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Índice

Introdução ...................................................................................................................... 1

1. A Execução dos Contractos Administrativos ............................................................ 2

1.1. Regras de execução dos contractos Administrativos .............................................. 2

1.2. Garantias de execução do CA ................................................................................. 3

2. Tipicidade de Modificação ou Alteração dos Contractos Administrativos ............... 9

2.1. Modificação unilateral .......................................................................................... 10

2.2. Modificação qualitativa ........................................................................................ 11

2.3. Pressupostos para a Modificação qualitativa ........................................................ 11

2.4. Modificação quantitativa ...................................................................................... 12

3. A Extinção do Contracto Administrativo ................................................................ 13

3.1. Causas normas de extinção do CA........................................................................ 13

3.2. Causas anormais de extinção do CA ..................................................................... 13

3.3. Inaplicabilidade da exceptio non adimpleti contractus no CA ............................. 16

Conclusão..................................................................................................................... 17

Referências Bibliográficas ........................................................................................... 18


Introdução
O presente trabalho busca trazer a análise da Execução, Modificação e Extinção dos
contractos Administrativos e demonstrar a cerca de assuntos pertinentes perante a
celebração dos contratos administrativos de modo ampla e objetiva, onde
procuraremos trazer as regras de execução, alteração e extinção da celebração dos
contractos administrativos tanto como aos entes públicos e aos particulares, seu
conceito e características, informações essências para entendermos de que forma a
Administração pública realizam contratos para o melhor funcionamento da máquina
pública e de contrapartida dar conhecimento para o que se deve saber sobre
desdobramentos para que haja o rescindimento do contrato ou sua extinção.

Para tanto, será usado como base para o estudo a lei que regulamenta as normas para
contractos da Administração Pública seus principais aspectos e prerrogativas
conferidas a estes no âmbito da Administração Pública, qual seja, bem como as
referências doutrinárias e internet acerca do assunto. De uma forma bem sintetizada
não pretendo trazer nesse trabalho tudo à cerca das execuções ou modificações ou
ainda da extinção dos contractos administrativos, mas visamos dá maior notoriedade
aos principais temas e focar nas partes mais importantes.

1
1. A Execução dos Contractos Administrativos
Celebrando o contracto administrativo, ele deve ser executado fielmente pelas partes.
A execução do contracto deve ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, admitindo-se, também, a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo com informações pertinentes a essa atribuição.

A administração surge sobretudo investida de poderes de autoridade, de que os


particulares não beneficiam no âmbito dos contractos de Direito Privado que entre si
celebraram (SOUSA & MATOS, 2009, p. 505).

1.1. Regras de execução dos contractos Administrativos


De acordo com Albano Macie (2015, p. 283), Adjudicado o contracto, ao concorrente

selecionado cabe-lhe executar pessoalmente o contracto com ele outorgado -

principio de execução pessoal. Esta regra admite excepções:

 Se as prestações não tiverem carácter pessoal, a lei não dispuser em sentido


contrário e a Administração pública autorizar, pode o contraente privado
transferir, no todo ou em parte, as obrigações assumidas por meio de contracto de
trespasse, subconcessão ou outra forma legalmente possível;

 No caso de declaração judicial de falência ou insolvência do contraente particular,


o contracto não caducará se a Administração Pública consentir que seja executado
pelos credores. E caso de morte do contraente, pode a Administração permitir aos
seus herdeiros que prossigam na execução do contracto.

Na execução do contracto, devido a necessidade de prosseguir o interesse público, que


é contínuo, a Administração aparece investida de um conjunto de prerrogativas
públicas especiais de que os sujeitos privados não dispõe nos termos dos contractos de

2
direito privado, com efeito, a execução do CA obedece a um regime especial e
derrogatório do regime geral, segundo o qual "... o contracto constitui, nos termos
escritos em que é concluído, a lei imutável entre as partes".

Todavia, o exercício de tais prerrogativas de autoridade (ou poderes de supremacia da


Administração pública) sobre o particular contraente não pode, de modo algum,
prejudicar os interesses e as legítimas expectativas deste, no que se refere ao direito
de manutenção do equilíbrio financeiro: se as derrogações ou o exercício de poderes
de supremacia da Administração implicar prejuízos' para o particular; este tem o
direito de pleitar pela justa indemnização.

