Sei sulla pagina 1di 36

Capacitação para Execução de Ensaios em

Cronotacógrafos

Antonio Carlos Vargas, Priscilla Gnewuch e Michele Lopes


Monteiro

Diver/Dicro/Surrs

Conteúdo introdutório e taxa metrológica


Parte I

Conteúdo introdutório
Apresentação

Seja bem-vindo(a) à aula conteúdos introdutórios e taxa metrológica. Ela está


dividida em duas partes. Na primeira, falaremos de modo resumido sobre a metrologia, a
invenção do cronotacógrafo, a relação entre direito administrativo e administração pública,
a metrologia legal e a obrigatoriedade do uso do cronotacógrafo. Na segunda, abordaremos
a taxa metrológica, contemplando a legalidade da arrecadação do tributo e a prestação de
serviços de selagem, ensaios, verificação e fiscalização.

Ao final deste estudo, espera-se que você compreenda a estruturação da metrologia,


da administração pública e do Inmetro, bem como a utilização do cronotacógrafo, e
também compreenda como se organiza o pagamento da taxa metrológica no que se refere
a legislação, forma de pagamento e serviços cobertos pela taxa.

No decorrer da aula, você perceberá que há uma série de recursos que o


auxiliarão no entendimento das temáticas abordadas, tais como links e documentos, que
podem ser encontrados em nosso ambiente virtual de aprendizagem.

O propósito desta aula não é esgotar o assunto, mas contextualizá-lo em relação à


atividade desenvolvida pelo posto de ensaio e promover a busca de informação que
enriqueça o seu conhecimento a respeito de sua atividade profissional. Além disso,
destacamos a sua importância como profissional engajado numa tarefa com relevante fim
social, visto que tal tarefa visa fornecer controles para coibir práticas potencial ou
efetivamente perigosas, dando condições à humanização no trânsito brasileiro.

Lembre-se de que você deve realizar os exercícios desta aula no


ambiente do curso.

Sinta-se à vontade para entrar em contato com a coordenação do curso caso surja
alguma dúvida.

Bons estudos!
SUMÁRIO

1. Um pouco de história da metrologia............................................................................ 6

1.1. O papel sociológico da metrologia ............................................................................... 7

1.2. A invenção do cronotacógrafo ........................................................................................ 8

2. O direito administrativo e a administração pública .................................................. 9

2.1. Cumprir e fazer cumprir – o princípio da legalidade................................................. 9

2.2. A supremacia do interesse público ............................................................................. 10

3. Metrologia legal ............................................................................................................ 10

3.1. Estrutura da metrologia legal ..................................................................................... 11

3.2. Inmetro – Autarquia federal a serviço da metrologia ............................................. 11

3.3. Inmetro – A criação do órgão executivo de metrologia........................................... 12

3.4. Cronotacógrafo – Instalação e uso obrigatórios........................................................ 13

3.5. A adequação do cronotacógrafo às regras metrológicas ........................................ 16

4. A formação da rede de serviços em cronotacógrafos ............................................. 17

4.1. O posto de selagem cadastrado .................................................................................. 17

4.2. O cadastramento das oficinas de manutenção......................................................... 18

4.3. O conceito de cadastramento ..................................................................................... 18

4.4. O cadastramento e as obrigações de quem presta serviços metrológicos........... 19

4.5. A finalidade do cadastramento ................................................................................... 19

4.6. O significado da selagem.............................................................................................. 19

4.7. A gratuidade da selagem.............................................................................................. 19

4.8. Rastreabilidade .............................................................................................................. 20

4.9. Cadeia de rastreabilidade metrológica ..................................................................... 21

4.10. Quais instrumentos podem ser selados? .................................................................... 21

4.11. As garantias bilaterais que o cadastramento oferece ............................................. 23

4.12. O posto de ensaio credenciado ................................................................................... 24

4.13. O contrato administrativo............................................................................................ 24

4.14. O credenciamento ......................................................................................................... 25

4.15. Os postos de verificação do Inmetro e seus delegados ........................................... 26


1. Um pouco de história da metrologia

Desde o início da civilização, o


homem tem utilizado formas de medir
para os mais diversos objetivos. Podemos
admitir que o homem seja uma espécie em
constante medição do ambiente que o
cerca e de si mesmo.
Descobertas arqueológicas
demonstram que há cerca de 4.000 anos
sumérios e egípcios tinham importantes
funções de Estado baseadas no controle de
Ref. Google – imagens – Medidas antigas
medidas.

As primeiras aplicações da metrologia tinham como referência algumas partes do


corpo humano, tais como o pé, o braço e o polegar. São as medidas antropomórficas. Por
exemplo, o côvado1, citado no Velho Testamento, que relata a construção da Arca de Noé
conforme instruções transmitidas por Deus.

O côvado:
Ref. Google – imagens – Metrologia antiga

Outras medidas antropomórficas:

A braça:

A jarda:
Ref. Google – imagens – Metrologia antiga

1
Côvado: medida equivalente ao comprimento de três palmos.
É curioso observar que mesmo os animais irracionais, de certa forma, possuem alguma noção de medida.
Por exemplo: nos documentários sobre a vida selvagem, são apresentadas disputas por território travadas
entre machos da mesma espécie. Nessas condições, a escolha do oponente passa por uma avaliação do
seu porte físico. Essa medida de comparação ocorre para que o observador tenha garantias prévias de
sucesso em combate.

1.1. O papel sociológico da metrologia

No século XVIII, a França vive um ambiente conturbado que resulta na Revolução de


1789, causadora da queda da monarquia e da instituição da república. O interessante é que
uma das principais causas da revolução diz respeito à metrologia. Conforme ensina o
professor Alberto Gaspar:

[...] A França do século XVIII vivia uma


situação caótica. E, nesta situação
praticamente sem lei, os poderosos
aproveitaram a ocasião para oprimir os
menos favorecidos. A inexistência de um
padrão único de medida possibilitava o uso de
“dois pesos e duas medidas”: um padrão para
vender e outro para comprar; um padrão para
pagar e outro para receber (Gaspar, 2000, p.
23).

Note que o aspecto humanista da revolução, que pregava o fim da tirania com
“liberdade, igualdade e fraternidade”, acabou por desencadear drásticas mudanças na
aplicação da ciência das medições. Ao perceber a grande vantagem trazida pelo sistema
métrico decimal, implantado na França em 1791, muitos países optaram por aderir ao
modelo, rompendo com o milenar e obsoleto sistema antropomórfico.

O avanço na qualidade das medições permitiu o nascimento de uma nova etapa da


nossa civilização, a Revolução Industrial, que representa o marco inicial do crescimento
que vivenciamos no presente.

Para finalizar este tópico, cabe destacar que metrologia era considerada uma
ferramenta acessória. Dada sua importância, hoje é reconhecida como “A Ciência da
Medição”, de acordo com o Vocabulário Internacional de Termos de Metrologia Legal
(VIML), baseado em documento elaborado pela Organização Internacional de Metrologia
Legal (OIML).

8
1.2. A invenção do cronotacógrafo

Philipp Christian Maximilian Maria von Weber3, nascido no Reinado da Saxônia, teve
sua formação acadêmica nas cidades de Dresden e Berlim, onde cursou engenharia
mecânica e civil, especializando-se em engenharia de projetos e locomotivas.

Em meados de 1835, inventou o


cronotacógrafo para regularizar o controle do
trânsito ferroviário, que permitia o crescimento
industrial e a ascensão do capitalismo.
Contudo, acidentes com perda de muitas vidas
e prejuízos financeiros eram constantes.

