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Não se pode falar de registros rupestres sem enfocar o seu caráter comunicativo,
pois eles estão revestidos por um conjunto de informações visuais que nos permite
compreender o seu sistema simbólico, agrupando e utilizando as formas como sendo um
possível meio de comunicação, uma pré-linguagem anterior a escrita (BARBOSA, 2007).
Desta forma, podemos tentar “identificar o código que organiza estas representações,
uma espécie de sintaxe das formas e das associações das formas; sem, contudo, fazer
incursão a seu significado” (CORREIA, 2016).
Com o avanço dos estudos sobre os registros rupestres, que passaram por várias
vertentes, iniciando pelo enfoque da “arte pela arte” (PASCUA TURRIÓN, 2005),
passando pela abordagem totêmica e mágico-simpática (TYLOR, 1977 e FRAZER 1965),
como um meio de comunicação (UCKO y ROSENFIELD, 1967) e finalmente, a corrente
estruturalista na Arqueologia, relacionada com a Semiótica (início dos anos 60) e com os
primeiros trabalhos realizados por André Leroi-Gourhan, Annette Laming-Emperaire e
James Deetz. Uma importante contribuição do período foi a visão de Ferdinand de
Saussure (1916) no campo da Linguística, com a contribuição do estudo do signo, do
significado e do significante. Com a visão saussureana, “todo meio de expressão aceito
numa sociedade repousa a princípio num hábito coletivo ou, o que vem a dar na mesma,
na convenção” (SAUSSURE, 1919). Nela, o símbolo retratado não é arbitrário, aleatório,
muito menos está desprovido de sentido, existindo um nexo causal entre o significante
(aquilo que se apresenta visualmente) e o significado (o conceito, conteúdo daquele que
se "imagina", sendo que este já está perdido temporalmente).
Nesta abordagem, os pré-historiadores propunham a análise contextual do
grafismo rupestre, enfatizando a importância da arte pré-histórica, aliando-a a uma análise
sistemática das representações gráficas, como forma plausível de descrição de um painel
pictográfico, sem esquecer da diferença entre a arte rupestre e a arte mobiliar, haja vista
que os povos ágrafos do passado não podiam ser usados em reconstruções atuais, pois os
dados poderiam ser artificiais, imprecisos.
Um outro conceito que pode também ser utilizado para o estudo dos grafismos
puros é o de recorrência (substantivo feminino derivado do latim recurrens), que é o ato
ou efeito de recorrer, repetição. Dentro da abordagem gráfica, tal processo pode denotar
simetrias ligadas a continuidade de padrões gráficos que por sua vez, estão inseridos no
mesmo suporte, pois este caráter ideográfico pode representar
Aportes metodológicos para o estudo dos grafismos rupestres no Brasil