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QUESTÕES
DIREITO PENAL - GERAL 7. (2015/ CESPE/ TCE-RN/ Assessor Jurídico) Acerca da
aplicação da lei penal, dos princípios de direito penal e
1. (2018/ CESPE/ EMAP/ Analista) A respeito da aplicação do arrependimento posterior, julgue o item a seguir.
da lei penal, julgue o item a seguir. (( ) Pelo princípio da irretroatividade da lei penal,
(( ) No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a não é possível a aplicação de lei posterior a fato
teoria da ubiquidade quando se fala do tempo do anterior à edição desta. É exceção ao referido
crime, ou seja, o crime é considerado praticado no princípio a possibilidade de retroatividade da lei
momento da ação ou da omissão. penal benéfica que atenue a pena ou torne atípico
o fato, desde que não haja trânsito em julgado da
2.( ) (2013/ CESPE/ Policial Rodoviário Federal – sentença penal condenatória.
Superior) A extra-atividade da lei penal constitui
exceção à regra geral de aplicação da lei vigente à 8. (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA
época dos fatos. POLÍCIA FEDERAL) Julgue os itens subsequentes,
relativos à aplicação da lei penal e seus princípios.
3.( ) (CESPE/ 2018/ AGENTE DE POLÍCIA-POLÍCIA (( ) No que diz respeito ao tema lei penal no tempo,
FEDERAL) Se, durante o processo judicial a que José a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu
for submetido, for editada nova lei que diminua a período de vigência; a exceção é a extra-atividade
pena para o crime de receptação, ele não poderá se da lei penal mais benéfica, que comporta duas
beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro espécies: a retroatividade e a ultra-atividade.
norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente
à época do fato. 9. (2014/ CESPE/ Polícia Federal/ Agente de Polícia
Federal) No que se refere à aplicação da lei penal o item
4.( ) (CESPE/ 2018/ DELEGADO DE POLÍCIA-POLÍCIA abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de
FEDERAL) Manoel praticou conduta tipificada uma assertiva a ser julgada.
como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, (( ) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito.
esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser
conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos,
Nessa situação, Manoel responderá pelo crime Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do
praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de
a edição da nova lei. se fundamentar no instituto da retroatividade em
benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta
5. (2018/ CESPE/ EBSERH/ Advogado) Com referência à menos rigorosa que a lei Y.
lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso
de agentes e aos sujeitos da infração penal, julgue o 10. (CESPE/ TJ-DFT/ Técnico de Administração) Acerca
item que se segue. do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no
(( ) Situação hipotética: Um crime foi praticado durante espaço, julgue o item que se segue.
a vigência de lei que cominava pena de multa para (( ) A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz
essa conduta. Todavia, no decorrer do processo quando da prolação da sentença — em decorrência
criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a do fenômeno da ultratividade — mesmo já tendo
anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena sido revogada a lei que vigia no momento da
privativa de liberdade. Assertiva: Nessa situação, consumação do crime.
dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática
do crime. 11.( )
(CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE
CONTROLE EXTERNO) No Código Penal brasileiro,
6. (2018/ CESPE/ STJ/ Analista Judiciário - Área adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o
Judiciária)Tendo como referência a jurisprudência lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como
sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a o lugar onde se produziu ou deveria produzirse o
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, resultado.
aplicação da lei penal e institutos.
(( ) Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a 12. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da
lei penal mais grave se esta tiver vigência antes da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
cessação da permanência. (( ) Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos
dentro de navio que esteja a serviço do governo
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brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada à explosão, todos os passageiros a bordo da
em território estrangeiro. aeronave morreram. Nessa situação hipotética,
Ricardo agiu com dolo direto de primeiro grau
13.( )
(CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA– no cometimento do delito contra Maurício e dolo
DIVERSOS CARGOS) A aplicação da lei penal direto de segundo grau no do delito contra todos
brasileira a cidadão brasileiro que cometa crime os demais passageiros.
no exterior é possível, de acordo com o princípio da
defesa. 22.( )
(CESPE - TCU- Auditor) Durante um espetáculo
de circo, Andrey, que é atirador de facas, obteve a
14.( )
(CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – concordância de Nádia, que estava na platéia, em
DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) De acordo com participar da sua apresentação. Na hipótese de
o princípio da representação, a lei penal brasileira Andrey, embora prevendo que poderia lesionar
poderá ser aplicada a delitos cometidos em Nádia, mas acreditando sinceramente que tal
aeronaves ou embarcações brasileiras privadas, resultado não viesse a ocorrer, atingir Nádia com
quando estes delitos ocorrerem no estrangeiro e aí uma das facas, ele terá agido com dolo eventual.
não forem julgados.