1.2. Garantias de execução do CA


Consoante Albano Macie (2015, p. 284), A execução do contracto é assegurada pela
prestação de garantia definitiva adequada ao bom e pontual cumprimento das
obrigações assumidas (n.º 1, art. 46 do Decreto n.º 15/2010). A garantia é assegurada
através da prestação de uma caução bancária.

Diz ainda o autor, a caução é prestada antes da celebração do contracto, mas após a
adjudicação. Nenhum contraente privado pode ser pago por adiatamento sem que
preste caução no valor igual ao pagamento solicitado (n.º4). Nos termos do n.º3 do
mesmo artigo, "A garantia definitiva poderá ser dispensada nos casos de contratação
de empreitada de obras, de fornecimentos de bens e prestação de serviços de pequena
dimensão e na selecção de pessoas singulares para a prestação de serviços de
consultoria".

Conforme (MMO, 2019), Os principais poderes de autoridade de que a Administração


que beneficia na execução do contracto administrativo (art. 180º CPA) são três:

a) O poder de fiscalização: consiste no direito que a Administração Pública tem,


como parte pública do contracto administrativo, de controlar a execução do
contracto para evitar surpresas prejudiciais ao interesse público, de que a
Administração só viesse, porventura, a aperceber-se demasiado tarde1;

1
AMARAL, 2015, p. 510-11 & MACIE, 2015, p. 286

3
b) O poder de modificação unilateral: decorre da variabilidade dos interesses
públicos prosseguidos com o contracto e tem correspondência no dever de
manutenção do equilibro financeiro do contracto, dever que dita, em condições
normais, o aumento das contrapartidas financeiras do co-contratante privado2. "A
Administração pode mudar o contracto mas não pode mudar de contracto; se a
Administração quiser mudar de contracto, deverá então fazer o uso de poder de
resgate da concessão, e celebrar outro contracto" 3 . Com efeito, o poder de
modificação unilateral do conteúdo das prestações, e não o objecto do contracto, deve
ser fundamentado e é feito por apostolas, e insere-se na necessidade de alterar, (art.
51, do Decreto n.° 15/2010):

 O projecto ou especificações para melhor adequação ao objecto da contratação;

 O valor contratual em decorrência dos limites dos acréscimo ou diminuição


quantitativa decorrente da adequação ao objecto da contratação;

 O regime de execução ou da obra ou prestação de serviço ou de modo de


fornecimento de bens, em face da inexiquibilidade dos termos originários da
contratação;

 As condições de pagamento. Em virtude de circunstâncias supervenientes,


mantendo-se o valor inicial.

Em suma, a modificação unilateral da Administração Pública deve manter o equilíbrio


financeiro, isto é, a equação financeira não pode ficar prejudicada. "Quando a
Administração, dentro dos cânones jurídicos convencionados, passa a alterar as
obrigações assumidas, a remuneração, função directa desta alteração, vai, ipso facto4,
experimentando as correspondentes mutações, porque o sistema, perdendo o

2
Ibidem
3
CAETANO, 2008, p. 615-16
4 Ipso facto é uma expressão latina que significa “pelo próprio facto” ou seja, que um certo efeito é
uma consequência directa da acção em causa, em vez de ser provocada por uma acção subsequente,
como o veredicto de um tribunal. É um termo usado em filosofia da arte, direito e ciências. (GOOGLE,
2019)

4
equilíbrio existente no início, sofre progressivas metamorfoses, sendo forçoso, então,
restabelecer o equilíbrio para que a resultante permaneça a mesma."

c) O poder de aplicar sanções: ao contraente particular, seja pela inexecução do


contracto, seja pelo atraso na execução, seja por qualquer outra forma de execução
imperfeita, seja ainda porque o contraente particular tenha trespassado o contracto
para outrem sem a devida autorização da Administração. As duas modalidades mais
típicas são a aplicação de multas, e o sequestro, quando o contraente abandone o
exercício da actividade que foi encarregado pelo contracto administrativo, a
Administração tem o direito de assumir o exercício dessa actividades e as obrigações
do particular relativamente ao contracto, ficando a cargo do contraente particular
todas as despesas que a Administração fizer enquanto essa situação durar5.

E acrescenta Macie (2015, p. 291), Os elementos do poder de aplicar sanções são:

1º Poder de aplicar multas: consiste numa penalidade ou numa medida compulsória


até o faltoso cumprir com as suas obrigações, determinada, às vezes, percentualmente,
tendo em conta o valor do contracto (vinte por cento, que pode dar lugar à rescisão).
As multas podem ser determinadas nos regulamentos, leis ou nas cláusulas
contratuais.