Ref. Google – imagens –Max Maria Von Weber

Em 1854, Max Maria escreveu a obra “A tecnologia do setor ferroviário em relação


à segurança dele”, em que denuncia o problema que chama de “suicídio ferroviário”. Em
suas palavras, é possível perceber essa preocupação:

"Com alguma justificativa também se pode esperar


que os perigos aqui são suportados pelas empresas,
pelo comportamento das pessoas que procuraram
voluntariamente a morte sob as rodas de trens.
Eventos desse tipo não são tão raros, como se
poderia pensar.

Ref. Google – imagens – Acidentes


ferroviários

Sempre preocupado com a segurança, Max Maria ainda foi responsável pela
invenção do primeiro velocímetro para locomotivas, cabinas para locomotivas, cruzamento
de estradas de ferro, estações ferroviárias funcionais, pontes de ferro entre outras.

O nome cronotacógrafo é um vocábulo que tem origem na junção das palavras em


grego:
KHRÓNOS = tempo
TÁKHOS = velocidade
GRÁPHO = registro

8
2. O direito administrativo e a administração pública

Com o propósito de ajudar você a executar melhor as tarefas de apoio à


verificação de cronotacógrafos, faremos uma breve descrição de importantes aspectos do
serviço público.
Inicialmente, cabe ressaltar que os ramos do direito4, basicamente, dividem-se
em direito público e direito privado. Nosso objetivo é demonstrar as diferenças entre as
empresas privadas, em especial, e a administração pública, com sua rigidez na cobrança do
cumprimento de regras.
O direito público tem o predomínio de normas com estrutura rígida, inegociável.
O direito privado,por sua vez, tem o predomínio de normas mais flexíveis e
negociáveis entre as partes interessadas.

O direito administrativo, que rege a administração pública, é um dos ramos do


direito público. Na época dos regimes absolutistas, conforme ensina Américo5, “os
soberanos não se submetiam a nenhuma regra, a não ser aos caprichos de sua própria
vontade”.
Foi no período revolucionário francês, do século XVIII, que o direito administrativo
passou a se destacar do direito civil, estabelecendo regras não apenas para o cidadão,
mas, em especial, para os governantes.

2.1. Cumprir e fazer cumprir – o princípio da legalidade

Todos os órgãos pertencentes à administração pública, a exemplo do Inmetro, estão


subordinados a uma série de princípios constitucionais, entre os quais ressaltamos o
princípio da legalidade.
Esse princípio determina que a administração pública tem por obrigação executar
as suas funções de acordo com as normas estabelecidas, sem acrescentar ou omitir
qualquer etapa.
Diante da imposição, se esclarece que, para o Inmetro, nada pode ser feito caso
não haja previsão legal. Conforme ensina Meirelles6:

4
AMÉRICO, Maximilianus Cláudio Américo Führer. Resumo de Direito Administrativo. 18. ed. São Paulo: Malheiros,
2005.p.15.
5
AMÉRICO, Maximilianus Cláudio Américo Führer. Resumo de Direito Administrativo. 18. ed. São Paulo: Malheiros,
2005.p.16.

6
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 70.

9
“[...] na administração pública não há liberdade nem vontade
pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei
não proíbe, na administração pública só é permitido fazer o que a lei
autoriza”.

É importante que você compreenda a responsabilidade existente no trabalho que


você deverá desenvolver com as instruções, com base nos conhecimentos aqui estudados. A
empresa onde você trabalha está compromissada com o Inmetro para a prestação de um
serviço de natureza pública. Esse vínculo faz com que todos devam observar e cumprir os
deveres regulamentados.

Portanto, na condição de quem executa atividade material e acessória para subsidiar


um serviço de natureza pública, você e toda a sua empresa perdem a liberdade e a vontade
pessoal de “fazer tudo que a lei não proíbe”. Nesse sentido, subordinado à lei, o serviço
prestado fica limitado ao que “a lei permite fazer”.

2.2. A supremacia do interesse público

Em nosso trabalho, a obrigação por cumprir e fazer cumprir encontra sentido em


outro princípio constitucional, o princípio da supremacia do interesse público, que, em
essência, define que o serviço de natureza pública deve “atender ao interesse geral, que
não pode ceder diante do interesse individual”7.

3. Metrologia legal

A m etrologia legal é a base para o relacionamento entre os postos de selagem,


os postos de ensaio e o Inmetro.

Você deve observar que, a partir de agora, estamos abordando a parte mais
estruturada da metrologia, que obedece a instruções legais, previamente estabelecidas,
para as quais cabe cumprir e fazer cumprir.
Entre os conceitos estabelecidos pelo Vocabulário Internacional de
8
Termos de Metrologia Legal (VIML) , adotados no Brasil com a edição da Portaria
Inmetro nº 163, de 6 de setembro de 2005, encontramos a metrologia legal descrita como:
“Parte da metrologia relacionada às atividades resultantes de
exigências obrigatórias, referentes às medições, unidades de medida,
instrumentos de medição e métodos de medição, e que são desenvolvidas
por organismos competentes”.

7
MIRANDA, Henrique Savonitti. Curso de direito administrativo. 3. ed. Brasília: Senado Federal, 2005, p. 86.
8
Vocabulário Internacional de Termos de Metrologia Legal. Disponível em:
http://www.inmetro.gov.br/legislacao/detalhe.asp?seq_classe=2&seq_ato=2809.

10
A missão incumbida ao Inmetro, entre outras, consiste na pesquisa, na elaboração
de regulamentos e na execução das atividades que envolvam a inovação, a melhoria e as
garantias de boas práticas. Tal objetivo é mais evidente nos processos que envolvem
medidas e instrumentos de medir, seja nas relações rotineiras e cotidianas vividas pelo
cidadão comum, seja naquelas de alta relevância envolvendo interesses de Estado
(internas) ou entre Estados (relações internacionais).

3.1. Estrutura da metrologia legal

Ao longo deste curso, você observará que cada tarefa desenvolvida pelo posto de
selagem e pelo posto de ensaio resulta de uma cadeia lógica de documentos que
estabelecem a legalidade dos serviços prestados.

A cadeia lógica de documentos segue uma hierarquia de comandos e finalidades que


objetiva uniformizar o desenvolvimento e o resultado do trabalho. Essa cadeia tem início
na Constituição Federal de 1988, passando por lei de instituição encaminhada ao ministério
competente, seguindo por resoluções, portarias, normas e procedimentos.

A finalidade, tratada em cada esfera de comando, é estabelecer, em primeiro


lugar, a fundamentação que motiva a necessidade social e econômica em benefício
da sociedade. Adiante, serão definidos os atores responsáveis e abordados os
documentos administrativos e técnicos que deverão orientar todo o trabalho.

3.2. Inmetro – autarquia federal a serviço da metrologia

Autarquias9 são organizações


pertencentes à ordem de entidades da
administração pública indireta.
A organização autárquica é a
pessoa jurídica que usufrui de
autonomia administrativa e jurídica,
nos termos da lei que a instituiu, sem
subordinação a qualquer órgão de
Estado, contudo, sujeita à sua
fiscalização.

Um exemplo de organização autárquica é o Instituto Nacional de Metrologia,


Qualidade e Tecnologia (Inmetro). De acordo com os termos apresentados, o Inmetro possui
regimento próprio, de forma que ele mesmo produz suas normas, forma pessoas e fornece
condições para a execução do seu trabalho. Internamente julga as infrações contrárias às
suas normas, estabelece penalidades e subsiste dos valores que arrecada com os serviços
metrológicos que, de forma potencial ou efetiva, presta à sociedade.

9
MIRANDA, Henrique Savonitti. Curso de Direito Administrativo. 3. ed. Brasília: Senado Federal, 2005, p.108.
11
A prestação dos serviços metrológicos pode ocorrer de forma direta ou indireta. A
forma direta ocorre quando os próprios servidores da autarquia atuam em todo o processo
de execução, inclusive nas tarefas materiais e acessórias. A forma indireta ocorre quando,
havendo permissão legal, certas atividades materiais e acessórias são transferidas a
terceiros através de contrato para a prestação dos serviços específicos.