23. (CESPE ,PC-DF, Agente de Polícia) Em relação ao
15.( )
(CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A lei direito penal, julgue os próximos itens.
penal brasileira aplica-se ao crime perpetrado no (( ) O crime culposo advém de uma conduta
interior de navio de guerra de pavilhão pátrio, ainda involuntária.
que em mar territorial estrangeiro, dado o princípio
da territorialidade. 24. (2013-CESPE,Polícia Federal, Escrivão da Polícia
Federal) Julgue:
16.( )
(CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA (( ) A culpa inconsciente distingue-se da culpa
ADMINISTRATIVA) Crime doloso é aquele em que o consciente no que diz respeito à previsão do
sujeito passivo age com imprudência, negligência resultado: na culpa consciente, o agente, embora
ou imperícia prevendo o resultado, acredita sinceramente que
pode evitá-lo; na culpa inconsciente, o resultado,
17. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) A respeito da embora previsível, não foi previsto pelo agente.
aplicação da lei penal, do crime e da imputabilidade
penal, julgue o item a seguir. 25. (2018/ CESPE/ STJ - Analista Judiciário - Oficial de
(( ) Um crime é classificado como crime culposo Justiça Avaliador Federal) Acerca do crime doloso e do
quando o agente quis o resultado ou assumiu o arrependimento posterior, julgue o item seguinte.
risco de produzi-lo. (( ) Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota
a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do
18.( )
(CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE assentimento para o dolo eventual.
CONTROLE EXTERNO) Caracteriza-se o dolo
eventual no caso de um caçador que, confiando 26. (CESPE - 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO –
em sua habilidade de atirador, dispara contra a ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca dos institutos penais da
caça, mas atinge um companheiro que se encontra desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do
próximo ao animal que ele desejava abater. arrependimento posterior, julgue o item a seguir.
(( ) É admissível a incidência do arrependimento eficaz
19.( )
(CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) No nos crimes perpetrados com violência ou grave
direito penal brasileiro, admite-se a compensação ameaça..
de culpas no caso de duas ou mais pessoas
concorrerem culposamente para a produção de 27. (CESPE - 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO –
um resultado naturalístico, respondendo cada um, ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca dos institutos penais da
nesse caso, na medida de suas culpabilidades desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do
arrependimento posterior, julgue o item a seguir.
20.( )
(CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – (( ) De modo geral, a doutrina indica a aplicação da
CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Age com dolo fórmula de Frank quando o objetivo for estabelecer
eventual o agente que prevê possíveis resultados a distinção entre desistência voluntária e tentativa.
ilícitos decorrentes da sua conduta, mas acredita
que, com suas habilidades, será capaz de evitá-los. 28. (CESPE - 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
JUDICIÁRIA) Julgue o próximo item, relativo ao instituto
21.( )
(CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS) da tentativa.
Ricardo, com o objetivo de matar Maurício, (( ) No que concerne à punibilidade da tentativa, o
detonou, por mecanismo remoto, uma bomba por Código Penal adota a teoria objetiva
ele instalada em um avião comercial a bordo do
qual sabia que Maurício se encontrara, e, devido
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Direito Penal
29.( )
(CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) 36. (CESPE - 2016 - PC-PE - AGENTE DE POLÍCIA) Acerca
Nos crimes materiais, a consumação só ocorre das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade)
ante a produção do resultado naturalístico, e culpabilidade, bem como de suas respectivas
enquanto que, nos crimes formais, este resultado excludentes, julgue os itens a seguir.
é dispensável. (( ) A inexigibilidade de conduta diversa e a
inimputabilidade são causas excludentes de
30.( )
(CESPE – 2016 – TCE-PR – ANALISTA DE CONTROLE ilicitude
– ÁREA JURÍDICA – ADAPTADA) As causas
supervenientes relativamente independentes 37.( )
(CESPE - 2016 - PC-PE - AGENTE DE POLÍCIA)
possuem relação de causalidade com conduta do Há excludente de ilicitude em casos de estado
sujeito e não excluem a imputação do resultado. de necessidade, legítima defesa, em estrito
cumprimento do dever legal ou no exercício regular
31.( )
(CESPE – 2016 – PC-PE - DELEGADO – ADAPTADA) O do direito.
CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada,
dada a afirmação nele constante de que “o resultado, de 38. (CESPE - 2016 - PC-GO - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)
que depende a existência do crime, somente é imputável Considerando os aspectos legais, doutrinários e
a quem lhe deu causa; causa é a ação ou omissão sem a jurisprudenciais sobre a infração penal quanto aos
qual o resultado não teria ocorrido” elementos constitutivos, às espécies e aos sujeitos,
bem como à ilicitude, às excludentes e ao excesso
32.( )
(CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) punível, à consumação e tentativa e ao concurso de
Configura-se a desistência voluntária ainda que não pessoas, julgue o item.
tenha partido espontaneamente do agente a ideia de (( ) São exemplos de excludentes de ilicitude a coação
abandonar o propósito criminoso, com o resultado moral irresistível, a legítima defesa, tipicidade.
de deixar de prosseguir na execução do crime
39. (CESPE - 2014 - TJDFT - TITULAR DE SERVIÇOS DE
33. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA NOTAS) Acerca do arrependimento posterior, da culpa,
JUDICIÁRIA) No que concerne à lei penal no tempo, dos crimes qualificados pelo resultado, das excludentes
tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior de ilicitude e das excludentes de culpabilidade.
e crime impossível, julgue os itens a seguir. (( ) O uso imoderado de um meio necessário configura
(( ) Configura-se tentativa incruenta no caso de o excesso intensivo de legítima defesa.
agente não conseguir atingir a pessoa ou a coisa
contra a qual deveria recair sua conduta 40. (CESPE - 2014 - TJ-CE - ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca
do arrependimento posterior, da culpa, dos crimes
34. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Julgue os itens qualificados pelo resultado, das excludentes de ilicitude
subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. e das excludentes de culpabilidade.