2º Poder de rescindir o contracto como sanção por parte da Administração: A


Administração pública pode rescindir o contracto sanção, nos casos em que o
contraente privado não cumpra grosseiramente com as obrigações assumidas. São, as
seguintes causas de rescisão por parte da Administração (n.º 1 do art. 56 Decreto nº
15/2010):

 Incumprimento pela Contratada de cláusulas contratuais, especificações,


projectos ou prazos;
 Mora por prazo superior a sessenta dias, no cumprimento ela Contratada de
obrigações constantes de cláusulas. .. contratuais, especificações, projectos e

5
AMARAL, 2015, p. 520 & MACIE, 2015, p. 292

5
prazos de execução ou fornecimento, ou prazo menor que tenha estabelecido nos
Documentos de Concurso;
 Cumprimento defeituoso reiterado de obrigações contratuais pela Contratada;
 Sistemática a inobservância a pela Contratada determinações da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a execução da obra ou serviços; •
declaração de falência, insolvência ou dissolução contratada;
 Morte ou extinção da Contratada;
 modificação do pacto social, incluindo o objecto social estrutura societária da
Contratada, por fusão, cisão ou incorporação, sem prévio conhecimento e
consentimento Entidade Contratante nos casos em que tal modificação prejudique
ou possa ser susceptível de prejudicar a execução do contracto;
 Transmissão, seja qual for a forma que revista e seja total ou parcial da posição
contratual da Contratada e bem assim associação da Contratada a outrem, sem
autorização prévia da entidade Contratante;
 Acumulação, pela Contratada, de multas até vinte por cento do valor do contracto,
se outro limite menor não estiver estabelecido nos Documentos de Concurso.

A Administração pública, rescindindo, unilateralmente o contracto por incumprimento


do contraente privado decorre um conjunto de consequências directas, nomeadamente
(art. 57, n.° 1 do Decreto n.° 15/2010):

 Declarar perdida a seu favor a garantia definitiva prestada pela Contratada em


pagamento de multas contratuais e para ressarcimento dos prejuízos causados à
entidade contratante;
 Fazer retenção dos créditos decorrentes do contracto, para ressarcimento dos
prejuízos causados à Entidade Contratante, até ao limite dos mesmos;
 Exigir da Contratada indemnização pelos prejuízos causados;
 Tomar posse imediata do objecto do contracto, no estado e local em que se
encontrar, ocupando e utilizando o local, instalações, equipamentos, matenal e
pessoal empregues pela Contratada na execução do contracto, se necessários à
continuidade da execução.

3º Poder de rescindir o contracto pelo particular contraente: O particular


contraente pode, em caso de incumprimento pela Administração Pública, rescindir

6
unilateralmente o CA. O n.° 2 do artigo 56 do Decreto n.° 15/2010 estabelece os
seguinte fundamentos para o efeito:

 A impossibilidade de acesso à área, local ou objecto para execução das obras ou


para fornecimento de bens ou prestação de serviços nos prazos contratuais, ou de
acesso às fontes de materiais originais especificados nos Documentos de
Concurso ou na proposta, por acto imputável à Entidade Contratante;
 O atraso por prazo superior a sessenta dias, nos pagamentos, totais ou parciais,
devidos pela Entidade Contratante em razão da execução das obras, fornecimento
de bens ou prestação de serviços;
 O decurso de sessenta dias a contar da recepção da ordem escrita da Entidade
Contratante ordenando a suspensão da execução da obra ou prestação de serviços,
por motivos não imputáveis à Contratada, salvo em caso de força maior ou caso
fortuito.

Chegando-se a estes extremos, em que a entidade contratada rescinde unilateralmente


o contracto, assiste-lhe os seguintes direitos:

 Ser-lhe devolvida de imediato a garantia definitiva que tenha prestado;


 Receber os pagamentos devido pela execução do contracto até a data da rescisão;
 Ser ressarcida pelos custos da desmobilização de estaleiro.

