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Conhecimentos Bancários

Aspectos Jurídicos

Prof. Cristiano de Souza


Conhecimentos Bancários: Aspectos Jurídicos

Professor: Cristiano de Souza

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Conhecimentos Bancários
Aspectos Jurídicos

Contratos

1. Condições de validade do contrato:


O contrato é um negócio jurídico lícito pelo ordenamento jurídico, mas para modificar ou
extinguir direitos deve preencher certos requisitos de validade. Pois se válido for produzirá
os efeitos almejados pelos agentes. Contudo, se faltar-lhe algum dos requisitos essenciais o
negócio jurídico será inválido. Nesse contexto teremos um negócio nulo ou anulável. Em
aperada síntese elencamos os requisitos básicos: capacidade do agente; objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; forma prescrito ou não defesa em lei e consentimento
recíproco ou acordo de vontade das partes.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.

a) Requisitos subjetivos: constitui na manifestação de vontade de duas ou mais pessoais


capazes de contratarem, ou seja, que tenha aptidão específica para contratar somado ao
consentimento.
•• Defeitos na capacidade genérica: negócio será nulo – art. 166, inciso I, ou anuláveis – art.
171, inciso I, ambos do CC/02.
•• Defeitos na capacidade específica: além da capacidade geral será necessária uma
capacidade específica a exemplo da outorga uxória do art. 1.647 do CC/02.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação.

•• Defeito no consentimento: quando a manifestação não é livre e espontâneo há vício no


consentimento gerando os vícios do erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, e fraude
contra credores.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência
normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

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Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família,
ou aos seus bens.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade
de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte,
assume obrigação excessivamente onerosa.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta.
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os
praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.

A manifestação de vontade nos contratos pode ser tácita quando a lei não exigir que seja
expressa – art. 111, CC/02.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

b) Requisitos formais: está ligada a forma do negócio jurídico. Lembrando que a forma é
livre como regra no direito brasileiro por força do art. 104, inciso III, do CC/02. Portanto, o
Brasil adota como regra o consensualismo (liberdade de forma) e o formalismo, a exceção.
Ainda, podemos ter contratos solenes por exigência da lei, como requisito de validade dos
negócios jurídicos.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento
público, este é da substância do ato.

2. Formação dos contratos:


a) Manifestação de vontade: o contrato é um acordo de manifestação de vontades que pode
ser expressa ou tácita. Contudo, é o elemento mais importante do negócio jurídico.
b) Proposta: é a representação da vontade definitiva de contratar conforme o limite ofertado
não estando mais sujeita a discussões. A proposta também é chamada de oferta, policitação
ou oblação. Tal oferta é direcionada a outra parte que poderá aceitar ou recusar. Portanto,
proposta é um ato unilateral ou negócio jurídico unilateral com intenção de se considerar
vinculada, se a outra parte aceitar. Assim, como a proposta vincula o proponente deve
conter alguns elementos essenciais:
•• Preço;
•• Quantidade;
•• Tempo de entrega;
•• Forma de pagamento e etc.

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Portanto, quando a proposta for aberta ao público contendo todos os elementos essenciais
torna-se obrigatória. Tal entendimento surge da combinação dos artigos 427 e 429, ambos do
CC/02.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar
dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos
essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação,
desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.

Contudo, a proposta não é obrigatória nos seguintes casos:


Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio
de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do
prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra
parte a retratação do proponente.

c) Aceitação: é a concordância com os termos da proposta que pode ser expressa ou tácita.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento
do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de
responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,
importará nova proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa,
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não
chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao
proponente a retratação do aceitante.

d) Momento da conclusão: existe contrato entre presentes e contratos entre ausentes. No


caso de contrato entre presentes, esse será considerado concluído quando o oblato (outra
parte) aceitar a proposta e, a partir dele, o contrato começará a surtir efeitos no mundo
jurídico. Já nos contratos entre ausentes a conclusão do contrato estará diretamente ligada
ao momento da expedição da aceitação, conforme consta do art. 434, do CC/02.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é
expedida [...]

Contudo, há três exceções à regra contidas no artigo mencionado, senão vejamos:


Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é
expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente; (Art. 433. Considera-se inexistente a
aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do
aceitante.)
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.

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e) Lugar da celebração: é o local em que a proposta é feita, conforme consta no art. 435, do
CC/02.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

3. Classificação dos contratos quanto aos efeitos:


a) Unilaterais, bilaterais:
Os contratos unilaterais criam obrigações unicamente para uma das partes. Exemplo contrato
de doação pura. Já os contratos bilaterais ou sinalagmáticos geram obrigações para ambos os
contratantes de forma recíproca. Exemplo: contrato de compra e venda.
b) Gratuito e onerosos:
Os gratuitos ou benéficos são aqueles em que somente uma das partes aufere benefícios e
para a outra parte resta a obrigação e o sacrifício. Exemplo: contrato de doação pura. Já os
contratos onerosos ambos os contratantes obtêm proveito e ao mesmo tempo sacrifício.
Exemplo: contrato de compra e venda.
c) Onerosos comutativos e aleatórios:
Os contratos onerosos comutativos as prestações são certas e determinadas, assim nenhuma
das partes correm riscos, pois está presente a equivalência das prestações. Exemplo: contrato
de compra e venda à vista. Por sua vez, os contratos onerosos aleatórios pelo menos um dos
contratantes corre risco pela incerteza de suas vantagens ou sacrifícios. Exemplo: venda de
coisas futuras e venda de coisas existentes, mas expostas a risco.

4. Classificação quanto ao momento de execução


a) Execução instantânea ou imediata: são contratos que se consumam num só ato. Exemplo:
compra e venda à vista.
b) Execução diferida: são contratos cumpridos em momentos futuro, mas num só ato.
Exemplo: entrega de um carro em data fixada.
c) De trato sucessivo ou execução continuada: são contratos que tem sua execução realizada
em atos reiterados. Exemplo: compra e venda à prazo.
5. Classificação quanto à designação:
a) Nominados: são contratos com formas definidas em lei e por isso ganham designação
própria. Exemplo: compra e venda.
b) Inominados: como o legislador não consegue prever todas as situações possíveis de negócio,
tais contratos não receberam designação própria. Exemplo: contrato de hospedagem.
c) Típicos: são contrato regulados pela lei, embora nominados, sua regulamentação recebe
tratamento especial. Exemplo: Contrato de locação de imóveis.
d) Atípicos: são os contratos oriundos de acordos de vontade, não tendo, porém seus
requisitos definidos e regulados pela lei. Exemplo: contrato de publicidade.

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Segue os artigos do Código Civil referentes II – se, feita sem prazo a pessoa ausente,
ao conceito e requisitos do contrato. tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do
TÍTULO V proponente;
Dos Contratos em Geral III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido
expedida a resposta dentro do prazo dado;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – se, antes dela, ou simultaneamente,
chegar ao conhecimento da outra parte a
Seção I retratação do proponente.
PRELIMINARES Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta
quando encerra os requisitos essenciais ao
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida contrato, salvo se o contrário resultar das
em razão e nos limites da função social do circunstâncias ou dos usos.
contrato.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta
Art. 422. Os contratantes são obrigados a pela mesma via de sua divulgação, desde
guardar, assim na conclusão do contrato, como que ressalvada esta faculdade na oferta
em sua execução, os princípios de probidade e realizada.
boa-fé.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão imprevista, chegar tarde ao conhecimento do
cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever- proponente, este comunicá-lo-á imediatamente
se-á adotar a interpretação mais favorável ao ao aceitante, sob pena de responder por perdas
aderente. e danos.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as Art. 431. A aceitação fora do prazo, com
cláusulas que estipulem a renúncia antecipada adições, restrições, ou modificações, importará
do aderente a direito resultante da natureza do nova proposta.
negócio.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos não seja costume a aceitação expressa, ou o
atípicos, observadas as normas gerais fixadas proponente a tiver dispensado, reputar-se-á
neste Código. concluído o contrato, não chegando a tempo a
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a recusa.
herança de pessoa viva. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação,
se antes dela ou com ela chegar ao proponente
Seção II
a retratação do aceitante.
DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Art. 434. Os contratos entre ausentes
Art. 427. A proposta de contrato obriga o tornam-se perfeitos desde que a aceitação
proponente, se o contrário não resultar dos é expedida, exceto:
termos dela, da natureza do negócio, ou das
circunstâncias do caso. I – no caso do artigo antecedente;

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: II – se o proponente se houver


comprometido a esperar resposta;
I – se, feita sem prazo a pessoa presente,
não foi imediatamente aceita. Considera- III – se ela não chegar no prazo
se também presente a pessoa que contrata convencionado.
por telefone ou por meio de comunicação Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no
semelhante; lugar em que foi proposto.

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Da Compra e Venda Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em
função de índices ou parâmetros, desde que
Seção suscetíveis de objetiva determinação.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de
preço ou de critérios para a sua determinação,
CONTRATO DE COMPRA E VENDA se não houver tabelamento oficial, entende-se
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um que as partes se sujeitaram ao preço corrente
dos contratantes se obriga a transferir o domínio nas vendas habituais do vendedor.
de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter
em dinheiro. havido diversidade de preço, prevalecerá o
COMPRA E VENDA – Natureza OBRIGACIONAL termo médio.

Art. 482. A compra e venda, quando pura, Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda,
considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma
que as partes acordarem no objeto e no preço. das partes a fixação do preço.

Compra e venda de coisa futura (Vendas sob Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão
encomenda) as despesas de escritura e registro a cargo
do comprador, e a cargo do vendedor as da
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto tradição.
coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem
efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o
se a intenção das partes era de concluir contrato vendedor não é obrigado a entregar a coisa
aleatório. antes de receber o preço.

Art. 484. Se a venda se realizar à vista de Contrato – Teoria do Risco


amostras, protótipos ou modelos, entender- Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos
se-á que o vendedor assegura ter a coisa as da coisa correm por conta do vendedor, e os do
qualidades que a elas correspondem. preço por conta do comprador.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, § 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes
o protótipo ou o modelo, se houver no ato de contar, marcar ou assinalar coisas,
contradição ou diferença com a maneira que comumente se recebem, contando,
pela qual se descreveu a coisa no contrato. pesando, medindo ou assinalando, e que
Preço por avaliação já tiverem sido postas à disposição do
comprador, correrão por conta deste.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada
ao arbítrio de terceiro, que os contratantes § 2º Correrão também por conta do
logo designarem ou prometerem designar. Se o comprador os riscos das referidas coisas,
terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem se estiver em mora de as receber, quando
efeito o contrato, salvo quando acordarem os postas à sua disposição no tempo, lugar e
contratantes designar outra pessoa. pelo modo ajustados.

Preço por taxa de mercado ou de bolsa Contrato – Local da Tradição


Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela
preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo se encontrava, ao tempo da venda.
e determinado dia e lugar.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar
diverso, por ordem do comprador, por sua conta

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correrão os riscos, uma vez entregue a quem Contrato entre Cônjuges


haja de transportá-la, salvo se das instruções
dele se afastar o vendedor. Art. 499. É lícita a compra e venda entre
cônjuges, com relação a bens excluídos da
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o comunhão.
pagamento, se antes da tradição o comprador
cair em insolvência, poderá o vendedor Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se
sobrestar na entrega da coisa, até que o estipular o preço por medida de extensão,
comprador lhe dê caução de pagar no tempo ou se determinar a respectiva área, e esta
ajustado. não corresponder, em qualquer dos casos, às
dimensões dadas, o comprador terá o direito de
Contrato entre Ascendente e Descendente exigir o complemento da área, e, não sendo isso
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a possível, o de reclamar a resolução do contrato
descendente, salvo se os outros descendentes ou abatimento proporcional ao preço.
e o cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido. § 1º Presume-se que a referência às
dimensões foi simplesmente enunciativa,
Parágrafo único. Em ambos os casos, quando a diferença encontrada não exceder
dispensa-se o consentimento do cônjuge de um vigésimo da área total enunciada,
se o regime de bens for o da separação ressalvado ao comprador o direito de
obrigatória. provar que, em tais circunstâncias, não teria
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser realizado o negócio.
comprados, ainda que em hasta pública: § 2º Se em vez de falta houver excesso, e
I – pelos tutores, curadores, testamenteiros o vendedor provar que tinha motivos para
e administradores, os bens confiados à sua ignorar a medida exata da área vendida,
guarda ou administração; caberá ao comprador, à sua escolha,
II – pelos servidores públicos, em geral, completar o valor correspondente ao preço
os bens ou direitos da pessoa jurídica a ou devolver o excesso.
que servirem, ou que estejam sob sua § 3º Não haverá complemento de área,
administração direta ou indireta; nem devolução de excesso, se o imóvel for
III – pelos juízes, secretários de tribunais, vendido como coisa certa e discriminada,
arbitradores, peritos e outros serventuários tendo sido apenas enunciativa a referência
ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos às suas dimensões, ainda que não conste,
sobre que se litigar em tribunal, juízo ou de modo expresso, ter sido a venda ad
conselho, no lugar onde servirem, ou a que corpus.
se estender a sua autoridade; Art. 501. Decai do direito de propor as ações
IV – pelos leiloeiros e seus prepostos, os previstas no artigo antecedente o vendedor ou
bens de cuja venda estejam encarregados. o comprador que não o fizer no prazo de um
ano, a contar do registro do título.
Parágrafo único. As proibições deste artigo
estendem-se à cessão de crédito. Parágrafo único. Se houver atraso na
imissão de posse no imóvel, atribuível ao
Art. 498. A proibição contida no inciso III alienante, a partir dela fluirá o prazo de
do artigo antecedente, não compreende os decadência.
casos de compra e venda ou cessão entre co-
herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para Art. 502. O vendedor, salvo convenção em
garantia de bens já pertencentes a pessoas contrário, responde por todos os débitos que
designadas no referido inciso. gravem a coisa até o momento da tradição.

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Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e
defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de transmissível a herdeiros e legatários, poderá
todas. ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o
indivisível vender a sua parte a estranhos, se direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só
outro consorte a quiser, tanto por tanto. O uma o exercer, poderá o comprador intimar
condômino, a quem não se der conhecimento as outras para nele acordarem, prevalecendo
da venda, poderá, depositando o preço, haver o pacto em favor de quem haja efetuado o
para si a parte vendida a estranhos, se o depósito, contanto que seja integral.
requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob
pena de decadência. Subseção II
DA VENDA A CONTENTO E DA
Parágrafo único. Sendo muitos os
condôminos, preferirá o que tiver SUJEITA A PROVA
benfeitorias de maior valor e, na falta de
Art. 509. A venda feita a contento do comprador
benfeitorias, o de quinhão maior. Se as
entende-se realizada sob condição suspensiva,
partes forem iguais, haverão a parte vendida
ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não
os comproprietários, que a quiserem,
se reputará perfeita, enquanto o adquirente
depositando previamente o preço.
não manifestar seu agrado.
Seção II Art. 510. Também a venda sujeita a prova
DAS CLÁUSULAS ESPECIAIS À presume-se feita sob a condição suspensiva de
COMPRA E VENDA que a coisa tenha as qualidades asseguradas
pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se
Subseção I destina.
DA RETROVENDA Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações
do comprador, que recebeu, sob condição
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode suspensiva, a coisa comprada, são as de mero
reservar-se o direito de recobrá-la no prazo comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
máximo de decadência de três anos, restituindo
o preço recebido e reembolsando as despesas Art. 512. Não havendo prazo estipulado
do comprador, inclusive as que, durante o para a declaração do comprador, o vendedor
período de resgate, se efetuaram com a sua terá direito de intimá-lo, judicial ou
autorização escrita, ou para a realização de extrajudicialmente, para que o faça em prazo
benfeitorias necessárias. improrrogável.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber Subseção III
as quantias a que faz jus, o vendedor, para DA PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA
exercer o direito de resgate, as depositará
judicialmente. Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe
Parágrafo único. Verificada a insuficiência ao comprador a obrigação de oferecer ao
do depósito judicial, não será o vendedor vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar
restituído no domínio da coisa, até e em pagamento, para que este use de seu direito
enquanto não for integralmente pago o de prelação na compra, tanto por tanto.
comprador. Parágrafo único. O prazo para exercer o
direito de preferência não poderá exceder a

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cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou Art. 517. Quando o direito de preempção for
a dois anos, se imóvel. estipulado a favor de dois ou mais indivíduos
em comum, só pode ser exercido em relação
Art. 514. O vendedor pode também exercer o à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a
seu direito de prelação, intimando o comprador, quem ele toque, perder ou não exercer o seu
quando lhe constar que este vai vender a coisa. direito, poderão as demais utilizá-lo na forma
Art. 515. Aquele que exerce a preferência sobredita.
está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, Art. 518. Responderá por perdas e danos o
em condições iguais, o preço encontrado, ou o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao
ajustado. vendedor ciência do preço e das vantagens
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o que por ela lhe oferecem. Responderá
direito de preempção caducará, se a coisa for solidariamente o adquirente, se tiver procedido
móvel, não se exercendo nos três dias, e, se de má-fé.
for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias Art. 519. Se a coisa expropriada para fins
subseqüentes à data em que o comprador tiver de necessidade ou utilidade pública, ou por
notificado o vendedor. interesse social, não tiver o destino para que se
desapropriou, ou não for utilizada em obras ou
serviços públicos, caberá ao expropriado direito
de preferência, pelo preço atual da coisa.
Art. 520. O direito de preferência não se pode
ceder nem passa aos herdeiros.

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Questões

1. Considere as afirmativas relativas à compra 3. Mateus vende um veículo a Celso e


e venda: combina a entrega para o dia 22 de janeiro,
I – Nulo é o contrato de compra e venda, em sua residência, com retirada a ser feita
quando se deixa ao arbítrio exclusivo de pelo comprador. Na data combinada, sem
uma das partes, a fixação do preço. justificativa, Celso não aparece para receber
II – Salvo cláusula em contrário, ficarão as o bem, fazendo-o apenas no dia 25 daquele
despesas de escritura e registro a cargo do mês. Entre os dias 22 e 25, porém, o veículo
vendedor, e a cargo do comprador as da é furtado da residência de Mateus. O
tradição. prejuízo deverá ser suportado por
III – Até o momento da tradição, os riscos da a) Celso, pois, até a tradição, os riscos
coisa correm por conta do comprador, e os correm por conta do comprador, salvo
do preço por conta do vendedor. em caso de mora do vendedor.
IV – Não sendo a venda a crédito, o b) Mateus, que, além de perder a coisa,
vendedor não é obrigado a entregar a coisa não terá direito de indenização contra o
antes de receber o preço. comprador.
c) Celso, pois, embora os riscos da coisa,
Está correto o que consta em até a tradição, corram por conta do
a) III e IV, apenas. vendedor, o comprador estava em mora
b) I, II, III e IV. de a receber.
c) I e IV, apenas. d) Celso e Mateus, na proporção de 50%
d) II e III, apenas. cada um, em vista da comutatividade
e) I e II, apenas. do contrato de compra e venda.
2. Sobre a compra e venda, assinale a e) Mateus, que, no entanto, possui direito
alternativa correta. de postular indenização equitativa em
razão da mora do comprador.
a) É anulável a compra e venda entre
cônjuges, com relação a bens excluídos 4. Com relação ao contrato de compra e
da comunhão. venda, assinale a opção correta.
b) É inexistente a venda de ascendente a) Se comprar trinta sacos de arroz de tipo
a descendente, salvo se os outros especial, e um deles for visivelmente
descendentes e o cônjuge do alienante imprestável para o consumo, o
expressamente houverem consentido. comprador estará autorizado a devolver
c) A tradição da coisa vendida, na falta de todos os outros sacos de arroz.
estipulação expressa, dar-se-á no lugar b) A venda de imóvel pertencente a um
do domicílio do comprador, ao tempo incapaz se dá da mesma forma que a
da venda. de um pertencente a um capaz e não
d) Nulo é o contrato de compra e venda, depende de qualquer procedimento
quando se deixa ao arbítrio exclusivo de específico.
uma das partes a fixação do preço. c) É possível, na compra e venda, o
e) Pelo contrato de compra e venda, um estabelecimento de contraprestação de
dos contratantes se obriga a transferir coisa diversa de dinheiro, sem que isso
o domínio de certa coisa, e o outro, a descaracterize o contrato de compra e
pagar-lhe certo preço em dinheiro. venda.