(( ) Mesmo quando o agente, de forma espontânea, (( ) Para a doutrina majoritária, aquele que, para
desiste de prosseguir nos atos executórios ou salvar-se de perigo iminente, sacrifica direito de
impede a consumação do delito, devem ser a ele outrem não atua em estado de necessidade.
imputadas as penas da conduta típica dolosa
inicialmente pretendida. 41. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA) Acerca dos institutos
do direito penal brasileiro, julgue o próximo item.
35. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal (( ) Em relação às excludentes de ilicitude, na hipótese
Prova: Delegado de Polícia Em cada item a seguir, é de legítima defesa, o agente deve agir nos limites
apresentada uma situação hipotética, seguida de uma do que é estritamente necessário para evitar
assertiva a ser julgada com base na legislação de injusta agressão a direito próprio ou de terceiro.
regência e na jurisprudência dos tribunais superiores
a respeito de execução penal, lei penal no tempo, 42. (CESPE - 2013 - DPF - DELEGADO DE POLÍCIA) No que
concurso de crimes, crime impossível e arrependimento se refere às causas de exclusão de ilicitude, julgue o
posterior item a seguir.
(( ) Sílvio, maior e capaz, entrou em uma loja que vende (( ) Considere que João, maior e capaz, após ser agredido
aparelhos celulares, com o propósito de furtar fisicamente por um desconhecido, também maior e
algum aparelho. A loja possui sistema de vigilância capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça
eletrônica que monitora as ações das pessoas, além do agressor com um guarda-chuva e continue
de diversos agentes de segurança. Sílvio colocou desferindo nele vários golpes, mesmo estando
um aparelho no bolso e, ao tentar sair do local, um o desconhecido desacordado. Nessa situação
dos seguranças o deteve e chamou a polícia. Nessa hipotética, João incorre em excesso intensivo.
situação, está configurado o crime impossível por
ineficácia absoluta do meio, uma vez que não havia 43. (CESPE - 2013 - DPF - DELEGADO DE POLÍCIA) No que
qualquer chance de Sílvio furtar o objeto sem que se refere às causas de exclusão de ilicitude, julgue o
fosse notado. item que segue.
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(( ) Ocorre legítima defesa sucessiva, na hipótese conhecimentos técnicos, não calculou bem a
de legítima defesa real contra legítima defesa área de segurança para a explosão. Por isso, um
putativa. fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa,
a grande distância, matando-a. Nessa situação,
44.( )
(CESPE - 2012 - TJ-BA - JUIZ) Considere que Jonas, devido ao fato de a morte haver decorrido do uso
policial militar, no exercício de sua função, tenha de explosivos, o caso é de homicídio qualificado.
determinado que um indivíduo em fuga parasse
e que este tenha sacado uma arma e disparado 55.( )
João e Maria, por enfrentarem grave crise conjugal,
tiros contra Jonas, que, revidando os disparos, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente.
tenha alvejado o indivíduo e o tenha matado. Nessa Conforme o combinado, João desfechou um tiro de
situação, Jonas agiu no estrito cumprimento de revólver contra Maria e, em seguida, outro contra
dever legal. si próprio. Maria veio a falecer; João, apesar do tiro,
sobreviveu. Nessa situação, João responderá pelo
45. (CESPE - 2012 - TJ-AC - TÉCNICO JUDICIÁRIO) No crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
tocante à culpabilidade, à ilicitude e às suas respectivas
excludentes, julgue o item que segue. 56.( )
Dentre as hipóteses que configuram a lesão
(( ) A execução de pena de morte feita pelo carrasco, em corporal de natureza grave estão: aceleração de
um sistema jurídico que admita essa modalidade de parto, redução permanente da capacidade auditiva,
pena, é exemplo clássico de estrito cumprimento perigo de vida, incapacidade para as ocupações
de dever legal. habituais por 20 dias e a perda da visão de um olho.
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64.( )
Havendo morte ou lesão corporal de natureza 77.( )
João entra num bar de madrugada e subtrai vários
grave durante uma rixa, todos os seus participantes pacotes de cigarro. O vigia o surpreende e tenta
deverão sofrer maior punição, independentemente impedi-lo de sair. João emprega violência, a fim de
de serem ou não os responsáveis pelo resultado, assegurar impunidade e a detenção dos cigarros.
incidindo no crime de rixa qualificada. Indique João praticou roubo impróprio.
65.( )
No crime de rixa, a co-autoria é obrigatória, pois 78.( )
Márcio, pretendendo haver para si o computador
a norma incriminadora reclama como condição portátil de Suzana, aproxima-se desta e, apontando
obrigatória do tipo a existência de pelo menos arma de fogo devidamente municiada, exige a
três autores, sendo irrelevante que um deles seja entrega do objeto, sob pena de feri-la. Suzana,
inimputável. sentindo-se ameaçada, entrega o bem e Márcio
consegue fugir de posse do objeto almejado.
