-
se refere à abertura do serviço para a demanda, à res- tas analisadoras das tecnologias em saúde: a in-
ponsabilização pelos problemas de saúde da popula- formação e o dia-a-dia de um serviço, interrogan-
ção e ao estímulo à autonomia do usuário. Constatou- do e gerindo trabalho em saúde. In: Merhy EE,
se que a produção de vínculo está relacionada com o Onocko R, organizadores. Agir em saúde: um de-
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Versão final reapresentada em 22/Abr/2004
Aprovado em 24/Jun/2004

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(6):1487-1494, nov-dez, 2004

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