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d) A coisa litigiosa pode servir de objeto II – A venda feita a contento do comprador
da compra e venda, afastando-se, nesse entende-se realizada sob condição
caso, a responsabilidade pela evicção, resolutiva, ainda que a coisa lhe tenha sido
assumindo o comprador os riscos entregue, não se aperfeiçoando enquanto o
decorrentes da perda da coisa, desde vendedor não manifestar seu agrado.
que este tenha conhecimento de que se III – A preempção impõe ao comprador
trata de um objeto de litígio e assuma o a obrigação de oferecer ao vendedor a
risco. coisa que aquele vai vender, ou dar em
e) O contrato de compra e venda opera a pagamento, para que este use de seu direito
transferência da propriedade da coisa de prelação na compra, tanto por tanto.
para o adquirente, conferindo-lhe
eficácia translativa IV – Na venda de coisa móvel, por meio da
cláusula especial de retrovenda, pode o
5. No tocante ao contrato de compra e venda, vendedor reservar para si a propriedade,
é correto afirmar que até que o preço esteja integralmente pago.
a) a compra e venda pode ter por objeto São INCORRETAS as afirmativas:
coisa atual ou futura, neste caso ficando
o contrato sem efeito se a coisa não vier a) II e IV, somente.
a existir, salvo se a intenção das partes b) III e IV, apenas.
era a de concluir contrato aleatório. c) I, III e IV.
b) é defeso às partes fixar o preço em d) I, II e III, somente.
função de índices ou parâmetros, 7. No contrato de compra e venda,
ainda que suscetíveis de determinação
objetiva, pois é obrigatória a fixação em a) será nula a venda de ascendente a
moeda corrente. descendente, salvo consentimento
c) em obediência à autonomia da vontade, expresso do cônjuge do alienante e dos
válido o contrato de compra e venda, demais descendentes.
quando se deixa ao arbítrio exclusivo de b) não podem as partes fixar o preço em
uma das partes a fixação do preço. função de índices ou parâmetros, em
d) até o momento da tradição, os riscos da razão do curso forçado da moeda.
coisa correm por conta do comprador, c) até o momento da tradição, os riscos da
e os do preço por conta do vendedor, coisa correm por conta do comprador, e
inclusive em todas as situações nas os do preço por conta do vendedor.
quais possam ocorrer casos fortuitos. d) será ele anulável, quando se deixa ao
e) não sendo a venda a crédito, o arbítrio exclusivo de uma das partes a
comprador não é obrigado a pagar o fixação do preço.
preço antes de receber a coisa. e) seu objeto pode ser coisa atual ou
futura, ficando sem efeito o contrato
6. Com relação ao contrato de compra e se esta não vier a existir, salvo se a
venda: intenção das partes era de concluir
contrato aleatório.
I – A retrovenda é cláusula especial para a
compra e venda, que consiste na faculdade 8. Paulo adquiriu uma máquina de beneficiar
que o vendedor de coisa imóvel tem, de café, cuja descrição no contrato de
poder se reservar quanto ao direito de compra e venda era diferente da amostra
recobrar a coisa no prazo decadencial apresentada pela empresa vendedora por
máximo de três anos, desde que restitua o ocasião da celebração do contrato. Nesse
preço recebido e reembolse as despesas do caso, prevalecerá
comprador. a) a praxe do mercado.

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b) o contrato. 10. Quanto à compra e venda,


c) a amostra.
d) a vontade do comprador. a) o preço da coisa deve ser fixado
e) a vontade do vendedor. sempre em dinheiro, vedado que se
o estabeleça à taxa de mercado ou de
9. Acerca do contrato de compra e venda, bolsa, em certo e determinado dia e
segundo o direito civil vigente, assinale a lugar.
opção correta. b) só pode ter por objeto coisa atual,
vedada a transação sobre coisas
a) O exercício da retrovenda impõe futuras.
ao vendedor a restituição do preço c) uma vez estabelecida,
recebido, a indenização pelo resgate e o automaticamente transfere o domínio
reembolso das despesas do comprador da coisa ao comprador, que se obriga ao
com a realização de benfeitorias pagamento do preço em dinheiro.
necessárias e úteis e mesmo com as d) é válido o contrato se for deixada ao
que, durante o resgate, se efetuaram arbítrio exclusivo de uma das partes a
sem a sua autorização. fixação do preço, desde que as partes
b) Os bens móveis infungíveis poderão sejam maiores e capazes.
ser vendidos com pacto de reserva de e) quando pura, o contrato respectivo
domínio, o qual define que o comprador considerar-se-á consumado, obrigatório
só adquire a propriedade e a posse da e perfeito, desde que as partes
coisa ao integralizar o pagamento. acordarem no objeto e no preço.
c) A venda à vista de amostra, protótipos
ou modelos, em caso de inexatidão 11. Quanto à compra e venda,
entre esses e a mercadoria entregue,
permite ao comprador manifestar a) quando pura, o contrato respectivo
a sua recusa, submetendo o considerar-se-á consumado, obrigatório
vendedor às sanções decorrentes do e perfeito, desde que as partes
descumprimento contratual. acordarem no objeto e no preço.
d) Os riscos de deterioração ou b) o preço da coisa deve ser fixado
perdimento da coisa não entregue, no sempre em dinheiro, vedado que se
contrato de compra e venda de bens o estabeleça à taxa de mercado ou de
móveis e imóveis, são do vendedor bolsa, em certo e determinado dia e
e os riscos de pagamento correm à lugar.
conta do comprador, mas, se ocorrer c) só pode ter por objeto coisa atual,
o perdimento antes da tradição ou do vedada a transação sobre coisas
registro, por caso fortuito ou de força futuras.
maior, os riscos correrão por conta do d) uma vez estabelecida,
comprador. automaticamente transfere o domínio
e) Não existindo convenção pelos da coisa ao comprador, que se obriga ao
contratantes, como regra geral, todas pagamento do preço em dinheiro.
as despesas do negócio, incluindo as de e) é válido o contrato se for deixada ao
escritura e registro, e os da tradição do arbítrio exclusivo de uma das partes a
bem objeto da compra e venda são de fixação do preço, desde que as partes
responsabilidade do comprador. sejam maiores e capazes.

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12. Marcelo firmou com Augusto contrato 14. Analise as seguintes afirmações sobre o
de compra e venda de imóvel, tendo contrato de compra e venda, considerando
sido instituindo no contrato o pacto as regras do Código Civil:
de preempção. Acerca do instituto da
preempção, assinale a afirmativa correta. I – A compra e venda é contrato consensual,
e quando pura, será considerada obrigatória
a) Trata-se de pacto adjeto ao contrato e perfeita, desde que as partes acordem no
de compra e venda em que Marcelo objeto e no preço.
se reserva ao direito de recobrar o II – É lícito às partes fixar o preço em função
imóvel vendido a Augusto no prazo de índices ou parâmetros, desde que
máximo de 3 anos, restituindo o preço suscetíveis de objetiva determinação.
recebido e reembolsando as despesas
do comprador. III – É permitida a compra e venda de coisa
b) Trata-se de pacto adjeto ao contrato de futura, a qual será considerada nula se a
compra e venda em que Marcelo impõe coisa em questão não vier e existir.
a Augusto a obrigação de oferecer Quais estão corretas?
a coisa quando vender, ou dar em
pagamento, para que use de seu direito a) Apenas I.
de prelação na compra, tanto por tanto. b) Apenas II.
c) Trata-se de pacto adjeto ao contrato c) Apenas III.
de compra e venda em que Marcelo d) Apenas I e II.
reserva para si a propriedade do imóvel e) Apenas I e III.
até o momento em que Augusto realize
o pagamento integral do preço. 15. Alberto é viúvo e possui dois filhos,
d) Trata-se de pacto adjeto ao contrato Bernardo de 14 anos e Raul de 20 anos.
de compra e venda em que Marcelo, Com o casamento de Raul em vista, Alberto
enquanto constituir faculdade de pretende vender-lhe um imóvel de sua
exercício, poderá ceder ou transferir propriedade. Em relação a tal venda é
por ato inter vivos. correto afirmar que
a) tal venda é nula por determinação
13. Sobre a compra e venda, segundo o Código expressa da lei.
Civil, é correto afirmar b) o absolutamente incapaz deverá anuir
a) É lícita a compra e venda entre à venda para que essa seja válida,
cônjuges, com relação a bens incluídos representado por curador especial,
da comunhão. uma vez que há conflito de interesses.
b) É anulável a venda de ascendente a c) a venda é plenamente válida desde
descendente, mesmo se os outros sua celebração, bastando a aceitação
descendentes e o cônjuge do alienante apenas do filho comprador.
expressamente houverem consentido. d) o absolutamente incapaz pode ser
c) É nulo o contrato de compra e venda, assistido pelo pai no ato de prestar
quando se deixa ao arbítrio exclusivo de anuência à venda.
uma das partes a fixação do preço. e) a celebração da venda depende da
d) É ilícito às partes fixar o preço em função anuência pessoal do filho menor, sem
de índices ou parâmetros, desde que necessidade de que seja representado,
suscetíveis de objetiva determinação. porque seus interesses são colidentes
com os do pai.

Gabarito: 1. C 2. D 3. C 4. D 5. A 6. A 7. E 8. C 9. C 10. E 11. A 12. B 13. C 14. D 15. B

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Empréstimo, Sociedade, Fiança, Contratos Formais e Informais.

Do Empréstimo Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem


simultaneamente comodatárias de uma coisa,
DO COMODATO ficarão solidariamente responsáveis para com o
comodante.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito
de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a DO MÚTUO
tradição do objeto.
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral fungíveis. O mutuário (quem recebe a coisa)
todos os administradores de bens alheios não é obrigado a restituir ao mutuante (quem
poderão dar em comodato (empréstimo), sem empresta) o que dele recebeu em coisa do
autorização especial, os bens confiados à sua mesmo gênero, qualidade e quantidade.
guarda.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo da coisa emprestada ao mutuário, por cuja
convencional, presumir-se-lhe-á o necessário conta correm todos os riscos dela desde a
para o uso concedido; não podendo o tradição (entrega).
comodante, salvo necessidade imprevista e
urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem
e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prévia autorização daquele sob cuja guarda
prazo convencional, ou o que se determine pelo estiver, não pode ser reavido nem do mutuário,
uso outorgado. nem de seus fiadores.

Art. 582. O comodatário (quem recebe a coisa Art. 589. Cessa a disposição do artigo
emprestada) é obrigado a conservar, como antecedente (mútuo feito à pessoa menor):
se sua própria fora, a coisa emprestada, não I – se a pessoa, de cuja autorização
podendo usá-la senão de acordo com o contrato necessitava o mutuário para contrair o
ou a natureza dela, sob pena de responder por empréstimo, o ratificar posteriormente;
perdas e danos. O comodatário constituído
em mora (atraso), além de por ela responder, II – se o menor, estando ausente essa pessoa,
pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que se viu obrigado a contrair o empréstimo
for arbitrado pelo comodante. para os seus alimentos habituais;

Art. 583. Se, correndo risco o objeto do III – se o menor tiver bens ganhos com o
comodato juntamente com outros do seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução
comodatário, antepuser este a salvação dos seus do credor não lhes poderá ultrapassar as
abandonando o do comodante, responderá forças;
pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir IV – se o empréstimo reverteu em benefício
a caso fortuito, ou força maior. do menor;
Art. 584. O comodatário (quem recebe a coisa V – se o menor obteve o empréstimo
emprestada) não poderá jamais recobrar do maliciosamente.
comodante (quem empresta) as despesas feitas Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da
com o uso e gozo da coisa emprestada. restituição, se antes do vencimento o mutuário

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sofrer notória mudança em sua situação VI – as pessoas naturais incumbidas da
econômica. administração da sociedade, e seus poderes
e atribuições;
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins
econômicos, presumem-se devidos juros, VII – a participação de cada sócio nos lucros
os quais, sob pena de redução, não poderão e nas perdas;
exceder a taxa a que se refere o art. 406,
permitida a capitalização anual. VIII – se os sócios respondem, ou não,
subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Art. 592. Não se tendo convencionado
expressamente, o prazo do mútuo será: Parágrafo único. É ineficaz em relação
a terceiros qualquer pacto separado,
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de contrário ao disposto no instrumento do
produtos agrícolas, assim para o consumo, contrato.
como para semeadura;
Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua
II – de 30 dias, pelo menos, se for de
constituição, a sociedade deverá requerer a
dinheiro;
inscrição do contrato social no Registro Civil das
III – do espaço de tempo que declarar o Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
mutuante, se for de qualquer outra coisa
fungível. § 1º O pedido de inscrição será
acompanhado do instrumento autenticado
do contrato, e, se algum sócio nele houver
Contrato de sociedade sido representado por procurador, o da
respectiva procuração, bem como, se for o
DO CONTRATO SOCIAL caso, da prova de autorização da autoridade
competente.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante
§ 2º Com todas as indicações enumeradas
contrato escrito, particular ou público, que,
no artigo antecedente, será a inscrição
além de cláusulas estipuladas pelas partes,
tomada por termo no livro de registro
mencionará:
próprio, e obedecerá a número de ordem
I – nome, nacionalidade, estado civil, contínua para todas as sociedades inscritas.
profissão e residência dos sócios, se pessoas
Art. 999. As modificações do contrato social,
naturais, e a firma ou a denominação,
que tenham por objeto matéria indicada no
nacionalidade e sede dos sócios, se
art. 997, dependem do consentimento de
jurídicas;
todos os sócios; as demais podem ser decididas
II – denominação, objeto, sede e prazo da por maioria absoluta de votos, se o contrato
sociedade; não determinar a necessidade de deliberação
unânime.
III – capital da sociedade, expresso em
moeda corrente, podendo compreender Parágrafo único. Qualquer modificação do
qualquer espécie de bens, suscetíveis de contrato social será averbada, cumprindo-
avaliação pecuniária; se as formalidades previstas no artigo
antecedente.
IV – a quota de cada sócio no capital social,
e o modo de realizá-la; Art. 1.000. A sociedade simples que instituir
sucursal, filial ou agência na circunscrição de
V – as prestações a que se obriga o sócio, outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste
cuja contribuição consista em serviços; deverá também inscrevê-la, com a prova da
inscrição originária.

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Parágrafo único. Em qualquer caso, a Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente


constituição da sucursal, filial ou agência ou incapaz, poderá o credor exigir que seja
deverá ser averbada no Registro Civil da substituído.
respectiva sede.
DOS EFEITOS DA FIANÇA
DA FIANÇA
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento
Seção I da dívida tem direito a exigir, até a contestação
da lide, que sejam primeiro executados os bens
DISPOSIÇÕES GERAIS do devedor.
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa Parágrafo único. O fiador que alegar o
garante satisfazer ao credor uma obrigação benefício de ordem, a que se refere este
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. artigo, deve nomear bens do devedor,
sitos no mesmo município, livres e
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não
desembargados, quantos bastem para
admite interpretação extensiva.
solver o débito.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que
Art. 828. Não aproveita este benefício ao
sem consentimento do devedor ou contra a sua
fiador:
vontade.
I – se ele o renunciou expressamente;
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto
de fiança; mas o fiador, neste caso, não será II – se se obrigou como principal pagador,
demandado senão depois que se fizer certa e ou devedor solidário;
líquida a obrigação do principal devedor. III – se o devedor for insolvente, ou falido.
Art. 822. Não sendo limitada, a fiança Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a
compreenderá todos os acessórios da dívida um só débito por mais de uma pessoa importa
principal, inclusive as despesas judiciais, desde o compromisso de solidariedade entre elas, se
a citação do fiador. declaradamente não se reservarem o benefício
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao de divisão.
da obrigação principal e contraída em condições Parágrafo único. Estipulado este benefício,
menos onerosas, e, quando exceder o valor da cada fiador responde unicamente pela
dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá parte que, em proporção, lhe couber no
senão até ao limite da obrigação afiançada. pagamento.
Art. 824. As obrigações nulas não são Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato
suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade a parte da dívida que toma sob sua
resultar apenas de incapacidade pessoal do responsabilidade, caso em que não será por
devedor. mais obrigado.
Parágrafo único. A exceção estabelecida Art. 831. O fiador que pagar integralmente a
neste artigo não abrange o caso de mútuo dívida fica sub-rogado nos direitos do credor;
feito a menor. mas só poderá demandar a cada um dos outros
fiadores pela respectiva quota.
Art. 825. Quando alguém houver de oferecer
fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá- Parágrafo único. A parte do fiador
lo se não for pessoa idônea, domiciliada no insolvente distribuir-se-á pelos outros.
município onde tenha de prestar a fiança, e
não possua bens suficientes para cumprir a
obrigação.

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Art. 832. O devedor responde também perante Seção III
o fiador por todas as perdas e danos que este DA EXTINÇÃO DA FIANÇA
pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.
Art. 833. O fiador tem direito aos juros do Art. 837. O fiador pode opor ao credor as
desembolso pela taxa estipulada na obrigação exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas
principal, e, não havendo taxa convencionada, da obrigação que competem ao devedor
aos juros legais da mora. principal, se não provierem simplesmente de
incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo
Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, feito a pessoa menor.
demorar a execução iniciada contra o devedor,
poderá o fiador promover-lhe o andamento. Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará
desobrigado:
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança
que tiver assinado sem limitação de tempo, I – se, sem consentimento seu, o credor
sempre que lhe convier, ficando obrigado por conceder moratória ao devedor;
todos os efeitos da fiança, durante 60 dias após II – se, por fato do credor, for impossível
a notificação do credor. a sub-rogação nos seus direitos e
Art. 836. A obrigação do fiador passa aos preferências;
herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se III – se o credor, em pagamento da dívida,
limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, aceitar amigavelmente do devedor objeto
e não pode ultrapassar as forças da herança. diverso do que este era obrigado a lhe dar,
ainda que depois venha a perdê-lo por
evicção.
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão
e o devedor, retardando-se a execução, cair em
insolvência, ficará exonerado o fiador que o
invocou, se provar que os bens por ele indicados
eram, ao tempo da penhora, suficientes para a
solução da dívida afiançada.

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Questões

1. Pedro, menor impúbere, e sem o dívida Getúlio poderia ter constituído


consentimento de seu representante legal, novo penhor.
celebrou contrato de mútuo com Marcos, b) garante tanto a Canasvieiras quanto o
tendo este lhe entregue a quantia de Banco Moinho, o qual terá preferência
R$ 400,00, a fim de que pudesse comprar na excussão da garantia.
uma bicicleta. c) não garante a Canasvieiras nem o Banco
A respeito desse caso, assinale a afirmativa Moinho, pois não existe empenho de
incorreta. coisa futura.
d) garante apenas o Banco Moinho.
a) O mútuo poderá ser reavido somente se e) garante tanto o Banco Moinho quanto a
o representante legal de Pedro ratificar Canasvieiras, a qual terá preferência na
o contrato. excussão da garantia.
b) Se o contrato tivesse por fim suprir
despesas com a própria manutenção, o 3. Com relação ao contrato de empréstimo,
mútuo poderia ser reavido, ainda que podemos dizer que pode ser gratuito ou
ausente ao ato o representante legal de oneroso, do qual são espécies o mútuo
Pedro. e o comodato. Neste, certo é que “O
c) Se Pedro tiver bens obtidos com o comodatário é obrigado a conservar, como
seu trabalho, o mútuo poderá ser se sua própria fora, a coisa emprestada,
reavido, ainda que contraído sem o não podendo usála senão de acordo com
consentimento do seu representante o contrato ou a natureza dela, sob pena
legal. de responder por perdas e danos” (Código
d) O mútuo também poderia ser reavido Civil, art. 582).
caso Pedro tivesse obtido o empréstimo A partir daí, tendo em vista as normas civis
maliciosamente. que disciplinam o comodato, é correto
2. Getúlio é um grande produtor de cana-de- afirmar:
açúcar e procura a empresa Canasvieiras a) O comodato é contrato que se
a fim de adquirir insumos agrícolas, tais caracteriza como o empréstimo
como fertilizantes. A Canasvieiras consente de coisas fungíveis ou infungíveis,
em vender a Getúlio grande quantidade desde que gratuito, ou seja, o
de insumos, mas, como garantia, exige o comodatário recebe e pode usar a
empenho da safra em via de formação. coisa independente de pagamento
Naquele ano, porém, a colheita foi de aluguel, arrendamento ou verba
insuficiente para o pagamento da dívida, equivalente.
inviabilizando a plantação da seguinte. Por b) Se, correndo risco o objeto do
esta razão, Getúlio busca financiamento comodato juntamente com outros
perante o Banco Moinho, o qual financia do comodatário, antepuser este a
a safra seguinte, porém exigindo o seu salvação dos seus abandonando o do
empenho como garantia de pagamento do comodante, responderá pelo dano
mútuo. A segunda colheita ocorrido, ainda que se possa atribuir a
a) garante apenas a Canasvieiras, pois caso fortuito ou força maior.
somente com o pagamento da primeira

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c) O comodatário poderá recobrar do mutuário sofreu manifesta modificação em
comodante as despesas feitas com o sua situação econômica.
uso e gozo da coisa emprestada.
d) Não constando do contrato o prazo do Nesse caso, de acordo com a legislação
comodato, presumese estabelecido por pertinente,
prazo indeterminado, qualquer que seja a) o mutuante pode exigir garantia da
a natureza do uso concedido, podendo restituição.
o comodante pedir a restituição da coisa b) o mutuante poderá arguir exceção do
a qualquer tempo, desde que mediante contrato não cumprido e resolver a
comunicação prévia e inequívoca, relação jurídica contratada.
assinalando prazo de 30 dias. c) o mutuante não pode resolver o
contrato, pois houve adimplemento
4. Assinale a alternativa INCORRETA: substancial.
d) o mutuário é obrigado a antecipar a
a) A doação pode ser revogada por restituição.
ingratidão do donatário, ou por e) a hipótese de inadimplemento
inexecução do encargo, mas não se anterior ao termo deve ser verificada,
revogam por ingratidão as doações resolvendo-se o contrato.
oneradas com encargo já cumprido.
b) Se, correndo risco o objeto do 6. Jéssica Alseda e Marcopolo Fernandes
comodato juntamente com outros celebraram contrato de comodato de imóvel
do comodatário, antepuser este a residencial com vigência de 15/4/2005 a
salvação dos seus abandonando o do 15/4/2010. Marcopolo, no entanto, não
comodante, responderá pelo dano devolveu a Jessica o imóvel ao término
ocorrido, exceto quando se possa do prazo convencionado. Em 30/5/2010,
atribuir a caso fortuito, ou força maior. foi notificado extrajudicialmente para
c) Por meio do mútuo, transfere-se desocupar o imóvel no prazo de trinta dias
o domínio da coisa emprestada ao e pagar aluguel de R$ 1.500,00 por mês.
mutuário, por cuja conta correm todos Marcopolo ainda permanece no imóvel,
os riscos dela desde a tradição. não tendo pago qualquer valor a título de
d) Sob pena de responder por perdas aluguel. Analise as proposições abaixo:
e danos, não poderá o depositário,
sem licença expressa do depositante, I – É ilícito a Jessica arbitrar valor de aluguel
servir-se da coisa depositada, nem a após o prazo fixado para Marcopolo
dar em depósito a outrem; e, ainda devolver o imóvel. A ela caberá apenas
que devidamente autorizado, se postular judicialmente a reintegração e
confiar a coisa em depósito a terceiro, imissão na posse, bem como indenização
será responsável se agiu com culpa na para reparar os prejuízos sofridos.
escolha deste.
e) O mandatário não pode compensar II – Jessica tem direito a aluguel que será
os prejuízos a que deu causa com os devido por Marcopolo desde a notificação
proveitos que, por outro lado, tenha até a desocupação, desde que fixado por
granjeado ao seu constituinte. decisão judicial.