66.( )
Injúria é a ofensa a dignidade ou o decoro de alguém. Márcio cometeu o crime de roubo, com a agravante
do emprego de arma, em concurso com o crime de
67.( )
O querelado que, antes da sentença, se retrata porte de arma de fogo.
cabalmente da calúnia, da difamação ou da injúria,
fica isento de pena. 79.( )
O crime de extorsão é considerado crime de mera
conduta e se consuma independentemente de o
68.( )
Divulgar num panfleto distribuído entre os agente auferir a vantagem indevida almejada.
condôminos de um edifício fato criminoso que sabe
inverídico, atribuindo-o a determinada pessoa, com 80.( )
Pratica o crime de sequestro em concurso com
o fim de prejudicá-la, configura calúnia. furto o agente que, no intuito de obter senha de
cartão bancário, priva a vítima de liberdade e,
69.( )
Não se pune a calúnia contra os mortos. obtendo êxito, a liberta.
70.( )
O juiz pode deixar de aplicar a pena quando 81.( )
Para o STF, há crime de latrocínio consumado
o ofendido, de forma reprovável, provocou quando o homicídio se consuma, ainda que não
diretamente a injúria. realize o agente a subtração de bens da vítima.
71.( )
O pedido de explicações em juízo é cabível nos 82.( )
O Direito Penal Brasileiro pune o crime de
delitos de calúnia e difamação, mas não se aplica Dano, seja ele doloso ou culposo, eis que tutela o
ao de injúria. patrimônio lesado pelo comportamento do sujeito
que age intencionalmente, ou com imprudência,
72.( )
O CP prevê, para os crimes de calúnia, de difamação negligência ou imperícia, havendo tão somente
e de injúria, o instituto da exceção da verdade, que distinção entre as penas cominadas.
consiste na possibilidade de o acusado comprovar
a veracidade de suas alegações, para a exclusão do 83.( )
Estelionato é crime formal, e de perigo. Para se
elemento objetivo do tipo. consumar basta que o agente empregue a fraude,
o engodo suficiente a ludibriar a vítima, que
73.( )
Os crimes de ameaça e de constrangimento ilegal assim tem seu patrimônio exposto a perigo real e
previstos nos arts. 147 e 146, respectivamente, são concreto.
puníveis isoladamente ainda que cometidos como
meio de execução de outros delitos, como exemplo 84.( )
Doutrinariamente, o crime de Receptação é
o roubo e a extorsão. conhecido como acessório, que possui dependência
fática e autonomia punitiva.
74.( )
A violação de domicílio, prevista no art. 140 do
CPB, é crime material, que exige a ocorrência 85.( )
Receptador pode ser qualquer pessoa, sendo assim
de resultado lesivo para se consumar, podendo um crime comum. Mesmo o autor do crime de furto,
ocorrer na forma tentada. do qual proveio a coisa ilícita, enquanto esconde a
res furtiva está praticando a receptação na forma
75.( )
No conceito de “casa”, para a caracterização da ocultar.
violação de domicílio, entendem-se qualquer
compartimento habitado ou ocupado de habitação 86.( )
Furto de energia é crime instantâneo, consumando-
coletiva, assim como todo compartimento não aberto se no exato momento em que o autor faz a ligação
ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. clandestina, desviando a energia elétrica para fins
próprios, ou de terceiro
76.( )
Indivíduo que subtrai o relógio de uma pessoa, após
ter colocado substância entorpecente na bebida 87.( )
No crime de furto mediante fraude, previsto no
que estava ingerindo, fazendo-a ficar em estado de artigo 155, § 4º, II, 2ª figura, do Código Penal a fraude
sono profundo, pratica roubo impróprio. é empregada para iludir a atenção ou vigilância do
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ofendido, que nem percebe que a coisa lhe está delituosa. O Delegado de Polícia responderá por
sendo subtraída. corrupção passiva consumada.
88.( )
Pretendendo subtrair bens do escritório onde 99.( )
Quando um funcionário público deixa de praticar
exerce a função de secretária particular do diretor, ou retarda ato de ofício, com infração de dever
Júlia ingressa no respectivo imóvel, utilizando- funcional, cedendo à influência de outrem, ele
se da chave original, que deveria ter sido por ela pratica o crime de Prevaricação.
entregue a seu chefe e não o foi. Júlia é auxiliada
por seu irmão Luiz, sabedor de todos os detalhes da 100.( )
Pratica o crime de Concussão, previsto no art. 316
empreitada, a quem coube a função de permanecer do Código Penal, o agente que exigir para si ou para
de vigília na porta. Ao escutar um barulho que a faz outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
acreditar existir alguém no escritório, Júlia foge função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
pela báscula, deixando no local o seu comparsa, vantagem indevida.
que vem a ser preso por policiais chamados por um
vizinho. No caso, ambos respondem por tentativa
de furto duplamente qualificado.
89.( )
O furto qualificado se configura diante da presença
da grave ameaça.
90.( )
Sempre que o autor de furto for primário, deverá sua
conduta ser analisada como “furto privilegiado”.
91.( )
Um indivíduo subtraiu, para si, uma planta rara
e valiosa do jardim de outrem. Nessa situação, o
indivíduo deverá responder, se for o caso, por crime
de dano, mas não deverá ser responsabilizado por
crime de furto.
92.( )
Responderá por furto, quem subtrair coisa alheia
para pagar-se ou ressarcir-se de prejuízos.
93.( )
Para que se configure o crime de apropriação
indébita, é necessário que preexista a posse ou
detenção justas.
94.( )
O dolo é subsequente à posse da coisa móvel, no
crime de apropriação indébita.
95.( )
Jorge, maior de idade, subtrai jóias de alto valor
que sua mãe, contando com 42 anos de idade,
guardava debaixo do colchão. O fato descrito pode
ser classificado como típico, ilícito e culpável, mas
isento de pena.