4º Poder de sequestrar o contracto de concessão6: O sequestro ocorre quando o


contraente particular abandona o exercício do poder público que lhe foi conferido pelo
contracto administrativo, ou o gere mal, então, a Administração tem o direito de
considerar, que essa é a melhor solução perante à luz do interesse público, de assumir
para si mesma o exercício desse poder e as obrigações do particular relativamente ao
contracto, ficando a cargo do contraente particular todas as despesas que a
Administração fizer enquanto a situação durar. O sequestro como sanção, é de
natureza temporária onde Administração, não poderá exercer os poderes transferidos
ao contraente privado a todo tempo. Uma das duas: 1º: ou renegocia do contracto com
a contratada prevaricadora, aplicando-lhe outras sanções; 2º: ou abre novo concurso

6
MACIE, 2015, p. 295

7
com vista a contratação de uma nova entidade privada para realizar os fins públicos
em causa.

E acrescenta ainda Macie (2015, pp. 288-289) de acordo com artigo 178 LPA, temos
ainda:

d) Poder de dirigir o modo de execução das prestações 7: consiste na faculdade que


a Administração pública tem de emanar ordens, directivas e instruções de carácter
vinculativa ao contratado privado sobre o modo execução técnica, jurídica (por
exemplo, a necessidade de interpretar os conceitos vagos e indeterminados utilizados
no contractos) ou financeira das prestações contratuais iniciais ou adicionais,
posteriormente, pelo exercício do poder de modificação unilateral. Este limita-se na
prossecução do interesse público em causa e deve processar de modo a não perturbar
a execução do contracto, com observância das regras e procedimentos legais ou
contratuais aplicáveis e sem diminuir a iniciativa e responsabilidade do contratante
privado. A Administração Pública não dispõe de execução prévia se o contraente
privado não acatar as ordens, instruções e directivas emanadas, o que quer dizer
não há como impor coercivamente o cumprimento das orientações, mas o
incumprimento das orientações não deixará de ter influência para o currículo do
contraente privado, até porque é possível de aplicação de sanções.

e) Poder de rescindir, unilateralmente, os contractos por imperativo de interesse


público devidamente fundamentado, sem prejuízo do pagamento de justa
indemnização8: Nos termos da alínea c) do artigo 178 da LPA, a Administração pode
rescindir, unilateralmente, o CA por duas razões:

A 1ª é por motivos do interesse público, o facto de terem surgido novas imposições


circunstânciais, que só a modificação unilateral não é suficiente para dar cobro,
optando, neste caso pela resolução do contracto.

A 2ª é por motivos de modificação anormais e imprevisíveis das circunstâncias em


que as partes fundaram a decisão de contratar, afetando-se gravemente a possibilidade

7
MACIE, 2015, p. 288
8 MACIE, 2015, p.289

8
real de continuação do contracto. Neste caso, a origem da resolução contratual é o
chamado fait du prince, ou "facto do príncipe". O "facto do príncipe" tem lugar
quando o Estado edita uma medida, cujo efeito rompe o equilíbrio do contracto e que
não estava dentro das previsões das partes.

Isto quer dizer que, nos dois motivos citados pelo autor Macie, a Administração deve
pagar a indemnização ao particular contraente correspondente aos danos emergentes e
aos lucros, onde os contractos de concessão resultam por motivo de interesse público
toma a designação de resgate. O "resgate" consiste no acto administrativo pelo qual o
concedente, antes do fim do prazo do contracto, decide retomar o exercício directo,
propriamente das actividades concedidas ao contratante particular, não como sanção,
mas por conveniência do interesse público, e mediante justa indemnização... Mediante
o resgate, a Administração recupera o exercício dos poderes públicos que tinha
transferido para o particular, embora deva, à luz do princípio da justiça e do direito
fundamental à propriedade privada, indemnizá-lo por isso, uma vez que o resgate
envolve um sacrifício económico para o concessionário.

Diz ainda o mesmo autor, a indemnização do resgate visa exactamente reestabelecer o


«equilíbrio perturbado», mediante a reintegração do património do concessionário ....
a indemnização devida por força do resgate não visa apenas pagar ao contraente
particular a parte do valor do estabelecimento que ainda não esteja devidamente
amortizada: visa também pagar os lucros cessantes, referentes aos anos por que a
concessão devia durar se o contracto fosse cumprido. Chama-se a isto o prémio de
evicção ou, mais recentemente, indemnização industrial. Deve notar-se que os direitos
e obrigações decorrentes da concessão são inteiramente assumidos pela
Administração, bem como os bens afectos à ela revertem à favor daquela.