5. JS realiza contrato de mútuo com o Banco Ill – Será lícito a Jessica arbitrar o valor
do Povo. Antes do termo do contrato, o do aluguel que será de uma autêntica
pena privada, tendo por objetivo central
coagir o comodatário a restituir o mais
rapidamente possível a coisa emprestada,

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que indevidamente não foi devolvida no mutuante com direitos iguais aos do credor
prazo legal. satisfeito, tem-se configurada a

IV – O montante do aluguel-pena, para não a) sub-rogação convencional.


se caracterizar como abusivo, não pode ser b) sub-rogação legal.
superior ao dobro da média do mercado, c) cessão de crédito.
pois não deve também servir de meio d) novação passiva.
para o enriquecimento injustificado do e) imputação de pagamento.
comodante.
9. No tocante ao comodato, observe as
Assinale a alternativa correta: assertivas e ao final responda.
a) Apenas a proposição I é a correta.
b) Apenas as proposições Il e IV são I – E empréstimo de coisas fungíveis ou
corretas. infungíveis, perfazendo-se com a tradição
c) Apenas as proposições lll e IV são do objeto, sempre a título gratuito.
corretas. II – O comodatário constituído em mora,
d) Apenas a proposição lll é correta. além de por ela responder, pagará, até
e) Apenas a proposição IV é correta. restituí-la, o aluguel da coisa que for
7. Relativamente aos contratos, considere as arbitrado pelo comodante.
assertivas abaixo. III – Se, correndo risco o objeto do
comodato juntamente com outros do
I – Tratando-se de contrato de comodato comodatário, antepuser este a salvação
de imóvel residencial, por prazo dos seus abandonando os do comandante,
indeterminado, cabe ao comodante, responderá pelo dano ocorrido, exceção
pretendendo a restituição do bem, notificar feita se o dano decorrer de caso fortuito ou
o comodatário para devolvê-lo no prazo força maior.
assinado. Não havendo a restituição, pode
o comodante mover a competente ação de IV – O comodatário não poderá jamais
reintegração de posse. recobrar do comodante as despesas feitas
com o uso e gozo da coisa emprestada.
II – Somente pessoas maiores e capazes
podem ser mandatárias. V – Se duas ou mais pessoas forem
simultaneamente comodatárias de uma
III – Tendo sido prestada fiança por fiador coisa, a que causar dano ao comodante
casado, sem participação de sua esposa, responderá como devedora principal,
esta pode pedir apenas a ressalva de sua respondendo as demais subsidiariamente
meação, em caso de execução da garantia, apenas.
permanecendo válida a fiança quanto à
metade disponível do fiador. Estão corretas apenas as assertivas:
Quais são corretas? a) I e II;
a) Apenas I b) I e III;
b) Apenas II c) III e V;
c) Apenas III d) IV e V;
d) Apenas I e II e) II e IV.
e) I, II e III
10. Em relação a cada espécie de contrato é
8. Quando terceira pessoa empresta ao correto afirmar:
devedor a quantia precisa para solver a a) A compra e venda pode ter por objeto
dívida, sob a condição expressa de ficar o coisa atual ou futura; neste caso, ficará

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sem efeito o contrato se esta não vier 12. Com relação aos contratos de empréstimo,
a existir, salvo se a intenção das partes assinale a alternativa correta.
era de concluir contrato aleatório.
b) A doação feita em contemplação do a) O comodato é o empréstimo de coisas
merecimento do donatário perde o fungíveis, sendo que o comodatário é
caráter de liberalidade por parte do obrigado a restituir ao comodante o
doador. (desconsiderar) que dele recebeu em coisa do mesmo
c) O comodato perfaz-se com a tradição gênero, qualidade e quantidade.
do objeto e significa o empréstimo b) Se, correndo risco o objeto do
gratuito de coisas fungíveis. comodato juntamente com outros
d) O mandato pode ser expresso ou tácito, do comodatário, antepuser este a
mas somente se outorga por escrito, salvação dos seus abandonando o do
por se tratar de contrato formal. comodante, responderá pelo dano
e) A transação interpreta-se ocorrido, ressalvadas as hipóteses de
restritivamente, por ela transmitindo- caso fortuito ou força maior.
se, declarando e reconhecendo direitos. c) O mútuo feito a pessoa menor, sem
(desconsiderar) prévia autorização daquele sob cuja
guarda estiver, não pode ser reavido do
11. Marcelo firmou contrato de mútuo mutuário, apenas de seus fiadores.
feneratício (empréstimo de dinheiro) com d) O comodatário não poderá jamais
João e José, pelo qual emprestou cinco mil recobrar do comodante as despesas
reais para cada um, a fim de que os mesmos feitas com o uso e gozo da coisa
iniciassem um pequeno comércio. Neste emprestada.
caso,
13. Os contratos de mútuo e comodato têm em
a) não havendo estipulação de juros, estes comum as seguintes características:
não serão presumidos.
b) em se tratando de contrato civil, é a) constituem-se desde o consentimento
válida a previsão de juros capitalizados das partes e se extinguem com o pedido
anualmente, ainda que sem taxa de devolução do dono da coisa.
estipulada, quando então estes b) uma vez realizada a entrega da coisa
encargos serão fixados segundo a taxa transfere a propriedade ao devedor
referencial do Sistema Especial de e obriga o dono a aguardar o fim do
Liquidação e Custódia (SELIC). contrato para reavê-la.
c) em sendo prevista a solidariedade c) obriga o devedor ao pagamento de
passiva, e sendo inadimplidas as juros sempre que houver atraso na
prestações por José, Marcelo deverá devolução da coisa.
primeiramente requerer o pagamento d) só se aperfeiçoam com a entrega da
deste, para depois acionar João. coisa e tornam o devedor obrigado a
d) o contrato é existente, eis que devolver o bem sob pena de pagamento
possui objeto idôneo, qual seja, bem de aluguel pelo atraso na devolução.
infungível. e) são contratos considerados reais,
e) verificada a inviabilidade do comércio intuitu personae e não solenes.
de João e José, indicando mudança na
situação econômica dos mutuários, 14. O contrato de comodato tem como objeto
antes do vencimento da prestação o empréstimo gratuito de coisas não
Marcelo não pode exigir garantia da
restituição dos valores emprestados.

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fungíveis. Diante do exposto, é INCORRETO c) Esse mútuo é uma obrigação que apenas
afirmar que vincula o menor e, assim, quando
vencido e não restituído, poderá ser
a) o comodatário constituído em mora cobrado apenas do mutuário, não
pagará, até restituí- la, o aluguel da sendo exigível dos fiadores, perante os
coisa que for arbitrado pelo comodante. quais é absolutamente ineficaz.
b) os bens pertencentes ao incapaz não d) Não é válida, no caso, a negativa dos
poderão ser dados em comodato por pais em honrar o empréstimo, que
seu curador sem autorização especial. poderá ser cobrado deles, mas sem
c) o comodatário poderá recobrar do juros.
comodante as despesas feitas com o
uso e gozo da coisa emprestada. 16. No contrato de mútuo,
d) se, correndo risco o objeto do
comodato juntamente com outros a) não se presumem devidos juros, ainda
do comodatário, antepuser este a que se desti- nar a fins econômicos.
salvação dos seus bens, abandonando b) o mutuante não pode exigir garantia
o do comodante, responderá pelo dano da restituição, mesmo se, antes do
ocorrido, ainda que se possa atribuir a vencimento, o mutuário sofrer notória
caso fortuito, ou força maior. mudança em sua situação econômica.
15. Em instrumento particular, subscrito c) o prazo, não tendo sido convencionado
por duas testemunhas, um menor de 16 expressamente, será de trinta dias, pelo
anos, sem bens, não estabelecido com menos, se for de dinheiro.
economia própria nem exercendo atividade d) o prazo, não tendo sido convencionado
laborativa e sendo apenas estudante do expressamente, será de um ano, pelo
curso secundário, tomou por empréstimo menos, se for de bem imóvel.
a uma vizinha, sua amiga, a quantia de R$ e) os produtos agrícolas para semeadura
5.000,00 (cinco mil reais) para participar não poderão ser objeto do empréstimo.
de uma campanha de doação de fundos
para seu time de futebol, autorizando 17. “A”, menor de 16 anos, celebra com o
que a referida mutuante entregasse, em Banco “X”, sem prévia autorização da
nome do mutuário, a referida importância pessoa que detém sua guarda, contrato de
diretamente ao clube esportivo, o que foi mútuo, recebendo, em uma única parcela,
feito. Não foi fixado prazo para pagamento a totalidade do empréstimo. Considerando
do mútuo, nem houve previsão de juros, que o mutuário indicou “B”, maior e apta ao
exigindo, entretanto, a credora, a fiança encargo da fiança, como fiador, assinale a
de dois amigos do mutuário, solteiros, afirmativa CORRETA.
maiores e capazes. Recusando-se a pagar a) A fiança é possível, no caso acima,
o empréstimo, foram procurados o pai e considerando-se que o Código Civil
a mãe do mutuário, os quais se negaram admite essa possibilidade, quando
a ratificar o empréstimo e se negaram a a nulidade da obrigação resultar da
honrá-lo, sob o argumento de que não o incapacidade pessoal do devedor
haviam autorizado. Em face disso, assinale a b) Como regra geral, o mútuo pode ser
alternativa correta. reavido pelo Banco mutuante do
a) Esse mútuo não pode ser reavido nem mutuário, mas não de seu fiador
do mutuário, nem de seus fiadores. c) Como regra geral, o mútuo não pode
b) Presumem-se devidos os juros pelo ser reavido pelo Banco mutuante do
mutuário e por seus fiadores. mutuário, mas sim de seu fiador, em
face de sua capacidade e idoneidade.

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d) Como regra geral, o mútuo pode ser que não são obrigados a afiançar
reavido pelo Banco mutuante, tanto do dívidas alheias
mutuário, quanto de seu fiador.
e) Como regra geral, o mútuo não pode 20. A respeito do contrato de compra e venda,
ser reavido pelo Banco mutuante do é certo afirmar que
mutuário, nem tampouco de seu fiador.
a) nulo é o contrato de compra e
18. Assinale a alternativa correta: venda quando se atrela o preço
exclusivamente a taxas de mercado ou
a) O comodatário poderá recobrar do bolsa.
comandante as despesas feitas com o b) o direito de preferência que tem o
uso e gozo da coisa emprestada. vendedor de uma coisa de adquiri-la
b) O mútuo é o empréstimo de coisa do comprador é personalíssimo, não
infungíveis. O mutuário é obrigado se podendo ceder e nem passar aos
a restituir ao mutuante o que dele herdeiros.
recebeu em coisa do mesmo gênero, c) o contrato de compra de safra futura
qualidade e quantidade. ficará sem efeito se esta, por razões
c) A coisa recebida em virtude de contrato climáticas, vier a se perder, sendo nula,
comutativo pode ser enjeitada por nessa hipótese, a cláusula que permita
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem ao vendedor ficar com o preço já
imprópria ao uso a que é destinada, ou recebido.
lhe diminua o valor. d) será nula a venda feita sem a
d) Não é nulo o contrato de compra e observância de direito de preferência
venda quando se deixa ao arbítrio estipulado em favor de terceiro.
exclusivo de uma das partes a fixação
do preço. 21. A Lanchonete Mirim celebrou contrato
de fornecimento de bebidas com a
19. Assinale a opção correta a respeito da Distribuidora Céu Azul, ficando ajustada a
fiança. entrega mensal de 200 latas de refrigerante,
com pagamento em 30 dias após a entrega.
a) O benefício de ordem é direito garantido Para tanto, Luciana, mãe de uma das sócias
legalmente ao fiador, considerando-se da lanchonete, sem o conhecimento das
não escrita cláusula de renúncia. sócias da sociedade e de seu marido,
b) Não extingue a fiança o fato de o credor celebrou contrato de fiança, por prazo
aceitar, em pagamento da dívida, dação indeterminado, com a distribuidora, a fim
em pagamento feita pelo devedor, se de garantir o cumprimento das obrigações
este vier a perder o objeto pela evicção. assumidas pela lanchonete.
c) Independentemente do regime de bens
do casamento, será anulável e ineficaz Diante desse quadro, assinale a afirmativa
a fiança prestada pelo cônjuge sem o correta.
consentimento do outro. a) Luciana não carece da autorização
d) Ainda que a consequência da fiança do cônjuge para celebrar o contrato
seja onerosa, dada a garantia da dívida de fiança com a sociedade Céu Azul,
à custa do patrimônio do fiador, a qualquer que seja o regime de bens.
solidariedade entre os fiadores se b) Pode-se estipular a fiança, ainda que
presume. sem o consentimento do devedor ou
e) A obrigação de pagar a dívida do mesmo contra a sua vontade, sendo
devedor não se transmite aos herdeiros, sempre por escrito e não se admitindo
interpretação extensiva.

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c) Em caso de dação em pagamento, se a a) Apenas as proposições I e II estão


distribuidora vier a perder, por evicção, corretas.
o bem dado pela lanchonete para pagar b) Apenas as proposições III e IV estão
o débito, remanesce a obrigação do corretas.
fiador. c) Apenas as proposições II e IV estão
d) Luciana não poderá se exonerar, corretas.
quando lhe convier,da fiança que tiver d) Apenas a proposição III está correta.
assinado, ficando obrigada por todos
os efeitos da fiança até a extinção do 24. Relativamente aos contratos, considere as
contrato de fornecimento de bebidas. assertivas abaixo.

22. Quanto à fiança, analise as seguintes I – Tratando-se de contrato de comodato


alternativas e assinale a assertiva de imóvel residencial, por prazo
INCORRETA: indeterminado, cabe ao comodante,
pretendendo a restituição do bem, notificar
a) As dívidas futuras não podem ser objeto o comodatário para devolvê-lo no prazo
de fiança, ainda que certa e líquida a assinado. Não havendo a restituição, pode
obrigação do principal devedor. o comodante mover a competente ação de
b) A fiança pode ser de valor inferior ao reintegração de posse.
da obrigação principal e contraída em II – Somente pessoas maiores e capazes
condições menos onerosas, e, quando podem ser mandatárias.
exceder o valor da dívida, ou for mais
onerosa que ela, não valerá senão até o III – Tendo sido prestada fiança por fiador
limite da obrigação afiançada. casado, sem participação de sua esposa,
c) Pode-se estipular a fiança, ainda que esta pode pedir apenas a ressalva de sua
sem consentimento do devedor ou meação, em caso de execução da garantia,
contra a sua vontade. permanecendo válida a fiança quanto à
d) Quando o credor, sem justa causa, metade disponível do fiador.
demorar a execução iniciada contra o Quais são corretas?
devedor, poderá o fiador promover-lhe
o andamento. a) Apenas I
b) Apenas II
23. A respeito da fiança, analise as proposições
abaixo e assinale a alternativa correta. c) Apenas III
I – Quando alguém houver de oferecer d) Apenas I e II
fiador, eventual recusa do credor prescinde
de motivação ou fundamentação. e) I, II e III
II – A subsidiariedade pode ser afastada por
convenção. 25. No contrato “A” o credor, sem o
consentimento do fiador, concedeu
III – É necessária a aquiescência do devedor
moratória ao devedor; no contrato “B”, por
com a fiança estipulada.
fato do credor, é impossível a sub-rogação
IV – A dação em pagamento, realizada pelo nos direitos e preferências do fiador. Nestes
devedor e aceita pelo credor, desobriga o casos, o fiador
fiador, ainda que a coisa venha a se perder
por evicção. a) dos contratos “A” e “B” ficará
desobrigado, ainda que solidário.

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b) dos contratos “A” e “B” ficará e) A moratória concedida ao devedor
desobrigado, exceto se solidário. exonera o fiador, se este não a
c) apenas do contrato “A” ficará consentiu.
desobrigado, ainda que solidário. 28. Quanto à fiança, é INCORRETO afirmar que:
d) apenas do contrato “B” ficará
desobrigado, exceto se solidário. a) pode ser de valor inferior ao da
e) apenas do contrato “B” ficará obrigação principal e contraída em
desobrigado, ainda que solidário. condições menos onerosas, e, quando
exceder o valor da dívida, ou for mais
26. No contrato de fiança, onerosa que ela, não valerá senão até
ao limite da obrigação afiançada.
a) é nula cláusula de renúncia ao benefício
b) dar-se-á por escrito e admite
de ordem.
interpretação extensiva.
b) o fiador tem legitimidade para dar
c) se o fiador se tornar insolvente ou
andamento à execução iniciada e
incapaz, poderá o credor exigir que seja
abandonada, sem justa causa, pelo
substituído.
credor.
d) pode-se estipular a fiança, ainda que
c) havendo pluralidade de fiadores,
sem consentimento do devedor ou
cada qual responde pela parte que
contra a sua vontade.
proporcionalmente lhe couber no
pagamento, exceto se expressamente
29. A Fiança
pactuada a solidariedade.
d) a responsabilidade dos herdeiros do a) é admissível em obrigação futura ou
fiador se limita ao tempo decorrido condicional.
até a abertura de inventário ou b) não pode possuir valor inferior ao da
arrolamento, e não pode ultrapassar as obrigação principal.
forças da herança. c) é uma espécie de garantia real prevista
e) o fiador pode se exonerar desde que no Código Civil brasileiro.
notifique o credor, ficando responsável d) é, em regra, um contrato bilateral,
por todos os efeitos da fiança durante oneroso e principal.
noventa dias a contar da comunicação. e) não se extingue com a extinção da
27. Sobre a fiança é INCORRETO afirmar: obrigação principal.
a) Pode ser contratada para garantir
30. Gustavo tornou-se fiador do seu amigo
apenas parcialmente a dívida.
Henrique, em razão de operação de
b) O fiador exonera-se da fiança dada por
empréstimo bancário que este tomou com
prazo indeterminado a qualquer tempo,
o Banco Pechincha. No entanto, Gustavo,
bastando notificar o credor, ficando
apreensivo, descobriu que Henrique está
porém obrigado por todos os efeitos da
desempregado há algum tempo e que
força por prazo fixado na lei.
deixou de pagar várias parcelas do referido
c) O fiador pode propor a execução contra
empréstimo. Sem o consentimento de
o devedor quando o credor sem justa
Gustavo, Henrique e o Banco Pechincha
causa retardar o ajuizamento.
aditaram o contrato original, tendo sido
d) Pelas obrigações decorrentes da fiança
concedida moratória a Henrique. Com
respondem os herdeiros do fiador,
base no relato acima e no regime legal do
limitadas ao tempo decorrido até
a morte do fiador e desde que não
ultrapassem as forças da herança.

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contrato de fiança, assinale a alternativa c) Somente as dívidas presentes podem


correta. ser objeto de fiança.
d) A fiança não pode ser dada em valor
a) Por ter a fiança o objetivo de garantir inferior ao da obrigação principal, nem
o débito principal, sendo acessória a ser contraída em condições menos
este, deve ela ser de valor igual ao da onerosas.
obrigação principal e ser contraída nas e) Ainda que o fiador tome-se insolvente
mesmas condições de onerosidade de ou incapaz, o credor não poderá exigir
tal obrigação. que seja substituído.
b) Gustavo não poderá exonerar-se da
fiança que tiver assinado sem limitação 33. Acerca da fiança, assinale a alternativa
de tempo, ficando obrigado por todos CORRETA.
os efeitos da fiança até o efetivo
pagamento do débito principal. a) O contrato de fiança pode ser verbal.
c) A concessão da moratória pelo b) A fiança pode ser de valor inferior ao
Banco Pechincha a Henrique, tal da obrigação principal e contraída em
como narrado, não tem o condão de condições menos onerosas, e, quando
desobrigar o fiador. exceder o valor da dívida, ou for mais
d) Se o Banco Pechincha, sem justa causa, onerosa que esta, não valerá senão até
demorar a execução iniciada contra ao limite da obrigação afiançada.
Henrique, poderá Gustavo promover- c) Após a prestação da fiança, o credor
lhe o andamento. não poderá exigir substituto, mesmo
que o fiador se tome insolvente.
31. Um cônjuge, casado sob o regime de d) No caso de inadimplemento ou mora
comunhão parcial de bens e em estado nas obrigações contratuais garantidas
de solvência, firma contrato de fiança em mediante alienação fiduciária, é, em
favor de terceiro, sem a necessária outorga regra, vedado ao proprietário fiduciário
uxória. Pode(m) pedir a decretação de ou credor a venda da coisa a terceiros,
anulabilidade: mesmo que seja por leilão ou hasta
pública.
a) ambos os cônjuges e o afiançado. e) O Código Civil Brasileiro não veda o aval
b) o cônjuge que não firmou o contrato. parcial
c) o cônjuge que firmou o contrato.
d) o cônjuge que firmou o contrato e o 34. Com relação ao contrato de fiança regido
afiançado. pelo Código Civil, analise as afirmativas
e) os credores do cônjuge que firmou o abaixo.
contrato. I – A fiança é uma garantia real que, em caso
de insolvência do devedor, determinado
32. Sobre contrato de fiança, assinale a bem móvel ou imóvel fica afetado à solução
alternativa CORRETA. da obrigação.
a) A fiança, espécie de garantia II – A fiança tem caráter acessório e pode
fidejussória, dar-se-á de forma ser estipulada em valor superior ao valor do
escrita ou verbal, mas não admite principal, quando a fiança for onerosa.
interpretação extensiva.
b) Pode-se estipular a fiança, ainda que III – O benefício de ordem não pode ser
sem o consentimento do devedor ou invocado no caso de devedor insolvente.
contra sua vontade. IV – No caso de pluralidade de fiadores, há
presunção de que o credor pode exigir de

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um, de todos ou de parte deles o total da
dívida.
V – O cônjuge, casado sob o regime de
separação absoluta de bens, não pode
prestar fiança sem o consentimento do
outro, no entanto, em o fazendo, a fiança
será nula.
São corretas APENAS as afirmativas
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e V.
e) III, IV e V.