96.( )
Para efeitos penais, considera-se funcionário
público empregado de empresa paraestatal.
97.( )
Antônio, funcionário público, negligentemente,
esquece a janela da repartição onde trabalha
aberta. Cesar, seu colega de trabalho, aproveita-se
para subtrair equipamentos da referida repartição.
Pode-se concluir que Antônio e Cesar responderão
por peculato furto, em concurso.
98.( )
João oferece dinheiro a um Delegado de Polícia para
não o indiciar num inquérito policial. O Delegado de
Polícia aceita a proposta e ambos passam a discutir
o preço. Nesse momento, são surpreendidos
pela Corregedoria, que estava filmando a ação
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GABARITO E COMENTÁRIOS
QUESTÃO 1 QUESTÃO 7
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Direito Penal
QUESTÃO 13 QUESTÃO 19
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Gabarito: ERRADO
Feedback: Lembre-se que tanto no caso da desistência
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agiu sob o domínio de violenta emoção não impede o Na figura híbrida do homicídio qualificado-privilegiado,
reconhecimento, também, da qualificadora de meio em face da sobreposição da circunstância de natureza
cruel, pois a figura subjetiva prevista no art. 121 §1º, do CP subjetiva, motivo determinante do crime, não há espaço
não é incompatível com as formas objetivas referentes para o reconhecimento da figura da hediondez, dada a
ao meio ou modo pelo qual foi concretizada a conduta impossibilidade de ser reconhecido o cometimento de
criminosa (TJSP – RT 763/553). um crime hediondo por motivo de relevante valor moral
ou social (STJ – RT 789/561).
A hipótese híbrida do homicídio qualificado-privilegiado só Continuando
se aperfeiçoa se as qualificadoras forem objetivas, eis que Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão
todas as privilegiadoras previstas no ordenamento penal legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o
são de natureza subjetiva, referindo-se ao móvel, ao fator rol dos denominados crimes hediondos (RSTJ – 122/428).
determinante do crime, de maneira que só se harmonizam
com as qualificadoras que traduzam o meio e/ou modo de Assim, o homicídio qualificado-privilegiado não é crime
execução do ilícito. hediondo.
Nesse sentido, as únicas qualificadoras compatíveis com
as privilegiadoras são aquelas previstas nos incisos III e IV, QUESTÃO 53
do §2º do art. 121 do CPB:
Gabarito: CORRETO.
Homicídio qualificado Feedback: Trata da disposição contida no §5º do art. 121 do
§ 2° Se o homicídio é cometido: CPB, hipótese de concessão de perdão judicial:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
outro motivo torpe; Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar
II - por motivo fútil; de aplicar a pena, se as conseqüências da infração
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que sanção penal se torne desnecessária (grifos nossos).
possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação Referido perdão é um ato unilateral, onde o juiz do feito,
ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a ao analisar as características peculiares do delito e as
defesa do ofendido; prescrições legislativas, verifica a hipótese de incidência
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade da remissão e a concede se assim entender. Note-se que o
ou vantagem de outro crime: perdão não é direito do réu, mas faculdade do julgador em
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: cada caso concreto.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema Nesse sentido:
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no O perdão judicial é a faculdade concedida ao Juiz de,
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra embora condenando o réu, deixar de fixar a pena quando
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até do fato decorreram graves consequências, que atinjam
terceiro grau, em razão dessa condição: de tal sorte o réu física ou moralmente, que a imposição
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. (grifos nossos). se torna medida desnecessária e até impiedosa, por
exacerbar-lhe o sofrimento. Há, no perdão judicial, uma
QUESTÃO 51 indisfarçável conotação de comiseração pelo sofrimento
do réu em decorrência do fato, com toda a sua
Gabarito: CORRETO abrangência de infortúnios (TACRSP – JTACRIM 68/452).
Feedback: Considerando o §1º do art. 121 do CPB:
QUESTÃO 54
Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio Gabarito: ERRADO
de violenta emoção, logo em seguida a injusta Feedback: O homicídio verificado na hipótese comentada
provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um se caracterizou por culpa stricto sensu, ou seja, através da
sexto a um terço (grifos nossos). imperícia demonstrada pelo agente.
Há que se considerar que o homicídio culposo não recebe
É o denominado homicídio privilegiado, tratado pela qualquer qualificadora, objetiva ou subjetiva, comum
doutrina penal como uma circunstância que diminui a apenas à hipótese dolosa.
reprovabilidade do ilícito, trazendo pena mais branda.
QUESTÃO 55
QUESTÃO 52
Gabarito: ERRADO
Gabarito: ERRADO Feedback: O crime de induzimento, instigação ou auxílio a
Feedback: Tendo por base a melhor jurisprudência: suicídio está previsto no art. 122 do CPB:
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Direito Penal
Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
auxílio para que o faça: IV - deformidade permanente;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se V - aborto:
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa Pena - reclusão, de dois a oito anos (grifos nossos).
de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave
(grifos nossos). A única denominação legal insculpida no código é a
lesão corporal de natureza grave, não havendo previsão
Para que tal ilícito se caracterize a conduta do sujeito ativo normativa expressa para a denominada “gravíssima”.
deve ser secundária, subsidiária. O ato de auto-extermínio Todavia, comparando-se os dois parágrafos, é de se
deve partir imediatamente, diretamente da vítima, que notar uma evidente distinção entre eles, de forma que
conta com uma colaboração paralela. Caso contrário, o as hipóteses elencadas no § 2º merecem destaque se
sujeito responderá por homicídio. cotejadas com aquelas descritas no §1º, motivo pelo
No caso comentado, João atirou em Maria, causando qual foram batizadas pela doutrina penal como sendo
diretamente sua morte, devendo assim responder pelo gravíssimas.
crime de homicídio. A título de ilustração, se no inciso III do §1º o estatuto penal
tratou da debilidade de membro, sentido ou função, no
QUESTÃO 56 inciso III do §2º o código se referiu à perda ou inutilização,
consequências notadamente mais graves que a primeira.