3.3. Inmetro – a criação do órgão executivo de metrologia

A metrologia no Brasil tem uma longa história, mas vamos abordá-la a partir de uma
fase mais recente.
A inserção do Brasil entre os países industrializados e as disputas por melhoria da
qualidade e aceitação do produto brasileiro no mercado internacional fez com que, em
1971, fosse aprovado o projeto apresentado pela extinta Secretaria de Tecnologia
Industrial. Em 1973, o projeto, em versão aprimorada, foi aprovado pela Lei n° 5.966,
que criou o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Sinmetro)10.
A formulação, a coordenação e a supervisão da política nacional de
metrologia couberam ao órgão normativo, o Conselho Nacional de Metrologia (Conmetro).
Sob a mesma Lei, com a função executiva, foi criado o Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Em 14 de dezembro de 2011, a Lei nº 12.545 definiu que o Inmetro passaria a se
chamar Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e estabeleceu o
“poder/dever” sob sua responsabilidade:

“Art. 3º O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), autarquia vinculada ao


Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei nº 5.966, de 1973, é
competente para:
.............................................................................................
II - Elaborar e expedir regulamentos técnicos que disponham sobre o controle metrológico legal,
abrangendo instrumentos de medição.
.............................................................................................
IV - Exercer poder de polícia administrativa, expedindo regulamentos técnicos nas áreas de avaliação
da conformidade de produtos, insumos e serviços, desde que não constituam objeto da competência de
outros órgãos ou entidades da administração pública federal, abrangendo os seguintes aspectos:

a) segurança;
b) proteção da vida e da saúde humana, animal e vegetal;
c) proteção do meio ambiente; e
d) prevenção de práticas enganosas de comércio.

V - Executar, coordenar e supervisionar as atividades de metrologia legal e de avaliação da


conformidade compulsória por ele regulamentadas ou exercidas por competência que lhe seja
delegada.
VI - Atuar como órgão acreditador oficial de organismos de avaliação da conformidade.
VII - Registrar objetos sujeitos a avaliação da conformidade compulsória, no âmbito de sua
competência.
VIII - Planejar e executar atividades de pesquisa, ensino e desenvolvimento científico e tecnológico em
metrologia, avaliação da conformidade e áreas afins.
IX - Prestar serviços de transferência tecnológica e de cooperação técnica voltados à inovação e à
pesquisa científica e tecnológica em metrologia, avaliação da conformidade e áreas afins.
12
X - Prestar serviços visando ao fortalecimento técnico e à promoção da inovação nas empresas
nacionais.
XI - Produzir e alienar materiais de referência, padrões metrológicos e outros produtos relacionados.
XII - R ealizar contribuições a entidades estrangeiras congêneres, cujos interesses estejam amparados
em acordos firmados entre si ou entre os respectivos países, como uma única ação.
XIII - Designar entidades públicas ou privadas para a execução de atividades de caráter técnico nas
áreas de metrologia legal e de avaliação da conformidade, no âmbito de sua competência
regulamentadora.

XIV - Atuar como órgão oficial de monitoramento da conformidade aos princípios das boas práticas de
laboratório.
XV - Conceder bolsas de pesquisa científica e tecnológica para o desenvolvimento de tecnologia, de
produto ou de processo, de caráter contínuo, diretamente ou por intermédio de parceria com
instituições públicas ou privadas.
XVI - Estabelecer parcerias com entidades de ensino para a formação e especialização profissional nas
áreas de sua atuação, inclusive para programas de residência técnica.
XVII - Anuir no processo de importação de produtos por ele regulamentados que estejam sujeitos a
regime de licenciamento não automático ou a outras medidas de controle administrativo prévio ao
despacho para consumo.
XVIII - Representar o p aís em foros regionais, nacionais e internacionais sobre avaliação da
conformidade.

§ 1º Para o exercício da competência prevista no inciso V do caput, o Inmetro poderá celebrar, com
entidades congêneres dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, convênios, termos de
cooperação, termos de parceria e outros instrumentos contratuais previstos em lei.
§ 2º As bolsas de que trata o inciso XV do caput poderão ser concedidas para estrangeiros que
preencham os requisitos legais para a permanência no país. (NR)

Art. 4º .........................................................................

§ 1º As atividades materiais e acessórias da metrologia legal e da avaliação da conformidade


compulsória, de caráter técnico, que não impliquem o exercício de poder de polícia administrativa,
poderão ser realizadas por terceiros mediante delegação, acreditação, credenciamento, designação,
contratação ou celebração de convênio, termo de cooperação, termo de parceria ou instrumento
congênere, sob controle, supervisão e/ou registro administrativo pelo Inmetro.

13
3.4. Cronotacógrafo – instalação e uso obrigatórios

Conforme relatam alguns fabricantes e


antigos técnicos das oficinas de
cronotacógrafos, esse instrumento está
há muito tempo em uso no Brasil, por
iniciativa própria dos seus usuários.
Contudo, do ponto de vista legal, o
instrumento passa a ser uma exigência,
de acordo com a cronologia apresentada
a seguir.

16 de janeiro de 1968 – Foi publicado o Decreto nº 62.127 (revogado), que aprova o


Regulamento do Código Nacional de Trânsito. Esse documento instrui a obrigatoriedade do
uso de cronotacógrafo em veículos destinados ao transporte de escolares.

Verificados os efeitos positivos causados na frota de veículos escolares, novas medidas


foram sendo aplicadas.

18 de maio de 1988 – O Decreto nº 96.044, em seu artigo 5º, instituiu a obrigatoriedade


do cronotacógrafo em veículos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 5º Para o transporte de produto perigoso a granel, os veículos deverão estar equipados
com tacógrafo, ficando os discos utilizados à disposição do expedidor, do contratante, do destinatário e
das autoridades com jurisdição sobre as vias, durante três meses, salvo no caso de acidente, hipótese
em que serão conservados por um ano.

21 de julho de 1988 – O Decreto nº 96.388 revogou o de nº 62.127, ampliando a


obrigatoriedade para os veículos novos com mais de dez lugares e os de capacidade
máxima de tração (CMT) superior a 19 toneladas.

Art. 1° O Decreto n° 62.127, de 16 de janeiro de 1968, passa a vigorar com a seguinte alteração:
"Art 92. ................................................
I - ................................................... ...
t) registrador de velocidade (tacógrafo) que substituirá o velocímetro nos veículos
destinados ao transporte de escolares, e, desde sua fabricação, nos veículos novos destinados ao
transporte de passageiros com mais de dez lugares e ao transporte de carga com capacidade máxima
de tração (CMT) igual ou superior a dezenove toneladas.
Art. 2° O registrador de velocidade (tacógrafo), para os veículos novos previstos na
letra t do inciso I do art. 92 do Decreto n° 62.127, de 16 de janeiro de 1968, com a redação dada pelo
art. 1°, tornar-se-á obrigatório no prazo de:

I dois anos, para veículos de carga com capacidade máxima de tração (CMT) inferior ou
igual a trinta toneladas;

II cento e oitenta dias, para os demais veículos.

Art. 3° Fica mantida a obrigatoriedade do uso do registrador de velocidade (tacógrafo) nos


demais casos previstos na legislação vigente.
Art. 4° Caberá aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito a fiscalização do
cumprimento deste Decreto, observadas as normas fixadas pelo Conselho Nacional de Trânsito.
14
23 de setembro de 1997 - Foi publicada a Lei nº 9.503, que revoga o CNT de 1968, aprova
o novo Código de Trânsito Brasileiro e cita, no seu artigo 105:

Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo
Contran:
[...]
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de passageiros com
mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis
quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

§ 1º O Contran disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos veículos e determinará


suas especificações técnicas.