Gabarito: 1. A 2. B 3. B 4. B 5. A 6. C 7. A 8. A 9. E 10. A 11. B 12. D 13. E 14. C 15. A 16. C
17. E 18. C 19. D 20. B 21. B 22. A 23. C 24. A 25. A 26. B 27. C 28. B 29. A 30. D 31. B 32. B
33. B 34. C

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A alienação fiduciária em garantia de bem MÓVEL nada mais é do que uma modalidade de
negócio fiduciário previsto no nosso Código Civil, não obstante, tendo regulamentação própria, no
Decreto-lei nº 911/1969. Tratando-se de imóvel temos a lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997,
dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário e que institui a alienação fiduciária de coisa
imóvel, mas esse ponto não é objeto do nosso estudo.

Da Propriedade Fiduciária
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o
devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por
instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos
do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o
licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.
§ 2º Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse,
tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
§ 3º A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento,
a transferência da propriedade fiduciária.
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá:
I – o total da dívida, ou sua estimativa;
II – o prazo, ou a época do pagamento;
III – a taxa de juros, se houver;
IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua
identificação.
Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo
sua destinação, sendo obrigado, como depositário:
I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;
II – a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou
extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das
despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa
em pagamento da dívida, após o vencimento desta.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das
despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante.
Art. 1.367. Aplica-se à propriedade fiduciária, no que couber, o disposto nos arts. 1.421, 1.425,
1.426, 1.427 e 1.436.

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Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que § 1º O crédito a que se refere o presente
pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito artigo abrange o principal, juros e comissões,
no crédito e na propriedade fiduciária. além das taxas, cláusula penal e correção
monetária, quando expressamente
Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade convencionados pelas partes.
fiduciária ou de titularidade fiduciária
submetem-se à disciplina específica das § 2º A mora decorrerá do simples
respectivas leis especiais, somente se aplicando vencimento do prazo para pagamento e
as disposições deste Código naquilo que não for poderá ser comprovada por carta registada
incompatível com a legislação especial. expedida por intermédio de Cartório de
Títulos e Documentos ou pelo protesto do
Presidência da República título, a critério do credor.

Casa Civil § 3º A mora e o inadimplemento de


obrigações contratuais garantidas por
Subchefia para Assuntos Jurídicos alienação fiduciária, ou a ocorrência legal
ou convencional de algum dos casos de
antecipação de vencimento da dívida
facultarão ao credor considerar, de pleno
DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE direito, vencidas todas as obrigações
OUTUBRO DE 1969. contratuais, independentemente de aviso
ou notificação judicial ou extrajudicial.
Altera a redação do art. 66, da Lei Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor,
nº 4.728, de 14 de julho de 1965, poderá requerer contra o devedor ou terceiro
estabelece normas de processo a busca e apreensão do bem alienado
sôbre alienação fiduciária e dá outras fiduciàriamente, a qual será concedida
providências. Iiminarmente, desde que comprovada a mora
ou o inadimplemento do devedor.
OS MINISTROS DA MARINHA DE GUERRA,
DO EXÉRCITO E DA AERONÁUTICA MILITAR, § 1º Cinco dias após executada a liminar
usando das atribuições que lhes confere o artigo mencionada no caput, consolidar-se-ão a
1º do Ato Institucional nº 12, de 31 de agôsto de propriedade e a posse plena e exclusiva do
1969, combinado com o § 1º do artigo 2º do Ato bem no patrimônio do credor fiduciário,
Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, cabendo às repartições competentes,
quando for o caso, expedir novo certificado
DECRETAM:
de registro de propriedade em nome do
Art 2º No caso de inadimplemento ou mora nas credor, ou de terceiro por ele indicado, livre
obrigações contratuais garantidas mediante do ônus da propriedade fiduciária.
alienação fiduciária, o proprietário fiduciário
§ 2º No prazo do § 1º, o devedor fiduciante
ou credor poderá vender a coisa a terceiros,
poderá pagar a integralidade da dívida
independentemente de leilão, hasta pública,
pendente, segundo os valores apresentados
avaliação prévia ou qualquer outra medida
pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na
judicial ou extrajudicial, salvo disposição
qual o bem lhe será restituído livre do ônus.
expressa em contrário prevista no contrato,
devendo aplicar o preço da venda no pagamento § 3º O devedor fiduciante apresentará
de seu crédito e das despesas decorrentes e resposta no prazo de quinze dias da
entregar ao devedor o saldo apurado, se houver. execução da liminar.

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§ 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do
§ 2º, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.
§ 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.
§ 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de busca e apreensão, o juiz condenará
o credor fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a
cinqüenta por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualizado, caso o bem já
tenha sido alienado.
§ 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a responsabilidade do credor fiduciário por perdas
e danos.
§ 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo autônomo e
independente de qualquer procedimento posterior.
Art 6º O avalista, fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida do alienante ou devedor, se sub-
rogará, de pleno direito no crédito e na garantia constituída pela alienação fiduciária.
Art 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o
direito de pedir, na forma prevista na lei, a restituição do bem alienado fiduciàriamente.
Parágrafo único. Efetivada a restituição o proprietário fiduciário agirá na forma prevista neste
Decreto-lei.

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Questões

1. Analise as proposições abaixo, acerca da 3. O Código Civil brasileiro considera fiduciária a


propriedade fiduciária: a) propriedade resolúvel de coisa móvel
I – Constituída a propriedade fiduciária, infungível que o devedor, com escopo
o devedor não pode usar a coisa, que de garantia, transfere ao credor.
permanece em sua posse a título de b) propriedade resolúvel de coisa imóvel
depósito, até o vencimento da dívida. que o devedor transfere ao credor
II – Desde que haja previsão expressa, o visando fornecer espécie de garantia
proprietário fiduciário pode ficar com a real.
coisa alienada em garantia se a dívida não c) propriedade resolúvel de coisa móvel
for paga no vencimento. fungível que o devedor, sem escopo de
garantia, transfere ao credor.
III – O terceiro que pagar a dívida, mesmo d) posse precária de coisa imóvel que o
que não interessado, se sub-rogará no devedor transfere ao credor visando
crédito e na propriedade fiduciária. fornecer espécie de garantia real.
Está correto o que se afirma em e) posse precária de coisa móvel fungível
a) I, II e III. que o devedor, com escopo de garantia,
b) II e III, apenas. transfere ao credor.
c) II, apenas.
d) I, apenas. 4. Sobre a propriedade fiduciária, é incorreto
e) III, apenas. afirmar que

2. A respeito da propriedade fiduciária, a) com a constituição da propriedade


disciplinada no Código Civil, assinale a fiduciária, dá-se o desdobramento
opção correta. da posse, tornando-se o devedor
possuidor indireto da coisa.
a) Qualquer bem móvel por natureza, b) se considera fiduciária a propriedade
durável e consumível, pode ser objeto resolúvel de coisa móvel infungível que
do contrato de alienação fiduciária. o devedor, com escopo de garantia,
b) O devedor fiduciante pode valer-se das transfere ao credor.
ações possessórias contra terceiros, c) é nula a cláusula que autoriza o
mas não manejá-las contra o credor proprietário fiduciário a ficar com a
fiduciário em razão de ser eventual o coisa alienada em garantia se a dívida
direito. não for paga no vencimento.
c) Não há óbice à efetivação da penhora d) o terceiro, interessado ou não, que
do bem alienado fiduciariamente por pagar a dívida, se sub-rogará de pleno
dívidas do devedor fiduciante. direito no crédito e na propriedade
d) O credor fiduciário se transformará fiduciária.
em proprietário do bem em caso de e) o devedor pode, com a anuência do
inadimplemento absoluto da dívida. credor, dar seu direito eventual à
e) Ao terceiro não interessado que pagar a coisa em pagamento da dívida, após o
dívida garantida é permitido sub-rogar- vencimento desta.
se no crédito, tendo os privilégios do
credor originário.

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5. Trazendo à colação discussão a respeito d) Só se considera perdida a posse para
de contrato de alienação fiduciária em quem não presenciou o esbulho,
garantia, considere as proposições abaixo e quando, tendo notícia dele, se abstém
assinale a correta: de retornar a coisa, ou, tentando
a) Antes de vencida a dívida, o devedor, recuperá-la, é violentamente repelido.
a suas expensas e risco, pode usar a
coisa segundo sua destinação, sendo 7. Somente os bens móveis infungíveis e
obrigado, como depositário, a empregar alienáveis podem ser objeto de alienação
na guarda da coisa a diligência exigida fiduciária em garantia.
por sua natureza; ( ) Certo ( ) Errado
b) Vencida a dívida, e não paga, ao
credor é facultado vender judicial ou
extrajudicialmente a coisa a terceiros, 8. Em relação à alienação fiduciária em
aplicar o preço no pagamento de seu garantia de bens móveis, assinale a
crédito e das despesas de cobrança e alternativa CORRETA
entregar o saldo, se houver, ao devedor; a) Em caso de inadimplemento ou mora da
c) Antes de vencida a dívida, o devedor, obrigação garantida, o credor fiduciário
a suas expensas e risco, pode usar a poderá vender a terceiros o bem objeto
coisa segundo sua destinação, sendo da propriedade fiduciária, mas desde
obrigado, como depositário, a entregá- que em leilão ou hasta pública
la ao credor, em caso de protesto; b) Nos casos de vencimento antecipado da
d) É lícita a cláusula que autoriza o dívida, não se compreendem nesta os
proprietário fiduciário a ficar com a juros correspondentes ao tempo ainda
coisa alienada em garantia, se a dívida não decorrido
não for paga no vencimento. c) A dívida considera-se vencida, se
perecer o bem dado em garantia, ainda
6. Assinale a alternativa correta:
que seja substituído por outro.
a) Considera-se fiduciária a propriedade d) Em qualquer hipótese, o pagamento de
resolúvel de coisa móvel fungível que uma ou mais prestações da dívida não
o devedor, com escopo de garantia, importa exoneração correspondente da
transfere ao credor. garantia, ainda que esta compreenda
b) Nos condomínios edilícios, o vários bens
condômino que não pagar a sua e) O credor fiduciário não é obrigado a
contribuição ficará sujeito aos juros entregar o que sobeje do preço, quando
moratórios convencionados ou, não a dívida for paga em execução judicial
sendo previstos, os de dois por cento ao ou venda amigável
mês e multa de até um por cento sobre
o débito. 9. Em relação ao direito das coisas, julgue os
c) Aquele que por quinze anos, itens que se seguem.
houver estabelecido no imóvel sua
moradia habitual, sem interrupção, Na alienação fiduciária em garantia, dá-se
nem oposição, possuindo-o como a transferência do domínio do bem móvel
seu, adquiri-lhe a propriedade, ao credor, em garantia do pagamento,
independentemente de título de boa permanecendo o devedor com a posse
fé, podendo requerer ao juiz que assim direta da coisa.
o declare por sentença, a qual servirá ( ) Certo ( ) Errado
de título para o registro no Cartório de
Registro de Imóveis.

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Questões
10. Quanto à alienação fiduciária em garantia, 12. Se o bem móvel alienado fiduciariamente
julgue os itens seguintes. a um banco não for encontrado ou não se
achar na posse do devedor, poderá o credor
Na alienação fiduciária, o credor pode fiduciário
apropriar-se da coisa garantida quando o
fiduciante voluntariamente deixa de pagar a) apenas alterar o pedido formulado na
o débito garantido, transformando, assim, ação de busca e apreensão para o de
a propriedade resolúvel em propriedade execução por quantia certa.
definitiva do fiduciário. No entanto, b) requerer a conversão do pedido de
havendo saldo a favor do devedor, após busca e apreensão, nos mesmos autos,
o desconto das taxas de administração e em ação de depósito, e o devedor ficará
demais encargos decorrentes da mora, sujeito a prisão civil, se não restituir o
a propriedade deve ser entregue ao bem ou seu equivalente em dinheiro.
fiduciante. c) se o fiduciante estiver em mora,
( ) Certo ( ) Errado somente executar o fiador, que se sub-
rogará, de pleno direito, no crédito e
na garantia constituída pela alienação
11. A alienação fiduciária em garantia de bem fiduciária.
móvel faculta ao credor, vencida a dívida e d) recorrer apenas à execução contra o
não paga, devedor, penhorando-lhe outros bens
suficientes para assegurar a execução.
a) promover a busca e apreensão judicial
e) requerer a conversão do pedido de
do bem, a qual será convertida em
busca e apreensão, nos mesmos autos,
ação de depósito, se o bem não for
em ação de depósito, mas o devedor
encontrado e, por isso, ficando o
não ficará sujeito a prisão civil.
devedor sujeito a prisão civil como
depositário infiel.
b) ficar com a coisa alienada, a título de 13. Assinale a alternativa INCORRETA.
pagamento de seu crédito, pelo valor a) No decorrer do contrato, o devedor
de mercado, restituindo ao devedor fiduciante pode usar do bem conforme
a diferença que houver entre aquele sua destinação, porém deixa de ser
valor e a dívida não paga. titular do domínio.
c) somente cobrá-la do devedor ou de b) A propriedade fiduciária tem por objeto
seus garantidores, preferindo o bem coisa infungível.
alienado na penhora, sobre qualquer c) O credor fiduciário adquire o direito de
outro. propriedade resolúvel e a posse indireta
d) vender, judicial ou extrajudicialmente, do bem.
a coisa a terceiro e aplicar o preço no d) Reconhecida a nulidade do contrato de
pagamento de seu crédito, entregando mútuo destinado à aquisição de bem,
o saldo, se houver, ao devedor. extingue-se a alienação fiduciária.
e) ficar com a coisa alienada, a título de e) Os devedores fiduciante e pignoratício
dação em pagamento, independente assemelhamse na transferência do
da vontade do devedor, e sem a domínio sobre a coisa destinada à
necessidade de qualquer restituição em garantia.
dinheiro, salvo se já houver sido pago
mais de 40% (quarenta por cento) do
débito.

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14. Com relação à alienação fiduciária em do contrato na repartição competente
garantia, analise as afirmativas a seguir: para o licenciamento, procedendo-se à
anotação no certificado de registro.
I – Por meio do contrato de alienação e) O referido contrato também é
fiduciária em garantia, o credor conhecido pelo termo leasing.
torna-se proprietário do bem
alienado e seu possuidor direto. 16. A respeito da alienação fiduciária em
II – Não se admite a alienação garantia, assinale a afirmativa incorreta.
fiduciária em garantia de bens imóveis.
III – No contrato de alienação fiduciária, a) É nula a cláusula contratual que autoriza
não se admite cláusula que autoriza o o credor fiduciário a ficar com a coisa
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
alienada em garantia, se a dívida não for for paga no vencimento.
paga no vencimento. b) A mora do devedor fiduciante é
Assinale: considerada ex re, ou seja, caracteriza-
se pelo simples inadimplemento da
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. obrigação pactuada no prazo avençado.
b) se somente a afirmativa I estiver c) Na sentença que decretar a
correta. improcedência do pedido da ação de
c) se somente a afirmativa II estiver busca e apreensão, o juiz condenará
correta. o credor fiduciário ao pagamento de
d) se somente a afirmativa III estiver multa em favor do devedor fiduciante,
correta. no valor equivalente ao originariamente
e) se somente as afirmativas I e III financiado.
estiverem corretas. d) O credor fiduciário poderá alienar a
coisa a terceiros, independentemente
15. Assinale a opção correta quanto ao contrato de leilão, hasta pública ou avaliação do
de alienação fiduciária em garantia. bem, na hipótese de inadimplemento
a) Somente bem móvel pode ser objeto da obrigação assumida pelo devedor
do contrato. fiduciante.
b) A mora do fiduciante autoriza a ação de e) De acordo com entendimento
reintegração de posse. consolidado pelo STF, a notificação
c) Requerida a busca e apreensão do destinada a comprovar a mora nas
bem móvel alienado fiduciariamente, o dívidas garantidas por alienação
fiduciante pode emendar a mora. fiduciária dispensa a indicação do valor
d) No caso de veículos, a propriedade do débito.
fiduciária só se constitui após o registro

Gabarito: 1. E 2. E 3. A 4. A 5. A 6. D 7. E 8. B 9. C 10. E 11. D 12. E 13. E 14. D 15. D 16. C

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Presidência da República II – o número da fatura;


Casa Civil III – a data certa do vencimento ou a
declaração de ser a duplicata à vista;
Subchefia para Assuntos Jurídicos
IV – o nome e domicílio do ven dedor e do
comprador;
V – a importância a pagar, em algarismos e
LEI Nº 5.474, DE 18 DE JULHO DE 1968.
por extenso;

Dispõe sôbre as Duplicatas, e dá outras VI – a praça de pagamento;


providências. VII – a cláusula à ordem;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o VIII – a declaração do reconhecimento de
CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a
seguinte Lei: ser assinada pelo comprador, como aceite,
cambial;
IX – a assinatura do emitente.
CAPÍTULO I § 2º Uma só duplicata não pode
DA FATURA E DA DUPLICATA corresponder a mais de uma fatura.