Gabarito: ERRADO
Feedback: Dentre as hipóteses elencadas, a incapacidade QUESTÃO 58
para as ocupações habituais por 20 dias não caracteriza a
forma mais grave de lesão corporal, tendo que superar os Gabarito: ERRADO
30 (trinta) dias. Feedback: Na hipótese narrada o agente, por inexperiência
Tendo por base os §§ 1º e 2º do art. 129 do CPB: (imprudência), acionando o gatilho, provocou o disparo que
atingiu a vítima que se encontrava por perto, ferindo-a.
Lesão corporal de natureza grave Desta forma, é verificado caso de lesão corporal culposa,
§ 1º Se resulta: prevista no §6º do art. 129 do CPB:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de trinta dias; Se a lesão é culposa:
II - perigo de vida; Pena - detenção, de dois meses a um ano (grifos nossos).
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função; Cabe ressaltar que a qualificação das lesões corporais,
IV - aceleração de parto: em graves ou gravíssimas, previstas nos §§ 1º e 2º do
Pena - reclusão, de um a cinco anos – referido artigo só ocorrem se estas forem dolosas. Na
§ 2° Se resulta: espécie culposa, não haverá agravação da pena caso
I - Incapacidade permanente para o trabalho; ocorra qualquer dos resultados previstos nos referidos
II - enfermidade incurável; parágrafos.
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente; QUESTÃO 59
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos (grifos nossos). Gabarito: ERRADO
Feedback: Para que um determinado crime possa
QUESTÃO 57 ser praticado na forma culposa, esta deverá estar
expressamente prevista na Lei Penal. Existem crimes que
Gabarito: CORRETO não podem ser cometidos culposamente, mas apenas
Feedback: Novamente tendo em conta os §§ 1º e 2º do art. dolosamente. Assim, só haverá o crime culposo se estiver
129 do CPB: explícito em um tipo penal próprio, o que se deduz da
leitura do parágrafo único do art. 18 do CPB:
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta: Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais punido por fato previsto como crime, senão quando o
de trinta dias; pratica dolosamente (grifos nossos).
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou Cabe considerar que no §6º do art. 129 do CPB há previsão
função; explícita para o delito de lesões corporais culposas:
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos Se a lesão é culposa:
§ 2° Se resulta: Pena - detenção, de dois meses a um ano (grifos
I - Incapacidade permanente para o trabalho; nossos).
II - enfermidade incurável;
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Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: É punível a calúnia contra os mortos (grifos nossos).
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa (grifos
nossos). QUESTÃO 70
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Direito Penal
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Os outros meios a que se refere a lei são aqueles que Considerando que o emprego de arma de fogo na execução
impossibilitem ou dificultem a defesa da vítima, como a do delito de roubo majora a pena para o crime, sendo
utilização de narcóticos, de bebidas alcoólicas etc. Tendo estrutural desta forma agravada, não pode caracterizar
por base a jurisprudência, crime autônomo – porte de arma, sob pena de violar o
princípio do non bis in idem, uma garantia da proibição
Mesmo que se admita tenha a vítima sido subjugada da dupla valoração e punição, por um mesmo ato. Desta
mediante o uso de narcótico, ainda subsistirá o roubo, forma, veda-se nova valoração de qualquer circunstância
marcado não só pelo emprego de violência ou grave que já tenha sido considerada pelo julgador na aplicação
ameaça, como pelo uso de qualquer meio que prive da pena.
aquela do poder de agir, depois de havê-la, por
qualquer, reduzido à impossibilidade de resistência QUESTÃO 79
(TACRSP – RT 440/428).
Gabarito: ERRADO
QUESTÃO 77 Feedback: O crime de extorsão não é considerado crime de
mera conduta, mas sim crime formal, aquele que, apesar
Gabarito: CORRETO de possuir um resultado naturalístico previsto na norma
Feedback: O crime de roubo está tipificado no já tratado jurídica incriminadora, não dependem de sua ocorrência
art. 157 caput: para que seja tido como consumado. Não é necessário
que efetivamente ocorra o que foi pretendido pelo
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, agente. É conhecido também como crime de consumação
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou antecipada, uma vez que tal consumação coincide com o
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à momento da prática da conduta e não com a ocorrência do
impossibilidade de resistência: resultado, como nos crimes materiais.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
O crime de extorsão é considerado formal segundo a
No §1º do dispositivo, encontramos a figura denominada Súmula n.º 96 do Superior Tribunal de Justiça:
roubo impróprio:
O crime de extorsão consuma-se independentemente da
Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída obtenção da vantagem indevida.