§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os


revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste
artigo, e com os demais estabelecidos pelo Contran.

[...]

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm

6 de fevereiro de 1998 - A Resolução nº 14 do Contran estabelece os equipamentos


obrigatórios para a frota de veículos em circulação entre outras providências:

Considerando que os veículos automotores, em circulação no território nacional, pertencem a


diferentes épocas de produção, necessitando, portanto, de prazos para a completa adequação aos
requisitos de segurança exigidos pela legislação; resolve:

Art. 1º Para circular em vias públicas, os veículos deverão estar dotados dos equipamentos
obrigatórios relacionados abaixo, a serem constatados pela fiscalização e em condições de
funcionamento.

I) Nos veículos automotores e ônibus elétricos:

21) registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo, nos veículos de transporte e


condução de escolares, nos de transporte de passageiros com mais de dez lugares e nos de carga com
capacidade máxima de tração superior a 19t.

Art. 2º. Dos equipamentos relacionados no artigo anterior, não se exigirá:

II) registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo:

a) nos veículos de carga fabricados antes de 1991, excluídos os de transporte de escolares, de


cargas perigosas e de passageiros (ônibus e microônibus), até 1°de janeiro de 1999;
b) nos veículos de transporte de passageiros ou de uso misto, registrados na categoria particular
e que não realizem transporte remunerado de pessoas.
www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao014_98.doc

15
4 d e maio de 1999 - A Resolução Contran nº 87 dá nova redação à Resolução n°14,
estabelecendo prazos para adequação.

Art. 1º O art. 2º da Resolução nº 14/98 passa a vigorar com a seguinte redação:


[...]

Art.2º Dos equipamentos relacionados no artigo anterior, não se exigirá:

III) Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo:

a) para os veículos de carga com capacidade máxima de tração inferior a 19 (dezenove) toneladas,
fabricados até 31 de dezembro de 1990;
[..]
c) até 30 de setembro de 1999, para os veículos de carga com capacidade máxima de tração inferior a
19 toneladas, fabricados a partir de 1o de janeiro de 1991;

d) até 30 de setembro de 1999, para os veículos de carga com capacidade máxima de tração igual ou
superior a 19 (dezenove) toneladas, fabricados até 31 de dezembro de 1990.

Art. 2º Prorroga para 30 de setembro 1999 a entrada em vigor do disposto no inciso II do art. 6º da
Resolução nº 14/98-Contran.

Art. 3º Fica mantida a obrigatoriedade do uso do registrador inalterável de velocidade e tempo para os
veículos de transporte de cargas de produtos perigosos, escolares e de passageiros com mais de 10
(dez) lugares (ônibus e microônibus).

www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao087_99.doc

4 de maio de 1999 – F o i publicada a Resolução Contran nº 92, que dispõe sobre


os requisitos técnicos mínimos que o cronotacógrafo deve atender para se adequar ao
Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 7o O registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo e o disco ou fita-diagrama, para a


aprovação pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, deverá ser certificado pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) ou por entidades por ele
credenciadas.
www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao092_99.doc.

IMPORTANTE

Observe que, somente a partir da Resolução 92, o Inmetro está formalmente designado para
certificar os cronotacógrafos e, dessa forma, contribuir para a regularidade dos veículos e segurança
no trânsito.
É importante compreender que o Inmetro não tem competência legal para a fiscalização do
trânsito, cabendo a ele apenas o controle legal do cronotacógrafo.

16
3.5. A adequação do cronotacógrafo às regras metrológicas

Ao respeitar o princípio da
legalidade, antes apresentado, o Inmetro
passou à análise e ao desenvolvimento
de normas técnicas para o exercício
do controle legal sobre o cronotacógrafo,
sem as quais seria irregular qualquer
iniciativa de controle legal.
A base para os deveres do Inmetro
em relação aos cronotacógrafos está na
Resolução Conmetro nº 11.

12 de outubro de 1988 – Foi publicada a Resolução Conmetro nº 11, que aprova a


regulamentação metrológica, tratando das obrigações do Inmetro relacionadas aos
aspectos legais, em destaque o item nº 8:

Capítulo III
Dos Instrumentos de medir, das medidas materializadas e do modo de utilizá-las.

8. Os instrumentos de medir e as medidas materializadas, que tenham sido objeto de atos normativos,
quando forem oferecidos à venda; quando forem empregados em atividades econômicas; quando forem
utilizados na concretização ou na definição do objeto de atos em negócios jurídicos de natureza
comercial, civil, trabalhista,fiscal, parafiscal, administrativa e processual; e quando forem empregados
em quaisquer outras medições que interessem à incolumidade das pessoas, deverão,obrigatoriamente:
a) corresponder ao modelo aprovado pelo Inmetro;
b) ser aprovados em verificação inicial, nas condições fixadas pelo instituto;
c) ser verificados periodicamente.

1º de junho de 1990 – Entrou em vigor a Portaria Inmetro nº 83 (revogada), que busca


atender recomendações internacionais propostas pela OIML onde o Brasil teve
participação. Entre as recomendações, destacamos:

Art. 1º Os instrumentos de medir e as medidas materializadas compreendidos no campo da


metrologia e sujeitos a atos normativos são os constantes do Anexo A, sem prejuízo de outros que
possam surgir da evolução tecnológica.

[...]

Anexo A
INSTRUMENTOS DE MEDIR, MEDIDAS MATERIALIZADAS E MEDIÇÕES SUJEITOS AO CONTROLE
METROLÓGICO

A.3.4 Cronotacógrafo, aparelhos de medir a velocidade, radares de controle de tráfego,


cronômetros automáticos, instrumentos de medir distâncias, etilômetros, manômetros pneumáticos e
manômetros, vacuômetros e manovacuômetros.

17
8 de janeiro de 1999 – A Portaria Inmetro nº 01 (revogada) aprovou o primeiro
Regulamento Técnico Metrológico (RTM), estabelecendo as condições a que devem
satisfazer os cronotacógrafos. Essa portaria teve importância porque estabeleceu regras de
qualidade e igualdade entre os modelos de cronotacógrafos, que passaram a obedecer aos
requisitos técnicos regulamentados. Por exemplo:

8) Controle metrológico
8.1 Aprovação de modelo
8.1.1 Nenhum cronotacógrafo pode ser comercializado ou exposto à venda sem corresponder ao modelo
aprovado, bem como sem ter sido aprovado em verificação inicial.
[...]
8.3 Verificações periódicas e eventuais
8.3.1 As verificações periódicas, de caráter obrigatório, serão efetuadas a cada dois anos.
[...]
8.3.2 As verificações eventuais serão efetuadas sempre que houver reparo, reinstalação do instrumento
ou a pedido do usuário ou quando as autoridades competentes julgarem necessário.

Com o passar do tempo, foi identificada a necessidade de revisar o RTM da Portaria Inmetro
nº 01/1999, que foi revogada, considerando várias oportunidades de melhoria e a evolução
das tecnologias aplicadas. Em seu lugar, foi editado o regulamento que utilizamos até hoje,
aprovado pela Portaria Inmetro nº 201/2004.

2 de dezembro de 2004 – Foi publicada a Portaria nº 201, que aprova o atual RTM para
cronotacógrafos, estabelecendo os critérios para a aprovação de modelos, verificação
inicial e verificações subsequentes.