Art. 1º Em todo o contrato de compra e § 3º Nos casos de venda para pagamento


venda mercantil entre partes domiciliadas no em parcelas, poderá ser emitida duplicata
território brasileiro, com prazo não inferior a única, em que se discriminarão tôdas as
30 (trinta) dias, contado da data da entrega prestações e seus vencimentos, ou série
ou despacho das mercadorias, o vendedor de duplicatas, uma para cada prestação
extrairá a respectiva fatura para apresentação distinguindo-se a numeração a que se refere
ao comprador. o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo
de letra do alfabeto, em seqüência.
§ 1º A fatura discriminará as mercadorias
vendidas ou, quando convier ao vendedor, Art. 3º A duplicata indicará sempre o valor total
indicará sòmente os números e valores da fatura, ainda que o comprador tenha direito
das notas parciais expedidas por ocasião a qualquer rebate, mencionando o vendedor
das vendas, despachos ou entregas das o valor líquido que o comprador deverá
mercadorias. reconhecer como obrigação de pagar.
§ 1º Não se incluirão no valor total da
§ 2º (Revogado pelo Decreto-Lei nº 436, de
duplicata os abatimentos de preços das
27.1.1969)
mercadorias feitas pelo vendedor até o ato
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá do faturamento, desde que constem da
ser extraída uma duplicata para circulação fatura.
como efeito comercial, não sendo admitida § 2º A venda mercantil para pagamento
qualquer outra espécie de título de crédito contra a entrega da mercadoria ou do
para documentar o saque do vendedor pela conhecimento de transporte, sejam ou não
importância faturada ao comprador. da mesma praça vendedor e comprador,
§ 1º A duplicata conterá: ou para pagamento em prazo inferior
a 30 (trinta) dias, contado da entrega
I – a denominação “duplicata”, a data de sua ou despacho das mercadorias, poderá
emissão e o número de ordem; representar-se, também, por duplicata, em

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que se declarará que o pagamento será dentro de 10 (dez) dias, contados da data de
feito nessas condições. seu recebimento na praça de pagamento.
Art. 4º Nas vendas realizadas por consignatários Art. 7º A duplicata, quando não fôr à vista,
ou comissários e faturas em nome e por conta deverá ser devolvida pelo comprador ao
do consignante ou comitente, caberá àqueles apresentante dentro do prazo de 10 (dez)
cumprir os dispositivos desta Lei. dias, contado da data de sua apresentação,
devidamente assinada ou acompanhada de
Art. 5º Quando a mercadoria fôr vendida por
declaração, por escrito, contendo as razões da
conta do consignatário, êste é obrigado, na
falta do aceite.
ocasião de expedir a fatura e a duplicata, a
comunicar a venda ao consignante. § 1º Havendo expressa concordância da
instituição financeira cobradora, o sacado
§ 1º Por sua vez, o consignante expedirá
poderá reter a duplicata em seu poder até a
fatura e duplicata correspondente à mesma
data do vencimento, desde que comunique,
venda, a fim de ser esta assinada pelo
por escrito, à apresentante o aceite e a
consignatário, mencionando-se o prazo
retenção.
estipulado para a liquidação do saldo da
conta. § 2º A comunicação de que trata o parágrafo
anterior substituirá, quando necessário, no
§ 2º Fica o consignatário dispensado de
ato do protesto ou na execução judicial, a
emitir duplicata quando na comunicação a
duplicata a que se refere.
que se refere o § 1º declarar, que o produto
líquido apurado está à disposição do Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar
consignante. a duplicata por motivo de:
I – avaria ou não recebimento das
mercadorias, quando não expedidas ou não
CAPÍTULO II entregues por sua conta e risco;
DA REMESSA E DA DEVOLUÇÃO DA II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade
DUPLICATA ou na quantidade das mercadorias,
devidamente comprovados;
Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser III – divergência nos prazos ou nos preços
feita diretamente pelo vendedor ou por seus ajustados.
representantes, por intermédio de instituições
financeiras, procuradores ou, correspondentes
que se incumbam de apresentá-la ao comprador
na praça ou no lugar de seu estabelecimento, CAPÍTULO III
podendo os intermediários devolvê-la, depois DO PAGAMENTO DAS DUPLICATAS
de assinada, ou conservá-la em seu poder até o
momento do resgate, segundo as instruções de Art. 9º É lícito ao comprador resgatar a
quem lhes cometeu o encargo. duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do
vencimento.
§ 1º O prazo para remessa da duplicata será
de 30 (trinta) dias, contado da data de sua § 1º A prova do pagamento é o recibo,
emissão. passado pelo legítimo portador ou por seu
representante com podêres especiais, no
§ 2º Se a remessa fôr feita por intermédio verso do próprio título ou em documento,
de representantes instituições financeiras, em separado, com referência expressa à
procuradores ou correspondentes êstes duplicata.
deverão apresentar o título, ao comprador

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§ 2º Constituirá, igualmente, prova de simples indicações do portador, na falta de


pagamento, total ou parcial, da duplicata, devolução do título.
a liquidação de cheque, a favor do
estabelecimento endossatário, no qual § 2º O fato de não ter sido exercida a
conste, no verso, que seu valor se destina a faculdade de protestar o título, por falta
amortização ou liquidação da duplicata nêle de aceite ou de devolução, não elide a
caracterizada. possibilidade de protesto por falta de
pagamento.
Art. 10. No pagamento da duplicata poderão § 3º O protesto será tirado na praça de
ser deduzidos quaisquer créditos a favor pagamento constante do título.
do devedor resultantes de devolução de
mercadorias, diferenças de preço, enganos, § 4º O portador que não tirar o protesto
verificados, pagamentos por conta e outros da duplicata, em forma regular e dentro
motivos assemelhados, desde que devidamente do prazo da 30 (trinta) dias, contado da
autorizados. data de seu vencimento, perderá o direito
de regresso contra os endossantes e
Art. 11. A duplicata admite reforma ou respectivos avalistas.
prorrogação do prazo de vencimento, mediante
declaração em separado ou nela escrita, Art. 14. Nos casos de protesto, por falta
assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por de aceite, de devolução ou de pagamento,
representante com podêres especiais. ou feitos por indicações do portador do
instrumento de protesto deverá conter os
Parágrafo único. A reforma ou prorrogação requisitos enumerados no artigo 29 do Decreto
de que trata êste artigo, para manter a nº 2.044, de 31 de dezembro de 1908, exceto
coobrigação dos demais intervenientes a transcrição mencionada no inciso II, que será
por endôsso ou aval, requer a anuência substituída pela reprodução das indicações
expressa dêstes. feitas pelo portador do título.
Art. 12. O pagamento da duplicata poderá
ser assegurado por aval, sendo o avalista CAPÍTULO V
equiparado àquele cujo nome indicar; na falta
DO PROCESSO PARA COBRANÇA DA
da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar
a sua; fora dêsses casos, ao comprador. DUPLICATA
Parágrafo único. O aval dado Art 15. A cobrança judicial de duplicata ou
posteriormente ao vencimento do título triplicata será efetuada de conformidade com
produzirá os mesmos efeitos que o prestado o processo aplicável aos títulos executivos
anteriormente àquela ocorrência. extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código
de Processo Civil ,quando se tratar:
l – de duplicata ou triplicata aceita,
protestada ou não;
CAPÍTULO IV
DO PROTESTO II – de duplicata ou triplicata não aceita,
contanto que, cumulativamente:
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de a) haja sido protestada;
aceite de devolução ou pagamento.
b) esteja acompanhada de documento hábil
§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou comprobatório da entrega e recebimento
de pagamento, o protesto será tirado, da mercadoria; e
conforme o caso, mediante apresentação
da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por

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c) o sacado não tenha, comprovadamente, sem observância da ordem em que figurem
recusado o aceite, no prazo, nas condições no título.
e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º
§ 2º Os coobrigados da duplicata
desta Lei.
respondem solidariamente pelo aceite e
§ 1º Contra o sacador, os endossantes e pelo pagamento.
respectivos avalistas caberá o processo de
execução referido neste artigo, quaisquer
que sejam a forma e as condições do
protesto. CAPÍTULO VI
DA ESCRITA ESPECIAL
§ 2º Processar-se-á também da mesma
maneira a execução de duplicata ou Art. 19. A adoção do regime de vendas de que
triplicata não aceita e não devolvida, trata o art. 2º desta Lei obriga o vendedor a ter
desde que haja sido protestada mediante e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas.
indicações do credor ou do apresentante do
§ 1º No Registro de Duplicatas serão
título, nos termos do art. 14, preenchidas as
escrituradas, cronològicamente, tôdas
condições do inciso II deste artigo.
as duplicatas emitidas, com o número de
Art 16. Aplica-se o procedimento ordinário ordem, data e valor das faturas originárias
previsto no Código de Processo Civil à ação e data de sua expedição; nome e domicílio
do credor contra o devedor, por duplicata ou do comprador; anotações das reformas;
triplicata que não preencha os requisitos do art. prorrogações e outras circunstâncias
15, incisos l e II, e §§ 1º e 2º, bem como à ação necessárias.
para ilidir as razões invocadas pelo devedor para § 2º Os Registros de Duplicatas, que não
o não aceite do título, nos casos previstos no poderão conter emendas, borrões, rasuras
art. 8º. ou entrelinhas, deverão ser conservados
Art 17. O foro competente para a cobrança nos próprios estabelecimentos.
judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça § 3º O Registro de Duplicatas poderá
de pagamento constante do título, ou outra ser substituído por qualquer sistema
de domicílio do comprador e, no caso de ação mecanizado, desde que os requesitos dêste
regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e artigo sejam observados.
respectivos avalistas.
Art 18. A pretensão à execução da duplicata CAPÍTULO VII
prescreve:
DAS DUPLICATAS DE PRESTAÇÃO DE
l – contra o sacado e respectivos avalistas, SERVIÇOS
em 3(três) anos, contados da data do
vencimento do título; Art. 20. As emprêsas, individuais ou coletivas,
fundações ou sociedades civis, que se dediquem
ll – contra endossante e seus avalistas, em 1 à prestação de serviços, poderão, também, na
(um) ano, contado da data do protesto; forma desta lei, emitir fatura e duplicata.
Ill – de qualquer dos coobrigados contra os § 1º A fatura deverá discriminar a natureza
demais, em 1 (um) ano, contado da data dos serviços prestados.
em que haja sido efetuado o pagamento do
título. § 2º A soma a pagar em dinheiro corresponderá
ao preço dos serviços prestados.
§ 1º A cobrança judicial poderá ser proposta
contra um ou contra todos os coobrigados,

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§ 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou a fatura ou conta original ou a certidão


triplicata de prestação de serviços, com do Cartório de Títulos e Documentos,
as adaptações cabíveis, as disposições autorizará o ajuizamento do competente
referentes à fatura e à duplicata ou processo de execução na forma prescrita
triplicata de venda mercantil, constituindo nesta Lei.
documento hábil, para transcrição do
instrumento de protesto, qualquer
documento que comprove a efetiva
prestação, dos serviços e o vínculo CAPÍTULO VIII
contratual que a autorizou. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 21. O sacado poderá deixar de aceitar a Art. 23. A perda ou extravio da duplicata
duplicata de prestação de serviços por motivo obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá
de: os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às
I – não correspondência com os serviços mesmas formalidades daquela.
efetivamente contratados; Art. 24. Da duplicata poderão constar outras
II – vícios ou defeitos na qualidade indicações, desde que não alterem sua feição
dos serviços prestados, devidamente característica.
comprovados; Art. 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no
III – divergência nos prazos ou nos preços que couber, os dispositivos da legislação sôbre
ajustados. emissão, circulação e pagamento das Letras de
Câmbio.
Art. 22. Equiparam-se às entidades constantes
do art. 20, para os efeitos da presente Lei,
ressalvado o disposto no Capítulo VI, os BANCO CENTRAL DO BRASIL
profissionais liberais e os que prestam serviço DECRETO Nº 57.663
de natureza eventual desde que o valor do
serviço ultrapasse a NCr$100,00 (cem cruzeiros DE 24 DE JANEIRO DE 1966
novos).
§ 1º Nos casos dêste artigo, o credor enviará
ao devedor fatura ou conta que mencione CAPITULO I
a natureza e valor dos serviços prestados,
DAS LETRAS
data e local do pagamento e o vínculo
contratual que deu origem aos serviços
executados.
Seção I
DA EMISSÃO E FORMA DA LETRA
§ 2º Registrada a fatura ou conta no Cartório
de Títulos e Documentos, será ela remetida Art. 1º A letra contém:
ao devedor, com as cautelas constantes do
1 – A palavra “letra” inserta no próprio texto do
artigo 6º.
título é expressa na língua empregada para a
§ 3º O não pagamento da fatura ou conta redação desse título;
no prazo nela fixado autorizará o credor a
2 – O mandato puro e simples de pagar uma
levá-la a protesto, valendo, na ausência do
quantia determinada;
original, certidão do cartório competente.
3 – O nome daquele que deve pagar (sacado);
§ 4º O instrumento do protesto, elaborado
com as cautelas do art. 14, discriminando 4 – A época do pagamento;

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5 – A indicação do lugar em que se deve efetuar algarismos, e houver divergência entre uma e
o pagamento; outra, prevalece a que estiver feita por extenso.
6 – O nome da pessoa a quem ou a ordem de Se na letra a indicação da quantia a satisfazer
quem deve ser paga; se achar feita por mais de uma vez, quer
por extenso, quer em algarismos, e houver
7 – A indicação da data em que, e do lugar onde divergências entre as diversas indicações,
a letra é passada; prevalecera a que se achar feita pela quantia
8 – A assinatura de quem passa a letra (sacador). inferior.

Art. 2º O escrito em que faltar algum dos Art. 7º Se a letra contém assinaturas de
requisitos indicados no artigo anterior não pessoas incapazes de se obrigarem por letras,
produzirá efeito como letra, salvo nos casos assinaturas falsas, assinaturas de pessoas
determinados nas alíneas seguintes: fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra
razão não poderiam obrigar as pessoas que
A letra em que se não indique a época do assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi
pagamento entende-se pagável à vista. assinada, as obrigações dos outros signatários
nem por isso deixam de ser validas.
Na falta de indicação especial, a lugar designado
ao lado do nome do sacado considera-se como Art. 8º Todo aquele que apuser a sua assinatura
sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo numa letra, como representante duma pessoa,
tempo, o lugar do domicílio do sacado. para representar a qual não tinha de fato
poderes, fica obrigado em virtude da letra
A letra sem indicação do lugar onde foi passada
e, se a pagar, tem os mesmos direitos que o
considera-se como tendo-o sido no lugar
pretendido representado. A mesma regra se
designado, ao lado do nome do sacador.
aplica ao representante que tenha excedido os
Art. 3º A letra pode ser a ordem do próprio seus poderes.
sacador.
Art. 9º O sacador e garante tanto da aceitação
Pode ser sacada sobre o próprio sacador. como do pagamento de letra.
Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro. O sacador pode exonerar-se da garantia da
aceitação; toda e qualquer cláusula pela qual
Art. 4º A letra pode ser pagável no domicílio de ele se exonera da garantia do pagamento
terceiro, quer na localidade onde o sacado tem considera-se como não escrita.
o seu domicílio, quer noutra localidade.
Art. 10. Se uma letra incompleta no momento
Art. 5º Numa letra pagável à vista ou a um certo de ser passada tiver sido completada
termo de vista, pode o sacador estipular que contrariamente aos acordos realizados não
a sua importância vencerá juros. Em qualquer pode a inobservância desses acordos ser motivo
outra espécie de letra a estipulação de juros de oposição ao portador, salvo se este tiver
será considerada como não escrita. adquirido a letra de má-fé ou, adquirindo-a,
A taxa de juros deve ser indicada na letra; tenha cometido uma falta grave.
na falta de indicação, a cláusula de juros é
considerada como não escrita.
Seção II
DO ENDOSSO
Os juros contam-se da data da letra, se outra
data não for indicada. Art. 11. Toda a letra de câmbio, mesmo que não
envolva expressamente a cláusula a ordem, é
Art. 6º Se na letra a indicação da quantia a transmissível por via de endosso.
satisfazer se achar feita por extenso e em

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Quando o sacador tiver inserido na letra as Art. 16. O detentor de uma letra é considerado
palavras “não a ordem”, ou uma expressão portador legítimo se justifica o seu direito por
equivalente, a letra só é transmissível pela uma série ininterrupta de endossos, mesmo se
forma e com os efeitos de uma cessão ordinária o último for em branco. Os endossos riscados
de créditos. consideram-se, para este efeito, como não
escritos. Quando um endosso em branco é
O endosso pode ser feito mesmo a favor do seguido de um outro endosso, presume-se que
sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de o signatário deste adquiriu a letra pelo endosso
qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas em branco.
podem endossar novamente a letra.
Se uma pessoa foi por qualquer maneira
Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. desapossada de uma letra, o portador dela,
Qualquer condição a que ele seja subordinado desde que justifique o seu direito pela maneira
considera-se como não escrita. indicada na alínea precedente, não é obrigado
O endosso parcial é nulo. a restitui-la, salvo se a adquiriu de má-fé ou se,
adquirindo-a, cometeu uma falta grave.
O endosso ao portador vale como endosso em
branco. Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de
uma letra não podem opor ao portador as
Art. 13. O endosso deve ser escrito na letra exceções fundadas sobre as relações pessoais
ou numa folha ligada a esta (anexo). Deve ser delas com o sacador ou com os portadores
assinado pelo endossante. anteriores, a menos que o portador ao adquirir
O endosso pode não designar o beneficiário, a letra tenha procedido conscientemente em
ou consistir simplesmente na assinatura do detrimento do devedor.
endossante (endosso em branco). Art. 18. Quando o endosso contém a menção
Neste último caso, o endosso para ser valido “valor a cobrar” (valeur en recouvremente),
deve ser escrito no verso da letra ou na folha “para cobrança” (pour encaissement), “Por
anexa. procuração” (par procuration), ou qualquer
outra menção que implique um simples
Art. 14. O endosso transmite todos os direitos mandato, o portador pode exercer todos os
emergentes da letra. direitos emergentes da letra, mas só pode
Se o endosso for em branco, o portador pode: endossá-la na qualidade de procurador.

1 – Preencher o espaço em branco, quer com o Os co-obrigados, neste caso, só podem invocar
seu nome, quer com o nome de outra pessoa; contra o portador as exceções que eram
oponíveis ao endossante.
2 – Endossar de novo a letra em branco ou a
favor de outra pessoa; O mandato que resulta de um endosso por
procuração não se extingue por morte ou
3 – Remeter a letra a um terceiro, sem preencher sobrevinda incapacidade legal do mandatário.
o espaço em branco e sem a endossar.
Art. 19. Quando o endosso contém a menção
Art. 15. O endossante, salvo cláusula em “valor em garantia”, “valor em penhor” ou
contrário, é garante tanto da aceitação como do qualquer outra menção que implique uma
pagamento da letra. caução, o portador pode exercer todos os
direitos emergentes da letra, mas um endosso
O endossante pode proibir um novo endosso, e,
feito por ele só vale como endosso a título de
neste caso, não garante o pagamento as pessoas
procuração.
a quem a letra for posteriormente endossada.
Os co-obrigados não podem invocar contra
o portador as exceções fundadas sobre as

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relações pessoais deles com o endossante, a O sacador pode reduzir este prazo ou estipular
menos que o portador, ao receber a letra, tenha um prazo maior. Esses prazos podem ser
procedido conscientemente em detrimento do reduzidos pelos endossantes.
devedor.
Art. 24 - O sacado pode pedir que a letra lhe seja
Art. 20. O endosso posterior ao vencimento apresentada uma segunda vez no dia seguinte
tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. ao da primeira apresentação. Os interessados
Todavia, o endosso posterior ao protesto por somente podem ser admitidos a pretender que
falta de pagamento, ou feito depois de expirado não foi dada satisfação a este pedido no caso de
o prazo fixado para se fazer o protesto, produz ele figurar no protesto.
apenas os efeitos de uma cessão ordinária de
créditos. O portador não é obrigado a deixar nas mãos do
aceitante a letra apresentada ao aceite.
Salvo prova em contrário, presume-se
que um endosso sem data foi feito antes Art. 25. O aceite é escrito na própria letra.
de expirado o prazo fixado para se fazer o Exprime-se pela palavra “aceite” ou qualquer
protesto. outra palavra equivalente; o aceite é assinado
pelo sacado. Vale como aceite a simples
Seção III assinatura do sacado aposta na parte anterior
DO ACEITE da letra.

Art. 21. A letra pode ser apresentada, até Quando se trate de uma letra pagável a certo
o vencimento, ao aceite do sacado, no seu termo de vista, ou quem deva ser apresentada
domicílio, pelo portador ou até por um simples ao aceite dentro de um prazo determinado por
detentor. estipulação especial, o aceite deve ser datado
do dia em que foi dado, salvo se o portador
Art. 22. O sacador pode em qualquer letra, exigir que a data seja a da apresentação. A
estipular que ela será apresentada ao aceite, falta de data, o portador, para conservar os
com ou sem fixação de prazo. seus direitos de recurso contra os endossantes
e contra o sacador, deve fazer constatar essa
Pode proibir na própria letra a sua apresentação
omissão por um protesto feito em tempo útil.
ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável
em domicílio de terceiro, ou de uma letra Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado
pagável em localidade diferente da do domicílio pode limitá-lo a uma parte da importância
do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo sacada.
de vista.
Qualquer outra modificação introduzida pelo
O sacador pode também estipular que a aceite no enunciado da letra equivale a uma
apresentação ao aceite não poderá efetuar-se recusa de aceite. O aceitante fica, todavia,
antes de determinada data. obrigado nos termos do seu aceite.
Todo endossante pode estipular que a letra deve Art. 27. Quando o sacador tiver indicado na letra
ser apresentada ao aceite, com ou sem fixação um lugar de pagamento diverso do domicílio
de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não do sacado, sem designar um terceiro em cujo
aceitável pelo sacador. domicílio o pagamento se deva efetuar, o
sacado pode designar no ato do aceite a pessoa
Art. 23. As letras a certo termo de vista devem
que deve pagar a letra.
ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de
um ano das suas datas. Na falta desta indicação, considera-se que o
aceitante se obriga, ele próprio, a efetuar o
pagamento no lugar indicado na letra.

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Se a letra é pagável no domicílio do sacado, A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso


este pode, no ato do aceite, indicar, para ser de a obrigação que ele garantiu ser nula por
efetuado o pagamento um outro domicílio no qualquer razão que não seja um vicio de forma.
mesmo lugar.
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado
Art. 28. O sacado obriga-se pelo aceite pagar a nos direitos emergentes da letra contra a
letra a data do vencimento. pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra
os obrigados para com esta em virtude da letra.
Na falta de pagamento, o portador, mesmo no
caso de ser ele o sacador, tem contra o aceitante Seção V
um direito de ação resultante da letra, em DO VENCIMENTO
relação a tudo que pode ser exigido nos termos
dos arts 48 e 49. Art. 33. Uma letra pode ser sacada:
Art. 29. Se o sacado, antes da restituição da à vista;
letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite é
considerado como recusado. a um certo termo de vista;

Salvo prova em contrário, a anulação do aceite a um certo termo de data;


considera-se feita antes da restituição da letra.
pagável num dia fixado.
Se porém, o sacado tiver informado por escrito
As letras, quer com vencimentos diferentes,
o portador ou qualquer outro signatário da letra
quer com vencimentos sucessivos, são nulas.
de que a aceita, fica obrigado para com estes,
nos termos do seu aceite. Art. 34. A letra à vista é pagável a apresentação.
Deve ser apresentada a pagamento dentro
Seção IV do prazo de um ano, a contar da sua data. O
DO AVAL sacador pode reduzir este prazo ou estipular
um outro mais longo. Estes prazos podem ser
Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser encurtados pelos endossantes.
no todo ou em parte garantido por aval. Esta
garantia é dada por um terceiro ou mesmo por O sacador pode estipular que uma letra pagável
um signatário da letra. à vista não deverá ser apresentada a pagamento
antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo
Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou para a apresentação conta-se dessa data.
numa folha anexa.
Art. 35. O vencimento de uma letra a certo
Exprime-se pelas palavras “bom para aval” ou termo de vista determina-se, quer pela data do
por qualquer fórmula equivalente; e assinado aceite, quer pela do protesto.
pelo dador do aval.
Na falta de protesto, o aceite não datado
O aval considera-se como resultante da simples entende-se, no que respeita ao aceitante, como
assinatura do dador aposta na face anterior da tendo sido dado no último dia do prazo para a
letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado apresentação ao aceite.
ou do sacador.
Art. 36. O vencimento de uma letra sacada a um
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. ou mais meses de data ou de vista será na data
Na falta de indicação entender-se-á ser pelo correspondente do mês em que o pagamento se
sacador. deve efetuar. Na falta de data correspondente o
Art. 32. O dador de aval é responsável da vencimento será no último dia desse mês.
mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.