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a Cumpre salientar que caso ocorra o resultado
detenção da coisa para si ou para terceiro (grifos nossos). naturalístico nesta espécie de infração, teremos a figura
do exaurimento. A distinção para os crimes de mera
A distinção entre as duas espécies de roubo reside na conduta é que nestes a lei não prevê qualquer resultado
execução do crime, sendo que na modalidade imprópria naturalístico, contentando-se meramente com a conduta
o agente emprega a violência contra a pessoa ou grave realizada pelo sujeito ativo.
ameaça não como meio à subtração, mas após esta, a
fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da QUESTÃO 80
coisa.
Gabarito: ERRADO
À semelhança do caso enunciado, dispõe a jurisprudência Feedback: O agente que, no intuito de obter senha de
que cartão bancário, priva a vítima de liberdade e, obtendo
êxito, a liberta não incorre em crime de sequestro em
comete roubo impróprio consumado o agente que, na concurso formal com furto, eis que pratica a violência
ausência da vítima, ingressa na casa desta e subtrai um – privação da liberdade com único e inequívoco intuito
rádio-relógio, mas ao sair, em se vem do surpreendido de obter vantagem patrimonial, caracterizando crime
por ela, simula portar arma e a ameaça de morte, único, complexo, em que ocorre a violação de dois ou mais
visando assegurar a posse da coisa, com a qual se direitos na execução delituosa – liberdade e patrimônio.
afastou (TACRSP – RJDTACRIM 28/44).
Trata-se da hipótese popularmente conhecida como
QUESTÃO 78 sequestro relâmpago, uma extorsão qualificada,
tipificada expressamente no § 3º do art. 158 CPB:
Gabarito: ERRADO
Feedback: Conforme o §2ª-A, inciso I do art. 157, incluído Se o crime é cometido mediante a restrição da
recentemente no CPB pela Lei nº 13.654/18 liberdade da vítima, e essa condição é necessária
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de
CPB – Art. 157 (...) reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente
arma de fogo; (grifos nossos).
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§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou ao local onde estava o patrimônio almejado, o qual não foi
qualquer outra que tenha valor econômico. ao final subtraído pelo fato de haver soado um barulho,
motivando Júlia a sair do local sem nada levar. Assim,
Sobre o tema, informa a jurisprudência foi uma circunstância alheia à vontade que impediu a
consumação do delito, o que caracteriza o crime tentado,
Há furto de energia elétrica quando o agente, antes nos termos do art. 14, inciso II do CPB:
mesmo de passar pelo medidor, desvia a corrente
para consumo, em prejuízo do fornecedor (TJSC – JCAT Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução,
75/707). não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
Para que o agente que coloca fio clandestino no relógio
de força da vítima, visando desviar para sai a energia Luiz acabou sendo detido, sendo que era sabedor
daquela, seja condenado pelo crime de furto de energia dos detalhes da empreitada, ou seja, que sua irmã se
elétrica, é necessário prova pericial para constatação aproveitava da confiança em si depositada pelo diretor do
da materialidade do delito, ou seja, da existência do nexo escritório para ali entrar e praticar o furto, tendo assim
de causalidade entre a colocação do fio e a subtração da também se beneficiado por tal circunstância, elementar
eletricidade (TACRSP – RJDTACRIM 22/334). da qualificadora. Desta forma, resta caracterizada
tentativa duplamente qualificada para os dois envolvidos,
QUESTÃO 87 pelo abuso de confiança e pelo concurso de agentes, nos
termos dos incisos II e IV do §4º do art. 155 do CPB:
Gabarito: CORRETO
Feedback: Com base na jurisprudência, A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
crime é cometido:
“a fraude no furto consiste no enliço, no ardil para II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
distrair a atenção da vítima, que sequer percebe estar escalada ou destreza;
sendo furtada”(grifos nossos) (TACRSP – RJDTACRIM IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas”
11/98 e JTACRIM 43/233). (grifos nossos).
Nesse sentido, “consoante tranquilo na doutrina, a fraude
no furto compreende não só o expediente insidioso que QUESTÃO 89
desvia a atenção da vítima e facilita a subtração, mas
também o emprego de qualquer meio ardiloso destinado Gabarito: CORRETO
a vencer as defesas pré-constituídas pela vítima para a Feedback: A figura do furto qualificado está prevista no
defesa de seu patrimônio” (TAPR – RT 729/632). §4º do art. 155 do CPB:
Aspecto importante a esclarecer é a distinção entre o crime A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
de furto qualificado pela fraude e o delito de estelionato, crime é cometido:
onde também se verifica uma conduta ardilosa por parte do I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
sujeito. Neste, a fraude age como vício de consentimento, subtração da coisa;
fazendo com que a vítima entregue voluntariamente ao II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
sujeito o seu patrimônio, enquanto que no furto qualificado escalada ou destreza;
o engodo é utilizado para desviar a atenção da vítima, que III - com emprego de chave falsa;
sequer percebe que seus bens estão sendo subtraídos. IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Neste sentido, “configura o crime de furto qualificado Não há qualquer referência à grave ameaça, que em
por fraude e não estelionato a conduta do agente que, ocorrendo ensejará a tipificação do crime de roubo,
prontificando-se a ajudar a vítima a efetuar operação previsto no art. 157 do CPB, e não o de furto qualificado:
em caixa eletrônico, subtrai seu numerário sem que
esta perceba, vez que no delito do art. 171 do CP o ardil Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
precede a obtenção da vantagem ilícita e é fator causal mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
para a entrega de valor pela vítima ao estelionatário, depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
pois sua vontade encontra-se viciada pelo expediente impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de
fraudulento” (TACRSP – RJDTACRIM 26/118). quatro a dez anos, e multa (grifos nossos).