4. A formação da rede de serviços em cronotacógrafos

4.1. O posto de selagem cadastrado

O Edital Inmetro nº 01/2013, que estabelece o regulamento para o cadastramento e


o credenciamento do posto de selagem, define o seguinte pré-requisito:

Art. 11. Fica estabelecido que a condição de posto


de selagem é critério de aceitação para a fase de
credenciamento dos postos de ensaio em
cronotacógrafos, de acordo com os anexos deste
edital.
Nesse sentido, para que v o c ê
compreenda o objetivo deste curso
(formar operadores de ensaios
metrológicos), é importante estudar a
origem dos postos credenciados pelo
Inmetro, e o primeiro passo consiste no
cadastramento da oficina.

18
4.2. O cadastramento das oficinas de manutenção

O cadastramento, de modo geral, é uma


ferramenta administrativa que objetiva firmar garantias.
Por exemplo, a compra de produtos em prestações, a
abertura de uma conta bancária ou a inscrição em um
curso são operações cotidianas que exigem certas
informações documentadas para que o pretendente
tenha os benefícios almejados.

Fonte: www.ivovalente.com.br.

Todo o cidadão brasileiro é reconhecido entre os demais pelo número do seu


Cadastro de Pessoa Física (CPF). Ao constituir uma empresa, seu responsável deve obter o
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O CPF e o CNPJ são registros que o governo
federal tem a responsabilidade de guardar para que ambos tenham a sua individualidade
reconhecida e garantida.
Existem diversos conceitos de cadastramento, todos específicos a uma área de
interesse. Para o cadastramento de oficinas de manutenção, o conceito se define conforme
o exposto a seguir.

4.3. O conceito de cadastramento

Cadastramento é o procedimento administrativo executado pelo Inmetro ou seus


Órgãos Delegados com o objetivo de registrar informações garantidoras de que a empresa
candidata existe como pessoa jurídica e se apresenta legalmente constituída. Os termos do
cadastramento certificam se a empresa atende às normas gerais vigentes para os serviços
que ela presta e se ela tem qualificações de acordo com os termos e requisitos do edital
para cadastramento de oficinas e postos de selagem e credenciamento de postos de ensaio.

Podemos observar que o cadastramento estabelece a vinculação de três


informações básicas:

1. Informações que identificam a empresa entre as demais.

2. Informações que situam o domicílio da Empresa.

3. Informações sobre as qualificações da empresa, que são de especial interesse do


Inmetro.

19
4.4. O cadastramento e as obrigações de quem presta serviços metrológicos

A obrigação estabelecida pela Lei Federal nº 12.545, de 2011, confere ao Inmetro o


dever de controlar pessoas e empresas que atuam prestando serviços em medidas e
instrumentos que representam objeto de interesse do Estado. Nesse sentido, o táxi que
eventualmente você utiliza tem o taxímetro controlado pelo Inmetro, bem como a oficina
que o instalou e presta serviços de manutenção. A bomba medidora de
combustível, a balança usada na padaria, assim como o cronotacógrafo, também são
controlados, inclusive as oficinas que lhes prestam serviços.

4.5. A finalidade do cadastramento

A principal finalidade do cadastramento de oficinas é a construção de uma rede


capaz de executar o exame para o reconhecimento dos fatores “k” e “w” e a selagem em
todos os instrumentos apresentados para a instalação e manutenção preventiva ou
corretiva de cronotacógrafos.
Considerando que o selo plástico numerado e o selo adesivo são documentos tão
importantes quanto o certificado de verificação, esses não devem ser tratados como algo
que pode ser utilizado de forma descontrolada.
Cada selo concedido a uma empresa tem o seu número de série controlado do
momento que sai da gráfica que o fabricou, passando por uma série de etapas, até o
momento em que é destruído pela remoção do cronotacógrafo.

4.6. O significado da selagem

O objetivo da aposição da selagem,


além de impedir o acesso aos mecanismos, é
informar que o instrumento obteve serviços
prestados por uma empresa legalmente
capacitada para remover e instalar selos do
Inmetro, atestando e garantindo que todas as
condições atendem plenamente às normas.

A instalação (aposição) dos selos


significa que aquele cronotacógrafo possui
rastreabilidade, ou seja, é possível
reconhecer em sequência todas as etapas
pelas quais o instrumento passou e quem são
os responsáveis a cada intervenção.

20
4.7. A gratuidade da selagem

Muita polêmica tem ocorrido nos postos de selagem cadastrados devido à cobrança por serviços
prestados. Por isso, é importante compreender que:

a. O fornecimento e a aplicação dos selos e arames nos cronotacógrafos são


gratuitos, visto que o Inmetro não cobra pelo fornecimento desses insumos. Portanto, os
materiais (selos e arames) não podem ser cobrados.

b. Os serviços de calibração em pista reduzida para corrigir o coeficiente “w”, o uso


de padrões de bancada ou portáteis, a remoção e a reinstalação do cronotacógrafo estão
sujeitos a remuneração. Portanto, os serviços podem ser cobrados, observados os termos do
artigo 9º do Edital Inmetro nº 01, de 19 de setembro de 2013:

Art. 9° As atividades autorizadas pelo Inmetro neste edital estão restritas à selagem
e aos ensaios metrológicos de cronotacógrafos, em nada regulando ou autorizando quanto à
exploração dos serviços de instalação, conserto e manutenção destes instrumentos, pelo
que as atividades estão excluídas do escopo da Portaria Inmetro nº 88, de 8 de julho de
1987.

4.8. Rastreabilidade

De acordo com o Vocabulário Internacional e Metrologia (VIM) de 201211, rastreabilidade


metrológica “é a propriedade dum resultado de medição pela qual tal resultado pode ser
relacionado a uma referência através duma cadeia ininterrupta e documentada de
calibrações, cada uma contribuindo para a incerteza de medição”.

11
Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). 1a edição
luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012). CIDIT/SEPUB.p. 28.

21
4.9. Cadeia de rastreabilidade metrológica

Ainda no VIM 201212, encontramos o seguinte conceito:

“Cadeia de rastreabilidade metrológica é a sequência de padrões e calibrações utilizada para


relacionar um resultado de medição a uma referência”.

Em outras palavras, rastreabilidade é um atributo que permite reconhecer a


qualidade metrológica aplicada na calibração e/ou ajuste de um instrumento, sendo
possível traçar uma linha que nos leva até o padrão internacional que referencia todos os
demais.

A rastreabilidade exige o registro legalmente documentado de todo o procedimento


e resultados, em geral, feito através de Laudo de Exame de Calibração ou Certificado de
Verificação.
Assim, qualquer instrumento que você utilize na empresa onde trabalha pode ser
rastreado, bem a origem dos parâmetros da calibração d e s s e i n s t r u m e n t o até
chegar ao padrão de referência mundial.

4.10. Quais instrumentos podem ser selados?

Em primeiro lugar, devemos entender quais os limites estabelecidos entre os


prestadores de serviços em cronotacógrafos e, com esse objetivo, vamos reconhecer
distintas classes para a execução da selagem. As citadas classes estão no artigo 1º do Edital
nº 01/2013, conforme veremos a seguir.

I – Empresa instaladora: Fabricante,


montadora ou encarroçadora autorizada
pelo Inmetro que declara possuir
equipamento e mão de obra qualificada
para executar a instalação e a afixação
de selos em cronotacógrafos novos
exclusivamente nos veículos novos que
fabrica e/ou comercializa.

A empresa, diretamente ligada à construção de veículos, pode ter um setor


encarregado da fixação dos selos nos cronotacógrafos novos que ela instala nos veículos
novos não comercializados da marca que representa.

12
Idem, p. 28.

22
V – Oficina autorizada: Empresa que
declara possuir equipamento e mão de
obra qualificada para executar a
manutenção de cronotacógrafos, com
competência técnica para atuar como
prestador de serviços de instalação, reparo
e manutenção dos instrumentos que
fabrica e/ou comercializa.