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Quando a letra é sacada a um ou mais meses e Art. 39. O sacado que paga uma letra pode
meio de data ou de vista, contam-se primeiro os exigir que ela lhe seja entregue com a respectiva
meses inteiros. quitação.
Se o vencimento for fixado para o princípio, O portador não pode recusar qualquer
meado ou fim do mês, entende-se que a letra pagamento parcial.
será vencível no primeiro, no dia quinze, ou no No caso de pagamento parcial, o sacado pode
último dia desse mês. exigir que desse pagamento se faça menção na
As expressões “oito dias” ou “quinze dias” letra e que dele lhe seja dada quitação.
entendem-se não como uma ou duas semanas, Art. 40. O portador de uma letra não pode ser
mas como um prazo de oito ou quinze dias obrigado a receber o pagamento dela antes do
efetivos. vencimento.
A expressão “meio mês” indica um prazo de O sacado que paga uma letra antes do
quinze dias. vencimento fá-lo sob sua responsabilidade.
Aquele que paga uma letra no vencimento fica
Art. 37. Quando uma letra é pagável num dia validamente desobrigado, salvo se da sua parte
fixo num lugar em que o calendário é diferente tiver havido fraude ou falta grave, é obrigado
do lugar de emissão, a data do vencimento é a verificar a regularidade da sucessão dos
considerada como fixada segundo o calendário endossos mas não a assinatura dos endossantes.
do lugar de pagamento.
Art. 41. Se numa letra se estipular o pagamento
Quando uma letra sacada entre duas praças em moeda que não tenha curso legal no lugar
que em calendários diferentes e pagável a certo do pagamento, pode a sua importância ser paga
termo de vista, o dia da emissão é referido ao dia na moeda do país, segundo o seu valor no dia
correspondentemente do calendário do lugar do vencimento. Se o devedor está em atraso,
de pagamento, para o efeito da determinação o portador pode, a sua escolha, pedir que o
da data do vencimento. pagamento da importância da letra seja feito na
Os prazos de apresentação das letras são moeda do país ao câmbio do dia do vencimento
calculados segundo as regras da alínea ou ao câmbio do dia do pagamento.
precedente. A determinação do valor da moeda estrangeira
Estas regras não se aplicam se uma cláusula será feita segundo os usos do lugar de
da letra, ou até o simples enunciado do título, pagamento. O sacador pode, todavia, estipular
indicar que houve intenção de adotar regras que a soma a pagar, seja calculada segundo um
diferentes. câmbio fixado na letra.
Seção VI As regras acima indicadas não se aplicam ao
caso em que o sacador tenha estipulado que
DO PAGAMENTO
o pagamento deverá ser efetuado numa certa
Art. 38. O portador de uma letra pagável em dia moeda especificada (cláusula de pagamento
fixo ou a certo termo de data ou de vista deve efetivo numa moeda estrangeira).
apresentá-la a pagamento no dia em que ela é Se a importância da letra for indicada numa
pagável ou num dos dois dias úteis seguintes. moeda que tenha a mesma denominação
A apresentação da letra a uma câmara de mas valor diferente no País de emissão e no
compensação equivale a apresentação a pagamento, presume-se que se fez referência à
pagamento. moeda do lugar de pagamento.

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Seção VI deve ser feito nas condições indicadas na alínea


DO PAGAMENTO precedente para o protesto por falta de aceite.
O protesto por falta de aceite dispensa a
Art. 42. Se a letra não for apresentada a apresentação a pagamento e o protesto por
pagamento dentro do prazo fixado no artigo falta de pagamento.
38, qualquer devedor tem a faculdade de
depositar a sua importância junto da autoridade No caso de suspensão de pagamentos do
competente, a custa do portador e sob a sacado, quer seja aceitante, quer não, ou no
responsabilidade deste. caso de lhe ter sido promovida, sem resultado,
execução dos bens, o portador da letra só pode
Seção VII exercer o seu direito de ação após apresentação
DA AÇÃO POR FALTA DE ACEITE E da mesma ao sacado para pagamento e depois
FALTA DE PAGAMENTO de feito o protesto.
No caso de falência declarada do sacado, quer
Art. 43. O portador de uma letra pode exercer seja aceitante, quer não, bem como no caso
os seus direitos de ação contra os endossantes, de falência declarada do sacador de uma letra
sacador e outros co-obrigados: não aceitável, a apresentação da sentença de
No vencimento: declaração de falência é suficiente para que o
portador da letra possa exercer o seu direito de
Se o pagamento não foi efetuado. Mesmo antes ação.
do vencimento:
Art. 45. O portador deve avisar da falta de aceite
1 – Se houve recusa total ou parcial de aceite; ou de pagamento o seu endossante e o sacador
2 – Nos casos de falência do sacado, quer dentro dos quatro dias úteis que se seguirem ao
ele tenha aceite, quer não, de suspensão dia do protesto ou da apresentação, no caso de a
de pagamentos do mesmo, ainda que não letra conter a cláusula “sem despesas”. Cada um
constatada por sentença, ou de ter sido dos endossantes deve, por sua vez, dentro dos
promovida, sem resultado, execução dos seus dois dias úteis que se seguirem ao da recepção
bens. do aviso, informar o seu endossante do aviso
que recebeu, indicando os nomes e endereços
3 – Nos casos de falência do sacador de uma dos que enviaram os avisos precedentes, e
letra não aceitável. assim sucessivamente até se chegar ao sacador.
Art. 44. A recusa de aceite ou de pagamento os prazos acima indicados contam-se a partir da
deve ser comprovada por um ato formal recepção do aviso precedente.
(protesto por falta de aceite ou falta de Quando, em conformidade com o disposto na
pagamento). alínea anterior se avisou um signatário da letra,
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos deve avisar-se também o seu avalista dentro do
prazos fixados para a apresentação ao aceite. mesmo prazo de tempo.
Se, no caso previsto na alínea 1 do artigo 24, a No caso de um endossante não ter indicado
primeira apresentação da letra tiver sido feita o seu endereço, ou de o ter feito de maneira
no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o ilegível, basta que o aviso seja enviado ao
protesto no dia seguinte.15 endossante que o precede.
O protesto por falta de pagamento de uma letra
A pessoa que tenha de enviar um aviso pode
pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou
fazê-lo por qualquer forma, mesmo pela simples
de vista deve ser feito num dos dois dias úteis
devolução da letra.
seguintes àquele em que a letra é pagável. Se
se trata de uma letra pagável à vista, o protesto

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Essa pessoa deverá provar que o aviso foi posteriores aquele que foi acionado em
enviado dentro do prazo prescrito. O prazo primeiro lugar.
considerar-se-á como tendo sido observado
desde que a carta contendo o aviso tenha sido Art. 48. O portador pode reclamar daquele
posta no Correio dentro dele. contra quem exerce o seu direito de ação:

A pessoa que não der o aviso dentro do prazo 1 – O pagamento da letra não aceite não paga,
acima indicado não perde os seus direitos; com juros se assim foi estipulado;
será responsável pelo prejuízo, se o houver 2 – Os juros a taxa de 6 por cento desde a data
motivado pela sua negligência, sem que a do vencimento;
responsabilidade possa exceder a importância
da letra. 3 – As despesas do protesto, as dos avisos
dados e as outras despesas;
Art. 46. O sacador, um endossante ou um
avalista pode, pela cláusula “sem despesas”, Se a ação for interposta antes do vencimento
“sem protesto”, ou outra cláusula equivalente, da letra, a sua importância será reduzida de
dispensar o portador de fazer um protesto por um desconto. Esse desconto será calculado
falta de aceite ou falta de pagamento, para de acordo com a taxa oficial de desconto (taxa
poder exercer os seus direitos de ação. de Banco) em vigor no lugar do domicílio do
portador a data da ação.
Essa cláusula não dispensa o portador da
apresentação da letra dentro do prazo prescrito Art. 49. A pessoa que pagou uma letra pode
nem tampouco dos avisos a dar. A prova da reclamar dos seus garantes:
inobservância do prazo incumbe aquele que
1 - A soma integral que pagou;
dela se prevaleça contra o portador.
2 - Os juros da dita soma, calculados a taxa de
Se a cláusula foi escrita pelo sacador produz os
6 por cento, desde a data em que a pagou;
seus efeitos em relação a todos os signatários
da letra; se for inserida por um endossante ou 3 - As despesas que tiver feito.
por avalista, só produz efeito em relação a esse
endossante ou avalista. Se, apesar da cláusula Art. 50. Qualquer dos co-obrigados, contra o
escrita pelo sacador, o portador faz o protesto, qual se intentou ou pode ser intentada uma
as respectivas despesas serão de conta dele. ação, pode exigir, desde que pague a letra que
Quando a cláusula emanar de um endossante ela lhe seja entregue com o protesto e um
ou de um avalista, as despesas do protesto, recibo.
se for feito, podem ser cobradas de todos os Qualquer dos endossantes que tenha pago
signatários da letra. uma letra pode riscar o seu endosso e os dos
Art. 47. Os sacadores, aceitantes, endossantes endossantes subseqüentes.
ou avalistas de uma letra são todos Art. 51. No caso de ação intentada depois de um
solidariamente responsáveis para com o aceite parcial, a pessoa que pagar a importância
portador. pela qual a letra não foi aceita pode exigir que
O portador tem o direito de acionar todas estas esse pagamento seja mencionado na letra e que
pessoas individualmente, sem estar adstrito a dele lhe seja dada quitação. O portador deve,
observar a ordem por que elas se obrigaram. além disso, entregar a essa pessoa uma cópia
autêntica da letra e o protesto de maneira a
O mesmo direito possui qualquer dos permitir o exercício de ulteriores direitos de
signatários de uma letra quando a tenha pago. ação.
A ação intentada contra um dos co-obrigados
não impede acionar os outros, mesmo os

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Art. 52. Qualquer pessoa que goze do direito outro caso de força maior), esses prazos serão
de ação pode, salvo estipulação em contrário, prorrogados.
embolsar-se por meio de uma nova letra
(ressaque) à vista, sacada sobre um dos O portador deverá avisar imediatamente o
obrigados e pagável no domicílio deste. seu endossante do caso de força maior e fazer
menção desse aviso, datada e assinada, na
O ressaque inclui, além das importâncias letra ou numa folha anexa; para os demais são
indicadas nos artigos 48 e 49, um direito aplicáveis as disposições do artigo 45.
corretagem e a importância do selo do
ressaque. Desde que tenha cessado o caso de força maior,
o portador deve apresentar sem demora a letra
Se o ressaque é sacado pelo portador, a sua ao aceite ou a pagamento e, caso haja motivo
importância é fixada segundo a taxa para uma para tal, fazer o protesto.
letra à vista, sacada do lugar onde a primitiva
letra era pagável sobre o lugar domicílio do Se o caso de força maior se prolongar além de
co-obrigado. Se o ressaque é sacado por um trinta dias a contar da data do vencimento,
endossante a sua importância é fixada segundo podem promover-se ações sem que haja
a taxa para uma letra a vista, sacada do lugar necessidade de apresentação ou protesto.
onde o sacador do ressaque tem o seu domicílio Para as letras à vista ou a certo termo de vista,
sobre o lugar do domicílio do co-obrigado. o prazo de trinta dias conta-se da data em que
Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados: o portador, mesmo antes de expirado o prazo
para a apresentação, deu o aviso do caso de
•• para a apresentação de uma letra à força maior ao seu endossante; para as letras a
vista ou a certo termo de vista; certo termo de vista, o prazo de trinta dias fica
•• para se fazer o protesto por falta de acrescido do prazo de vista indicado na letra.
aceite ou por falta de pagamento;
•• para a apresentação a pagamento no Não são considerados casos de força maior os
caso da cláusula “sem despesas”; fatos que sejam de interesse puramente pessoal
do portador ou da pessoa por ele encarregada
O portador perdeu os seus direitos de ação da apresentação da letra ou de fazer o protesto.
contra os endossantes contra o sacador e contra
os outros co-obrigados, a exceção do aceitante. Seção VIII
DA INTERVENÇÃO
Na falta de apresentação ao aceite no prazo
estipulado pelo sacador, o portador perdeu
1. Disposições Gerais
os seus direitos de ação, tanto por falta de
pagamento como por falta de aceite, a não ser Art. 55. O sacador, um endossante ou um
que dos termos da estipulação se conclua que avalista, podem indicar uma pessoa para em
o sacador apenas teve em vista exonerar-se da caso de necessidade aceitar ou pagar.
garantia do aceite.
A letra pode, nas condições a seguir indicadas,
Se a estipulação de um prazo para a ser aceita ou paga por um pessoa que intervenha
apresentação constar de um endosso, somente por um devedor qualquer contra quem existe
aproveita ao respectivo endossante. direito de ação.
Art. 54. Quando a apresentação da letra ou o seu O interveniente pode ser um terceiro, ou
protesto não puder fazer-se dentro dos prazos mesmo o sacado, ou uma pessoa já obrigada
indicados por motivo insuperável (prescrição em virtude da letra, exceto o aceitante.
legal declarada por um Estado qualquer ou
O interveniente é obrigado a participar, no prazo
de dois dias úteis, a sua intervenção a pessoa

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por quem interveio. Em caso de inobservância 3. Pagamento por intervenção
deste prazo, o interveniente é responsável
pelo prejuízo, se o houver, resultante da sua Art. 59. O pagamento por intervenção pode
negligencia, sem que as perdas e danos possam realizar-se em todos os casos em que o portador
exceder a importância da letra. de uma letra tem direito de ação a data do
vencimento ou antes dessa data.
2. Aceite por Intervenção
O pagamento deve abranger a totalidade da
Art. 56. O aceite por intervenção pode realizar- importância que teria a pagar aquele por honra
se em todos os casos em que portador de uma de quem a intervenção se realizou.
letra aceitável, tem direito de ação antes do
O pagamento deve ser feito o mais tardar no dia
vencimento.
seguinte ao último em que é permitido fazer o
Quando na letra se indica uma pessoa para em protesto por falta de pagamento.
caso de necessidade a aceitar ou a pagar no lugar Art. 60. Se a letra foi aceita por intervenientes
do pagamento, o portador não pode exercer o tendo o seu domicílio no lugar do pagamento,
seu direito de ação antes do vencimento contra ou se foram indicadas pessoas tendo o seu
aquele que indicou essa pessoa e contra os domicílio no mesmo lugar para, em caso de
signatários subseqüentes a não ser que tenha necessidade, pagarem a letra, o portador deve
apresentado a letra a pessoa designada e que, apresentá-la a todas essas pessoas e, se houver
tendo esta recusado o aceite, se tenha feito o lugar, fazer o protesto por falta de pagamento o
protesto. mais tardar no dia seguinte e ao último em que
Nos outros casos de intervenção, o portador era permitido fazer o protesto.
pode recusar o aceite por intervenção. Se, Na falta de protesto dentro deste prazo, aquele
porém , o admitir, perde o direito de ação que tiver indicado pessoas para pagarem em
antes do vencimento contra aquele por quem caso de necessidade, ou por conta de quem a
a aceitação foi dada e contra os signatários letra tiver sido aceita, bem como os endossantes
subseqüentes. posteriores, ficam desonerados.
Art. 57. O aceite por intervenção será Art. 61. O portador que recusar o pagamento
mencionado na letra e assinado pelo por intervenção perde o seu direito de ação
interveniente. Deverá indicar por honra de quem contra aqueles que teriam ficado desonerados.
se fez a intervenção; na falta desta indicação,
presume-se que interveio pelo sacador. Art. 62. O pagamento por intervenção deve
ficar constatado por um recibo passado na letra,
Art. 58. O aceitante por intervenção fica contendo a indicação da pessoa por honra de
obrigado para com o portador e para com os que foi feito. Na falta desta indicação presume-
endossantes posteriores aquele por honra de se que o pagamento foi feito por honra do
quem interveio da mesma forma que este. sacador.
Não obstante o aceite por intervenção, aquele A letra é o instrumento do protesto, se o houve,
por honra de quem ele foi feito e os seus devem ser entregues a pessoa que pagou por
garantes podem exigir do portador, contra o intervenção.
pagamento da importância indicada no artigo
48; a entrega da letra, do instrumento do Art. 63. O que paga por intervenção fica sub-
protesto e, havendo lugar de uma conta com a rogado nos direitos emergentes da letra contra
respectiva quitação. aquele por honra de quem pagou e contra os
que são obrigados para com este em virtude da
letra.

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Não pode, todavia, endossar de novo a letra. pessoa em cujas mãos aquela se encontra.
Esta pessoa é obrigada a entregar essa via ao
Os endossantes posteriores ao signatário por
portador legítimo doutro exemplar.
honra de quem foi feito o pagamento ficam
desonerados. Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode
exercer seu direito de ação depois de ter feito
Quando se apresentarem várias pessoas
constatar por um protesto:
para pagar uma letra por intervenção, será
preferida aquela que desonerar maior numero 1 – Que a via enviada ao aceite lhe não foi
de obrigados. Aquele que, com conhecimento restituída a seu pedido;
de causa, intervir contrariamente a esta regra,
perde os seus direitos de ação contra os que 2 – Que não foi possível conseguir o aceite ou o
teriam sido desonerados. pagamento de uma outra via.

Seção IX 2. Cópias
DA PLURALIDADE DE EXEMPLARES E Art. 67. O portador de uma letra tem um direito
DAS CÓPIAS de tirar cópias dela.

1. Pluralidade de exemplares A cópia deve reproduzir exatamente o original,


com os endossos e todas as outras menções
Art. 64. A letra pode ser sacada por várias vias. que nela figurem. Deve mencionar onde acaba
a cópia.
Essas vias devem ser numeradas no próprio
texto, na falta do que, cada via será considerada A cópia pode ser endossada e avalisada da
como uma letra distinta. mesma maneira e produzindo os mesmos
efeitos que o original.
O portador de uma letra que não contenha Art. 68. A cópia deve indicar a pessoa em
a indicação de ter sido sacada numa única via cuja posse se encontra o título original. Essa
pode exigir à sua custa a entrega de várias vias. é obrigada a remeter o dito título ao portador
Para este efeito o portador deve dirigir-se ao seu legítimo da cópia.
endossante imediato, para que este o auxilie
a proceder contra o seu próprio endossante e Se se recusar a fazê-lo , o portador só pode
assim sucessivamente até se chegar ao sacador. exercer o seu direito de ação contra as pessoas
Os endossantes são obrigados a reproduzir os que tenham endossado ou avalisado a cópia,
endossos nas novas vias. depois de ter feito constatar por um protesto
que o original lhe não foi entregue a seu pedido.
Art. 65. O pagamento de uma das vias é
liberatório, mesmo que não esteja estipulado Se o título original, em seguida ao último
que esse pagamento anula o efeito das outras. endosso feito antes de tirada a cópia, contiver
O sacado fica, porém, responsável por cada uma a cláusula: “daqui em diante só é valido o
das vias que tenham o seu aceite e lhe não endosso na cópia” ou qualquer outra fórmula
hajam sido restituídas. equivalente, é nulo qualquer endosso assinado
ulteriormente no original.
O endossante que transferiu vias da mesma
letra e várias pessoas e os endossantes Seção X
subseqüentes são responsáveis por todas as vias DAS ALTERAÇÕES
que contenham as suas assinaturas e que
não hajam sido restituídas. Art. 69. No caso de alteração do texto de uma
letra, os signatários posteriores a esta alteração
Art. 66. Aquele que enviar ao aceite uma das ficam obrigados nos termos do texto alterado;
vias da letra deve indicar nas outras o nome da

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os signatários anteriores são obrigados nos CAPITULO II
termos do termos do texto original.20 Da Nota Promissoria
Seção XI Art. 75. A nota promissória contém:
DA PRESCRIÇÃO
1 – Denominação “Nota Promissória” inserta
Art. 70. Todas as ações contra ao aceitante no próprio texto do título e expressa na língua
relativas a letras prescrevem em três anos a empregada para a redação desse título;
contar do seu vencimento.
2 – A promessa pura e simples de pagar uma
As ações ao portador contra os endossantes e quantia determinada;
contra o sacador prescrevem num ano, a contar
da data do protesto feito em tempo útil ou da 3 – A época do pagamento;
data do vencimento, se se trata de letra que
4 – A indicação do lugar em que se deve efetuar
contenha cláusula “sem despesas”.
o pagamento;
As ações dos endossantes uns contra os outros
5 – O nome da pessoa a quem ou a ordem de
e contra o sacador prescrevem em seis meses
quem deve ser paga;
a contar do dia em que o endossante pagou a
letra ou em que ele próprio foi acionado. 6 – A indicação da data em que e do lugar onde
a nota promissória é passada;
Art. 71. A interrupção da prescrição só produz
efeito em relação a pessoa para quem a 7 – A assinatura de quem passa a nota
interrupção foi feita. promissória (subscritor).
Seção XII Art. 76. O título em que faltar algum dos
DISPOSIÇÕES GERAIS requisitos indicados no artigo anterior não
produzirá efeito como nota promissória, salvo
Art. 72. O pagamento de uma letra cujo nos casos determinados das alíneas seguintes.
vencimento recai em dia feriado legal só pode
A nota promissória em que não se indique a
ser exigido no primeiro dia útil seguinte.
época do pagamento será considerada pagável
Da mesma maneira, todos os atos relativos a à vista.
letra, especialmente a apresentação ao aceite e
Na falta de indicação especial, lugar onde o
o protesto, somente podem ser feitos em
título foi passado considera-se como sendo o
dia útil.
lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar
Quando um destes atos tem de ser realizado do domicílio do subscritor da nota promissória.
em um determinado prazo e o último dia
A nota promissória que não contenha indicação
deste prazo é feriado legal, fica o dito prazo
do lugar onde foi passada considera-se como
prorrogado até ao primeiro dia útil que se seguir
tendo-o sido no lugar designado ao lado do
ao seu termo.
nome do subscritor.
Art. 73. Os prazos legais ou convencionais não
Art. 77. São aplicáveis às notas promissórias, na
compreendem o dia que marca o seu início.
parte em que não sejam contrárias a natureza
Art. 74. Não são admitidos dias de perdão deste título, as disposições relativas as letras e
quer legal, quer judicial. concernentes:
Endosso (artigos 11 a 20);
Vencimento (artigos 33 a 37);

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Pagamento (artigos 38 a 42); São também aplicáveis às notas promissórias


as disposições relativas ao aval (artigos 30 a
Direito de ação por falta de pagamento (artigo 32); no caso previsto na ultima alínea do artigo
43 a 50 e 52 a 54); 31, se o aval não indicar a pessoa por quem é
Pagamento por intervenção (artigos 55 e 59 a dado entender-se-á ser pelo subscritor da nota
63); promissória.