QUESTÃO 88 QUESTÃO 90
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Direito Penal
Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa o delito de furto e, sim, o de exercício arbitrário das
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela próprias razões (TAPR – RT 522/439)
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar Mais, não caracteriza o crime de furto, por ausente o
somente a pena de multa” (grifos nossos). dolo específico, apoderar-se de coisa móvel alheia para
pagar-se de dívida não satisfeita pelo seu dono (TACRSP
Nota-se que são dois os pressupostos, concorrentes, – JTACRIM 66/282).
para o reconhecimento da privilegiadora. Inicialmente,
exige-se a primariedade do autor do crime, que não pode QUESTÃO 93
ter sido condenado definitivamente por crime anterior; e
é necessário que a res furtiva seja de pequeno valor, o que Gabarito: CORRETO
se aufere mediante laudo de avaliação econômica, a ser Feedback: O delito de apropriação indébita está tipificado
confeccionado por perito oficial. no art. 168 do CPB:
Assim, nem sempre que o autor de furto for primário,
deverá sua conduta ser analisada como “furto privilegiado”, Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse
eis que dependerá ainda do valor do objeto subtraído. ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa (grifos nossos).
QUESTÃO 91
Trata-se de um crime patrimonial simples, sem violência,
Gabarito: ERRADO onde o sujeito ativo tem a posse lícita do objeto, passando
Feedback: Recorrendo à doutrina de Guilherme de Souza a agir como se dono fosse, sendo este o seu momento
Nucci consumativo.
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Direito Penal
“ambos são crimes dolosos, materiais, em que o lesado Seguindo os ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete,
é atingido no mesmo bem juridicamente tutelado: o
patrimônio. A tipicidade que é diversa, no estelionato o “a imunidade absoluta caracteriza-se pela isenção de
dolo está no antecedente, e na apropriação indébita o pena, de modo que não pode ser instaurado inquérito
dolo é subsequente à posse” (STF – RTJ 83/287). policial e muito menos ação penal contra o beneficiário,
No mesmo sentido, “o delito previsto no art. 168 do CP por falta de interesse de agir, vez que não é possível a
difere do capitulado no art. 171, pois no primeiro o dolo imposição de pena. Há antijuridicidade e culpabilidade do
deve ser subsequente, isto é, posterior ao recebimento fato, mas não é aplicável a sanção penal. Não havendo
lícito da coisa, ao passo que no segundo deve ser interesse de agir e, portanto, uma das condições da
antecedente e visando à obtenção do desejado” (TACRSP ação, o processo dever ser declarado nulo ab initio”
– RT 535/323). (MIRABETE, 2005, p. 1686).
QUESTÃO 95 QUESTÃO 96
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: CPB – Art. 327 Considera-se funcionário público, para os
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Portanto, há tipicidade penal.
Não agiu acobertado por qualquer excludente de ilicitude, No § 1º do dispositivo temos a definição do funcionário
previstas no art. 23 do CPB: público por equiparação, onde incluem-se os funcionários
terceirizados, empregados de prestadoras de serviço que
“Não há crime quando o agente pratica o fato: realizam atividades típicas de Estado.
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa; CPB – Art. 327 (...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício § 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce
regular de direito”. cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
Assim, presente está a antijuridicidade. contratada ou conveniada para a execução de atividade
típica da Administração Pública
Jorge era maior imputável, de forma que não é verificada
na hipótese qualquer excludente de culpabilidade, QUESTÃO 97
reconhecidas como a inimputabilidade, a falta do potencial
conhecimento da ilicitude e a inexigibilidade de conduta Gabarito: ERRADO
diversa, que ocorre nos casos de obediência hierárquica e Feedback: Por faltar o elemento subjetivo – dolo a
coação moral irresistível. Destarte, seu comportamento é Antônio, não se caracteriza o concurso de agentes, de
culpável. forma que cada envolvido terá responsabilidade distinta
e independente.
Todavia, nos termos do art. 181 do CPB: Cesar está incurso no peculato-furto, uma forma dolosa
descrita no art. 312 § 1º do Código Penal.
É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
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Direito Penal
CPB – Art. 312 (...) terceira pessoa – outrem, dando ensejo assim à forma
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, menos grave de corrupção passiva.
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem,
o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em QUESTÃO 100
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário. Gabarito: CORRETO
No § 1º temos uma forma peculiar de peculato, consistente Feedback: Nos exatos termos do art. 316 do CP
na conduta subtrair. Em razão disto a doutrina o classifica
peculato-furto, ou impróprio. CPB – Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Por sua vez, Antônio responderá pela forma culposa de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
peculato, prevista no § 2º do dispositivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
QUESTÃO 98
Gabarito: CORRETO
Feedback: Nos termos do art. 317 do CPB, a corrupção
passiva é definida como
QUESTÃO 99
Gabarito: ERRADO
Feedback: Trata-se da forma privilegiada da corrupção
passiva, prescrita no § 2º do art. 317.
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