2. Tipicidade de Modificação ou Alteração dos Contractos Administrativos

Confere à administração a prerrogativa de alterar seus contractos. Tal prerrogativa é


justificada pelo dever atribuído esta de bem tutelar o interesse público, cabendo-lhe,
pois, em face de determinadas circunstâncias, realizar as necessárias adequações do
contracto firmado. O facto é que quando a Administração perfaz um ajuste
administrativo, presume-se que esteja a perseguir um cometimento que é de interesse
coletivo, geral, público. Dessume-se, portanto, que se no devir desta avença surgirem

9
circunstâncias ou factores imprevistos, imprevisíveis, mal previstos, supervenientes,
enfim, que imponham modificações no ajuste, seria absolutamente contraditório negar
ao Poder Público a mudança no contracto na precisa medida necessária a contornar os
óbices supervenientes. (CHAVES, 2013, p. 214-215).

Ainda o mesmo autor explica ainda que, a modificação contratual derivará da


constatação técnica da inadequação da previsão original. Logo, dependerá de critérios
técnicos que comprovem que a solução adotada anteriormente é antieconómico,
ineficaz ou inviável. Enfim, deriva da demonstração científica de que a solução que
melhor atende aos interesses fundamentais não é aquela consagrada no contracto
original. Logo, a modificação será obrigatória. A Administração Pública terá o dever
de promovê-la. Deverá apresentar os motivos técnicos aos quais se vincula sua
decisão, fundamentando-a. (...)Se a Administração deixar de exercitar seu poder,
estará atuando mal e seus agentes poderão ser responsabilizados pelo descumprimento
de seus deveres funcionais.

Isto quer dizer que, as modificações dos contractos administrativos não se


constituem em regra, nem tampouco algo ilimitado, as modificações devem ser
exceções, cuja ocorrência pressupõe as devidas justificativas. A Administração deve
ser responsável em seu planejamento inicial, realizando estudos prévios e
consistentes.Encarecendo o entendimento de que a modificação do contracto, em face
das circunstâncias do caso concreto, constitui poder-dever da administração Pública.

2.1. Modificação unilateral

De acordo com Eber dos Santos (2013, p. 215), diz que, ao contrário das modificações
consensuais, as modificações unilaterais são as geradas pela Administração e
independem da anuência do contratado. Assim sendo, o particular não terá direitos
imutáveis com relação ao objeto contratado, nem tampouco com relação às cláusulas
regulamentares que dispõem sobre o modo de sua execução do contracto. Entretanto,
deverá ser assegurado seu direito com relação ao equilíbrio económico financeiro
inicial do contracto, em qualquer modificação unilateral. Ou seja, a equação
económico financeira da proposta inicial deverá ser mantida durante toda a execução
do contracto, de modo a evitar a oneração do particular ou até mesmo da
Administração.

10
A modificação unilateral não é um ato arbitrário, mas uma obrigação quando existir a
necessidade, no sentido de proteger o interesse público. Assim, as modificações
sempre devem ser motivadas e justificadas, sob pena de nulidade.

2.2. Modificação qualitativa

De acordo com o Eber dos Santos (2013, p. 216), as modificações qualitativas se


caracterizam pela adequação técnica do objeto contratual a novas especificações,
diferentemente das modificações quantitativas que são destinadas a modificar a
dimensão do objeto. Não há menção sobre os limites para as modificações qualitativas,
logo não existem dúvidas a respeito das modificações qualitativas que estão dentro do
limite estabelecido para as modificações quantitativas. A questão principal está na
possibilidade ou não de ultrapassar estes limites, uma vez que o legislador não
estabeleceu explicitamente os limites às modificações de natureza qualitativa.

Do entendimento do autor citado conclui-se que, quando surge uma nova necessidade,
a Administração poderá alterar o contracto de modo a adequá-lo à nova realidade em
percentuais superiores aos limites estabelecidos para as modificações quantitativas.
Mas a liberdade com relação aos limites das modificações qualitativas deve possuir
parâmetros. A fim de evitar actos abusivos e desvirtuamentos, faz-se necessário
observar não só o princípio da razoabilidade, mas os demais princípios do Direito
Administrativo, tais como os da proporcionalidade, economicidade, finalidade,
eficiência etc. Em harmonia com os princípios, a modificação qualitativa não pode
transformar o objeto de modo a alterar a sua funcionalidade básica, a identidade do
objeto deve ser preservada.