Esse requisito permite que as fábricas de cronotacógrafos encaminhem


procedimentos para cadastrar outras empresas vinculadas à marca como oficina
autorizada. Esse cadastramento permite a execução dos exames preliminares e a selagem
do Inmetro exclusivamente nos cronotacógrafos fabricados pela empresa e naqueles que a
fábrica legalmente representa.

VI – Oficina de selagem: Pessoa


jurídica, pública ou privada, cuja
área comercial de atuação não inclui
a manutenção de cronotacógrafos,
mas que declara possuir
equipamentos e mão de obra
qualificada para executar a
manutenção de cronotacógrafos. É
cadastrada pelo Inmetro ou por
Órgão Delegado do Inmetro para,
exclusivamente, realizar a selagem
dos cronotacógrafos dos veículos
pertencentes à frota sob sua
responsabilidade.

Empresas transportadoras, ou qualquer outra empresa que tenha frota própria, poderá ser
cadastrada para, exclusivamente, executar os exames preliminares e a selagem com as
marcas do Inmetro nos cronotacógrafos instalados nos veículos sob a sua responsabilidade.

23
VII – Posto de selagem: Oficina que,
atendendo às exigências deste edital, é
cadastrada pelo Inmetro ou por órgão
integrante da RBMLQ-I para afixação dos
selos (denominada “selagem” no âmbito
deste edital) e realização de ensaio
preliminar em cronotacógrafos.

São empresas constituídas para a finalidade de comercializar a prestação de serviços


em cronotacógrafos. A sua atividade não faz parte de uma fábrica de veículos ou de uma
fábrica de cronotacógrafos e, de forma alguma, está ligada a empresa transportadora ou
algum tipo de associação ligada à classe transportadora.
A empresa certificada como posto de selagem cadastrado pode executar os exames
preliminares e a selagem em todas as marcas de cronotacógrafos que se apresentem em
condições legais de uso.

O atual Edital Inmetro nº 01, de 2013, estabelece no seu artigo 3º a seguinte


permissão:
Os postos de selagem estão autorizados a realizar a selagem de todos os
modelos de cronotacógrafo aprovados pelo Inmetro ou que estejam de
acordo com a Portaria Inmetro nº 001, de 2 de janeiro de 2013, bem como
solicitar ao Inmetro a emissão dos respectivos Certificados de Ensaio
Preliminar, nos termos deste edital.

O posto de selagem é a única classe de prestador de serviços em cronotacógrafos que


pode se candidatar ao credenciamento como posto de ensaio metrológico, tendo em vista
sua isenção, quer dizer, a sua condição não aponta conflitos de interesse que possam
afetar a tomada de decisões da empresa.

4.11. As garantias bilaterais que o cadastramento oferece

Ao longo do item cadastramento, você deve ter observado que não se faz
referência ao controle do Inmetro com relação aos serviços de manutenção
e conserto dos cronotacógrafos. Isso porque a instituição controla os resultados
derivados desses serviços.

Ao Inmetro e seus Órgãos Delegados cabe instruir e controlar somente as atividades


metrológicas executadas pelas oficinas cadastradas como posto de selagem. Essas
atividades estão restritas aos exames preliminares em pista reduzida com uso de padrões,
à conservação e uso das marcas de selagem e às tarefas administrativas de informação da
selagem.
Para o Inmetro, está formalizada a garantia de que os serviços em cronotacógrafos
são executados por pessoas competentes, devidamente estabelecidas e bem equipadas e
que, por vontade própria, se dispuseram a contribuir para a regularização dos instrumentos
e se submeter às normas legais.
24
Para a empresa cadastrada como posto de selagem, a instituição retribui com o
reconhecimento público que formaliza a sua competência entre as demais oficinas. Além
disso, ocorre a garantia dos serviços prestados, através das marcas de selagem, cuja
remoção não autorizada provoca a intervenção do Inmetro para apurar e penalizar o
infrator.

4.12. O posto de ensaio credenciado

Antes de apresentarmos os serviços


metrológicos que ocorrem no posto de ensaio,
primeiro vamos conceituar alguns termos para
que você possa compreender as
responsabilidades da atividade.

Simulador de pista
4.13. O contrato administrativo

Para compreender as responsabilidades, v o c ê precisa estar ciente de que, para


a execução dos ensaios metrológicos, a empresa credenciada deve firmar contrato
administrativo com o Inmetro. De acordo com os ensinamentos de Meirelles13, contrato
administrativo é:
“O ajuste que a administração pública, agindo nessa qualidade, firma com
o particular ou com outra entidade administrativa para a consecução de
objetivos de interesse público, nas condições desejadas pela própria
administração”.

Entretanto, antes do contrato, a empresa passa pelo processo de avaliação das suas
qualificações dentro de um procedimento regulamentar chamado “credenciamento”.

Em geral, as necessidades de aquisição de material e serviços, para que a


administração pública cumpra com os seus objetivos, são obtidas obedecendo às rígidas
normas estabelecidas pela Lei de Licitações e Contratos14, a Lei Federal nº 8.666/1993.

A Lei de Licitações e Contratos determina que a compra de materiais ou de serviços


deve resultar de uma concorrência entre fornecedores que se apresentam mediante
publicação no Diário Oficial da União e, pelo menos, três importantes jornais de grande
circulação.

Imagine que, para cada cidade onde existe um posto de ensaio, o Inmetro teria que
formalizar a abertura de uma concorrência para eleger uma empresa, porém a necessidade
real é que precisamos do maior número possível de postos de ensaio para atender à
crescente frota de veículos que circulam pelo Brasil.

13
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 12. Ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 172-173.
14
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm

25
Ocorre que, para atender a essa necessidade, existe a possibilidade legal de
contratação com a dispensa da concorrência chamada “licitação”. Essa forma de
contratação chama-se credenciamento.

4.14. O credenciamento

Credenciamento é o procedimento administrativo utilizado para a aquisição dos


serviços de ensaios metrológicos, visto que não existe concorrência e todos os que se
apresentam qualificados são contratados, obedecendo-se a normas publicadas em e dital
de convocação.
Logo, quando a administração necessita de especial atendimento de interesse
público que justifique a ausência de competição pela aceitação regrada por requisitos
legais, é lícito contratar, segundo entendimento da professora Tanaka15:

A vantagem do referido sistema é justamente esta: após a avaliação de


toda a documentação encaminhada pelos interessados, estes restarão
credenciados junto à administração pública, que poderá, a qualquer
momento e independentemente de qualquer outro procedimento,
contratá-los para a prestação dos serviços que se fizerem necessários,
observadas as condições estabelecidas no instrumento convocatório,
inclusive o preço.

Cabe salientar que todo posto de ensaio credenciado pelo Inmetro é uma
empresa privada. Sua constituição obedece às normas estabelecidas pelo direito privado,
contudo, mantido o credenciamento, essa também fica sujeita às regras do direito
administrativo nos termos relacionados à prestação do serviço de interesse público que
presta ao Inmetro, de forma material e acessória.
A permissão legal para o credenciamento está prevista na Lei Federal nº 9.933, de
20 de dezembro de 1999, com alterações dadas pela Lei Federal nº 12.545, de 2011.

Art. 4º O Inmetro poderá delegar a execução de atividades de sua


competência.
[...]
§ 1º. As atividades materiais e acessórias da metrologia legal e da
avaliação da conformidade compulsória, de caráter técnico, que não
impliquem o exercício de poder de polícia administrativa, poderão ser
realizadas por terceiros mediante delegação, acreditação,
credenciamento, designação, contratação ou celebração de convênio,
termo de cooperação, termo de parceria ou instrumento congênere, sob
controle, supervisão e/ou registro administrativo pelo Inmetro (incluído
pela Lei nº 12.545, de 2011).