Cópias (artigos 67 e 68); Art. 78. O subscritor de uma nota promissória


é responsável da mesma forma que o aceitante
Alterações (artigo 69); de uma letra.
Prescrição (artigos 70 e 71); As notas promissórias pagáveis a certo termo
de vista devem ser presentes ao visto dos
Dias feriados, contagem de prazos e interdição
subscritores nos prazos fixados no artigo 23.
de dias de perdão (artigos 72 a 74);
O termo de vista conta-se da data do visto dado
São igualmente aplicáveis às notas promissórias
pelo subscritor.
as disposições relativas as letras pagáveis no
domicílio de terceiros ou numa localidade A recusa do subscritor a dar o seu visto é
diversa da do domicílio do sacado (artigos comprovada por um protesto (artigo 25), cuja
4 e 27), a estipulação de juros (artigo 5), as data serve de início ao termo de vista.
divergências das indicações da quantia a pagar
(artigo 6), as conseqüências da aposição de uma
assinatura nas condições indicadas no artigo 7,
as da assinatura de uma pessoa que age sem
poderes ou excedendo os seus poderes (artigo
8) e a letra em branco (artigo 10).

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Questões

1. Analise as proposições abaixo e assinale a restituição da duplicata, cancelar o


alternativa correta: aceite.
c) Mesmo após ter sido lançado, permite-
I – A duplicata somente é protestável por se ao sacado, a qualquer tempo,
falta de aceite e pagamento. cancelar o aceite lançado na duplicata,
II – Os juros moratórios incidem na duplicata nos termos do art. 29 da Lei Uniforme
inaceita desde a data da emissão. de Genebra.
III – Uma só duplicata pode corresponder a d) Mesmo após ter sido lançado no
duas ou mais faturas. título, permitese ao sacado, antes
da restituição do título e com a
IV – O protesto da duplicata somente devolução de parte da mercadoria
poderá ser tirado na praça em que estiver correspondente, retificar o aceite e
sediado o sacado. limitá-lo ao valor da mercadoria sem
a) Somente as proposições I e II estão defeito.
corretas. e) Se o sacado, antes da restituição
b) Somente as proposições I e IV estão da duplicata, simplesmente riscar o
corretas. aceite que tiver dado, tal aceite será
c) Somente as proposições II e III estão considerado como recusado.
corretas.
d) Somente as proposições III e IV estão 3. Analise as proposições a seguir:
corretas. I – A transferência de uma cambial por
e) Todas as proposições estão incorretas. endosso completa-se com a tradição do
título.
2. Determinada companhia produtora de
vinhos vendeu cinqüenta caixas de vinho II – O avalista de uma duplicata se equipara
tinto e cinqüenta de vinho branco. O àquele cujo nome indicar. O aval em branco
comerciante recebeu os vinhos, tendo se presume dado em favor do sacado ou
lançado o aceite na duplicata, mas, ao devedor.
conferir a mercadoria recebida, percebeu III – A duplicata não-aceita e protestada
que metade dos vinhos brancos estava com enseja o ajuizamento de ação cambial, bem
o rótulo trocado. Antes da restituição da como requerimento de falência do sacado,
duplicata, o sacado cancelou o aceite. Nessa se empresário.
hipótese, seria possível o cancelamento do
aceite antes da restituição da duplicata? Assinale:
a) se nenhuma proposição estiver correta.
Assinale a alternativa que responda b) se somente a proposição I estiver
corretamente à pergunta acima. correta.
a) Uma vez lançado o aceite na duplicata, c) se somente a proposição II estiver
não é dado ao comprador revogá-lo ou correta.
cancelá-lo, ainda quando o título estiver d) se somente a proposição III estiver
nas mãos do sacado. correta.
b) Mesmo após ter sido lançado no e) se todas as proposições estiverem
título, permite-se ao sacado, antes da corretas.

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4. Malhas e Tecidos S.A. alienou R$ 200 mil 5. Analise as assertivas abaixo e assinale
em camisas para Comércio de Têxteis Ltda., a alternativa correta de acordo com a
venda comercial que originou a emissão legislação vigente:
de duplicata mercantil, nesse valor, com
vencimento em 30/6/2007. Antes do I – A duplicata sem aceite não pode ser
termo final, a duplicata foi endossada a protestada.
Rubens e Filhos Laticínios Ltda. Na data de II – A duplicata com aceite pode ser
pagamento, porém, a devedora recusou- executada judicialmente, protestada ou
se a honrar a dívida, alegando defeito nas não.
mercadorias adquiridas. III – O protesto é facultativo para a execução
Com base nessas informações, assinale a do emitente da Nota Promissória.
opção correta. IV – O protesto é obrigatório para a
a) A duplicata poderá ser emitida com execução do endossante.
cláusula à ordem ou não à ordem, o a) Todas as assertivas estão corretas.
que repercutirá na possibilidade de b) As assertivas I e III estão incorretas.
endosso do título, que será permitido c) As assertivas I e II estão incorretas.
na primeira hipótese, mas não na outra, d) Somente a assertiva I está incorreta.
quando estará proibido por declaração
do emitente. 6. No que tange à duplicata mercantil, diz-se
b) Se o título for remetido para aceite que
antes do vencimento, e o sacado se
recusar a prestá-lo, tal ato acarretará a) são requisitos facultativos da duplicata,
o vencimento antecipado do título, entre outros, a praça de pagamento e a
independentemente de protesto, cláusula à ordem.
que só será necessário para garantir b) a emissão da duplicata é sempre
o direito de regresso do endossatário obrigatória, enquanto a extração da
contra os coobrigados. fatura é facultativa.
c) Se o endossatário resolver protestar a c) a emissão de triplicata é obrigatória,
duplicata, poderá fazê-lo por indicação, mas a duplicata é título de emissão
bastando remeter ao cartório tão-só facultativa.
os documentos que provem a entrega d) o aceite da duplicata não é compulsório,
da mercadoria e o inadimplemento do porque o comprador poderá deixar
débito, dispensando-se a apresentação de aceitá-la por qualquer motivo
do título, cuja existência é presumida. comercial.
d) Caso ocorra o extravio ou a perda do e) é obrigatório que a duplicata seja
título em posse do endossatário, este garantida por aval e que o pagamento
poderá extrair triplicata, que terá os seja feito somente após o aceite.
mesmo efeitos e requisitos e obedecerá
às mesmas formalidades da duplicata já 7. Com relação à duplicata, é correto afirmar
emitida. que
e) A duplicata poderá ter seu valor ou
a) constitui título executivo,
seu prazo de vencimento alterado por
independentemente de qualquer outra
acordo entre o endossatário e o sacado,
formalidade, mesmo quando não aceita
mediante declaração em separado ou
pelo sacado.
nela escrita, sendo também necessária
b) a sua exigibilidade em relação ao
a anuência de demais intervenientes
devedor principal (sacado) d e p e n d e
para estes se obrigarem ao acordado.

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do prévio registro no cartório de c) Estão corretas apenas as assertivas II, IV


protesto de títulos competente. e V.
c) só pode ser emitida, se o crédito por d) Estão corretas apenas as assertivas I, II,
ela representado for oriundo de relação IV e V.
de compra e venda de mercadorias ou e) Estão corretas todas as assertivas.
prestação de serviços.
d) pode ser sacada para representar 9. Júlio é beneficiário de nota promissória
créditos relativos a contrato de mútuo. emitida por Tito, no valor de R$ 10.000,00
e) a sua exigibilidade em relação ao (dez mil reais). A pedido deste, Otávio
endossante depende do esgotamento avalizou a nota promissória, garantindo o
das tentativas de cobrança do crédito pagamento de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
em relação ao devedor principal, na via Posteriormente, Júlio endossou o título a
judicial. Caio, ressalvando que apenas transferia
os direitos relativos à parte avalizada,
8. Os títulos de crédito são documentos que permanecendo Júlio com o direito ao
representam obrigação pecuniária. Um dos recebimento dos restantes R$ 4.000,00
mais conhecidos é a nota promissória, que (quatro mil reais) não garantidos. Neste
constitui uma promessa de pagamento que caso,
uma pessoa faz a outra. Dadas as assertivas
abaixo sobre nota promissória, assinale a a) tanto o endosso quanto o aval são
alternativa correta. nulos.
b) o endosso reputa-se não escrito,
I – A nota promissória em que não se indique enquanto o aval reputa-se dado pelo
a época do pagamento será considerada valor total do título.
pagável no prazo de trinta dias contados da c) o endosso é nulo, enquanto o aval
data da emissão. reputa-se não escrito.
II – Na falta de indicação especial, o lugar d) o endosso é nulo e o aval é válido.
onde a nota promissória foi passada e) o endosso e o aval são válidos.
considera- se como sendo o lugar do
pagamento. 10. Alfredo emitiu nota promissória em favor
de Pedro e estabeleceu que seu vencimento
III – Não são aplicáveis às notas promissórias se daria 6 meses após o vencimento do
as disposições da Lei Uniforme de Genebra título. Entretanto, esqueceu-se de apor
atinentes às letras de câmbio. este acordo no título, que foi emitido sem
IV – Conquanto a nota promissória de regra data de vencimento. Pedro, por sua vez,
tenha autonomia, quando vinculada a negociou a nota promissória, colocando-a
contrato de abertura de crédito ela perde em circulação.
esse atributo, em razão da iliquidez do título A respeito da situação hipotética acima,
que a originou. assinale a opção correta.
V – O avalista de nota promissória vinculada a) Pedro pode tirar cópia da nota
a contrato de mútuo, quando figurar no promissória e transferi-la por endosso,
contrato como devedor solidário, também desde que a cópia indique que o original
responde pelas obrigações pactuadas. encontra-se em sua posse.
a) Estão corretas apenas as assertivas I, IV b) Se, no curso da circulação da nota, for
e V. dado aval sem a indicação da pessoa por
b) Estão corretas apenas as assertivas II, III quem se dá, esse aval será considerado
e IV. nulo.

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c) Caso o emitente tenha colocado a 12. Com base na legislação aplicável aos títulos
expressão “não a ordem”, ou outra de crédito, analise as afirmativas abaixo.
equivalente, a nota promissória será
considerada intransferível. I - É proibido o aval em relação à nota
d) Se, durante a circulação da nota promissória.
promissória emitida por Pedro, houver II - A nota promissória não admite aceite.
alteração de seu texto original, os III - O cheque não admite aceite.
signatários posteriores poderão aceitá-
la ou não. IV - A duplicata mercantil é um título causal.
e) No caso de a cártula da nota promissória Está correto o que se afirma em
ser preenchida consignando data de
vencimento contrária à originalmente a) I e II, apenas.
estabelecida, Pedro poderá negar-se b) III e IV, apenas.
ao pagamento antecipado da nota, c) I, II e III, apenas.
independentemente da boa-fé do d) II, III e IV, apenas.
portador. e) I, II, III e IV.

11. Joana vendeu alguns produtos de 13. Julgue o item abaixo, acerca da disciplina
beleza a Inácia e, como a compradora dos títulos de crédito.
não dispunha da quantia devida no Considere que Simone preste aval em
momento da formalização da avença, branco em nota promissória anteriormente
firmou nota promissória com prazo de emitida por Tereza. Nessa hipótese,
vencimento a certo termo de vista. Em razão presume-se que Tereza seja a beneficiária
do elevado valor dos produtos, Joana exigiu da referida garantia.
que o título de crédito fosse avalizado.
( ) Certo ( ) Errado
Considerando essa situação hipotética e
com fulcro nas normas que regem os títulos
14. Acerca da disciplina jurídica dos títulos de
de crédito, julgue os itens que se seguem.
crédito, julgue os itens subsequentes.
A nota promissória emitida por Inácia é
pagável à vista, pois a Lei Uniforme não Na hipótese de emissão de nota promissória
admite a emissão de nota promissória com a certo termo da vista, o credor deverá
vencimento a certo termo de vista. apresentar o título ao visto do emitente no
prazo de um ano após o saque, sendo a data
( ) Certo ( ) Errado desse visto o termo a quo do lapso temporal
de vencimento.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. A 3. B 4. E 5. D 6. C 7. C 8. C 9. D 10. A 11. E 12. D 13. C 14. C

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Instrumentos de formalização das operações de crédito:


a) contratos por instrumento público e particular;
b) cédulas e notas de crédito.
Conceito: São títulos representativos de operações de financiamento, tendo por negócio de base
empréstimos concedidos por instituições financeiras ou entidade a essas equiparadas, a quem
se dedique a determinadas áreas econômicas, com atividades rurais, industrias, comerciais,
imobiliárias, exportação e/ou importação
Nas cédulas de crédito, a garantia real pode ser representada por bem móvel ou imóvel, ou
mesmo por ambos, o que permite a doutrina classificá-las em:
1 – cédula hipotecária: quando a garantia é a hipoteca constituída sobre um imóvel;
2 – cédula pignoratícia: quando a garantia é o penhor sobre determinados bens móveis;
3 – cédula fiduciária: quando a garantia é a alienação fiduciária de bens adquiridos com o
financiamento ou mesmo bens do próprio patrimônio do devedor;
4 – cédula pignoratícia e hipotecária: quando o adimplemento apresenta-se garantido
tanto pelo penhor de bens móveis, quanto pela hipoteca de bem imóvel.
Garantias Reais: hipoteca e penhor;

TÍTULO X
Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica
sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os
bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
§ 1º A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas
por quem não era dono.
§ 2º A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua
totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia
real a parte que tiver.
Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração
correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no
título ou na quitação.
Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou
empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a
prioridade no registro.

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Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de
outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos.
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for
paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.
Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem
eficácia:
I – o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;
II – o prazo fixado para pagamento;
III – a taxa dos juros, se houver;
IV – o bem dado em garantia com as suas especificações.
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
I – se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o
devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;
II – se o devedor cair em insolvência ou falir;
III – se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar
estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa
renúncia do credor ao seu direito de execução imediata;
IV – se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído;
V – se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço
que for necessária para o pagamento integral do credor.
§ 1º Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização
do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela
preferência até seu completo reembolso.
§ 2º Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o
perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger
outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os
demais bens, não desapropriados ou destruídos.
Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de vencimento antecipado da dívida, não se
compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido.
Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica
obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore, ou desvalorize.
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar
com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.
Art. 1.429. Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na
proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.

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Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-rogado nos direitos do
credor pelas quotas que houver satisfeito.
Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o produto não bastar para
pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente pelo
restante.

CAPÍTULO II
DO PENHOR
Seção I
DA CONSTITUIÇÃO DO PENHOR
Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao
credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível
de alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas
continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.
Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o
do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.

Seção II Seção III


DOS DIREITOS DO CREDOR DAS OBRIGAÇÕES DO CREDOR
PIGNORATÍCIO PIGNORATÍCIO
Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito: Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado:
I – à posse da coisa empenhada; I – à custódia da coisa, como depositário,
II – à retenção dela, até que o indenizem e a ressarcir ao dono a perda ou
das despesas devidamente justificadas, deterioração de que for culpado,
que tiver feito, não sendo ocasionadas podendo ser compensada na dívida, até
por culpa sua; a concorrente quantia, a importância da
responsabilidade;
III – ao ressarcimento do prejuízo
que houver sofrido por vício da coisa II – à defesa da posse da coisa empenhada
empenhada; e a dar ciência, ao dono dela, das
circunstâncias que tornarem necessário
IV – a promover a execução judicial, o exercício de ação possessória;
ou a venda amigável, se lhe permitir
expressamente o contrato, ou III – a imputar o valor dos frutos, de que
lhe autorizar o devedor mediante se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas
procuração; despesas de guarda e conservação, nos
juros e no capital da obrigação garantida,
V – a apropriar-se dos frutos da coisa sucessivamente;
empenhada que se encontra em seu
poder;

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VI – a promover a venda antecipada, IV – a restituí-la, com os respectivos
mediante prévia autorização judicial, frutos e acessões, uma vez paga a dívida;
sempre que haja receio fundado de que a
coisa empenhada se perca ou deteriore, V – a entregar o que sobeje do preço,
devendo o preço ser depositado. O dono quando a dívida for paga, no caso do
da coisa empenhada pode impedir a inciso IV do art. 1.433.
venda antecipada, substituindo-a, ou
oferecendo outra garantia real idônea.
Art. 1.434. O credor não pode ser
constrangido a devolver a coisa empenhada,
ou uma parte dela, antes de ser integralmente
pago, podendo o juiz, a requerimento do
proprietário, determinar que seja vendida
apenas uma das coisas, ou parte da coisa
empenhada, suficiente para o pagamento do
credor.

Seção IV
DA EXTINÇÃO DO PENHOR
Art. 1.436. Extingue-se o penhor:
I – extinguindo-se a obrigação;
II – perecendo a coisa;
III – renunciando o credor;
IV – confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
V – dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particular do penhor sem
reserva de preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição
por outra garantia.
§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da dívida pignoratícia, subsistirá
inteiro o penhor quanto ao resto.
Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do registro, à
vista da respectiva prova.
Seção V
DO PENHOR RURAL
Subseção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no
Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.

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Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor rural, o
devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em
lei especial.
Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem ser convencionados por prazos
superiores aos das obrigações garantidas.
§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a
constituem.
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro respectivo, mediante requerimento
do credor e do devedor.
Art. 1.440. Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá constituir-se independentemente
da anuência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe a
extensão da hipoteca, ao ser executada.
Art. 1.441. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde
se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Subseção II
DO PENHOR AGRÍCOLA
Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:
I – máquinas e instrumentos de agricultura;
II – colheitas pendentes, ou em via de formação;
III – frutos acondicionados ou armazenados;
IV – lenha cortada e carvão vegetal;
V – animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
Art. 1.443. O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, ou em via de formação, abrange a
imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá o devedor constituir com
outrem novo penhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá
preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte.

Subseção III
DO PENHOR PECUÁRIO
Art. 1.444. Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de
lacticínios.
Art. 1.445. O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimento, por
escrito, do credor.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado empenhado ou, por negligência,
ameace prejudicar o credor, poderá este requerer se depositem os animais sob a guarda de
terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato.

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Art. 1.446. Os animais da mesma espécie, comprados para substituir os mortos, ficam sub-rogados
no penhor.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, mas não terá eficácia contra
terceiros, se não constar de menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser
averbada.

Seção VI
DO PENHOR INDUSTRIAL E MERCANTIL
Art. 1.447. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados
e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização
de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos armazéns gerais o penhor das
mercadorias neles depositadas.
Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou
particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas
as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial
ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na
forma e para os fins que a lei especial determinar.
Art. 1.449. O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas
empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar
as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no
penhor.
Art. 1.450. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde
se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Seção VIII
DO PENHOR DE VEÍCULOS
Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de transporte
ou condução.
Art. 1.462. Constitui-se o penhor, a que se refere o artigo antecedente, mediante instrumento
público ou particular, registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, e
anotado no certificado de propriedade.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida garantida com o penhor, poderá o
devedor emitir cédula de crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.
Art. 1.463. Não se fará o penhor de veículos sem que estejam previamente segurados contra furto,
avaria, perecimento e danos causados a terceiros.
Art. 1.464. Tem o credor direito a verificar o estado do veículo empenhado, inspecionando-o onde
se achar, por si ou por pessoa que credenciar.
Art. 1.465. A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado sem prévia comunicação ao credor
importa no vencimento antecipado do crédito pignoratício.

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Art. 1.466. O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de dois anos,
prorrogável até o limite de igual tempo, averbada a prorrogação à margem do registro respectivo.