2.3. Pressupostos para a Modificação qualitativa

Conforme Eber dos Santos (2013, p. 217), São pressupostos para a alteração
qualitativa:

a) facto superveniente ou de conhecimento superveniente para o experimento da


alteração. Não é possível alterar o contracto, quando a causa da modificação for a
falta de planejamento adequado ou de cautela na contratação;

11
b) Existência de um motivo de ordem técnica, devidamente justificado no processo,
que seja impreterível para a consecução do interesse público visado na contratação;

c) Manutenção do objeto inicialmente convencionado, não podendo ser alterada a


essência do objeto, sob pena de violação ao preceito constitucional do dever de licitar;

d) Respeito aos direitos adquiridos dos licitantes (manutenção do equilíbrio


económico-social e adequação dos prazos de execução às mudanças ocorridas).

2.4. Modificação quantitativa

Conforme Eber dos Santos (2013, p. 218), São as modificações que aumentam ou
diminuem a quantidade contratada.

As modificações quantitativas ocorrem quando existe a necessidade de adequar a


dimensão do objeto às novas demandas decorrentes do interesse público. O contratado
fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou as
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras. Conclui-se com isto que as
modificações a que refere-se esse parágrafo são unilaterais e independem da
concordância do contratado.

O autor conclui que, no caso dos acréscimos consensuais, devem ser considerados os
mesmos limites estabelecidos nas modificações unilaterais. Isto se explica visto que
com o acréscimo há aumento da remuneração. Com o aumento do encargo, e o
acréscimo do quantitativo, a Administração terá que aumentar, na mesma proporção, a
remuneração do contratado, observando sempre o equilíbrio contratual, a fim de
reestabelecer a equação económico financeira original.

Por exemplo, a Administração fez contracto de construção de estrada de 10 (dez)


quilómetros de uma rodovia. Ela pretende formalizar em acrescentar outros 2 (dois)
quilómetros. Muitos, apressadamente, concluem que tal acréscimo é permitido,
porque importa acréscimo não superior a 25% (vinte e cinco por cento) sobre a
dimensão do objeto inicial. Como dito, tal conclusão é apressada, porque o limite de
25% (vinte e cinco por cento) deve ser aferido sobre o quanto a alteração repercute no
valor do contracto. Ou seja, se os 2 (dois) quilômetros a mais não gerarem despesa

12
superior a 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contracto,
então o aditivo é permitido.

3. A Extinção do Contracto Administrativo

3.1. Causas normas de extinção do CA


Conforme Macie (2015, p. 297), São causas normais de extinção do CA, as seguintes:
o cumprimento, a revogação por mútuo consenso e a rescisão unilateral por
incumprimento das partes (cfr. art. 55 do Decreto n.° 15/2010).

a) Cumprimento

O cumprimento consiste em as partes (contratante e contratada) realizarem as


prestações a que se obrigaram, de forma espontânea ou forçada. A Administração
Pública cumpre o contracto quando realiza todas as prestações a que se encontra
obrigada pelo contracto, pagando, logicamente, o preço. O contraente particular
cumpre o contracto quando, também, realiza a prestação, por exemplo, entrega a obra,
os bens ou serviços, sem defeitos.

b) Revogação por mútuo consenso

A revogação por mútuo consenso consiste na extinção dos efeitos do contracto por
acordo entre a entidade contratante e a entidade contratada, celebrado por escrito,
fixando-se no acordo as respectivas consequências jurídicas. O acordo de revogação
segue o princípio da equivalência da forma pela qual foi celebrado o contracto.

3.2. Causas anormais de extinção do CA


Consoante Macie (2015, p. 298), São causas anormais de extinção do CA, a
ocorrência do caso de força maior e o caso imprevisto, nomeadamente, as áleas
extraordinárias.

a) Caso de força maior9: O caso de força maior, na terminologia do direito inglês,


an act of God10, "consiste no facto imprevisível e estranho à vontade dos contraentes

9
Força maior: é o evento humano que, por sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para o
contratado uma impossibilidade intransponível da regular execução do contrato. Ex: Greves nos setores
envolvidos no contrato. (JUSBRASIL, 2019).