Além dos postos privados (credenciados), existem os postos de ensaio do Inmetro e


seus Órgãos Delegados, operados por servidores públicos que, diferentemente dos
credenciados, não possuem oficina de manutenção e não executam selagem, executando
ensaios apenas em veículos já selados.

15
TANAKA, Sônia Y. K. Sistema de credenciamento: hipótese de inexigibilidade de licitação: requisitos necessários:
considerações. BLC - Boletim de Licitações e Contratos. São Paulo: Editora NDJ, maio 2003, p. 334.
26
4.15. Os Postos de Verificação do Inmetro e seus Delegados

Até o momento, apresentamos


informações sobre o posto cadastrado
responsável pela preparação do
cronotacógrafo e o posto credenciado
responsável pelo ensaio do
cronotacógrafo.
Agora vamos abordar a ponta final
da rede de serviços, cuja
responsabilidade consiste na
verificação metrológica dos registros
encaminhados e na decisão do
resultado que encerrará o
procedimento.
Leitura de disco de cronotacógrafo

O Vocabulário Internacional de Termos de Metrologia Legal ( VIML), aprovado pela


Portaria Inmetro nº 163, de 2005, traz a seguinte definição:

3.12. Verificação de um instrumento de medição: procedimento que


compreende o exame, a marcação e/ou a emissão de um certificado de
verificação e que constata e confirma que o instrumento de medição
satisfaz às exigências regulamentares.

Ao observarmos o conceito, podemos perceber que:

1. O exame do instrumento de medição (cronotacógrafo) é executado em duas fases:

Fase preparatória Ocorre no posto cadastrado (oficina), onde o instrumento é


examinado, calibrado e/ou ajustado e, finalmente, selado.

Fase executória Ocorre no posto de ensaio, onde é executado o exame do veículo, do


instrumento, da selagem e dos documentos. Estando de acordo, é executado o ensaio
metrológico sobre o banco de rolos ou em pista reduzida.

Note que apenas nessas fases, de fato, se permite a manipulação do instrumento


aos cuidados dos postos cadastrados e dos credenciados, ou seja, por empresas particulares
que detêm a confiança do Inmetro e o compromisso ético firmado.

2. A marcação não pode ser confundida com a instalação das marcas de selagem.
Marcação é a aposição (fixação) de uma marca de verificação adesiva que objetiva
identificar que o instrumento foi verificado e aprovado pelo Inmetro. A marcação ou marca
de verificação não objetiva selar ou impedir o acesso a determinados componentes do
instrumento. Portanto, a marcação não é um procedimento executado nos cronotacógrafos.

27
3. A emissão do Certificado de Verificação substitui a marcação. É atribuição exclusiva do
Inmetro, não podendo ser executada pelos entes cadastrados e credenciados.
A emissão do Certificado de Verificação requer poder de polícia administrativa e fé
Pública, que fazem parte do poder/dever confiado aos servidores do Inmetro e a o s
seus Órgãos Delegados.

4. A constatação e a confirmação das exigências regulamentares são executadas pelo


Inmetro através dos registros que o posto credenciado encaminha. Dessa forma, a
avaliação do resultado depende da qualidade das informações encaminhadas e da
qualidade do disco ou da fita-diagrama registrada durante o ensaio.

Você deve ter observado que todo o trabalho realizado pela nossa rede de
prestadores de serviços em cronotacógrafos tem seu objetivo final representado pela
emissão do Certificado de Verificação do cronotacógrafo. A emissão do certificado significa
que o instrumento foi aprovado. Nesse documento, constam as informações colhidas
pelos postos de selagem e de ensaio, permitindo rastrear tudo o que diz respeito ao
trabalho realizado.

Através do Certificado de Verificação, podemos identificar o responsável pela


selagem, o padrão e o laudo de calibração da oficina, o técnico responsável e os
certificados de capacitação que ele possui, assim como as empresas que certificaram os
técnicos e os equipamentos, etc. Com a mesma facilidade, através do certificado, podemos
rastrear o posto credenciado que realizou o ensaio e o posto de verificação que emitiu o
certificado, assim, seguindo uma linha que nos levará ao topo da hierarquia representada
pela Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML).

28
Parte II

Taxa metrológica
Sumário

1. A taxa metrológica ........................................................................................................ 30

1.1. Fato gerador ................................................................................................................... 31

1.2. O exercício regular do poder de polícia .................................................................... 32

1.3. A prestação de serviços ................................................................................................ 33

1.4. O valor definido como taxa metrológica ................................................................... 34

1.5. A forma de pagamento da taxa metrológica ............................................................ 34

1.6. O trâmite bancário e a liberação para a prestação dos serviços ......................... 34

1.7. Os serviços executados pelos cadastrados e credenciados cobertos pelo


pagamento da taxa ...................................................................................................................... 35

1.8. O ressarcimento, pelo Inmetro, dos serviços prestados pela rede ....................... 35

1.9. Primeira condição para a realização dos serviços ................................................... 36

1.10. Cuidado com a intenção de ser prestativo................................................................ 36


A partir de agora, vamos tratar de assuntos que vão fazer parte da rotina dos ensaios
em cronotacógrafos, trazendo algumas informações que explicam a necessidade do
cumprimento regulamentar das funções.

1. A taxa metrológica

Em primeiro lugar, é importante saber que o serviço metrológico em cronotacógrafos,


para ser executado, depende do pagamento antecipado da obrigação tributária classificada
como “taxa metrológica”.

A legalidade da arrecadação do tributo está fundamentada na base legal mais


importante do país, a Constituição Federal de 1988, que, no artigo 145, assim determina:

TÍTULO VI
Da Tributação e do Orçamento
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

A Constituição Federal trata dos assuntos de interesse geral, de forma ampla e


superficial, cabendo à elaboração de lei específica para aprofundar certas obrigações e
direitos.
É o caso da Lei Federal nº 5.172, de 25 de o utubro de 1966, que institui o Código
Tributário Nacional (CTN),16 que, no artigo 3º, define o que é tributo:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

Adiante, o CTN conceitua o tipo de tributo classificado como taxa:

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos m unicípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.

16 F o n t e : .
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm

30
Observe que o conceito de taxa determina que a sua obrigação tenha certo fato
gerador.

1.1. Fato gerador

É a fonte da obrigação tributária que, nesse caso, está contida no decreto-lei que
ordena a verificação periódica do cronotacógrafo mediante o pagamento da taxa
metrológica.

A Lei Federal nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999, dispõe sobre as


competências do Conmetro e do Inmetro, institui a Taxa de Serviços Metrológicos e dá
outras providências:

Art. 11. É instituída a Taxa de Serviços Metrológicos, que tem como fato gerador o exercício do poder de
polícia administrativa na área de metrologia legal pelo Inmetro e pelas entidades de direito público que
detiverem delegação.
Art. 11-A. O lançamento das taxas previstas nesta l ei ocorrerá pela emissão de guia específica para o seu
pagamento, regulamentada pela Secretaria do Tesouro Nacional, com efeito de notificação e de constituição
dos créditos tributários do Inmetro (incluído pela Lei nº 12.545, de 2011).

A Lei Federal nº 12.545, de 14 de dezembro de 2011, entre outras, altera as leis nº 5.966, de
11 de dezembro de 1973, e 9.933, de 20 de dezembro de 1999, e dá outras providências.

Art. 59. A Taxa de Serviços Metrológicos, instituída pelo art. 11 da Lei nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999,
passa a vigorar com os valores constantes do Anexo II desta lei (produção de efeito).
[...]

Parte da tabela de taxas publicada no Anexo II da Lei nº 12.249, de 2010.