CAPÍTULO III
DA HIPOTECA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:
I – os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II – o domínio direto;
III – o domínio útil;
IV – as estradas de ferro;
V – os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se
acham;
VI – os navios;
VII – as aeronaves.
VIII – o direito de uso especial para fins de moradia;
IX – o direito real de uso;
X – a propriedade superficiária.
§ 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei especial.
§ 2º Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos IX e X do caput deste artigo
ficam limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos
por período determinado.
Art. 1.474. A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.
Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo
imóvel.
Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.
Parágrafo único. Pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for
alienado.
Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo
título, em favor do mesmo ou de outro credor.
Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida,
não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira.

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Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações
garantidas por hipotecas posteriores à primeira.
Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira hipoteca não se oferecer, no
vencimento, para pagá-la, o credor da segunda pode promover-lhe a extinção, consignando a
importância e citando o primeiro credor para recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar,
o segundo credor, efetuando o pagamento, se sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem
prejuízo dos que lhe competirem contra o devedor comum.
Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a execução da hipoteca, o credor da
segunda depositará a importância do débito e as despesas judiciais.
Art. 1.479. O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não se tenha obrigado pessoalmente a
pagar as dívidas aos credores hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-lhes o
imóvel.
Art. 1.480. O adquirente notificará o vendedor e os credores hipotecários, deferindo-lhes,
conjuntamente, a posse do imóvel, ou o depositará em juízo.
Parágrafo único. Poderá o adquirente exercer a faculdade de abandonar o imóvel hipotecado,
até as vinte e quatro horas subseqüentes à citação, com que se inicia o procedimento executivo.
Art. 1.481. Dentro em trinta dias, contados do registro do título aquisitivo, tem o adquirente do
imóvel hipotecado o direito de remi-lo, citando os credores hipotecários e propondo importância
não inferior ao preço por que o adquiriu.
§ 1º Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância oferecida, realizar-se-á
licitação, efetuando-se a venda judicial a quem oferecer maior preço, assegurada preferência
ao adquirente do imóvel.
§ 2º Não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço proposto pelo adquirente,
haver-se-á por definitivamente fixado para a remissão do imóvel, que ficará livre de hipoteca,
uma vez pago ou depositado o preço.
§ 3º Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a execução, ficará obrigado a
ressarcir os credores hipotecários da desvalorização que, por sua culpa, o mesmo vier a sofrer,
além das despesas judiciais da execução.
§ 4º Disporá de ação regressiva contra o vendedor o adquirente que ficar privado do imóvel em
conseqüência de licitação ou penhora, o que pagar a hipoteca, o que, por causa de adjudicação
ou licitação, desembolsar com o pagamento da hipoteca importância excedente à da compra e
o que suportar custas e despesas judiciais.
Art. 1.482. Realizada a praça, o executado poderá, até a assinatura do auto de arrematação ou até
que seja publicada a sentença de adjudicação, remir o imóvel hipotecado, oferecendo preço igual
ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido. Igual direito caberá
ao cônjuge, aos descendentes ou ascendentes do executado.
Art. 1.483. No caso de falência, ou insolvência, do devedor hipotecário, o direito de remição defere-
se à massa, ou aos credores em concurso, não podendo o credor recusar o preço da avaliação do
imóvel.
Parágrafo único. Pode o credor hipotecário, para pagamento de seu crédito, requerer a
adjudicação do imóvel avaliado em quantia inferior àquele, desde que dê quitação pela sua
totalidade.

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Art. 1.484. É lícito aos interessados fazer constar das escrituras o valor entre si ajustado dos imóveis
hipotecados, o qual, devidamente atualizado, será a base para as arrematações, adjudicações e
remições, dispensada a avaliação.
Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-se a
hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir
o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será
mantida a precedência, que então lhe competir.
Art. 1.486. Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da
correspondente cédula hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial.
Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde
que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido.
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e expressa
concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao montante da dívida.
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá àquele fazer prova de seu
crédito. Reconhecido este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da
superveniente desvalorização do imóvel.
Art. 1.488. Se o imóvel, dado em garantia hipotecária, vier a ser loteado, ou se nele se constituir
condomínio edilício, poderá o ônus ser dividido, gravando cada lote ou unidade autônoma, se o
requererem ao juiz o credor, o devedor ou os donos, obedecida a proporção entre o valor de cada
um deles e o crédito.
§ 1º O credor só poderá se opor ao pedido de desmembramento do ônus, provando que o
mesmo importa em diminuição de sua garantia.
§ 2º Salvo convenção em contrário, todas as despesas judiciais ou extrajudiciais necessárias ao
desmembramento do ônus correm por conta de quem o requerer.
§ 3º O desmembramento do ônus não exonera o devedor originário da responsabilidade a que
se refere o art. 1.430, salvo anuência do credor.

Seção II
DA HIPOTECA LEGAL
Art. 1.489. A lei confere hipoteca:
I – às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados
da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas;
II – aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o
inventário do casal anterior;
III – ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinqüente, para satisfação do
dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;
IV – ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel
adjudicado ao herdeiro reponente;

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V – ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da
arrematação.
Art. 1.490. O credor da hipoteca legal, ou quem o represente, poderá, provando a insuficiência dos
imóveis especializados, exigir do devedor que seja reforçado com outros.
Art. 1.491. A hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos da dívida pública federal ou
estadual, recebidos pelo valor de sua cotação mínima no ano corrente; ou por outra garantia, a
critério do juiz, a requerimento do devedor.

Seção III
DO REGISTRO DA HIPOTECA
Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles,
se o título se referir a mais de um.
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o registro da hipoteca.
Art. 1.493. Os registros e averbações seguirão a ordem em que forem requeridas, verificando-se ela
pela da sua numeração sucessiva no protocolo.
Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, e esta a preferência entre as
hipotecas.
Art. 1.494. Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou uma hipoteca e outro direito
real, sobre o mesmo imóvel, em favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia,
indicarem a hora em que foram lavradas.
Art. 1.495. Quando se apresentar ao oficial do registro título de hipoteca que mencione a
constituição de anterior, não registrada, sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar,
até trinta dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente; esgotado o prazo, sem que se
requeira a inscrição desta, a hipoteca ulterior será registrada e obterá preferência.
Art. 1.496. Se tiver dúvida sobre a legalidade do registro requerido, o oficial fará, ainda assim, a
prenotação do pedido. Se a dúvida, dentro em noventa dias, for julgada improcedente, o registro
efetuar-se-á com o mesmo número que teria na data da prenotação; no caso contrário, cancelada
esta, receberá o registro o número correspondente à data em que se tornar a requerer.
Art. 1.497. As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão ser registradas e especializadas.
§ 1º O registro e a especialização das hipotecas legais incumbem a quem está obrigado a prestar
a garantia, mas os interessados podem promover a inscrição delas, ou solicitar ao Ministério
Público que o faça.
§ 2º As pessoas, às quais incumbir o registro e a especialização das hipotecas legais, estão
sujeitas a perdas e danos pela omissão.
Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em
completando vinte anos, deve ser renovada.

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Seção IV
DA EXTINÇÃO DA HIPOTECA
Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:
I – pela extinção da obrigação principal;
II – pelo perecimento da coisa;
III – pela resolução da propriedade;
IV – pela renúncia do credor;
V – pela remição;
VI – pela arrematação ou adjudicação.
Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento
do registro, à vista da respectiva prova.
Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação ou adjudicação, sem
que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não forem de
qualquer modo partes na execução.

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Questões

1. Antônio, muito necessitado de dinheiro, 3. Após pagar um terço de empréstimo


decide empenhar uma vaca leiteira para garantido por hipoteca de seu imóvel,
iniciar um negócio, acreditando que, com o Bento Francisco procura aliená-lo a Kelly
sucesso do empreendimento, terá o animal Joyce, mas ao notificar o credor hipotecário
de volta o quanto antes. - o banco que lhe emprestou o dinheiro -
este não consente com a venda, alegando
Sobre a hipótese de penhor apresentada, haver no contrato cláusula que a proíbe
assinale a afirmativa correta. expressamente. O posicionamento do
a) Se a vaca leiteira morrer, ainda que por banco credor é
descuido do credor, Antônio poderá ter
a dívida executada judicialmente pelo a) juridicamente equivocado, já que a
credor pignoratício lei civil prevê ser nula a cláusula que
b) As despesas advindas da alimentação proíbe ao proprietário alienar imóvel
e outras necessidades da vaca leiteira, hipotecado.
devidamente justificadas, consistem b) juridicamente equivocado, pois, embora
em ônus do credor pignoratício, sendo não se possa alienar a coisa antes de
vedada a retenção do animal para pago um determinado montante, a
obrigar Antônio a indenizá-lo. partir de um terço do pagamento do
c) Se Antônio não quitar sua dívida com empréstimo já é possível vender o
o credor pignoratício, o penhor estará imóvel dado em garantia hipotecária.
automaticamente extinto e, declarada c) válido juridicamente, pois a alienação
sua extinção, poder-se-á proceder à do imóvel só é possível pelo tomador
adjudicação judicial da vaca leiteira. do empréstimo após o pagamento de
d) Caso o credor pignoratício perceba que, dois terços da dívida.
devido a uma doença que subitamente d) válido juridicamente, já que o contrato
atingiu a vaca leiteira, sua morte faz lei entre as partes e Bento Francisco
está próxima, o CC/02 permite a sua o celebrou livre e espontaneamente.
venda antecipada, mediante prévia e) juridicamente equivocado, por ser
autorização judicial, situação que pode anulável o contrato, dada a abusividade
ser impedida por Antônio por meio da da cláusula proibitiva de alienação.
sua substituição.
4. Objetivando financiar a aquisição de uma
2. Assinale a assertiva incorreta: casa, Maria procura o Banco Mediterrâneo,
que lhe empresta o dinheiro mas exige, em
a) O domínio útil pode ser objeto de garantia, a hipoteca do imóvel. Adquirida
hipoteca a casa, Maria realiza diversas benfeitorias,
b) É nula a cláusula que proíbe ao como calhas de escoamento de água, portão
proprietário alienar imóvel hipotecado. e churrasqueira. Passado algum tempo,
c) O perecimento da coisa extingue a Maria não consegue pagar o financiamento,
hipoteca levando o Banco Mediterrâneo a excutir a
d) Somente em favor do mesmo credor garantia. A excussão da hipoteca
pode ser constituída nova hipoteca
sobre imóvel já hipotecado a) abrange o imóvel e todas as benfeitorias
realizadas por Maria.

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b) é nula, pois os imóveis devem ser penhorado se seu valor for suficiente ao
objeto de penhor. integral pagamento do débito.
c) abrange apenas o imóvel, sem as e) O penhor é um contrato de garantia
benfeitorias. contratual, cujo aperfeiçoamento se dá
d) abrange o imóvel e as benfeitorias com a tradição do bem ao credor.
voluptuárias, apenas.
e) abrange o imóvel e as benfeitorias 7. De acordo com preceito decorrente do
necessárias e úteis, apenas. Código Civil Brasileiro,pode ser afirmado
que NÃO ocorrerá a extinção da hipoteca:
5. Considere as proposições abaixo, a respeito
do penhor: a) pela extinção da obrigação principal.
b) pela adjudicação devidamente
I – Em regra, o penhor se constitui pela registrada, sem que tenham sido
transferência efetiva da posse. Contudo, há notificados judicialmente os respectivos
casos em que a coisa empenhada continua credores hipotecários, que não forem
em poder do devedor, que deve zelar por de qualquer modo partes na execução.
sua guarda e conservação, a exemplo do c) pela resolução da propriedade, sem que
que se dá no penhor de veículos. tenham sido notificados judicialmente
II – O credor é obrigado a devolver a coisa os respectivos credores hipotecários,
empenhada se o devedor pagar uma parte que não forem de qualquer modo
da dívida.III – A restituição da posse ao partes na execução.
devedor faz presumir renúncia ao penhor. d) pela remição, sem que tenham sido
notificados judicialmente os respectivos
Está correto o que se afirma em credores hipotecários, que não forem
a) I e III, apenas. de qualquer modo partes na execução.
b) I, II e III. e) pela renúncia do credor, sem que
c) II, apenas. tenham sido notificados judicialmente
d) II e III, apenas. os respectivos credores hipotecários,
e) III, apenas. que não forem de qualquer modo
partes na execução.
6. A respeito de penhor e hipoteca, assinale a
opção correta. 8. A respeito dos direitos reais de garantia,
assinale a opção correta.
a) No caso de penhor, não há
desdobramento da posse, uma vez que a) Antes de vencida a dívida, o devedor
ao credor cabe a posse direta e indireta hipotecário continua explorando o bem
do bem, a qual o devedor somente e pode constituir sobre ele outros ônus
recupera com o pagamento da dívida. reais, como o usufruto.
b) O Código Civil não prevê duração b) Ao contrário da hipoteca, o penhor não
máxima para a hipoteca convencional, se reveste de forma solene, porquanto
sendo esse prazo estabelecido pelo a posse do bem penhorado será
prazo de vencimento da dívida transferida ao credor.
garantida. c) O credor pignoratício detém posse
c) O Código Civil veda expressamente a sui generis, de forma que não pode
inclusão, por vontade das partes, de pretender ressarcimento pelo vício da
cláusula comissória na hipoteca. coisa dada em garantia.
d) Não paga a dívida garantida pelo d) A hipoteca não retira do proprietário do
penhor, o credor ficará com o bem imóvel hipotecado o direito de usar e

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gozar da coisa; apenas causa restrições 11. Com base no que dispõe o Código Civil
quanto à disposição. sobre os direitos reais de garantia, assinale
e) O direito do credor hipotecário não a opção correta.
fica suspenso até a data fixada para
adimplemento da obrigação principal, a) O direito real de garantia é condição
podendo ele praticar atos que visem à divisível se recair sobre vários bens e se
conservação do bem. a obrigação sobre a qual recai o direito
de crédito for divisível; nesses casos,
9. Sobre hipoteca é correto afirmar: pode o devedor obter a liberação parcial
do vínculo amortizando parcialmente o
a) Não existe hipoteca para garantia de débito.
dívida futura. b) No contrato de hipoteca, é nula
b) Os acessórios não podem ser objeto de a cláusula que estabeleça a
hipoteca conjuntamente com o imóvel. inalienabilidade do imóvel na
c) Podem as partes convencionar cláusula pendência do prazo de pagamento,
que proíba a venda do bem hipotecado. podendo haver, contudo, estipulações
d) O dono do imóvel hipotecado não pode de direito obrigacional, como cláusula
constituir outra hipoteca sobre ele, que determine vencimento antecipado
salvo se o credor for o mesmo. da dívida, na hipótese de alienação do
e) Desde que dê quitação pela totalidade imóvel hipotecado.
do crédito, o credor pode requerer c) O credor pignoratício poderá exercer
a adjudicação do imóvel hipotecado o direito de retenção, haver a coisa
mesmo que este possua valor inferior a empenhada para si ou apropriar-se dos
seu crédito. frutos, caso a coisa dada em garantia
padeça do vício redibitório ou se
10. No tocante à hipoteca, considere: configure evidente risco de perda ou
deterioração da coisa.
I – Podem ser objeto de hipoteca os imóveis d) A preferência dos direitos reais de
e seus acessórios, navios, aeronaves e a garantia consiste no privilégio de o
propriedade superficiária, entre outros titular do direito real obter o pagamento
direitos e bens. de determinado débito com o valor
II – É válida a cláusula que proíbe ao do bem aplicado exclusivamente à sua
proprietário alienar imóvel hipotecado, já satisfação, ainda que haja concurso
que se trata de gravame sobre o bem. de credores, execução coletiva ou
privilégios legais.
III – O dono do imóvel hipotecado pode
e) No penhor, o devedor permanece com
constituir outra hipoteca sobre ele
o objeto sob sua guarda e custódia, na
mediante novo titulo, em favor do mesmo
qualidade de depositário, assumindo a
ou de outro credor.
posição de possuidor imediato da coisa.
Está correto o que consta em
a) I, apenas. 12. No tocante aos direitos reais de garantia,
b) I e II, apenas. analise as afirmações abaixo.
c) II e III, apenas. I – O credor anticrético tem direito a reter
d) I e III, apenas. em seu poder o bem, enquanto a dívida não
e) I, II e III. for paga. Extingue-se esse direito decorridos
quinze anos da data de sua constituição.
II – A coisa comum a dois ou mais
proprietários não po- de ser dada em

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garantia real, na sua totalidade, sem o a hipoteca para que seja extinto o
consentimento de todos, mas cada um gravame pendente sobre o bem sem
pode individualmente dar em garantia real autorização expressa de todos credores
a parte que tiver nessa coisa comum. hipotecários.
III – Nos casos de perecimento da coisa d) A hipoteca pode ser constituída
dada em garantia, esta se sub-rogará na para garantia de dívida futura ou
indenização do seguro, ou no ressarcimento condicionada, desde que determinado
do dano, conforme o caso, em benefício o valor máximo do crédito a ser
do credor, a quem assistirá sobre ela garantido.
preferência até seu completo reembolso.
16. A respeito de Hipoteca e Penhor Rural,
Está correto o que se afirma em assinale a assertiva INCORRETA:
a) I e II, apenas. a) O penhor rural que incidir sobre bem
b) III, apenas. hipotecado, dependerá da anuência do
c) I, II e III. credor hipotecário.
d) II e III, apenas. b) Quando se apresentar ao oficial
e) I e III, apenas. do registro título de hipoteca que
mencione a constituição de anterior,
13. Considerando que determinada pessoa não registrada, deverá este sobrestar
física tenha contraído dívida em dinheiro e por até trinta das, a inscrição da nova,
garantido o pagamento do débito mediante aguardando assim que o interessado
hipoteca de imóvel seu, julgue os próximos inscreva a precedente. Esgotado o prazo
itens. sem que se requeira a inscrição desta,
O devedor somente poderá alienar o a hipoteca ulterior será registrada e
imóvel hipotecado se não houver cláusula obterá preferência.
contratual expressa que vede a alienação. c) É possível constituir-se penhor
rural sobre bem hipotecado,
( ) Certo ( ) Errado independentemente da anuência do
credor hipotecário.
14. Em caso de execução, poderão os d) É lícito o registro no mesmo dia, de duas
ascendentes do devedor remir o imóvel hipotecas ou uma hipoteca e outro
hipotecado, desde que paguem a direito real sobre o mesmo imóvel,
integralidade da dívida. em favor de pessoas diversas, se as
escrituras, do mesmo dia, indicarem a
( ) Certo ( ) Errado hora em que foram lavradas.

15. De acordo com as regras atinentes à 17. Ainda com relação ao direito civil, julgue os
hipoteca, assinale a afirmativa correta. itens subsequentes.
a) O Código Civil não admite a Considere que o proprietário de
divisibilidade da hipoteca em casos de determinado imóvel hipoteque-o a duas
loteamento do imóvel hipotecado. pessoas distintas, que passam, então, a ser
b) O ordenamento jurídico admite a proprietárias, cada uma, de 50% do imóvel.
instituição de nova hipoteca sobre Nesse caso, como a hipoteca é indivisível,
imóvel hipotecado, desde que seja dada qualquer um dos adquirentes responde
em favor do mesmo credor. pela totalidade da dívida.
c) Segundo o Código Civil, o adquirente ( ) Certo ( ) Errado
de bem hipotecado não pode remir

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18. Sobre hipoteca, analise as assertivas abaixo. c) Podem ser objeto de penhor os
veículos empregados em qualquer
I – Pode ser objeto de hipoteca o domínio espécie de transporte ou condução,
direto, mas não o domínio útil. ressalvados aqueles destinados ao uso
II – O dono do imóvel hipotecado pode como ambulâncias ou para transporte
constituir outra hipoteca sobre ele, funerário.
mediante novo título, desde que em favor d) Tem o credor, desde que pessoalmente,
de outro credor. direito a verificar o estado do veículo
III – O adquirente do imóvel hipotecado, empenhado, inspecionando-o onde se
desde que não se tenha obrigado achar.
pessoalmente a pagar as dívidas aos e) Se de forma diversa não for prevista em
credores hipotecários, poderá exonerar-se contrato entre as partes, não se fará o
da hipoteca, abandonando-lhes o imóvel. penhor de veículos sem que estejam
previamente segurados contra furto,
É correto o que se afirma em avaria, perecimento e danos causados a
a) I, apenas. terceiros.
b) II, apenas.
c) III, apenas. 20. O dono do imóvel hipotecado
d) I e III, apenas. a) não poderá sobre ele constituir nova
e) II e III, apenas. hipoteca, a não ser que a primeira
venha a ser cancelada.
19. Assinale a alternativa correta acerca do b) não poderá vendê-lo, salvo quitando a
penhor de veículos, de acordo com o Código dívida e cancelando a hipoteca que a
Civil. garante.
a) O penhor de veículos só se pode c) poderá constituir outra hipoteca sobre
convencionar pelo prazo máximo de ele mediante novo título, em favor do
dois anos, prorrogável até o limite de mesmo ou de outro credor.
igual tempo, averbada a prorrogação à d) poderá vendê-lo desde que tenha a
margem do registro respectivo. autorização do credor da primeira
b) Constitui-se o penhor de veículos hipoteca e o seu cancelamento.
mediante instrumento público ou e) poderá vendê-lo, desde que dê
particular, registrado no Cartório de ao credor hipotecário o direito de
Títulos e Documentos do domicílio do preferência na aquisição do imóvel.
credor, e anotado no certificado de
propriedade.

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Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. A 5. A 6. C 7. B 8. A 9. E 10. D 11. B 12. C 13. E 14. E 15. D 16. A 17.
C 18. C 19. A 20. C

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