13
que impossibilita absolutamente o cumprimento das obrigações. O caso de força
maior é facto imprevisível, irresistível, inevitável e que escapa à vontade das partes,
que impossibilita parcial ou totalmente a execução do contracto, levando, ipso facto11,
à sua extinção. O caso de força maior é, de per si12, um facto superveniente, isto é,
não previsto no momento da contratação, mas a sua causa é conhecida, porém,
irresistível; tal causa é independente da vontade das partes e é imprevista e
imprevisível. São os casos de ocorrência. Durante a execução, de actos de guerra,
subversão, hostilidades ou invasão, tumultos, rebelião, terrorismo, epidemias,
radiações atómicas, inundações, ciclones, tremores de terra, e outros cataclismos
naturais que, directamente, impossibilitam a realização de obrigações contratuais,
Devemos sublinhar que ocorrendo caso de força maior e a situação voltando à
normalidade, o particular contraente deve realizar normalmente as suas prestações. As
consequências de caso de força maior, quando verificado com efeito no contracto, é a
exoneração do contraente privado das suas obrigações contratuais que tenham sido
afectadas. O caso de força maior pode levar à não extinção do contracto, momento em
que se pode repôr o equilíbrio financeiro; ou pode levar à resolução do contracto.

b) Caso imprevisto ou teoria de imprevisão13: Diz-se caso imprevisto, "o facto


imprevisível e estranho à vontade dos contraentes que, determinando a modificação
das circunstâncias económicas gerais, impede a execução do contracto ou contribui de
modo decisivo para torná-la muito mais onerosa do que nos riscos normais. Ocorrido
o caso imprevisto, o devedor 'não fica exonerado da obrigação de cumprir o ajuste
celebrado, sendo-lhe porém, facultado, rescindir o contracto, ser indemnizado ou
pleitar a revisão das cláusulas de remuneração". O caso imprevisto leva à modificação
das "áleas". Diz-se "áleas" os acontecimentos futuros que influem na componente
económica ou financeira do contracto. As "áleas" podem ser ordinárias, quando,

10
An act of God ou As disposições de Atos de Deus, também chamadas de cláusulas de "Força
Maior", estão relacionadas a eventos fora do controle humano, como enchentes, terremotos ou outros
desastres naturais. ... No direito contratual, um ato de Deus pode ser interpretado como uma defesa
contra a violação por falha no desempenho, com base nos conceitos de impossibilidade ou
impraticabilidade. (GOOGLE, 2019).
11
Cnf. Nota 4, p. 4
12
de per si: Per si ou "de per si", oriundo do Latim de per si e, quanto utilizado, pretende dizer: por si,
de modo individual ou isolado.
13
MACIE, 2015, p. 299 & AMARAL, 2015, p. 523

14
embora desfavoráveis às partes, estas assumiram-nas como risco normal do curso do
tempo na execução do contracto; são extraordinárias as que desafiam todos os
cálculos financeiros possíveis que as partes tinham em vista no momento da
celebração do contracto, por exemplo, a subida galopante dos preços das matérias
primas, A "álea" extraordinária torna excessivamente onerosa a execução do contracto.
Perante isto, uma das duas:

1ª Ou a Administração Pública faz o reajusto da cláusula financeira para que o


interesse público não possa ser realizado à custa das legítimas expectativas do
particular contraente;

2ª Ou chega a um acordo com o particular contraente e modifica o contracto. Nas


duas situações, não havendo consenso, a divergência no preço ou na modificação
contratual é decidida judicialmente. Note-se que no caso imprevisto, o particular
contraente não pode exonerar-se das suas funções por imperativos de que naquele
momento está a realizar o interesse público, diferentemente do regime do direito
privado que, nos termos do artigo 437.° do CC. pode resolver o contracto.

Acrescenta (MMO, 2019), para além das causas normais de extinção do contracto
administrativo, designadamente por caducidade ou termo, (art. 186º CPA) há duas
causas específicas:

a) A rescisão do contracto a título de sanção: que se verifica quando o


contraente particular não cumpre, ou não cumpre rigorosamente, as cláusulas do
contracto: aí a Administração tem o direito de rescindir o contracto, a título de
aplicação duma sanção ao contraente faltoso.

b) O resgate: que se verifica sobretudo nas concessões. Consiste no direito que a


Administração tem, antes de findo o prazo do contracto, de retomar o desempenho das
atribuições administrativas de que estava encarregado o contraente particular, não
como sanção, mas por conveniência do interesse público, e mediante justa
indemnização.