31
A obrigação tributária, referente ao uso do cronotacógrafo apresenta como fato
gerador os elementos a seguir.

1.2. O exercício regular do poder de polícia

Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.


[...]
Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 28 de dezembro de 1966 ).
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a
lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

O Inmetro exerce poder de polícia em


razão de lei que assim determina, visto que a
instituição, como órgão máximo responsável
pela metrologia no Brasil, tem seu
poder/dever estruturado segundo as normas
da administração pública.

Lei nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999.


[...]
Art. 3º O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), autarquia vinculada ao Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei nº 5.966, de 1973, é competente para
(redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011):
[...]
III - exercer, com exclusividade, o poder de polícia administrativa na área de metrologia legal.

32
1.3. A prestação de serviços

Contida no fato gerador, que legaliza a cobrança compulsória da taxa, está a efetiva
prestação dos serviços de selagem, ensaios, verificação e fiscalização, realizada pela rede
de serviços montada especificamente para o atendimento das obrigações decorrentes do
uso do cronotacógrafo.

Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. [...]


Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - Utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade
administrativa em efetivo funcionamento.
II - Específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade ou de
necessidades públicas.
III - Divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

33
1.4. O valor definido como taxa metrológica

De acordo com a tabela que consta no Anexo II da Lei nº 12.249, de 11 de junho de


2010, já citada, o valor da taxa metrológica para cada instrumento é de R$149,00 (cento e
quarenta e nove reais).

O serviço executado pelos postos de selagem e pelos postos credenciados pertence


ao processo de verificação subsequente, portanto, independentemente da quantidade de
instrumentos apresentada por um responsável, o valor para cada unidade é de
R$149,00 (cento e quarenta e nove reais).

1.5. A forma de pagamento da taxa metrológica

O artigo 11-A da Lei nº 9.933, de 1999, estabelece que o pagamento da taxa


metrológica seja feito exclusivamente pela rede bancária com o uso de Guia de
Recolhimento da União (GRU).

1.6. O trâmite bancário e a liberação para a prestação dos serviços

Os serviços metrológicos prestados pelo Inmetro, incluída a verificação de


cronotacógrafos, são possíveis mediante a constatação de que a taxa que permite o serviço
está efetivamente paga.
Conforme norma para o recolhimento de tributos federais, a taxa metrológica deve
ser depositada em agência do Banco do Brasil, creditada na conta do Inmetro.
O sistema bancário, que observa a segurança dos lançamentos em garantia aos
depósitos, apresenta um prazo de até dois dias para oficializar o crédito ao Inmetro.
Somente após a confirmação do crédito é que a prestação dos serviços pode ter
início, com a execução do plano de selagem.

1.7. Os serviços executados pelos cadastrados e credenciados cobertos pelo


pagamento da taxa

A taxa é cobrada em razão do exercício regular do poder de polícia e da prestação


potencial ou efetiva de serviços. Essa é a justificativa formal do pagamento.
A prestação dos nossos serviços é efetiva e aos entes cadastrados e credenciados
cabe a execução das etapas citadas a seguir.

1. Aos Postos de Selagem cadastrados:


1.1. Lançamento das informações definidas no Edital nº 01/2013, na página web17, para serviços
em cronotacógrafos.
1.2. Execução da selagem nos cronotacógrafos de acordo com a portaria de aprovação de modelo
correspondente ao instrumento.
34
2. Aos Postos de Ensaio Credenciados:
2.1. Execução dos exames para declarar a integridade do instrumento.
2.2. Execução dos exames para declarar a integridade da selagem.
2.3. Execução do ensaio metrológico.
2.4. Registro, na página web, das informações do ensaio.

1.8. O ressarcimento, pelo Inmetro, aos serviços prestados pela rede

Na primeira parte desta apostila, você viu como a administração pública deve
proceder para a celebração de contratos. Demonstramos que, dada a peculiaridade dos
serviços e a necessidade de formar uma grande rede, é possível contratar sem a figura da
concorrência pública.
Adiante veremos com mais ênfase o efeito dos editais publicados pelo Inmetro
para convocar candidatos ao cadastramento como postos de selagem e ao credenciamento
como postos de ensaio. Em todos os editais constam os termos para o ressarcimento dos
serviços e, com mais detalhes, o ressarcimento é constado em cláusula contratual que
formaliza a atividade.

O edital Inmetro vigente, nº 01, de 19 de setembro de 2013, publica, no seu artigo


14, os seguintes termos:

Art. 14. O Inmetro pagará ao PEC, a título de remuneração, a quantia de R$ 70,52 (setenta reais e cinquenta e
dois centavos) para cada ensaio metrológico exigido para a verificação subsequente de cronotacógrafo, de
acordo com a emissão e o respectivo pagamento da Guia de Recolhimento da União (GRU), conforme o valor
definido no Anexo II, previsto no artigo 59 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010.
Folha nº 4, Edital 01, de 19 de setembro de 2013.
§ 1º A remuneração prevista neste item somente será devida nos casos em que o ensaio realizado se destinar a
subsidiar a verificação subsequente realizada pelo Inmetro com a comprovação do pagamento da respectiva
Guia de Recolhimento da União.

Você deve ter observado que a remuneração (ou ressarcimento) está prevista apenas
para o posto de ensaio credenciado (PEC). O valor unitário devido ao PEC corresponde a
47,32% do valor unitário, estabelecido como taxa metrológica devida ao Inmetro. Não há
previsão legal para o ressarcimento dos serviços executados pelo posto de selagem.

1.9. Primeira condição para a realização dos serviços

De acordo com a Lei Federal nº 12.249, de 2010, os serviços metrológicos


correspondentes à taxa só podem ocorrer após o banco ter acusado o recebimento.
A certeza do pagamento da taxa é feita mediante a apresentação do recibo de
pagamento emitido pelo banco e, principalmente, pela comprovação através de pesquisa
na página do Inmetro. 35
Você deve estar atento à apresentação de recibos do tipo “agendamento para
pagamento”, pois esse documento não atesta o pagamento de fato. Existe apenas a
intenção do pagamento em momento futuro (agendamento), podendo ser cancelado dentro
do período anterior à data fixada para o efetivo pagamento. A forma mais eficiente de
confirmar ou comprovar a efetivação do pagamento é consultando a página do Inmetro20.

1.10. Cuidado com a intenção de ser prestativo

Muitas vezes você vai se deparar com a situação a seguir.

Um cliente chega ao seu posto para executar o ensaio, entretanto o cronotacógrafo


não está selado e ele não efetuou o recolhimento da taxa para receber os serviços. Então
ele relata a você uma série de dificuldades que o impediram de realizar o pagamento da
taxa. Diante disso, você, com boa intenção, se oferece para receber diretamente o valor da
taxa para poder executar o serviço metrológico. Ou seja, você aceita a condição e executa
a selagem e o ensaio.

O que vai acontecer?

- Os selos estarão apostos no cronotacógrafo, mas não poderão ser registrados na página do
Inmetro, porque não existe confirmação de pagamento da taxa no banco.

- O cliente sairá do posto com a selagem no cronotacógrafo e com o ensaio realizado, mas
nenhum registro constará no sistema do Inmetro, porque a taxa não foi devidamente
quitada.

- Então o cliente é abordado por um policial


rodoviário e recebe uma multa 5. Os documentos
do veículo são apreendidos e a entrega da sua
carga (perecível) atrasa até que esse cliente
apresente o certificado do Inmetro. Tudo isso
porque você teve a boa intenção de ser prestativo.

Portanto, lembre-se da máxima:

“Na administração pública não há liberdade nem vontade pessoal.


Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei
não proíbe, na administração pública só é permitido fazer o que a lei
autoriza”.

36

Potrebbero piacerti anche