O regime de invalidade do contracto administrativo, previsto no art. 185º CPA,


situa-se numa área em que é muito intensa a confluência do Direito Público e do

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Direito Privado, circunstância que lhe confere uma especial complexidade, são as suas
linhas gerais:

 Os contractos administrativos, quando precedidos de actos administrativos


inválidos, são “contagiados” pela invalidade destes; o objecto evidente é tentar
obviar a que os órgãos administrativos, em face da generalização da via
contratual permitida pela lei, cedam à tentação de procurar obter por esta via
efeitos jurídicos que a prática de um acto administrativo válido não possibilitaria;
 As disposições do Código Civil relativas à falta e aos vícios da vontade – arts.
240º a 257º – aplicam-se a qualquer contracto administrativo;
 Se a alternativa é a outorga de um contracto administrativo for a prática de um
acto administrativo, a invalidade do contracto decorre daquele acto, sendo-lhe
aplicáveis as regras dos arts. 133º a 136º CPA;
 Se a alternativa à outorga de um contracto administrativo for a celebração de
um contracto de Direito Privado, a invalidade daquele contracto decorre,
sendo-lhe aplicáveis as regras dos arts. 285º a 294º CC.

3.3. Inaplicabilidade da exceptio non adimpleti contractus no CA


Conforme interpreta Macie (2015, 300), diz-se excepção de não cumprimento, nos
ternos do artigo 428.° do CC, quando nos "... contractos bilaterais não houver prazos
diferentes para o cumprimento das prestações, cada um dos contraentes tem a
faculdade de recusar a sua prestação enquanto o outro não efectuar a que lhe cabe ou
não oferecer o seu Cumprimento simultâneo". Será esta regra aplicável no Direito
Administrativo, em particular, nos contractos administrativos? Isto é, pode o
contraente particular, pelos atrasos da contratada, negar-se de cumprir as suas
obrigações alegando a falta da contraparte?

A resposta a esta questão é negativa. Não pode o contraente particular recusar-se a


cumprir as obrigações assumidas á pretexto de que a Administração Pública deixou de
cumprir alguma cláusula ou ajuste contratual. Não há lugar, no Direito Administrativo,
para a teoria da execução ponto por ponto, por motivos de que o particular assumiu
funções ligadas ao serviço público, que por sinal, é contínuo. Portanto, como regra,
não é aplicável nos contractos administrativos a exceptio non adimpleti contractus.

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Conclusão
Percebe-se, com a exposição proferida ao longo da investigação deste trabalho que, ao
celebrar um contracto de direito privado, de facto, a Administração, ficará
relativamente nivelada com os particulares. Tanto como ocorre nos contractos
administrativos, que ao ser celebrados, a Administração não pode sobressair-se com
uma série de prerrogativas que garantem a sua posição de supremacia sobre o
particular, ou seja, poderes de supremacia da Administração pública perante o
particular contraente não pode, de modo algum, prejudicar os interesses e as legítimas
expectativas deste, no que se refere ao direito de manutenção do equilíbrio
financeiro.

A Administração pode mudar o contracto mas não pode mudar de contracto ou seja,
as modificações contratuais devem, em regra, observar as estritas hipóteses em que
seria facultado alterar o objeto de seus contratos, estando essas modificações

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separadas em duas categorias: qualitativas e quantitativas. Em regra, devem se
observar os limites legais para acréscimos e supressões nos contratos, bem como a
necessidade de não se alterar de maneira significativa o seu objeto. De igual forma,
em contratações diretas, é possível sustentar, também,modificações nos contratos,
mesmo que não atendam plenamente o comando legal.

A extinção do contrato administrativo é motivada por factos ou atos jurídicos. Na


primeira categoria, põem fim à avença com a Administração Pública o cumprimento
do objeto e o esgotamento do prazo. O esgotamento do prazo tem cabimento nos
contratos em que a obtenção do serviço é necessário durante determinado lapso
temporal, ao final do qual o contrato considera-se cumprido, extinguindo-se. Uma vez
materializados os factos jurídicos a extinção do contrato não depende de manifestação
de qualquer das partes e de formalizações também. Contudo, cabe registrar que
eventuais incumprimentos contratuais devem ser verificados e apreciados de imediato
para a adoção das providências cabíveis, enquanto ainda vigente e do recebimento
definitivo e do término do prazo final. Caso haja alguma pendência não pode a
Administração receber o objeto e consequentemente efectuar o pagamento
correspondente. Deve estabelecer prazo para correções ou completo cumprimento das
obrigações, estendendo o prazo de execução/vigência para tanto, sem prejuízo de
eventual multa.

Referências Bibliográficas
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Editora: Almedina. Lisboa, dezembro de 2015
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